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“O Direito Penal é o primeiro amor dos grandes estudantes, fascinados pelo conteúdo humano, pela palpitação social, pela intensidade dos dramas, pela glória das A.M.D.G.A.M.D.G. intensidade dos dramas, pela glória das legendas. O Direito Penal fornece a emulsão vivificante ao berçário das vocações jurídicas” Roberto Lyra CAROLINA DEFILIPPI MÓDULO AMÓDULO A APLICAÇÃO DA PENAAPLICAÇÃO DA PENA -- introdução introdução ---- introdução introdução -- COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS O art. 30 do CP dispõe que não se comunicam as circunstâncias de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Esse artigo contém três regras: • As circunstâncias de caráter pessoal (circunstâncias subjetivas) não se comunicam no concurso de agentes. As circunstâncias subjetivas são aquelas que dizem respeito ao agenteagente (exemplo: antecedentes,são aquelas que dizem respeito ao agenteagente (exemplo: antecedentes, personalidade, motivo do crime, parentesco, reincidência etc.). • Comunicam-se as circunstâncias de caráter objetivo, desde que o co- autor ou partícipe delas tenha conhecimento. Circunstâncias objetivas são aquelas que dizem respeito ao crimecrime (exemplo: emprego de arma, meio cruel, repouso noturno, modos de execução, meios empregados, idade da vítima etc.). • As elementareselementares sempre se comunicam, não importando se são de caráter pessoal ou não. CAROLINA DEFILIPPI ELEMENTARES � “Elementar” vem de “elemento”, que significa componente essencial, fundamental. � Elementar é todo componente essencial da figura típica, sem o qual essa desaparece (atipicidade absoluta) ou se transforma em outra (atipicidade relativa). ALGUÉM FUNCIONÁRIO PÚBLICO NO CRIME DE HOMICÍDIO (ART. 121) NO CRIME DE PECULATO (ART. 312 ) ELEMENTARELEMENTAR ELEMENTARELEMENTAR ATIPICIDADE ABSOLUTA ATIPICIDADE RELATIVA CAROLINA DEFILIPPI CIRCUNSTÂNCIAS • Circunstância é todo dado acessório, não fundamental para a existência do crime, que fica agregado à figura típica e tem como única função influenciar na pena. • A circunstância não altera o crime, somente influi na maior ou menor gravidade do delito. Assim, ausente a circunstância, subsiste o crime. Exemplo: furto agravado pelo repouso noturno. As circunstâncias podem ser: �� JudiciaisJudiciais: são circunstâncias genéricas, cuja aplicação fica a critério�� JudiciaisJudiciais: são circunstâncias genéricas, cuja aplicação fica a critério do juiz (artigo 59 do Código Penal). �� LegaisLegais: � são as circunstâncias agravantes (artigos 61 e 62) e atenuantes (artigos 65 e 66) que se encontram na Parte Geral do Código Penal. � São as causas de aumento e diminuição de pena, encontradas na Parte Geral e na Parte Especial do Estatuto Penal. CAROLINA DEFILIPPI QUALIFICADORAS � As qualificadoras também são circunstâncias, pois sua exclusão não elimina o crime, que apenas passa de qualificado a simples. � As qualificadoras não são essenciais para a existência do crime, pois só alteram os limites de pena, fixando o mínimo e o máximo. � Há entendimento no sentido de que as qualificadoras são circunstâncias elementares, mas, no nosso entendimento, isso é uma contradição: ou o componente típico é essencial para a existência do crime e denomina-se elementar, ou é acessório e será chamado de circunstância. ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO CAROLINA DEFILIPPI EXAME DA OABEXAME DA OAB Pode-se afirmar, sobre as circunstâncias pessoais do agente, que: a) nunca se comunicam ao outro agente do crime. b) sempre se comunicam ao outro agente do crime. c) só se comunicam ao outro agente do crime quando elementares do crime. d) não mantêm qualquer relação com o outro agente do crime. QUESTÃO PARA REFLEXÃOQUESTÃO PARA REFLEXÃO Um particular que, sabendo da condição de funcionário público de seu irmão, o ajuda a subtrair um bem que ele tem a posse em razão do cargo que ocupa, reponde por qual crime? Explique e justifique. CAROLINA DEFILIPPI MÓDULO BMÓDULO B APLICAÇÃOAPLICAÇÃO DA PENADA PENA -- sistemasistema trifásicotrifásico ---- sistemasistema trifásicotrifásico -- SISTEMA TRIFÁSICO Art. 68 A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 deste Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. Em primeiro lugar, é preciso identificar os limites da pena. Para isso deve-se saber se o crime é SIMPLESSIMPLES ou QUALIFICADOQUALIFICADO. Depois passa-se às fases da aplicação da pena CAROLINA DEFILIPPI SISTEMA TRIFÁSICO 1ª FASE1ª FASE � art. 59 : circunstâncias judiciais; • a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui • não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo. � arts. 61 e 62: agravantes � arts. 65 e 66: atenuantes • a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui 2ª FASE2ª FASE • a lei não diz quanto o juiz aumenta ou diminui • não pode ficar abaixo do mínimo e acima do máximo. 3ª FASE3ª FASE � causas de aumento e de diminuição de pena • estão previstas na Parte Geral e na Parte Especial • pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo. CAROLINA DEFILIPPI 1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS � As circunstâncias judiciais são circunstâncias genéricas que se aplicam a todos os crimes. � A aplicação é feita de maneira discricionária pelo juiz, pois a lei não delimita o quanto ele deve aumentar ou o quanto deve diminuir. � O juiz levará em consideração todas essas circunstâncias para, em uma primeira fase de fixação de pena, situá-la dentro dos limitesuma primeira fase de fixação de pena, situá-la dentro dos limites mínimo e máximo cominados. � Assim, se favoráveis, a pena deve situar-se próxima do mínimo ou nele mesmo. Sendo desfavoráveis, o juiz deve elevar a reprimenda acima do piso mínimo legal. Lembre-se!!! Nessa fase a pena não pode ficar abaixo do mínimo ou acima do máximo (art. 59, inciso II) CAROLINA DEFILIPPI 1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS De acordo com o art. 59 para a aplicação da pena, leva-se em conta: 1)1) CulpabilidadeCulpabilidade: quanto mais reprovável a conduta, maior a pena. 2)2) AntecedentesAntecedentes: são os registros criminais que podem representar inquéritos ou processos.inquéritos ou processos. Entende-se que processos em andamento e absolvições por insuficiência de prova configuram maus antecedentes. Há, entretanto, um segundo entendimento de que somente condenações definitivas podem ser consideradas como maus antecedentes. A reincidência não pode ser considerada como circunstância judicial e também como agravante. ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO CAROLINA DEFILIPPI 1ª FASE CIRCUNSTÂNCIAS JUDICIAIS 3)3) CondutaConduta socialsocial: trabalho, relacionamento familiar, etc. 4)4) PersonalidadePersonalidade dodo agenteagente: é o perfil psicológico do agente; a brutalidade incomum, a ausência de sentimento humanitário, a frieza, a ausência de arrependimento são indicativos de má personalidade. 5)5) MotivosMotivos dodo crimecrime: são os fatos que motivaram o agente à prática do5)5) MotivosMotivos dodo crimecrime: são os fatos que motivaram o agente à prática do delito; Tratando-se o motivo de qualificadora, agravante, atenuante, causa de aumento ou diminuição de pena, não poderá ser considerado como circunstância judicial, evitando-se bis in idem. 6)6) CircunstânciasCircunstâncias ee conseqüênciasconseqüências dodo crimecrime: extensão do dano causado. 7)7) ComportamentoComportamento dada vítimavítima: vitimologia.CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – AGRAVANTES • Previstas nos artigos 61 e 62 do Código Penal. Não podem ser levadas em conta quando Não podem ser levadas em conta quando QUALIFICAM ou CONSTITUEM o crimeQUALIFICAM ou CONSTITUEM o crime • No artigo61, existem dois incisos: � No inciso I encontra-se a agravante da reincidência (a reincidência � No inciso I encontra-se a agravante da reincidência (a reincidência se aplica tanto aos crimes dolosos quanto aos culposos); � No inciso II encontram-se várias outras agravantes Todas as agravantes relacionadas no inciso II somente se aplicam aos crimes dolosos. • No artigo 62, encontram-se as agravantes que somente se aplicam ao autor do crime em concurso de agentes. CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – AGRAVANTES REINCIDÊNCIA � A reincidência se verifica quando o sujeito, depois de sofrer condenação transitada em julgado pela prática de um crime, pratica novo delito. � A condenação anterior pela prática de contravenção penal não gera a reincidência. � A condenação anterior pela prática de crime militar próprio e crime� A condenação anterior pela prática de crime militar próprio e crime político também não geram reincidência. � Não prevalece a condenação anterior, se entre a data do cumprimento ou extinção da pena e a infração posterior tiver decorrido período de tempo superior a 5 anos, computado o período de prova da suspensão ou do livramento condicional, se não ocorrer revogação � A condenação anterior à pena de multa induz à reincidência. � A condenação no estrangeiro também gera reincidência, se o fato praticado for considerado crime no Brasil. Não é necessária a homologação do Supremo Tribunal Federal.CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – AGRAVANTES REINCIDÊNCIA FATOFATO PROCESSOPROCESSO TRÂNSITO EM TRÂNSITO EM JULGADO JULGADO SENTENÇA SENTENÇA CONDENATÓRIACONDENATÓRIA CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE NOVO NOVO FATOFATO PERÍODO DE PERÍODO DE 1995 