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TRATADOS 1. CONCEITO 1.1. Art. 2º da CVTI/1969: a "tratado" significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica; 1.2. Desmembramento do conceito de Tratado: a) Acordo internacional: Partes soberanas livremente pactuam; b) Celebrado por escrito: Acordos essencialmente formais; c) Concluídos pelos Estados: Por entes capazes de assumir direitos e contrair obrigações no âmbito externo. * OBS: Incluir Organismos Internacionais (ONU, OEA, etc). d) Regido pelo Direito Internacional: Se não for regido pelo direito internacional não será considerado como tratado, mas sim como simples contrato internacional. e) Celebrado em instrumento único ou em dois ou mais instrumentos conexos: Protocolos adicionais e dos anexos; Troca de notas. f) Ausência de denominação particular: Expressão genérica, cujas denominações poderão variar conforme a sua forma, o seu conteúdo, o seu objeto ou a sua finalidade. Havendo os elementos/requisitos da CV será Tratado. 2. ESTRUTURA DOS TRATADOS a) O Título: Indica a matéria tratada pelo acordo; b) O preâmbulo: Indica as partes contratantes; c) os considerandos: indicam as intenções das partes em relação à celebração de acordo; d) o Articulado: uma seqüência de artigos numerados onde ficam expressas todas as cláusulas de operatividade do acordo; e) o fecho: especifica o local e a data de celebração do tratado, o idioma em que o mesmo se acha redigido e o número de exemplares originais; f) a Assinatura: Chefe de Estado, Ministro das Relações Exteriores ou de outra autoridade que tenha representado o Presidente da República na celebração do instrumento, desde que detentor de plenos poderes; Acordos bilaterais: Sistema de Alternância cada parte coloca sua assinatura em primeiro lugar no exemplar que ficará no seu poder; Tratados multilaterais: ordem alfabética (poderá variar de acordo com a língua). g) Selo de lacre com armas das altas partes contratantes. 3. CLASSIFICAÇÃO DOS TRATADOS a) Quanto ao número de parte: Bilaterais; Multilaterais. b) Quanto ao procedimento: Stricto sensu (complexo, observando todo o procedimento); Em forma simplificada (única fase, apondo um consentimento definitivo). Stricto sensu: duas fases distintas 1ª iniciada com a negociação e culmina com a assinatura do texto; 2ª Da assinatura até a ratificação; Simplificado: fase única - Assinatura do acordo, prescinde de ratificação. Ex.: tratados bilaterais. c) Quanto a execução no tempo: Transitórios: execução imediata; Ex.: limites ou fronteiras; transmitem bens. Permanentes: execução se difere no tempo enquanto estiverem em vigor. Ex.: compromissos internacionais. Mutalizáveis : A inexecução do tratado por alguma das partes não impede que o mesmo continue sendo aplicado em relação as demais que o estão executando fielmente; Não-mutalizáveis: não concebem divisão em sua execução. Se uma das partes não puder cumprir o pactuado, todas as demais irão sofre a sua violação, não havendo como deixar de aplicar o tratado somente às partes que o violaram. d) Quanto a sua natureza jurídica: Tratados-leis: objetivo de fixar normas gerais de direito internacional público; Tratados-contratos: estipulação recíproca das respectivas prestações e contraprestações com fim comum. * Obs: divergência da doutrina; tratados-contratos também contem elementos normatizadores. e) Quanto a possibilidade de adesão: Abertos: permitem a posterior adesão por parte dos Estados que não participaram da negociação ou mesmo não o ratificaram no momento devido. · Subclassificação: limitados e ilimitados; Fechados: não permitem qualquer tipo de adesão posterior. 4. PROCESSO DE FORMAÇÃO DOS TRATADOS Art. 11 da Convenção de Viena: “Meios de Manifestar Consentimento em Obrigar-se por um Tratado O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado pode manifestar-se pela assinatura, troca dos instrumentos constitutivos do tratado, ratificação, aceitação, aprovação ou adesão, ou por quaisquer outros meios, se assim acordado.” a) Negociação; b) assinatura; c) Ratificação; d) Adesão ou acessão; e) Reserva. 