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""" e ao: • onsu 1 Após estudar este capítulo, você estará apto a: ÜA1 ÜA2 ÜA3 Entender o que desencadeia o comportamento humano. Classificar as motivações básicas do consumidor. Descrever as emoções do consumidor e demonstrar como elas ajudam a moldar o valor. O A4 Aplicar diferentes abordagens para medir as emoções do consumidor. O A5 Entender como os consumidores expressam emoções de formas diferentes. <2J A6 Definir e aplicar os conceitos de afeto com base em esquemas e contágio emocional. OA1 O que Guia o Comportamento Humano? uantas vezes as pessoas pergun- tam: "Por que fiz isso?". Às vezes, a razão é simples. Um consumi- dor pode perguntar: "Por que comi dois Big Macs inteiros?". O motivo pode ser tão simples quanto "Eu estava com fome" . Muitos consumido- res também podem fazer relação com outra questão familiar: "Por que bebi tanto?". As pessoas geralmente fazem essa pergunta na manhã seguinte, após uma longa noite fora. A razão aqui pode não ser tão simples e óbvia quanto "Eu estava com fome" ou "Eu estava com sede''. Mas, no fim das contas, a bebedeira exces- siva, assim como todas as ações, tem uma explicação. O processo básico de consumo (lembre-se do Capítulo 1) é o componente central da EVC e inclui as necessidades do consumidor como primeiro com- ponente. As necessidades do consumidor iniciam o processo, pois elas desencadeiam, ou motivam, os pensamentos, os sentimentos e o comportamento subsequente. De forma simples, as motivações são as razões internas ou forças que guiam as ações humanas e levam os consumidores a lidar com as necessidades reais. Conforme indicado pela EVC, as motivações não determinam totalmente o comportamento. Outras fontes, incluindo fatores situacionais, como o ambiente físico, influenciam o comportamento. No entanto, as motivações fazem muito para mostrar a razão das ações dos consumidores. HOMEOSTASE As motivações hum.anas são direcionadas a dois grupos principais de comportamen- to. O primeiro é o compor- tamento voltado para man- ter a pessoa em um estado atual aceitável. Homeostase refere-se ao processo em que o corpo reage naturalmente de forma que mantém a cir- culação sanguínea normal e motivações razões internas ou forças que guiam as ações humanas à medida que os consumidores precisam lidar com necessidades reais homeostase estado de equilíbrio no qual o corpo reage naturalmente de forma que mantém a circulação sanguínea normal e constante CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSUMIDOR 87 motivação de autoaperfeiçoamento motlvaçào voltada para alterar o estado atual para um nível mais ideal, e não simplesmente manter o estado atual hierarquia das necessidades de Maslow teoria de motivaçào humana que descreve os consumidores como pessoas que lidam com um conjunto finito de necessidades priorizadas constante. Tremer de frio mo- tiva os consumidores a usar casacos para manter o sangue aquecido. Quando o nível de açúcar no sangue cai abaixo do que é aceitável, a reação fisiológica é a fome. Então, a fome motiva o consumidor a comer algo e restaurar o cor- po a um estado adequado. Dessa forma-, o consumidor acaba querendo um Big Mac ou outra maneira de restau- rar seu estado normal. Assim, os consumidores agem para manter as coisas do jeito que são, e seus desejos são uma função da necessidade guiada pela homeostase. AUTOAPERFEIÇOAMENTO O segundo grupo de comportamento é resultante da motivação de autoaperfeiçoamento. Esses comporta- mentos estão voltados para alterar o estado atual de alguém para um nível mais ideal (e não simplesmente manter o estado atual de existência). Pense em por que as pessoas praticam exercícios. Depois de certo ponto, os consumidores praticam exercícios não para manter a boa forma, mas para melhorar a saúde e o bem-estar. Do mesmo modo, quando uma consumidora faz um upgrade de uma bolsa Touchup para uma Prada, ela não está tomando uma decisão para se manter, mas ela vê na Prada uma forma de melhorar seu status. O autoaper- feiçoamento leva os consumidores a agir de forma que provoquem emoções que ajudem a criar valor hedônico. As motivações básicas são relativamente simples de serem compreendidas. Assim como ocorre com muitos conceitos psicológicos, os motivos podem ser classifi- cados de várias formas. Veremos agora dois esquemas de classificação relacionados - um deles é uma classi- ficação de motivação geral, o outro está voltado mais especificamente para o comportamento do consumidor. OA2 Hierarquia Geral de Motivação alvez a teoria mais popular sobre a motiva- ção humana e o comportamento organiza- cional seja a hierarquia das necessidades de Maslow. Essa teoria descreve os consu- midores como pessoas que lidam com um conjunto finito de necessidades prioriza- 88 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS das. A lista seguinte mostra o conjunto de necessidades que começa com a necessidade mais básica. • Fisiológica. Sobrevivência básica (alimentação, bebi- da, moradia etc.) • Segurança. Necessidade de estar seguro e protegido • Amor e senso de pertendmento. Necessidade de se sentir membro de uma família ou comunidade • Estima,. Necessidade de ser reconhecido como uma pessoa de valor • Autorrealização. Necessidade de realização pessoal De acordo com a teoria de Maslow, os consumi- dores buscam valor, primeiro, pela satisfação de suas necessidades mais básicas. Assim, um consumidor faminto coloca a segurança em risco para conseguir algo para comer. Um consumidor cuja sobrevivência é mais importante encontra pouco valor em coisas que podem oferecer estima ou autorrealização. Em contra- partida, quando um empresário bem-sucedido se apo- senta, ele certamente encontrará mais valor em coisas - . . que nao trazem estuna, amor ou segurança, mas, sun, autorrealização. Diversas empresas financeiras fazem propaganda mostrando aposentados que deixam carrei- ras com altos salários pa.ra viajar para lugares distantes ou trabalhar em uma missão. Esse apelo tipifica como o comportamento do cons11midor pode oferecer valor ao lidar com a necessidade de autorrealização. Além disso, considere como a hierarquia de Maslow pode funcionar de forma diferente nas várias regiões do mundo. Nas áreas devastadas pela guerra, os consumi- dores acabam arriscando suas vidas para satisfazer as necessidades básicas. Obviamente, esse tipo de compra oferece apenas valor utilitário. Nos Estados Unidos, os consumidores podem encontrar estima no bom desem- o - - -- -1-• ) __ :~~ ~~ "Para tudo na vida existe Mastercardl~ E esse º tudo na vida" pode levar à autorrealização. penho profissional ou ao adquirir uma casa grande. No Japão, no entanto, espaço é algo tão escasso que pou- cas pessoas possuem residências amplas. Assim, a estima pode se manifestar mais na posse de wn belo carro ou na forma como a pessoa se veste. De maneira semelhante, as coisas que lidam com as necessidades de autorrealização provavelmente variam nos diferentes países. As motivações podem determinar os tipos e a quantidade de valores que os consumidores buscam. Geralmente, as necessidades mais básicas são satisfeitas com valor utilitário e, à medida que elas se tornam mais elaboradas, o valor hedônico acaba sendo necessário para saciar esse estado. A Figura 5 .1 mostra o aspecto hie- rárquico das necessidades e inclui um exem- plo de comportamento do consumidor que acompanha cada necessidade. ff A discussão anterior sugere uma classi- ficação ainda mais simples das motiva- ções dos consumidores. De forma não surpreendente, os tipos de motivação se relacionam com os tipos de necessidade. Uma forma elementar, porém muito útil, ()e Ili ;s- de entender o comportamento do consumidor é classi- FIGURA 5.1 Motivações do Consumidor deMaslow AutorrealizaçAo - Aprendizado de uma língua estrangeira por prazer Estima - Descrever a vida no Facebook Amor e senso de pertencimento - Casa e família Segurança - Cercar a residência Necessidades fisiológicas - Procurar comida no lixo Valor utilitário Valor hedõnico r - ' ' . - 1 "y ' 1 :. ·~, I ;y ficar os motivos com base na necessidade de o consumidor melhor satisfazer ou não sua própria necessidade particu- lar pela percepção do valor utilitário e hedônico.1 Motivação Utilitária motivação utilitária ato de adquirir produtos que podem ser usados para realizar