Buscar

Material De Apoio DireitoPenal I

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Módulo A Módulo A 
Introdução ao Introdução ao 
CAROLINA DEFILIPPI
Introdução ao Introdução ao 
Estudo do Direito PenalEstudo do Direito Penal
Introdução
O fato social é sempre o ponto de partida na formação 
da noção do Direito
fato social 
contrário à 
norma
ilícito 
jurídico
ILÍCITO 
PENAL
CAROLINA DEFILIPPI
O Estado estabelece normas jurídicas com 
a finalidade de combater esses ilícitos
Conjunto de 
normas 
jurídicas
DIREITO 
PENAL=
Estudo
- Do crime 
- Da pena
- Do delinqüente
Código Penal
O Código Penal vigente é o 
Decreto-Lei nº 2848 
de 07 de dezembro de 1940
É dividido em:
CAROLINA DEFILIPPI
É dividido em:
• PARTE GERAL - dos artigos 1º ao 120
• PARTE ESPECIAL - dos artigos 121 ao 361
Conceito de Direito Penal
� Von Liszt define o Direito Penal como “o conjunto das prescrições 
emanadas do Estado, que ligam ao crime – como fato – à pena, 
como conseqüência”
Crítica: o direito penal, hoje, não se preocupa somente com a pena. Tanto 
que existem as medidas de seguranças (inimputáveis)
� Damásio E. de Jesus dá uma definição mais completa de Direito 
CAROLINA DEFILIPPI
� Damásio E. de Jesus dá uma definição mais completa de Direito 
Penal, afirmando que ele consiste em:
“Um conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, 
à pena como conseqüência e disciplinam também as 
relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a 
aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do 
direito de liberdade em face do poder de punir do 
Estado" 
Caracteres do Direito Penal 
� O Direito Penal, por regular as relações do indivíduo com a sociedade, 
pertence ao Direito Público. Isso porque em um dos lados da relação 
jurídica nascida com a prática do crime temos a figura do Estado, que 
exercerá o direito de punir e do outro lado teremos o indivíduo, detentor do 
direito à liberdade. 
prática 
SUJEITO
que tem o 
Direito à Liberdade
(princípio da legalidade)
CAROLINA DEFILIPPI
prática 
do crime faz nascer relação entre
Direito à Liberdade
(princípio da legalidade)
ESTADO
que tem o 
Direito de Punir
(“jus puniendi”)
Verifica-se que mesmo nas hipóteses em que a ação se movimenta 
por iniciativa do particular (AÇÃO PRIVADA), 
o direito de punir continua a pertencer exclusivamente ao Estado
Caracteres do Direito Penal
O Direito Penal é ciência cultural, 
normativa, valorativa e finalista
� CULTURAL porque pertence à classe das ciências do "dever-ser" e não à 
do "ser". Ele diz como as coisas, em verdade, deveriam ser.
� NORMATIVA, porque tem a finalidade de estudar a norma, ou seja, a regra 
de conduta.
� VALORATIVA porque o Direito coloca uma hierarquia entre as normas, não 
CAROLINA DEFILIPPI
� VALORATIVA porque o Direito coloca uma hierarquia entre as normas, não 
lhes dando o mesmo valor. 
� FINALISTA porque tem como fim a defesa da sociedade, através da 
proteção de bens jurídicos fundamentais.
É ainda, sancionador porque através da cominação da sanção (previsão de 
penas), protege outra norma jurídica 
de natureza extra-penal.
E é também é dogmático porque expõe o seu direito através de normas 
jurídicas, exigindo o seu cumprimento sem reservas.
Direito Penal subjetivo e 
Direito Penal objetivo
O Direito Penal tem na sanção
seu meio de ação
SUBJETIVO OBJETIVOSUBJETIVO OBJETIVO
É o direito de punir do Estado 
(“jus puniendi”).
Esse direito tem limites no Direito 
Penal Objetivo (= conjunto de 
normas), não sendo ilimitado.
É o próprio ordenamento jurídico-
penal, correspondendo, portanto, 
à sua definição. 
É, justamente, o conjunto de 
normas colocadas pelo Estado 
para regular as relações humanas.
Direito Penal comum e 
Direito Penal especial
O critério para diferenciação entre o Direito Penal 
COMUM e ESPECIAL reside no órgão encarregado
de aplicar o direito objetivo
JUSTIÇA
Comum [Federal e Estadual]
Especial [Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar]
COMUM ESPECIAL
Aplica-se a todos os cidadãos.
Se a aplicação do direito ao caso 
concreto não demandar jurisdições 
próprias, sua qualificação será de 
norma penal comum.
Tem seu campo de incidência restrito 
a uma classe de cidadãos conforme 
qualidades particulares.
Se a norma objetiva somente se 
aplicar por meio de órgãos especiais 
constitucionalmente previstos, a 
norma terá caráter especial.
Direito Penal material e 
Direito Penal formal
MATERIAL
(substantivo)
FORMAL
(adjetivo)
É representado pela Lei Penal, 
que define as condutas típicas e 
É o Direito Processual Penal que 
determina as regras de aplicação que define as condutas típicas e 
estabelece as sanções.
determina as regras de aplicação 
do Direito Penal substantivo.
• crítica: O Direito Processual Penal 
não é complemento do Direito Penal 
material e sim, um Direito autônomo 
que não pode ser considerado 
“adjetivo” do Direito Penal
Módulo B Módulo B 
Princípios fundamentais do Princípios fundamentais do 
CAROLINA DEFILIPPI
Princípios fundamentais do Princípios fundamentais do 
Direito PenalDireito Penal
Introdução
Definição de 
condutas delituosas
Justa interpretação e 
aplicação da lei
CAROLINA DEFILIPPI
BRASIL
Estado 
Democrático 
de Direito
DIREITO PENAL
Princípios Constitucionais
condutas delituosas
Princípio da legalidade
� Princípio da reserva legal
artigo 5° , XXXIX, da CF
artigo 1° do CP
"Não há crime sem lei anterior que o defina. 
Não há pena sem prévia cominação legal." 
CAROLINA DEFILIPPI
LEICRIME PENA
Portanto: a analogia, os costumes e os princípios gerais de 
direito não podem instituir delitos ou penas
Princípio da legalidade
� Entendimento Jurisprudencial:
“PENAL E PROCESSUAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E
ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PENA-BASE ACIMA DO PREVISTO
LEGALMENTE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ASSOCIAÇÃO
PARA O TRÁFICO. FIXAÇÃO DA PENA-BASE ACIMA DO PATAMAR
ESTABELECIDO NO ART. 8º DA LEI 8.072/90 E DE PENA
CAROLINA DEFILIPPI
ESTABELECIDO NO ART. 8º DA LEI 8.072/90 E DE PENA
PECUNIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE
RECONHECIDA PELO STF. ORDEM CONCEDIDA. A aplicação da
pena-base fora do patamar estabelecido pela referida norma e a
imposição de pena pecuniária aos condenados pela prática do delito de
associação para o tráfico de entorpecentes configura constrangimento
ilegal, pois viola o princípio da legalidade.”
