Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AIA Patologia Hortência G. da Silveira Introdução | Distúrbios Circulatórios • O sistema circulatório é um conjunto de vasos sanguíneos. O coração é que faz o bombeamento do sangue, e associado a ele existe o pulmão (que faz trocas gasosas). • Para lembrar: o sangue venoso (retorno venoso) chega ao átrio direito pelas veias cavas ventrículo direito pelas artérias pulmonares até o pulmão veias pulmonares átrio esquerdo ventrículo esquerdo artéria aorta. • Logo a circulação é fechada, sempre chega ao mesmo lugar. • Dentro do tecido existe a microcirculação (vasos de pequeno calibre: arteríolas, capilares e vênulas). Introdução | Distúrbios Circulatórios capilares arteríola vênula sangue Deste lado, o plasma tende a migrar para a mec Deste lado, o plasma tende a voltar (90%) linfa (10%) Introdução | Distúrbios Circulatórios • Na grande maioria dos tecidos, existe uma permeabilidade vascular característica que permite uma movimentação de líquidos de dentro para fora do vaso (e vice-versa) Esse processo é natural. • Se houver um desequilíbrio entre a saída e a entrada de líquidos, pode sobrar líquido fora do vaso EDEMA. • O que faz sair: PRESSÃO HIDROSTÁTICA; O que faz voltar: PRESSÃO OSMÓTICA (OU ONCÓTICA). Introdução | Distúrbios Circulatórios • Pressão Hidrostática: pressão exercida pelo líquido contra a parede do vaso (o sangue faz pressão contra a parede vascular) • Pressão Osmótica: tem a ver com concentração de solutos (proteínas), tanto dentro quanto fora do vaso. • Quanto mais líquido existir (sangue), maior a pressão hidrostática a tendência do líquido é sair. capilares arteríola vênula sangue Pressão hidrostática Pressão osmótica linfa (10%) Hiperemia • De acordo com o Bogliolo: • Hiperemia consiste no aumento da quantidade de sangue no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico. • Pode ser: ativa, passiva ou crônica. • De acordo com o Sérgio: • “Aumento do volume intravascular do sangue”. • Pode ser classificado como: hiperemia ativa ou hiperemia passiva. • Hiperemia ativa: relacionada com vasodilatação. • Ex.: processo inflamatório (cininas vasodilatadoras) vasodilatação aumenta o volume de sangue. Hiperemia • Hiperemia passiva: relacionada a distúrbios no retorno venoso. • Ex.: trombose venosa em membro inferior (obstrução venosa). O sangue chega, mas o retorno venoso está prejudicado. A obstrução atrapalha a drenagem aumenta o volume de sangue. • Também pode ser chamada de CONGESTÃO. • Tanto na hiperemia ativa quanto na hiperemia passiva, a pressão hidrostática aumenta (pois a quantidade de sangue aumenta). • Obs.: quadros fisiológicos podem causar hiperemia ativa. Tipo, se a região estiver com aumento de atividade metabólica (no músculo esquelético, p.ex.) os vasos irão dilatar e a quantidade de sangue aumenta. Aqui, o objetivo é manter o equilíbrio. Hiperemia • Hiperemia ativa (no Bogliolo): • Fisiológica: quando há necessidade de maior irrigação, como ocorre nos músculos esqueléticos durante o exercício, na mucosa gastrointestinal durante a digestão, na pele em ambientes quentes (para aumentar a perda de calor); • Patológica: a qual acompanha inúmeros processos patológicos, principalmente inflamações agudas. • Hiperemia passiva (no Bogliolo): • Também conhecida como congestão, decorre de redução da drenagem venosa, que provoca distensão das veias distais, vênulas e capilares; por isso mesmo, a região comprometida adquire coloração vermelho-escura devido à alta concentração de hemoglobina desoxigenada. • Causas: Trombose, insuficiência cardíaca. Edema • O que é o Edema? • Acúmulo de líquido na matriz extracelular. • Que líquido é esse? É o plasma. • Alguma coisa está errada e está sobrando líquido na mec. • Sinal clínico de edema: inchaço. • Conceito errado: “edema é a migração de líquido para a mec” (mas isso acontece! Exceto no SNC, que não sai quase nada). Sair sai, mas não pode acumular. • Edema: • Mecanismos gerais que causam o edema; • Edema generalizado e localizado (sobretudo em membro inferior e pulmão). Edema • Mecanismos Gerais: 1. Aumento de pressão