algo motivação hedônica ato de experimentar algo gratificante do ponto de vista emocional Motivação utilitária é a ação de adquirir produtos que podem ser utilizados para realizar coisas. A motiva- ção utilitária tem muito em comum com a ideia de comportamento de manutenção. Quando o consumi- dor fica sem pasta de dente, há uma forte motiva- ção para fazer algo para solucionar tal problema e conseguir mais pasta. Ele pode querer comprar a pasta de dente Crest. Visto que a motivação uti- litária ajuda o consumidor a manter seu estado, essas motivações funcionam de forma semelhante à homeostase. Motivação Hedônica Motivação hedônica envolve o ato de experimentar algo pessoalmente gratificante. Esse comportamento geralmente é satisfatório no que diz respeito ao aspecto emocional. Curio- samente, embora as vendas via internet continuem crescendo, elas são responsáveis por menos de 5 ºlo de todas as vendas de varejo. Parte disso talvez decorra do fato de o processo não ser muito recompensador. Para as pessoas que amam ir às compras, a internet pode não oferecer experiências multissensoriais iguais às oferecidas por um ambiente de compras farto. Para esses consumidores, a internet pode ser útil para adquirir itens, mas é decepcionante com relação à experiência de compra. A Figura 5 .2 ilus- tra alguns comportamentos típicos que são impulsiona- dos pelas motivações hedônica e utilitária. ENVOLVIMENTO DO CONSUMIDOR Dois turistas norte-americanos estão em um restaurante em Strasbourg, França. O garçom chega para atendê-los, entrega os cardápios em inglês e pergunta se algum deles deseja o "entrée du jour" especial: fois gras d'oie avec marmalade (em um restaurante francês, "entrée" é um aperitivo, uma entrada). Um deles responde que ainda não está pronto para a entrada, ao passo que o outro diz: "Sim, essa seria uma ótima entrada! E, por favor, traga algumas torradas, picles e um pouco de Cadillac". Qual é a diferença entre esses consumidores? Bem, pode haver muitas diferenças, mas a mais evidente é o nível de envolvimento de cada um com a categoria alimento. CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSUMIDOR 89 • envolvimento do consumidor grau de relevância pessoal que o consumidor encontra ao buscar valor em determinada categoria de consumo M.otivaçoes t do Consunudor os Comportamen os . ões hedônicas \evam a variável moderadora variável que altera a natureza da relação entre duas outras variáveis Motivações uti\itárias \eva~ a Esco\her o \oca\ mais conventente Mot1vaç estaurante Sair para jantar em um r novo, da moda envolvimento com o produto relevância pessoal de determinada categoria de produto para almoçar . d carro de gasohna o Encher o tanque 'pidoemuma Dirigir o carro bem ra do não se está estrada sinuosa quan com pressa . entusiastas por produto consumidores com alto nivel de envolvimento em alguma categoria de produto \ ·as Optar por fazer compra~ ~m O) onsideradas úteis e prat,cas rasem \01as Optar por fazer comp divertidas e empolgantes tizador de ambíentes por- c t·zador de ambientes para Usar aroma ' hos em casa Usar aroma . \ nte gosta do chetro que rea me \ prazer de a\e- Envolvimento é sinôni- mo de motivação, ou seja, o consumidor extremamente envolvido tem forte motiva- ção para expandir os esf or- disfarçar odores estran sentes coma Sair para compr~r pr': sensação de obr,gaçao Oar um presente pe o ' grar a\guem • ços e recursos ao consumir determinado item.2 O envolvimento do consumidor representa o grau de relevância pessoal que o consumi- dor encontra ao buscar valor em determinada categoria de consumo. Assim, quando ele está extremamente en- volvido, há maiores chances de obtenção de um valor relativamente alto, desde que as coisas saiam conforme o esperado. Envolvimento do Consumidor como Moderador Os pesquisadores que estudam o consumidor, de modo geral, consideram o envolvimento 11ma variável mode- radora essencial. A variável moderadora é aquela que altera a natureza da relação entre duas outras variáveis. Considere a relação entre a quantidade de marcas alter- nativas de um produto, por exemplo, tênis de corrida, e a quantidade de tempo e esforço que o consumidor pre- cisa para escolher um par desse tipo de calçado. Logica- mente, pode-se esperar que quanto maior a variedade, maior o tempo necessário para tomar a decisão. Con- tudo, isso pode ser aplicado a todos os consumidores? Um consumidor extremamente envolvido leva mais tempo porque reconhece uma maior quantidade de alternativas atraentes. Ele está disposto (motivado) a passar mais tempo avaliando os vários pares de tênis, experimentando-os e comparando seus atributos. O valor está intimamente relacionado a fazer a escolha certa. Por outro lado, um consumidor que não tem 90 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS motivação para analisar os calçados fica sobrecarre- gado pela grande variedade e acaba caindo na decisão de escolha mais simples, como "escolha o mais bonito". O consumidor precisa de algum grau de envolvi- mento para ser capaz de avaliar várias marcas de forma eficaz. Alguém pouco envolvido não vai passar mais tempo nessa tarefa por haver muitos pares de tênis. No entanto, um consumidor muito envolvido passará mais tempo tomando a decisão, já que existem mais alterna- ti.vas para escolher. Diferentes Tipos de Envolvimento Envolvimento pode ter significados diferentes, depen- dendo da pessoa. Uma das maneiras de reunir as dife- rentes perspectivas é perceber que existem diferentes tipos de envolvimento. Em todos os casos, alto envolvi- mento significa alta relevância pessoal e a importância de receber alto valor. Aqui estão alguns dos tipos princi- pais de envolvimento do consumidor: • Envolvimento com o produto significa que algu- ma categoria de produto tem relevância pessoal. Entusiastas por produto são consumidores com alto nível de envolvimento em alguma categoria. Um seg- mento relativamente grande de entusiastas de produto está na indústria da moda. Esses consumidores encon- tram grande valor ao aprender sobre moda, fazer com- pras da moda e usar roupas da moda. Para todos eles, algumas categorias de produto são muito mais envol- ventes do que outras. A Figura 5 .3 contrasta os pro- VJ QJ g> E - As vezes, os consumidores com alto envolvimento duradouro ganham até rótulos, como os hooligans ou "almofadinha" J dutos que geralmente são associados com baixo e alto envolvimento do consumidor em relação ao produto. • Envolvimento com compras representa a relevância pessoal das atividades de compra. Essa relevância destaca o valor pessoal dessa atividade. Com base em uma perspectiva de valor utilitário, os consumi- dores altamente envolvidos têm mais probabilidade de processar informações sobre as ofertas e de reagir às reduções de preço e ofertas por tempo limitado FIGURA 5.3 Tí~ico Envolvimento Alto e Bruxo com um Produto Envolvimentoalto com o produto Vestido Tefevisor Champanhe Sutiã Envolvimento baixo o produto com Detergente Sabonete facial Creme dental rOQurte que criam melhores opor- tunidades de negócios. 3 • Envolvimento situacional representa o envolvimen- to temporário associado a alg11ma situação de com- pra iminente. Normal- mente ocorre quando os consumidores estão com- prando algo com que têm envolvimento relativamen- te baixo, mas preço re- lativamente alto. Eletro- domésticos e itens para a casa, por exemplo, geral- • mente se encaixam nessa categoria. Poucos consu- midores estão extrema- mente envolvidos com aparelhos de ar-condicio- nado. No entanto, quan- do um consumidor está envolvimento com compras relevância pessoal das atívidades de compras envolvimento situadonal ínteresse temporário em alguma situação de compra iminente envolvimento duradouro interesse contínuo por algum produto ou oportunldade envolvimento emocional tipo de interesse pessoal profundo que provoca sentimentos fortes simplesmente em decorrêncía de pensamentos ou comportamento associados ao objeto ou à atividade prestes a comprar um aparelho, pode, temporaria- mente, aprender sobre ele para evitar pagar um preço alto demais ou escolher um produto inadequado. • Envolvimento duradouro não é temporário, e sim uma representação de interesse contínuo por algum produto ou atividade. O consumidor está sempre buscando oportunidades para consumir o produto ou participar da atividade. Esse envolvimento está asso- ciado ao valor hedônico, pois aprender, comprar ou consumir um produto com o qual o consumidor tem envolvimento duradouro é pessoalmente gratificante. • Envolvimento emocional representa a emotividade do consumidor durante alguma atividade de consu- mo específica. Está intimamente relacionado ao en- volvimento duradouro, pois as coisas com as quais os consumidores mais se preocupam acabam provocan- do alto envolvimento emocional. Os fãs de esportes são exemplos de consumidores com alto envolvimen- to emocional e, como sabemos, eles podem ser desor- deiros e fazer loucuras. 