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Material de Apoio DireitoPenal IV

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“O Direito Penal é o primeiro amor dos 
grandes estudantes, fascinados pelo conteúdo 
humano, pela palpitação social, pela 
intensidade dos dramas, pela glória das 
A.M.D.G.A.M.D.G.
intensidade dos dramas, pela glória das 
legendas. O Direito Penal fornece a emulsão 
vivificante ao berçário das vocações jurídicas” 
Roberto Lyra
CAROLINA DEFILIPPI
MÓDULO AMÓDULO A
APLICAÇÃO DA PENAAPLICAÇÃO DA PENA
-- introdução introdução ---- introdução introdução --
COMUNICABILIDADE DE 
ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS
O art. 30 do CP dispõe que não se comunicam as circunstâncias de 
caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Esse artigo contém três regras:
• As circunstâncias de caráter pessoal (circunstâncias subjetivas) não
se comunicam no concurso de agentes. As circunstâncias subjetivas
são aquelas que dizem respeito ao agenteagente (exemplo: antecedentes,são aquelas que dizem respeito ao agenteagente (exemplo: antecedentes,
personalidade, motivo do crime, parentesco, reincidência etc.).
• Comunicam-se as circunstâncias de caráter objetivo, desde que o co-
autor ou partícipe delas tenha conhecimento. Circunstâncias objetivas
são aquelas que dizem respeito ao crimecrime (exemplo: emprego de arma,
meio cruel, repouso noturno, modos de execução, meios empregados,
idade da vítima etc.).
• As elementareselementares sempre se comunicam, não importando se são de
caráter pessoal ou não.
CAROLINA DEFILIPPI
ELEMENTARES
� “Elementar” vem de “elemento”, que significa componente
essencial, fundamental.
� Elementar é todo componente essencial da figura típica, sem o qual
essa desaparece (atipicidade absoluta) ou se transforma em outra
(atipicidade relativa).
ALGUÉM
FUNCIONÁRIO 
PÚBLICO
NO CRIME DE 
HOMICÍDIO
(ART. 121)
NO CRIME DE 
PECULATO
(ART. 312 )
ELEMENTARELEMENTAR
ELEMENTARELEMENTAR
ATIPICIDADE 
ABSOLUTA
ATIPICIDADE 
RELATIVA
CAROLINA DEFILIPPI
CIRCUNSTÂNCIAS
• Circunstância é todo dado acessório, não fundamental para a existência
do crime, que fica agregado à figura típica e tem como única função
influenciar na pena.
• A circunstância não altera o crime, somente influi na maior ou menor
gravidade do delito. Assim, ausente a circunstância, subsiste o crime.
Exemplo: furto agravado pelo repouso noturno.
As circunstâncias podem ser:
�� JudiciaisJudiciais: são circunstâncias genéricas, cuja aplicação fica a critério�� JudiciaisJudiciais: são circunstâncias genéricas, cuja aplicação fica a critério
do juiz (artigo 59 do Código Penal).
�� LegaisLegais:
� são as circunstâncias agravantes (artigos 61 e 62) e atenuantes (artigos 65 e 66)
que se encontram na Parte Geral do Código Penal.
� São as causas de aumento e diminuição de pena, encontradas na Parte Geral e
na Parte Especial do Estatuto Penal.
CAROLINA DEFILIPPI
QUALIFICADORAS
� As qualificadoras também são circunstâncias, pois sua exclusão não
elimina o crime, que apenas passa de qualificado a simples.
� As qualificadoras não são essenciais para a existência do crime, pois
só alteram os limites de pena, fixando o mínimo e o máximo.
� Há entendimento no sentido de que as qualificadoras são
circunstâncias elementares, mas, no nosso entendimento, isso é uma
contradição: ou o componente típico é essencial para a existência do
crime e denomina-se elementar, ou é acessório e será chamado de
circunstância.
ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO
CAROLINA DEFILIPPI
EXAME DA OABEXAME DA OAB
Pode-se afirmar, sobre as circunstâncias pessoais do agente, que:
a) nunca se comunicam ao outro agente do crime.
b) sempre se comunicam ao outro agente do crime.
c) só se comunicam ao outro agente do crime quando elementares do 
crime.
d) não mantêm qualquer relação com o outro agente do crime.
QUESTÃO PARA REFLEXÃOQUESTÃO PARA REFLEXÃO
Um particular que, sabendo da condição de funcionário público de seu 
irmão, o ajuda a subtrair um bem que ele tem a posse em razão do 
cargo que ocupa, reponde por qual crime?
Explique e justifique.
CAROLINA DEFILIPPI
MÓDULO BMÓDULO B
APLICAÇÃOAPLICAÇÃO DA PENADA PENA
-- sistemasistema trifásicotrifásico ---- sistemasistema trifásicotrifásico --
SISTEMA TRIFÁSICO
Art. 68
A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste 
Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias 
atenuantes e agravantes; por último, 
as causas de diminuição e de aumento.
Em primeiro lugar, é preciso identificar os limites da pena. 
Para isso deve-se saber se o crime é SIMPLESSIMPLES ou QUALIFICADOQUALIFICADO. 
Depois passa-se às fases da aplicação da pena
CAROLINA DEFILIPPI
SISTEMA TRIFÁSICO
1ª FASE1ª FASE
� art. 59 : circunstâncias judiciais; 
• a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui 
• não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo.
� arts. 61 e 62: agravantes
� arts. 65 e 66: atenuantes
• a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui 2ª FASE2ª FASE • a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui 
• não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo.
3ª FASE3ª FASE
� causas de aumento e de diminuição de pena
• estão previstas na Parte Geral e na Parte Especial
• pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo.
CAROLINA DEFILIPPI
1ª FASE
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
� As circunstâncias judiciais são circunstâncias genéricas que se
aplicam a todos os crimes.
� A aplicação é feita de maneira discricionária pelo juiz, pois a lei não
delimita o quanto ele deve aumentar ou o quanto deve diminuir.
� O juiz levará em consideração todas essas circunstâncias para, em
uma primeira fase de fixação de pena, situá-la dentro dos limitesuma primeira fase de fixação de pena, situá-la dentro dos limites
mínimo e máximo cominados.
� Assim, se favoráveis, a pena deve situar-se próxima do mínimo ou nele
mesmo. Sendo desfavoráveis, o juiz deve elevar a reprimenda acima
do piso mínimo legal.
Lembre-se!!! Nessa fase a pena não pode ficar abaixo do mínimo 
ou acima do máximo (art. 59, inciso II)
CAROLINA DEFILIPPI
1ª FASE
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
De acordo com o art. 59 para a aplicação da pena, leva-se em conta:
1)1) CulpabilidadeCulpabilidade: quanto mais reprovável a conduta, maior a pena.
2)2) AntecedentesAntecedentes: são os registros criminais que podem representar
inquéritos ou processos.inquéritos ou processos.
Entende-se que processos em andamento e absolvições por insuficiência
de prova configuram maus antecedentes.
Há, entretanto, um segundo entendimento de que somente condenações
definitivas podem ser consideradas como maus antecedentes.
A reincidência não pode ser considerada como circunstância judicial e
também como agravante.
ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO
CAROLINA DEFILIPPI
1ª FASE
CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS
3)3) CondutaConduta socialsocial: trabalho, relacionamento familiar, etc.
4)4) PersonalidadePersonalidade dodo agenteagente: é o perfil psicológico do agente; a
brutalidade incomum, a ausência de sentimento humanitário, a frieza, a
ausência de arrependimento são indicativos de má personalidade.
5)5) MotivosMotivos dodo crimecrime: são os fatos que motivaram o agente à prática do5)5) MotivosMotivos dodo crimecrime: são os fatos que motivaram o agente à prática do
delito;
Tratando-se o motivo de qualificadora, agravante, atenuante, causa de
aumento ou diminuição de pena, não poderá ser considerado como
circunstância judicial, evitando-se bis in idem.
6)6) CircunstânciasCircunstâncias ee conseqüênciasconseqüências dodo crimecrime: extensão do dano
causado.
7)7) ComportamentoComportamento dada vítimavítima: vitimologia.CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – AGRAVANTES
• Previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal. 
Não podem ser levadas em conta quando Não podem ser levadas em conta quando 
QUALIFICAM ou CONSTITUEM o crimeQUALIFICAM ou CONSTITUEM o crime
• No artigo61, existem dois incisos:
� No inciso I encontra-se a agravante da reincidência (a reincidência � No inciso I encontra-se a agravante da reincidência (a reincidência 
se aplica tanto aos crimes dolosos quanto aos culposos); 
� No inciso II encontram-se várias outras agravantes 
Todas as agravantes relacionadas no inciso II somente se aplicam aos 
crimes dolosos. 
• No artigo 62, encontram-se as agravantes que somente se aplicam ao 
autor do crime em concurso de agentes.
CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – AGRAVANTES
REINCIDÊNCIA
� A reincidência se verifica quando o sujeito, depois de sofrer
condenação transitada em julgado pela prática de um crime, pratica
novo delito.
� A condenação anterior pela prática de contravenção penal não gera a
reincidência.
� A condenação anterior pela prática de crime militar próprio e crime� A condenação anterior pela prática de crime militar próprio e crime
político também não geram reincidência.
� Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento
ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de
tempo superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão
ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação
� A condenação anterior à pena de multa induz à reincidência.