PROCESSOPROCESSO 2000 PENAPENA 6 ANOS6 ANOS CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO DE PENADE PENA 2006 PERÍODO DE PERÍODO DE 5 ANOS5 ANOS REINCIDENTEREINCIDENTE CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – AGRAVANTES REINCIDÊNCIA FATOFATO PROCESSOPROCESSO TRÂNSITO EM TRÂNSITO EM JULGADO JULGADO SENTENÇA SENTENÇA CONDENATÓRIACONDENATÓRIA CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO EXTINÇÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE NOVO NOVO FATOFATO PERÍODO DE PERÍODO DE 1995 PROCESSOPROCESSO 2000 PENAPENA 6 ANOS6 ANOS CUMPRIMENTO CUMPRIMENTO DE PENADE PENA 2006 PERÍODO DE PERÍODO DE 5 ANOS5 ANOS PRIMÁRIOPRIMÁRIO CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – AGRAVANTES ART. 61,II Aplicam-se APENAS aos crimes dolosos. a) por motivo fútil ou torpe; b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou ded) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida; i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; l) em estado de embriaguez preordenada. CAROLINA DEFILIPPI II - ter o agente cometido o crime: a) por motivo fútil ou torpe; � fútil = desproporção entre o motivo e a prática do crime � torpe = motivo repugnante, que fere a moral � qualificadoras no homicídio II - ter o agente cometido o crime: b) para facilitar ou assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime; � trata-se de crimes conexos � qualificadora no homicídio = assegurar CAROLINA DEFILIPPI II - ter o agente cometido o crime: c) à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; � forma de realização do crime � qualificadoras no homicídio � possibilidade de interpretação analógica II - ter o agente cometido o crime: II - ter o agente cometido o crime: d) com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que podia resultar perigo comum; � meio de realização do crime � qualificadoras no homicídio � possibilidade de interpretação analógica CAROLINA DEFILIPPI II - ter o agente cometido o crime: e) contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; � relação entre agente e vítima � filho adotado? � separação judicial? Divórcio? � união estável? II - ter o agente cometido o crime: II - ter o agente cometido o crime: f) com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; � Incluído pela Lei nº 11.340, de 2006 � ampliou alínea “e” CAROLINA DEFILIPPI II - ter o agente cometido o crime: g) com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão; � entendimento = funcionário público � não se aplica aos crimes dos arts. 312 a 326 II - ter o agente cometido o crime: h) contra criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida;ou mulher grávida; � critério cronológico X critérios biológico � aplica-se a qualquer crime II - ter o agente cometido o crime: i) quando o ofendido estava sob a imediata proteção da autoridade; � art. 353 (Arrebatamento de preso) – crime específico CAROLINA DEFILIPPI II - ter o agente cometido o crime: j) em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública, ou de desgraça particular do ofendido; � falta de solidariedade humana II - ter o agente cometido o crime: l) em estado de embriaguez preordenada. NÃO PRENÃO PRE-- EMBRIAGUEZEMBRIAGUEZ ACIDENTALACIDENTAL NÃO ACIDENTALNÃO ACIDENTAL VOLUNTÁRIAVOLUNTÁRIA CULPOSACULPOSA FORÇA MAIORFORÇA MAIOR CASO FORTUITOCASO FORTUITO NÃO PRENÃO PRE-- ORDENADAORDENADA PREPRE-- ORDENADAORDENADA CAROLINA DEFILIPPI CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES � aplicáveis apenas aos CRIMES DOLOSOS * EXCEÇÃO = reincidência � circunstância agravantes OBJETIVAS: alíneas = c, d, h, i, j � circunstância agravantes SUBJETIVAS: alíneas = a, b, l, d, e, f, g * meio cruel pode ser OBJETIVA ou SUBJETIVA CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – AGRAVANTES ART. 62 Aplicam-se APENAS ao autor do crime em concurso de agentes. Art. 62 - A pena será ainda agravada em relação ao agente que: I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes;agentes; II - coage ou induz outrem à execução material do crime; III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; IV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. CAROLINA DEFILIPPI I - promove, ou organiza a cooperação no crime ou dirige a atividade dos demais agentes; � Autoria intelectual � Maior censurabilidade � Simples convite não configura II - coage ou induz outrem à execução material do crime; � Coagir = obrigar (resistível ou irresistivelmente) � Induzir = incitar CAROLINA DEFILIPPI III - instiga ou determina a cometer o crime alguém sujeito à sua autoridade ou não-punível em virtude de condição ou qualidade pessoal; � Instigar = estimular idéia existente � Determinar = provocar ou ordenar � Autoridade – pública ou privada � Aproveita-se da inimputabilidadeIV - executa o crime, ou nele participa, mediante paga ou promessa de recompensa. � Vantagem de qualquer natureza � Independentemente do pagamento da promessa CAROLINA DEFILIPPI Crítica � Imprecisão técnica � denominando-se "concurso de pessoas" = agravantes de delitos cometidos por de mais de uma pessoa necessariamente baseado no art. 29 do CP?� necessariamente baseado no art. 29 do CP? � agravante = autoria mediata por coação moral irresistível (situação não considerada um autêntico "concurso de pessoas") CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – ATENUANTES ART. 65 Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: I - ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato, ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença; � Entendemos que o inciso acima não foi alterado pelo artigo 5.º do novo Código Civil, pois a atenuante da menoridade atua como coeficiente de menor culpabilidade, reduzindo o juízo de censura em razão da falta demenor culpabilidade, reduzindo o juízo de censura em razão da falta de pleno amadurecimento da pessoa, sendo a diminuição da pena medida de política criminal. II - o desconhecimento da lei; ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO CAROLINA DEFILIPPI 2ª FASE – ATENUANTES Art. 65, III - ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral; b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as conseqüências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; c) cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob a influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima;emoção, provocada por ato injusto da vítima; d) confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; e) cometido o crime sob a influência de multidão em tumulto, se não o provocou. � Além do artigo 65, o artigo 66 dispõe que o juiz poderá levar em conta qualquer outra atenuante que não foi prevista em lei CIRCUNSTÂNCIACIRCUNSTÂNCIAATENUANTEATENUANTE INOMINADAINOMINADA CAROLINA DEFILIPPI 3ª FASE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA As causas de aumento e diminuição de pena são encontradas: • na Parte Geral� causas de aumento e diminuição genéricas • na Parte Especial� causas de aumento e diminuição especiais IMPORTANTE!IMPORTANTE! Essas causas podem elevar a pena além do máximo e diminuí-la aquém do mínimo, ao contrário das circunstâncias anteriores. Por isso, somente nesta fase a pena poderá sair dos limites legais. São causas que aumentam ou diminuem as penas em proporções fixas (por exemplo: 1/2, 1/3, 1/6, 2/3) CAROLINA DEFILIPPI 3ª FASE CAUSAS DE AUMENTO DE PENA CAUSAS DE DIMINUIÇÃO DE PENA �� GENÉRICASGENÉRICAS Exemplos de causas de diminuição: tentativa (artigo 14, parágrafo único), arrependimento posterior (artigo 16), erro de proibição evitável (artigo 21, segunda parte), semi-imputabilidade (artigo 26, parágrafo único), menor participação (artigo 29, § 1.º).único), menor participação (artigo 29, § 1.º). Exemplos de causas de aumento: concurso formal (artigo 70), crime continuado (artigo 71) �� ESPECÍFICASESPECÍFICAS Exemplos de causas de aumento: emprego de arma no crime de roubo (artigo 157, § 2.º, inciso I) Exemplos de causas de diminuição: violenta emoção (artigo 121, § 1.º) e pequeno valor da res furtiva (artigo 155, § 2.º) CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO DE QUALIFICADORAS � Se o crime tem mais de uma qualificadora que incidem sobre um fato, aplica-se somente uma delas. � Exemplo: homicídio triplamente qualificado. Basta uma qualificadora para alterar os limites da pena. As demais qualificadoras passam a ter a função de influir na dosagem da pena dentro dos novos limites. Como as demais qualificadoras influem na pena? Resposta: há duas posições:Resposta: há duas posições: �Se previstas como agravantes genéricas, passam a funcionar como tal, sendo consideradas na segunda fase. � Funcionam como circunstâncias judiciais desfavoráveis observadas na primeira fase. � No caso de conflito entre agravante genérica e qualificadora, prevalece esta. A qualificadora fixa os limites da pena, por isso prevalece sobre qualquer outra circunstância. CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO ENTRE AGRAVANTES E ATENUANTES � As circunstâncias subjetivas prevalecem sobre as objetivas. Art. 67 - No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. � As circunstâncias subjetivas prevalecem sobre as objetivas. � Nos termos do artigo 67 do Código Penal, caso estejam presentes circunstâncias genéricas agravantes e atenuantes, o juiz levará em conta as preponderantes, consideradas como tais os motivos determinantes do crime, a personalidade do agente e a reincidência. � A jurisprudência entende que prevalece sobre todas a menoridade do agente na data do fato. CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO ENTRE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO 1.1. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede aumentoaumento dada ParteParte GeralGeral ee dada ParteParte EspecialEspecial � O juiz procede a ambos os aumentos: primeiro incide o aumento da Parte Especial e depois, sobre o quantum já acrescido, incide o da ParteParte Especial e depois, sobre o quantum já acrescido, incide o da Parte Geral. Exemplo: furto praticado durante o repouso noturno em continuidade delitiva. O repouso noturno leva ao aumento de 1/3. A continuidade acarreta aumento de 1/6 a 2/3. � Cálculo: pena base de 1 ano; aumenta-se 1/3 por força do repouso noturno; pena aumentada para 1 ano e 4 meses; o aumento de 1/6 a 2/3 incidirá sobre a pena de 1 ano e 4 meses. CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO ENTRE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO 2.2. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede diminuiçãodiminuição dada ParteParte GeralGeral ee dada ParteParte EspecialEspecial O juiz procede a ambas as diminuições: primeiro incide a diminuição da Parte Especial e depois, sobre o quantum já diminuído, incide a dada Parte Especial e depois, sobre o quantum já diminuído, incide a da Parte Geral. Exemplo: furto privilegiado tentado. Cálculo: pena base de 1 ano; diminui-se 2/3 pelo privilégio; pena diminuída para 4 meses; a diminuição de 1/3 a 2/3 incidirá sobre a pena de 4 meses. CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO ENTRE CAUSAS DE AUMENTO E DIMINUIÇÃO 3.3. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede aumentoaumento situadassituadas nana ParteParte EspecialEspecial Nos termos do parágrafo único do artigo 68 do Código Penal, o juiz pode se limitar à aplicação da causa que mais aumente, desprezandopode se limitar à aplicação da causa que mais aumente, desprezando as demais. 4.4. ConcursoConcurso entreentre causascausas dede diminuiçãodiminuição situadassituadas nana ParteParte EspecialEspecial Nos termos do parágrafo único do artigo 68 do Código Penal, o juiz pode se limitar a uma só diminuição, escolhendo a causa que mais diminua a pena. CAROLINA DEFILIPPI QUESTÕESQUESTÕES 1). Qual a diferença entre a pena de multa e as penas restritivas pecuniárias? Explique e justifique. 2). João foi condenado definitivamente a um pena de detenção de 3 anos. Sendo João primário e tendo as circunstâncias do art. 59 favoráveis a ele, João teve sua pena privativa de liberdade substituída por uma pena restritiva de direito de prestação de serviço à comunidade e umapena restritiva de direito de prestação de serviço à comunidade e uma pena de multa. João, sem dar satisfações, nunca apareceu na instituição na qual deveria prestar serviço e nem tampouco pagou a multa. Pergunta-se: Como o caso será resolvido? Explique, justifique e fundamente.CAROLINA DEFILIPPI MÓDULO CMÓDULO C CONCURSO DE CRIMESCONCURSO DE CRIMES CONCEITO � O concurso de crimes ocorre quando o mesmo agente realiza dois ou mais crimes. Há uma pluralidade de crimes. � Existem dois sistemas para a aplicação da pena nas hipóteses de concurso de crimes: sistema do cúmulo material e sistema da exasperação da pena. Sistema do Cúmulo Material Sistema da Exasperação da Pena SOMA DAS PENAS APLICA-SE A PENA DE UM SÓ DOS CRIMES, AUMENTANDO-A DE UM DETERMINADO QUANTUM CAROLINA DEFILIPPI FORMAS DE CONCURSO CONCURSO MATERIALCONCURSO MATERIAL ART. 69ART. 69 CONCURSO FORMALCONCURSO FORMAL ART. 70ART. 70 CRIME CONTINUADOCRIME CONTINUADO ART. 71ART. 71 CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO MATERIAL � Ocorre quando são praticadas duas ou mais infrações penais, idênticas ou não, mediante a prática de duas ou mais condutas; cada conduta corresponde a um crime diferente. Pode ser: � homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma espécie; � heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando� heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se trata de crimes de espécies diferentes. � No caso de concurso material, será aplicado o sistema do cúmulo material: as penas serão somadas. DUAS OU MAIS DUAS OU MAIS CONDUTASCONDUTAS DOIS OU DOIS OU MAIS MAIS CRIMESCRIMES SOMA SOMA DAS DAS PENASPENAS CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO FORMAL � Ocorre quando o agente, mediante uma única conduta, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não. Pode ser: � homogêneo: quando as condutas são idênticas, ou seja, da mesma espécie; � heterogêneo: quando as infrações são diversas, ou seja, quando se trata de crimes de espécies diferentes. � Próprio ou perfeito: quando os resultados derivam de um único desígnio (exemplo: A pega uma arma para matar B; atira em B acertando-o, mas(exemplo: A pega uma arma para matar B; atira em B acertando-o, mas também atinge C; A tinha um só desígnio: atingir B, mas acabou atingindo uma terceira pessoa também). � Impróprio ou imperfeito: quando os resultados derivam de desígnios autônomos (exemplo: o sujeito quer matar um bebê que está no colo da mãe; o sujeito sabe que se atirar na criança poderá atingir a mãe, mas mesmo assim assume o risco e dispara). Trata-se, no exemplo, de dolo direto em relação à criança e dolo eventual em relação à mãe. Há, entretanto, uma corrente doutrinária que entende que somente haverá concurso formal impróprio se houver dolo direto. CAROLINA DEFILIPPI CONCURSO FORMAL PRÓPRIOPRÓPRIO �� UMA CONDUTAUMA CONDUTA �� UM DESÍGNIOUM DESÍGNIO DOIS OU DOIS OU MAIS MAIS CRIMESCRIMES pena mais grave + de 1/6 até 1/2 DOIS OU DOIS OU MAIS MAIS CRIMESCRIMES SOMA SOMA DAS DAS PENASPENAS IMPRÓPRIOIMPRÓPRIO �� UMA CONDUTAUMA CONDUTA �� VÁRIOS DESÍGNIOVÁRIOS DESÍGNIO � ConcursoConcurso materialmaterial benéficobenéfico: ocorre quando a pena, resultante da aplicação da regra do concurso formal, fica maior do que a soma das penas. Nesse caso, aplica-se a regra do concurso material no lugar da regra do concurso formal. CAROLINA DEFILIPPI CRIME CONTINUADO • Ocorre quando o agente, mediante duas ou mais condutas, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, os quais, devido a semelhantes condições de tempo, lugar, modo de execução e outras, podem ser havidos uns como continuação dos outros. As características do crime continuado são: �� CrimesCrimes dada mesmamesma espécieespécie: são os crimes previstos no mesmo tipo penal, pouco importando se na forma tentada ou consumada, simples oupouco importando se na forma tentada ou consumada, simples ou qualificada. Há entendimento minoritário no sentido de que crimes da mesma espécie são os que ferem o mesmo bem jurídico (exemplo: estupro e atentado violento ao pudor). �� SemelhantesSemelhantes condiçõescondições: devem ser praticados em condições semelhantes de tempo (a jurisprudência entende que o tempo pode ser de até 30 dias entre um crime e outro), lugar (entre cidades próximas, pode-se falar em crime continuado) e modo de execução (o modo de execução deve ser idêntico). Devem estar preenchidas todas as características. CAROLINA DEFILIPPI CRIME CONTINUADO • Quanto ao elemento subjetivo do crime continuado, há duas teorias: � Teoria puramente objetiva: a vontade do sujeito é irrelevante, ou seja, não há necessidade de o agente ter vontade de aproveitar-se das mesmas circunstâncias deixadas pelo crime anterior. Prevalece na doutrina. � Teoria objetivo-subjetiva: além das circunstâncias objetivas semelhantes, há necessidade da presença de um elemento subjetivo, ou seja, da vontade de o agente aproveitar-se das mesmas circunstâncias deixadas pelo crimede o agente aproveitar-se das mesmas circunstâncias deixadas pelo crime anterior. O Ministério Público segue a linha da teoria objetivo-subjetiva, sustentando que não se pode confundir crime continuado com habitualidade no crime ou intensa vontade de delinqüir. Na jurisprudência existem as duas posições. CAROLINA DEFILIPPI CRIME CONTINUADO APLICAÇÃOAPLICAÇÃO DADA PENAPENA:: � Para o CRIME CONTINUADO, segue-se o sistema da exasperação da pena, ou seja, aplica-se a pena do crime mais grave, ou qualquer delas, se idênticas, aumentando-a de 1/6 a 2/3. O aumento varia de acordo com o número de crimes. �No CRIME CONTINUADO ESPECÍFICO (crimes dolosos cometidos com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes): a pena,com violência ou grave ameaça contra vítimas diferentes): a pena, nesse caso, é aumentada até o triplo (de 1/6 até o triplo). A regra do concurso material benéfico também é aplicada aos casos de crime continuado, seja comum ou específico. CRIME CONTINUADOCRIME CONTINUADO pena mais grave + de 1/6 até 1/2 CRIME CONTINUADO ESPECÍFICOCRIME CONTINUADO ESPECÍFICO pena mais grave + de 1/6 até o TRIPLO CAROLINA DEFILIPPI CRIME CONTINUADO • É possível continuação delitiva em crime culposo, desde que as condições objetivas sejam semelhantes e o agente persista em realizar a conduta culposa. • O crime continuado constitui uma unidade ou uma pluralidade de crimes? ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO • O crime continuado constitui uma unidade ou uma pluralidade de crimes? O Código Penal seguiu a Teoria da Ficção. O crime continuado na realidade configura uma pluralidade de crimes, autônomos e independentes entre si. A lei, por uma simples ficção, presume que eles constituem um só crime para efeito de sanção penal. Note que o artigo 119 do Código Penal determina que a prescrição incida isoladamente sobre cada um dos crimes. • Sobrevindo lei mais rigorosa durante a cadeia de continuidade delitiva, qual a lei deverá ser aplicada? Aplica-se a lei mais rigorosa. . CAROLINA DEFILIPPI EXAME DA OABEXAME DA OAB 1) No crime continuado, se idênticos os delitos, aplica-se uma só pena e, se diversos, a sanção do mais grave, aumentada, em ambos os casos, de: a) um sexto; b) metade; c) dois terços; d) um sexto até dois terços.d) um sexto até dois terços. 