Buscar

Conhecimento Vulgar e Científico na Filosofia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo para o Teste de Filosofia
1. Conhecimento Vulgar e Conhecimento Científico
O que é a Epistemologia?
Teoria ou área filosófica que se volta para o problema do conhecimento científico.
1.1 Características do Conhecimento Vulgar
 Espontâneo e exato;
 Empírico (depende da experiência do dia a dia e das informações sensoriais);
 Permite-nos resolver os problemas do nosso quotidiano, é imediato;
 Não nos dá uma explicação, pois não ultrapassa aquilo que é visível;
 Dá-nos por vezes, informações erradas, pois não vai até ao fundo da questão;
 Ametódico – não segue determinadas regras/métodos;
 Assistemático – não é organizado;
 Acrítico – muitas vezes é entendido como dogmático (como verdade incontestável);
 Subjetivo – não é rigoroso nem preciso e depende de cada pessoa e da sua opinião.
 1.1.1 O Conhecimento do Senso Comum pode formar-se de várias maneiras
– Por experiência pessoal; 
– Por meio de testemunho dos outros;
– Popularização dos conhecimentos científicos.
1.2 Características do Conhecimento Científico
 Sistematizado e metódico (organizado e respeita determinados métodos/regras);
 Utiliza a experiência, mas também raciocínios, provas e demonstrações que permitem atingir conclusões gerais/universais;
 Pretende formular leis e teorias explicativas;
 Explicação precisa e rigorosa; 
 Fenómenos suscetíveis de verificação;
 Decorrente de generalizações que se baseiam na experiência e na prática;
 Objetivo – trata apenas da questão em si, sem misturar ideias ou sentimentos pessoais (o cientista tem de ser imparcial).
1.3 Diferenças entre Senso Comum e Ciência
Ciência
Senso Comum
Racional – d
eriva do uso da razão
Origem
Empírico 
– d
erivada da experiência sensorial
Crítico – q
uem questiona o que é óbvio
Atitude
Dogmático – a
ceita o que vê e lhe dizem de forma passiva
Verdade – r
espo
nder à utilidade de uma forma a
tiva
Motivação
Utilidade
Objetivo e universal – é 
igual para todos os conhecedores científicos
Relativo – n
ão vale o mesmo para todos do ponto de vista do sujeito, não pass
a pela cabeça lhe seja relativo
Valor
Rigorosa
Linguagem
Superficial
1.4 Método Experimental
Observação: o cientista começa por observar os factos (não é imparcial).
Hipótese: formula teorias (verdade).
Experimentação: consiste na verificação experimental (confirmação da hipótese). A verificação experimental é a realização de diversas experiências para verificar se uma hipótese é verdadeira, que depois de ser confirmada um grande nº de vezes passa a ser uma lei científica.
 1.4.1 Críticas feitas à Observação
1ª Crítica – a observação dos factos não é o ponto de partida da Ciência – esclarece que como já temos alguns conhecimentos prévios que interferem no que iremos observar e/ou expetativas do que provavelmente vamos encontrar, então estas vão afetar o que vemos de facto.
2ª Crítica – as observações não são imparciais – explica que como existem conhecimentos e expetativas anteriores à observação, elas vão interferir no que realmente vemos, logo as observações não são imparciais.
3ª Crítica – a observação, principalmente num contexto científico, é sempre seletiva – afirma que para que haja observação é necessário que haja um objeto escolhido, uma tarefa definida, um interesse prévio, um ponto de vista, um problema que se pretende resolver…Isto quer dizer que nós selecionamos o que vemos, é uma escolha, uma seleção. Na investigação científica, os cientistas não se limitam a “observar” uma vez que é impossível observar e registar todas as medições de todos os fenómenos. Por isso, os cientistas escolhem apenas os aspetos da situação que lhes interessam para o seu estudo.
1.5 Relação entre Senso Comum e Ciência
 1.5.1 Tese de Karl Popper
 Defende a continuidade entre senso comum e ciência;
 Apesar das diferenças entre eles, têm um grau de parentesco;
 A ciência é o prolongamento do senso comum;
 É um acrescimento e um aperfeiçoamento;
 As suas diferenças são apenas de grau (a ciência é mais desenvolvida);
 Defende que o senso comum é o ponto de partida para todo o conhecimento do real;
 Senso comum tem um caráter inseguro;
 O grande instrumento para progredir (avançar de senso comum para conhecimento científico) é a crítica. 