hidrostática intravascular (p.ex. Hiperemia); 2. Diminuição de pressão osmótica intravascular (p.ex. Diminuição da [] de proteínas intravascular a água acumula no tecido); 3. Aumento de pressão osmótica intersticial (p.ex. Aumento da proteína intersticial o líquido sai para o tecido); 4. Distúrbios na drenagem linfática (p.ex. Linfedema em câncer de mama); 5. Aumento da permeabilidade vascular (p.ex. Qualquer processo inflamatório – alergia, agressão – essa permeabilidade é boa para facilitar o trânsito de proteínas). • Qualquer que seja a localização do edema, pelo menos um desses mecanismos estarão acontecendo. Edema • Queimadura: existe um inchaço – esse líquido está drenando o tempo inteiro. Explicação: uma queimadura é um nível alto de lesão – necrose. Com isso, a quantidade de proteína no tecido aumenta Puxa o líquido para o tecido, e esse líquido é drenado. • Câncer de mama : remoção da cadeia linfática axilar para evitar metástase insuficiência na drenagem braço inchado. • Se existe um processo inflamatório, os mecanismos envolvidos serão: aumento da pressão hidrostática e aumento da permeabilidade. Edema Generalizado • Existe um conceito que, quando o edema acontece do abdome para baixo, já pode ser considerado edema generalizado. • Distúrbios renais Aumenta a pressão hidrostática. 1. Insuficiência Cardíaca: • A musculatura do sangue não tem frequência adequada para bombear o sangue. Exemplo: Infarto que compromete o ventrículo esquerdo. • IC Esquerda e IC Direita Edema Generalizado • I.C. Direita: • Indivíduo com edema generalizado, pois está com prejuízo no retorno venoso (todo o sangue que o ventrículo recebe não é enviado para o pulmão o sangue tende a acumular nos tecidos, já que o coração não tá dando conta HIPEREMIA PASSIVA. Comprometimento no retorno venoso Hiperemia passiva Aumento da pressão hidrostática EDEMA Edema Generalizado 2. Desnutrição: • Diminuição da pressão osmótica intravascular; Ex. Ascite, pacientes hospitalizados com restrições na dieta; • Distúrbio hepático: no sangue tem sistema do complemento, sistema de coagulação, albumina tudo isso quem produz é o fígado. Se há um distúrbio nesse órgão, a pressão osmótica intravascular cai. Resultado: inchaço nas pernas, edema. • Distúrbio TGI: distúrbios intestinais não absorve aminoácidos o fígado não tem matéria prima para produzir as proteínas diminui a pressão osmótica intravascular edema. Edema Localizado • Membro inferior (pé): Causas: • Obstruções venosas: trombose (o sangue não sai do pé EDEMA); • Varizes: o retorno venoso está comprometido, e as válvulas não funcionam direito. Não está obstruído, mas o problema morfológico prejudica o retorno venoso. O sangue sobe através: da contração de musculatura lisa/esquelética e do sistema de válvulas. Em pessoas com varizes a parede muscular das veias não é igual ao de uma pessoa com as veias saudáveis. Edema Localizado Continuação das causas... • Distúrbios linfáticos: o problema venoso pode ser obstrutivo ou funcional, ou então está relacionado a problemas linfáticos p.ex. Fibrose Linfática (não faz a drenagem); • O mais comum é problemas de retorno venoso. • Mecanismos do edema de pé: pressão hidrostática, distúrbio linfático Edema Localizado • Edema Pulmonar: • Lâmina 15: A natureza do edema é inflamatória (pneumonia). Logo, os mecanismos envolvidos são pressão hidrostática e aumento da permeabilidade. • Ou seja, se o edema pulmonar éde natureza do edema é inflamatória, é igual a qualquer edema inflamatório. O problema do pulmão é que o edema se manifesta no alvéolo no alvéolo não pode ter líquido, pois leva a asfixia (compromete as trocas gasosas). • Se não for inflamatório, a causa está na IC do lado esquerdo. Por quê? O lado direito recebe e bombeia, quando chega no esquerdo ele não dá conta. Daí, a pressão hidrostática no pulmão aumenta, pois chega o sangue no pulmão mas não sai HIPEREMIA PASSIVA (ou CONGESTÃO). Edema Localizado • Insuficiência cardíaca congestiva Congestão no pulmão Edema • Resumindo: • A Organização Mundial de Saúde define cor pulmonale como: aumento do ventrículo direito secundário a uma