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DIREITO PREVIDENCIÁRIO Instrução para uso dos slides Prezados Acadêmicos, Lembro a todos que os slides são apenas um instrumento para agilizar e tornar mais organizada a exposição da matéria em sala de aula. Com eles visualizamos melhor o conteúdo, permitindo uma melhor compreensão sobre a matéria. E só isso. Nesse sentido, os slides não esgotam a matéria e todos devem complementar seus estudos com as bibliografias indicadas no plano de ensino. Lembro aos Srs. que tudo falado e passado em aula pode cair na prova, não apenas a matéria presente nos slides. Bom estudo! Seguro-defeso Também conhecido como “seguro-defeso”, o seguro-desemprego do pescador artesanal é uma assistência financeira temporária concedida aos pescadores profissionais artesanais que, durante o período de “defeso”, são obrigados a paralisar a sua atividade para preservação da espécie. Para ter direito o pescador deve comprovar que exerce a pesca de maneira ininterrupta, seja sozinho ou em regime de economia familiar. Seguro-defeso Para fazer jus ao benefício, o pescador não poderá estar em gozo de nenhum benefício decorrente de benefício previdenciário ou assistencial de natureza continuada, exceto pensão por morte e auxílio-acidente. A competência administrativa para processar e deferir o seguro-defeso passou a ser do INSS com o advento da Lei 13.134/2015, devendo o pescador deverá apresentar à autarquia previdenciária os diversos documentos, indicados na respectiva lei. Seguro-defeso A Lei 13.134/2015 determina que o INSS, no ato da habilitação ao benefício, deverá verificar a condição de segurado pescador artesanal e o pagamento da contribuição previdenciária, nos termos da Lei nº 8.212, de 1991, nos últimos doze meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício ou desde o último período de defeso até o requerimento do benefício, o que for menor. Seguro-defeso • Principais requisitos: • Exercer a pesca de forma ininterrupta, sozinho ou em regime de economia familiar; • Estar impedido de pescar, em função de período de defeso da espécie que captura. • Ter cadastro ativo no Registro Geral de Pesca (RGP) há pelo menos um ano, como pescador profissional artesanal; • Ser segurado especial da Previdência Social, na condição de pescador artesanal; Seguro-defeso • Principais requisitos: • Comercializar a sua produção a pessoa física ou jurídica, comprovando a contribuição previdenciária, nos últimos 12 meses imediatamente anteriores ao requerimento do benefício ou desde o último período de defeso até o início do período atual, o que for menor; • Não estar em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Assistência Social ou da Previdência Social, exceto auxílio-acidente, auxílio-reclusão e pensão por morte; e • Não ter vínculo de emprego ou outra relação de trabalho ou fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira. Seguro-defeso • Documentos • Documento de identificação oficial válido e com foto; • Comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoa Física (CPF); • Cópia do comprovante do recolhimento da contribuição previdenciária (GPS), caso tenha comercializado sua produção à pessoa física; ou • Cópia de documento fiscal de venda do pescado à empresa adquirente, consumidora ou consignatária da produção, em que conste a operação realizada e o valor da respectiva contribuição previdenciária; • Registro de pescador profissional na categoria artesanal, emitido há pelo menos um ano; • Comprovante de residência em municípios abrangidos pela portaria que declarou o defeso. Outros benefícios assistenciais O seguro-desemprego deveria ser, mas não é benefício previdenciário, pois não previsto no Plano de Benefícios da Previdência Social, sendo pago pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador- FAT. Outros benefícios assistenciais Os benefícios assistenciais mais importantes hoje no Brasil são os pagos pelo Programa Bolsa Família, instituídos pela Lei 10.836/2004, sendo de três espécies: - o benefício básico, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de extrema pobreza; o benefício variável, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza e extrema pobreza e que tenham em sua composição gestantes, nutrizes, crianças entre o (zero) e 12 (doze) anos ou adolescentes até 15 (quinze) anos, sendo pago até o limite de 5 (cinco) benefícios por família; Outros benefícios assistenciais - o benefício variável vinculado ao adolescente, destinado a unidades familiares que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza e que tenham em sua composição adolescentes com idade entre 16 (dezesseis) e 17 (dezessete) anos, sendo pago até o limite de 2 (dois) benefícios por família. No Brasil, um dos grandes traços que diferenciam a previdência social da assistência social e da saúde pública é o seu caráter contributivo, pois apenas terão cobertura previdenciária às pessoas que vertam contribuições ao regime que se filiaram, de maneira efetiva ou nas hipóteses presumidas por lei, sendo pressuposto para a concessão de benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes. Encontra-se inserido nos seguintes artigos da Constituição Federal de 1988: Artigo 40 (previdência dos servidores públicos efetivos e militares-Regime Próprio de Previdência Social); Artigo 201 (previdência dos trabalhadores em geral Regime Geral de Previdência Social); Artigo 202 (previdência complementar privada). Em sentido amplo e objetivo, especialmente visando abarcar todos os planos de previdência básicos e complementares disponíveis no Brasil, a previdência social pode ser definida como um seguro com regime jurídico especial, pois regida por normas de Direito Público, sendo necessariamente contributiva, que disponibilizo benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes, que variarão a depender do plano de cobertura. A relação previdenciária tem duas vertentes: O custeio (que envolve a obrigação de pagar as contribuições previdenciárias pelos segurados e pelas empresas, empregadores e equiparados, tendo natureza tributária); O plano de benefícios e serviços (pagamento de prestações pela Previdência Social aos segurados e seus dependentes, uma vez realizadas as hipóteses legais de concessão). Classificação dos sistemas previdenciários: Quanto à contributividade, os sistemas previdenciários serão classificados em: A) Não contributivos: custeados com os tributos em geral, inexistindo contribuições específicas, como ocorre no primeiro pilar da previdência da Dinamarca; B) Contributivos: custeados por contribuições previdenciárias: • Capitalização- Exige a cotização durante certo prazo para fazer jus aos benefícios, em fundo individual ou coletivo, sendo os valores investidos pelos administradores (Previdência Privada no Brasil); • Repartição- Em regra, a ausência de contribuição durante determinado tempo não retira o direito ao benefício, salvo os casos de carência, existindo um fundo único (Previdência Pública do Brasil). Quanto ao responsável pela gestão, adota-se a seguinte classificação: A) Pública: O Poder Público assume a responsabilidade da administração do regime previdenciário; B) Privada: Ogerenciamento é feito pela iniciativa privada, como no Chile, desde a reforma de 1981; C) Mista: Adota-se uma gestão pública e privada, a depender do plano, como ocorre no Brasil, onde há planos públicos e privados. Planos previdenciários brasileiros Os planos de previdência no Brasil podem ser divididos em básico e complementares, sendo os primeiros compulsórios para as pessoas que exerçam atividade laboral remunerada, ao contrário dos últimos, que visam apenas ofertar prestações complementares para a manutenção do padrão de vida do segurado e de seus dependentes. Planos previdenciários brasileiros A adesão aos planos básicos independe da vontade do trabalhador, que é obrigado a filiar-se enquanto perceber remuneração decorrente do seu labor, razão pela qual ostenta a natureza jurídica de seguro obrigatório legal. Planos previdenciários brasileiros O ingresso em um dos planos de previdência complementar será sempre facultativo, razão pela qual há plena autonomia da vontade na filiação a esse sistema, conquanto haja normas jurídicas que limitem as regras do jogo após a avença, caracterizando-se corno um seguro contratual sui generis, incidindo o regramento do CDC. Súmula 321 do STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável à relação jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes. Planos básicos Regime Geral de Previdência Social - RGPS, obrigatório para os trabalhadores em geral, exceto para os titulares de cargos públicos efetivos e militares filiados a Regime Próprio de Previdência Social, de competência da União e administrado pelo Ministério da Previdência Social. Competirá ao INSS- Instituto Nacional do Seguro Social a administração do plano de benefícios e serviços do RGPS. Trata-se do maior plano previdenciário brasileiro, pois engloba cerca de 50 milhões de segurados, visando cobrir vários riscos sociais, tais como velhice, invalidez, doença, maternidade, prisão, acidente e morte. Planos básicos As suas regras gerais encontram-se insculpidas no artigo 201, da Constituição Federal, com as alterações promovidas especialmente pela Emenda 20/1998 (primeira reforma previdenciária), tendo o seu Plano de Custeio sido aprovado pela Lei 8.212(91 e o Plano de Benefícios e Serviços pela Lei 8.213/91, atualmente regulamentados pelo Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social - RPS), já alterado em inúmeras oportunidades. No exercício legítimo do seu poder regulamentar, o INSS editou a Instrução Normativa PRES 77/2015, que dispõe sobre a administração de informações dos segurados, o reconhecimento, a manutenção e a revisão de direitos dos beneficiários da Previdência Social e disciplina o processo administrativo previdenciário no âmbito da autarquia previdenciária. Planos básicos Regimes Próprios de Previdência Social- RPPS's, obrigatórios para os servidores públicos efetivos da União, estados, Distrito Federal e municípios, bem como os militares, caso tenham sido criados pelas respectivas entidades políticas. Ressalte-se que os servidores que são apenas titulares de cargo em comissão, temporários ou empregados públicos serão segurados obrigatórios do RGPS, na condição de segurados empregados, nos termos do artigo 40, §13, da Constituição Federal, bem como os titulares de mandato eletivo sem vínculo efetivo, pois o RPPS só abarca os servidores efetivos em todas as esferas de governo. Planos básicos A União, todos os estados e o Distrito Federal possuem os seus RPPS's instituídos, mas a esmagadora maioria dos municípios brasileiros ainda não os instituiu, justamente em razão da pequena estrutura administrativa que não comporta mais essa função administrativa, haja vista muitos entes políticos locais mal disponibilizarem os serviços públicos básicos. Nestes casos, os servidores efetivos estarão automaticamente vinculados ao RGPS na condição de empregados, sendo o município considerado empresa para fins previdenciários, conforme interpretação do artigo 12, da Lei 8.213/91. Planos básicos o tratamento diferenciado se impõe pelo diverso regime jurídico dos militares em comparação aos servidores públicos, pois aqueles não se aposentam, e sim permanecem na reserva remunerada ou reforma, conquanto possam ser instituidores de pensão por morte aos seus dependentes. No que concerne aos militares das Formas Armadas, o tema é regulado pela Lei 6.880/80, que aprovou o Estatuto dos Militares. Planos básicos Plano de Seguridade Social dos Congressistas- PSSC, instituído pela Lei 9.506/97, de filiação facultativa dos Deputados Federais, Senadores e suplentes não vinculados a RPPS por não serem servidores efetivos ou militares, que assim o requerer, no prazo de trinta dias do início do exercício do mandato. Planos complementares Regime Complementar dos Servidores Públicos Efetivos, a ser implementado pelas entidades políticas, de índole facultativo e de contribuição definida, previsto nos §§14, 15 e 16, do artigo 40, da Constituição Federal. A previdência pública complementar deverá ser regulamentada por lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, através da criação de uma entidade fechada de previdência pública, certamente de natureza fundacional ou autárquica, disponibilizando benefícios na modalidade contribuição definida, ou seja, o seu valor dependerá do rendimento dos valores aplicados, não sendo previamente fixado. No âmbito da União, o regime de previdência complementar dos servidores federais efetivos foi criado por intermédio da Lei 12.618/2012. Planos complementares Regime Complementar Privado Aberto, explorado por sociedades anônimas com autorização estatal, de índole facultativo e que tem por objetivo instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas, regulamentado pelo artigo 202, da Constituição Federal e pelas Leis Complementares 108 e 109/2001. Planos complementares Regime Complementar Privado Fechado, mantido por entidades fechadas de Previdência Complementar (associações ou fundações), facultativo, que oferece planos de benefícios a todos os empregados dos patrocinadores ou associados dos instituidores. FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Fontes Materiais Por fontes materiais deve-se ter em mente as variáveis sociais, econômicas e políticas que, em determinado momento, ou durante a evolução histórica de uma sociedade, informam a produção das normas jurídicas Assim fontes materiais do Direito Previdenciário são os fatores que interferem na produção de suas normas jurídicas. FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Fontes Formais O Direito Previdenciário é composto por normas de Direito Público, todas as suas fontes formais – as normas que regem as relações em questão – emanam do Estado. Não podem ser consideradas fontes formais do Direito Previdenciário os costumes, apenas as normas emanadas do Estado se aplicam às relações contribuinte/ente da arrecadação, ou beneficiário/ente concedente do benefício. Princípios da Previdência Art. 201, CF - A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. 1. PRINCÍPIOS DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO ADMINISTRATIVA 2.PRINCÍPIOSDE FINANCIAMENTO 3.PRINCÍPIOS DE BENEFICIAMENTO Princípios da Previdência Social A) Princípios de organização e gestão administrativa: 1) Princípio da unicidade: A Previdência Social é única, sob a responsabilidade da União, para garantir a cobertura das necessidades onde o volume contributivo fica abaixo do volume das prestações oferecidas pelo Estado. 2) Princípio da universalidade: A Previdência busca chegar a todo o País e a todas as pessoas necessitadas, em todas as situações de desamparo. Busca cobrir as situações de infortúnios e limitações que retirem da pessoa a sua capacidade laboral. 3) Princípio da gestão democrática descentralizada: Assentou-se o reconhecimento do direito dos trabalhadores, destinatários da proteção previdenciária, de participar da gestão do sistema previdenciário, com o objetivo de, atuando no processo gerencial, poder influir mais significativamente nas suas decisões. Princípios da Previdência Social B) Princípios de financiamento: 1) Princípio da solidariedade contributiva: é a responsabilidade compartilhada entre Estado e Sociedade pela manutenção financeira da Previdência Social. No Brasil adota-se as modalidades da capitalização e da repartição. 2) Princípio da diversidade da base de financiamento: ela não se concentra em uma só fonte de tributos, sendo diversificada; a tendência atual é diminuir os encargos sobre salários para uma maior concentração no faturamento e lucro. 3) Princípio da comutatividade: assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, devendo os diversos sistemas de previdência se compensarem na forma da lei. Princípios da Previdência Social C) Princípios de beneficiamento: 2) Princípio da seletividade e da distributividade: pela seletividade vê-se quais as contingências sociais que serão cobertas pelo sistema de proteção social em face de suas possibilidades financeiras; a distributividade elege as necessidades mais preementes que deverão ser satisfeitas prioritariamente; Ex: auxílio reclusão para baixa renda 3) Princípio da recomposição monetária: garante ao contribuinte e aos seus dependentes, quando na condição de beneficiários, uma justa e integral recomposição de todos os valores considerados para o fim de cálculo da prestação previdenciária; 1) Princípio da uniformidade: todos os segurados e seus dependentes, sejam rurais ou urbanos, devem ter o mesmo tratamento por parte da seguridade social Princípios da Previdência Social C) Princípios de beneficiamento: 6) Princípio da preservação do valor real: supostamente todas as prestações previdenciárias estariam protegidas contra a degradação monetária 5) Princípio do valor mínimo: é a vinculação do benefício de menor valor ao valor do salário mínimo mensal (art. 201, p. 4o., CF) 4) Princípio da irredutibilidade: não poderá ser imposta nenhuma redução efetiva dos valores nominais das prestações previdenciárias Princípios da Previdência Social • ÓRGÃOS: Ministério da PrevidênciaSocial (MPS) - Administra Receita Federal – arrecada e gerencia recursos Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)- Concede benefícios Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) - órgão superior de deliberação colegiada sobre a política de Previdência e sobre a gestão do sistema previdenciário Ouvidoria Geral - atende reclamações dos segurados Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS) - das decisões do INSS nos processos de interesse dos beneficiários e dos contribuintes da Seguridade Social caberá recurso para o Conselho de Recursos da Previdência Social. PREVIDÊNCIA SOCIAL PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Princípio da solidariedade A Previdência Social se baseia na solidariedade entre os membros da sociedade. Assim, como a noção de bem- estar coletivo repousa na possibilidade de proteção de todos os membros da coletividade, somente a partir da ação coletiva de repartir os frutos do trabalho, com a cotização de cada um em prol do todo, permite a subsistência de um sistema previdenciário. Uma vez que a coletividade se recuse a tomar como sua tal responsabilidade, cessa qualquer possibilidade de manutenção de um sistema universal de proteção social. PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Princípio da vedação do retrocesso social Consiste na impossibilidade de redução das implementações de direitos fundamentais já realizadas. Impõe-se que o rol de direitos sociais não seja reduzido em seu alcance (pessoas abrangidas, eventos que geram amparo) e quantidade (valores concedidos), de modo a preservar o mínimo existencial. Este princípio ainda que não expresso de forma taxativa, encontra clara previsão constitucional quando da leitura do § 2º do art. 5º da Constituição e mais, ainda, a nosso ver, no art. 7º, caput, o qual enuncia os direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, “sem prejuízo de outros que visem à melhoria de sua condição social”. PRINCÍPIOS DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO Princípio da proteção ao hipossuficiente Este principio ainda que não aceito de modo uniforme pela doutrina previdenciária. No entanto vem sendo admitido com cada vez mais frequência o postulado de que as normas dos sistemas de proteção social devem ser fundadas na ideia de proteção ao menos favorecido. Na relação jurídica existente entre o indivíduo trabalhador e o Estado, em que este fornece àquele as prestações de caráter social, não há razão para gerar proteção ao sujeito passivo – como, certas vezes, acontece em matéria de discussões jurídicas sobre o direito dos beneficiários do sistema a determinado reajuste ou revisão de renda mensal, por dubiedade de interpretação da norma. Buscar aquela que melhor atenda à função social, protegendo, com isso, aquele que depende das políticas sociais para sua subsistência. PREVIDÊNCIA SOCIAL A Constituição Federal estabelece a relação de eventos sociais que a Previdência Social deverá abranger. Através da leitura do art. 201 da CF temos condições de identificar quais são os benefícios do RGPS, conforme identificamos na tabela a seguir: PREVIDÊNCIA SOCIAL SEGURADOS E DEPENDENTES Arts. 11 até 16 da Lei 8.213/91 PREVIDÊNCIA SOCIAL Segurados são as pessoas físicas que, em razão do exercício de atividade ou mediante o recolhimento de contribuições, vinculam-se diretamente ao Regime Geral; Arts. 11 a 15 da Lei 8.213/91 Dependentes são as pessoas cujo liame jurídico existente entre elas e o segurado permite que a proteção previdenciária lhes seja estendida de forma reflexa; Art. 16 da Lei 8.213/91 Por tratar-se de uma vinculação mediata, o direito dos dependentes está condicionado de forma indissociável ao dos segurados. Não contribuem para a previdência Quanto aos benefícios, alguns são exclusivos de uma das categorias e outros são comuns S E G U R A D O S: PREVIDÊNCIA SOCIAL 1)Empregados; 2)Empregados domésticos; 3)Contriuinte individual, 4)Trabalhador avulso e 5)Segurados especiais OBRIGATÓRIOS Art. 11, Lei 8.213/91 FACULTATIVOS Art. 14, Lei 8.212/91 Cuida-se de pessoa que, sem exercer atividade que determine filiação obrigatória, contribui voluntariamente para a previdência social. Idade mínima: 14 (quatorze) anos de idade Ex: Dona de casa, estudante. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 1) Empregados: (art.12, I, Lei 8.212/91) A idade mínima para filiação na qualidade de empregado é de 16 anos, a partir da alteração da redação do inciso XXXIII do art. 7 da CF88, salvo na condição de aprendiz, quando então é possível a filiação a partir dos 14 anos (art 2, I, a, Instrução Normativa n. 57, de 10.10.2001, do INSS) Trabalhadores com vínculo permanente ou temporário; O brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior Aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 1) Empregados: (art. 12, I, Lei 8.212/91) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa em desacordo com a Lei nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977 o magistrado classista temporário da Justiça do Trabalho ou Eleitoral que antes da investidura na magistratura era vinculado ao regime geral; o escrevente ou auxiliar contratado por titular de serviço notarial ou de registro e; o servidor contratado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do artigo 37 da Constituição Federal SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 2) Empregado Doméstico: (art. 12, II, Lei 8.212/91) Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; Empregado doméstico será não apenas a pessoa encarregada da limpeza da residência, mas também o caseiro, o motorista, o vigia, a babá, o cozinheiro. 3) Contribuinte Individual: (art. 12, V, Lei 8.212/91) engloba os segurados empresário, autônomo e equiparado a autônomo (garimpeiro); o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa; quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 4) Trabalhador Avulso: (art. 12, VI, Lei 8.212/91) Definidos como quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviços de natureza urbana ou rural definidos no Regulamento; O RBPS (Decreto 3.048/99), em seu artigo 9º, acrescenta como elemento para a caracterização do avulso que o trabalho seja prestado com a intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra, nos termos da Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993, para a seguir arrolar os trabalhadores avulsos que são, essencialmente, os trabalhadores do porto, tais como estivadores, conferentes, práticos, guindasteiros, etc SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 5) Segurados Especiais: (art. 12, VII, Lei 8.212/91) QUEM SÃO: 1. os produtores, parceiros, meeiros e arrendatários rurais, pescadores artesanais e assemelhados, que exerçam a atividade individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com auxílio eventual de terceiros, 2. bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de dezesseis anos – nos termos do inciso XXXIII do art. 7º modificado pela EC n.º 20/98, ou a eles equiparados, desde que trabalhem, comprovadamente, com o grupo familiar respectivo; Regime de economia familiar é a atividade em que o trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de empregados permanentes. (art. 11, §1º, Lei 8.213/91) SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 5) Segurados Especiais: (art. 12, VII, Lei 8.212/91) É essencial que haja produção agrícola para fins de comercialização Não descaracteriza a qualidade de segurado especial: 1. a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem, por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano 2. a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de beneficiamento ou industrialização artesanal 3. a associação em cooperativa agropecuária 4. ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo 5. outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50% (cinqüenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro) módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva atividade, individualmente ou em regime de economia familiar SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 5) Segurados Especiais: (art. 12, VII, Lei 8.212/91) Não se considera segurado especial o membro do grupo familiar que possui fonte de rendimento decorrente do exercício de atividade remunerada, exceto: 1. Benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social 2. Benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar 3. Exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de trabalhadores rurais 4. Exercício de mandato de vereador do Município em que desenvolve a atividade rural ou de dirigente de cooperativa rural constituída, exclusivamente, por segurados especiais, 5. Atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de prestação continuada da Previdência Social SEGURADOS OBRIGATÓRIOS: PREVIDÊNCIA SOCIAL 5) Segurados Especiais: (art. 12, VII, Lei 8.212/91) E SE UM CASAL QUE TRABALHA EM REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR CONTRATA 120 PESSOAS, POR 120 DIAS PARA TRABALHAR EM SUA PEQUENA PROPRIEDADE RURAL? AINDA SERÃO SEGURADOS ESPECIAIS?????????? O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados ou avulsos por prazo determinado em épocas de safra, à razão de, no máximo, 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho. SEGURADOS FACULTATIVOS (art. 14, Lei 8.212/91 e art. 13, Lei 8.213/91) PREVIDÊNCIA SOCIAL É segurado facultativo o maior de quatorze anos de idade que se filiar ao Regime Geral de Previdência Social, mediante contribuição, na forma do art. 199, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que o enquadre como segurado obrigatório da previdência social. I - a dona-de-casa; II - o síndico de condomínio, quandonão remunerado; III - o estudante; IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, quando não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; SEGURADOS FACULTATIVOS PREVIDÊNCIA SOCIAL VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei nº 6.494, de 1977; VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; e X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional ; VEDAÇÕES É vedada a filiação ao Regime Geral de Previdência Social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência social ; A filiação gera efeito somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento, não podendo retroagir e não permitindo o pagamento de contribuições relativas a competências anteriores à data da inscrição PECULIARIDADES SOBRE SEGURADOS PREVIDÊNCIA SOCIAL O aposentado que volta ou não deixa de exercer atividade abrangida pela previdência social contribui obrigatoriamente (LCSS, art. 12, § 4º e LBPS, art. 11, § 3º); Todavia, não fará jus a prestação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao salário- família e à reabilitação profissional, quando empregado O trabalho do preso, embora obrigatório (LEP, art. 31) e remunerado (LEP, art. 29) não engendra filiação previdenciária, à míngua de previsão na legislação própria. Apenas o preso em regime aberto, caso trabalhe fora do estabelecimento, mantendo relação empregatícia, será filiado ao regime de previdência social. O exercício de dupla atividade implica filiação obrigatória a cada uma delas (LCSS, art. 12, § 2º e LBPS, art. 11, § 3º), mas não é exigida contribuição além do limite máximo (LCSS, art. 28, § 7º). Aquisição da Qualidade de Segurado PREVIDÊNCIA SOCIAL Adquire-se a qualidade de segurado pelo exercício da atividade que determina vinculação à previdência social ou pela inscrição e recolhimento das contribuições no caso de segurado facultativo. Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado PREVIDÊNCIA SOCIAL Segurado manterá essa qualidade enquanto estiver recolhendo as contribuições, ou então: (art. 15, Lei 8.213/91) PERÍODO DE GRAÇA Sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício; (e quem deveria estar?) Até 12 meses após a cessação de benefício por incapacidade Até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela previdência social Este prazo será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado. Além disso, estes prazos serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social Manutenção e Perda da Qualidade de Segurado PREVIDÊNCIA SOCIAL Segurado manterá essa qualidade enquanto estiver recolhendo as contribuições, ou então: (art. 15, Lei 8.213/91) Até 12 meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; Até 12 meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; Até 03 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; e Até 06 meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo D E P E N D E N T E S: PREVIDÊNCIA SOCIAL 1) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146/2015); (presumida) OBS: enteado equipara-se a filho, mas a dependência econômica tem que ser comprovada 2)os pais;(comprovada) 3) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015).(comprovada) Uma classe de dependentes exclui a outra (Art. 16, Lei 8213/91, §1º) D E P E N D E N T E S: PREVIDÊNCIA SOCIAL 1) para o cônjuge, pela separação judicial ou divórcio, enquanto não lhe for assegurada a prestação de alimentos, pela anulação do casamento, pelo óbito ou por sentença judicial transitada em julgado; 2) para a companheira ou companheiro, pela cessação da união estável com o segurado ou segurada, enquanto não lhe for garantida a prestação de alimentos; 3) para o filho e o irmão, de qualquer condição, ao completarem vinte e um anos de idade, salvo se inválidos, ou pela emancipação, ainda que inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de colação de grau científico em curso de ensino superior; e 4) para os dependentes em geral: a) pela cessação da invalidez; ou b) pelo falecimento Perda da Qualidade FILIAÇÃO E INSCRIÇÃO: PREVIDÊNCIA SOCIAL FILIAÇÃO: é a ligação automática à previdência social da pessoa que está nas condições previstas na Lei, exercendo atividade remunerada, urbana ou rural. Não exige, portanto, nenhum ato do segurado, distinguindo- se, pois, da inscrição. INSCRIÇÃO: ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização A filiação é material, a inscrição é formal, é a sua documentação. Esta pressupõe aquela, sem a qual é inválida Livros utilizados Prezados alunos, Para preparação desses slides foram utilizadas as seguintes obras: • CASTRO, Carlos Alberto Pereira de, LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 16.ed. Rio de Janeiro : Forense, 2014. • EDUARDO, Ítalo Romano, EDUARDO Jeane Tavares Aragão. Curso de direito previdenciário . 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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