2) Somente ocorre concurso material: a) entre crimes idênticos ou não; b) entre crimes heterogêneos, apenas; c) entre crimes idênticos, apenas; d) entre crimes idênticos ou não, desde que ambos sejam dolosos. CAROLINA DEFILIPPI MÓDULO DMÓDULO D BENEFÍCIOS DA PENABENEFÍCIOS DA PENA SUSPENSÃO SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENACONDICIONAL DA PENA � O sursis é justificado por razões de política criminal. � O que importa ao Estado não é simplesmente punir, mas reeducar, ressocializar. � Assim, o sursis é um crédito de confiança ao criminoso primário, estimulando-o a não voltar a delinqüir. SISTEMA ANGLO-AMERICANO “PROBATION SYSTEM”“PROBATION SYSTEM” suspensão do processo + cumprimento dediversas condições impostas pelo juiz SISTEMA FRANCÊS “SURSIS”“SURSIS” ADOTADO PELO BRASIL ADOTADO PELO BRASIL CAROLINA DEFILIPPI Diferenças entre o SISTEMA ANGLO AMERICANO e o SISTEMA FRANCÊS SURSISSURSIS PROBATION SYSTEMPROBATION SYSTEM Só se concede o benefício a criminoso primário desde que a O criminoso pode ter cometido crime mais grave desde que o juiz criminoso primário desde que a pena não seja maior que dois anos crime mais grave desde que o juiz entenda que ele não voltará a delinqüir O juiz condena o réu, suspendendo a pena O juiz não condena o réu, apenas o declara culpado e fixa o período de prova Há um condicionamento negativo Há um condicionamento positivo CAROLINA DEFILIPPI Espécies de SURSIS SURSISSURSIS SIMPLESSIMPLES o condenado deverá, obrigatoriamente, prestar serviços à comunidade ou submeter-se à limitação de fim de semana, durante um ano conforme art.78, § 1º. SURSISSURSIS ESPECIALESPECIAL exige o cumprimento cumulativo (§ 2º do art. 78 do CP) das seguintes condições: • não freqüentar determinados lugares • não se ausentar da comarca onde reside sem autorização judicialautorização judicial • comparecer pessoalmente perante o juízo, mensalmente, a fim de dar ciência sobre suas atividades. SURSISSURSIS ETÁRIOETÁRIO pode ser simples ou especial, aplicando-se exclusivamente ao maior de 70 anos de idade, condenado a pena privativa de liberdade não superior a quatro anos, que poderá obter a suspensão da execução da pena por período entre quatro e seis anos. CAROLINA DEFILIPPI REQUISITOS • A suspensão condicional da pena é um direito subjetivo do condenado que realizar todos seus pressupostos e não uma mera faculdade do juiz como faz parecer o caput do artigo 77 com a expressão “poderá”. • A suspensão condicional da pena depende do preenchimento de alguns requisitosrequisitos ou pressupostos, de naturezanatureza objetivaobjetiva ouou subjetivasubjetiva. Sem os pressupostos é impossível a concessão do benefício ao condenado. CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Objetivos SURSISSURSIS SIMPLESSIMPLES não pode caber a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, conforme o art. 44 só pode ser suspensa a pena privativa de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples) não superior a dois anos; não pode caber a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de só pode ser suspensa a pena privativa deve o condenado ter reparado o dano, salvo SURSISSURSIS ESPECIALESPECIAL liberdade por restritiva de direito, conforme o art. 44 pena privativa de liberdade (reclusão, detenção ou prisão simples) não superior a dois anos; dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; SURSIS SURSIS ETÁRIOETÁRIO não pode caber a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito, conforme o art. 44 só pode ser suspensa a pena privativa de liberdade não superior a quatro anos; CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Subjetivos � O condenado não pode ser reincidente em crime doloso; * simples reincidência não obsta suspensão condicional da pena, pois a lei exige que o agente não seja reincidente em crime doloso. * se a condenação anterior, ainda que por crime doloso, tiver sido por pena de multa, a suspensão poderá ser concedida, conformepena de multa, a suspensão poderá ser concedida, conforme determina o § 1º do art. 77. � A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, os motivos e as circunstâncias do crime devem ser favoráveis para a autorização da suspensão da execução da pena. CAROLINA DEFILIPPI PERÍODO DE PROVA E CONDIÇÕES • Uma vez preenchido os requisitos objetivos e subjetivos o juiz ao conceder a suspensão da execução da pena, fixará a duração do períodoperíodo dede provaprova e as condiçõescondições que o condenado deverá cumprir. O período de prova deve ser fixado pelo órgão julgador, e somenteO período de prova deve ser fixado pelo órgão julgador, e somente em situações excepcionais e diante de absoluta necessidade, ele deverá ser fixado acima do mínimo legal que é: - dois anos – para o sursis simples e especial - quatro anos – para o sursis etário • Além do período de prova o juiz especificará as condições a que o condenado estará sujeito. As condições serão definidas em lei, ditas legais e as judiciais. CAROLINA DEFILIPPI Condições legais SURSISSURSIS SIMPLESSIMPLES No primeiro ano de período de prova o condenado deverá, obrigatoriamente, conforme opção do juiz: - prestar serviços à comunidade - ou submeter-se à limitação de fim de semana. SURSISSURSIS ESPECIALESPECIAL Nessa suspensão o juiz deverá impor ao condenado a obrigação de não freqüentar determinados lugares: Além dessa proibição, o juiz deverá determinar que: - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorizaçãoautorização - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades SURSISSURSIS ETÁRIOETÁRIO * Se simples – o juiz fixará uma das penas restritivas de direito para ser cumprida no primeiro ano de prova. * Se especial – as condições estão no § 2º do art. 78: a) proibição de freqüentar determinados lugares; b) proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização c) comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades.CAROLINA DEFILIPPI Condições judiciais � Essas condições guardam alguma correlação com o fato praticado e com a situação pessoal do condenado. � As condições previstas no art. 698, § 2º, do CPP, que regulava esse instituto e no art. 767 do mesmo estatuto, que trata de normas para a liberdade vigiada são algumas das que podem ser impostas. � O mais importante para que o SURSIS cumpra seus objetivos é que o período de prova seja, efetivamente, fiscalizado. � Durante a suspensão, as condições estabelecidas na sentença poderão ser modificadas pelo juiz, inclusive a partir de iniciativa do próprio condenado, desde que demonstrada a necessidade da alteração. CAROLINA DEFILIPPI REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA � condenação transitada em julgado por crime doloso. � frustração, pelo condenado, do pagamento da multa penal, podendo pagá-la (incompatibilidade com a Lei n. 9268 - pena de multa não pode ser substituída por restritiva de liberdade).multa não pode ser substituída por restritiva de liberdade). � não-reparação do dano à vítima, sem justificativa válida � não-cumprimento, durante o primeiro ano do período de prova, de prestação de serviços à comunidade ou da limitação de fim de semana conforme § 1º do art. 78. CAROLINA DEFILIPPI REVOGAÇÃO FACULTATIVA � Hipóteses de o condenado descumprir as demais condições impostas, assim como no caso de vir a ser condenado, com trânsito em julgado da sentença condenatória por crime culposo ou por contravenção penal, desde que pena aplicada não seja a de multa. � Não se pode revogar o sursis em razão de uma condenação por delito culposo ou por contravenção penal, ainda que definitivas, pelo simples fato da condenação. Às causas mencionadas no § 1º do art. 81 dofato da condenação. Às causas mencionadas no § 1º do art. 81 do Código Penal devem aderir outras circunstâncias legais e judiciais desfavoráveis ao condenado, que possam autorizar a perda do benefício. O CPP prevê mais dois casos de revogação: 1). Art. 705 - se o réu não comparece à audiência admonitória. 2). Art. 706 - se através de um recurso, a pena do réu for aumentada, impedindo o benefício. CAROLINA DEFILIPPI ALTERNATIVA À REVOGAÇÃO Em muitos casos, o juiz poderá em vez de revogar a suspensão, modificar as condições impostas, ou, até mesmo, se for o caso, transformar o sursis especial emmesmo, sefor o caso, transformar o sursis especial em sursis simples, o que seria prejudicial ao condenado, mas não o levaria à prisão. CAROLINA DEFILIPPI PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA A prorrogação do período de prova, ou seja o aumento do tempo dentro do qual a pena privativa de liberdade está suspensa e em que o condenado cumpre as obrigações impostas, deverá ocorrer: � na hipótese de ser instaurado outro processo penal, por crime ou contravenção penal, contra o beneficiado pelo sursis. Bastando que o processo esteja em curso durante o período de prova, a prorrogação será automática a partir da instauração do processo e não da data do fato. Questionamos a possibilidade dessa prorrogação em face do Princípio da Presunção de Inocência. ASSUNTO CONTROVERSOASSUNTO CONTROVERSO CAROLINA DEFILIPPI Terminando Terminando o o período de período de prova prova com ou sem com ou sem prorrogaçãoprorrogação EXTINTA EXTINTA A A PUNIBILIDADEPUNIBILIDADEprorrogaçãoprorrogação desde que desde que sem sem revogaçãorevogação PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE (art. 82, CP) CAROLINA DEFILIPPI Observações: � A condenação anterior irrecorrível por delito militar próprio ou político não impedem sursis uma vez que não ensejam reincidência. � Pode haver sursis se anteriormente houver prática de crime com perdão judicial, uma vez que este caso também não gera reincidência. � O STF entende que durante o período de prova do sursis não há suspensão dos direitos políticos. � O decreto n.