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6a apostila obrigacoes imputacao do pagamento e dacao em pagamento

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DIREITO CIVIL II – OBRIGAÇÕES 
(Apontamentos das obras de Silvio de Salvo Venosa e Pablo Stolze)
PAGAMENTOS ESPECIAIS
IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO (arts. 352/355, C Civil)
CONCEITO ( Consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada, quando uma pessoa encontra-se obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas.
“A aplicação de um pagamento a determinada dívida (ou mais de uma), entre outras que se têm com o mesmo credor, desde que sejam todas da mesma natureza, líquidas e vencidas (art. 352)”. (Sílvio de Salvo Venosa)
“Trata-se de um meio de determinação de pagamento em que uma das dívidas é indicada para ser solvida, havendo outras da mesma natureza, entre as mesmas partes.” (Pablo Stolze)
“A imputação do pagamento consiste, pois, na indicação ou determinação da dívida a ser quitada, quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, e efetua pagamento não suficiente para saldar todas elas.” (Alberto Trabucchi apud Carlos Roberto Gonçalves)
“A operação pela qual o devedor de muitas dívidas de coisa fungível da mesma espécie e qualidade e a um mesmo credor, ou o próprio credor em seu lugar, destina uma prestação à extinção de uma ou mais de uma das dívidas, por ser ela insuficiente para saldar todas.” (Manoel Ignácio Carvalho de Mendonça apud Carlos Roberto Gonçalves)
“A pessoa obrigada por muitas prestações da mesma espécie tem a faculdade de declarar ao tempo de cumpri-la, qual delas quer solver. Esta escolha, porém, só poderá referir-se a dívidas líquidas e vencidas. Havendo capital e juros, o pagamento se imputará primeiro nos juros, e, só depois de esgotados estes, recairá sobre o principal. Não fazendo o devedor a escolha, nos casos em que esta lhe é permitida, nem a tendo fixado o credor na quitação, observar-se-ão os critérios legais” (Clóvis Beviláqua apud Carlos Roberto Gonçalves)
OBSERVAÇÕES: (Sílvio de Salvo Venosa)
A preferência do devedor na escolha da dívida a ser adimplida é do devedor (art. 352 C Civil) – (Sílvio de Salvo Venosa)
Mantendo-se silente o devedor, o direito de escolha passa ao credor (art. 353 C Civil);
Se nenhuma das partes se manifestar oportunamente, a lei dá os parâmetros para fixar qual dos débitos foi pago (art. 355 C Civil).
REQUISITOS:
A pluralidade de débitos independentes entre si no art. 352 C Civil;
Para a imputação devem concorrer também as pessoas de um só credor e um só devedor;
As dívidas imputáveis devem ser líquidas;
O pagamento ofertado pelo devedor deve ser suficiente para quitar ao menos uma das dívidas;
A dívida deve ser vencida.
FORMAS DE IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO: (Sílvio de Salvo Venosa)
Devedor:
Deve o devedor declarar oportunamente qual débito deseja quitar;
Não pode haver pagamento parcial de uma das dívidas, salvo concordância do credor;
Se houver capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos (art. 354 C Civil);
O devedor escolhe a dívida que paga e não pode o credor opor-se.
Credor:
Aceitando tal quitação, não poderá mais o devedor reclamar dessa imputação feita pelo credor (art. 353 C Civil);
Sem menção ao erro, o art. 353 C Civil diz que a imputação pelo credor só não terá valor se cometida por violência ou dolo, cabendo a prova ao devedor.
Lei:
Se restarem inertes ambas as partes da obrigação e surgir posteriormente a problemática, a lei diz como se fará a imputação no art. 355 C Civil;
Dívidas ilíquidas e não vencidas não entram na imputação legal;
Se todas as dívidas forem líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a lei diz que a imputação far-se-á na mais onerosa;
Na existência de débitos rigorosamente iguais, mesmo valor, mesma data de nascimento e mesma data de vencimento, a imputação se deve fazer proporcionalmente.
OBS.: Dívida mais onerosa é a que tem a multa maior, a cláusula penal mais severa, etc. É a mais penosa para o devedor.
DAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 356/359, C Civil)
CONCEITO ( A dação em pagamento é uma forma de alteração do vínculo, em que o credor pode consentir em receber coisa que não seja dinheiro, substituindo a prestação devida. (art. 356 C Civil). A dação em pagamento, portanto, é a execução do débito por meio de objeto não avençado, consentindo o credor.
“Trata-se de uma forma de pagamento satisfativa do interesse do credor. Regulada a partir do artigo 356, a dação em pagamento opera-se quando o credor, na mesma relação obrigacional, aceita receber prestação diversa da que lhe é devida.” (Pablo Stolze)
“A dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida.” (Carlos Roberto Gonçalves)
ATENÇÃO: O credor não é obrigado a receber outra coisa, ainda que mais valiosa, quando o objeto era coisa certa (art. 313 C Civil). Esse critério advém da segurança das relações jurídicas. O credor pode, entretanto, consentir em receber um bem substituindo outro, ocorrendo uma dação em pagamento.
OBS.:	Quando o credor aceita receber prestação diversa da que lhe é devida a obrigação está cumprida e o direito dele satisfeito – forma de pagamento cabal. (Pablo Stolze)
Exemplo de Dação em pagamento ( (HC 20317/SP), em que o STJ aceitou a dação em pagamento de imóvel para cumprimento de pensão alimentícia em atraso.