� A condenação no estrangeiro também gera reincidência, se o fato
praticado for considerado crime no Brasil. Não é necessária a
homologação do Supremo Tribunal Federal.CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – AGRAVANTES
REINCIDÊNCIA
FATOFATO
PROCESSOPROCESSO
TRÂNSITO EM TRÂNSITO EM 
JULGADO JULGADO 
SENTENÇA SENTENÇA 
CONDENATÓRIACONDENATÓRIA
CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO 
EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE
NOVO NOVO 
FATOFATO
PERÍODO DE PERÍODO DE 
1995
PROCESSOPROCESSO
2000
PENAPENA
6 ANOS6 ANOS
CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO 
DE PENADE PENA
2006
PERÍODO DE PERÍODO DE 
5 ANOS5 ANOS
REINCIDENTEREINCIDENTE
CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – AGRAVANTES
REINCIDÊNCIA
FATOFATO
PROCESSOPROCESSO
TRÂNSITO EM TRÂNSITO EM 
JULGADO JULGADO 
SENTENÇA SENTENÇA 
CONDENATÓRIACONDENATÓRIA
CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO 
EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO DA 
PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE
NOVO NOVO 
FATOFATO
PERÍODO DE PERÍODO DE 
1995
PROCESSOPROCESSO
2000
PENAPENA
6 ANOS6 ANOS
CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO 
DE PENADE PENA
2006
PERÍODO DE PERÍODO DE 
5 ANOS5 ANOS
PRIMÁRIOPRIMÁRIO
CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – AGRAVANTES
ART. 61,II
Aplicam-se APENAS aos crimes dolosos.
a) por motivo fútil ou torpe;
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime;
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou
tornou impossível a defesa do ofendido;
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou ded) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de
que podia resultar perigo comum;
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou
de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica;
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão;
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade;
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de
desgraça particular do ofendido;
l) em estado de embriaguez preordenada.
CAROLINA DEFILIPPI
II - ter o agente cometido o crime: 
a) por motivo fútil ou torpe;
� fútil = desproporção entre o motivo e a prática do crime
� torpe = motivo repugnante, que fere a moral
� qualificadoras no homicídio
II - ter o agente cometido o crime: 
b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a 
impunidade ou vantagem de outro crime;
� trata-se de crimes conexos
� qualificadora no homicídio = assegurar
CAROLINA DEFILIPPI
II - ter o agente cometido o crime: 
c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, 
ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a 
defesa do ofendido;
� forma de realização do crime
� qualificadoras no homicídio
� possibilidade de interpretação analógica
II - ter o agente cometido o crime: II - ter o agente cometido o crime: 
d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou 
outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar 
perigo comum;
� meio de realização do crime
� qualificadoras no homicídio
� possibilidade de interpretação analógica
CAROLINA DEFILIPPI
II - ter o agente cometido o crime: 
e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge;
� relação entre agente e vítima
� filho adotado?
� separação judicial? Divórcio?
� união estável?
II - ter o agente cometido o crime: II - ter o agente cometido o crime: 
f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de 
relações domésticas, de coabitação ou de 
hospitalidade, ou com violência contra a mulher na 
forma da lei específica; 
� Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006
� ampliou alínea “e”
CAROLINA DEFILIPPI
II - ter o agente cometido o crime: 
g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a 
cargo, ofício, ministério ou profissão;
� entendimento = funcionário público
� não se aplica aos crimes dos arts. 312 a 326
II - ter o agente cometido o crime: 
h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo 
ou mulher grávida;ou mulher grávida;
� critério cronológico X critérios biológico
� aplica-se a qualquer crime
II - ter o agente cometido o crime: 
i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção 
da autoridade;
� art. 353 (Arrebatamento de preso) – crime específico
CAROLINA DEFILIPPI
II - ter o agente cometido o crime: 
j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou 
qualquer calamidade pública, ou de desgraça 
particular do ofendido;
� falta de solidariedade humana
II - ter o agente cometido o crime: 
l) em estado de embriaguez preordenada.
NÃO PRENÃO PRE--
EMBRIAGUEZEMBRIAGUEZ
ACIDENTALACIDENTAL
NÃO ACIDENTALNÃO ACIDENTAL
VOLUNTÁRIAVOLUNTÁRIA
CULPOSACULPOSA
FORÇA MAIORFORÇA MAIOR
CASO FORTUITOCASO FORTUITO
NÃO PRENÃO PRE--
ORDENADAORDENADA
PREPRE--
ORDENADAORDENADA
CAROLINA DEFILIPPI
CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES
� aplicáveis apenas aos CRIMES DOLOSOS
* EXCEÇÃO = reincidência
� circunstância agravantes OBJETIVAS:
alíneas = c, d, h, i, j
� circunstância agravantes SUBJETIVAS:
alíneas = a, b, l, d, e, f, g
* meio cruel pode ser OBJETIVA ou SUBJETIVA
CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – AGRAVANTES
ART. 62
Aplicam-se APENAS ao autor do crime em concurso de agentes.
Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que:
I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais
agentes;agentes;
II - coage ou induz outrem à execução material do crime;
III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou
não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal;
IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de
recompensa.
CAROLINA DEFILIPPI
I - promove, ou organiza a cooperação no crime 
ou dirige a atividade dos demais agentes;
� Autoria intelectual
� Maior censurabilidade
� Simples convite não configura
II - coage ou induz outrem à execução material 
do crime;
� Coagir = obrigar (resistível ou irresistivelmente)
� Induzir = incitar
CAROLINA DEFILIPPI
III - instiga ou determina a cometer o crime
alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível
em virtude de condição ou qualidade pessoal;
� Instigar = estimular idéia existente
� Determinar = provocar ou ordenar
� Autoridade – pública ou privada
� Aproveita-se da inimputabilidadeIV - executa o crime, ou nele participa, mediante
paga ou promessa de recompensa.
� Vantagem de qualquer natureza
� Independentemente do pagamento da promessa
CAROLINA DEFILIPPI
Crítica
� Imprecisão técnica 
� denominando-se "concurso de pessoas" = 
agravantes de delitos cometidos por de mais de 
uma pessoa
necessariamente baseado no art. 29 do CP?� necessariamente baseado no art. 29 do CP?
� agravante = autoria mediata por coação moral 
irresistível 
(situação não considerada um autêntico 
"concurso de pessoas")
CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – ATENUANTES
ART. 65
Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena:
I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70
(setenta) anos, na data da sentença;
� Entendemos que o inciso acima não foi alterado pelo artigo 5.º do novo
Código Civil, pois a atenuante da menoridade atua como coeficiente de
menor culpabilidade, reduzindo o juízo de censura em razão da falta demenor culpabilidade, reduzindo o juízo de censura em razão da falta de
pleno amadurecimento da pessoa, sendo a diminuição da pena medida
de política criminal.
II - o desconhecimento da lei;
ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO
CAROLINA DEFILIPPI
2ª FASE – ATENUANTES
Art. 65, III - ter o agente:
a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral;
b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o
crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do
julgamento, reparado o dano;
c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento
de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta
emoção, provocada por ato injusto da vítima;emoção, provocada por ato injusto da vítima;
d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do
crime;
e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o
provocou.
� Além do artigo 65, o artigo 66 dispõe que o juiz poderá levar em conta
qualquer outra atenuante que não foi prevista em lei
CIRCUNSTÂNCIACIRCUNSTÂNCIAATENUANTEATENUANTE INOMINADAINOMINADA
CAROLINA DEFILIPPI
3ª FASE 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA
As causas de aumento e diminuição de pena são encontradas:
• na Parte Geral� causas de aumento e diminuição genéricas
• na Parte Especial� causas de aumento e diminuição especiais
IMPORTANTE!IMPORTANTE! Essas causas podem elevar a pena além do máximo e
diminuí-la aquém do mínimo, ao contrário das circunstâncias anteriores.
Por isso, somente nesta fase a pena poderá sair dos limites legais.
São causas que aumentam ou diminuem as penas em 
proporções fixas 
(por exemplo: 1/2, 1/3, 1/6, 2/3)
CAROLINA DEFILIPPI
3ª FASE 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA
�� GENÉRICASGENÉRICAS
Exemplos de causas de diminuição: tentativa (artigo 14, parágrafo
único), arrependimento posterior (artigo 16), erro de proibição evitável
(artigo 21, segunda parte), semi-imputabilidade (artigo 26, parágrafo
único), menor participação (artigo 29, § 1.º).único), menor participação (artigo 29, § 1.º).
Exemplos de causas de aumento: concurso formal (artigo 70), crime
continuado (artigo 71)
�� ESPECÍFICASESPECÍFICAS
Exemplos de causas de aumento: emprego de arma no crime de
roubo (artigo 157, § 2.º, inciso I)
Exemplos de causas de diminuição: violenta emoção (artigo 121, §
1.º) e pequeno valor da res furtiva (artigo 155, § 2.º)
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO DE QUALIFICADORAS
� Se o crime tem mais de uma qualificadora que incidem sobre um fato,
aplica-se somente uma delas.
� Exemplo: homicídio triplamente qualificado. Basta uma qualificadora
para alterar os limites da pena. As demais qualificadoras passam a ter a
função de influir na dosagem da pena dentro dos novos limites.
Como as demais qualificadoras influem na pena?
Resposta: há duas posições:Resposta: há duas posições:
�Se previstas como agravantes genéricas, passam a funcionar como tal,
sendo consideradas na segunda fase.
� Funcionam como circunstâncias judiciais desfavoráveis observadas na
primeira fase.
� No caso de conflito entre agravante genérica e qualificadora, prevalece
esta. A qualificadora fixa os limites da pena, por isso prevalece sobre
qualquer outra circunstância.
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO ENTRE 
AGRAVANTES E ATENUANTES
� As circunstâncias subjetivas prevalecem sobre as objetivas.
Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos 
motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.
� As circunstâncias subjetivas prevalecem sobre as objetivas.
� Nos termos do artigo 67 do Código Penal, caso estejam presentes
circunstâncias genéricas agravantes e atenuantes, o juiz levará em conta
as preponderantes, consideradas como tais os motivos determinantes do
crime, a personalidade do agente e a reincidência.
� A jurisprudência entende que prevalece sobre todas a menoridade do
agente na data do fato.
