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HIPERTENSÃO ARTERIAL E ICC Profª Drª Cristiane Rocha Fagundes Moura A pressão arterial pode ser definida como sendo uma pressão hidráulica que se aplica ao sistema arterial, de modo pulsátil, determinando o fluxo sangüíneo em toda a rede arterial. Os principais determinantes fisiológicos da pressão arterial são: débito cardíaco resistência vascular periférica volume sangüíneo elasticidade arterial A manutenção de níveis normais de pressão arterial depende de mecanismos de controle neurais, humorais e locais. Conceitos básicos Neural Pressão arterial Fatores ambientais Fatores genéticos Humoral Local Órgãos efetores Débito cardíaco Resistência vascular periférica Volume sangüíneo Mecanismos de controle Regulação da pressão arterial Pressão arterial = Débito cardíaco (DC) X Resistência Periférica (RVP) Hipertensão = DC aumentado e / ou RVP aumentada Auto-regulação Pré carga Contratilidade Constricção Hipertrofia funcional estrutural Volume do Constricção fluido venosa Retenção renal de sódio Superfície de filtração Atividade simpática Ativação do SRA Alteração da membrana celular Hiperinsulinemia Excesso de Alteração Stress Alteração Obesidade Fatores consumo de genética genética derivados sódio do endotélio Os valores limites para a pressão arterial variam conforme a idade, sexo e massa corporal do indivíduo, mas, de maneira geral, os limites de 140 x 90 mmHg são aceitáveis para a população adulta de ambos os sexos. PEDIATRIA PA CLASSIFICAÇÃO Percentil < 90 PA normal Percentil de 90 a 95 Pré- Hipertensão Percentil de 95 a 99 + 5 mmHg Hipertensão Estágio 1 Percentil > 99 + 5 mmHg Hipertensão Estágio 2 Classificação A mortalidade relacionada direta ou indiretamente à hipertensão arterial corresponde a aproximadamente 45,4% das mortes por doenças cardiovasculares no Brasil. Hipertensão arterial IAM AVC Aterosclerose Insuficiência renal Epidemiologia A prevalência da hipertensão arterial aumenta progressivamente com a idade em ambos os sexos. No Brasil, a prevalência se situa na casa de 15% da população geral adulta. Os negros e os seguimentos sociais mais pobres são os que possuem maior prevalência e também mais complicações como acidente vascular cerebral. As regiões rurais possuem menor prevalência. •Até 40 anos: 10% (20% negros) •Até 50 anos: 20% (40% negros) •Após 60 anos: ultrapassa 40% Apesar da prevalência elevada, o tratamento da hipertensão continua inadequado. Apenas 27% dos hipertensos mantém controle pressórico satisfatório e 50% deles utilizam medicação de forma irregular (assintomática durante seus 15 a 20 primeiros anos). Causas de hipertensão 1. Hipertensão primária ou essencial 95% Sem causa específica Na maioria das vezes existe uma história familiar positiva e a participação de outros fatores de risco relacionados aos hábitos de vida 2. Hipertensão secundária 5% Causada por uma doença específica que pode ser renal, cardiovascular, endócrina e, mais raramente, tumoral. Fatores de risco •História familiar •Idade acima de 60 anos •Tabagismo •Dislipidemia •Raça •Hábitos alimentares (consumo de sal) •Obesidade •Diabetes mellitus •Abuso de álcool •Vida sedentária •Uso de drogas (medicamentos, cocaína) FÁRMACOS ANTI - HIPERTENSIVOS Princípios Gerais do Medicamento - Ser eficaz por via oral - Ser bem tolerado - Se possível tomada única diária - Iniciar com menores doses efetivas e aumentá-las gradativamente e/ou associar outra classe farmacológica - Quanto maior a dose, maiores as probabilidades de efeitos indesejáveis - Mínimo de 4 semanas para o aumento da dose e/ou a associação de medicamento de outra classe, salvo em situações especiais - Esclarecer o paciente sobre a doença, efeitos colaterais dos medicamentos, planificação e objetivos terapêuticos -Considerar custo e condições sócio-econômicas Insuficiência Cardíaca É uma condição clínica que ocorre quando o coração se torna incapaz de manter um fluxo sangüíneo suficiente para atender as necessidades metabólicas e de oxigênio dos tecidos. A ICC acontece quando o coração é incapaz de bombear o sangue em uma taxa proporcional às necessidades dos tecidos metabolizantes ou é capaz disso, apenas com uma pressão de enchimento elevada.” Robbins - 7ª Ed. 2005 •Ela pode ser causada por alteração na capacidade do músculo cardíaco em se contrair ou por excesso de trabalho que seja imposto ao coração. •É acompanhada por aumento na volemia. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA - ICC CAUSAS A ICC pode ser causada por: - alteração na capacidade do músculo cardíaco em se contrair. - excesso de trabalho imposto ao coração. - cardiopatia ateroesclerótica, hipertensiva e valvulares. - miocardiopatia dilatada - moléstias cardíacas congênitas. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA - ICC Causas: • Idiopáticas: doenças primárias do miocárdio • Coronariopatias: cardiopatia isquêmica • Sobrecarga de pressão: HA, estenose aórtica • Sobrecarga de volume: insuficiência aórtica • Toxinas: álcool, cocaína • Endócrino-metabólicas: hipertireoidismo, diabetes, IRC Inflamatórias: pericarditie Tipos: • Sistólica: incapacidade do coração contrair • Diastólica: dificuldade de enchimento ventricular • Alto débito: alta demanda metabólica • Baixo débito: volume sistólico insuficiente • Ventrículo E ou D • Aguda ou crônica Insuficiência Cardíaca Disfunção sistólica Disfunção diastólica Enchimento ventricular normal Enchimento ventricular normal Enchimento ventricular diminuido Contração ventricular normal (60-70%) Contração ventricular diminuída (<40-50%) Contração ventricular normal, volume de sangue diminuído Normal Diástole Sístole Fisiopatologia Coração normal: Aumento do débito cardíaco em resposta ao aumento da freqüência cardíaca ou do volume sistólico Manter um fluxo sangüíneo adequado para os tecidos Volume sistólico: • Depende do estado contrátil do miocárdio • Pré-carga enchimento de VE • Pós-carga resistência ao esvaziamento de VE • Contração do miocárdio (Lei de Frank-Starling) o volume sistólico pode ser aumentado desde que a contratilidade esteja normal e não haja impedimento ao escoamento. Coração insuficiente: • Contratilidade intrínseca reduzida • Pequenas oscilações de volume sistólico, levam a uma pressão de enchimento do VE elevada • Ventrículo pouco complascente: congestão pulmonar (fase diastólica) • Mudança no tamanho e forma do coração (remodelamento) Falência cardíaca Remodelação Mecanismos neuro-humorais • Vasoconstrição arterial produção de Angiotensina II • Expansão do volume intravascular por retenção água e sódio aldosterona Sistema nervoso simpático • aumento do tônus arterial • aumento da FC • aumento da contratilidade ventricular Nodo sino-atrial SNC VISÃO CARDIORENAL A impossibilidade do coração em falência de restaurar a volemia, resulta, em umestímulo constante para a retenção de sódio e água, que somada ao regime de hipertensão venocapilar, acarreta o estado congestivo na ICC. CLASSE FUNCIONAL SINTOMAS I - Sem comprometimento: Assintomático nas atividades usuais II - Comprometimento leve: Sintomas desencadeados por atividades físicas III - Comprometimento moderado: Sintomas presentes em esforços menores habituais IV - Comprometimento grave: Sintomas em repouso ou aos mínimos esforços Tratamento Causas precipitantes: • Abuso alimentar • Descumprimento da medicação • Desenvolvimento de arritmias • Hipertensão não controlada Aliviar os sintomas e tratar as causas Tratamento não-farmacológico • Restringir a ingestão de sódio 2g/dia. • A ingestão hídrica deve ser limitada para evitar hiponatremia. • Obesos redução de peso • Programa de exercícios de reabilitação cardíaca supervisionado pode ajudar a reduzir os sintomas de insuficiência cardíaca e melhorar a capacidade funcional nos pacientes selecionados Farmacologia da ICC Agentes Inotrópicos Agentes Diuréticos Agentes Vasodilatadores Outros Penildon - 6ª Ed. 2002 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO A finalidade terapêutica é o aumento no débito cardíaco. A redução da sintomatologia e prolongamento da vida, tem-se mostrado efetivas, três classes de fármacos: Agentes inotrópicos Agentes diuréticos Vasodilatadores Outros TRATAMENTO •AGENTES INOTRÓPICOS Finalidade - aumento da contratilidade miocárdica. Classificação Digitálicos e Não-digitálicos: Digitálicos os mais utilizados são a digoxina e digitoxina. Mecanismo de ação: - proporcionam uma maior disponibilidade de Ca junto às proteínas contráteis Digitálicos Glicosídeos esteróides cardioativos. Extraídos de plantas como Digitalis lanata Ação – Inibe a Na+ – K+ –ATPase, impede a retirada do Na+, favorecendo indiretamente o acúmulo de Ca++ intracelular no miócito. Além disso promove alentecimento da condução átrio ventricular. Na ICC, ajuda o enchimento ventricular, fortalece o coração e ajuda na inibição da fibrilação atrial Ex. DIGOXINA TRATAMENTO AGENTES INOTRÓPICOS Não-digitálicos: Os mais usados são os agonistas 1 (dopamina e dobutamina) e os inibidores da fosfodiesterase (amrinona e milrinona). O estímulo 1-cardíaco via proteína Gs ativa adenilil ciclase aumentando o AMPc e as reações de fosforilação que ativam a chegada de Ca +2 e assim estimulando a contratilidade cardíaca. Os inibidores da fosfodiesterase impedem a ação de degradação do AMPc aumentando assim sua concentração intracelular e consequentemente a contratilidade cardíaca.
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