ORIGEM DO INSTITUTO: A origem da dação em pagamento é a datio insolutum do Direito romano, no qual, no processo da execução, o devedor podia substituir um bem por outro para que o bem não fosse vendido por preço vil. No início era até proibido pelo Digesto ( Compilação das decisões dos jurisconsultos romanos, convertidas em lei por Justiniano, imperador romano do Oriente, e que constitui uma das quatro partes do "Corpus Juris Civilis”.
OBSERVAÇÕES: (Sílvio de Salvo Venosa)
Se o credor consentir, a obrigação pode ser resolvida substituindo-se seu objeto (art. 356 C Civil);
Trata-se de um acordo liberatório que só pode ocorrer após o nascimento da obrigação;
pode consistir na substituição de dinheiro por coisa ou a substituição de uma coisa por uma obrigação de fazer.
NATUREZA JURÍDICA: negócio jurídico bilateral, oneroso e real. Tem natureza jurídica própria, porém tem muito da compra e venda e muito da cessão de crédito.
OBS.: Há quem entenda que a dação em pagamento é uma modalidade de novação por mudança de objeto. O credor consente em substituir seu crédito antigo por um novo, cujo objeto é diferente. Esse crédito novo vigora por pouquíssimo tempo, isto é, desde a convenção até o efetivo pagamento. A dívida passa, portanto, a ser renovada, ou melhor, novada. Nesse sentido, a dação está embutida numa novação subentendida. (Marcel Ferdinand Planiol).
REQUISITOS:
Uma obrigação previamente criada;
Existência de uma dívida vencida;
Um acordo posterior, em que o credor concorda em aceitar coisa diversa e, por fim;
A entrega da coisa diversa com a finalidade de extinguir a obrigação, animus solvendi (intenção de pagar);
A dação pode ser parcial se ficar explícito o valor que permanece em aberto;
Não existe dação no pagamento com títulos de crédito;
OBS.: Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão. (art. 358 C Civil)
A aceitação da dação em pagamento depende de plena capacidade do credor.
EQUIPARAÇÃO DA DATIO IN SOLUTUM À COMPRA E VENDA: (art. 357 C Civil)
“Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.”
A equiparação da dação à compra e venda tem maior aplicação quando da entrega de imóvel;
No caso de perda da coisa pela evicção, repristina-se a obrigação originária;
OBS.: A Repristinação pode ser compreendida como uma restauração, ou seja, uma forma de se voltar a uma passada estrutura ou situação jurídica.Os terceiros de boa-fé não podem ser prejudicados pela ineficácia da dação em pagamento;
Não sendo o objeto da prestação pecuniário e houver substituição por outra coisa, a analogia será com a troca (art. 533 C Civil);
O entendimento jurisprudencial da anulabilidade da dação em pagamento de todos os bens do devedor quando não houver consentimento de todos os descendentes.
EVICÇÃO DA COISA DADA EM PAGAMENTO (art. 359 C Civil)
EVICÇÃO ( Ocorre a evicção quando o adquirente do bem perde a posse e a propriedade da coisa, por ato judicial ou administrativo, em virtude do reconhecimento do direito anterior de outrem.
Exemplo: (Pablo Stolze) O devedor se obrigou no dia do vencimento da dar um veleiro ao credor. Vencida a dívida o devedor propôs ao credor entregar ao credor não um veleiro, mas um automóvel. O credor aceitou. Isso não é obrigação alternativa porque esta nasce do contrato. Na dação em pagamento o contrato não fala nada sobre essa segunda forma. Recebeu o carro, a obrigação foi quitada. 3 semanas depois o credor foi parado em uma blitz e perdeu o carro porque ele era roubado. Então, pelo art. 359, C Civil, se o credor perder o carro, a obrigação de dar o veleiro é restabelecida, salvo direitos de terceiros, ou seja, se o veleiro já tivesse sido vendido a um credor de boa-fé, não se pode restabelecer a obrigação primitiva, em virtude do direito desse terceiro de boa-fé. Efeito: O credor vai ter que resolver com o devedor em perdas e danos.
ATENÇÃO: À luz do princípio da boa-fé, nos termos do art. 359 C Civil, caso o credor seja evicto da coisa recebida em pagamento, a obrigação primitiva não poderá se restabelecer, em respeito ao direito de terceiro, resolvendo-se em perdas e danos. O credor vai ter que recorrer as vias ordinárias.
DESTAQUE (Pablo Stolze) A dação pro solvendo ou Dação por Causa de Pagamento ou Em Função de Pagamento, que não pode ser confundida a datio in solutum.
Essa dação pro solvendo não fatisfaz o direito do credor de forma plena. Ela é muito mais um meio facilitador do pagamento do que satisfativo do interesse do credor.
Na dação pro solvendo, o interesse do credor não é imediatamente satisfeito: trata-se de um meio mais facilitador do pagamento do que efetivamente satisfativo do interesse do credor. 
Exemplo: Pablo é meu devedor, temos um contrato (relação obrigacional). Vencida a dívida de 10.000,00, Pablo me diz que não tem como me pagar agora, então, ele sugere efetivar uma dação de uns títulos de crédito contra Fredie. Ele tem 12.000,00 em cheques de Fredie que podem ser endossados. Eu não tenho o direito satisfeito na hora. Ainda preciso compensar os cheques ou executá-los. Só há uma facilitação do pagamento.
OBS.: 	Exemplo dação pro solvendo: transferência de títulos de crédito de outra pessoa. (art. 358 C Civil) 
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