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO ENTRE 
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
1.1. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede aumentoaumento
dada ParteParte GeralGeral ee dada ParteParte EspecialEspecial
� O juiz procede a ambos os aumentos: primeiro incide o aumento da
Parte Especial e depois, sobre o quantum já acrescido, incide o da ParteParte Especial e depois, sobre o quantum já acrescido, incide o da Parte
Geral.
Exemplo: furto praticado durante o repouso noturno em continuidade
delitiva. O repouso noturno leva ao aumento de 1/3. A continuidade
acarreta aumento de 1/6 a 2/3.
� Cálculo: pena base de 1 ano; aumenta-se 1/3 por força do repouso
noturno; pena aumentada para 1 ano e 4 meses; o aumento de 1/6 a 2/3
incidirá sobre a pena de 1 ano e 4 meses.
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO ENTRE 
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
2.2. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede diminuiçãodiminuição
dada ParteParte GeralGeral ee dada ParteParte EspecialEspecial
O juiz procede a ambas as diminuições: primeiro incide a diminuição
da Parte Especial e depois, sobre o quantum já diminuído, incide a dada Parte Especial e depois, sobre o quantum já diminuído, incide a da
Parte Geral.
Exemplo: furto privilegiado tentado.
Cálculo: pena base de 1 ano; diminui-se 2/3 pelo privilégio; pena
diminuída para 4 meses; a diminuição de 1/3 a 2/3 incidirá sobre a
pena de 4 meses.
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO ENTRE 
CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO
3.3. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede aumentoaumento
situadassituadas nana ParteParte EspecialEspecial
Nos termos do parágrafo único do artigo 68 do Código Penal, o juiz
pode se limitar à aplicação da causa que mais aumente, desprezandopode se limitar à aplicação da causa que mais aumente, desprezando
as demais.
4.4. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede diminuiçãodiminuição
situadassituadas nana ParteParte EspecialEspecial
Nos termos do parágrafo único do artigo 68 do Código Penal, o juiz
pode se limitar a uma só diminuição, escolhendo a causa que mais
diminua a pena.
CAROLINA DEFILIPPI
QUESTÕESQUESTÕES
1). Qual a diferença entre a pena de multa e as penas restritivas
pecuniárias?
Explique e justifique.
2). João foi condenado definitivamente a um pena de detenção de 3 anos.
Sendo João primário e tendo as circunstâncias do art. 59 favoráveis a
ele, João teve sua pena privativa de liberdade substituída por uma
pena restritiva de direito de prestação de serviço à comunidade e umapena restritiva de direito de prestação de serviço à comunidade e uma
pena de multa. João, sem dar satisfações, nunca apareceu na
instituição na qual deveria prestar serviço e nem tampouco pagou a
multa.
Pergunta-se: Como o caso será resolvido? Explique, justifique e
fundamente.CAROLINA DEFILIPPI
MÓDULO CMÓDULO C
CONCURSO DE CRIMESCONCURSO DE CRIMES
CONCEITO
� O concurso de crimes ocorre quando o mesmo agente realiza dois
ou mais crimes. Há uma pluralidade de crimes.
� Existem dois sistemas para a aplicação da pena nas hipóteses de
concurso de crimes: sistema do cúmulo material e sistema da
exasperação da pena.
Sistema do Cúmulo Material
Sistema da 
Exasperação da Pena
SOMA DAS PENAS
APLICA-SE A PENA DE UM 
SÓ DOS CRIMES, 
AUMENTANDO-A DE UM 
DETERMINADO QUANTUM
CAROLINA DEFILIPPI
FORMAS DE CONCURSO 
CONCURSO MATERIALCONCURSO MATERIAL
ART. 69ART. 69
CONCURSO FORMALCONCURSO FORMAL
ART. 70ART. 70
CRIME CONTINUADOCRIME CONTINUADO
ART. 71ART. 71
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO MATERIAL
� Ocorre quando são praticadas duas ou mais infrações penais,
idênticas ou não, mediante a prática de duas ou mais condutas;
cada conduta corresponde a um crime diferente. Pode ser:
� homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da
mesma espécie;
� heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando� heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando
se trata de crimes de espécies diferentes.
� No caso de concurso material, será aplicado o sistema do cúmulo
material: as penas serão somadas.
DUAS OU MAIS DUAS OU MAIS 
CONDUTASCONDUTAS
DOIS OU DOIS OU 
MAIS MAIS 
CRIMESCRIMES
SOMA SOMA 
DAS DAS 
PENASPENAS
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO FORMAL
� Ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois
ou mais crimes, idênticos ou não. Pode ser:
� homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma
espécie;
� heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se
trata de crimes de espécies diferentes.
� Próprio ou perfeito: quando os resultados derivam de um único desígnio
(exemplo: A pega uma arma para matar B; atira em B acertando-o, mas(exemplo: A pega uma arma para matar B; atira em B acertando-o, mas
também atinge C; A tinha um só desígnio: atingir B, mas acabou
atingindo uma terceira pessoa também).
� Impróprio ou imperfeito: quando os resultados derivam de desígnios
autônomos (exemplo: o sujeito quer matar um bebê que está no colo da
mãe; o sujeito sabe que se atirar na criança poderá atingir a mãe, mas
mesmo assim assume o risco e dispara). Trata-se, no exemplo, de dolo
direto em relação à criança e dolo eventual em relação à mãe. Há,
entretanto, uma corrente doutrinária que entende que somente haverá
concurso formal impróprio se houver dolo direto.
CAROLINA DEFILIPPI
CONCURSO FORMAL
PRÓPRIOPRÓPRIO
�� UMA CONDUTAUMA CONDUTA
�� UM DESÍGNIOUM DESÍGNIO
DOIS OU DOIS OU 
MAIS MAIS 
CRIMESCRIMES
pena mais 
grave 
+ 
de 1/6 até 1/2
DOIS OU DOIS OU 
MAIS MAIS 
CRIMESCRIMES
SOMA SOMA 
DAS DAS 
PENASPENAS
IMPRÓPRIOIMPRÓPRIO
�� UMA CONDUTAUMA CONDUTA
�� VÁRIOS DESÍGNIOVÁRIOS DESÍGNIO
� ConcursoConcurso materialmaterial benéficobenéfico: ocorre quando a pena, resultante da aplicação
da regra do concurso formal, fica maior do que a soma das penas. Nesse caso,
aplica-se a regra do concurso material no lugar da regra do concurso formal.
CAROLINA DEFILIPPI
CRIME CONTINUADO
• Ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica dois
ou mais crimes da mesma espécie, os quais, devido a semelhantes
condições de tempo, lugar, modo de execução e outras, podem ser
havidos uns como continuação dos outros. As características do crime
continuado são:
�� CrimesCrimes dada mesmamesma espécieespécie: são os crimes previstos no mesmo tipo penal,
pouco importando se na forma tentada ou consumada, simples oupouco importando se na forma tentada ou consumada, simples ou
qualificada. Há entendimento minoritário no sentido de que crimes da mesma
espécie são os que ferem o mesmo bem jurídico (exemplo: estupro e
atentado violento ao pudor).
�� SemelhantesSemelhantes condiçõescondições: devem ser praticados em condições semelhantes
de tempo (a jurisprudência entende que o tempo pode ser de até 30 dias
entre um crime e outro), lugar (entre cidades próximas, pode-se falar em
crime continuado) e modo de execução (o modo de execução deve ser
idêntico). Devem estar preenchidas todas as características.
CAROLINA DEFILIPPI
CRIME CONTINUADO
• Quanto ao elemento subjetivo do crime continuado, há duas teorias:
� Teoria puramente objetiva: a vontade do sujeito é irrelevante, ou seja, não
há necessidade de o agente ter vontade de aproveitar-se das mesmas
circunstâncias deixadas pelo crime anterior. Prevalece na doutrina.
� Teoria objetivo-subjetiva: além das circunstâncias objetivas semelhantes,
há necessidade da presença de um elemento subjetivo, ou seja, da vontade
de o agente aproveitar-se das mesmas circunstâncias deixadas pelo crimede o agente aproveitar-se das mesmas circunstâncias deixadas pelo crime
anterior.
O Ministério Público segue a linha da teoria objetivo-subjetiva, sustentando que não se pode 
confundir crime continuado com habitualidade no crime ou intensa vontade de delinqüir. 
Na jurisprudência existem as duas posições.
CAROLINA DEFILIPPI
CRIME CONTINUADO
APLICAÇÃOAPLICAÇÃO DADA PENAPENA::
� Para o CRIME CONTINUADO, segue-se o sistema da exasperação da
pena, ou seja, aplica-se a pena do crime mais grave, ou qualquer delas,
se idênticas, aumentando-a de 1/6 a 2/3. O aumento varia de acordo
com o número de crimes.
�No CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO (crimes dolosos cometidos
com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes): a pena,com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes): a pena,
nesse caso, é aumentada até o triplo (de 1/6 até o triplo).
A regra do concurso material benéfico também é aplicada aos casos de 
crime continuado, seja comum ou específico.
CRIME CONTINUADOCRIME CONTINUADO
pena mais grave 
+ 
de 1/6 até 1/2
CRIME CONTINUADO ESPECÍFICOCRIME CONTINUADO ESPECÍFICO pena mais grave + 
de 1/6 até o TRIPLO 
CAROLINA DEFILIPPI
CRIME CONTINUADO
• É possível continuação delitiva em crime culposo, desde que as condições
objetivas sejam semelhantes e o agente persista em realizar a conduta
culposa.
• O crime continuado constitui uma unidade ou uma pluralidade de crimes?
ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO
• O crime continuado constitui uma unidade ou uma pluralidade de crimes?