0A3 Emoções e Valores dos Consumidores EMOÇÃO O que é emoção? Emoção é um termo difícil de ser definido. Na verdade, alguns se referem à emoção como sendo um conceito "vago", acreditando que não há uma definição exata. De acordo com esse ponto de vista, o melhor que se pode fazer é listar exemplos das emoções. CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSUMIDOR 91 - -emoçao reaçao psicobiológica às apreciações humanas psicobiológ ico resposta que envolve tanto as respostas psicológicas quanto as respostas físicas humanas respostas viscerais determinados sentimentos ligados a reações físicas/ comportamento de forma direta teoria de avaliação cognitiva linha de pensamento segundo a qual tipos específicos de pensamentos de apreciação podem ser relacionados a tipos específicos de emoções O amor é um exemplo pri- mário de emoção, e todos os leitores podem experimentar a experiência do amor. Mas como amor é definido? Peça para alguém des- crever o amor em palavras, e as pessoas geralmente darão exemplos ou tipos de amor, ,.. . como amor romantico, amor fraternal, amor materno e amor pela escola. Embora seja bem diferente do amor, a raiva também é uma emoção típica e com partilha algo em comum com o amor. Ambas são emoções controladoras, pois tendem a moldar o com- portamento da pessoa. Embora as emoções pareçam um pouco "vagas", nós oferecemos uma defi- nição simples. Emoção é uma reação psicobiológica às apreciações. Assim, quando um consumidor é mal aten- dido em um restaurante, ele avalia a situação e reage emocionalmente. Quando está aproveitando uma via- • • • W1TH HE RT.S .SONG 1· THEE GREET LET 500N OUR HEART.5 TO-GFTHE~ "'11f:1ET O amor Ilustra a natureza controladora da emoção. Ele pode motivar comportamentos que seriam considerados estranhos. 92 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS gem de férias, avalia os diferentes locais e pensa na ex- periência da viagem. 4 O consumidor reage diferente se considerar Las Vegas ou Pigeon Forge, Tennessee, por exemplo. As emoções são consideradas psicobiológicas porque envolvem tanto o processamento psicológico quanto as respostas físicas.5 Certamente, as emoções criam respostas viscerais, isso significa que determina- das sensações estão ligadas ao comportamento de forma muito direta. A Figura 5 .4 mostra uma lista com algu- mas respostas viscerais típicas motivadas pelas emoções. As emoções são extremamente importantes para o comportamento do consumidor e para o marketing porque os consumidores reagem quase que imediata- mente aos sentimentos. Observe que ambas as palavras motivação e e-moção contêm "ação" como raiz. O fato de que as emoções estão ligadas ao comportamento foi explicado da seguinte forma: "[Emoções são] combustível para as atividades, para todos os movimentos, todos os desempe- nhos e qualquer ato comportamental". 6 Os comportamentos estão intimamente ligados à emoção, criando ligações próximas entre emoções, com- portamento do consumidor e valor. Assim, o sucesso do marketing é determinado pelas emoções, pois as ações trazem valor para o consumidor à medida que situa- ções emocionais desejáveis podem ser criadas. 7 Um dos segredos do sucesso do Starbucks está no ambiente que cria sensação de relaxamento. Essas emoções acabam contribuindo para o valor geral da experiência no Star- bucks. Os d.escontos nos preços também provocam emo- ções que guiam o comportamento do consumidor. Um desconto de US$ 200 em um automóvel de US$ 20.000 pode não criar muita emoção, mas um desconto de US$ 200 em um temo de US$ 500 gera emoções que podem fazer os consumidores saírem de suas rotas para comprar o produto.8 Tanto o amor quanto a raiva são emoções controladoras, pois tendem a moldar fortemente 10 comportamento da pessoa . -TEORIA DE AVALIAÇAO COGNITIVA O que eleva as emoções dos consumidores? Por décadas os psicólogos debateram as diferentes fontes de emo- ções, mas a teoria de avaliação cognitiva representa uma linha de pensamento cada vez mais popular. Essa teoria descreve como os tipos específicos de pensamento podem atuar como base no caso de emoções específicas. FIGURA 5.4 Respostas Viscerais às Emoções por Parte dos Consumidores humor estado afetivo transitório e geral Tipo de avaliação/ Emoção situação Reação comportamental As avaliações geral- mente são complicadas o suficiente para envolver mais de um tipo de apre- Avaliação de antecipação - o con- Rosto sombrio com pálpebras e . - . ciaçao e, mwtas vezes, sumidor espera enquanto o médico Preocupação bochechas franzidas. Mãos perto do respostas comportamen- tais conflitantes. As ava- liações antecipatórias podem envolver emoções como a esperança. O con- sumidor pode avaliar um anúncio de uma causa de caridade de forma que pro- voque esperança, podendo • • examina o ra10-x rosto. O consumidor prefere evitar a situac.ão Sorriso legítimo, incluindo boche- Avaliação de resultado - o consumi- Alegria chas e pálpebras voltadas para cima dor ganha a competição e mãos abertas. O consumidor se aproxima da situacão Avaliação de equidade - o consumi- Bochechas e pálpebras franzidas com dor vê outro recebendo atendimen- Raiva pulsos fechados e costas corcundas. O consumidor tenta se aproximar de to melhor e mais rápido do que ele • se tomar mais propenso a um representante da empresa fazer doações para a causa. No entanto, o mesmo anúncio pode fazer o con- sumidor se sentir culpado se fizer uma avaliação de agência e acabar se sen- tindo responsável pelo problemaque a caridade defende. A culpa pode ser menos eficaz do que a Avaliação de agênáa - o consumi- Expressão facial comprimida e cabeça dor vê um garçom espirrando perto da comida na área de manipulação Repugnânáa virada. O corpo se retira (evita) natu- de alimentos ralmente da situação Avaliação de resultado - o consu- O rosto fica corado (vermelho e quen- midorvai a uma festa importante Constrangimento te), a cabeça se encolhe e há enorme vestido inadequadamente desejo de fuga ~ Quando um consumidor faz uma avaliação, ele está avaliando uma situação passada, presente ou futura. Há quatro tipos de avaliações cognitivas especialmente rele- vantes para o comportamento do consumidor.9 1. Avaliações de antecipação. Tem o futuro como foco e pode provocar emoções como esperança ou ansiedade. 2. Avaliações de agênda. Revisa a responsabilidade por eventos e pode provocar gratidão, frustraç.ão, culpa ou tristeza. 3. Avaliação de equidade. Considera se um evento é justo, ou não, e pode provocar emoções como cor- dialidade ou raiva. 