Princípio da 
anterioridade da lei 
� artigo 5°, XXXIX, da CF
artigo 1°do CP
"Não há crime sem lei anterior que o defina. 
Não há pena sem prévia cominação legal." 
CAROLINA DEFILIPPI
Não há pena sem prévia cominação legal." 
10/04/04
JOÃO PRATICOU 
CONDUTA A
20/09/05
ENTROU EM VIGOR A 
LEI X QUE INCRIMINA 
A CONDUTA A JOÃO NÃO PODE 
SER PUNIDO PELA 
CONDUTA A QUE
PRATICOU
Princípio da irretroatividade da lei 
penal mais severa 
� artigo 5°, XL, da CF
artigo 2°do CP
“A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu." 
CAROLINA DEFILIPPI
10/04/04
JOÃO PRATICOU 
CONDUTA A 
CUJA PENA ERA 
DE 6 A 20 ANOS
20/09/05
ENTROU EM VIGOR 
A LEI X QUE 
DETERMINA QUE A 
CONDUTA A TERÁ 
PENA DE 15 A 30 
ANOS
,
A LEI X
NÃO RETROAGE
JOÃO 
NÃO PODE 
SER PUNIDO
COM PENA 
DE 15 A 30 ANOS30/01/06
JULGAMENTO 
DE JOÃO
Princípio da irretroatividade da lei 
penal mais severa
� Diferente se:
CAROLINA DEFILIPPI
10/04/04
JOÃO PRATICOU 
CONDUTA B 
CUJA PENA ERA 
DE 8 A 12 ANOS
20/09/05
ENTROU EM VIGOR A LEI 
Y QUE DETERMINA QUE 
A CONDUTA B TERÁ 
PENA DE 4 A 6 ANOS
,
A LEI Y
RETROAGE
JOÃO 
SERÁ PUNIDO
COM PENA 
DE 4 A 6 ANOS30/01/06
JULGAMENTO 
DE JOÃO
Princípio da insignificância 
� Tal princípio está ligado aos
chamados crimes de bagatela
(ou delito de lesão mínima)
� Segundo ele, o Direito Penal só deve intervir nos casos de lesão de certa
gravidade, reconhecendo a atipicidade do fato nas hipóteses de
perturbações jurídicas mais leves.
conduta
CAROLINA DEFILIPPI
Neste sentido, as seguintes decisões:
“Princípio da insignificância - Aplicabilidade - Descaminho - Aquisição de
objetos no exterior em pequena quantidade e de valores reduzidos, sem a
devida documentação - Adequação social da conduta.” (RT-753/706)
“Furto - Agente que subtrai uma cédula de um real - Aplicação do
princípio da insignificância - Absolvição decretada.” (RT-738/652)
REQUISITOS DESVALOR
conduta
dano
culpabilidade
Princípio da presunção do estado 
de inocência
� artigo 5°, LVII, da CF
"Ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória."
TRÂNSITO EM 
=
CAROLINA DEFILIPPI
TRÂNSITO EM 
JULGADO DE 
SENTEÇA 
CONDENATÓRIA
NÃO CABE MAIS NENHUM RECURSO
= � RÉU CULPADO
� EXECUÇÃO DA PENA
Neste sentido:
"Rol dos culpados - Lançamento do nome do réu - Impossibilidade
antes do trânsito em julgado da sentença condenatória -
Consagração do princípio constitucional da presunção da
inocência."(RESE 134.320-3/4 - 4° C., j.20.6.94)
Princípio do "ne bis in idem"
� Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato.
� Duplo significado:
� PENAL MATERIAL: ninguém pode sofrer duas penas em face de um
mesmo crime
� PROCESSUAL: ninguém pode ser processado e julgado duas vezes
pela mesma conduta.
EXEMPLO:
CAROLINA DEFILIPPI
A
MATA
B
USO DE
EXPLOSIVO
= qualificadora 
(art. 121,2º, III)
= agravante 
(art. 61, II, d)
O USO DO EXPLOSIVO NÃO PODERÁ SER LEVADO EM CONTA PARA 
QUALIFICAR E AGRAVAR A PENA NO MESMO CRIME.
EXEMPLO:
Princípio do “in dúbio pro reo” 
� O acusado da prática de uma infração penal em seu julgamento final,
havendo dúvida deverá ser absolvido.
� Corolário do campo das provas, tal princípio deve ser aplicado toda vez que
houver dúvida, a interpretação deve ser feita de maneira mais favorável ao
réu.
HAVENDO DÚVIDA 
EM RELAÇÃO A 
QUALQUER 
CIRCUNSTÂNCIA 
DO CASO
A DECISÃO TEM 
QUE SER NO 
SENTIDO DE 
FAVORECER O 
RÉU
Princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana 
“A República Federativa do Brasil, ... , constitui-se
em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
III - a dignidade da pessoa humana;”
(art. 1º, III da CF)
� Este princípio é fundamento da República e do
Estado Democrático de Direito assim, o homem,Estado Democrático de Direito assim, o homem,
antes de ser considerado como cidadão, vale
como pessoa.
� Defender a dignidade do ser humano significa
protegê-lo de ações arbitrárias e indevidas por
parte do Estado ou de todos aqueles que detém
poder sobre outrem.
� A intervenção jurídico-penal jamais deve
servir-se de instrumento vexatório ou
repugnante, mesmo que seja contra o pior dos
delinqüentes, devendo a razão estar acima de
tudo para tratar a criminalidade.
Convenção Americana de Direitos Humanos 
(1969)
(Pacto de San José da Costa Rica)
Preâmbulo
Os Estados Americanos signatários da presente Convenção, reafirmando seu
propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições
democráticas, um regime
� de liberdade pessoal e de justiça social,
CAROLINA DEFILIPPI
de liberdade pessoal e de justiça social,
� fundado no respeito dos direitos humanos essenciais;
� reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato
de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como
fundamento os atributos da pessoa humana (...);
� reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, só
pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria,
se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus
direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e
políticos.
QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB
16. O Princípio da Legalidade é também denominado de:
a) Reserva Legal.
b) Common Law.
c) Analogia Legal.
d) Liberdade Legal.