doença pulmonar que causa hipertensão pulmonar, excluindo-se as dilatações de ventrículo direito secundárias à falência de ventrículo esquerdo, tais como as causadas por doença congênita ou doença valvular adquirida. I.C. esquerda Congestão no pulmão Aumenta a P.Hidrostática pulmonar O líquido drena para o alvéolo EDEMA Hemorragia • Hemorragia é a saída de sangue do meio vascular. • Na maioria das vezes a causa é: Trauma (ruptura de parede vascular). Líquido fora do vaso = EDEMA Hemácia fora do vaso = HEMORRAGIA Leucócito fora do vaso = INFILTRADO INFLAMATÓRIO Hemorragia 1: Lesão na parede do vaso 2: Agregação plaquetária 3: Ativação da cascata de coagulação (vias extrínsecas e intrínsecas) toda vez que tiver uma lesão de endotélio ativa a cascata (libera tromboplastina tecidual); ou se tiver ruptura de parede vascular (o colágeno quando entra em contato com o fator XII ativa a cascata). 1 2 3 Hemorragia • Produto final da cascata de coagulação: FIBRINA. Ela serve para formar o COÁGULO, que é o tampão plaquetário + fibrina da cascata de coagulação. • HEMOSTASIA (contenção do sangramento) = Agregação Plaquetária + Ativação da Cascata de Coagulação = Formação do coágulo. • O coágulo formado não fica eternamente no vaso. A cascata de coagulação produz a PLASMINA degrada fibrina, para dissolver o coágulo. Se o coágulo permanece no vaso pode virar um trombo. Hemorragia por diapedese • É a que se manifesta sem aparente solução de continuidade da parede do vaso e na qual as hemácias saem de capilares ou vênulas individualmente entre as células endoteliais, com afrouxamento da membrana basal; Diátese Hemorrágica • Quadro clínico caracterizado por tendência à hemorragia. • Problema 1: Fragilidade Vascular • O problema está na falta de resistência vascular, que é conferida pelo colágeno. • Ex: vitamina C (escorbuto) produz colágeno defeituoso; osteogênese imperfeita (distúrbios genéticos defeito no gene do colágeno). Diátese Hemorrágica • Problema 2: Trombocitopenia • Baixa contagem de plaquetas; • Ex. distúrbios medulares (Natureza infecciosa, tumoral, tóxica, medicamentosa); púrpura trombocitopênica (doença autoimune, o sistema imunológico ataca as plaquetas). • Dengue hemorrágica: O AAS é antiagregador plaquetário, tanto que ele pode ser usado para pacientes com trombose. Diátese Hemorrágica • Problema 3: Distúrbios na cascata de coagulação. • Ex. Hemofilia (distúrbio genético – herança recessiva ligada ao X). Geralmente só o homem tem, pois ele precisa de apenas um gene defeituoso; • Vitamina K o fígado produz o fator de coagulação e precisa de vitamina K. Quadros de desnutrição podem levar a hemorragia. • Doença hepática compromete a síntese dos fatores de coagulação. Trombose • Agressão endotelial • Lesão de endotélio, não necessariamente uma ruptura de vaso – exemplo: falta de O2 pode agredir o endotélio, radicais livres, radiações • A resposta a essa agressão é a COAGULAÇÃO (o coágulo é mantido pela fibrina) • Cascata angatônica a coagulação = FIBRINÓLISE (quebra da fibrina – desmancham o coágulo através de um processo de reparo) Trombose • Coagulação Fibrinólise • Trombose: é a ativação patológica da coagulação dentro do vaso (o indivíduo coagula mais do que deveria). equilíbrio Agressão endotelial Processo de Coagulação + Fibrinólise Trombose • A trombose é caracterizada pela formação de trombos. • O que é um trombo? • Ao M.O. você enxerga sangue coagulado – hemácias, leucócitos, fibrina. • Coágulo e trombo é a mesma coisa. A diferença é que o trombo é o coágulo muito denso, sendo mais difícil de ser dissolvido, em virtude da ativação exacerbada da coagulação. • Etiopatogenia: • O fator central de trombose chama-se lesão endotelial crônica ou persistente. Trombose • Etiopatogenia: 1. Lesão endotelial crônica ou persistente (a ativação da coagulação acontece de forma persistente e patológica): • Exemplos: • Tabagismo possui substâncias tóxicas que caem na corrente sanguínea e tem radical livre, tanto o que vem da fumaça quanto o que vem do metabolismo AGRESSÃO AO ENDOTÉLIO. • HAS (associado a trombose e aterosclerose) • Diabetes 1) níveis