º 4865/42 proíbe o sursis a estrangeiros que se encontrem� O decreto n.º 4865/42 proíbe o sursis a estrangeiros que se encontrem no país em caráter temporário. � O juiz não pode impor como condição do sursis o pagamento das custas processuais segundo o art. 700 do CPP. � Nos ensina Freitas Bastos que o juiz não pode colocar como condição do sursis o pagamento da multa. Isso depende do estado de solvência do réu. � A sentença a respeito do sursis não faz coisa julgada, podendo o benefício ser restabelecido ou revogado. CAROLINA DEFILIPPI LIVRAMENTO CONDICIONALLIVRAMENTO CONDICIONAL � O livramento condicional constitui o último degrau do sistema progressivo brasileiro de cumprimento de pena privativa de liberdade. � Iniciando o cumprimento das penas de reclusão e detenção no regime fechado, semi-aberto ou aberto, o condenado poderá, depois de certo tempo e se houver a satisfação de alguns requisitos de natureza subjetiva, obter o livramento condicional, por meio do qual conquistará a sua liberdade. � O que se visa com o livramento condicional é, em caráter experimental, condicionalmente, devolver ao convívio social o sentenciado que já vinhacondicionalmente, devolver ao convívio social o sentenciado que já vinha revelando sintomas de recuperação completa. � A execução do livramento condicional está disciplinada na Lei de Execução Penal nos artigos 131 e seguintes. Entende Magalhães Noronha que o livramento condicional é “uma antecipação da liberdade ao condenado que a merecer”. CAROLINA DEFILIPPI REQUISITOS • O livramento condicional é um direito subjetivo do condenado que realizar todos seus pressupostos e não uma mera faculdade do juiz. • O livramento condicional depende do preenchimento de alguns• O livramento condicional depende do preenchimento de alguns requisitosrequisitos ou pressupostos, de naturezanatureza objetivaobjetiva ouou subjetivasubjetiva. Sem os pressupostos é impossível a concessão do benefício ao condenado. CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Objetivos 1. Pena Privativa de Liberdade igual ou superior a dois anos • Só é possível o livramento condicional quando se trata de pena privativa de liberdade. • Além disso, não pode ser inferior a dois anos, só podendo ser concedido se ela for igual ou superior a esses dois anos de prisãoconcedido se ela for igual ou superior a esses dois anos de prisão simples, detenção ou reclusão, não importando se constituir a soma de penas aplicadas em mais de um processo. • Conforme o art. 84 do CP, deverão ser somadas as penas das várias infrações a que o sujeito tiver sido condenado. CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Objetivos 2. Cumprimento de mais de 1/3, da metade ou 2/3 da Pena • Exige a lei, para concessão do livramento condicional, que o condenado tenha cumprido uma parte da pena a que tiver sido condenado: � Tratando-se de condenado nãonão reincidentereincidente emem crimecrime dolosodoloso, deverá cumprir, no mínimo, 11//33 dada penapena. Se a condenação anterior tiver sido por crime culposo, poderá obter o livramento após o cumprimento também de 1/3 da pena. Sendo culposo um dos crimes,cumprimento também de 1/3 da pena. Sendo culposo um dos crimes, o anterior ou o posterior, o livramento também poderá ser concedido após o cumprimento de 1/3 da pena. � Se o condenado for reincidentereincidente emem crimecrime dolosodoloso, deverá ter cumprido mais de metademetade dada penapena. � Se tiver sido condenado por crimecrime hediondohediondo (Lei 8072) e não sendo reincidente específico em crimes dessa natureza, só poderá obter o benefício após cumprir 22//33 dada penapena. CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Objetivos NÃO- REINCIDENTE Deve cumprir 1/3 da pena REINCIDENTE EM CRIME CULPOSO Deve cumprir 1/3 da pena REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO Deve cumprir 1/2 da pena O livramento será concedido em regime fechado, semi-aberto ou aberto, uma vez que a lei não faz nenhuma referência à necessidade de ter havido qualquer progressão. DOLOSO CRIME HEDIONDO Deve cumprir 2/3 da pena CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Objetivos 3. Reparação do Dano • Estabelece o art. 83, inciso IV outro requisito de natureza objetiva que é a reparação do dano causado com a prática do crime.crime. • Ressalvando, todavia, a hipótese de que o condenado não possa, efetivamente, arcar com as despesas pertinentes. CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Subjetivos 1. Bons antecedentes para obtenção de livramento condicional com o cumprimento de 1/3 da Pena Para obter o livramento condicional além de não reincidente em crime doloso, deve possuir bons antecedentes. Se não os tiver, só poderá merecer o livramento após cumprir mais da metade da pena. 2. Comportamento satisfatório durante a execução da pena Em quaisquer hipóteses de livramento, o condenado deve ter umEm quaisquer hipóteses de livramento, o condenado deve ter um comportamento satisfatório durante a execução da pena. Seu comportamento deve ser analisado para fins de concessão do livramento, levando-se em conta o grau de adaptação em relação ao meio social livre. 3. Bom desempenho no trabalho Se ao condenado tiver sido oferecida a oportunidade de trabalhar, interna ou externamente, deverá ter-se desempenhado de modo igualmente satisfatório. CAROLINA DEFILIPPI Requisitos Subjetivos 4. Aptidão para prover o próprio sustento O condenado deve demonstrar, antes de obter o livramento, a possibilidade de, com seu próprio trabalho honesto, manter-se, alimentar-se, morar, sobreviver no mundo livre. O art. 132 da LEP ao exigir que o liberado consiga ocupação lícita, ressalva a situação do que não for apto para o trabalho. Com o alto índice de desemprego existente do país questiona-se esse requisito. 5. Presunção de que o condenado por crime doloso, com violência ou grave5. Presunção de que o condenado por crime doloso, com violência ou grave ameaça, não voltará a delinqüir Exige o parágrafo único do art. 83, para o condenado por crime doloso, cometido com violência ou grave ameaça, a demonstração de condições pessoais que façam presumir que ele não voltará a delinqüir. Esse artigo gera uma discussão, pois não se pode admitir nos dias de hoje qualquer presunção de que alguém cometerá algum crime. Necessariamente, se realiza o exame criminológico. Caso o resultadoconclua pela periculosidade do agente, não será concedido o livramento. Parece óbvio o grande absurdo jurídico que é esta condição. CAROLINA DEFILIPPI PERÍODO DE PROVA E CONDIÇÕES • Uma vez preenchido os requisitos objetivos e subjetivos o juiz ao conceder a suspensão da execução da pena, fixará a duração do períodoperíodo dede provaprova e as condiçõescondições que o condenado deverá cumprir. O período de prova a que estará submetido o condenado é• O período de prova a que estará submetido o condenado é equivalente ao tempo restante de cumprimento da pena a que foi condenado, por um ou mais crimes, em um ou mais processos. Os artigos 132 e 137 da LEP traçam algumas condições sobre a concessão do livramento. • O art. 85 do CP determina que a sentença deverá especificar todas as condições obrigatórias e facultativas. CAROLINA DEFILIPPI Condições Obrigatórias • As condições obrigatórias são definidas no § 1º do art. 132 da LEP. � Obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, sendo apto O inapto fisicamente para o trabalho não poderá comprovar essa condição que, apesar de obrigatória, não é, obviamente, absoluta, valendo apenas para os fisicamente sadios. � Comunicar, Periodicamente, ao juiz sua ocupação Essa comunicação deve ser feita ao juiz de execução penal. O beneficiado deveEssa comunicação deve ser feita ao juiz de execução penal. O beneficiado deve comunicar ao juiz a atividade desenvolvida ou a não obtenção de emprego. � Não mudar do território da Comarca do juízo da execução, sem prévia autorização deste Se o beneficiado resolver mudar de seu domicílio para outra comarca, deverá obter do juiz da execução penal a prévia autorização para a mudança. Deverá obter a transferência para a jurisdição de outro juiz da execução penal, da mesma ou de outra unidade federada. CAROLINA DEFILIPPI Condições Facultativas � As condições facultativas, também chamadas judiciais, são estabelecidas no § 2º do art. 132 da LEP. � Não mudar de residências sem comunicação ao juiz e à autoridade encarregada da observação cautelar Quando o beneficiado mudar de residência dentro da mesma comarca deverá comunicar o novo endereço ao juiz da execução penal e ao Serviço Social, ao Conselho da Comunidade, ao órgão ou à entidade que tiver encarregada pelo juiz para fiscalizar o cumprimento das obrigações estabelecidas para ojuiz para fiscalizar o cumprimento das obrigações estabelecidas para o