4. Avaliação de resultados. Considera como algo se saiu com relação ao objetivo da pessoa e pode provocar emoções como alegria, satisfação, tristeza ou orgulho. A Figura 5.4 ilustra todos esses tipos de avaliação. A resposta comportamental básica visa tanto aproxi- mar quanto evitar. Os marqueteiros geralmente se bene- ficiam das respostas das abordagens e, assim, gostam de criar avaliações que levem a emoções que provocam comportamentos de aproximação e evitam avaliações e emoções que provocam fuga. esperança com relação a ter complacência de um apelo.10 Os consumidores também fazem avaliações de equidade, como a percepção de um tratamento injusto. Eles acabam sentindo raiva e podem lidar com ela buscando vingança.11 Os serviços de saúde frequentemente criam situações que envolvem tanto as avaliações de antecipação quanto as de resul- tado. Um consumidor que vai ao dentista pode estar pre- ocupado com as cáries, mas pode ficar alegre quando o dentista fornece um atestado de boa saúde. TERMINOLOGIA DAS EMOÇÕES Humor O humor pode ser diferenciado de um conceito mais amplo de emoção com base na especificidade e no tempo. No caso do consumidor, o humor pode ser visto como um sentimento geral e transitório (temporário e variável) frequentemente caracterizado por descritores simples, como "bom humor" ou "mau humor". Os humores geralmente são considerados menos intensos do que muitas outras experiências emocionais. Contudo, eles podem influenciar o comportamento do consumidor. Os consumidores de bom humor tendem a tomar decisões CAPITULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSuMIOOR 93 julgamentos condizentes com o humor avaliações nas quals o valor de um alvo é influenciado deforma consistente pelo humor da pessoa afeto do consumidor sentimentos que o consumidor tem com relação a determinado produto ou atividade medidas autônomas respostas que são registradas com base - . . nas reaçoes v1scera1s automáticas ou na atívídade neurológica cerebral mais rapidamente e a gastar mais do que os de mau humor. Além disso, o humor do consumidor afeta a satisfação, sendo que o mau humor é extre- mamente prejudicial para a satisfação dele. 12 Nessa direção, os marqueteiros não têm controle total sobre a satisfação que propiciam. O humor dos vendedo- res também pode afetar os resultados do consumo, visto que interage com o humor do consumidor. Um vendedor mal-humorado pode afetar a atitude do consumidor (e sua disposição de compra) de forma negativa. Curiosamente, os consumidores que entram em uma situação de mau humor reagem melhor aos prestadores de serviço que também estão de mau humor do que aos que estão de bom humor. A Figura 5 .5 fornece uma visão geral dos resultados de um estudo em que esse fenômeno foi inves- tigado. Os consumidores parecem ser mais receptivos a um funcionário com humor igual ao seu do que a um funcionário que está sempre de bom humor.13 O humor do consumidor pode atuar como um tipo de estrutura que se transfere para os julgamentos de valor do produto. Quando os consumidores estão ava- liando locais alternativos para as férias, tendem a clas- sificar os lugares de forma mais favorável quando os avaliam de bom humor do que quando estão de mau humor.14 Os consumidores fazem julgamentos condi- zentes com o humor, uma avaliação na qual o valor do objetivo é influenciado consistentemente pelo humor da pessoa. Como resultado, os marqueteiros preferem que os cons11midores comprem e consumam produtos quando estão de bom humor. Isso traz algumas impli- cações para a projeção do ambiente de compras e pres- tação de serviços, conforme veremos em outro capítulo. Às vezes, os consumidores agem para mudar o humor. Eles podem comprar presentes para si mesmos, por exemplo, como forma de melhorar o astral. Do mesmo modo, pesquisas mostram que os consumidores de mau humor têm maior probabilidade de serem gene- rosos com terceiros. A lógica baseia-se no valor hedô- nico produzido quando se é generoso. 15 Afeto Afeto é outro termo usado para representar os senti- mentos que o consumidor vivencia durante o processo de consumo. Muitas vezes, o afeto é usado como um termo abrangente, que envolve tanto a emoção quanto o humor. Contudo, no comportamento do consumidor, 94 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS F\GURA 5.5 • d de Mau Humor Consurm ores. / . de Buscam Func1onanos Mau Humor 6 - 'dor L-------i Humor do consumi ... o "'O ·e s :i ~ 8 4 o "'O G> "'O 3 n:s "'O ·-> , Q Bom Mau i---i • ., 1 g- 2 r.-___, ~ 1 l ' --=~~~ \_..J.. Mau Bom dedor Humordoven • O que vai acontecer aqull Humores conflitantes. o afeto do consumidor é mais utilizado para representar os sentimentos do consumidor em relação a determi- nado produto ou atividade.16 Assim, quando os consu- midores gostam mais de Marlboro que de Winston, eles estão expressando o afeto pela marca Marlboro. 0A4 Medindo as Emoções s pesquisadores de marketing e de consumidores dão muita ênfase à mensuração adequada da emoção do consumidor, pois as emoções desem- penham papel importante no molde do valor. Entretanto, não há consenso sobre qual é a melhor maneira de medir as emoções dos consumidores. Dois assuntos que surgem regularmente dizem respeito a se os consumidores têm introspecção (conseguir se expressar verbalmente) conectada às emo- ções e a como categorizar essas emoções se elas pude- rem ser comunicadas. MEDIDAS AUTÔNOMAS Talvez as medidas autônomas ofereçam maior validade na representação das emoções do consumidor. Medi~ das autônomas são respostas registradas com base nas Recarregado! s pesquisas com consumidores mostram como as emoções provocam comportamentos e, consequentemente, influenciam o valor (tanto utilitário quan- to hedõnico). Algumas ações necessitam de algum tipo de comando para serem desencadeadas. Em especial, os comportamentos com indinação ética geralmente precisam de um comando para serem iniciados. Que tipos de comportamento do consumidor envolvem inclinações éticas po- tenciais? Em um nível bem simples, alguns consumidores podem julgar as ações de outros com base no fato de considerarem os fatores éticos na seleção de marcas. Um consumidor considera as práticas trabalhistas das empresas antes de optar por uma marca, por exemplo? Os consumidores verdes podem reagir emocionalmente quando veem outros consumidores se comportando de forma inconsistente com suas crenças, como ao usar sacolas plásticas no supermercado. Curiosamente, quando os consumidores são julgados por outros, eles normalmente são vistos como menos favoráveis por não comprar produtos "éticosn do que são vistospositi- vamente por comprar produtos éticos. Em uma situação extrema, os consumidores praticam comportamentos não éticos, como o furto em lojas. As emoções do consumidor ajudam a explicar por que os adolescentes furtam os varejistas. Uma descarga emocional fornece uma rápida excitação, sobrepõe-se aos pensamentos e produz comportamento não ético. Então, uma boa dica é cuidar das emoções! Fon:es: l>Mn. J. ll: R.V\I. "'aylor. (2009). "Ethica1 Oecis10ns a rid Response V.ode Cornoatlbility: Weighting o' E:thlcal Auribures an Considera- tion Setsformed by Exclud ng Vet5us lncludlng Procuc:tAltesnatiVes: Jo'Jrnar ofMatll.etmg Research 46 jabr.). 234·246.Jiang. Y.:,,. L Wang. (2006) ·Thelrrpact of Al"ect on Serece Qualltyand Satisfucbon: heMode.ratJon o'SeMce Com:exts'.Jourool af5e1'flaj Marl<e:lnq 20 (4), 111·ll8.. Babin. 8. J~ .\A. Griffin; J. 5. Boles. (20041.'Buyer Reactions 10tthica1 Bel'efs ln the ft.etall Envi roo"lent~ JotJrnal of Buslness llesea,cri 57(out.) 1155-1163. EAPN de medição. Contudo, as pes- • qwsas sugerem que essas res- postas autônomas geralmente correspondem muito bem aos autorrelatos introspectivos de experiência emocional.18 AVALIA ÕES DE AUTOR ELATOS Avaliações de autorrelato ge- ralmente são menos indiscre- tas do que as avaliações bio- lógicas, pois não envolvem o uso de dispositivos. Em geral, as avaliações de autorrelato exigem que o consumidor lembre-se do estado afetivo ' " . em uma exper1enc1a recente ou afirme o que estava sen- tindo em determinado mo- mento. Esses testes com lápis e papel envolvem um ques- . ,,,. - ,,, t1onar10; o processo nao e perfeito, mas os resultados são válidos o suficiente para serem úteis a pesquisadores de marketing e de consumi- dores. Há muitas opções para a aplicação de avaliações de autorrelato e cada uma delas baseia-se em uma perspectiva um pouco diferente da teoria das emoções. reações viscerais automáticas ou na atividade neuroló- gica cerebral. Aí. estão incluídas reações faciais, respostas fisiológicas, como o suor em uma RGP (resposta galvâ- nica da pele) ou em um teste com detector de mentiras, monitoramento da frequência cardíaca e tomografia cerebral, que pode documentar atividades nas áreas do cérebro responsáveis por emoções específicas.17 Ao mesmo tempo em que essas abordagens de medi- ção têm a vantagem de avaliar a atividade emocional sem necessitar de resposta volitiva do consumidor, elas têm a desvantagem de serem intrusivas. O pesquisador precisa colocar algum tipo de dispositivo no consumidor. Imagine alguém usando um gorro ligado a um compu- tador por fios, em um laboratório, enquanto é instruído a assistir alguns anúncios e agir naturalmente, como se estivesse em sua própria sala de estar: Isso seria muito difícil de ser feito. Como podemos notar, a desvantagem dessa abordagem é o incômodo criado pelo dispositivo Uma das formas mais comumente aplicadas para ava- liar o estado emocional de alguém é por