2. Validade e Verificabilidade das Hipóteses
2.1 Hipótese
 Suposta explicação para o facto cuja aceitação depende do resultado da experiência;
 Teoria que mostra uma possível relação entre os factos observados e a causa da sua ocorrência;
 Orienta o cientista nas suas experiências;
 Uma boa hipótese tem de ser racional, verificável e suficiente (resposta razoável, reúna condições para ser testada e expliquem a totalidade dos factos);
 Caráter provisório: se for verificada a sua falsidade continua a ser útil para o cientista, pois delimita-lhe o campo das hipóteses;
 A comprovação dessas hipóteses é que as vai transformar em conclusões, até que surjam factos que as ponham em causa. Se a hipótese resistir a essa comprovação, passa a ser aceite como lei/teoria;
 O objetivo das experiências consiste na verificação das hipóteses a fim de que possam ser proclamadas como leis/teorias verdadeiras a vigorar como explicações de fenómenos.
3. Dois grandes Modelos Metodológicos – Como se constrói a Ciência.
Indutivo (particular–geral): Verificacionismo (a hipótese passa a teoria verdadeira).
Hipotético – Dedutivo: Falsificacionismo (a hipótese passa a teoria corroborada).
3.1 Indutivo
Observação: constatação da existência de um determinado fenómeno.
Hipótese: explicação provisória resultante da organização dos dados observados.
Experimentação: experiência metódica e organizada no sentido de confirmar a hipótese.
Lei/Teoria: regra geral e universal em virtude da experimentação de se ter confirmado a hipótese.
 3.1.1 Críticas à Indução
1ª Crítica: O método experimental não consegue garantir que a hipótese formulada é verdadeira pois não conseguimos verificar todos os casos reais e concretos a que a teoria se refere. Podemos apenas confirmar alguns casos (é uma verificação parcial) e quando isto acontece acreditamos que encontrámos boas razões para confiar que a teoria é verdadeira.
2ª Crítica: A indução só se justifica se nos apoiarmos noutro raciocínio indutivo, isto é, se queremos justificar a indução recorremos a uma falácia: a petição de princípio.
3.2 Hipotético – Dedutivo (Popper)
 3.2.1 Método das Conjeturas e Refutações ou Falsificacionismo
 As teorias científicas são conjeturas (não são explicações definitivas, mas tentativas de explicação, isto é, é uma teoria falsificável, que se pode mostrar que é falsa) – têm mais possibilidade de se manterem quanto maior for o nº de casos de falsificabilidade;
 Não é possível confirmar a veracidade de uma teoria, só é possível falsificá-la;
 Não se podem verificar as hipóteses: estas podem apenas ser corroboradas ou falsificadas;
 Uma teoria corroborada é aceite provisoriamente pela comunidade científica (não é definitivamente confirmada, apesar de resistir face às tentativas de invalidação);
 Procura refutar as teorias (eliminar o erro como via de clarificação de novos conhecimentos).
 3.2.2 Falsificacionismo
 Possibilidade de mostrar que uma hipótese ou teoria é falsa.
 A verdade do que é particular não implica a verdade do que é universal. Logo, nunca se pode comprovar que as hipóteses são verdadeiras.
 As experiências devem ser feitas com o objetivo de invalidar as hipóteses, e não de as tornar verdadeiras.
 Em laboratório só se pode obter a certeza de hipóteses falsas.
 As conjeturas mantêm-se em vigor (quando não são destruídas pela ocorrência de casos particulares que as contradigam).
3.3 Método das Conjeturas e Refutações
1 – Formulação do problema.
2 – A criação de uma situação ousada: a conjetura.
 2.1 – Deduzir as consequências empíricas.
 2.2 – Indicar as condições em que a teoria pode ser falsificável.
3 – Submeter a teoria aos testesde falsificabilidade.
4 – Ou a teoria é corroborada ou é abandonada (quando é identificado o erro).