CAROLINA DEFILIPPI
17. "É fundamental que a lei penal incriminadora seja editada
antes da ocorrência do fato criminoso." Distinga os princípios
que alicerçam essa afirmativa:
a) da legalidade e da anterioridade da lei penal.
b) da extra e da ultratividade condicional da lei penal.
c) da abolitio criminis e do in dubio pro reo.
d) da lei anterior e da lei posterior benignas.
Módulo C Módulo C 
CAROLINA DEFILIPPI
Módulo C Módulo C 
Fontes do Direito PenalFontes do Direito Penal
Introdução
FONTES
lugar de 
onde 
provém 
a norma de 
Direito
FONTES DE 
PRODUÇÃO
(MATERIAL)
CAROLINA DEFILIPPI
FONTES
DIREITO PENAL
(MATERIAL)
FONTES DE 
CONHECIMENTO
(FORMAL)
FONTES DE PRODUÇÃO
FONTE
MATERIAL
= órgão encarregado da 
elaboração da norma penal
ESTADO
Quem é o órgão competente para a produção das leis penais? 
CAROLINA DEFILIPPI
ESTADO
O Brasil é composto de 
alguns entes federativos:
• União
• Estados-membros
• Municípios
• Distrito Federal
compete à 
União 
legislar sobre 
Direito Penal
(artigo 22, I da CF)
FONTES DE CONHECIMENTO 
FONTES
fonte 
formal
imediata
LEI
Como o direito penal se revela?
CAROLINA DEFILIPPI
FONTES
FORMAIS
fonte 
formal
mediatas
costumes e 
princípios 
gerais do 
direito
Fonte Formal IMEDIATA
A única fonte imediata de conhecimento é a leilei
Através dela, o Direito se revela imediatamente, de forma direta.
NORMA LEI
� Mandamento de um 
comportamento normal, 
retirado do senso comum da 
� ato em que se expressa a
função legislativa do Estado
� textoretirado do senso comum da 
coletividade
� refere-se ao conteúdo 
� pode estar em um ou mais 
dispositivos legais 
� texto
� simples veículo de norma
A lei é o texto como expressão formal. Compõe o dispositivo. A norma é 
o significado jurídico desta, é a expressão do dever ser jurídico. 
O texto é o O texto é o veículoveículo, enquanto a norma é o , enquanto a norma é o dever serdever ser veiculado.veiculado.
Classificação 
das normas penais 
As normas penais classificam-se em:
1. normas penais incriminadoras
2. normas penais não incriminadoras: 
CAROLINA DEFILIPPI
2. normas penais não incriminadoras: 
�permissivas
�explicativas 
(ou finais ou complementares)
Normas Penais Incriminadoras
� descreve uma conduta ilícita (contrária ao direito, ao ordenamento 
jurídico), impondo uma sanção ao agente.
norma penal 
incriminadora
preceito 
primário
preceito 
secundário
definição do 
comportamento 
humano ilícito
exposição da 
sanção que se 
associa à 
== ++
CAROLINA DEFILIPPI
humano ilícito
associa à 
conduta
�EXEMPLO: o legislador não diz expressamente que "matar é crime".
Ele descreve a conduta "matar alguém", estabelecendo determinada
sanção. Assim, o princípio imperativo que deve ser obedecido (não
matar ninguém) não está de maneira expressa na norma penal.
Somente quando uma conduta se amolda a uma norma penal 
incriminadora é que o Estado adquire o direito concreto de punir.
Normas Penais 
Não Incriminadoras
� PERMISSIVAS:
determinam a licitudelicitude ou a impunibilidadeimpunibilidade de certas condutas,
embora estas sejam típicas em face das normas incriminadoras.
Exemplos: arts. 20 a 27, 28, parágrafo segundo e art. 128 do CP.
CAROLINA DEFILIPPI
A
MÉDICA
PRATICA ABORTO COM 
CONSENTIMENTO
B
GESTANTE
art. 126
norma penal incriminadora
art. 128, II
norma penal permissiva
TORNA A CONDUTA LÍCITA
gravidez 
resultante 
de estupro
Normas Penais 
Não Incriminadoras
� EXPLICATIVAS:
� Também chamadas finais
ou complementares
Esclarecem o conteúdo das outras, ou delimitam o âmbito de sua
aplicação
Exemplos: artigos 4°, 5°, 7°, 10 a 12, 33, 327 do CP .
PeculatoPeculato - Art. 312 - Apropriar-se o funcionáriofuncionário públicopúblico de
CAROLINA DEFILIPPI
PeculatoPeculato - Art. 312 - Apropriar-se o funcionáriofuncionário públicopúblico de
dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou
particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo,
em proveito próprio ou alheio:
Art. 327 - Considera-se funcionáriofuncionário públicopúblico,
para os efeitos penais, quem, embora
transitoriamente ou sem remuneração, exerce
cargo, emprego ou função pública.
NORMA 
EXPLICATIVA
Normas Penais em Branco
� Necessitam de complementação (de outro diploma) para que se possa
compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário.
EMEM SENTIDOSENTIDO GENÉRICOGENÉRICO:
são aquelas em que o
EMEM SENTIDOSENTIDO ESTRITOESTRITO:
são aquelas cujo complemento
CAROLINA DEFILIPPI
são aquelas em que o
complemento da norma é
determinado pela mesma
fonte formal da norma
incriminadora, ou seja, a lei
é complementada por outra
lei.
são aquelas cujo complemento
está contido em norma
procedente de outra instância
legislativa, como, por
exemplo, uma portaria ou
decreto.
Normas Penais em Branco
EXEMPLOS:
GENÉRICAGENÉRICA:
Art. 237 - Contrair casamento 
conhecendo a existência de 
impedimentoimpedimento que lhe cause a 
nulidade. 
Esses impedimentosimpedimentos estão no 
ESTRITAESTRITA::
Art. 269 - Deixar o médico de 
denunciar à autoridade pública 
doença cuja notificação é doença cuja notificação é 
compulsóriacompulsória.
O rol de doençasdoenças está no 
CAROLINA DEFILIPPI
Esses impedimentosimpedimentos estão no 
art.183, I e VIII do CC.
O rol de doençasdoenças está no 
Código Sanitário Estadual. 
Sebastián Soler: “No entanto, a lei penal em branco não pode ser 
entendida como uma carta branca outorgada a determinado poder 
para que assuma funções repressivas, e, sim, deve ser entendido 
como o reconhecimento de uma faculdade meramente 
regulamentar.”
