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Módulo A Módulo A Introdução ao Introdução ao CAROLINA DEFILIPPI Introdução ao Introdução ao Estudo do Direito PenalEstudo do Direito Penal Introdução O fato social é sempre o ponto de partida na formação da noção do Direito fato social contrário à norma ilícito jurídico ILÍCITO PENAL CAROLINA DEFILIPPI O Estado estabelece normas jurídicas com a finalidade de combater esses ilícitos Conjunto de normas jurídicas DIREITO PENAL= Estudo - Do crime - Da pena - Do delinqüente Código Penal O Código Penal vigente é o Decreto-Lei nº 2848 de 07 de dezembro de 1940 É dividido em: CAROLINA DEFILIPPI É dividido em: • PARTE GERAL - dos artigos 1º ao 120 • PARTE ESPECIAL - dos artigos 121 ao 361 Conceito de Direito Penal � Von Liszt define o Direito Penal como “o conjunto das prescrições emanadas do Estado, que ligam ao crime – como fato – à pena, como conseqüência” Crítica: o direito penal, hoje, não se preocupa somente com a pena. Tanto que existem as medidas de seguranças (inimputáveis) � Damásio E. de Jesus dá uma definição mais completa de Direito CAROLINA DEFILIPPI � Damásio E. de Jesus dá uma definição mais completa de Direito Penal, afirmando que ele consiste em: “Um conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, à pena como conseqüência e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade das medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado" Caracteres do Direito Penal � O Direito Penal, por regular as relações do indivíduo com a sociedade, pertence ao Direito Público. Isso porque em um dos lados da relação jurídica nascida com a prática do crime temos a figura do Estado, que exercerá o direito de punir e do outro lado teremos o indivíduo, detentor do direito à liberdade. prática SUJEITO que tem o Direito à Liberdade (princípio da legalidade) CAROLINA DEFILIPPI prática do crime faz nascer relação entre Direito à Liberdade (princípio da legalidade) ESTADO que tem o Direito de Punir (“jus puniendi”) Verifica-se que mesmo nas hipóteses em que a ação se movimenta por iniciativa do particular (AÇÃO PRIVADA), o direito de punir continua a pertencer exclusivamente ao Estado Caracteres do Direito Penal O Direito Penal é ciência cultural, normativa, valorativa e finalista � CULTURAL porque pertence à classe das ciências do "dever-ser" e não à do "ser". Ele diz como as coisas, em verdade, deveriam ser. � NORMATIVA, porque tem a finalidade de estudar a norma, ou seja, a regra de conduta. � VALORATIVA porque o Direito coloca uma hierarquia entre as normas, não CAROLINA DEFILIPPI � VALORATIVA porque o Direito coloca uma hierarquia entre as normas, não lhes dando o mesmo valor. � FINALISTA porque tem como fim a defesa da sociedade, através da proteção de bens jurídicos fundamentais. É ainda, sancionador porque através da cominação da sanção (previsão de penas), protege outra norma jurídica de natureza extra-penal. E é também é dogmático porque expõe o seu direito através de normas jurídicas, exigindo o seu cumprimento sem reservas. Direito Penal subjetivo e Direito Penal objetivo O Direito Penal tem na sanção seu meio de ação SUBJETIVO OBJETIVOSUBJETIVO OBJETIVO É o direito de punir do Estado (“jus puniendi”). Esse direito tem limites no Direito Penal Objetivo (= conjunto de normas), não sendo ilimitado. É o próprio ordenamento jurídico- penal, correspondendo, portanto, à sua definição. É, justamente, o conjunto de normas colocadas pelo Estado para regular as relações humanas. Direito Penal comum e Direito Penal especial O critério para diferenciação entre o Direito Penal COMUM e ESPECIAL reside no órgão encarregado de aplicar o direito objetivo JUSTIÇA Comum [Federal e Estadual] Especial [Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar] COMUM ESPECIAL Aplica-se a todos os cidadãos. Se a aplicação do direito ao caso concreto não demandar jurisdições próprias, sua qualificação será de norma penal comum. Tem seu campo de incidência restrito a uma classe de cidadãos conforme qualidades particulares. Se a norma objetiva somente se aplicar por meio de órgãos especiais constitucionalmente previstos, a norma terá caráter especial. Direito Penal material e Direito Penal formal MATERIAL (substantivo) FORMAL (adjetivo) É representado pela Lei Penal, que define as condutas típicas e É o Direito Processual Penal que determina as regras de aplicação que define as condutas típicas e estabelece as sanções. determina as regras de aplicação do Direito Penal substantivo. • crítica: O Direito Processual Penal não é complemento do Direito Penal material e sim, um Direito autônomo que não pode ser considerado “adjetivo” do Direito Penal Módulo B Módulo B Princípios fundamentais do Princípios fundamentais do CAROLINA DEFILIPPI Princípios fundamentais do Princípios fundamentais do Direito PenalDireito Penal Introdução Definição de condutas delituosas Justa interpretação e aplicação da lei CAROLINA DEFILIPPI BRASIL Estado Democrático de Direito DIREITO PENAL Princípios Constitucionais condutas delituosas Princípio da legalidade � Princípio da reserva legal artigo 5° , XXXIX, da CF artigo 1° do CP "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal." CAROLINA DEFILIPPI LEICRIME PENA Portanto: a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito não podem instituir delitos ou penas Princípio da legalidade � Entendimento Jurisprudencial: “PENAL E PROCESSUAL. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. PENA-BASE ACIMA DO PREVISTO LEGALMENTE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO. FIXAÇÃO DA PENA-BASE ACIMA DO PATAMAR ESTABELECIDO NO ART. 8º DA LEI 8.072/90 E DE PENA CAROLINA DEFILIPPI ESTABELECIDO NO ART. 8º DA LEI 8.072/90 E DE PENA PECUNIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO STF. ORDEM CONCEDIDA. A aplicação da pena-base fora do patamar estabelecido pela referida norma e a imposição de pena pecuniária aos condenados pela prática do delito de associação para o tráfico de entorpecentes configura constrangimento ilegal, pois viola o princípio da legalidade.” Princípio da anterioridade da lei � artigo 5°, XXXIX, da CF artigo 1°do CP "Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal." CAROLINA DEFILIPPI Não há pena sem prévia cominação legal." 10/04/04 JOÃO PRATICOU CONDUTA A 20/09/05 ENTROU EM VIGOR A LEI X QUE INCRIMINA A CONDUTA A JOÃO NÃO PODE SER PUNIDO PELA CONDUTA A QUE PRATICOU Princípio da irretroatividade da lei penal mais severa � artigo 5°, XL, da CF artigo 2°do CP “A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu." CAROLINA DEFILIPPI 10/04/04 JOÃO PRATICOU CONDUTA A CUJA PENA ERA DE 6 A 20 ANOS 20/09/05 ENTROU EM VIGOR A LEI X QUE DETERMINA QUE A CONDUTA A TERÁ PENA DE 15 A 30 ANOS , A LEI X NÃO RETROAGE JOÃO NÃO PODE SER PUNIDO COM PENA DE 15 A 30 ANOS30/01/06 JULGAMENTO DE JOÃO Princípio da irretroatividade da lei penal mais severa � Diferente se: CAROLINA DEFILIPPI 10/04/04 JOÃO PRATICOU CONDUTA B CUJA PENA ERA DE 8 A 12 ANOS 20/09/05 ENTROU EM VIGOR A LEI Y QUE DETERMINA QUE A CONDUTA B TERÁ PENA DE 4 A 6 ANOS , A LEI Y RETROAGE JOÃO SERÁ PUNIDO COM PENA DE 4 A 6 ANOS30/01/06 JULGAMENTO DE JOÃO Princípio da insignificância � Tal princípio está ligado aos chamados crimes de bagatela (ou delito de lesão mínima) � Segundo ele, o Direito Penal só deve intervir nos casos de lesão de certa gravidade, reconhecendo a atipicidade do fato nas hipóteses de perturbações jurídicas mais leves. conduta CAROLINA DEFILIPPI Neste sentido, as seguintes decisões: “Princípio da insignificância - Aplicabilidade - Descaminho - Aquisição de objetos no exterior em pequena quantidade e de valores reduzidos, sem a devida documentação - Adequação social da conduta.” (RT-753/706) “Furto - Agente que subtrai uma cédula de um real - Aplicação do princípio da insignificância - Absolvição decretada.” (RT-738/652) REQUISITOS DESVALOR conduta dano culpabilidade Princípio da presunção do estado de inocência � artigo 5°, LVII, da CF "Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória." TRÂNSITO EM = CAROLINA DEFILIPPI TRÂNSITO EM JULGADO DE SENTEÇA CONDENATÓRIA NÃO CABE MAIS NENHUM RECURSO = � RÉU CULPADO � EXECUÇÃO DA PENA Neste sentido: "Rol dos culpados - Lançamento do nome do réu - Impossibilidade antes do trânsito em julgado da sentença condenatória - Consagração do princípio constitucional da presunção da inocência."(RESE 134.320-3/4 - 4° C., j.20.6.94) Princípio do "ne bis in idem" � Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. � Duplo significado: � PENAL MATERIAL: ninguém pode sofrer duas penas em face de um mesmo crime � PROCESSUAL: ninguém pode ser processado e julgado duas vezes pela mesma conduta. EXEMPLO: CAROLINA DEFILIPPI A MATA B USO DE EXPLOSIVO = qualificadora (art. 121,2º, III) = agravante (art. 61, II, d) O USO DO EXPLOSIVO NÃO PODERÁ SER LEVADO EM CONTA PARA QUALIFICAR E AGRAVAR A PENA NO MESMO CRIME. EXEMPLO: Princípio do “in dúbio pro reo” � O acusado da prática de uma infração penal em seu julgamento final, havendo dúvida deverá ser absolvido. � Corolário do campo das provas, tal princípio deve ser aplicado toda vez que houver dúvida, a interpretação deve ser feita de maneira mais favorável ao réu. HAVENDO DÚVIDA EM RELAÇÃO A QUALQUER CIRCUNSTÂNCIA DO CASO A DECISÃO TEM QUE SER NO SENTIDO DE FAVORECER O RÉU Princípio da Dignidade da Pessoa Humana “A República Federativa do Brasil, ... , constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa humana;” (art. 1º, III da CF) � Este princípio é fundamento da República e do Estado Democrático de Direito assim, o homem,Estado Democrático de Direito assim, o homem, antes de ser considerado como cidadão, vale como pessoa. � Defender a dignidade do ser humano significa protegê-lo de ações arbitrárias e indevidas por parte do Estado ou de todos aqueles que detém poder sobre outrem. � A intervenção jurídico-penal jamais deve servir-se de instrumento vexatório ou repugnante, mesmo que seja contra o pior dos delinqüentes, devendo a razão estar acima de tudo para tratar a criminalidade. Convenção Americana de Direitos Humanos (1969) (Pacto de San José da Costa Rica) Preâmbulo Os Estados Americanos signatários da presente Convenção, reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições democráticas, um regime � de liberdade pessoal e de justiça social, CAROLINA DEFILIPPI de liberdade pessoal e de justiça social, � fundado no respeito dos direitos humanos essenciais; � reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser ela nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa humana (...); � reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, só pode ser realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos seus direitos civis e políticos. QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB 16. O Princípio da Legalidade é também denominado de: a) Reserva Legal. b) Common Law. c) Analogia Legal. d) Liberdade Legal. CAROLINA DEFILIPPI 17. "É fundamental que a lei penal incriminadora seja editada antes da ocorrência do fato criminoso." Distinga os princípios que alicerçam essa afirmativa: a) da legalidade e da anterioridade da lei penal. b) da extra e da ultratividade condicional da lei penal. c) da abolitio criminis e do in dubio pro reo. d) da lei anterior e da lei posterior benignas. Módulo C Módulo C CAROLINA DEFILIPPI Módulo C Módulo C Fontes do Direito PenalFontes do Direito Penal Introdução FONTES lugar de onde provém a norma de Direito FONTES DE PRODUÇÃO (MATERIAL) CAROLINA DEFILIPPI FONTES DIREITO PENAL (MATERIAL) FONTES DE CONHECIMENTO (FORMAL) FONTES DE PRODUÇÃO FONTE MATERIAL = órgão encarregado da elaboração da norma penal ESTADO Quem é o órgão competente para a produção das leis penais? CAROLINA DEFILIPPI ESTADO O Brasil é composto de alguns entes federativos: • União • Estados-membros • Municípios • Distrito Federal compete à União legislar sobre Direito Penal (artigo 22, I da CF) FONTES DE CONHECIMENTO FONTES fonte formal imediata LEI Como o direito penal se revela? CAROLINA DEFILIPPI FONTES FORMAIS fonte formal mediatas costumes e princípios gerais do direito Fonte Formal IMEDIATA A única fonte imediata de conhecimento é a leilei Através dela, o Direito se revela imediatamente, de forma direta. NORMA LEI � Mandamento de um comportamento normal, retirado do senso comum da � ato em que se expressa a função legislativa do Estado � textoretirado do senso comum da coletividade � refere-se ao conteúdo � pode estar em um ou mais dispositivos legais � texto � simples veículo de norma A lei é o texto como expressão formal. Compõe o dispositivo. A norma é o significado jurídico desta, é a expressão do dever ser jurídico. O texto é o O texto é o veículoveículo, enquanto a norma é o , enquanto a norma é o dever serdever ser veiculado.veiculado. Classificação das normas penais As normas penais classificam-se em: 1. normas penais incriminadoras 2. normas penais não incriminadoras: CAROLINA DEFILIPPI 2. normas penais não incriminadoras: �permissivas �explicativas (ou finais ou complementares) Normas Penais Incriminadoras � descreve uma conduta ilícita (contrária ao direito, ao ordenamento jurídico), impondo uma sanção ao agente. norma penal incriminadora preceito primário preceito secundário definição do comportamento humano ilícito exposição da sanção que se associa à == ++ CAROLINA DEFILIPPI humano ilícito associa à conduta �EXEMPLO: o legislador não diz expressamente que "matar é crime". Ele descreve a conduta "matar alguém", estabelecendo determinada sanção. Assim, o princípio imperativo que deve ser obedecido (não matar ninguém) não está de maneira expressa na norma penal. Somente quando uma conduta se amolda a uma norma penal incriminadora é que o Estado adquire o direito concreto de punir. Normas Penais Não Incriminadoras � PERMISSIVAS: determinam a licitudelicitude ou a impunibilidadeimpunibilidade de certas condutas, embora estas sejam típicas em face das normas incriminadoras. Exemplos: arts. 20 a 27, 28, parágrafo segundo e art. 128 do CP. CAROLINA DEFILIPPI A MÉDICA PRATICA ABORTO COM CONSENTIMENTO B GESTANTE art. 126 norma penal incriminadora art. 128, II norma penal permissiva TORNA A CONDUTA LÍCITA gravidez resultante de estupro Normas Penais Não Incriminadoras � EXPLICATIVAS: � Também chamadas finais ou complementares Esclarecem o conteúdo das outras, ou delimitam o âmbito de sua aplicação Exemplos: artigos 4°, 5°, 7°, 10 a 12, 33, 327 do CP . PeculatoPeculato - Art. 312 - Apropriar-se o funcionáriofuncionário públicopúblico de CAROLINA DEFILIPPI PeculatoPeculato - Art. 312 - Apropriar-se o funcionáriofuncionário públicopúblico de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio: Art. 327 - Considera-se funcionáriofuncionário públicopúblico, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. NORMA EXPLICATIVA Normas Penais em Branco � Necessitam de complementação (de outro diploma) para que se possa compreender o âmbito de aplicação de seu preceito primário. EMEM SENTIDOSENTIDO GENÉRICOGENÉRICO: são aquelas em que o EMEM SENTIDOSENTIDO ESTRITOESTRITO: são aquelas cujo complemento CAROLINA DEFILIPPI são aquelas em que o complemento da norma é determinado pela mesma fonte formal da norma incriminadora, ou seja, a lei é complementada por outra lei. são aquelas cujo complemento está contido em norma procedente de outra instância legislativa, como, por exemplo, uma portaria ou decreto. Normas Penais em Branco EXEMPLOS: GENÉRICAGENÉRICA: Art. 237 - Contrair casamento conhecendo a existência de impedimentoimpedimento que lhe cause a nulidade. Esses impedimentosimpedimentos estão no ESTRITAESTRITA:: Art. 269 - Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é doença cuja notificação é compulsóriacompulsória. O rol de doençasdoenças está no CAROLINA DEFILIPPI Esses impedimentosimpedimentos estão no art.183, I e VIII do CC. O rol de doençasdoenças está no Código Sanitário Estadual. Sebastián Soler: “No entanto, a lei penal em branco não pode ser entendida como uma carta branca outorgada a determinado poder para que assuma funções repressivas, e, sim, deve ser entendido como o reconhecimento de uma faculdade meramente regulamentar.” Fonte Formal MEDIATA 1. Costume conjunto de normas de comportamento a que pessoas obedecem de maneira uniforme (ELEMENTO OBJETIVO) e constante pela convicção de sua obrigatoriedade (ELEMENTO SUBJETIVO) CAROLINA DEFILIPPI ESPÉCIES "contra legem" "secundum legem" "praeter legem" Conflita com a lei sem poder de modificá-la Esclarece e auxilia na aplicação dos dispositivos legais Cobre lacunas, especificando o conteúdo ou a extensão da lei Fonte Formal MEDIATA 2. Princípios gerais do