meio da escala EAPN. A EAPN (do inglês positive-affect-negative-affect scale - PANAS), escala de afeto positivo e negativo) per- mite que os participantes autorrelatem o nível em que sentem um de 20 adjetivos relacionados à emoção. A Figura 5 .6 mostra um exemplo. Os pesquisadores geralmente aplicam a EAPN para classificar a quantidade relativa de emoções positivas e negativas vivenciadas por um consumidor em determi- nado momento. Entretanto, isso levanta várias questões sobre a natureza da emoção, incluindo a possibilidade de coexistência de emoções positivas e negativas. Analise os itens que constituem a EAPN. Cada um deles representa um sentimento bom ou ruim. Assim, pode-se imaginar por que "inspirado" e "chateado" pre- cisam ser medidos. Se um novo produto inspirou um CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSUMIDOR 95 FIGURA 5.6 Breve Aplicação da EAPN A escala a seguir traz uma lista das palavras que descrevem sentimentos e emoções que você vivenciou enquanto fazia compras na Hometown Bathshop hoje. Use os itens para registrar como você se sentiu, indicando a intensidade dos sentimentos descritos. A escala varia de 1 :::::: muito pouco ou nada a 5 :::::: extremamente. Muito pouco ou nada Um Moderadamente Bastante Extremamente pouco Chateado D D D D D D D D D D D D D D D Envergonhado D D D D D Inspirado D D D D D D D D D D Determinado D D D D D D D D D D D D D D D fonte: Thompson, E. R. (2oon. 'Developrl'~nt and Validation of an lnternatiooally Reliable Short·form oi the Po5ÍIÍVe ano 11.'egative Affect Scheoule (EAPN)'. Journol of Cross-Cuiturol Psychology lB.117. consumidor, parece que ele não estava chateado naquele momento. Caso os sentimentos positivos anulassem os negativos, o pesquisador não precisaria apenas medir os termos positivos ou os termos negativos para contabili- zar os sentimentos do consumidor? Essa pode ser uma questão acadêmica interessante, mas o assunto também traz implicações práticas se os consumidores reagirem de forma diferente a quantida- des iguais de emoções positivas e negativas. Quem reage mais intensamente: um consumidor aborrecido ou um consumidor feliz? Pesquisas nas áreas de psicologia e marketing têm lidado com essa questão, mas as evidên- cias não são claras. O que podemos afirmar com relação ao fato de que se sentir mal influencia mais do que se sentir bem é "às vezes". Observe as seguintes situações: • Um consumidor está avaliando os sentimentos viven- ciados quando uma janela pop-up é aberta no site de um varejista de eletrônicos. • Um consumidor está avaliando os sentimentos viven- ciados ao planejar o casamento. 96 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS A primeira situação é bem simples. Nesse caso, as emoções positivas e negativas tendem a ser opostas. Se as pessoas tiverem sentimentos ruins durante a ex- periência, elas não estarão propensas a ter sentimentos bons. A segunda situação é mais complexa e abrange um período mais longo. Em situações como essa, os sen- timentos bons e ruins não se anulam totalmente, e as pessoas conseguem vivenciar algum nível de ambos. Dessa forma, quando os pesquisadores que estudam o consumidor analisam situações extremamente com- plexas, uma escala como a EAPN lhes permite captu- rar as dimensões positivas e negativas da experiência emocional. É possível que cada dimensão possa explicar algumas experiências únicas. O afeto positivo está alta- mente relacionado com o aumento nos gastos, mas a emoção negativa, não. Quanto mais sentimentos bons o consumidor tem, mais ele compra. Um consumidor que sente emoções negativas pode concluir a tarefa de compra, mas, nesse caso, há mais probabilidade de ele procurar outro lugar da próxima vez. PED PED é um acrônimo que significa prazer-excitação-domí- nio. Essa escala pede aos consumidores para classificar os sentimentos usando alguns diferenciais semânticos (opostos bipolares) que capturam as emoções nessas três dimensões. A teoria por trás da PED, diferentemente da EAPN, é a de que o prazer - a dimensão avaliativa da emoção - é bipolar , ou seja, se alguém se sente alegre, não pode se sentir triste ao mesmo tempo.19 A excitação, o grau em que a pessoa se sente energizada, excitada ou interessada, também é vista como bipolaJ; no sen- tido de que o consumidor está excitado ou entediado. Da mesma forma, o domínio (grau em que a pessoa se sente no controle de uma situação) também é bipolar. Assim, os pesquisadores associaram as abordagens PED a EAPN e aplicaram adjetivos tirados da escala PED, colocando-os em formato semelhante ao ilustrado na Figura 5.6 (em vez do diferencial semântico). Os pesquisadores de marketing e do consumidor dão muita ênfase à mensuração adequada da emoção do consumidor. Muitos pesquisadores usam a PEDou a PED modifi- cada para analisar os ambientes de varejo em comparação com outros ambientes, incluindo museus, parques e até contextos publicitários.2º Como a escala captura a exci- tação separadamente, a abordagem é vantajosa quando o nível de ativação ou excitação é de interesse particular. Ao irem ao cinema, os consumidores podem se sentir conten- tes mas não excitados. Da mesma forma, a abordagem ' da PED permite uma avaliação separada dos sentimentos de domínio, às vezes conhecido como controle. Quando os consumidores sentem ter pouco controle, as influên- cias situacionais desempenham um papel importante ao moldar o comportamento. 0As Diferenças no Comportamento Emocional em todos os consumidores reagem emocionalmente ou mostram suas emoções da mesma forma e no mesmo nível. 21 Dois consumidores podem ser igualmente mal atendi- dos em uma loja de varejo lotada. Um deles pode reclamar furiosamente para o gerente da loja, enquanto o outro pode simplesmente sair e encontrar um ambiente de compras mais tranquilo. As emoções, conforme discu- tidas anteriormente, estão muito ligadas às motivações , . . e caracter1sncas pessoais. Assim, as características da personalidade podem afetar a forma como os consumido- res respondem ou demons- PED avaliação de autorrelato que pede aos participantes para classificar os sentimentos usando diferenciais semânticos. O acrônimo significa prazer-excítação- domf nio bipolar situação na qual a pessoa que se sente alegre não pode se sentir triste ao mesmo tempo tram suas emoções. O neuroticismo, uma caracter ística de personalidade importante, está positivamente rela- cionado com a quantidade de afeto negativo que o con- sumidor relata em vários ambientes de serviço.22 ENVOLVIMENTO EMOCIONAL Motivação e envolvimento estão intimamente relaciona- dos conforme discutimos anteriormente neste capítulo. ' As coisas que desencadeiam nossas emoções mais pro- fundas têm a capacidade de provocar maior valor. Isso nos leva ao envolvimento emocional, que significa o tipo de interesse pessoal profundo que provoca sentimentos fortes associados ao objeto ou à atividade. O envolvi- mento emocional nos guia pelo consumo, geralmente por meio de motivações hedônicas relativamente fortes. Muitas vezes, o envolvimento emocional pode fazer o consumidor parecer irracional. Considere a quantidade de dinheiro e tempo que um universitário e fã de futebol despende para acompanhar seu time. Alguns estudantes gastam milhares de dólares em uma motor home usada apenas nos finais de semana de jogos. O consumidor está profunda e emocionalmente envolvido com o time e, de várias formas, une-se a ele. Outros consumidores podem vivenciar sentimentos guardados com relação a determinados produtos da Em situa~ões como essa, um( a) consumidor( a) pode ficar bravo( a) e outro( a) pode ficar triste. Nesse ca.so, ela parece brawl CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSUMIDOR 97 fluidez envolvimento emocional relativamente alto no qual o consumidor está ocupado com a atívidade expressividade emocional grau no qual o consumidor apresenta sinais de comportamento exteriorizados e reage de forma óbvia às . ... . . . expenenc1as emoc1ona1s moda, automóveis, música, vinho ou até mesmo redes sociais. O consumidor que tem a experiência de um jantar fantástico acompa- nhado de uma maravilhosa garrafa de vinho atinge a experiência completa de con- sumo, a experiência de valor máximo, por meio da combi- nação de alto envolvimento emocional com produtos que foram servidos como esperado (ou melhor).23 O envolvimento