Fonte Formal MEDIATA
1. Costume
conjunto de normas de comportamento a que pessoas obedecem
de maneira uniforme (ELEMENTO OBJETIVO) e constante pela
convicção de sua obrigatoriedade (ELEMENTO SUBJETIVO)
CAROLINA DEFILIPPI
ESPÉCIES
"contra legem"
"secundum legem"
"praeter legem"
Conflita com a lei sem 
poder de modificá-la
Esclarece e auxilia na 
aplicação dos 
dispositivos legais
Cobre lacunas, 
especificando o conteúdo 
ou a extensão da lei
Fonte Formal MEDIATA
2. Princípios gerais do direito
� o artigo 4° da LICC permite que, nas hipóteses em
que a lei for omissaomissa, o juiz poderá utilizar-se dos
princípios gerais de direito, para solucionar a questão.
CAROLINA DEFILIPPI
� No entanto, somente pode suprir as normas penais
não incriminadoras. Não pode criar crimes nem
cominar penas.
Módulo D Módulo D 
INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO 
CAROLINA DEFILIPPI
INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO 
DA DA LEI PENALLEI PENAL
Introdução
� Interpretar é retirar o significado e a extensão de uma norma em
relação à realidade. É buscar o verdadeiro significado e alcance da lei
afim de aplicá-la aos casos concretos da vida real.
� Por mais clara que seja a letra da lei penal, ela não prescinde de
interpretação tendente a explicar-lhe o significado, o justo pensamento,
a sua real vontade.
CAROLINA DEFILIPPI
O que se busca com a interpretação? 
A vontade da leilei ou do legisladorlegislador?
Há duas correntes:
1. A primeira afirma que o intérprete deve perseguir a vontade do legislador. 
(Escola Exegética).
2. Já a segunda sustenta a busca da vontade da lei.
NOSSO ENTENDIMENTO: A lei independe de seu passado,
importando apenas o que está contido em seus preceitos.
ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO 
QUANTO AO QUANTO AO 
SUJEITOSUJEITO
QUANTO QUANTO 
AO MODOAO MODO
QUANTO AO QUANTO AO 
RESULTADORESULTADO
• autêntica • gramatical • declarativa• autêntica • gramatical • declarativa
• doutrinária • lógica • restritiva
• jurisprudencial • extensiva
Quanto ao sujeitosujeito
autêntica autêntica doutrináriadoutrinária jurisprudencialjurisprudencial
= legislativa
emana do legislador
• Feita pelos 
estudiosos do 
Direito em livros, 
artigos, teses...
= judicial
• contextual Feita pelos Tribunais, 
mediante a reiteração 
• Doutrina = 
conjunto de 
estudos jurídicos 
de qualquer 
natureza
•
Feita no próprio texto 
da lei (art. 150 e §4º 
do CP – “casa”) 
mediante a reiteração 
de seus julgamentos
• não contextual
Feita por outra lei de 
edição posterior
Quanto ao modomodo
gramaticalgramatical lógicalógica
= literal ou sintática = teleológica
• O intérprete deve recorrer ao que 
dizem as palavras 
• No entanto, a simples análise
gramatical, muitas vezes, não é
• Consiste na indagação da 
vontade e da finalidade da lei
• A interpretação teleológica se 
vale dos seguintes elementos: gramatical, muitas vezes, não é
suficiente, porque pode levar a
conclusão aberrante
vale dos seguintes elementos: 
"ratio legis“ (razão da lei)
sistemático
histórico
Direito Comparado
extrapenal (político-social)
extrajurídico
Ocorrendo contradição entre as conclusões da interpretação literal e 
lógicalógica, deverá prevalecer a segunda, uma vez que atende às 
exigências do bem comum e aos fins da lei.
Quanto ao resultadoresultado
declarativadeclarativa restritivarestritiva extensivaextensiva
• Dá à lei seu 
sentido literal –
sem extensão, nem 
restrição.
• A linguagem 
da lei diz mais 
do que o 
pretendido pela 
sua vontade. 
• O texto legal 
diz menos do 
que queria dizer.
• Corresponde 
EXTAMENTE ao 
intuito do legislador.
sua vontade. 
• Mostra-se 
necessária a 
restrição do 
alcance das 
palavras da lei 
até o seu real 
significado.
• Mostra-se 
necessária a 
ampliação do 
alcance das 
palavras da lei 
para que a letra 
corresponda à 
vontade do texto
Princípio "in dubio pro reo" em matéria de 
interpretação da lei penal
O que fazer quando persiste a dúvida quanto à vontade da norma?
Admitir que a dúvida deva ser resolvida 
contra o agente ("in dubio pro societate")
Admitir que seja resolvida contra o agente 
CAROLINA DEFILIPPI
CAMINHOSCAMINHOS
Admitir que seja resolvida contra o agente 
ou contra a sociedade, segundo o livre 
convencimento do intérprete
Resolver a questão da forma mais favorável 
ao agente
NOSSO ENTENDIMENTO: no caso de irredutível dúvida
entre o espírito e a letra da lei, é força acolher, em matéria
penal, irrestritamente, o princípio "inin dubiodubio propro reoreo".
Interpretação Progressiva 
= adaptativa ou evolutiva 
� Faz-se adaptando a lei às necessidades e concepções do presente.
Afinal, não pode o juiz ficar alheio às transformações sociais, científicas e
jurídicas.
� A lei deve acompanhar as mudanças do ambiente, assim como sua
evolução. Ela não pode parar no tempo. Entretanto, não podemos, a todo
momento, alterá-la, devendo haver as devidas adequações.
CAROLINA DEFILIPPI
momento, alterá-la, devendo haver as devidas adequações.
� Os limites dessa interpretação, perfeitamente legítima, restam
determinados pela interpretação extensiva.
EXEMPLOSEXEMPLOS
da psiquiatria"doença mental"
"coisa móvel"
DEVEM 
SEGUIR SEGUIR 
OS 
AVANÇOS da indústria
Interpretação analógica 
� A interpretação analógica é permitida toda vez que após uma
seqüência casuística segue-se uma fórmula genérica, que deve ser
interpretada de acordo com os casos anteriormente elencados.
EXEMPLO:EXEMPLO:
Art. 121, §2º, IV, do CP
Se o homicídio é cometido: seqüência casuística
CAROLINA DEFILIPPI
Se o homicídio é cometido:
“à traição, emboscada,
ou mediante dissimulação ou 
outro recursooutro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.”
Assim, o outro recurso deve ser semelhantesemelhante à traição, 
emboscada ou dissimulação (caráter insidioso).
