resenha“NOÇÃO DE NATUREZA, AMBIENTE, MEIO AMBIENTE, RECURSOS AMBIENTAIS E RECURSOS NATURAIS”.

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Referência Bibliográfica:
DULLEY, Richard Domingues. Noção de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos, ambientais e recursos naturais. Agri. São Paulo, São Paulo, V.51, n. 2, p.15-26, jul./dez.2004.
RESUMO DO ARTIGO : “NOÇÃO DE NATUREZA, AMBIENTE, MEIO AMBIENTE, RECURSOS AMBIENTAIS E RECURSOS NATURAIS”.
 O presente artigo intitulado “ Noção de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturai” traz como principal enfoque a polêmica discussão a respeito da utilização de conceitos relacionados aos impactos causados à natureza pelas diversas atividades econômicas desenvolvidas pelo homem.
 Do ponto de vista comum ou dito ponto de vista leigo, conceitos tais como: natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturais são usados constantemente como palavras sinonimas, ou seja, dificilmente são distinguidas ou diferenciadas entre si. Porém, para os estudiosos da área a falta de um senso comum na hora de se discorrer sobre o tema gera polêmica e falta de compreensão entre os assuntos abordados.
 Vários autores são citados so longo do artigo, procurando compararar opiniões controversas ou até mesmo complementares. Um dos autores destacados no artigo é Lenoble (1969), este autor define a natureza e o seu conceito como algo inconstante, ou seja, algo que está em constante transformação. O mesmo relata: “não existe uma Natureza em si, existe apenas uma Natureza pensada”.
 Comentários impactantes também são relatados no discorrer do artigo e um deles também por Lenoble (1969) que diz claramente que a natureza ao oposto do que se pensa, não foi criada apenas para a espécie humana. A partir desta opinião, se torna possível separar natureza da conceitos como ambiente e meio ambiente.
 O conhecimento que o homem adquiriu da própria espécie e da inter-relação da mesma pode ser aceito como o seu meio ambiente ou meio ambiente humano. Além do conhecimento da própria espécie, o homem desenvolveu um vasto conhecimento no que diz repeito às demais espécies e este conjunto de conhecimento aliados ao conhecimento do próprio meio ambiente humano forma o ambiente.
 Ambiente e meio ambiente, são outros conceitos amplamente interrogados e pouco esclarecidos, até na constiuição Federal não há uma definição do que seja meio ambiente ou ambiente.
 Para Art (1998) ambiente seria o conjunto de todos os seres vivos na biosfera, submetidos aos elementoos do climaa, solo, água, etc. Por outro lado, para o mesmo autor, meio ambiente seria a interação de um organismo de uma dada espécie com as condições externas acima citadas.
 O antropocentrismo também é fortemente questionado, uma vez que o mesmo se preocupa apenas com os elementos do ambiente necessários à sobrevivência da espécie humana, ou seja, ao seu meio ambiente e como foi muito bem esclarecido por Meyer-Abich (1993): “cada espécie depende de determinado número de elementos específicos da natureza, que no seu conjunto são indispensáveis à sobrevivência de cada uma”.
 A natureza no artigo é vista como algo que existe independentemente da existência ou conhecimento da esspécie humana, então ela engloba não só o que o homem conhece, pode perceber/conhecer, mas também o que não conhece.
 A natureza assim como o ambiente engloba o conjunto dos meios ambientes de todas as espécies, a diferençã é que o termo natureza refere-se ao natural, ou seja, algo nunca antes modificado. Assim, a natureza só pode ser pensada como um ideal, uma vez que o homem está sempre modificando-a para sobreviver. Portanto, a natureza conhecida pelo sistema social humano na verdade refere-se muito mais ao ambiente.
 Sendo a natureza e o ambiente duas faces da mesma moeda, o segundo teria uma utilização mais prática, não só no que se refere ao homem, mas para qualquer espécie.
 Os termos recursos ambientais e recursos naturais, também causam uma grande confusão entre os órgãos e entidades envolvidas tanto com a parte econômica quanto com a parte ambiental.
 O termo recursos naturais historicamente é considerado mais antigo que o termo recursos ambientais. Porém, atualmente o primeiro quase não faz mais parte da legislação brasileira vigente, notando-se apenas resquícios que rementem ao conceito de recursos naturais.
	A falta de uma normalização que pregue o uso de um conceito ou de outro, gera confusão em vários níveis, por exemplo, a sigla IBAMA que parece ser apenas Instituro Brasileiro do Meio Ambiente, inclui também os termos “dos Recursos Naturais Renováveis”. Porém no corpo da legislação em vigor os termos recursos naturais praticamente desaparecem.
	Outra problemática envolvendo essa questão diz respeito a Secretaria de Agricultura e abastecimento (SAA) e a Secretaria do Meio Ambiente (SMA), ao passo que a primeira usa até hoje o termo recursos naturais a segunda por sua vez prefere a designação recursos ambientais.
	A linguagem nas relações agricultura/ambiente, tornam-se cada vez mais complexa e confusa po falta de um decreto que determine um conceito ou consenso único ou pelo menos um conceito comum a ambos.
	Por fim, sabemos que existe de fato uma natureza real, na qual estão compreendidos o mundo vivo e não vivo, englobando todas as espécies.A especie humana, porém, é a única que continua transformando seu meio ambiente em diferentes sistemas econômicos.
	Não existe somente o meio ambiente humano mas sim um conjunto que engloba os meios ambientes de todas as espécies, este conjunto forma o que se conhece por ambiente, este por sua vez, se confundiria com a natureza conhecida pelo homem.
	Sendo assim, a visão antropocêntrica deverá se extinguir, pois a natureza não foi criada apenas para abrigar uma espécie e sim uma totalidade dela.
 