livramento. �Recolher-se à moradia, em horário fixado na sentença Ao conceder o livramento, poderá o juiz fixar horário para que o beneficiado se recolha à sua casa, para o convívio com a família, se tiver, e o repouso noturno. �Não freqüentar determinados lugares A proibição de freqüência a certos ambientes deve levar em consideração a natureza do delito praticado e as condições especiais do liberado. CAROLINA DEFILIPPI REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA � Determina o art. 86 do Código Penal que, se o beneficiado pelo livramento vier a ser condenado, por sentença condenatória irrecorrível a pena privativa de liberdade por crime cometido durante ou antes da vigência do livramento, este será revogado. � Enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória por crime cometido pelo liberado durante a vigência do livramento, o juiz não poderá declarar extinta a pena da qual resultou o benefício, mesmo se já tiver decorrido o tempo do período de prova. É a regramesmo se já tiver decorrido o tempo do período de prova. É a regra do art. 89 do Código Penal. REVOGAÇÃO FACULTATIVA • O juiz poderá revogar o livramento se as condições impostas na sentença não forem cumpridas, conforme o que determina o art. 87 do CP. CAROLINA DEFILIPPI EFEITOS DA REVOGAÇÃO A revogação do livramento se dará basicamente por duas razões: 1. Condenação por Crime Anterior ao Período de Prova Se a causa da revogação for condenação transitada em julgado por crime cometido antes do início do período de prova, o tempo que tiver transcorrido entre o início do período de prova e o dia da revogação será descontado na pena do condenado, que cumprirá apenas o restante da pena. O art. 141 da LEP permite, expressamente, a concessão de novo livramento aquele que vier a ser condenado por infração cometida antes do período de prova.aquele que vier a ser condenado por infração cometida antes do período de prova. 2. Condenação por Crime Durante o Período de Prova Se a revogação decorrer da superveniência de condenação por infração penal, crime ou contravenção, cometido durante o período de prova, o tratamento dado pela lei é outro. O tempo de liberdade do período de prova não será descontado da pena, vale dizer, será perdido e o condenado deverá cumprir a pena primitiva integralmente. Não poderá se concedido novo livramento condicional em relação à primeira pena. CAROLINA DEFILIPPI Descumprimento de Condições Se o beneficiado descumprir as condições impostas pelo juiz na sentença que concedeu o livramento, terá que cumprir integralmente a pena que estava suspensa, e não poderá obter novo livramento. O art. 142 da LEP dispõe sobre o assunto.dispõe sobre o assunto. CAROLINA DEFILIPPI PRORROGAÇÃO DO PERÍODO DE PROVA � O período de prova será prorrogado se o condenado beneficiado com o livramento condicional cometer, durante o período de prova, outro fato definido como crime, que resulte em razão da instauração de processo penal contra si. � O art. 89 do Código Penal diz que o juiz não poderá declarar extinta a pena enquanto não passar em julgado a sentença no processo a quepena enquanto não passar em julgado a sentença no processo a que responde o liberado, por crime cometido na vigência do livramento. � Se o condenado for condenado pelo novo crime, o livramento será revogado, e se for absolvido, o juiz declarará extinta a punibilidade do crime pelo qual estava em livramento condicional. CAROLINA DEFILIPPI Terminando Terminando o o período de período de prova prova com ou sem com ou sem prorrogaçãoprorrogação EXTINTA EXTINTA A A PUNIBILIDADEPUNIBILIDADEprorrogaçãoprorrogação desde que desde que sem sem revogaçãorevogação PUNIBILIDADEPUNIBILIDADE CAROLINA DEFILIPPI Observações: � Em caso de reiteração criminal, em que as penas são unificadas, não importa que nenhuma delas seja igual ou superior a dois anos, desde que o quantum unificado satisfaça a exigência legal. Esse princípio é também aplicável às hipóteses de penas aplicadas em face de concurso de crimes, num só processo ou em processos diversos. � Nos termos do art. 712 do CPP, o livramento condicional pode ser concedido mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ouconcedido mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou de parente ou por iniciativa do Conselho Penitenciário. O livramento somente se concede mediante parecer do Conselho Penitenciário. � O art. 67 da lei n.º 6815/80 determina que, desde que conveniente ao interesse nacional, a expulsão do estrangeiro poderá efetivar-se, ainda que haja processo ou tenha ocorrido condenação. Assim, quando a expulsão for cabível, não importa se o condenado esteja em livramento condicional. CAROLINA DEFILIPPI EXAME DA OABEXAME DA OAB 1) Com relação à reincidência, pode-se afirmar: I - revoga o sursis, obrigatoriamente em caso de condenação irrecorrível por crime doloso e facultativamente na hipótese de crime culposo ou contravenção; II - em qualquer caso impede que se inicie o cumprimento da pena em regime semi-aberto ou aberto; III - revoga o livramento condicional obrigatoriamente em caso de condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade e facultativamente na hipótese de crime ou contravenção quando aplicada pena que não seja privativa de liberdade;aplicada pena que não seja privativa de liberdade; IV - aumenta o prazo de prescrição da pretensão executória,porém não interrompe seu curso; V - revoga a reabilitação quando o reabilitado for definitivamente condenado, como reincidente, a pena que não seja a de multa. a) I, II e V estão corretas b) I, III e IV estão corretas c) I, III e V estão corretas d) II, IV e V estão corretas CAROLINA DEFILIPPI EXAME DA OABEXAME DA OAB 1) Qual dos requisitos abaixo relacionados não é exigível para a concessão do chamado "sursis" simples? a) não reincidência em crime doloso em que a condenação anterior não tenha sido à pena de multa b) reparação do dano c) condenação à pena privativa de liberdade não superior a dois anos d) não cabimento da substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direito. 2) Expirado o prazo do livramento condicional, sem revogação, o juiz declarará extinta a: a) ilicitude. b) tipicidade. c) punibilidade. d) imputabilidade. CAROLINA DEFILIPPI MÓDULO EMÓDULO E EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADEEXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos em que a lei a admite; VII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) VIII - (Revogado pela Lei nº 11.106, de 2005) IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. CAROLINA DEFILIPPI MOMENTO DE OCORRÊNCIA DAS CAUSAS EXTINTIVAS DA PUNIBILIDADE � As causas extintivas da punibilidade podem ocorrer antes da sentença final ou depois da sentença condenatória irrecorrível. � se a causa extintiva da punibilidade ocorrer antes da sentença final, o sujeito não terá nenhum efeito da condenação. � se, porém, a causa extintiva da punibilidade ocorrer depois do trânsito em julgado da sentença penal condenatória, em regra o sujeito, terá todos os efeitos da condenação. Há duas exceções: a abolitio criminis e a anistia, que mesmo ocorrendo após o trânsito em julgado da condenação, rescinde totalmente a sentença condenatória. CAROLINA DEFILIPPI ANÁLISE DO ART. 108 • Nos termos do art. 108 do CP: “a extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo ou circunstância agravante de outro não se estende a este. Nos crimes conexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão”. O dispositivo apresenta quatro hipóteses:O dispositivo apresenta quatro hipóteses: 1) a extinção da punibilidade de crime que é pressupostopressuposto dede outrooutro não se estende a este. Trata-se de crimes acessórios que dependem de outros delitos. Ex.: furto e receptação (arts. 150 e 180). A extinção da punibilidade em relação ao furto não se estende à receptação. CAROLINA DEFILIPPI ANÁLISE DO ART. 108 • a extinção da punibilidade de crime que é elementoelemento dede outrooutro não se estende a este. A regra cuida do crime complexo, no caso em que um delito funciona como elementar de outro. Ex.: extorsão mediante seqüestro (CP, art. 159), que tem como elementares o seqüestro (art. 148) e a extorsão (art. 158). A extinção da punibilidade em relação ao seqüestro não se estende à extorsão mediante seqüestro. • a extinção da punibilidade de crime que é circunstânciacircunstância qualificadoraqualificadora dede outrooutro não se estende a este. A proposição trata do crime complexo, na hipótese em que um crime funciona como qualificadora de outro. Ex.: furto qualificado pela destruição de obstáculo à subtração da coisa (art. 155, § 4º, I, 1ª figura), em que o dano (art. 163) funciona como circunstância qualificadora. A extinção da punibilidade em relação ao crime de dano não se estende ao furto qualificado. CAROLINA DEFILIPPI ANÁLISE DO ART. 108 • nos crimescrimes conexosconexos, a extinção da punibilidade de um deles não impede, quanto aos outros, a agravação da pena resultante da conexão: Ex.: Suponha-se que o agente, para assegurar a execução de um crime de estupro, mate a pessoa que faz a segurança da vítima. Responde por dois crimes: homicídio qualificado pela conexão teleológica (art. 121, § 2º, V, 1ª figura) e estupro. Após, casa-se com a ofendida, extinguindo-se a punibilidade em relação ao delito de estupro (CP, art. 107, VII). Aa punibilidade em relação ao delito de estupro (CP, art. 107, VII). A extinção da punibilidade em relação ao estupro não exclui a qualificadora