emocional pode ser ampliado quando se recebe algo extra com a compra do pro- duto. Se alguém compra uma linda mochila de couro, a empresa pode acrescentar um brinde, que pode ser um porta-telefone, uma calculadora ou um vale-presente para um bar local. Dessa forma, o consumidor pode desenvolver uma ligação emocional ou se tornar emo- cionalmente envolvido com o produto e com a rnarca.24 Talvez não haja exemplo melhor de como os diferen- tes consumidores reagem emocionalmente do que suas respostas quando estão envolvidos com um filme. Alguns têm dificuldades de passar por cenas dramáticas sem encher os olhos de lágrimas - o que, geralmente, significa que gostaram do que viram. Outros veem a mesma cena e ficam entediados. Eles gostariam de estar assistindo a um filme "pastelão~' clássico, como Clube dos Pilantras ou Debi & Loide, que podem fazê-los chorar de tanto ric. Uma das perguntas feiras por muitos que estudam as emoções é se as m111heres realmente são mais emotivas que os homens. Fluidez Provavelmente todos os consumidores conseguem rela- tar a experiência de desfrutar de um bom livro ou filme de tal forma a ponto de nem terem visto o tempo passar. Quando isso ocorre, o consumidor chegou ao estado de fluidez, ou seja, o envolvimento emocional é tão alto que o indivíduo é absorvido pela atividade. Grande parte dos trabalhos de fluidez lida com ati- vidades relacionadas ao computador. Os consumidores podem se envolver tanto com os videogames e redes sociais que têm pouca ciência física do ambiente que os cerca.25 Quando um pai chama o filho para jantar e a criança parece ignorá-lo, ela pode ser vista jogando videogame e não ter a menor ideia de que está sendo 98 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS chamada. Em uma situação extrema, os consumidores podem ficar viciados em videogames.26 De forma seme- lhante, cada vez mais consumidores ficam viciados em Facebook. Eles adotam esse comportamento quando o nível de obsessão por uma atividade torna-se muito a lto. Aqui estão alguns sinais que podem indicar vício em Facebook:27 • Passar mais de uma hora por dia no Facebook. • Ignorar o trabalho para ficar no Facebook. • Sentir-se mais conectado ao mundo do Facebook que ao mundo real. • Substituir o sono por tempo a mais no Facebook. • Ficar tenso quando passar longos períodos sem o Fa- cebook (mais de um dia). - • - - rã:: O estado de fluidez aumenta o valor, mas ele pode facilitar o vício (como o vício no Facebook)? Vícios como esse são parcialmente direcionados por um desejo de atingir o estado de fluidez, em que se escapa do mundo real e percebe-se alto valor hedônico.28 Às vezes, os consumidores extremamente envolvidos atingem a experiência de fluidez. Quanto isso ocorre, há mais probabilidade de o consumidor ficar mais tempo olhando lojas, gastar mais dinheiro, fazer compras repe- tidas e estar mais disposto a compras por impulso.29 Os consumidores virtuais podem buscar atingir o estado de fluidez enquanto fazem compras. No entanto, interrup- ções nos serviços de internet, má qualidade da navegação e páginas lentas inibem essa experiência e diminuem os valores utilitário e hedônico.30 Se o consumidor alcança o valor hedônico, pode haver resultados positivos tanto para o consumidor quanto para o marqueteiro. Contudo, o consumidor precisa manter o controle da situação para evitar comportamentos compulsivos e viciantes. EXPRESSIVIDADE EMOCIONAL Nem todos os consumidores expressam as emoções de forma tão óbvia. Expressividade emocional representa :>. E <li ~ :8 E ~ 1- C!I :>. li! <I> ~ ...J 1 e ~ (!) . ..., :t:i > <lS CJ o grau no qual o consumidor apresenta sinais de com- portamento exteriorizados e reage de forma óbvia às experiências emocionais. O consumidor cuja expressivi- dade emocional é relativamente alta tem maior probabi- lidade de reagir aos resultados inesperados. Um péssimo jogador de pôquer não consegue esconder as emoções de outros jogadores e, dessa forma, a sua reação exibe alta expressividade emocional. Muitosdos que estudam as emoções se perguntam se as mulheres são mais emotivas que os homens. Os pesquisadores ainda não deram uma resposta clara. Os psicólogos interessados em estudar a experiência humana e a reação ao nojo conduziram experimentos nos quais os indivíduos ficavam expostos a filmes que mostravam uma amputação de verdade ou um homem sendo atacado por baratas.31 Indivíduos do sexo mascu- lino e feminino relataram, em média, o mesmo nível de nojo enquanto assistiam aos filmes. No entanto, parti- cipantes do sexo feminino têm maior probabilidade de reagir às experiências nojentas que os do sexo mascu- lino, deixando a sala antes de terminar o filme. Estu- dos mostram expressões emocionais semelhantes por parte das mulheres com relação a outras emoções, além do nojo, tanto positivas quanto negativas.32 Pesquisas sugerem que quando os consumidores do sexo mascu- lino e feminino reagem com emoções semelhantes, as mulheres expressam tais emoções de forma mais per- ceptível. 33 Por isso, à medida que o marqueteiro avalia a reação emocional do consumidor, as mulheres podem se mostrar mais valiosas para sinalizar atendimento ruim ou excelente em comparação aos homens. FIGURA 5. 7 -------------. ___________________ _____ Compreende Vi' . nal anos Elementos Autocontrole - capacidade de controlar as Próprias~ lntellg~ncia ,._ . -=-uoc1onaJ Empcrr/a emocional - capacidade de ler e entender as emoç0es 1 de outra pessoa INTELIGÊNCIA EMOCIONAL As emoções podem ser úteis para determinar a reação mais adequada aos eventos. lnteligênda emocional é um termo usado para capturar inteligência emocional consciência das emoções que uma pessoa tem, vivenciadas em determinada situação, e a capacidade de controlar as reações a taís emoções a consciência das emoções vivenciadas em determinada situação e a capacidade de controlar as reações a tais emoções. Isso inclui consciência das emoções vividas pelos indivíduos, bem como consciência e simpatia pelas emoções vivenciadas por outros. A inteligência emocio- nal (IE) é um conceito multifacetado - a Figura 5.7 ilus- tra seus componentes. Os consumidores com IE elevada conseguem usar a consciência que têm das emoções na tomada de decisão e lidam melhor com suas próprias emoções, mostrando autocontrole. 34 No contexto de marketing, vendedores com inteli- gência emocional elevada são mais eficazes para fechar vendas do que vendedores com inteligência emocional baixa.35 As empresas de vendas estão percebendo cada vez mais os benefícios de empregar pessoas com IE ele- vada. O treinamento da IE está se tomando mais comum à medida que os marqueteiros tentam fazer os consumi- dores comprar mais e se sentir mais satisfeitos com o que compram.36 0A6 Emoção, Significado e Afeto com Base em Esquemas uai é a relação entre cognição e emoção? Intuitivamente, emoção e cognição parecem tão diferen- tes que é possível presumir a total independência entre elas. Mas, na verdade, emoção e cognição estão intimamente relacionadas e isso pode ser visto clara- mente no papel que o afeto, o humor e a emoção de- sempenham na sinalização e no desenvolvimento do significado. Essa seção focaliza a inter-relação entre emoção e aprendizagem cognitiva. LIGAÇÃO SEMÂNTICA Em um capítulo anterior, aprendemos que em nossa memória uma rede conecta os conceitos uns aos outros. Um conceito como "torradeira., está ligado a um con- ceito como "café da manhã", mas apenas remotamente ligado a outro conceito como "furacão". A capacidade de o consumidor se lembrar de coisas relacionadas às mar- cas e aos produtos pode ser explicada por meio da teoria CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO 00 CONSUMIDOR 99 efeito emocional sobre a memória recordação relativamente superior das informações apresentadas com f'W f\GURA 5.8 • Auxiliada Pela Emoçao Aprendizagem leve conteúdo afetivo -em comparaçao com informações semelhantes apresentadas de forma neutra memórias autobiográficas representação cognitiva de eventos significativos na vida de alguém recordação congruente com o humor consumidores recordam-se melhor das informações quando o estado de humor atual está relacionado ao estado de humor quando da exposição à informação desenvolvida em torno dos princípios de redes semânticas ou associativas. Lembre-se: todos os conceitos estão ligados a