de radicais livres altos, devido a falta de eficiência do sistema antioxidante em diabéticos; 2) glicose sempre alta – causa lesão de parede endotelial. Trombose 2. Diminuição da velocidade do fluxo sanguíneo • Exemplo: paciente acamado indivíduo em repouso, o fluxo nas pernas diminui (diminui a velocidade, sobretudo no retorno venoso). O sangue andando mais devagar, em um vaso de calibre muito pequeno (microcirculação), as plaquetas tendem a se aproximar e se agregar COAGULAÇÃO vem junto. Diminuição no retorno venoso Vaso de pequeno calibre Agregação de plaquetas Coagulação Para esses pacientes, fisioterapia e anticoagulantes são importantes! Trombose 3. Turbulência de fluxo Regiões onde há uma mudança repentina na mudança do fluxo lesão crônica de endotélio. trajeto do sangue (existe atrito com o endotélio) sangue Aneurisma (área de lesão crônica)CISALHAMENTO mudança na direção do fluxo do sangue região de turbulência aumento do atrito (AUMENTO DA CHANCE DE LESÃO ENDOTELIAL) Formação de trombos Trombose • Outro exemplo de turbulência de fluxo: Ateroma Ateroma trajeto do sangue Turbulência de Fluxo Quando o sangue chega na placa, ele encontra uma área de mudança de direção e outra depois que ele passa pela placa. Trombose • Pacientes politraumatizados: • Maiores chances de ter trombose, pois o nível de lesão endotelial está muito alto níveis altos de coagulação trombos (mesmo que não sejam pessoas com fatores de risco). • O anticoagulante é preventivo, se o trombo já estiver formado as opções são: trombolíticos, cateterismo, angioplastia, stent, etc. Trombose • Evolução 1. Lise • Dissolução do trombo; • Predomínio de atividade fibrinolítica em relação à coagulação. Trombose 2. Crescimento do trombo • Predomínio da coagulação em relação à fibrinólise • Consequência: quanto mais o trombo cresce, menos sangue passa comprometimento do fluxo diminuição de O2 na região isquemia hipóxia. trombo Trombose 3. Organização • Embaixo do endotélio tem o tecido conjuntivo subendotelial; • Equilíbrio entre coagulação e fibrinólise; i. O trombo é uma estrutura estranha o conjuntivo reage com uma resposta inflamatória INFILTRADO INFLAMATÓRIO; ii. A reação inflamatória aumenta a quantidade de macrófagos que irão fagocitar o trombo substitui o trombo por tecido conjuntivo frouxo “cicatrização do trombo”. iii. Essa reação inflamatória é chamada de REAÇÃO DE GRANULAÇÃO Reação de Granulação é uma reação cicatricial (diferente do granuloma, que e uma estrutura formada no processo infeccioso). Trombose 3. Organização Opção 1: Processoinflamatório induz proliferação celular, daí a área do trombo pode ser coberta por endotélio, depois de cicatrizar (isso não resolve o problema fluxo turbulento lesão endotelial do mesmo jeito); Opção 2: Inflamação induz angiogênese: infiltrado inflamatório dentro do trombo abre um buraco no trombo e coloca endotélio em volta CANALIZAÇÃO DO TROMBO Trombose • Esses processos são uma tentativa do organismo em resolver o problema, mas não resolve. Ainda existe a estrutura no vaso atrapalhando o fluxo do sangue. Trombose 4. Calcificação: • Deposição de sais de cálcio; • Dependendo do volume e da localização, pode comprometer ou não aumenta a rigidez da parede compromete dilatação e contração do vaso diminui a elasticidade. 5. Embolização: • O trombo se solta e ganha a circulação; • O trombo é denso e muito friável, quebra solta inteiro ou em fragmentos. • Consequência: vaso de calibre menor impede a passagem consequências variáveis. Embolia • Embolia consiste na existência de um corpo sólido, liquido ou gasoso (embolo) transportado pelo sangue e capaz de obstruir um vaso; a obstrução ocorre muitas vezes após uma ramificação, quando o diâmetro vascular fica menor do que o do embolo. • Em mais de 90% dos casos, os êmbolos originam-se de trombos (tromboembolia); menos comumente, são formados por fragmentos de placas ateromatosas, vesículas lipídicas ou bolhas de gases. • Êmbolos originados de trombos venosos (exceto no sistema porta) são levados aos pulmões; trombos arteriais (coração ou grandes artérias) dão êmbolos que se dirigem à grande