do homicídio. Aplica-se a regra: nos crimes conexos (homicídio e estupro), a extinção da punibilidade de um deles (estupro) não impede, quanto ao outro (homicídio), a agravação da pena (qualificadora) resultante da conexão (teleológica). CAROLINA DEFILIPPI ESPÉCIES DE CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE MORTE DO AGENTEMORTE DO AGENTE • Trata-se de causa personalíssima de extinção da punibilidade que não se comunica aos co-autores epunibilidade que não se comunica aos co-autores e partícipes. • Amorte só pode ser provada por certidão de óbito. • No caso de sentença extintiva da punibilidade transitada em julgado, proferida com base em certidão falsa, só restará ao Ministério Público processar os autores da falsidade, pois não existe revisão criminal pro societate. CAROLINA DEFILIPPI ANISTIAANISTIA •É uma lei federal penal de efeitos retroativos, ou seja, é uma lei feita para o passado. • Pode ser concedida antes do trânsito em julgado (anistia própria) ou depois do trânsito em julgado (anistia imprópria). • Atinge os efeitos penais (principais e secundários). Os efeitos extrapenais subsistem. Se, todavia, for concedida antes do trânsito em julgado afasta também os efeitos extrapenais. • Uma vez concedida, não pode ser revogada, já que sua revogação implicaria em retroatividade dos efeitos anteriores, prejudicando o agente. • A anistia é de atribuição do Congresso Federal (artigo 48, inciso VIII, da Constituição Federal). � Qual a diferença entre anistia e abolitio criminis? A anistia apaga o fato e a abolitio criminis revoga a norma. CAROLINA DEFILIPPI GRAÇA E INDULTOGRAÇA E INDULTO Semelhanças: ● só podem ser concedidos após o trânsito em julgado; ● são concedidos por decreto do Presidente da República, que pode delegar essa atribuição ao Procurador Geral da República ou ao Advogado Geral da União ou, ainda, ao Ministro da Justiça; ● só extingue o efeito principal que é a pena (pode ser extinta ou comutada).comutada). Diferenças: ● a graça é individual e depende de pedido do sentenciado; ● o indulto é uma medida coletiva e é concedida de ofício (não depende de provocação). ➔➔CrimesCrimes InsuscetíveisInsuscetíveis dede Anistia,Anistia, GraçaGraça ee IndultoIndulto:: CrimesCrimes hediondos,hediondos, terrorismoterrorismo ee tráficotráfico dede drogasdrogas.. CAROLINA DEFILIPPI ABOLITIO CRIMINISABOLITIO CRIMINIS • A lei penal retroage, atingindo fatos ocorridos antes de sua entrada em vigor, sempre que beneficiar o agente de qualquer modo (artigo 5.º, inciso XL, da Constituição Federal).modo (artigo 5.º, inciso XL, da Constituição Federal). • Se a lei posterior deixa de considerar o fato como criminoso, isto é, se a lei posterior extingue o tipo penal, retroage e torna extinta a punibilidade de todos os autores da conduta antes tida por delituosa. CAROLINA DEFILIPPI DECADÊNCIADECADÊNCIA • A prescrição extingue o direito de punir (afeta a pretensão punitiva do Estado). A decadência extingue o direito do ofendido, de oferecer a queixa ou a representação. • A decadência está prevista como causa extintiva de punibilidade porque, extinto o direito de queixa ou de representação, não há processo e, sem esse, não pode ser exercida a pretensão punitivado Estado. Assim, a decadência afeta indiretamente o direito de punir do Estado. • Como regra geral, o prazo da decadência é de seis meses, a contar do conhecimento da autoria. Trata-se de prazo de direito penal (artigo 10 doconhecimento da autoria. Trata-se de prazo de direito penal (artigo 10 do Código Penal). �������� IMPORTANTE!IMPORTANTE! No caso da queixa subsidiária, o prazo começa a contar do término do prazo para o Ministério Público oferecer a denúncia (artigo 103 do Código Penal). Nesse caso, porém, o decurso do prazo decadencial não provoca a extinção da punibilidade, pois o Ministério Público poderá oferecer a denúncia enquanto não ocorrer a prescrição. Aqui, o prazo de 6 meses conta-se nos termos do artigo 798 do Código de Processo Penal, pois não há a extinção da punibilidade. CAROLINA DEFILIPPI PEREMPÇÃOPEREMPÇÃO • É uma sanção processual ao querelante desidioso. Só ocorre na ação penal exclusivamente privada (artigo 60 do Código de Processo Penal). • Hipóteses: ● querelante que deixa de dar andamento ao processo durante 30 dias seguidos (para que ocorra a extinção da punibilidade o querelante deve ser previamente notificado a agir); querelante que não comparece sem motivo justo a qualquer ato a que deva● querelante que não comparece sem motivo justo a qualquer ato a que deva estar presente; ● falta de pedido de condenação nas alegações finais; ● querelante que morre ou fica incapaz sem deixar sucessor, ou sucessores que não comparecem para assumir o processo nos 60 dias após a sua morte ou incapacidade; ● além dessas hipóteses, há também perempção quando morre o querelante nos crimes de ação penal privada personalíssima. CAROLINA DEFILIPPI RENÚNCIARENÚNCIA AOAO DIREITODIREITO DEDE QUEIXAQUEIXA EE PERDÃOPERDÃO ACEITOACEITO a) Diferenças: • a renúncia é anterior à queixa, ao passo que o perdão é posterior; • a renúncia é unilateral, enquanto o perdão depende da aceitação do querelado (ato bilateral). b) Cabimento: Só na ação penal exclusivamente privada. Isso porque só nela vigoram os princípios da oportunidade e da disponibilidade.princípios da oportunidade e da disponibilidade. • A renúncia e o perdão podem ser expressos ou tácitos. A renúncia é tácita quando o ofendido pratica ato incompatível com a vontade de dar início à ação penal privada. O perdão será tácito quando o ofendido praticar ato incompatível com a vontade de dar continuidade à ação penal privada. • A aceitação do perdão também pode ser expressa ou tácita. Será tácita se, notificado a dizer se aceita ou não o perdão, permanecer em silêncio por mais de 3 dias nos crimes de ação penal privada personalíssima. CAROLINA DEFILIPPI RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA E RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA E PERDÃO ACEITOPERDÃO ACEITO ● O recebimento da indenização pelo dano resultante do crime não caracteriza renúncia tácita, salvo no caso da Lei n. 9.099/95, quando o acordo entre o ofensor e o ofendido homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação. ● No caso de ofendido menor de 18 anos, cabe ao representante legal a concessão do perdão ou a renúncia. Com a entrada do novo Código Civil, nãoconcessão do perdão ou a renúncia. Com a entrada do novo Código Civil, não há mais a figura do representante legal para o ofendido maior de 18 e menor de 21 anos. ● Nos termos do artigo 48 do Código de Processo Penal, a queixa deve ser oferecida contra todos os autores do crime em face do princípio da indivisibilidade da ação penal privada. O ofendido deve processar todos ou não processar ninguém. Se o querelante deixa de processar alguém, há renúncia tácita quanto a este que ficou fora, sendo que esta renúncia se estende àqueles que foram processados. CAROLINA DEFILIPPI PERDÃO JUDICIALPERDÃO JUDICIAL • Nada tem a ver com o perdão do ofendido. O perdão judicial é concedido pelo juiz. • O perdão do ofendido só é possível na ação penal exclusivamente privada, ao passo que, o perdão judicial é possível, tanto na ação pública como na ação privada, desde que a hipótese esteja prevista em lei. a) Conceitoa) Conceito Segundo o Prof. Damásio de Jesus, “é o instituto pelo qual o juiz, não obstante comprovada a prática da infração penal pelo sujeito culpado, deixa de aplicar a pena em face de justificadas circunstâncias”. b) Natureza jurídica É uma faculdade do juiz e não um dos direitos públicos subjetivos do réu. O juiz, portanto, tem a discricionariedade de conceder ou não. Trata-se de causa extintiva da punibilidade. CAROLINA DEFILIPPI PERDÃO JUDICIALPERDÃO JUDICIAL c) Hipóteses legais ● homicídio culposo, se as conseqüências da infração tornarem desnecessária a aplicação da pena (artigo 121, § 5.º, do Código Penal); ● lesão corporal culposa, se as conseqüências da infração tornarem desnecessária a aplicação da pena (artigo 129, § 8.º, do Código Penal); ● no crime de injúria, quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria, ou no caso de reação imediata que consista em outra injúria (artigo 140, § 1.º, do Código Penal); no crime de apropriação indébita previdenciária, se o agente for primário e● no crime de apropriação indébita previdenciária, se o agente for primário e de bons antecedentes (artigo 168-A, § 3.º, do Código Penal). ● art. 176, parágrafo único, do Código Penal; ● receptação culposa, dependendo das circunstâncias (artigo 180, § 5.º, do Código Penal); ● alteração de registro civil, se realizada por motivo de reconhecida nobreza (adoção à brasileira) (artigo 242, parágrafo único, do Código Penal); ● subtração de incapazes, no caso de restituição do menor ou do interdito, se este não sofreu maus-tratos ou privações, o juiz pode deixar de aplicar pena (artigo 249, § 2.º, do Código Penal); CAROLINA DEFILIPPI PERDÃO JUDICIALPERDÃO JUDICIAL Qual a NATUREZA JURÍDICA da sentença que concede o perdão judicial? •• HáHá duasduas posiçõesposições:: 1. Condenatória: só se perdoa quem errou. O juiz condena o réu e deixa de aplicar a pena. Observe-se que, se foi preciso criar umdeixa de aplicar a pena. Observe-se que, se foi preciso criar um artigo para afastar a reincidência (artigo 120), significa que a sentença teria esse efeito na ausência de disposição legal. 