outros conceitos, mas alguns têm ligações muito fortes, ao passo que outros, muito fracas. É difícil unir os conceitos com ligações fracas. Embora o termo semântico esteja mais intimamente relacionado com o processo de pensamento cognitivo, o processamento ativo e a armazenagem do conhecimento são significativamente influenciados pelas emoções de várias formas. A expressão geral "efeito emocional sobre a memória" refere-se a uma recordação relati- vamente superior das informações apresentadas com leve conteúdo afetivo em comparação com informações semelhantes apresentadas de forma neutra.37 As implicações no marketing são bem diretas. As comunicações de marketing que apresentam as infor- , . mações dos produtos de forma que provoquem mve1s moderados de emoção tendem a ser mais eficazes na produção de recordações do que as comunicações con- sideradas afetivamente neutras.38 É necessário tomar cuidado para executar tais comunicações, pois é difícil lida.r com emoções intensas e, às vezes, elas até distraem os consumidores da tarefa de processar as informações. Mas, claramente, emoção e cognição podem ser intima- mente relacionadas de forma semântica na mente do consumidor. A Figura 5.8 mostra esse aspecto. RECORDA ÃO CONGRUENTE COM OH OR Muitos consumidores conseguem se lembrar do pri- meiro dia de aula, da primeira viagem de avião e da 100 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS B 1"' BE :R; ... ---. - :----~ - primeira visita a um parque temático. Em todos esses casos, produtos e marcas estão associados com a . expe- riência. Da mesma forma, cada um dos eventos citados está associado a um humor específico. Para muitos con- sumidores, o primeiro dia de aula é repleto de apreensão, a primeira viagem de avião pode estar cheia de medo e excitação e a primeira visita a um parque temático está associada a sentimentos de alegria. Memórias autobiográficas são memórias de eventos anteriores e significativos da vida de alguém. Os consu- midores têm maiores chances de recordar as memórias autobiográficas caracterizadas por humores específicos d . 39 quando o mesmo tipo e humor ocorre novamente. De forma simples, o humor tende a estar relacionado , . com as memonas. Recordação congruente com o humor significa que, à medida que o humor do consumidor pode ser contro- lado, as memórias e avaliações podem ser influenciadas. A música é uma ferramenta útil para induzir humores. Quando a música determina um humor, os consumido- res se recordam imediatamente de produtos associados com aquele humor. Além disso, os consumidores de bom humor tendem a avaliar os produtos positivamente em comparação com os consumidores de mau humor, e vice-versa.40 NOSTALGIA A nostalgia afeta os consumidores de forma semelhan- te à recordação congruente com o humor e a memória autobiográfica. Lembre-se de que introduzimos o assun- midor, o conhecimento de coisas familiares organiza-se em uma unidade cognitiva de significado, conhecida como esquema. O esquema con- tém o conhecimento de uma afeto com base em esquema emoções que são armazenadas como parte do significado de uma categoria (um esquema) O pequeno carrinho vermelho pode provocar um anseio pelo passado e a compra dessa peça para uma criança marca, produto ou conceito. No entanto, o esquema não é uma entidade exclusivamentecognitiva. Os esque- mas são desenvolvidos e reforçados por meio da expe- riência atual. Percebemos o que um vendedor de carros realmente é com base em nossa experiência com essa categoria. A experiência envolve mais que simplesmente cognição. Quando encontramos um vendedor de carros ou ouvimos histórias que envolvem esses indivíduos, também vivenciamos algum tipo de afeto ou emoção. Essas emoções passam a fazer parte do significado de uma categoria na forma de afeto com base em esquema. possibilita ao consumidor vivenciar, de alguma forma, o passado novamente. to nostalgia neste capítulo como um anseio pelo passa- do motivado pela crença de que as épocas passadas eram, de alguma forma, mais agradáveis. A nostal- gia pode motivar as com- pras de produtos à medida que os consumidores ten- tam reviver os sentimen- tos agradáveis do passado. Músicas, brinquedos, revis- tas e filmes são produtos que os consumidores rela- • tam estar mais corou.mente associados comsentimen- tos nostálgicos.41 A grande quantidade de propagan- das que incluem músicas populares "antigas" ilus- tra a tentativa deprovocar sentimentos nostálgicos. Além disso, os cons11mi- dores ficam mais dispos- tos a comprar quando as propagandas nostálgicas provocam ou recapturam humores da infância. AFETO COM BASE EM ESQUEMA Como sabemos, com base na teoria de processamento de informações do consu- Um Dia Daqueles - Dia Difícil! Procter & Gamble (P&G) provavelmente não ganhará nenhum Prêmio Nobel da Paz por suas pesquisas, mas alguns consumidores podem sentir que ela merece um por seus esforços para acabar com ªum dia daqueles ·~ Esses dias realmente deixam o consumidor desanimado. A pesquisa da P&G baseia-se na escala EAPN, que ajuda a identificar como uma garota pode se sentir .,daquele jeiton em ªum dia daqueles ~a começar pelos cabelos. Dias assim fazem as muJheres se sentirem mais hostis, envergonhadas, nervosas e até culpadas! Muitos desses sentimentos caem na categoria de emoções autoconsdentes. Esses sentimentos têm um elemento moral quando o consumidor percebe que violou alguma regra pessoal ou social:"Eu não deveria ser vista com um cabelo assim! t constrangedor!~ A marca Pantene, da P&G, oferece ajuda ao desenvolver xampus voltados para manter um cabelo saudá- vel. Quando estão bem com os cabelos, os consumidores conseguem encarar o dia sentindo-se estimulados, orgulhosos e confiantes, em vez de bravos, constrangidos e envergonhados. Isso é bom para o consumidor e todos ao redor! Os consumido- res agem para evitar os sentimentos negativos, mas esses sentimentos também os motivam a encontrar a solução. Pense em como os sentimentos negativos fazem você perceber a necessidade de agir. ~oote~ Byron.~ (201 O)_ 'VJash Away Bad Hair Days'. Wal/ Strret ./Durnal, 255 (30 jun.), D' -03. Honea. H_ (2005}. "lnvesbgating the tmpaa of Negative 5elf·Consc5ocs l:rr-otions on Ccnsumer MerNJf)', Processin9 anà Purchase:Ad..unces in Consumer Rereaich 32, 189-i 92 Chu n. H_, V. M. Patrfd<. O. J. Madnnis. (2007). "Mal(Jng Prudent ~ 11'!'1pulsiYe Chola5: lhe Role of Anticipated Sharre a11<1 G1flt on Consun"er Sel'- -ú:;ntrol'. AdllOlla'S ln Coruwner !fesearcn 34, 715-719. CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 101 FIGURA 5.9 O afeto com base em esquema ajuda a atribuir significado e, assim, torna-se outro exemplo de como o afeto e a cognição estão relacionados. Entretanto, o consumidor consegue realmente vivenciar o afeto com base • em esquema assun que o esquema se toma ativo. Um consumidor que Gravata muito curta "Brega" Gravata de mau gosto Sorrisos l!>Qa bituca de crgarro no chão Fumante Apreensivo tem medo de ir ao dentista pode vivenciar o verdadeiro nervosismo e apreensão simplesmente ao pen- sar sobre a consulta. Isso torna o esquema ativo de visita ao dentista. Acima do peso Intrometido A Figura 5 .9 mostra um esquema típico de um vendedor de carros e inclui o afeto com base em esquema (em amarelo). 