4.1. Negociação: Elaboração do texto; É levada a termo pelos plenipotenciários (munidos de plenos poderes), os quais constam de documentação emanada pelo Chefe do Estado; Art. 2º da CV/1969: "plenos poderes" significa um documento expedido pela autoridade competente de um Estado e pelo qual são designadas uma ou várias pessoas para representar o Estado na negociação, adoção ou autenticação do texto de um tratado, para manifestar o consentimento do Estado em obrigar-se por um tratado ou para praticar qualquer outro ato relativo a um tratado; Chefe do Poder Executivo; Ministro das Relações Exteriores; Delegação a pessoa ou grupo; 4.2. Assinatura: Firma que põe termo a negociação fixando e autenticando sem dúvidas o texto do compromisso; Art. 12 da CV/1969: Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Assinatura 1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela assinatura do representante desse Estado: a) quando o tratado dispõe que a assinatura terá esse efeito; b) quando se estabeleça, de outra forma, que os Estados negociadores acordaram em dar à assinatura esse efeito; ou c) quando a intenção do Estado interessado em dar esse efeito à assinatura decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação. 2. Para os efeitos do parágrafo 1: a) a rubrica de um texto tem o valor de assinatura do tratado, quando ficar estabelecido que os Estados negociadores nisso concordaram; b) a assinatura ad referendum de um tratado pelo representante de um Estado, quando confirmada por esse Estado, vale como assinatura definitiva do tratado. Não vincula o Estado; Determina a vontade do Estado; Aceita o conteúdo do tratado sem por o aceite definitivo. 4.3. Ratificação: Modo pelo qual o sujeito de DI, partícipe do tratado internacional, manifesta unilateralmente a sua vontade em definitivo de obrigar-se segundo os termos do compromisso internacional. No Brasil: ato do Presidente, autorizado pelo CN. Iniciam-se os efeitos na órbita internacional, observando os procedimentos internos, dependendo do sistema jurídico nacional; Ato eminentemente externo; Não confundir com aprovação pelo Poder Legislativo; Artigo 14 Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Ratificação, Aceitação ou Aprovação 1. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela ratificação: a) quando o tratado disponha que esse consentimento se manifeste pela ratificação; b) quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que a ratificação seja exigida; c) quando o representante do Estado tenha assinado o tratado sujeito a ratificação; ou d) quando a intenção do Estado de assinar o tratado sob reserva de ratificação decorra dos plenos poderes de seu representante ou tenha sido manifestada durante a negociação. 2. O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela aceitação ou aprovação em condições análogas às aplicáveis à ratificação. 4.4. Adesão ou acessão: Modo pelo qual o sujeito de DI manifesta unilateralmente sua vontade em definitivo de aderir a um tratado internacional multilateral já constituído; Não confundir com Ratificação; Somente possível em tratados abertos; Artigo 15 Consentimento em Obrigar-se por um Tratado Manifestado pela Adesão O consentimento de um Estado em obrigar-se por um tratado manifesta-se pela adesão: a) quando esse tratado disponha que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão;. b) quando, por outra forma, se estabeleça que os Estados negociadores acordaram em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão; ou c) quando todas as partes acordaram posteriormente em que tal consentimento pode ser manifestado, por esse Estado, pela adesão. 4.5. Reserva: Consiste em uma declaração unilateral feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito jurídico de certas disposições em sua aplicação a esse pactuante. Artigo 19 Formulação de Reservas Um Estado pode, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, formular uma reserva, a não ser que: a) a reserva seja proibida pelo tratado; b) o tratado disponha que só possam ser formuladas determinadas reservas, entre as quais não figure a reserva em questão; ou c) nos casos não previstos nas alíneas a e b, a reserva seja incompatível com o objeto e a finalidade do tratado. Intuito: eximir-se da obrigação internamente; Tratados bilaterais: inexiste reservas / compromissos harmônicos; Possibilidades de reservas no próprio texto do Tratado.
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