direito � o artigo 4° da LICC permite que, nas hipóteses em que a lei for omissaomissa, o juiz poderá utilizar-se dos princípios gerais de direito, para solucionar a questão. CAROLINA DEFILIPPI � No entanto, somente pode suprir as normas penais não incriminadoras. Não pode criar crimes nem cominar penas. Módulo D Módulo D INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO CAROLINA DEFILIPPI INTERPRETAÇÃO INTERPRETAÇÃO DA DA LEI PENALLEI PENAL Introdução � Interpretar é retirar o significado e a extensão de uma norma em relação à realidade. É buscar o verdadeiro significado e alcance da lei afim de aplicá-la aos casos concretos da vida real. � Por mais clara que seja a letra da lei penal, ela não prescinde de interpretação tendente a explicar-lhe o significado, o justo pensamento, a sua real vontade. CAROLINA DEFILIPPI O que se busca com a interpretação? A vontade da leilei ou do legisladorlegislador? Há duas correntes: 1. A primeira afirma que o intérprete deve perseguir a vontade do legislador. (Escola Exegética). 2. Já a segunda sustenta a busca da vontade da lei. NOSSO ENTENDIMENTO: A lei independe de seu passado, importando apenas o que está contido em seus preceitos. ESPÉCIES DE INTERPRETAÇÃO QUANTO AO QUANTO AO SUJEITOSUJEITO QUANTO QUANTO AO MODOAO MODO QUANTO AO QUANTO AO RESULTADORESULTADO • autêntica • gramatical • declarativa• autêntica • gramatical • declarativa • doutrinária • lógica • restritiva • jurisprudencial • extensiva Quanto ao sujeitosujeito autêntica autêntica doutrináriadoutrinária jurisprudencialjurisprudencial = legislativa emana do legislador • Feita pelos estudiosos do Direito em livros, artigos, teses... = judicial • contextual Feita pelos Tribunais, mediante a reiteração • Doutrina = conjunto de estudos jurídicos de qualquer natureza • Feita no próprio texto da lei (art. 150 e §4º do CP – “casa”) mediante a reiteração de seus julgamentos • não contextual Feita por outra lei de edição posterior Quanto ao modomodo gramaticalgramatical lógicalógica = literal ou sintática = teleológica • O intérprete deve recorrer ao que dizem as palavras • No entanto, a simples análise gramatical, muitas vezes, não é • Consiste na indagação da vontade e da finalidade da lei • A interpretação teleológica se vale dos seguintes elementos: gramatical, muitas vezes, não é suficiente, porque pode levar a conclusão aberrante vale dos seguintes elementos: "ratio legis“ (razão da lei) sistemático histórico Direito Comparado extrapenal (político-social) extrajurídico Ocorrendo contradição entre as conclusões da interpretação literal e lógicalógica, deverá prevalecer a segunda, uma vez que atende às exigências do bem comum e aos fins da lei. Quanto ao resultadoresultado declarativadeclarativa restritivarestritiva extensivaextensiva • Dá à lei seu sentido literal – sem extensão, nem restrição. • A linguagem da lei diz mais do que o pretendido pela sua vontade. • O texto legal diz menos do que queria dizer. • Corresponde EXTAMENTE ao intuito do legislador. sua vontade. • Mostra-se necessária a restrição do alcance das palavras da lei até o seu real significado. • Mostra-se necessária a ampliação do alcance das palavras da lei para que a letra corresponda à vontade do texto Princípio "in dubio pro reo" em matéria de interpretação da lei penal O que fazer quando persiste a dúvida quanto à vontade da norma? Admitir que a dúvida deva ser resolvida contra o agente ("in dubio pro societate") Admitir que seja resolvida contra o agente CAROLINA DEFILIPPI CAMINHOSCAMINHOS Admitir que seja resolvida contra o agente ou contra a sociedade, segundo o livre convencimento do intérprete Resolver a questão da forma mais favorável ao agente NOSSO ENTENDIMENTO: no caso de irredutível dúvida entre o espírito e a letra da lei, é força acolher, em matéria penal, irrestritamente, o princípio "inin dubiodubio propro reoreo". Interpretação Progressiva = adaptativa ou evolutiva � Faz-se adaptando a lei às necessidades e concepções do presente. Afinal, não pode o juiz ficar alheio às transformações sociais, científicas e jurídicas. � A lei deve acompanhar as mudanças do ambiente, assim como sua evolução. Ela não pode parar no tempo. Entretanto, não podemos, a todo momento, alterá-la, devendo haver as devidas adequações. CAROLINA DEFILIPPI momento, alterá-la, devendo haver as devidas adequações. � Os limites dessa interpretação, perfeitamente legítima, restam determinados pela interpretação extensiva. EXEMPLOSEXEMPLOS da psiquiatria"doença mental" "coisa móvel" DEVEM SEGUIR SEGUIR OS AVANÇOS da indústria Interpretação analógica � A interpretação analógica é permitida toda vez que após uma seqüência casuística segue-se uma fórmula genérica, que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriormente elencados. EXEMPLO:EXEMPLO: Art. 121, §2º, IV, do CP Se o homicídio é cometido: seqüência casuística CAROLINA DEFILIPPI Se o homicídio é cometido: “à traição, emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recursooutro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.” Assim, o outro recurso deve ser semelhantesemelhante à traição, emboscada ou dissimulação (caráter insidioso). Trata-se de uma hipótese de interpretação analógica, em que a própria lei determina que se estenda seu conteúdo. seqüência casuística fórmula genérica Analogia ANALOGIA INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA Aplicar a uma hipótese não regulada por lei disposição relativa a um caso semelhante Na interpretação, o legislador deixa claro que a lei deseja que a norma abranja casos semelhantes aos já descritos fundamento da fundamento da analogiaanalogia natureza jurídica natureza jurídica da analogiada analogia requisitos da requisitos da analogiaanalogia “ubi eadem legis ratio, ibi eadem legis dispositio” = onde há a mesma razão, aplica-se o mesmo direito • forma de auto- integração da lei • não é fonte mediata do Direito Penal 1. fato analisado não regulado pelo legislador. 2. legislador, no entanto, tenha regulado situação semelhante. 3. semelhança entre a situação regulada e a não prevista. Espécies de Analogia “in bonam partem”“in bonam partem” “in malam partem”“in malam partem” = em benefício da parte no caso de leis penais não incriminadoras é perfeitamente permitido o uso da analogia a favor da parte = em malefício da parte nãonão pode ser usada para criar crimes ou penas, os quais o legislador não tenha determinado (princípio da reserva legal) Art. 128 do CP - Não se pune o aborto praticado por médico: II - se a gravidez resulta de estuproestupro (...) EXEMPLOS:EXEMPLOS: Também não se pune o médico se a gravidez resulta de atentado violento ao pudor = ANALOGIA in bonam partem Art. 269 do CP - Deixar o médicomédico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória Se um fisioterapeuta deixar de denunciar nesse caso, ele não pode ser punido = ANALOGIA in malam partem QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB (EXAME 125/SP) 56. A fonte formal direta no Direito Penal (A) pode ser a lei e a eqüidade, esta somente no tocante à fixação da pena. (B) pode ser a lei, os costumes e os princípios gerais do direito. (C) pode ser a lei e a analogia in bonan partem. (D) é somente a lei. CAROLINA DEFILIPPI (D) é somente a lei. (EXAME 123/SP) 66. O art. 269 do Código Penal: “Deixar o médico de denunciar à autoridade pública doença cuja notificação é compulsória” (A) pode ser aplicado, por analogia, ao dentista. (B) prevê crime que admite tentativa. (C) prevê crime omissivo puro. (D) não configura norma penal em branco. MóduloMódulo E E APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL EFICÁCIA DA EFICÁCIA DA LEI PENAL NO TEMPOLEI PENAL NO TEMPO Introdução � a LEI PENAL nasce, vive e morre sançãosançãosançãosanção promulgaçãopromulgaçãopromulgaçãopromulgação publicaçãopublicaçãopublicaçãopublicação revogaçãorevogaçãorevogaçãorevogação CAROLINA DEFILIPPI é o ato pelo qual o Presidente da República aprova e confirma uma lei. Com ela, a lei está completa. Ela transforma um “projeto de lei” em “lei” ato pelo qual se atesta a existência da lei e se determina a todos que a observem. Sua finalidade é conferir-lhe autenticidade ato pelo qual a lei se torna conhecida de todos, tornando-se, assim, seu cumprimento obrigatório expressão genérica que traz a idéia de cessação da existência de regra obrigatória sançãosançãosançãosanção promulgaçãopromulgaçãopromulgaçãopromulgação publicaçãopublicaçãopublicaçãopublicação revogaçãorevogaçãorevogaçãorevogação • ab-rogação a lei se extingue totalmente • derrogação autoridade da lei cessa em parte Em regra, o fato, para ser punido, deve ser cometido entre o momento em que a lei nasce – tornando-se totalmente expressa a lei, expressamente, determina a cessação da vigência da norma anterior tácita o novo texto é incompatível com o anterior ou regula inteiramente a matéria precedente nasce – tornando-se obrigatória – até o momento em que ela morre – é revogada "tempus regit "tempus regit actum"actum" CAROLINA DEFILIPPI Tempo do crime Em que momento momento podemos dizer que a infração foi praticada? TRÊS teoria da atividadeteoria da atividade: momento em que o agente executa a conduta criminosa – ação ou omissão – independentemente do momento do resultado teoria do resultado:teoria do resultado: momento da produção do resultado, independentemente do momento da CAROLINA DEFILIPPI TRÊS TEORIAS resultado, independentemente do momento da ação ou da omissão. teoria da ubiqüidade:teoria da ubiqüidade: tanto o momento da ação ou da omissão quanto o momento do resultado. Art. 4°: "Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado" = = teoriateoria dada atividadeatividade Regra de aplicação da Lei Penal no Tempo ENTRADA REVOGAÇÃO EFICÁCIA DA LEI FATOFATO FATO NÃO RETROAGE NÃO ULTRA-AGE ENTRADA EM VIGOR REVOGAÇÃOFATOFATO FATO a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu CONCLUSÃOCONCLUSÃO salvo para beneficiar o réu (art. 5º, XL da CF e art. 2º p. único do CP) •• EXCEÇÃOEXCEÇÃO "tempus regit actum“ a lei penal NÃO retroage e NÃO ultra-age •• REGRAREGRA Conflitos de lei penal no tempo 2) a lei nova incrimina fatos antes considerados lícitos, permitidos = (novatio(novatio legislegis incriminadora)incriminadora) 1) a lei nova suprime normas incriminadoras anteriormente existentes = (abolitio(abolitio criminis)criminis) 2005 – LEI “A” = conduta “X” deixa de ser crime “P” não será punido = abolitio criminis 2004 – LEI “B” = conduta “Y” passa a ser crime 2002 - “M” pratica conduta “Y” “M” não será punido = novatio legis incriminadora 2004 - “P” pratica conduta “X” CAROLINA DEFILIPPI 3) a lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do sujeito = (novatio(novatio legislegis inin pejus)pejus) 4) a lei nova modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito = (novatio(novatio legislegis inin mellius)mellius) 2003 – LEI “C” = conduta “W” pena de 10 a 15 anos 2000 - “J” pratica conduta “W” com pena de 4 a 6 anos “J” será punido com pena de 4 a 6 anos = novatio legis in pejus 2002 – LEI “D” = conduta “Z” pena de multa 2001 - “K” pratica conduta “Z” com pena de 7 a 9 anos “K” será punido com pena de multa = novatio legis in mellius Abolitio Criminis lei posterior que deixa de considerar um fato como crime (art. 2º, caput do CP) �� FundamentoFundamento: A ab-rogação de lei penal incriminadora supõe que o Estado já não mais considera aquele fato contrário aos interesses da sociedade. �� NaturezaNatureza jurídicajurídica: Constitui fato jurídico extintivo da punibilidade (art. 107, III do CP). O Estado, portanto, perde a possibilidade de punir o agente. CAROLINA DEFILIPPI �� ExclusãoExclusão dede todostodos osos efeitosefeitos jurídicojurídico--penaispenais: 1) Se a persecução criminal ainda não foi movimentada, o processo não poderá sequer ser iniciado. 