Trata-se de uma hipótese de interpretação analógica, em que a 
própria lei determina que se estenda seu conteúdo.
seqüência casuística
fórmula genérica
Analogia
ANALOGIA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA
Aplicar a uma hipótese 
não regulada por lei 
disposição relativa a 
um caso semelhante
Na interpretação, o legislador 
deixa claro que a lei deseja que 
a norma abranja casos 
semelhantes aos já descritos
fundamento da fundamento da 
analogiaanalogia
natureza jurídica natureza jurídica 
da analogiada analogia
requisitos da requisitos da 
analogiaanalogia
“ubi eadem legis 
ratio, ibi eadem legis 
dispositio”
= onde há a mesma 
razão, aplica-se o 
mesmo direito
• forma de auto-
integração da lei
• não é fonte mediata 
do Direito Penal
1. fato analisado não regulado 
pelo legislador.
2. legislador, no entanto, tenha 
regulado situação semelhante.
3. semelhança entre a situação 
regulada e a não prevista.
Espécies de Analogia
“in bonam partem”“in bonam partem” “in malam partem”“in malam partem”
= em benefício da parte
no caso de leis penais não 
incriminadoras é perfeitamente 
permitido o uso da analogia a 
favor da parte
= em malefício da parte
nãonão pode ser usada para criar crimes 
ou penas, os quais o legislador não 
tenha determinado 
(princípio da reserva legal)
Art. 128 do CP - Não se pune o 
aborto praticado por médico:
II - se a gravidez resulta de 
estuproestupro (...)
EXEMPLOS:EXEMPLOS:
Também não se pune o médico 
se a gravidez resulta de 
atentado violento ao pudor = 
ANALOGIA in bonam partem
Art. 269 do CP - Deixar o médicomédico de 
denunciar à autoridade pública doença 
cuja notificação é compulsória
Se um fisioterapeuta deixar de 
denunciar nesse caso, ele não 
pode ser punido
= ANALOGIA in malam partem
QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB
(EXAME 125/SP)
56. A fonte formal direta no Direito Penal
(A) pode ser a lei e a eqüidade, esta somente no tocante à fixação 
da pena.
(B) pode ser a lei, os costumes e os princípios gerais do direito.
(C) pode ser a lei e a analogia in bonan partem.
(D) é somente a lei.
CAROLINA DEFILIPPI
(D) é somente a lei.
(EXAME 123/SP)
66. O art. 269 do Código Penal: “Deixar o médico de denunciar à 
autoridade pública doença cuja notificação é compulsória”
(A) pode ser aplicado, por analogia, ao dentista.
(B) prevê crime que admite tentativa.
(C) prevê crime omissivo puro.
(D) não configura norma penal em branco.
MóduloMódulo E E 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
EFICÁCIA DA EFICÁCIA DA 
LEI PENAL NO TEMPOLEI PENAL NO TEMPO
Introdução
� a LEI PENAL nasce, vive e morre
sançãosançãosançãosanção promulgaçãopromulgaçãopromulgaçãopromulgação publicaçãopublicaçãopublicaçãopublicação revogaçãorevogaçãorevogaçãorevogação
CAROLINA DEFILIPPI
é o ato pelo qual 
o Presidente da 
República aprova 
e confirma uma 
lei. Com ela, a lei 
está completa. 
Ela transforma 
um “projeto de 
lei” em “lei” 
ato pelo qual se 
atesta a 
existência da lei e 
se determina a 
todos que a 
observem. Sua 
finalidade é 
conferir-lhe 
autenticidade
ato pelo qual a 
lei se torna 
conhecida de 
todos, 
tornando-se, 
assim, seu 
cumprimento 
obrigatório
expressão 
genérica que 
traz a idéia de 
cessação da 
existência de 
regra 
obrigatória
sançãosançãosançãosanção promulgaçãopromulgaçãopromulgaçãopromulgação publicaçãopublicaçãopublicaçãopublicação revogaçãorevogaçãorevogaçãorevogação
• ab-rogação
a lei se extingue 
totalmente
• derrogação 
autoridade da lei 
cessa em parte
Em regra, o fato, para 
ser punido, deve ser 
cometido entre o 
momento em que a lei 
nasce – tornando-se totalmente
expressa
a lei, 
expressamente, 
determina a 
cessação da 
vigência da 
norma anterior
tácita
o novo texto é 
incompatível 
com o anterior 
ou regula 
inteiramente a 
matéria 
precedente
nasce – tornando-se 
obrigatória – até o 
momento em que ela 
morre – é revogada
"tempus regit "tempus regit 
actum"actum"
CAROLINA DEFILIPPI
Tempo do crime
Em que momento momento podemos dizer que a infração foi praticada? 
TRÊS 
teoria da atividadeteoria da atividade: momento em que o agente 
executa a conduta criminosa – ação ou omissão –
independentemente do momento do resultado
teoria do resultado:teoria do resultado: momento da produção do 
resultado, independentemente do momento da 
CAROLINA DEFILIPPI
TRÊS 
TEORIAS
resultado, independentemente do momento da 
ação ou da omissão. 
teoria da ubiqüidade:teoria da ubiqüidade: tanto o momento da ação ou 
da omissão quanto o momento do resultado. 
Art. 4°: "Considera-se praticado o crime no momento da ação
ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado"
= = teoriateoria dada atividadeatividade
Regra de aplicação da Lei Penal 
no Tempo
ENTRADA REVOGAÇÃO
EFICÁCIA DA LEI
FATOFATO FATO
NÃO RETROAGE NÃO ULTRA-AGE
ENTRADA 
EM VIGOR REVOGAÇÃOFATOFATO FATO
a lei penal não retroagirá, salvo 
para beneficiar o réu
CONCLUSÃOCONCLUSÃO
salvo para beneficiar o réu
(art. 5º, XL da CF e art. 2º p. único do CP)
•• EXCEÇÃOEXCEÇÃO
"tempus regit actum“
a lei penal NÃO retroage e NÃO ultra-age
•• REGRAREGRA
Conflitos de lei penal no tempo 
2) a lei nova incrimina fatos antes considerados lícitos, permitidos
= (novatio(novatio legislegis incriminadora)incriminadora)
1) a lei nova suprime normas incriminadoras anteriormente existentes
= (abolitio(abolitio criminis)criminis)
2005 – LEI “A” = 
conduta “X” deixa de ser crime
“P” não
será punido
= abolitio 
criminis
2004 – LEI “B” = 
conduta “Y” 
passa a ser crime
2002 - “M” 
pratica 
conduta “Y”
“M” não
será punido
= novatio legis 
incriminadora
2004 - “P” pratica 
conduta “X”
CAROLINA DEFILIPPI
3) a lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito
= (novatio(novatio legislegis inin pejus)pejus)
4) a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito
= (novatio(novatio legislegis inin mellius)mellius)
2003 – LEI “C” = 
conduta “W” 
pena de 10 a 15 anos
2000 - “J” pratica 
conduta “W” com 
pena de 4 a 6 anos
“J” será punido 
com pena de 4 
a 6 anos
= novatio legis 
in pejus
2002 – LEI “D” = 
conduta “Z” 
pena de multa
2001 - “K” pratica 
conduta “Z” com 
pena de 7 a 9 anos
“K” será punido 
com 
pena de multa
= novatio legis 
in mellius
Abolitio Criminis
lei posterior que deixa de considerar um fato como crime
(art. 2º, caput do CP)
�� FundamentoFundamento:
A ab-rogação de lei penal incriminadora supõe que o Estado já não mais
considera aquele fato contrário aos interesses da sociedade.