42 Quando os gerentes percebem que uma categoria está associada a um afeto negativo, Perdido como nesse caso, pode ser prudente mudar os atributos característicos (nesse caso do vendedor de carros) para evitar que o esquema se torne (ou permaneça) ativo ou ativar um esquema totalmente diferente (por exemplo, membro do time ). Além disso, emoções fundamentadas em esquemas negativos podem interferir na capacidade do consumidor de processar informações sobre o pro- duto. Nos últimos anos, muitas revendedoras de auto- FIGURA 5.10 Sexo masculino Barulhento Cético móveis mudaram a aparência de seus vendedores para evitar a ativação desse esquema. Há mais vendedoras atuando nessa posição e o uniforme dos funcionários é mais casual, geralmente com o logo da marca. A Figura 5 .1 O mostra exemplos de afeto com base em esquema que podem influenciar as reações dos con- sumidores em relação às experiências de consumo. Exemplos de Afeto com Base em Esquema Esquema Afeto Reação típica do consumidor Os consumidores têm maior senso de equidade da marca Disney Alegria, diversão e menor sensibilidade ao preço com relação aos produtos da Disney Países (Reino Unido, França, Os consumidores Os consumidores são menos favoráveis aos produtos podem apresentar afeto Estados Unidos, Japão, Israel, fabricados em países nos quais seus esquemas provocam ligeiramente diferente China) afeto negativo associado a cada país Telemarketing Agravamento Os consumidores geralmente desligam rápido como se fosse uma resoosta embutida oara evitar a situação Bebê Carinho, cordialidade Os produtos associados a bebês são vistos de forma mais favorável Estrela do esporte Empolgação Os consumidores podem generalizar a empolgação em relação aos produtos e serviços oferecídos pela estrela Os estereótipos provo- O afeto associado com cada estereótipo pode tomar os Estereótipos cam afeto ligeiramente consumidores mais ou menos dispostos a se aproximar e diferente pode alterar o processamento de informações 102 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS . o ltU :& ·-E cf E o o "' ~ -5 . "' 'C o ü > -':> o CI> 'O "' ~ O Formato do Ouro é Tão Aureo Quanto o Ouro! afeto com base em esque- ma pode ser provocado por trabalho estético esforço dos funcionários para gerenciar cuidadosamente a aparência como requisito para desempenhar bem suas funções emoções autoconscientes emoções específicas quase todos os tipos de conhecimento. Considere que algo sim- ples como uma forma pode ser associado a um afeto específico. que resultam de alguma avaliação ou reflexão do próprio comportamento, incluindo orgulho, vergonha, culpa e constrangimento O princípio fundamental do design que sobreviveu por séculos é o de que as pessoas reagem favoravelmente às formas retangulares que têm propor- ção de largura para altura em torno de 1,6. O Parthenon, famoso templo grego do século V, possui essa dimensão. De forma similar, os consumidores preferem produtos projetados com essas dimensões. los, comissários de bordo e garçons de empresas como Air Korea e Hooters. Acre- dita-se que é necessário ter uma aparência específica Dependendo de seu conhecimento, os consumidores reagem diferente ao for- mato das embalagens. Uma garrafa com formato exclusivo, por exemplo, provoca afeto negativo entre os consumidores altamente envolvidos, mas afeto positivo entre os que não estão tão envolvidos. Então, as formas são relativamente impor- tantes porque provocam afeto. -para gerar a reaçao emo- cional adequada no con- sumidor. Essas emoções promovem comportamen- tos que podem levar à lealdade. foores: Bloc:h. P. H. (1995)_ 'Seeldng the lcealf(){IT". Produa Desi!Jn a<id Consume< flesponse:Joomal oi !Aorlienng 59 (jul). 16-29; llloch. Perer H~ F. F. Bruné; T. ,. Arnold. (2003~ "Individual Oi"erences in the CentralltyofVirual Product Aestheocs: Coocept and Measurement: JoomalofGJmumer ReseaJLh 29. 551-565; Rocchí. B.. S. Glanlucca_ (2006). "Const.mers' Percept>on o'Wone Packaglrig:A Case Stud( t11ternon'oflal Joumol ofVline Mo1/a!lin9 ' B, 3341_ Trabalho Estético O trabalho estético lida especificamente com funcioná- rios que cuidam bem da aparência pessoal como requi- sito para desempenhar bem suas funções e se encaixam , . . no que os gerentes veem como estereonpo para os servi- ços da empresa. Muitos funcionários realizam o trabalho estético, incluindo representantes de cosméticos, mode- Muitos anúndos provocam emoções autoconscientes nega- tivas. Esta poderosa frase de um anúncio de cigarro diz: use é assim que uma criança se sente quando perde você por um minuto, imagine como ela se sentiria se o perdesse para o resto da vida': EMOÇÕES AUTOCONSCIENTES Assuma, pode ser doloroso ver as pessoas rindo de você. Às vezes, os marqueteiros fazem comunicações para tirar vantagem da tendência natural dos consumidores de evitar o ridículo. A Apple introduziu uma campanha no final da década de 2000 na qual um cara descolado usando um produto da Apple tirava sarro de um nerd que usava o Windows. Outras marcas enfatizam como as pessoas devem se sentir envergonhadas por ter dentes menos brancos que uma pérola, odor corporal, cabelo ruim, taco de golfe não tão bonito, cintura muito grande etc. Esses apelos funcionam porque levam os consu- midores a se avaliarem de alguma forma, além do que desempenham um papel em emoções autoconscientes negativas.43 As emoções autoconscientes resultam de alguma avaliação ou reflexão do comportamento de alguém, que pode incluir tanto as ações quanto a ausên- cia delas. Emoções autoconscientes incluem orgulho, constrangimento, culpa, mágoa, vergonha e esperança. Os consumidores que vivenciam emoções autoconscien- tes negativas podem perceber não apenas a necessidade de retificar algum problema como também a necessidade de restaurar a autoestima. CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 103 contágio emocional grau no qual a emoção demonstrada por uma pessoa influencia o estado emocional do espectador trabalho emocional esforço realizado por atendentes que precisam administrar abertamente as emoções como parte dos requisitos para o trabalho contaminação do produto fato de que os consumidores sentem desconforto após comprar coisas que outros já tocaram CONTÁGIO EMOCIONAL As emoções são contagio- sas? Essa é a ideia por trás do contágio emocional, que representa o grau no qual a emoção demonstrada por uma pessoa influencia o estado emocional do espec- tador. Os consumidores que • sentem que outros consumi- dores ou funcionários ao seu redor estão felizes ou tristes podem vivenciar uma altera- ção correspondente em sua própria alegria ou tristeza atual. Contágio emocional significa que os gerentes de marketing que seguem o mantra "atender sorrindo" podem ter uma boa razão para serem assim. Quando os prestadores de serviços mantêm uma expressão que sinaliza afeto positivo (atender sorrindo), os consumidores relatam maiores incidências de afeto positivo em si mesmos.44 Trabalho Emocional O contágio emocional está intimamente relacionado com outro assunto, o trabalho emocional. Trabalho emocional é realizado por atendentes que precisam administrar abertamente as emoções como parte dos requisitos para o trabalho. Quando um comissário de bordo sente-se irritado, a exigência é que ele esconda o 104 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS sentimento verdadeiro e expresse emoções mais positi- vas. Embora praticamente todos os atendentes devam realizar o trabalho emocional, incluindo prestadores de serviços profissionais, como médicos, o impacto no longo prazo sobre o bem-estar psicológico pode não ser positivo, a menos que os funcionários aprendam a lidar com o conflito emocional. Contaminação do Produto Imagine só. Um consumidor percebe uma redução de preço em uma camisa que gostaria de ter há muito tempo. Ele compra a camisa, mas quando chega em casa e a veste, percebe que ela não tem os alfinetes e o papel que acompanham as camisas novas. "Será que alguém já comprou e devolveu a camisa?", ele se per- gunta. De repente, o valor de usar uma camisa nova foi diminuído, pois a ideia de que outra pessoa possa ter usado a peça cria desconforto. Contaminação do pro- duto refere-se ao fato de que os consumidores sentem desconforto após comprar coisas que outros já toca- ram. Os consumidores pode.m ser vistos vasculhando a parte de trás das prateleiras de supermercados em busca de uma embalagem intocada ou para evitar produtos manuseados. Contudo, em uma reviravolta interessante, algumas pesquisas mostram que por meio de um tipo de processo emocional contagioso, o valor de um produto é ampliado quando um consumidor observa uma pessoa atraente do sexo oposto manuse- ando tal produto.45 Em vez de evitar o produto, o con- sumidor busca exatamente aquele que foi manuseado por essa pessoa. Ferramentas de Estudo Acesse www.cengage.eom.br/41tr para obter O Cartão de revisão do capítulo O Cartões de memória com revisão dos termos-chave O Questões de revisão para você se preparar para as provas O Jogo "Vença o Relógio" para dominar os conceitos e mais! CAPÍTULO 5: MOTIVAÇÃO E EMOÇÃO: GUIANDO O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR 105 hora todos os consumidores • busquem valor, alguns são mais focados nisso do que outros. 106 0311 0312 0313 0314 0315 0316 0317 0318 0319 0320 0321 0322 0323 0324 0325 0326 0327 0328 0329 0330
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