2) Se o processo estiver em andamento, deverá ser trancado mediante decretação da extinção da punibilidade. 3) Se já existe sentença condenatória com trânsito em julgado, a pretensão executória não pode ser efetivada. 4) Se o condenado está cumprindo pena, deve ser decretada a extinção da punibilidade, devendo o sujeito ser solto. 5) Cessam todos os efeitos da condenação. Novatio Legis in Pejus 1. A sanção imposta hoje ao crime é mais grave em qualidade que a da lei precedente. 2. A sanção imposta hoje, embora da mesma qualidade, é mais severa quanto à maneira de execução. 3. A quantidade da pena em abstrato é aumentada. 4. A quantidade da pena em abstrato é mantida, mas a maneira de sua fixação é mais rígida que a determinada pela lei anterior. 5. Inclusão de qualificadoras antes inexistentes. 6. Lei nova suprime benefícios determinados pela lei anterior, referente à suspensão ou interrupção da execução da pena. CAROLINA DEFILIPPI 6. Lei nova suprime benefícios determinados pela lei anterior, referente à suspensão ou interrupção da execução da pena. 7. Lei nova exclui causas de extinção da punibilidade. 8. Lei nova exclui escusas absolutórias anteriormente existentes. 9. Lei nova exclui causas de exclusão da ilicitude ou da culpabilidade. ATENÇÃOATENÇÃO! todas as vezes que a lei nova ! todas as vezes que a lei nova prejudicaprejudica o sujeito, ela o sujeito, ela nãonão poderá retroagirpoderá retroagir Novatio Legis in Mellius � Lei nova inclui circunstâncias que beneficiam o sujeito. � Lei nova cria causas extintivas da punibilidade não reconhecidas pela lei anterior. � Lei nova permite a obtenção de benefícios não permitidos ou facilita sua obtenção. � Lei nova acresce causas de exclusão da ilicitude, da culpabilidade, ou escusas absolutórias, antes inexistentes. � Lei nova exclui a concessão de extradição. CAROLINA DEFILIPPI � Lei nova exclui a concessão de extradição. � Lei nova que comina penas menos rigorosa (em qualidade, quantidade ou modo de execução). ATENÇÃOATENÇÃO! O! O princípio da retroatividade da lei mais benéfica é incondicional, podendo aplicar- se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado (art. 2º, p. único do CP) Lei Intermediária 20032003 Lei “A” pena de 20042004 Lei “BB” pena de 20052005 Lei “C” pena de LEI MAIS BENÉFICALEI MAIS BENÉFICA ULTRAULTRA--AGEAGE APLICANDO-SE A FATOS OCORRIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIAVIGÊNCIA CAROLINA DEFILIPPI Lei “A” pena de 3 a 6 anos Lei “BB” pena de 1 a 4 anos Lei “C” pena de 9 a 12 anos FATOFATO RETROAGERETROAGE PARA BENEFICIARBENEFICIAR O RÉU APLICANDO-SE A FATOS PASSADOS REGRA: VIGÊNCIA E APLICAÇÃO DA LEI “C”LEI “C” Leis Penais Temporárias e Excepcionais Leis promulgadas em casos excepcionais (calamidade pública, guerras, revoluções, epidemias...) com vigência restrita à EXCEPCIONAIS Leis com vigência previamente estipulada pelo legislador – com dia determinado para início e fim de sua aplicação TEMPORÁRIAS epidemias...) com vigência restrita à duração do caso “A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante a sua vigência.“ (art. 3º do CP) �� FundamentoFundamento: Esse dispositivo visa impedir que, tratando-se de leis previamente limitadas no tempo, possam ser frustradas as suas sanções por expedientes astuciosos no sentido de retardamento dos processos penais. EXEMPLO: Lei EXCEPCIONAL ou TEMPORÁRIA ULTRAULTRA--AGEAGE APLICANDO-SE A FATOS OCORRIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIAVIGÊNCIA CAROLINA DEFILIPPI FATOFATO VIGÊNCIAVIGÊNCIA JULGAMENTOJULGAMENTO Essa LEI (ainda que mais BENÉFICA) não retroagirá para alcançar fatos ocorridos anteriormente a sua vigência. Nenhuma outra LEI (ainda que mais BENÉFICA) retroagirá para alcançar fatos ocorridos durante a vigência de leis excepcionais ou temporárias. Contagem de prazo � O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum. (art. 10 do CP) � O dia é o lapso temporal entre meia-noite e meia-noite. � O mês é contado de determinado dia à véspera do mesmo dia do mês seguinte, terminando às 24 horas, pouco importando quantos são os dias de cada mês. � O ano é contado de certo dia às 24 horas da véspera do dia de idêntico número do mesmo mês do ano seguinte, não importando seja bissexto qualquer deles. � Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia. CAROLINA DEFILIPPI � Desprezam-se, nas penas privativas de liberdade e nas restritivas de direitos, as frações de dia. (art. 11 do CP) EXEMPLO: AA condenado a 3 anos e 20 dias 06 Janeiro 2000 25 Janeiro 2003 AA terá cumprido a pena QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB (EXAME 120/SP) 51. No atinente aos prazos penais, é correto dizer que (A) dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. (B) eles são improrrogáveis. (C) que são desprezadas as frações de dia em seu cômputo. (D) todas