�� NaturezaNatureza jurídicajurídica:
Constitui fato jurídico extintivo da punibilidade (art. 107, III do CP).
O Estado, portanto, perde a possibilidade de punir o agente.
CAROLINA DEFILIPPI
�� ExclusãoExclusão dede todostodos osos efeitosefeitos jurídicojurídico--penaispenais:
1) Se a persecução criminal ainda não foi movimentada, o processo não poderá
sequer ser iniciado.
2) Se o processo estiver em andamento, deverá ser trancado mediante
decretação da extinção da punibilidade.
3) Se já existe sentença condenatória com trânsito em julgado, a pretensão
executória não pode ser efetivada.
4) Se o condenado está cumprindo pena, deve ser decretada a extinção da
punibilidade, devendo o sujeito ser solto.
5) Cessam todos os efeitos da condenação.
Novatio Legis in Pejus
1. A sanção imposta hoje ao
crime é mais grave em qualidade que a da lei
precedente.
2. A sanção imposta hoje, embora da mesma qualidade, é mais severa quanto
à maneira de execução.
3. A quantidade da pena em abstrato é aumentada.
4. A quantidade da pena em abstrato é mantida, mas a maneira de sua fixação
é mais rígida que a determinada pela lei anterior.
5. Inclusão de qualificadoras antes inexistentes.
6. Lei nova suprime benefícios determinados pela lei anterior, referente à
suspensão ou interrupção da execução da pena.
CAROLINA DEFILIPPI
6. Lei nova suprime benefícios determinados pela lei anterior, referente à
suspensão ou interrupção da execução da pena.
7. Lei nova exclui causas de extinção da punibilidade.
8. Lei nova exclui escusas absolutórias anteriormente existentes.
9. Lei nova exclui causas de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade.
ATENÇÃOATENÇÃO! todas as vezes que a lei nova ! todas as vezes que a lei nova 
prejudicaprejudica o sujeito, ela o sujeito, ela nãonão poderá retroagirpoderá retroagir
Novatio Legis in Mellius
� Lei nova inclui circunstâncias que beneficiam o sujeito.
� Lei nova cria causas extintivas da punibilidade não reconhecidas
pela lei anterior.
� Lei nova permite a obtenção de benefícios não permitidos ou facilita
sua obtenção.
� Lei nova acresce causas de exclusão da ilicitude, da culpabilidade,
ou escusas absolutórias, antes inexistentes.
� Lei nova exclui a concessão de extradição.
CAROLINA DEFILIPPI
� Lei nova exclui a concessão de extradição.
� Lei nova que comina penas menos rigorosa (em qualidade,
quantidade ou modo de execução).
ATENÇÃOATENÇÃO! O! O princípio da retroatividade da lei 
mais benéfica é incondicional, podendo aplicar-
se aos fatos anteriores, ainda que decididos por 
sentença condenatória transitada em julgado 
(art. 2º, p. único do CP)
Lei Intermediária 
20032003
Lei “A”
pena de 
20042004
Lei “BB”
pena de 
20052005
Lei “C”
pena de 
LEI MAIS BENÉFICALEI MAIS BENÉFICA
ULTRAULTRA--AGEAGE APLICANDO-SE 
A FATOS OCORRIDOS 
DURANTE A SUA VIGÊNCIAVIGÊNCIA
CAROLINA DEFILIPPI
Lei “A”
pena de 
3 a 6 
anos
Lei “BB”
pena de 
1 a 4 
anos
Lei “C”
pena de 
9 a 12 anos
FATOFATO
RETROAGERETROAGE PARA BENEFICIARBENEFICIAR O RÉU 
APLICANDO-SE A FATOS PASSADOS
REGRA: 
VIGÊNCIA E 
APLICAÇÃO 
DA LEI “C”LEI “C”
Leis Penais 
Temporárias e Excepcionais 
Leis promulgadas em casos excepcionais 
(calamidade pública, guerras, revoluções, 
epidemias...) com vigência restrita à 
EXCEPCIONAIS
Leis com vigência previamente estipulada 
pelo legislador – com dia determinado 
para início e fim de sua aplicação
TEMPORÁRIAS
epidemias...) com vigência restrita à 
duração do caso
“A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de 
sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.“
(art. 3º do CP)
�� FundamentoFundamento: Esse dispositivo visa impedir que, tratando-se de leis
previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas as suas sanções
por expedientes astuciosos no sentido de retardamento dos processos
penais.
EXEMPLO:
Lei EXCEPCIONAL 
ou TEMPORÁRIA
ULTRAULTRA--AGEAGE
APLICANDO-SE A 
FATOS OCORRIDOS 
DURANTE A SUA 
VIGÊNCIAVIGÊNCIA
CAROLINA DEFILIPPI
FATOFATO
VIGÊNCIAVIGÊNCIA
JULGAMENTOJULGAMENTO
Essa LEI (ainda que mais BENÉFICA) não retroagirá para
alcançar fatos ocorridos anteriormente a sua vigência.
Nenhuma outra LEI (ainda que mais BENÉFICA) retroagirá
para alcançar fatos ocorridos durante a vigência de leis
excepcionais ou temporárias.
Contagem de prazo 
� O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.
(art. 10 do CP)
� O dia é o lapso temporal entre meia-noite e meia-noite.
� O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês seguinte, terminando
às 24 horas, pouco importando quantos são os dias de cada mês.
� O ano é contado de certo dia às 24 horas da véspera do dia de idêntico número do mesmo
mês do ano seguinte, não importando seja bissexto qualquer deles.
� Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as 
frações de dia. 
CAROLINA DEFILIPPI
� Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as 
frações de dia. 
(art. 11 do CP)
EXEMPLO:
AA
condenado a 
3 anos e 20 dias
06
Janeiro
2000
25
Janeiro
2003 AA
terá cumprido
a pena
QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB
(EXAME 120/SP)
51. No atinente aos prazos penais, é correto dizer que
(A) dia do começo inclui-se no cômputo do prazo.
