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Labirinto do silencio filme civil 2


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O LABIRINTO DO SILÊNCIO 
Filme de Giulio Ricciarelli onde retrata a forma como a sociedade alemã do pós-guerra lidou com os crimes do regime nazista. A ação do filme começa em 1958 em Frankfurt em plena fase de reconstrução após a guerra: um jovem procurador descobre documentos que permitem provar a responsabilidade de numerosos alemães nos crimes cometidos em Auschwitz, revelando a divergência de ideias que havia entre as pessoas que desejavam esquecer o passado em nome da reconciliação nacional e aquelas que exigiam justiça Mas a vontade de procurar a verdade sobre o passado não agrada a toda a gente. O grande tema do filme é o conflito entre as pessoas que querem esquecer o passado em nome da reconciliação nacional e as que exigem justiça.
O filme Labirinto do Silêncio, relata o caminho investigativo e judiciário que provoca a abertura na Alemanha, no ano de 1963, do conhecido processo Frankfurt contra torturadores do campo de Auschwitz, dezoito anos após o processo de Nuremberg. Foi o primeiro processo que aconteceu na justiça alemã (não empreendido pelos aliados) permitindo à justiça desse País de voltar-se aos acontecimentos da Segunda Guerra mundial e de sensibilizar a sociedade daquele País sobre as atrocidades cometidas pelo III Reich. O filme explora a catarse feita pelos alemães com relação ao passado nazista e quanto ao caráter ainda muito incompleto da desnazificação.O filme trata de uma reconstituição histórica realizada com muito cuidado e apoiada sobre a trágica trama real que associa indivíduos que verdadeiramente existiram. Ele dá destaque a Fritz Bauer (1903-1968), procurador geral à época do início do processo, ao jornalista Thomas Gnielka (1928-1965) e ao militante da memória Hermann Langbein (1912-1995). O filme envolve, por outro lado, personagens fictícios como o jovem procurador Johann Radmann a síntese ficcional de inúmeros membros da equipe de Fritz Bauer.
No início dos anos 50, o Parlamento alemão revogou os decretos editados pelas potências aliadas e abandonou a persecução dos crimes cometidos pelos nazistas. Em 1949, quando foi criada República Federal da Alemanha, empreendeu-se uma campanha de reintegração massiva dos alemães, sob o esquecimento do período nazista. Assim, de 1952 a 1958, a justiça alemã condenou somente um pequeno número de pessoas pelos assassinatos cometidos sob o III Reich.
Esse quadro começa a mudar a partir do fim dos anos 50 e a opinião pública alemã reconhece que boa parte dos crimes cometidos pelos nazistas resta impune. Em 1958, as autoridades alemãs decidem criar uma agência federal encarregada de investigar os crimes nazistas praticados fora da Alemanha. Essa agência desempenha um papel fundamental para a multiplicação das investigações e, mediante provas suficientes, encaminhava ao procurador os elementos para a abertura dos processos, o que conduziu Fritz Bauer a tomar medidas concretas contra os agentes alemães.
O filme mostra que, em um primeiro momento, a maioria da população era hostil a esse tipo de processo porque, ao final da guerra, se estimou que havia 7,5 milhões de adeptos ao nazismo na Alemanha. No processo Frankfurt, dos 22 acusados, 6 foram condenados à prisão perpétua. Esse resultado foi saudado pela imprensa e hoje o passado nazista é evocado sem dificuldades e, com frequência, tem sido lembrado nos teatros, na literatura e no cinema alemães. 
A referência a esse filme nos conduz a refletir sobre as diferentes performances e práticas da justiça transicional que surgem após regimes autoritários. 
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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE DIREITO
DIREITO CIVIL – PARTE GERAL II
PROF. DR. ANDRÉ RAFAEL WEYERMÜLLER
RECIANE CRISTINA ARJONA
RESENHA DO FILME:
O Labirinto do Silêncio
SÃO LEOPOLDO
2015/2