CONCLUSÃO DOS RESENHISTAS
	Conclui-se que, através do pensamento de alguns autores o quanto é importante entender e diferenciar os conceitos de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos ambientais e recursos naturais, melhorando o entendimento sobre cada um, promovendo o esclarecimento ou pelo menos o debate para que se possa chegar a um entendimento geral onde todos falem a mesma língua.
	Neste artigo o autor busca resgatar o pensamento de diversos autores que têm se dedicado ao estudo e á reflexão sobre esses temas, baseando suas considerações e pensamentos, a partir das reflexões desses autores que conseguiram avançar na diferenciação do significado de cada termo. Dessa forma, o texto apresentado por Dulley relaciona os temas com citações de alguns autores, destacando com sua análise a importância dessas reflexões apresentadas neste trabalho. 
	Verifica-se no texto a partir das considerações iniciais que Lenoble (1969) esclarece que a natureza que o homem conheceu e conhece é sempre pensada, e que essa idéia é pensada no espaço e no tempo. Dessa forma, o significado da natureza não é o mesmo para grupos sociais de diferentes lugares e épocas na história e esta é pensada, a partir de relações sociais. Dentro dessa linha de raciocino outros autores reproduzem esses conceitos.
	No decorrer do texto demais autores diferenciam o significado dos termos meio ambiente de apenas ambiente admitindo que a natureza é pensada, e que somente o homem tem a capacidade de pensar culturalmente, reforçando a visão de que ao se referir a ambiente, refere-se ao conjunto dos meios ambientes de todas as espécies, pensados e conhecidos pelo sistema social humano. Em seguida outros autores, assim como Santos, mostram que o valor dos recursos naturais ou ambientais passou, em grande parte, a ser intrínseco ás espécies, ou seja, a ser constituído muito mais por sua base genética, afirmando que o foco do interesse do grande capital está nos componentes genéticos, nas suas virtualidades. 
CRÍTICA DOS RESENHISTAS
	
	Este artigo possui elementos suficientes que fundamentam e diferenciam do ponto de vista teórico a respeito de noçõesda natureza, ambiente, meio ambiente, recursos naturais e recursos ambientais, pois a diferença entre esses conceitos existem de forma substancial e significativa. 
O presente trabalho cita vários autores em relação à noção natureza, ambiente, meio ambiente, recursos naturais e recursos ambientais cada um com suas opiniões formadas a respeito das respectivas incógnitas, que possibilita-nos um maior entendimento do assunto e fornece argumentos plausíveis para um debate. O importante a ser destacado é que além do meio ambiente humano, há os meios ambientes de todas as demais espécies, que não são constituídas exatamente pelos mesmos elementos que podem ser comuns a varias espécies.
De forma geral o texto em seus exemplos citados amplamente nos auxilia na compreensão da atividade científica relacionada á temática central do estudo e nos possibilitam analisar e confrontar várias opiniões distintas, a fim de chegarmos à nossa própria fundamentação teórica. Fornece também dado e representações que podem servir de base de análise para novos estudos e novas abordagens sobre esse tema. Faz-se necessário resaltar que o fato de que independentemente de denominações, quer se consideram recursos naturais ou ambientais, a importâncias da preservação e conservação dos mesmos.
	Finalizando, o trabalho é de grande valor científico, com um excelente referencial teórico sobre noções de natureza, ambiente, meio ambiente, recursos naturais e recursos ambientais.