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Na visão sociológica a Constituição é concebida como fato social, e não propriamente como norma. O texto positivo da Constituição seria resultado da realidade social do País. Caberia ao texto escrito reunir e sistematizar os valores social em um documento formal, este só teria eficácia se correspondesse aos valores presentes na sociedade. Representante típico da visão sociológica de Constituição foi Ferdinand Lassalle, segundo o qual a Constituição de um país é, em essência, a soma dos fatores reais do poder que nele atuam sobre a política e legitimamente, conservando assim as instituições jurídicas vigentes. Segundo Lassalle, convivem em um país, paralelamente, duas Constituições: uma Constituição real, efetiva, que corresponde à soma dos fatores reais do poder que regem o País, e uma Constituição escrita, por ele denominada "folha de papel". Esta é a Constituição escrita (folha de papel), só teria validade se correspondesse a Constituição real, isto é, se tivesse suas raízes nos fatores reais do poder. Em caso de conflito entre a Constituição real (soma dos fatores reais do poder) e a Constituição escrita ("folha de papel"), está sempre sucumbirá à aquela. Para explicar a sua visão sociológica Lassalle expunha, entre outras a seguinte passagem: Podem aos meus ouvintes plantar no seu quintal uma macieira e segurar no seu troco um papel que diga: "Esta árvore é uma figueira." Basta esse papel para transformar a figueira em macieira? Não naturalmente. E embora que conseguisse que seus criados, vizinho e conhecidos, por uma razão de solidariedade, confirmasse a inscrição existente na árvore, a planta continuaria sendo o que realmente é, quando desses frutos, estes desconstruiriam a falsa fábula criada, produzindo maças, não figos. O mesmo ocorre com as Constituições. De nada servirá o que se escreva numa folha de papel, se não justificar pelos fatores reais e efetivos do poder. E também sociológica a concepção marxista de Constituição, para a qual a Constituição não passaria de um produto das relações de produção e visaria a assegurar os interesses da classe dominante. Para Karl Marx, a Constituição, norma fundamental da organização estatal, seria um mero instrumento nas mãos da classe dominante, com o fim de assegurar a manutenção de seus interesses, dentro de um dado tipo de relações de produção. A Constituição é a soma dos Fatores reais de poder que regem uma nação (poder econômico, militar, político, religioso etc.), de forma que a Constituição escrita só terá eficácia, isto é, só determinará efetivamente as interrelações sociais dentro de um Estado quando for construída em conformidade com tais fatores; do contrário, terá efeito meramente retórico ('folha de papel"). Visão sociológica da Constituição Monday, April 25, 2016 12:35 AM Página 1 de Anotações Rápidas
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