O Código Penal seguiu a Teoria da Ficção. O crime continuado na realidade
configura uma pluralidade de crimes, autônomos e independentes entre si. A lei,
por uma simples ficção, presume que eles constituem um só crime para efeito de
sanção penal. Note que o artigo 119 do Código Penal determina que a prescrição
incida isoladamente sobre cada um dos crimes.
• Sobrevindo lei mais rigorosa durante a cadeia de continuidade delitiva, qual
a lei deverá ser aplicada?
Aplica-se a lei mais rigorosa.
.
CAROLINA DEFILIPPI
EXAME DA OABEXAME DA OAB
1) No crime continuado, se idênticos os delitos, aplica-se uma só pena e,
se diversos, a sanção do mais grave, aumentada, em ambos os
casos, de:
a) um sexto;
b) metade;
c) dois terços;
d) um sexto até dois terços.d) um sexto até dois terços.
2) Somente ocorre concurso material:
a) entre crimes idênticos ou não;
b) entre crimes heterogêneos, apenas;
c) entre crimes idênticos, apenas;
d) entre crimes idênticos ou não, desde que ambos sejam dolosos.
CAROLINA DEFILIPPI
MÓDULO DMÓDULO D
BENEFÍCIOS DA PENABENEFÍCIOS DA PENA
SUSPENSÃO SUSPENSÃO 
CONDICIONAL DA PENACONDICIONAL DA PENA
� O sursis é justificado por razões de política criminal.
� O que importa ao Estado não é simplesmente punir, mas reeducar,
ressocializar.
� Assim, o sursis é um crédito de confiança ao criminoso primário,
estimulando-o a não voltar a delinqüir.
SISTEMA 
ANGLO-AMERICANO 
“PROBATION SYSTEM”“PROBATION SYSTEM”
suspensão do processo 
+ 
cumprimento dediversas 
condições impostas pelo juiz 
SISTEMA FRANCÊS
“SURSIS”“SURSIS” ADOTADO PELO BRASIL ADOTADO PELO BRASIL 
CAROLINA DEFILIPPI
Diferenças entre o 
SISTEMA ANGLO AMERICANO e o SISTEMA 
FRANCÊS
SURSISSURSIS PROBATION SYSTEMPROBATION SYSTEM
Só se concede o benefício a 
criminoso primário desde que a 
O criminoso pode ter cometido 
crime mais grave desde que o juiz criminoso primário desde que a 
pena não seja maior que dois anos
crime mais grave desde que o juiz 
entenda que ele não voltará a 
delinqüir
O juiz condena o réu, suspendendo 
a pena
O juiz não condena o réu, apenas o 
declara culpado e fixa o período de 
prova
Há um condicionamento negativo Há um condicionamento positivo
CAROLINA DEFILIPPI
Espécies de SURSIS
SURSISSURSIS SIMPLESSIMPLES
o condenado deverá, obrigatoriamente, prestar
serviços à comunidade ou submeter-se à
limitação de fim de semana, durante um ano
conforme art.78, § 1º.
SURSISSURSIS ESPECIALESPECIAL
exige o cumprimento cumulativo (§ 2º do art. 78
do CP) das seguintes condições:
• não freqüentar determinados lugares
• não se ausentar da comarca onde reside sem
autorização judicialautorização judicial
• comparecer pessoalmente perante o juízo,
mensalmente, a fim de dar ciência sobre suas
atividades.
SURSISSURSIS ETÁRIOETÁRIO
pode ser simples ou especial, aplicando-se exclusivamente ao maior de 70
anos de idade, condenado a pena privativa de liberdade não superior a quatro
anos, que poderá obter a suspensão da execução da pena por período entre
quatro e seis anos.
CAROLINA DEFILIPPI
REQUISITOS
• A suspensão condicional da pena é um direito subjetivo do
condenado que realizar todos seus pressupostos e não uma mera
faculdade do juiz como faz parecer o caput do artigo 77 com a
expressão “poderá”.
• A suspensão condicional da pena depende do preenchimento de
alguns requisitosrequisitos ou pressupostos, de naturezanatureza objetivaobjetiva ouou
subjetivasubjetiva. Sem os pressupostos é impossível a concessão do
benefício ao condenado.
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Objetivos 
SURSISSURSIS
SIMPLESSIMPLES
não pode caber a substituição
da pena privativa de 
liberdade por restritiva de 
direito, conforme o art. 44
só pode ser suspensa a pena privativa 
de liberdade (reclusão, detenção ou 
prisão simples) não superior a dois 
anos;
não pode caber a substituição
da pena privativa de 
liberdade por restritiva de 
só pode ser 
suspensa a 
pena privativa 
deve o condenado 
ter reparado o 
dano, salvo 
SURSISSURSIS
ESPECIALESPECIAL
liberdade por restritiva de 
direito, conforme o art. 44
pena privativa 
de liberdade 
(reclusão, 
detenção ou 
prisão simples) 
não superior a 
dois anos;
dano, salvo 
impossibilidade 
de fazê-lo;
SURSIS SURSIS 
ETÁRIOETÁRIO
não pode caber a substituição
da pena privativa de 
liberdade por restritiva de 
direito, conforme o art. 44
só pode ser suspensa a pena privativa 
de liberdade não superior a quatro 
anos;
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Subjetivos
� O condenado não pode ser reincidente em crime doloso;
* simples reincidência não obsta suspensão condicional da pena, pois
a lei exige que o agente não seja reincidente em crime doloso.
* se a condenação anterior, ainda que por crime doloso, tiver sido por
pena de multa, a suspensão poderá ser concedida, conformepena de multa, a suspensão poderá ser concedida, conforme
determina o § 1º do art. 77.
� A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do agente, os motivos e as circunstâncias do
crime devem ser favoráveis para a autorização da suspensão
da execução da pena.
CAROLINA DEFILIPPI
PERÍODO DE PROVA 
E CONDIÇÕES
• Uma vez preenchido os requisitos objetivos e subjetivos o juiz ao
conceder a suspensão da execução da pena, fixará a duração do
períodoperíodo dede provaprova e as condiçõescondições que o condenado deverá
cumprir.
O período de prova deve ser fixado pelo órgão julgador, e somenteO período de prova deve ser fixado pelo órgão julgador, e somente
em situações excepcionais e diante de absoluta necessidade, ele
deverá ser fixado acima do mínimo legal que é:
- dois anos – para o sursis simples e especial
- quatro anos – para o sursis etário
• Além do período de prova o juiz especificará as condições a que o
condenado estará sujeito. As condições serão definidas em lei, ditas
legais e as judiciais.
CAROLINA DEFILIPPI
Condições legais
SURSISSURSIS SIMPLESSIMPLES
No primeiro ano de período de prova o condenado deverá,
obrigatoriamente, conforme opção do juiz:
- prestar serviços à comunidade
- ou submeter-se à limitação de fim de semana.
SURSISSURSIS ESPECIALESPECIAL
Nessa suspensão o juiz deverá impor ao condenado a obrigação
de não freqüentar determinados lugares:
Além dessa proibição, o juiz deverá determinar que:
- proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorizaçãoautorização
- comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente,
para informar e justificar suas atividades
SURSISSURSIS ETÁRIOETÁRIO
* Se simples – o juiz fixará uma das penas restritivas de direito
para ser cumprida no primeiro ano de prova.
* Se especial – as condições estão no § 2º do art. 78:
a) proibição de freqüentar determinados lugares;
b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem
autorização
c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente,
para informar e justificar suas atividades.CAROLINA DEFILIPPI
Condições judiciais
� Essas condições guardam alguma correlação com o fato praticado e
com a situação pessoal do condenado.
� As condições previstas no art. 698, § 2º, do CPP, que regulava esse
instituto e no art. 767 do mesmo estatuto, que trata de normas para
a liberdade vigiada são algumas das que podem ser impostas.
� O mais importante para que o SURSIS cumpra seus objetivos é que
o período de prova seja, efetivamente, fiscalizado.
� Durante a suspensão, as condições estabelecidas na sentença
poderão ser modificadas pelo juiz, inclusive a partir de iniciativa do
próprio condenado, desde que demonstrada a necessidade da
alteração.
CAROLINA DEFILIPPI
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
� condenação transitada em julgado por crime doloso.
� frustração, pelo condenado, do pagamento da multa penal,
podendo pagá-la (incompatibilidade com a Lei n. 9268 - pena de
multa não pode ser substituída por restritiva de liberdade).multa não pode ser substituída por restritiva de liberdade).
� não-reparação do dano à vítima, sem justificativa válida
� não-cumprimento, durante o primeiro ano do período de prova, de
prestação de serviços à comunidade ou da limitação de fim de
semana conforme § 1º do art. 78.
CAROLINA DEFILIPPI
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
� Hipóteses de o condenado descumprir as demais condições impostas,
assim como no caso de vir a ser condenado, com trânsito em julgado
da sentença condenatória por crime culposo ou por contravenção
penal, desde que pena aplicada não seja a de multa.
� Não se pode revogar o sursis em razão de uma condenação por delito
culposo ou por contravenção penal, ainda que definitivas, pelo simples
fato da condenação. Às causas mencionadas no § 1º do art. 81 dofato da condenação. Às causas mencionadas no § 1º do art. 81 do
Código Penal devem aderir outras circunstâncias legais e judiciais
desfavoráveis ao condenado, que possam autorizar a perda do
benefício.
O CPP prevê mais dois casos de revogação:
1). Art. 705 - se o réu não comparece à audiência admonitória.
2). Art. 706 - se através de um recurso, a pena do réu for aumentada,
impedindo o benefício.
CAROLINA DEFILIPPI
ALTERNATIVA À REVOGAÇÃO
Em muitos casos, o juiz poderá em vez de revogar a
suspensão, modificar as condições impostas, ou, até
mesmo, se for o caso, transformar o sursis especial emmesmo, sefor o caso, transformar o sursis especial em
sursis simples, o que seria prejudicial ao condenado,
mas não o levaria à prisão.