3.4 Críticas ao Método de Popper
1ª Crítica: O método das conjeturas e refutações não traduz aquilo que efetivamente se passa na ciência. Ou seja, na prática o trabalho do cientista não consiste em falsificar as teorias ou procurar erros mas em confirmar as teorias aceites pela comunidade científica.
2ª Crítica: As teses de Popper tornam a nossa crença na ciência (crença irracional).
3.5 O Grau de Falsificabilidade das Conjeturas
O que distingue uma teoria mais falsificável da outra é o seu conteúdo empírico. Isto significa que uma proposição dá-nos mais informação sobre a realidade, corre mais riscos de ser desmentida, de ser falsificada.
3.6 Critério da Demarcação
 Permite-nos distinguir uma hipótese científica de não científica. Para ser considerada científica tem de ser clara.
3.7 O que é uma Teoria genuinamente Científica para Popper?
É uma teoria que pode ser submetida a testes empíricos e que pode ser refutada ou falsificada (negada) se estes testes lhe forem desfavoráveis. O que caracteriza as hipóteses científicas é a sua refutabilidade ou “falsificabilidade”: nenhuma hipótese é irrefutável, mais tarde ou mais cedo pode ser declarada falsa.
4. Thomas Kuhn
4.1 Paradigma
Um paradigma é o campo ou ambiente intelectual ou tecnológico no qual o cientista desenvolve, num dado momento histórico, o seu trabalho.
4.2 A Incomensurabilidade dos Paradigmas
Significa dizer que não podemos comparar dois paradigmas de modo a concluir que um é superior a outro pois os paradigmas que pretendemos comparar são demasiado diferentes entre si.
Não podemos falar da evolução da ciência já que esta pressupõe a aproximação à verdade e a comparação entre paradigmas.
Não podemos defender a objetividade na ciência pois esta pressupõe que as teorias científicas descrevem e explicam a realidade.
4.3 O que é que explica a passagem de um Paradigma para outro?
As razões são de dois tipos:
 Objetivas – Aceitamos um novo paradigma porque este tem maior eficácia empírica, isto é, tem maior capacidade para explicar os factos polémicos; propõe explicações mais simples de modo a permitir a realização de previsões mais adequadas.
 Subjetivas – Uma teoria torna-se dominante por fatores como o prestígio pessoal do cientista quer devido ao seu engenho e inteligência, quer devido à sua posição na hierarquia universitária e os apoios e amizades influentes no mundo das finanças e da política.
4.4 Ciência Normal e Ciência Extraordinária
No período da ciência normal, a comunidade científica trabalha a partir do paradigma estabelecido. Procura resolver os problemas decorrentes do paradigma e classifica-se como sendo um desenvolvimento contínuo.
A ciência extraordinária baseia-se na acumulação de anomalias, isto é, de casos problemáticos que o paradigma não resolve, acabando por dar origem a períodos de crise (é descontínua).
4.5 A Revolução Científica
 É a mudança de um paradigma para outro.
4.6 Conclusão (Thomas Kuhn E Karl Popper)
Thomas Kuhn: Não se pode falar de progresso ou evolução na ciência; a história da ciência é uma sucessão de paradigmas incomensuráveis. Não há evolução mas mudança de paradigmas. A mudança de paradigma implica um desenvolvimento por descontinuidade; na ciência normal o desenvolvimento é por continuidade. Não há objetividade na ciência, isto é, não podemos afirmar que o paradigma explica ou descreve a realidade. O paradigma é uma teoria que proporciona problemas e soluções exemplares à comunidade científica mas que terá o seu fim.
Karl Popper: A ciência evolui através do falsificacionismo. A ciência evolui quando as boas teorias são falsificadas (uma vez descoberto o erro, a comunidade científica procura outra conjetura com elevado conteúdo empírico). A nova conjetura com elevado grau de falsificabilidade indica que progredimos em direção à verdade. As teorias científicas são objetivas pois descrevem e explicam, ainda que de forma imperfeita, a realidade. O abandono de uma conjetura significa sobretudo a identificação do erro e por essa via acarreta a aproximação à verdade.
2 junho 2012
Página | 4

Outros materiais