as alternativas estão corretas. (EXAME 119/SP) CAROLINA DEFILIPPI (EXAME 119/SP) 52. Lei posterior que passa a cominar ao crime pena menor (A) não tem aplicação aos fatos anteriores porque cometidos anteriormente à sua vigência. (B) tem aplicação aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. (C) tem aplicação aos fatos anteriores, desde que não tenha ocorrido o trânsito em julgado da sentença condenatória. (D) tem aplicação aos fatos anteriores, desde que não tenha ocorrido o trânsito em julgado da sentença condenatória para a defesa. Módulo F Módulo F APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL CAROLINA DEFILIPPI APLICAÇÃO DA LEI PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL EFICÁCIA DA EFICÁCIA DA LEI PENAL NO ESPAÇOLEI PENAL NO ESPAÇO Lugar do Crime Art. 6°: "Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão , no todo ou em parte , bem como onde se produziu ou devia produzir-se o resultado." = teoria da ubiqüidade= teoria da ubiqüidade CAROLINA DEFILIPPI EFEITO INTERMÉDIO CRIME CONSUMADO CRIME TENTADO LUGAR DO CRIME ONDE ACONTECERAM TODOS OS ATOS EXECUTÓRIOSTODOS OS ATOS EXECUTÓRIOS ONDE ACONTECEU ALGUM DOS ATOS EXECUTÓRIOSALGUM DOS ATOS EXECUTÓRIOS ONDE ACONTECEU O IMPEDIMENTO IMPEDIMENTO PARA O RESULTADOPARA O RESULTADO ONDE ACONTECEU O RESULTADORESULTADO Eficácia da Lei Penal no Espaço Princípio da Princípio da territorialidade territorialidade A lei penal somente tem aplicação no território do Estado que a criou. Princípio da Princípio da nacionalidadenacionalidade A lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos, não importando onde eles se encontrem. O que importa é a nacionalidade do sujeito. Princípio da Princípio da Tal princípio leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, sem se importar � Existem cinco princípios, previstos no Código, para tentar solucionar os conflitos penais no espaço Princípio da Princípio da defesa defesa bem jurídico lesado pelo crime, sem se importarcom o local de sua prática ou com a nacionalidade do agente. Princípio da Princípio da justiça penal justiça penal universal universal Determina o poder de cada Estado punir qualquer crime, pouco importando a nacionalidade do delinqüente e da vítima, ou onde ele foi praticado. Princípio da Princípio da representaçãorepresentação a lei penal de determinado Estado também é aplicada aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no estrangeiro e aí não venham a ser julgados Princípios adotados pelo CP princípio da princípio da territorialidadeterritorialidade ART. 5º CP REGRAREGRA princípio da princípio da proteção proteção Art. 7°,I, e § 3° do CPEE XX CAROLINA DEFILIPPI XX CC EE ÇÇ ÕÕ EE SS princípio da justiça princípio da justiça universal universal Art. 7°,II, “a” do CP princípio da princípio da nacionalidade ativanacionalidade ativa Art. 7°,II, “b” do CP princípio da princípio da representaçãorepresentação Art. 7°,II, “c” do CP Territorialidade Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime cometido no território território nacionalnacional. território território nacionalnacional O solo ocupado pela corporação política com limites reconhecidos Regiões separadas do solo principal nacionalnacional conceito jurídico:conceito jurídico: o território abrange todo o espaço em que o Estado exerce sua soberania Rios, lagos e mares interiores Golfos, baías e portos A faixa de mar exterior, que corre ao longo da costa e constitui o "mar territorial“ (= 12 milhas) Todo espaço aéreo correspondente Embarcações e aeronaves, em determinadas situações Embarcações e Aeronaves EMBARCAÇÕESEMBARCAÇÕES AERONAVESAERONAVES SÃO TERRITÓRIO TERRITÓRIO BRASILEIROBRASILEIRO Em Em qualquer lugarqualquer lugar que estiveremque estiverem PÚBLICASPÚBLICAS ouou a serviço do a serviço do GOVERNO GOVERNO BRASILEIROBRASILEIRO TERRITÓRIO TERRITÓRIO BRASILEIROBRASILEIROMERCANTES MERCANTES ou ou Art. 5º, §1º CP CAROLINA DEFILIPPI EMBARCAÇÕESEMBARCAÇÕES AERONAVESAERONAVES SÃO BRASILEIROBRASILEIRO Apenas em Apenas em território território nacionalnacional MERCANTES MERCANTES ou ou dede PROPRIEDADE PROPRIEDADE PRIVADAPRIVADA EMBARCAÇÕESEMBARCAÇÕES SÃO TERRITÓRIO TERRITÓRIO BRASILEIROBRASILEIRO Quando estiverem Quando estiverem em em território território nacionalnacional dede PROPRIEDADE PROPRIEDADE PRIVADAPRIVADA AERONAVESAERONAVES Art. 5º, §2º CP ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIALENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL : “Crime cometido a bordo de navio mercante estrangeiro em águas territoriais Brasileiras - Prática que importa perturbação da tranqüilidade da nação - Aplicação da lei penal nacional - Incidência do art.301 do Código de Bustamante* afastada, tanto mais quando os países de nacionalidade de autor e vítima e da bandeira do navio não são signatários da Convenção de Havana de 1928. Ementa oficial: Penal. Crime cometido a bordo de navio mercante. Aplicação da lei penal brasileira. Código de Bustamante. Ao crime cometido CAROLINA DEFILIPPI Aplicação da lei penal brasileira. Código de Bustamante. Ao crime cometido em águas territoriais do Brasil a bordo de navio mercante de outra nacionalidade se aplica a lei penal brasileira, afastada a incidência do art.301 do Código de Bustamante, por importar a sua prática em perturbação da tranqüilidade do nosso País, tanto mais quando os países de nacionalidade de autor e vítima e da bandeira do navio não são signatários da Convenção de Havana de 1929."