circulação e alojam-se principalmente no cérebro, nos intestinos, nos rins, no baco e nos membros inferiores. Embolia • A tromboembolia é a mais comum; • Trombo de origem venosa: • TROMBOEMBOLIA VENOSA: esse trombo vai parar no pulmão Embolia Pulmonar (pode ser assintomático ou fatal = depende do volume e da quantidade de trombo). • Politraumatizados: podem formar pequenos trombos, mas em grandes quantidades. Embolia • TROMBOEMBOLIA ARTERIAL: a consequência vai acontecer dependendo do ramo da artéria e do órgão que ela irriga. • Diabético: tem muita lesão endotelial, e é muito comum aparecerem trombos arteriais, sobretudo em artérias que irrigam o membro inferior. • EMBOLIA GORDUROSA: • Origens: • Esteatose avançada (se necrosar o fígado, a gordura cai no sangue); • Fratura óssea (ossos longos, principalmente em pessoas mais velhas medula vermelha é substituída pela amarela com o tempo); Embolia • EMBOLIA GASOSA: • Síndrome da descompressão rápida (altas pressões, o gás dissolve; quando retorna a pressão normal, o gás volta ao estado gasoso e que não mistura formam bolhas êmbolos gasosos) ; • Seringas (principalmente em acessos centrais). • TROMBOSE E EMBOLIA OBSTRUÇÃO VASCULAR DIMINUIÇÃO DO FLUXO DE SANGUE ISQUEMIA. Isquemia • Isquemia (do grego ischo = reter e haima = sangue) significa redução ou falta de suprimento sanguíneo em determinado órgão ou estrutura. • A intensidade da isquemia depende do grau da obstrução vascular (total ou parcial) e pode ocorrer de maneira rápida (p. ex., por um trombo) ou lenta (p. ex., obstrução progressiva por uma placa de aterosclerose). Isquemia • Oferta x Demanda: • Existe o que chega e o que eu preciso. O corpo sempre busca igualar a oferta e a demanda. Então, as reações metabólicas do organismo buscam ofertar o que o tecido precisa naquela hora. • OFERTA = DEMANDA • Ex.: atividade física aumenta a demanda do músculo esquelética vasodilatação aumenta a oferta. • OFERTA < DEMANDA = ISQUEMIA • Ex.: artéria obstruída diminui a oferta em relação à demanda ISQUEMIA (na maioria das vezes, a causa está em obstruções – trombo e placa aterosclerótica). Isquemia • OFERTA > DEMANDA = ISQUEMIA • Ex. atividade física extenuante câimbra (não mexe na oferta, e sim na demanda os vasos já estão dilatados ao máximo) hipóxia diminuição do pH câimbra. • Homem, 55 anos, obeso, hipercolesterolêmico, fumante, sedentário, estressado: • Se ele resolve fazer atividade física, corre o risco de ter uma angina do miocárdio mas quando ele pára, a dor diminui. angina é só dor, não perde função; • Ele tem fatores de risco para ter aterosclerose as vezes ele tem só uma plaquinha, e pela vida que ele leva, não precisa de mais oxigênio que já tem. Mas, se ele resolve aumentar a demanda, essa plaquinha vai atrapalhar AUMENTO DA DEMANDA ASSOCIADO A DIMINUIÇÃO DA OFERTA. Isquemia • Repetindo: • Se eu tiver uma obstrução arterial, vou diminuir a oferta, mas pode ou não ser suficiente para ter uma isquemia; • Se eu tiver um aumento de demanda puro, em situações específicas pode ter uma isquemia (uso extremo da musculatura esquelética, p.ex.); • Se eu tiver aumento de demanda associado a uma diminuição de oferta que já existia, pode ter isquemia. Isquemia • Diminuição da oferta ou • Aumento da demanda ou • Aumento da demanda associado a diminuição da oferta. • Na maioria das vezes, a oferta é baixa; • Em algumas situações, a demanda sobe demais. Isquemia • Isquemia Relativa: obstrução parcial; • Isquemia Absoluta: obstrução total. • Consequências da isquemia: • Dor (sintoma clínico): acontece devido à hipóxia (processo inflamatório + pH baixo – irrita terminações nervosas); • Perda de função: diminuição de ATP (devido à hipóxia); • Necrose: devido aos pontos de não retorno (necrose isquêmica decorrente da diminuição de síntese proteica e acumulo citoplasmático de cálcio – o momento em que a necrose acontece é variável). Isquemia • Angina do Miocárdio: • Quando de isquemia causando dor; • Aumento de demanda e diminuição da oferta ISQUEMIA RELATIVA TEMPORÁRIA (não teve tempo para comprometer a função do órgão); • Infarto do Miocárdio: • ISQUEMIA