(B) eles são improrrogáveis.
(C) que são desprezadas as frações de dia em seu cômputo.
(D) todas as alternativas estão corretas.
(EXAME 119/SP)
CAROLINA DEFILIPPI
(EXAME 119/SP)
52. Lei posterior que passa a cominar ao crime pena menor
(A) não tem aplicação aos fatos anteriores porque cometidos 
anteriormente à sua vigência.
(B) tem aplicação aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado.
(C) tem aplicação aos fatos anteriores, desde que não tenha ocorrido o 
trânsito em julgado da sentença condenatória.
(D) tem aplicação aos fatos anteriores, desde que não tenha ocorrido o 
trânsito em julgado da sentença condenatória para a defesa.
Módulo F Módulo F 
APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
CAROLINA DEFILIPPI
APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL 
EFICÁCIA DA EFICÁCIA DA 
LEI PENAL NO ESPAÇOLEI PENAL NO ESPAÇO
Lugar do Crime 
Art. 6°: "Considera-se praticado o crime no lugar em que 
ocorreu a ação ou omissão , no todo ou em parte , bem 
como onde se produziu ou devia produzir-se o resultado."
= teoria da ubiqüidade= teoria da ubiqüidade
CAROLINA DEFILIPPI
EFEITO 
INTERMÉDIO
CRIME 
CONSUMADO CRIME 
TENTADO
LUGAR 
DO CRIME
ONDE ACONTECERAM TODOS OS ATOS EXECUTÓRIOSTODOS OS ATOS EXECUTÓRIOS
ONDE ACONTECEU ALGUM DOS ATOS EXECUTÓRIOSALGUM DOS ATOS EXECUTÓRIOS
ONDE ACONTECEU O IMPEDIMENTO IMPEDIMENTO 
PARA O RESULTADOPARA O RESULTADO
ONDE ACONTECEU O RESULTADORESULTADO
Eficácia da Lei Penal no Espaço
Princípio da Princípio da 
territorialidade territorialidade 
A lei penal somente tem aplicação no território
do Estado que a criou.
Princípio da Princípio da 
nacionalidadenacionalidade
A lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos,
não importando onde eles se encontrem. O que
importa é a nacionalidade do sujeito.
Princípio da Princípio da Tal princípio leva em conta a nacionalidade do
bem jurídico lesado pelo crime, sem se importar
� Existem cinco princípios, previstos no Código, 
para tentar solucionar os conflitos penais no espaço
Princípio da Princípio da 
defesa defesa bem jurídico lesado pelo crime, sem se importarcom o local de sua prática ou com a
nacionalidade do agente.
Princípio da Princípio da 
justiça penal justiça penal 
universal universal 
Determina o poder de cada Estado punir
qualquer crime, pouco importando a
nacionalidade do delinqüente e da vítima, ou
onde ele foi praticado.
Princípio da Princípio da 
representaçãorepresentação
a lei penal de determinado Estado também é
aplicada aos delitos cometidos em aeronaves e
embarcações privadas, quando
realizados no estrangeiro e aí
não venham a ser julgados
Princípios adotados pelo CP 
princípio da princípio da 
territorialidadeterritorialidade ART. 5º CP
REGRAREGRA
princípio da princípio da 
proteção proteção 
Art. 7°,I, 
e § 3° do CPEE
XX
CAROLINA DEFILIPPI
XX
CC
EE
ÇÇ
ÕÕ
EE
SS
princípio da justiça princípio da justiça 
universal universal 
Art. 7°,II, 
“a” do CP
princípio da princípio da 
nacionalidade ativanacionalidade ativa
Art. 7°,II, 
“b” do CP
princípio
da princípio da 
representaçãorepresentação
Art. 7°,II, 
“c” do CP
Territorialidade 
Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e 
regras de direito internacional, ao crime cometido no território território 
nacionalnacional. 
território território 
nacionalnacional
O solo ocupado pela corporação política com limites 
reconhecidos
Regiões separadas do solo principal
nacionalnacional
conceito jurídico:conceito jurídico: o 
território abrange todo o 
espaço em que o Estado 
exerce sua soberania
Rios, lagos e mares interiores
Golfos, baías e portos
A faixa de mar exterior, que corre ao longo da costa 
e constitui o "mar territorial“ (= 12 milhas)
Todo espaço aéreo correspondente
Embarcações e aeronaves, em determinadas 
situações
Embarcações e Aeronaves
EMBARCAÇÕESEMBARCAÇÕES
AERONAVESAERONAVES
SÃO
TERRITÓRIO TERRITÓRIO 
BRASILEIROBRASILEIRO
Em Em qualquer lugarqualquer lugar
que estiveremque estiverem
PÚBLICASPÚBLICAS
ouou
a serviço do a serviço do 
GOVERNO GOVERNO 
BRASILEIROBRASILEIRO
TERRITÓRIO TERRITÓRIO 
BRASILEIROBRASILEIROMERCANTES MERCANTES ou ou 
Art. 5º, §1º CP
CAROLINA DEFILIPPI
EMBARCAÇÕESEMBARCAÇÕES
AERONAVESAERONAVES
SÃO
BRASILEIROBRASILEIRO
Apenas em Apenas em 
território território 
nacionalnacional
MERCANTES MERCANTES ou ou 
dede
PROPRIEDADE PROPRIEDADE 
PRIVADAPRIVADA
EMBARCAÇÕESEMBARCAÇÕES
SÃO
TERRITÓRIO TERRITÓRIO 
BRASILEIROBRASILEIRO
Quando estiverem Quando estiverem 
em em território território 
nacionalnacional
dede
PROPRIEDADE PROPRIEDADE 
PRIVADAPRIVADA
AERONAVESAERONAVES
Art. 5º, §2º CP
ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIALENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL : 
“Crime cometido a bordo de navio mercante estrangeiro em águas
territoriais Brasileiras - Prática que importa perturbação da tranqüilidade da
nação - Aplicação da lei penal nacional - Incidência do art.301 do Código
de Bustamante* afastada, tanto mais quando os países de nacionalidade
de autor e vítima e da bandeira do navio não são signatários da Convenção
de Havana de 1928.
Ementa oficial: Penal. Crime cometido a bordo de navio mercante.