CAROLINA DEFILIPPI
PRORROGAÇÃO DO 
PERÍODO DE PROVA
A prorrogação do período de prova, ou seja o aumento do tempo dentro
do qual a pena privativa de liberdade está suspensa e em que o
condenado cumpre as obrigações impostas, deverá ocorrer:
� na hipótese de ser instaurado outro processo penal, por crime ou
contravenção penal, contra o beneficiado pelo sursis.
Bastando que o processo esteja em curso durante o período de prova, a
prorrogação será automática a partir da instauração do processo e não
da data do fato.
Questionamos a possibilidade dessa prorrogação em face do Princípio
da Presunção de Inocência.
ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO
CAROLINA DEFILIPPI
Terminando Terminando 
o o 
período de período de 
prova prova 
com ou sem com ou sem 
prorrogaçãoprorrogação
EXTINTA EXTINTA 
A A 
PUNIBILIDADEPUNIBILIDADEprorrogaçãoprorrogação
desde que desde que 
sem sem 
revogaçãorevogação
PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE
(art. 82, CP)
CAROLINA DEFILIPPI
Observações:
� A condenação anterior irrecorrível por delito militar próprio ou político
não impedem sursis uma vez que não ensejam reincidência.
� Pode haver sursis se anteriormente houver prática de crime com perdão
judicial, uma vez que este caso também não gera reincidência.
� O STF entende que durante o período de prova do sursis não há
suspensão dos direitos políticos.
� O decreto n.º 4865/42 proíbe o sursis a estrangeiros que se encontrem� O decreto n.º 4865/42 proíbe o sursis a estrangeiros que se encontrem
no país em caráter temporário.
� O juiz não pode impor como condição do sursis o pagamento das custas
processuais segundo o art. 700 do CPP.
� Nos ensina Freitas Bastos que o juiz não pode colocar como condição
do sursis o pagamento da multa. Isso depende do estado de solvência
do réu.
� A sentença a respeito do sursis não faz coisa julgada, podendo o
benefício ser restabelecido ou revogado.
CAROLINA DEFILIPPI
LIVRAMENTO CONDICIONALLIVRAMENTO CONDICIONAL
� O livramento condicional constitui o último degrau do sistema progressivo
brasileiro de cumprimento de pena privativa de liberdade.
� Iniciando o cumprimento das penas de reclusão e detenção no regime
fechado, semi-aberto ou aberto, o condenado poderá, depois de certo tempo e
se houver a satisfação de alguns requisitos de natureza subjetiva, obter o
livramento condicional, por meio do qual conquistará a sua liberdade.
� O que se visa com o livramento condicional é, em caráter experimental,
condicionalmente, devolver ao convívio social o sentenciado que já vinhacondicionalmente, devolver ao convívio social o sentenciado que já vinha
revelando sintomas de recuperação completa.
� A execução do livramento condicional está disciplinada na Lei de Execução
Penal nos artigos 131 e seguintes.
Entende Magalhães Noronha que o livramento condicional é 
“uma antecipação da liberdade ao condenado que a merecer”. 
CAROLINA DEFILIPPI
REQUISITOS
• O livramento condicional é um direito subjetivo do condenado que
realizar todos seus pressupostos e não uma mera faculdade do juiz.
• O livramento condicional depende do preenchimento de alguns• O livramento condicional depende do preenchimento de alguns
requisitosrequisitos ou pressupostos, de naturezanatureza objetivaobjetiva ouou subjetivasubjetiva.
Sem os pressupostos é impossível a concessão do benefício ao
condenado.
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Objetivos 
1. Pena Privativa de Liberdade igual ou superior a dois anos
• Só é possível o livramento condicional quando se trata de
pena privativa de liberdade.
• Além disso, não pode ser inferior a dois anos, só podendo ser
concedido se ela for igual ou superior a esses dois anos de prisãoconcedido se ela for igual ou superior a esses dois anos de prisão
simples, detenção ou reclusão, não importando se constituir a
soma de penas aplicadas em mais de um processo.
• Conforme o art. 84 do CP, deverão ser somadas as penas das
várias infrações a que o sujeito tiver sido condenado.
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Objetivos 
2. Cumprimento de mais de 1/3, da metade ou 2/3 da Pena
• Exige a lei, para concessão do livramento condicional, que o
condenado tenha cumprido uma parte da pena a que tiver sido
condenado:
� Tratando-se de condenado nãonão reincidentereincidente emem crimecrime dolosodoloso,
deverá cumprir, no mínimo, 11//33 dada penapena. Se a condenação anterior
tiver sido por crime culposo, poderá obter o livramento após o
cumprimento também de 1/3 da pena. Sendo culposo um dos crimes,cumprimento também de 1/3 da pena. Sendo culposo um dos crimes,
o anterior ou o posterior, o livramento também poderá ser concedido
após o cumprimento de 1/3 da pena.
� Se o condenado for reincidentereincidente emem crimecrime dolosodoloso, deverá ter
cumprido mais de metademetade dada penapena.
� Se tiver sido condenado por crimecrime hediondohediondo (Lei 8072) e não
sendo reincidente específico em crimes dessa natureza, só poderá
obter o benefício após cumprir 22//33 dada penapena.
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Objetivos 
NÃO- REINCIDENTE Deve cumprir 1/3 da pena
REINCIDENTE EM CRIME 
CULPOSO
Deve cumprir 1/3 da pena
REINCIDENTE EM CRIME 
DOLOSO
Deve cumprir 1/2 da pena
O livramento será concedido em regime fechado, semi-aberto ou aberto,
uma vez que a lei não faz nenhuma referência à necessidade de ter
havido qualquer progressão.
DOLOSO
CRIME HEDIONDO Deve cumprir 2/3 da pena
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Objetivos 
3. Reparação do Dano
• Estabelece o art. 83, inciso IV outro requisito de natureza
objetiva que é a reparação do dano causado com a prática do
crime.crime.
• Ressalvando, todavia, a hipótese de que o condenado não
possa, efetivamente, arcar com as despesas pertinentes.
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Subjetivos
1. Bons antecedentes para obtenção de livramento condicional com o
cumprimento de 1/3 da Pena
Para obter o livramento condicional além de não reincidente em crime
doloso, deve possuir bons antecedentes.
Se não os tiver, só poderá merecer o livramento após cumprir mais da
metade da pena.
2. Comportamento satisfatório durante a execução da pena
Em quaisquer hipóteses de livramento, o condenado deve ter umEm quaisquer hipóteses de livramento, o condenado deve ter um
comportamento satisfatório durante a execução da pena.
Seu comportamento deve ser analisado para fins de concessão do
livramento, levando-se em conta o grau de adaptação em relação ao meio social
livre.
3. Bom desempenho no trabalho
Se ao condenado tiver sido oferecida a oportunidade de trabalhar, interna
ou externamente, deverá ter-se desempenhado de modo igualmente satisfatório.
CAROLINA DEFILIPPI
Requisitos Subjetivos
4. Aptidão para prover o próprio sustento
O condenado deve demonstrar, antes de obter o livramento, a
possibilidade de, com seu próprio trabalho honesto, manter-se, alimentar-se,
morar, sobreviver no mundo livre.
O art. 132 da LEP ao exigir que o liberado consiga ocupação lícita,
ressalva a situação do que não for apto para o trabalho. Com o alto índice de
desemprego existente do país questiona-se esse requisito.
5. Presunção de que o condenado por crime doloso, com violência ou grave5. Presunção de que o condenado por crime doloso, com violência ou grave
ameaça, não voltará a delinqüir
Exige o parágrafo único do art. 83, para o condenado por crime doloso,
cometido com violência ou grave ameaça, a demonstração de condições
pessoais que façam presumir que ele não voltará a delinqüir. Esse artigo gera
uma discussão, pois não se pode admitir nos dias de hoje qualquer presunção de
que alguém cometerá algum crime.
Necessariamente, se realiza o exame criminológico. Caso o resultadoconclua pela periculosidade do agente, não será concedido o livramento.
Parece óbvio o grande absurdo jurídico que é esta condição.
CAROLINA DEFILIPPI
PERÍODO DE PROVA 
E CONDIÇÕES
• Uma vez preenchido os requisitos objetivos e subjetivos o juiz ao
conceder a suspensão da execução da pena, fixará a duração do
períodoperíodo dede provaprova e as condiçõescondições que o condenado deverá
cumprir.
O período de prova a que estará submetido o condenado é• O período de prova a que estará submetido o condenado é
equivalente ao tempo restante de cumprimento da pena a que foi
condenado, por um ou mais crimes, em um ou mais processos. Os
artigos 132 e 137 da LEP traçam algumas condições sobre a
concessão do livramento.
• O art. 85 do CP determina que a sentença deverá especificar todas 
as condições obrigatórias e facultativas.
CAROLINA DEFILIPPI
Condições Obrigatórias
• As condições obrigatórias são definidas no § 1º do art. 132 da LEP. 
� Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, sendo apto
O inapto fisicamente para o trabalho não poderá comprovar essa condição que,
apesar de obrigatória, não é, obviamente, absoluta, valendo apenas para os
fisicamente sadios.
� Comunicar, Periodicamente, ao juiz sua ocupação
Essa comunicação deve ser feita ao juiz de execução penal. O beneficiado deveEssa comunicação deve ser feita ao juiz de execução penal. O beneficiado deve
comunicar ao juiz a atividade desenvolvida ou a não obtenção de emprego.
� Não mudar do território da Comarca do juízo da execução, sem prévia
autorização deste
Se o beneficiado resolver mudar de seu domicílio para outra comarca, deverá
obter do juiz da execução penal a prévia autorização para a mudança.
Deverá obter a transferência para a jurisdição de outro juiz da execução penal,
da mesma ou de outra unidade federada.
CAROLINA DEFILIPPI
Condições Facultativas
� As condições facultativas, também chamadas judiciais, são
estabelecidas no § 2º do art. 132 da LEP.
� Não mudar de residências sem comunicação ao juiz e à autoridade
encarregada da observação cautelar
Quando o beneficiado mudar de residência dentro da mesma comarca deverá
comunicar o novo endereço ao juiz da execução penal e ao Serviço Social, ao
Conselho da Comunidade, ao órgão ou à entidade que tiver encarregada pelo
juiz para fiscalizar o cumprimento das obrigações estabelecidas para ojuiz para fiscalizar o cumprimento das obrigações estabelecidas para o
livramento.
�Recolher-se à moradia, em horário fixado na sentença
Ao conceder o livramento, poderá o juiz fixar horário para que o beneficiado se
recolha à sua casa, para o convívio com a família, se tiver, e o repouso noturno.
�Não freqüentar determinados lugares
A proibição de freqüência a certos ambientes deve levar em consideração a
natureza do delito praticado e as condições especiais do liberado.
CAROLINA DEFILIPPI
REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
� Determina o art. 86 do Código Penal que, se o beneficiado pelo
livramento vier a ser condenado, por sentença condenatória
irrecorrível a pena privativa de liberdade por crime cometido durante
ou antes da vigência do livramento, este será revogado.
� Enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória por
crime cometido pelo liberado durante a vigência do livramento, o juiz
não poderá declarar extinta a pena da qual resultou o benefício,
mesmo se já tiver decorrido o tempo do período de prova. É a regramesmo se já tiver decorrido o tempo do período de prova. É a regra
do art. 89 do Código Penal.
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
• O juiz poderá revogar o livramento se as condições impostas na
sentença não forem cumpridas, conforme o que determina o art. 87
do CP.
CAROLINA DEFILIPPI
EFEITOS DA REVOGAÇÃO
A revogação do livramento se dará basicamente por duas razões:
1. Condenação por Crime Anterior ao Período de Prova
Se a causa da revogação for condenação transitada em julgado por crime
cometido antes do início do período de prova, o tempo que tiver transcorrido entre
o início do período de prova e o dia da revogação será descontado na pena do
condenado, que cumprirá apenas o restante da pena.
O art. 141 da LEP permite, expressamente, a concessão de novo livramento
aquele que vier a ser condenado por infração cometida antes do período de prova.aquele que vier a ser condenado por infração cometida antes do período de prova.
2. Condenação por Crime Durante o Período de Prova
Se a revogação decorrer da superveniência de condenação por infração penal,
crime ou contravenção, cometido durante o período de prova, o tratamento dado
pela lei é outro.
O tempo de liberdade do período de prova não será descontado da pena, vale
dizer, será perdido e o condenado deverá cumprir a pena primitiva integralmente.
Não poderá se concedido novo livramento condicional em relação à primeira
pena.
CAROLINA DEFILIPPI
Descumprimento de Condições
Se o beneficiado descumprir as condições impostas pelo 
juiz na sentença que concedeu o livramento, terá que 
cumprir integralmente a pena que estava suspensa, e 
não poderá obter novo livramento. O art. 142 da LEP 
dispõe sobre o assunto.dispõe sobre o assunto.
CAROLINA DEFILIPPI
PRORROGAÇÃO DO 
PERÍODO DE PROVA
� O período de prova será prorrogado se o condenado beneficiado
com o livramento condicional cometer, durante o período de prova, outro
fato definido como crime, que resulte em razão da instauração de
processo penal contra si.
� O art. 89 do Código Penal diz que o juiz não poderá declarar extinta a
pena enquanto não passar em julgado a sentença no processo a quepena enquanto não passar em julgado a sentença no processo a que
responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento.
� Se o condenado for condenado pelo novo crime, o livramento será
revogado, e se for absolvido, o juiz declarará extinta a punibilidade do
crime pelo qual estava em livramento condicional.
CAROLINA DEFILIPPI
Terminando Terminando 
o o 
período de período de 
prova prova 
com ou sem com ou sem 
prorrogaçãoprorrogação
EXTINTA EXTINTA 
A A 
PUNIBILIDADEPUNIBILIDADEprorrogaçãoprorrogação
desde que desde que 
sem sem 
revogaçãorevogação
PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE
CAROLINA DEFILIPPI
Observações:
� Em caso de reiteração criminal, em que as penas são unificadas, não
importa que nenhuma delas seja igual ou superior a dois anos, desde
que o quantum unificado satisfaça a exigência legal. Esse princípio é
também aplicável às hipóteses de penas aplicadas em face de
concurso de crimes, num só processo ou em processos diversos.
� Nos termos do art. 712 do CPP, o livramento condicional pode ser
concedido mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ouconcedido mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou
de parente ou por iniciativa do Conselho Penitenciário. O livramento
somente se concede mediante parecer do Conselho Penitenciário.
� O art. 67 da lei n.º 6815/80 determina que, desde que conveniente ao
interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda
que haja processo ou tenha ocorrido condenação. Assim, quando a
expulsão for cabível, não importa se o condenado esteja em livramento
condicional.
CAROLINA DEFILIPPI
EXAME DA OABEXAME DA OAB
1) Com relação à reincidência, pode-se afirmar:
I - revoga o sursis, obrigatoriamente em caso de condenação
irrecorrível por crime doloso e facultativamente na hipótese de crime
culposo ou contravenção;
II - em qualquer caso impede que se inicie o cumprimento da pena em
regime semi-aberto ou aberto;
III - revoga o livramento condicional obrigatoriamente em caso de
condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade e
facultativamente na hipótese de crime ou contravenção quando
aplicada pena que não seja privativa de liberdade;aplicada pena que não seja privativa de liberdade;
IV - aumenta o prazo de prescrição da pretensão executória,porém não
interrompe seu curso;
V - revoga a reabilitação quando o reabilitado for definitivamente
condenado, como reincidente, a pena que não seja a de multa.
a) I, II e V estão corretas
b) I, III e IV estão corretas
c) I, III e V estão corretas
d) II, IV e V estão corretas
CAROLINA DEFILIPPI
EXAME DA OABEXAME DA OAB
1) Qual dos requisitos abaixo relacionados não é exigível para a
concessão do chamado "sursis" simples?
a) não reincidência em crime doloso em que a condenação anterior não
tenha sido à pena de multa
b) reparação do dano
c) condenação à pena privativa de liberdade não superior a dois anos
d) não cabimento da substituição da pena privativa de liberdade por
restritiva de direito.
2) Expirado o prazo do livramento condicional, sem revogação, o juiz
declarará extinta a:
a) ilicitude.
b) tipicidade.
c) punibilidade.
d) imputabilidade.
CAROLINA DEFILIPPI
MÓDULO EMÓDULO E
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADEEXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
CAUSAS EXTINTIVAS 
DA PUNIBILIDADE
Art. 107 - Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do agente;
II - pela anistia, graça ou indulto;
III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como
criminoso;
IV - pela prescrição, decadência ou perempção;
V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes
de ação privada;
VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite;
VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005)
IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei.
CAROLINA DEFILIPPI
MOMENTO DE OCORRÊNCIA DAS CAUSAS 
EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE
� As causas extintivas da punibilidade podem ocorrer antes da
sentença final ou depois da sentença condenatória irrecorrível.
� se a causa extintiva da punibilidade ocorrer antes da sentença
final, o sujeito não terá nenhum efeito da condenação.
� se, porém, a causa extintiva da punibilidade ocorrer depois do
trânsito em julgado da sentença penal condenatória, em regra o
sujeito, terá todos os efeitos da condenação.
Há duas exceções: a abolitio criminis e a anistia, que mesmo
ocorrendo após o trânsito em julgado da condenação, rescinde
totalmente a sentença condenatória.
CAROLINA DEFILIPPI
ANÁLISE DO ART. 108
• Nos termos do art. 108 do CP: “a extinção da punibilidade de crime
que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante
de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da
punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a
agravação da pena resultante da conexão”.
O dispositivo apresenta quatro hipóteses:O dispositivo apresenta quatro hipóteses:
1) a extinção da punibilidade de crime que é pressupostopressuposto dede outrooutro
não se estende a este. Trata-se de crimes acessórios que
dependem de outros delitos. Ex.: furto e receptação (arts. 150 e
180). A extinção da punibilidade em relação ao furto não se
estende à receptação.
CAROLINA DEFILIPPI
ANÁLISE DO ART. 108
• a extinção da punibilidade de crime que é elementoelemento dede outrooutro não se
estende a este. A regra cuida do crime complexo, no caso em que um
delito funciona como elementar de outro. Ex.: extorsão mediante
seqüestro (CP, art. 159), que tem como elementares o seqüestro (art.
148) e a extorsão (art. 158). A extinção da punibilidade em relação ao
seqüestro não se estende à extorsão mediante seqüestro.
• a extinção da punibilidade de crime que é circunstânciacircunstância qualificadoraqualificadora
dede outrooutro não se estende a este. A proposição trata do crime complexo,
na hipótese em que um crime funciona como qualificadora de outro. Ex.:
furto qualificado pela destruição de obstáculo à subtração da coisa (art.
155, § 4º, I, 1ª figura), em que o dano (art. 163) funciona como
circunstância qualificadora. A extinção da punibilidade em relação ao
crime de dano não se estende ao furto qualificado.