2. Declaratória da extinção da punibilidade: da sentença não surte nenhum efeito penal ou extrapenal (Súmula n. 18 do Superior Tribunal de Justiça). É a posição majoritária CAROLINA DEFILIPPI RETRATAÇÃO DO AGENTERETRATAÇÃO DO AGENTE • Extingue-se a punibilidade pela retratação do agente, nos casos em que a lei admite. Retratar é voltar atrás, retirar o que disse. • Só extingue a punibilidade nos casos permitidos em lei: ● Calúnia e difamação (artigo 143 do Código Penal): até a sentença de 1º º grau. Extingue a punibilidade somente de quem se retratou, ou seja, agrau. Extingue a punibilidade somente de quem se retratou, ou seja, a retratação não se comunica aos demais ofensores. Se o crime é praticado por meio da imprensa, admite-se a retratação inclusive na injúria. ● Falso testemunho (artigo 342, § 3.º, do Código Penal): até a sentença de 1º grau do processo em que ocorreu o falso. A retratação nesse caso comunica-se aos partícipes, pois o artigo diz que “o fato deixa de ser punível”. Lembre-se que o crime de falso testemunho não admite co-autoria, pois se trata de crime de mão-própria. CAROLINA DEFILIPPI PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO • A prescrição é a perda do direito de punir do Estado pelo decurso do tempo. • Justifica-se o instituto pelo desaparecimento do interesse estatal na repressão do crime, em razão do tempo decorrido, que leva ao esquecimento do delito e à superação do alarma social causado pela infração penal.infração penal. • A prescrição face à Legislação Penal tem como fundamentos o decurso do tempo, o desinteresse estatal em apurar fato ocorrido há anosou punir o seu autor; a correção do condenado, decorrente do lapso temporal sem reiteração criminosa; e a negligência da autoridade, como castigo à sua inércia no exercício de sua função. CAROLINA DEFILIPPI PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO • Ocorrido o crime, nasce para o Estado a pretensão de punir o autor do fato criminoso. Essa pretensão deve, no entanto, ser exercida dentro de determinado lapso temporal que varia de acordo com o crime praticado e a pena a ele reservada. Transcorrido esse prazo, que é submetido a interrupções ou suspensões, ocorre a prescrição da pretensão punitiva. Nessa hipótese, que ocorre sempre antes de transitar em julgado a sentença condenatória, são totalmente apagados todos os seus efeitos, tal como se jamais tivesse sido praticado o crime ou tivesse existido sentença condenatória.condenatória. • Transitada em julgado a sentença condenatória para ambas as partes, surge o título penal a ser executado dentro de um certo lapso de tempo, variável de acordo com a pena concretamente aplicada. Tal título perde sua força executória se não for exercitado pelos órgãos estatais o direito dele decorrente, verificando-se então a prescrição da pretensão executória. Nessa hipótese extingue-se somente a pena, subsistindo os demais efeitos da condenação (pressuposto da reincidência, inscrição do nome do réu no rol dos culpados, pagamento de custas, efeitos da condenação etc.) CAROLINA DEFILIPPI PRESCRIÇÃOPRESCRIÇÃO • Não se confunde a PRESCRIÇÃO, em que o direito de punir é diretamente atingido, com a DECADÊNCIA, em que é atingido o direito de ação e, indiretamente, o direito de punir do Estado. • A prescrição em matéria criminal é de ordem pública, devendo ser decretada de ofício ou a requerimento das partes, em qualquer fase do processo. • O prazo prescricional é contado em dias – incluindo-se em seu cômputo o dia do início (segundo o art.10 do CP) – segundo o calendário comum. • Os prazos prescricionais são reduzidos de metade quando o agente era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos, ou, na data da sentença, maior de setenta anos (art. 115, CP).setenta anos (art. 115, CP). IMPRESCRITIBILIDADE • No ordenamento jurídico penal brasileiro, a prescrição é a regra. Entretanto, a CF/88, em seu artigo 5º, criou dois casos em que as pretensões punitiva e executória não são atingidas pela prescrição, são eles: • a prática do racismo (art. 5.º, XLII) • a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático.(art. 5.º, XLIV)CAROLINA DEFILIPPI 1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA • Produz-se antes de a sentença penal condenatória não comportar mais recursos. • O cálculo do prazo e o reconhecimento da pretensão punitiva é feito, em um primeiro momento, tomando-se por base a pena máxima abstratamente cominada para o delito. • Uma vez prolatada a sentença condenatória que não possa mais ser atacada pela acusação, o cálculo do prazo prescricional da pretensão punitiva é refeito,pela acusação, o cálculo do prazo prescricional da pretensão punitiva é refeito, agora com base na pena concretamente aplicada, e nesse caso poderemos ter ou prescrição superveniente ou prescrição retroativa. Desta forma, três são as espécies de prescrição da pretensão punitiva: � prescrição propriamente dita ou da pena máxima � prescrição retroativa � prescrição superveniente CAROLINA DEFILIPPI 1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA O termo inicial da prescrição da pretensão punitiva começa a correr: • do dia em que o crime se consumou; • no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade criminosa; • nos crimes permanentes, do dia em que cessou a pertinência; • nos crimes de bigamia (art. 235, CP ) e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil (art. 242, CP), da data em que o fato se tornou conhecido.conhecido. O prazo prescricional é suscetível de suspensão ou de interrupção. �Suspensão: o lapso temporal anterior à causa suspensiva computa-se quando da continuação da contagem; � Interrupção: cessada a causa interruptiva do prazo prescricional a contagem deste reinicia-se por inteiro, ou seja, o período anteriormente decorrido não é computado. CAROLINA DEFILIPPI 1) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA A prescrição da pretensão punitiva pode operar: • entre a data da consumação do crime e a do recebimento da denúncia ou queixa • entre a data do recebimento da denúncia ou da queixa e a publicação da sentença recorrível • entre a publicação da sentença recorrível e o acórdão condenatório • entre o acórdão condenatório e o trânsito em julgado No Tribunal do Júri é possível a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva: • entre o fato e a do recebimento da denúncia • entre a data do recebimento da denúncia e a da publicação da sentença de pronúncia ou sua confirmação • entre a pronúncia ou sua confirmação e a sentença final e a partir da sentença condenatória. CAROLINA DEFILIPPI 2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA • Com o trânsito em julgado da sentença condenatória o direito de punir de Estado se transforma em jus executionis. Pelo decurso do tempo o Estado perde este poder-dever ou seja, o poder de executar a sanção penal imposta. O dever de executar a sanção no prazo estabelecido é irrenunciável. • O prazo regula-se pela pena imposta na sentença transitada em julgado. Na pena imposta não se desconsideram eventuais causas de agravamento ou de pena imposta não se desconsideram eventuais causas de agravamento ou de aumento eventualmente reconhecidas, salvo os casos do art. 70 e 71 do Código Penal. Se houver substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, aquela é que comanda o lapso prescricional da pretensão executória. CAROLINA DEFILIPPI 2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA Nesta modalidade de prescrição, a condenação já se tornou definitiva para ambas as partes São seus termos iniciais: • o trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação; • a revogação do sursis ou o livramento condicional; • o dia em que se interrompe a execução da pena. • Suspende-se a prescrição durante o tempo em que o condenado estiver preso por outro motivo que não seja o cumprimento de pena no estrangeiro, como prisão preventiva, em flagrante, em decorrência de pronúncia ou sentença condenatóriapreventiva, em flagrante, em decorrência de pronúncia ou sentença condenatória penal; excetuadas as prisões de natureza civil (art. 110, parágrafo único, CP). São causas interruptivas também previstas no art. 117, V e VI do CP: • quando do início ou continuação do cumprimento da pena • pela reincidência. • Se o condenado vier a fugir, na data da fuga tem início novo prazo prescricional regulado pelo restante da pena (art. 112, II, 1ª parte e art. 113, CP). Recapturado o fugitivo, novamente se interrompe o prazo. • • CAROLINA DEFILIPPI 2) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA • Excepcionam-se os casos de superveniência de doença mental e/ou internação em hospital, casos em que o tempo da interrupção deve ser computado. • No caso da evasão ou revogação do livramento condicional, a prescrição regula-se pelo tempo que ainda restar da pena. Inadmissível a aplicação do princípio da detração penal em termos de dedução do tempo da prisão provisória, incabível também no caso de concessão do perdão judicial. • Havendo REINCIDÊNCIA, o prazo prescricional executório acresce-se em 1/3• Havendo REINCIDÊNCIA, o prazo prescricional executório acresce-se em 1/3 (um terço). Este aumento pressupõe que a sentença condenatória tenha reconhecido a reincidência. O tipo da pena não influi no reconhecimento da reincidência. • Concernente à multa, o art. 51 do CP, foi alterado pela Lei n.º 9.268/96 em que se tem que o valor da pena de multa deve ser inscrito como dívida ativa em favor da Fazenda Pública, de modo que
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