ABSOLUTA PERSISTENTE (dor, perda de função, necrose). • Em alguns tecidos, temporário e persistente são próximos. Isquemia • Isquemia relativa temporária: • Instala-se nos casos de obstrução vascular parcial quando há aumento da atividade metabólica de um órgão ou setor do organismo. O exemplo mais conhecido é a isquemia miocárdica (angina) que surge em indivíduos com aterosclerose coronariana submetidos a esforço físico ou a emoções (durante o repouso a circulação coronariana é suficiente para manter o trabalho cardíaco, surgindo dor apenas quando há sobrecarga). • Em geral, na isquemia relativa temporária a energia não cai abaixo do limite critico, as células não morrem e nem há sequelas morfológicas. Isquemia • Isquemia persistente é causada principalmente por placas de aterosclerose, trombos e e ̂mbolos, que causam bloqueio total ou subtotal da irrigação por tempo prolongado; • De acordo com sua intensidade, sobrevém consequências variadas. Isquemia de pequena intensidade resulta em degenerações e hipotrofia; quando intensa e prolongada, provoca necrose da área atingida, condição denominada infarto. Choque • O choque pode ser definido como a condição em que há falência circulatória caracterizada por queda abrupta na pressão arterial, hipoperfusão generalizada de tecidos e órgãos e hipóxia celular. • Com queda da perfusão tecidual, a oferta de O2 e nutrientes às células torna-se insuficiente, não há remoção adequada de catabólitos e o metabolismo celular passa de aeróbio para anaeróbio. • Características: • Hipoperfusão tecidual severa; • Falência de múltiplos órgãos. Choque 1. Choque Cardiogênico: • A origem é cardíaca (insuficiência cardíaca severa). Ex. hipertensão, infarto, etc. • Obs.: A queda de pressão é acentuada, e não uma simples variação. Insuficiência cardíacasevera Diminuição da pressão (40x10) Diminuição da perfusão (hipoperfusão) Falência de órgãos Choque 1. Choque Hipovolêmico: • A origem é circulatória (hemorragia severa, desidratação grave); • O coração está bom, mas não tem sangue para bombear. Diminuição da volemia Diminuição da pressão (40x10) Diminuição da perfusão (hipoperfusão) Falência de órgãos Choque 1. Choque Séptico • A origem é infecciosa (infecções generalizadas – imunodeprimidos, queimados); • Antibioticoterapia endovenosa Processo inflamatório (vasodilatação sistêmica) Diminuição da pressão (40x10) Diminuição da perfusão (hipoperfusão) Falência de órgãos Choque 1. Choque Anafilático • Hipersensibilidade tipo I – alergia mediada por IgE na superfície de mastócitos; desgranulação de mastócitos; • Reação anafilática: localizada ou sistêmica (descarga de histamina generalizada); • Adrenalina endovenosa. Vasodilatação e processo inflamatório de natureza alérgica Diminuição da pressão (40x10) Diminuição da perfusão (hipoperfusão) Falência de órgãos Choque • Quais são os tipos de choque em que existe uma chance maior de corrigir? • Choque séptico – indivíduo hospitalizado (Antibioticoterapia) • Choque anafilático – adrenalina endovenosa (imediato) • Dependendo do tempo que a pressão está caindo, os órgãos já estão entrando em necrose. Choque • O indivíduo em choque, ele entra em um quadro chamado Coagulação Intravascular Disseminada (CID) e evolui para Coagulopatia de Consumo Hemorragia o Se está coagulando, como que vai ter hemorragia? Lesão endotelial ativa a coagulação. O grau de lesão endotelial em um indivíduo em choque é elevado: o pH do sangue é baixo (acidose metabólica) que agride o endotélio; ocorre processo inflamatório que podem agredir o endotélio. Daí começa a formar trombos, principalmente em vasos menores (microcirculação) = Coagulação Intravascular Disseminada. Se eu coagulo demais, eu gasto plaqueta e fatores de coagulação, e o fígado e medula não dão conta de repor (eles estão com dificuldade para trabalhar inclusive, por causa da hipoperfusão). Quando acaba plaqueta e fatores de coagulação, a lesão endotelial continua acontecendo HEMORRAGIA. Hemorragia por diapedese: a hemácia passa sem que tenha trauma (o endotélio muito lesado, daí ela consegue passar). Estágio terminal.
Compartilhar