CAROLINA DEFILIPPI
ANÁLISE DO ART. 108
• nos crimescrimes conexosconexos, a extinção da punibilidade de um deles não
impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão:
Ex.: Suponha-se que o agente, para assegurar a execução de um crime
de estupro, mate a pessoa que faz a segurança da vítima. Responde por
dois crimes: homicídio qualificado pela conexão teleológica (art. 121, §
2º, V, 1ª figura) e estupro. Após, casa-se com a ofendida, extinguindo-se
a punibilidade em relação ao delito de estupro (CP, art. 107, VII). Aa punibilidade em relação ao delito de estupro (CP, art. 107, VII). A
extinção da punibilidade em relação ao estupro não exclui a
qualificadora do homicídio. Aplica-se a regra: nos crimes conexos
(homicídio e estupro), a extinção da punibilidade de um deles (estupro)
não impede, quanto ao outro (homicídio), a agravação da pena
(qualificadora) resultante da conexão (teleológica).
CAROLINA DEFILIPPI
ESPÉCIES DE CAUSAS DE 
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
MORTE DO AGENTEMORTE DO AGENTE
• Trata-se de causa personalíssima de extinção da
punibilidade que não se comunica aos co-autores epunibilidade que não se comunica aos co-autores e
partícipes.
• Amorte só pode ser provada por certidão de óbito.
• No caso de sentença extintiva da punibilidade transitada
em julgado, proferida com base em certidão falsa, só
restará ao Ministério Público processar os autores da
falsidade, pois não existe revisão criminal pro societate.
CAROLINA DEFILIPPI
ANISTIAANISTIA
•É uma lei federal penal de efeitos retroativos, ou seja, é uma lei feita
para o passado.
• Pode ser concedida antes do trânsito em julgado (anistia própria) ou
depois do trânsito em julgado (anistia imprópria).
• Atinge os efeitos penais (principais e secundários). Os efeitos
extrapenais subsistem. Se, todavia, for concedida antes do trânsito em
julgado afasta também os efeitos extrapenais.
• Uma vez concedida, não pode ser revogada, já que sua revogação
implicaria em retroatividade dos efeitos anteriores, prejudicando o
agente.
• A anistia é de atribuição do Congresso Federal (artigo 48, inciso VIII,
da Constituição Federal).
� Qual a diferença entre anistia e abolitio criminis?
A anistia apaga o fato e a abolitio criminis revoga a norma.
CAROLINA DEFILIPPI
GRAÇA E INDULTOGRAÇA E INDULTO
Semelhanças:
● só podem ser concedidos após o trânsito em julgado;
● são concedidos por decreto do Presidente da República, que pode
delegar essa atribuição ao Procurador Geral da República ou ao
Advogado Geral da União ou, ainda, ao Ministro da Justiça;
● só extingue o efeito principal que é a pena (pode ser extinta ou
comutada).comutada).
Diferenças:
● a graça é individual e depende de pedido do sentenciado;
● o indulto é uma medida coletiva e é concedida de ofício (não
depende de provocação).
➔➔CrimesCrimes InsuscetíveisInsuscetíveis dede Anistia,Anistia, GraçaGraça ee IndultoIndulto::
CrimesCrimes hediondos,hediondos, terrorismoterrorismo ee tráficotráfico dede drogasdrogas..
CAROLINA DEFILIPPI
ABOLITIO CRIMINISABOLITIO CRIMINIS
• A lei penal retroage, atingindo fatos ocorridos antes de sua
entrada em vigor, sempre que beneficiar o agente de qualquer
modo (artigo 5.º, inciso XL, da Constituição Federal).modo (artigo 5.º, inciso XL, da Constituição Federal).
• Se a lei posterior deixa de considerar o fato como criminoso,
isto é, se a lei posterior extingue o tipo penal, retroage e torna
extinta a punibilidade de todos os autores da conduta antes
tida por delituosa.
CAROLINA DEFILIPPI
DECADÊNCIADECADÊNCIA
• A prescrição extingue o direito de punir (afeta a pretensão punitiva do
Estado). A decadência extingue o direito do ofendido, de oferecer a queixa
ou a representação.
• A decadência está prevista como causa extintiva de punibilidade porque,
extinto o direito de queixa ou de representação, não há processo e, sem
esse, não pode ser exercida a pretensão punitivado Estado. Assim, a
decadência afeta indiretamente o direito de punir do Estado.
• Como regra geral, o prazo da decadência é de seis meses, a contar do
conhecimento da autoria. Trata-se de prazo de direito penal (artigo 10 doconhecimento da autoria. Trata-se de prazo de direito penal (artigo 10 do
Código Penal).
�������� IMPORTANTE!IMPORTANTE! No caso da queixa subsidiária, o prazo começa a contar do
término do prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (artigo 103
do Código Penal). Nesse caso, porém, o decurso do prazo decadencial não
provoca a extinção da punibilidade, pois o Ministério Público poderá
oferecer a denúncia enquanto não ocorrer a prescrição. Aqui, o prazo de 6
meses conta-se nos termos do artigo 798 do Código de Processo Penal,
pois não há a extinção da punibilidade.
CAROLINA DEFILIPPI
PEREMPÇÃOPEREMPÇÃO
• É uma sanção processual ao querelante desidioso. Só ocorre na ação penal
exclusivamente privada (artigo 60 do Código de Processo Penal).
• Hipóteses:
● querelante que deixa de dar andamento ao processo durante 30 dias
seguidos (para que ocorra a extinção da punibilidade o querelante deve ser
previamente notificado a agir);
querelante que não comparece sem motivo justo a qualquer ato a que deva● querelante que não comparece sem motivo justo a qualquer ato a que deva
estar presente;
● falta de pedido de condenação nas alegações finais;
● querelante que morre ou fica incapaz sem deixar sucessor, ou sucessores
que não comparecem para assumir o processo nos 60 dias após a sua
morte ou incapacidade;
● além dessas hipóteses, há também perempção quando morre o querelante
nos crimes de ação penal privada personalíssima.
CAROLINA DEFILIPPI
RENÚNCIARENÚNCIA AOAO DIREITODIREITO DEDE QUEIXAQUEIXA EE
PERDÃOPERDÃO ACEITOACEITO
a) Diferenças:
• a renúncia é anterior à queixa, ao passo que o perdão é posterior;
• a renúncia é unilateral, enquanto o perdão depende da aceitação do
querelado (ato bilateral).
b) Cabimento:
Só na ação penal exclusivamente privada. Isso porque só nela vigoram os
princípios da oportunidade e da disponibilidade.princípios da oportunidade e da disponibilidade.
• A renúncia e o perdão podem ser expressos ou tácitos. A renúncia é tácita
quando o ofendido pratica ato incompatível com a vontade de dar início à ação
penal privada. O perdão será tácito quando o ofendido praticar ato
incompatível com a vontade de dar continuidade à ação penal privada.
• A aceitação do perdão também pode ser expressa ou tácita. Será tácita se,
notificado a dizer se aceita ou não o perdão, permanecer em silêncio por mais
de 3 dias nos crimes de ação penal privada personalíssima.
CAROLINA DEFILIPPI
RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA E RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA E 
PERDÃO ACEITOPERDÃO ACEITO
● O recebimento da indenização pelo dano resultante do crime não
caracteriza renúncia tácita, salvo no caso da Lei n. 9.099/95, quando o acordo
entre o ofensor e o ofendido homologado acarreta a renúncia ao direito de
queixa ou representação.
● No caso de ofendido menor de 18 anos, cabe ao representante legal a
concessão do perdão ou a renúncia. Com a entrada do novo Código Civil, nãoconcessão do perdão ou a renúncia. Com a entrada do novo Código Civil, não
há mais a figura do representante legal para o ofendido maior de 18 e menor
de 21 anos.
● Nos termos do artigo 48 do Código de Processo Penal, a queixa deve ser
oferecida contra todos os autores do crime em face do princípio da
indivisibilidade da ação penal privada. O ofendido deve processar todos ou não
processar ninguém. Se o querelante deixa de processar alguém, há renúncia
tácita quanto a este que ficou fora, sendo que esta renúncia se estende
àqueles que foram processados.
CAROLINA DEFILIPPI
PERDÃO JUDICIALPERDÃO JUDICIAL
• Nada tem a ver com o perdão do ofendido. O perdão judicial é concedido
pelo juiz.
• O perdão do ofendido só é possível na ação penal exclusivamente privada,
ao passo que, o perdão judicial é possível, tanto na ação pública como na
ação privada, desde que a hipótese esteja prevista em lei.
a) Conceitoa) Conceito
Segundo o Prof. Damásio de Jesus, “é o instituto pelo qual o juiz, não
obstante comprovada a prática da infração penal pelo sujeito culpado, deixa
de aplicar a pena em face de justificadas circunstâncias”.
b) Natureza jurídica
É uma faculdade do juiz e não um dos direitos públicos subjetivos do réu. O
juiz, portanto, tem a discricionariedade de conceder ou não. Trata-se de
causa extintiva da punibilidade.
CAROLINA DEFILIPPI
PERDÃO JUDICIALPERDÃO JUDICIAL
c) Hipóteses legais
● homicídio culposo, se as conseqüências da infração tornarem
desnecessária a aplicação da pena (artigo 121, § 5.º, do Código Penal);
● lesão corporal culposa, se as conseqüências da infração tornarem
desnecessária a aplicação da pena (artigo 129, § 8.º, do Código Penal);
● no crime de injúria, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou
diretamente a injúria, ou no caso de reação imediata que consista em outra
injúria (artigo 140, § 1.º, do Código Penal);
no crime de apropriação indébita previdenciária, se o agente for primário e● no crime de apropriação indébita previdenciária, se o agente for primário e
de bons antecedentes (artigo 168-A, § 3.º, do Código Penal).
● art. 176, parágrafo único, do Código Penal;
● receptação culposa, dependendo das circunstâncias (artigo 180, § 5.º, do
Código Penal);
● alteração de registro civil, se realizada por motivo de reconhecida nobreza
(adoção à brasileira) (artigo 242, parágrafo único, do Código Penal);
● subtração de incapazes, no caso de restituição do menor ou do interdito, se
este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena
(artigo 249, § 2.º, do Código Penal);
CAROLINA DEFILIPPI
PERDÃO JUDICIALPERDÃO JUDICIAL
Qual a NATUREZA JURÍDICA da sentença que concede 
o perdão judicial?
•• HáHá duasduas posiçõesposições::
1. Condenatória: só se perdoa quem errou. O juiz condena o réu e
deixa de aplicar a pena. Observe-se que, se foi preciso criar umdeixa de aplicar a pena. Observe-se que, se foi preciso criar um
artigo para afastar a reincidência (artigo 120), significa que a
sentença teria esse efeito na ausência de disposição legal.
2. Declaratória da extinção da punibilidade: da sentença não surte
nenhum efeito penal ou extrapenal (Súmula n. 18 do Superior
Tribunal de Justiça). É a posição majoritária
CAROLINA DEFILIPPI
RETRATAÇÃO DO AGENTERETRATAÇÃO DO AGENTE
• Extingue-se a punibilidade pela retratação do agente, nos casos em que a
lei admite. Retratar é voltar atrás, retirar o que disse.
• Só extingue a punibilidade nos casos permitidos em lei:
● Calúnia e difamação (artigo 143 do Código Penal): até a sentença de 1º º
grau. Extingue a punibilidade somente de quem se retratou, ou seja, agrau. Extingue a punibilidade somente de quem se retratou, ou seja, a
retratação não se comunica aos demais ofensores. Se o crime é praticado
por meio da imprensa, admite-se a retratação inclusive na injúria.
● Falso testemunho (artigo 342, § 3.º, do Código Penal): até a sentença de 1º
grau do processo em que ocorreu o falso. A retratação nesse caso
comunica-se aos partícipes, pois o artigo diz que “o fato deixa de ser
punível”. Lembre-se que o crime de falso testemunho não admite co-autoria,
pois se trata de crime de mão-própria.
CAROLINA DEFILIPPI
PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
• A prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo decurso do
tempo.
• Justifica-se o instituto pelo desaparecimento do interesse estatal na
repressão do crime, em razão do tempo decorrido, que leva ao
esquecimento do delito e à superação do alarma social causado pela
infração penal.infração penal.
• A prescrição face à Legislação Penal tem como fundamentos o
decurso do tempo, o desinteresse estatal em apurar fato ocorrido há
anosou punir o seu autor; a correção do condenado, decorrente do
lapso temporal sem reiteração criminosa; e a negligência da
autoridade, como castigo à sua inércia no exercício de sua função.
CAROLINA DEFILIPPI
PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
• Ocorrido o crime, nasce para o Estado a pretensão de punir o autor do fato
criminoso. Essa pretensão deve, no entanto, ser exercida dentro de
determinado lapso temporal que varia de acordo com o crime praticado e a
pena a ele reservada. Transcorrido esse prazo, que é submetido a
interrupções ou suspensões, ocorre a prescrição da pretensão punitiva.
Nessa hipótese, que ocorre sempre antes de transitar em julgado a
sentença condenatória, são totalmente apagados todos os seus efeitos, tal
como se jamais tivesse sido praticado o crime ou tivesse existido sentença
condenatória.condenatória.
• Transitada em julgado a sentença condenatória para ambas as partes,
surge o título penal a ser executado dentro de um certo lapso de tempo,
variável de acordo com a pena concretamente aplicada. Tal título perde sua
força executória se não for exercitado pelos órgãos estatais o direito dele
decorrente, verificando-se então a prescrição da pretensão executória.
Nessa hipótese extingue-se somente a pena, subsistindo os demais efeitos
da condenação (pressuposto da reincidência, inscrição do nome do réu no
rol dos culpados, pagamento de custas, efeitos da condenação etc.)
CAROLINA DEFILIPPI
PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO
• Não se confunde a PRESCRIÇÃO, em que o direito de punir é diretamente
atingido, com a DECADÊNCIA, em que é atingido o direito de ação e,
indiretamente, o direito de punir do Estado.
• A prescrição em matéria criminal é de ordem pública, devendo ser decretada
de ofício ou a requerimento das partes, em qualquer fase do processo.
• O prazo prescricional é contado em dias – incluindo-se em seu cômputo o dia
do início (segundo o art.10 do CP) – segundo o calendário comum.
• Os prazos prescricionais são reduzidos de metade quando o agente era, ao
tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de
setenta anos (art. 115, CP).setenta anos (art. 115, CP).
IMPRESCRITIBILIDADE
• No ordenamento jurídico penal brasileiro, a prescrição é a regra. Entretanto,
a CF/88, em seu artigo 5º, criou dois casos em que as pretensões punitiva e
executória não são atingidas pela prescrição, são eles:
• a prática do racismo (art. 5.º, XLII)
• a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e
o Estado Democrático.(art. 5.º, XLIV)CAROLINA DEFILIPPI
1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
• Produz-se antes de a sentença penal condenatória não comportar mais
recursos.
• O cálculo do prazo e o reconhecimento da pretensão punitiva é feito, em um
primeiro momento, tomando-se por base a pena máxima abstratamente cominada
para o delito.
• Uma vez prolatada a sentença condenatória que não possa mais ser atacada
pela acusação, o cálculo do prazo prescricional da pretensão punitiva é refeito,pela acusação, o cálculo do prazo prescricional da pretensão punitiva é refeito,
agora com base na pena concretamente aplicada, e nesse caso poderemos ter ou
prescrição superveniente ou prescrição retroativa.
Desta forma, três são as espécies de prescrição da pretensão punitiva:
� prescrição propriamente dita ou da pena máxima
� prescrição retroativa
� prescrição superveniente
CAROLINA DEFILIPPI
1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
O termo inicial da prescrição da pretensão punitiva começa a correr:
• do dia em que o crime se consumou;
• no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa;
• nos crimes permanentes, do dia em que cessou a pertinência;
• nos crimes de bigamia (art. 235, CP ) e falsificação ou alteração de
assentamento do registro civil (art. 242, CP), da data em que o fato se tornou
conhecido.conhecido.
O prazo prescricional é suscetível de suspensão ou de interrupção.
�Suspensão: o lapso temporal anterior à causa suspensiva computa-se quando
da continuação da contagem;
� Interrupção: cessada a causa interruptiva do prazo prescricional a contagem
deste reinicia-se por inteiro, ou seja, o período anteriormente decorrido não é
computado.
CAROLINA DEFILIPPI
1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA
A prescrição da pretensão punitiva pode operar:
• entre a data da consumação do crime e a do recebimento da denúncia ou queixa
• entre a data do recebimento da denúncia ou da queixa e a publicação da
sentença recorrível
• entre a publicação da sentença recorrível e o acórdão condenatório
• entre o acórdão condenatório e o trânsito em julgado
No Tribunal do Júri é possível a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva:
• entre o fato e a do recebimento da denúncia
• entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação da sentença de
pronúncia ou sua confirmação
• entre a pronúncia ou sua confirmação e a sentença final e a partir da sentença
condenatória.
CAROLINA DEFILIPPI
2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
• Com o trânsito em julgado da sentença condenatória o direito de punir de 
Estado se transforma em jus executionis. Pelo decurso do tempo o Estado 
perde este poder-dever ou seja, o poder de executar a sanção penal imposta. 
O dever de executar a sanção no prazo estabelecido é irrenunciável.
• O prazo regula-se pela pena imposta na sentença transitada em julgado. Na 
pena imposta não se desconsideram eventuais causas de agravamento ou de pena imposta não se desconsideram eventuais causas de agravamento ou de 
aumento eventualmente reconhecidas, salvo os casos do art. 70 e 71 do 
Código Penal. Se houver substituição de pena privativa de liberdade por 
restritiva de direitos, aquela é que comanda o lapso prescricional da pretensão 
executória.
CAROLINA DEFILIPPI
2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
Nesta modalidade de prescrição, a condenação já se tornou definitiva para
ambas as partes São seus termos iniciais:
• o trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação;
• a revogação do sursis ou o livramento condicional;
• o dia em que se interrompe a execução da pena.
• Suspende-se a prescrição durante o tempo em que o condenado estiver preso
por outro motivo que não seja o cumprimento de pena no estrangeiro, como prisão
preventiva, em flagrante, em decorrência de pronúncia ou sentença condenatóriapreventiva, em flagrante, em decorrência de pronúncia ou sentença condenatória
penal; excetuadas as prisões de natureza civil (art. 110, parágrafo único, CP).
São causas interruptivas também previstas no art. 117, V e VI do CP:
• quando do início ou continuação do cumprimento da pena
• pela reincidência.
• Se o condenado vier a fugir, na data da fuga tem início novo prazo
prescricional regulado pelo restante da pena (art. 112, II, 1ª parte e art. 113, CP).
Recapturado o fugitivo, novamente se interrompe o prazo.
•
• CAROLINA DEFILIPPI
2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA
• Excepcionam-se os casos de superveniência de doença mental e/ou internação
em hospital, casos em que o tempo da interrupção deve ser computado.
• No caso da evasão ou revogação do livramento condicional, a prescrição
regula-se pelo tempo que ainda restar da pena. Inadmissível a aplicação do
princípio da detração penal em termos de dedução do tempo da prisão provisória,
incabível também no caso de concessão do perdão judicial.
• Havendo REINCIDÊNCIA, o prazo prescricional executório acresce-se em 1/3• Havendo REINCIDÊNCIA, o prazo prescricional executório acresce-se em 1/3
(um terço). Este aumento pressupõe que a sentença condenatória tenha
reconhecido a reincidência. O tipo da pena não influi no reconhecimento da
reincidência.
• Concernente à multa, o art. 51 do CP, foi alterado pela Lei n.º 9.268/96 em que
se tem que o valor da pena de multa deve ser inscrito como dívida ativa em favor
da Fazenda Pública, de modo que

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