Aplicação da lei penal brasileira. Código de Bustamante. Ao crime cometido
CAROLINA DEFILIPPI
Aplicação da lei penal brasileira. Código de Bustamante. Ao crime cometido
em águas territoriais do Brasil a bordo de navio mercante de outra
nacionalidade se aplica a lei penal brasileira, afastada a incidência do
art.301 do Código de Bustamante, por importar a sua prática em
perturbação da tranqüilidade do nosso País, tanto mais quando os países
de nacionalidade de autor e vítima e da bandeira do navio não são
signatários da Convenção de Havana de 1929."(RHC 853, BA, Sexta
Turma, j.12.11.90, rel. Ministro Dias Trindade - DJU 3.12.90, RT-665/353)”
* Convenção de Direito Internacional Privado, de
Havana, de 13/08/1929 assinada pelo Presidente
Washington Luis Pereira De Sousa
Extraterritorialidade
� Ficam sujeitos à lei brasileira – INDEPENDENTEMENTE DE
QUALQUER CONDIÇÃO – embora cometidos no estrangeiro:
INCONDICIONADA INCONDICIONADA –– ART. 7º, IART. 7º, I
� Os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da
República;
CAROLINA DEFILIPPI
� Os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do
Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa
pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público;
� Os crimes contra a administração pública, por quem está a seu
serviço;
� O crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou
domiciliado no Brasil;
Extraterritorialidade
� Ficam sujeitos à lei brasileira embora cometidos no estrangeiro:
CONDICIONADA CONDICIONADA –– ART. 7º, IIART. 7º, II
� crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a
reprimir;
CAROLINA DEFILIPPI
reprimir;
� crimes praticados por brasileiro no estrangeiro;
� delitos praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras,
mercantes ou de propriedade privada, quando em território
estrangeiro e aí não sejam julgados;
Desde que cumpridas as seguintes CONDIÇÕESCONDIÇÕES::
(TODAS)(TODAS)
Entrar o agente
do delito, em
território nacional
– pouco importando
se o ingresso é ou
não voluntário, se
sua presença é
longa ou rápida, se
veio a passeio ou a
Ser o fato punível,
também, no país
em que foi ele
cometido – pouco
importando se o
ingresso é ou não
voluntário, se sua
presença é longa ou
rápida, se veio a
Estar o crime incluído
entre aqueles pelos
quais a lei brasileira
admite a extradição –
A Lei de Estrangeiro (Lei
n° 6.815/80) impede a
extradição em alguns
casos.
veio a passeio ou a
negócio, legal ou
clandestinamente.
rápida, se veio a
passeio ou a
negócio, legal ou
clandestinamente.
Não ter sido absolvido no estrangeiro
ou não ter aí cumprido a pena - se o
agente foi absolvido ou cumpriu a pena no
estrangeiro, ocorre uma causa de extinção
da punibilidade. Se, por sua vez, a sanção
foi cumprida parcialmente, novo processo
pode ser instaurado no Brasil (art. 8º CP)
Não ter sido o sujeito
perdoado no estrangeiro
ou, por outro motivo,
não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei
mais favorável.
CAROLINA DEFILIPPI
Crime cometido por estrangeiro
contra brasileirocontra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3°) 
Aplica-se a lei brasileira desde que cumpridas as seguintes
CONDIÇÕES:
� que não tenha sido pedido ou tenha sido negada a extradição
� que haja requisição do Ministro da Justiça
Cumulativamente com TODAS as CONDIÇÕES anteriores:Cumulativamente com TODAS as CONDIÇÕES anteriores:
1. Entrar o agente do delito, em nosso território.
2. Ser o fato punível, também, no país em que foi ele
cometido;
3. Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei
brasileira admite a extradição;
4. Não ter sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí
cumprido a pena;
5. Não ter sido o sujeito perdoado no estrangeiro ou, por
outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo
a lei mais favorável.
CAROLINA DEFILIPPI
Pena cumprida no Estrangeiro 
A pena cumprida no estrangeirocumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil 
pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando 
idênticas. (Art. 8º CP)
� FUNDAMENTO: proibição do "bis in idem" 
EXEMPLOS:
CAROLINA DEFILIPPI
PENAS
DIVERSAS
PENAS 
IDÊNTICAS 
ATENUA
COMPUTA
“A” recebeu pena de multa no estrangeiro e
uma pena de reclusão, no Brasil. A pena de
multa que foi paga no estrangeiro atenuaatenua,
obrigatoriamente, a pena privativa de liberdade
imposta no Brasil.
“A” recebeu pena de detenção de 2 anos
no estrangeiro e uma pena de detenção de
5 anos, no Brasil. A pena de detenção que
foi cumprida no estrangeiro éé computadacomputada,
(5 – 2 = 3) obrigatoriamente, na pena de
reclusão imposta no Brasil (=DETRAÇÃO).
QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB
(EXAME 124/SP)
54. O Código Penal adotou
(A) a teoria do resultado, em relação ao tempo do crime, e a teoria 
da ubiqüidade, em relação ao lugar do crime.
(B) a teoria da atividade, em relação ao tempo do crime, e a teoria 
da ubiqüidade, em relação ao lugar do crime.
(C) a teoria da atividade, em relação ao tempo do crime, e a teoria 
CAROLINA DEFILIPPI
(C) a teoria da atividade, em relação ao tempo do crime, e a teoria 
do resultado, em relação ao lugar do crime.
(D) a teoria do resultado, em relação ao tempo do crime, e a teoria 
da atividade, em relação ao lugar do crime.
QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB
(EXAME 124/SP)
51. São princípios que regem a aplicação da lei penal no espaço:
a) da territorialidade, da defesa, da justiça universal, da 
nacionalidade e da continuidade.
b) da territorialidade, da defesa, da representação, da justiça 
universal e da nacionalidade.
c) da defesa, da justiça
universal, da nacionalidade, da 
CAROLINA DEFILIPPI
c) da defesa, da justiça universal, da nacionalidade, da 
representação e da continuidade.
d) da territorialidade, da defesa, da justiça universal, do espaço 
mínimo e da continuidade.
QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB
19. Assinale a alternativa correta, diante do caso concreto:
Um brasileiro nato cometeu um crime de genocídio na
Austrália.
a) Por ser um brasileiro nato, aplicam-se as regras pertinentes ao
Direito Penal Internacional, com julgamento pelo Tribunal Penal
Internacional.
b) A lei do território estrangeiro é soberana, eis que foi lá o crime
CAROLINA DEFILIPPI
b) A lei do território estrangeiro é soberana, eis que foi lá o crime
praticado, aplicando-se então o princípio da territorialidade.
c) O agente fica sujeito à lei brasileira, embora o crime tenha sido
cometido no estrangeiro, pois se aplica o princípio da
extraterritorialidade.
d) É exclusivamente competente para julgar o lugar do crime em
que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como
onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais