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II NN TT EE RR PP RR EE TT AA ÇÇ ÃÃ OO DD EE TT EE XX TT OO SS (( MM óó dd uu ll oo II )) Prof. ª Eliane Vieira Aula 01 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com 1 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Texto e Tipologia Textual Descrição Um texto se diz descritivo quando tem por base o objeto, a coisa, a pessoa. Possui o objetivo de mostrar detalhes, que podem ser físicos, morais, emocionais, espirituais. Descrever é, na verdade, criar o que não se vê, mas se percebe ou se imagina. Principais Características � Sequência de aspectos. � Presença de adjetivações. � Sensibilidade para combinar e transmitir sensações físicas (cores, formas, sons, gestos, odores) e psicológicas (impressões subjetivas, comportamentos). � Linguagem metafórica (conotativa). � Autor adota a postura de observador. TEXTO-EXEMPLO (comentários na videoaula) “Meus cabelos eram muito bonitos, dum negro quente, acastanhados nos reflexos, principalmente se caíam pelos ombros em cachos gordos, com ritmos pesados de molas de espiral". (Mário de Andrade, Tempo da Camisolinha) Narração Texto centrado no fato, no acontecimento (real ou fictício). Palavra derivada do verbo narrar, a narração é o ato de contar alguma coisa. Principais Características � Verbos de ação. � O enredo é prioridade. � É necessário introdução, clímax e desfecho. � O autor adota a postura de narrador. � A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais: 2 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Quê? O fato que determina a história. Quem? A personagem ou os personagens. Como? O enredo, o modo como se tecem os fatos. Onde? O lugar da ocorrência. Quando? O momento em que se passam os fatos. Por quê? A causa do acontecimento. TEXTO-EXEMPLO (comentários na videoaula) “O casal chegou à cidade tarde da noite. Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem. Foram procurar um lugar onde passar a noite. Hotel, hospedaria, qualquer coisa serviria, desde que não fosse muito caro. Não seria muito fácil, como eles logo descobriram. No primeiro hotel, o gerente, homem de maus modos, foi logo dizendo que não havia lugar. No segundo, o encarregado da portaria olhou com desconfiança o casal e resolveu pedir documentos. O homem disse que não tinha; na pressa da viagem esquecera os documentos. O viajante tomou a esposa pelo braço e seguiu adiante. No terceiro hotel também não havia vagas. No quarto – que era mais uma modesta hospedaria – havia, mas o dono desconfiou do casal e resolveu dizer que o estabelecimento estava lotado. No hotel seguinte também não havia vaga, e o gerente, metido a engraçado, disse para hospedarem-se ali perto numa manjedoura, pois, apesar de não ser confortável, não pagariam diária. Para surpresa do gerente, o viajante achou a ideia boa e até agradeceu. Não demorou muito, apareceram os três reis magos, perguntando sobre um casal de forasteiros. E foi aí que o gerente começou a achar que talvez tivesse perdido os hóspedes mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.” (SCLIAR, Moacyr. A massagista japonesa. Porto Alegre: L&PM, 1984, p. 49-50 ) Dissertativo Dissertar é apresentar e analisar ideias; é estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; é articular relações de causa e efeito. Nesta modalidade textual, não basta expor, narrar ou descrever, é necessário explanar/explicar. 3 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Principais Características � Conhecer o assunto. � Sequência de análises. � Texto objetivo. � Apresenta fatos, dados estatísticos, citações, testemunhos de autoridade. � Predomínio verbal: presente do indicativo e do subjuntivo. � O autor adota a postura de argumentador. TEXTO-EXEMPLO (comentários na videoaula) Conhecimento científico e tecnologia “ Em sentido amplo, conhecimento é o atributo que tem o homem de reagir frente ao que o cerca. Dessa forma, podemos distinguir três tipos de conhecimento: o empírico, o científico e o filosófico. Com relação ao primeiro, constatamos que, através dele, se apreende a aparência das coisas. Assim, observamos que o conhecimento empírico está situado na esfera do particular. Quanto ao conhecimento filosófico, percebemos que o mesmo vai buscar a essência do ser, já que o cientista, permanecendo na faixa de físico, não consegue atingi-la. Em se tratando, porém, do conhecimento científico, observamos que o mesmo é orientado, sistemático e formal. A pesquisa científica exige método e ordenação. Conhecer alguma coisa é analisá-la profundamente, obedecendo a uma série de etapas e fatores. Essa persistência na busca é que vai permitir ao espírito científico equacionar os problemas. Ciência e tecnologia precisam caminhar juntas, pois são dois seres que se completam, formando um todo homogêneo que, em última análise, deveria visar ao progresso do homem e ao bem comum. Assim, concluímos que, se o conhecimento empírico é insuficiente para chegarmos aos universais, o conhecimento científico, embora suporte da tecnologia, apresenta as suas limitações. E, para se auto- justificar, necessita do amparo de um conhecimento mais alto: o filosófico.” 4 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Texto Injuntivo Qualquer tipo de texto que tenha a finalidade de instruir o leitor. Principais Características � Verbos no imperativo (valor semântico de ordem ou pedido). � Textos de autoajuda, manual de instrução ou receita de bolo. TEXTO-EXEMPLO (comentários na videoaula) Instalando os cartuchos XYZ na impressora. 1. Verifique o conteúdo da caixa. 2. Após conectar o cabo de instalação, ligue a impressora. 3. Carregue papel branco comum. 4. Pressione o botão ligar. 5. Abra a porta dos cartuchos e verifique se o carro de impressão está no centro. 6. Remova as fitas adesivas dos cartuchos. 7. Segure os cartuchos com o logotipo para cima. 8. Insira-os nos slots, certificando-se de empurrá-los até ouvir um “clic”. 9. Feche a porta dos cartuchos de impressão. 10. Aguarde alguns instantes até que a página de alinhamento seja impressa. 11. Coloque-a voltada para baixo no vidro da impressora e feche a tampa. 12. Pressione o botão “digitalizar”. 13. Aguarde até que a luz verde pare de piscar. A impressora está pronta para o uso! 5 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Exercícios Classifique os trechos abaixo. Marque: A) para Narração B) para Descrição C) para Dissertação 1. Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio. ( ) 2. Qualquer pessoa que o visse, quer pessoalmente ou através dos meios de comunicação, era logo levada a sentir que dele emanava uma serenidade e autoconfiança próprias daqueles que vivem com sabedoria e dignidade. ( ) 3. De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem a nação tanto precisava naquele momento de desamparo. ( ) 4. Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras. ( ) 5. O homem, dono da barraca de tomates, tentava em vão, acalmar a nervosa senhora. Não sei porque brigavam, mas sei o que vi: a mulher imensamente gorda, mais do que gorda, monstruosa, erguia os enormes braços e, com os punhos cerrados, gritava contra o feirante. Comecei a me assustar, com medo de que ela destruísse a barraca — e talvez o próprio homem — devido à sua fúria incontrolável. Ela ia gritando e se empolgando com sua raiva crescente e ficando cada vez mais vermelha, assim como os tomates, ou até mais. ( ) 6 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Texto: “(...) em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns após outros, lavavam a cara, incomodamente, de baixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar, via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário, metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas das mãos. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.” (Aluísio Azevedo, O Cortiço) 6. O fragmento acima pode ser considerado: a) narrativo, pois ocorre entre seus enunciados uma progressão temporal de modo que um pode ser considerado anterior ao outro. b) um típico fragmento dissertativo em que se observam muitos argumentos. c) descritivo, pois não ocorre entre os enunciados uma progressão temporal: um enunciado não pode ser considerado anterior ao outro. d) descritivo, pois os argumentos apresentados são objetivos e subjetivos. 7. Filosofia dos Epitáfios “Saí, afastando-me dos grupos e fingindo ler os epitáfios. E, aliás, gosto dos Epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.” (Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas) Do ponto de vista da composição, é correto afirmar que o capítulo “Filosofia dos Epitáfios” a) é predominantemente dissertativo, servindo os dados do enredo do ambiente como fundo para a digressão. b) é predominantemente descritivo, com a suspensão do curso da história dando lugar à construção do cenário. c) equilibra em harmonia narração e descrição, à medida que faz avançar a história e cria o cenário de sua ambientação. d) é predominantemente narrativo, visto que o narrador evoca os acontecimentos que marcaram sua saída. 7 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com Leia o texto abaixo para responder à questão. É universalmente aceito o fato de que sai mais cara a reparação das perdas por acidentes de trabalho que o investimento em sua prevenção. Mas, então, por que eles ocorrem com tanta frequência? Falta, evidentemente, fiscalização. Constatar tal fato exige apenas o trabalho de observar obras de engenharia civil, ao longo de qualquer trajeto por ônibus ou por carro na cidade. E quem poderia suprir as deficiências da fiscalização oficial – os sindicatos patronais ou de empregados – não o faz; se não for por um conformismo cruel, a tomar por fatalidade o que é perfeitamente possível de prevenir, terá sido por nosso baixo nível de organização e escasso interesse pela filiação a entidades de classe, ou por desvio dessas de seus interesses primordiais. Falta também a educação básica, prévia a qualquer treinamento: com a baixíssima escolaridade do trabalhador brasileiro, não há compreensão suficiente da necessidade e benefício dos equipamentos de segurança, assim como da mais simples mensagem ou de um manual de instruções. E há, enfim, o fenômeno recente da terceirização, que pode estar funcionando às avessas, ao propiciar o surgimento e a multiplicação de empresas fantasmas de serviços, que contratam a primeira mão-de-obra disponível, em vez de selecionar e de oferecer mão-de-obra especializada. (O Estado de São Paulo – 22 de fevereiro de 1998 – adaptado) 8. Assinale a opção que apresenta as palavras-chave do texto. a) aceitação universal – constatação – benefício – escolaridade b) investimento em prevenção – deficiências – entidades – equipamentos c) falta de fiscalização – organização – benefício – mão-de-obra d) prevenção de acidentes – fiscalização – educação – terceirização e) crescimento – conformismo – treinamento – empresas GABARITO 1. A 2. B 3. B 4. C 5. A 6. C 7. A 8. D 8 Português em Foco www.portuguesemfoco.com portuguesemfoco@portuguesemfoco.com REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª ed. rev. e ampl., Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. BECHARA, Evanildo. Lições de Português pela Análise Sintática. 18ª ed. rev. e ampl., Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. CÂMARA JR, J. Mattoso. Dicionário de Filologia e Gramática. 4ª ed. rev. e ampl. J.OZON, editor, 1970. CUNHA, Celso & CINTRA, Lindley. Nova gramática do Português Contemporâneo. 3ª ed., Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3. Ed. Positivo. GARCIA, Othon Moacyr. Comunicação em Prosa Moderna: aprenda a escrever, aprendendo a pensar. 26ª Ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 21ª ed., São Paulo: Contexto, 2007. KOCH, Ingedore Villaça. A coerência textual. 21ª ed., São Paulo: Contexto, 2007. LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da língua portuguesa. 27ª ed., Rio de janeiro: José Olympio, 1986. LUFT, Celso Pedro. Dicionário Prático de Regência Verbal. 8ª ed., Rio de Janeiro: Ática, 2000. LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da língua portuguesa. 27ª ed., Rio de janeiro: José Olympio, 1986. LUFT, Celso Pedro. Dicionário Prático de Regência Verbal. 8ª ed., Rio de Janeiro: Ática, 2000. ALMEIDA, Nílson de Teixeira. Gramática da Língua Portuguesa para concurso, vestibulares. 8ª Ed., São Paulo: Editora Saraiva, 2003. AQUINO. Renato. Português para Concursos. 18ª Ed., Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
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