(RHC 853, BA, Sexta Turma, j.12.11.90, rel. Ministro Dias Trindade - DJU 3.12.90, RT-665/353)” * Convenção de Direito Internacional Privado, de Havana, de 13/08/1929 assinada pelo Presidente Washington Luis Pereira De Sousa Extraterritorialidade � Ficam sujeitos à lei brasileira – INDEPENDENTEMENTE DE QUALQUER CONDIÇÃO – embora cometidos no estrangeiro: INCONDICIONADA INCONDICIONADA –– ART. 7º, IART. 7º, I � Os crimes contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; CAROLINA DEFILIPPI � Os crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; � Os crimes contra a administração pública, por quem está a seu serviço; � O crime de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; Extraterritorialidade � Ficam sujeitos à lei brasileira embora cometidos no estrangeiro: CONDICIONADA CONDICIONADA –– ART. 7º, IIART. 7º, II � crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; CAROLINA DEFILIPPI reprimir; � crimes praticados por brasileiro no estrangeiro; � delitos praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados; Desde que cumpridas as seguintes CONDIÇÕESCONDIÇÕES:: (TODAS)(TODAS) Entrar o agente do delito, em território nacional – pouco importando se o ingresso é ou não voluntário, se sua presença é longa ou rápida, se veio a passeio ou a Ser o fato punível, também, no país em que foi ele cometido – pouco importando se o ingresso é ou não voluntário, se sua presença é longa ou rápida, se veio a Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira admite a extradição – A Lei de Estrangeiro (Lei n° 6.815/80) impede a extradição em alguns casos. veio a passeio ou a negócio, legal ou clandestinamente. rápida, se veio a passeio ou a negócio, legal ou clandestinamente. Não ter sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena - se o agente foi absolvido ou cumpriu a pena no estrangeiro, ocorre uma causa de extinção da punibilidade. Se, por sua vez, a sanção foi cumprida parcialmente, novo processo pode ser instaurado no Brasil (art. 8º CP) Não ter sido o sujeito perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. CAROLINA DEFILIPPI Crime cometido por estrangeiro contra brasileirocontra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, §3°) Aplica-se a lei brasileira desde que cumpridas as seguintes CONDIÇÕES: � que não tenha sido pedido ou tenha sido negada a extradição � que haja requisição do Ministro da Justiça Cumulativamente com TODAS as CONDIÇÕES anteriores:Cumulativamente com TODAS as CONDIÇÕES anteriores: 1. Entrar o agente do delito, em nosso território. 2. Ser o fato punível, também, no país em que foi ele cometido; 3. Estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira admite a extradição; 4. Não ter sido absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; 5. Não ter sido o sujeito perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. CAROLINA DEFILIPPI Pena cumprida no Estrangeiro A pena cumprida no estrangeirocumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas. (Art. 8º CP) � FUNDAMENTO: proibição do "bis in idem" EXEMPLOS: CAROLINA DEFILIPPI PENAS DIVERSAS PENAS IDÊNTICAS ATENUA COMPUTA “A” recebeu pena de multa no estrangeiro e uma pena de reclusão, no Brasil. A pena de multa que foi paga no estrangeiro atenuaatenua, obrigatoriamente, a pena privativa de liberdade imposta no Brasil. “A” recebeu pena de detenção de 2 anos no estrangeiro e uma pena de detenção de 5 anos, no Brasil. A pena de detenção que foi cumprida no estrangeiro éé computadacomputada, (5 – 2 = 3) obrigatoriamente, na pena de reclusão imposta no Brasil (=DETRAÇÃO). QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB (EXAME 124/SP) 54. O Código Penal adotou (A) a teoria do resultado, em relação ao tempo do crime, e a teoria da ubiqüidade, em relação ao lugar do crime. (B) a teoria da atividade, em relação ao tempo do crime, e a teoria da ubiqüidade, em relação ao lugar do crime. (C) a teoria da atividade, em relação ao tempo do crime, e a teoria CAROLINA DEFILIPPI (C) a teoria da atividade, em relação ao tempo do crime, e a teoria do resultado, em relação ao lugar do crime. (D) a teoria do resultado, em relação ao tempo do crime, e a teoria da atividade, em relação ao lugar do crime. QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB (EXAME 124/SP) 51. São princípios que regem a aplicação da lei penal no espaço: a) da territorialidade, da defesa, da justiça universal, da nacionalidade e da continuidade. b) da territorialidade, da defesa, da representação, da justiça universal e da nacionalidade. c) da defesa, da justiça universal, da nacionalidade, da CAROLINA DEFILIPPI c) da defesa, da justiça universal, da nacionalidade, da representação e da continuidade. d) da territorialidade, da defesa, da justiça universal, do espaço mínimo e da continuidade. QUESTÕES DA OABQUESTÕES DA OAB 19. Assinale a alternativa correta, diante do caso concreto: Um brasileiro nato cometeu um crime de genocídio na Austrália. a) Por ser um brasileiro nato, aplicam-se as regras pertinentes ao Direito Penal Internacional, com julgamento pelo Tribunal Penal Internacional. b) A lei do território estrangeiro é soberana, eis que foi lá o crime CAROLINA DEFILIPPI b) A lei do território estrangeiro é soberana, eis que foi lá o crime praticado, aplicando-se então o princípio da territorialidade. c) O agente fica sujeito à lei brasileira, embora o crime tenha sido cometido no estrangeiro, pois se aplica o princípio da extraterritorialidade. d) É exclusivamente competente para julgar o lugar do crime em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
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