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Objetivos OBJETIVO 1: Revisar a fisiologia da pressão arterial OBJETIVO 2: Compreender a fisiopatologia da hipertensão arterial OBJETIVO 3: Entender os fatores de risco e formas de prevenção OBJETIVO 4: Compreender os principais exames e sintomas para o diagnostico da hipertensão MECANISMOS DE REGULAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL Mecanismos neurais: → Curto prazo → O sistema nervoso regula a pressão sanguínea por meio de alças de feedback negativo, que ocorrem como dois tipos de reflexos: Reflexos Intrínsecos: Barorreceptores e quimiorreceptores (localizados no sistema circulatório) • Barorreceptores: são receptores sensíveis a PA, localizados no seio carotídeo e no arco da aorta. Detectam estiramento na parede vascular e enviam estímulos aos centros cardiovasculares, provocam mudanças na frequência cardíaca (FC), taxa de contração e tônus da musculatura lisa vascular. • Quimiorreceptores: células quimiossensíveis localizadas nos corpos carotídeos e aórticos; detectam mudanças nas concentrações de O2, CO2 e hidrogênio. Sua principal função é regular a ventilação, mas também se comunicam com centros cardiovasculares podendo causar vasoconstrição Reflexos Extrínsecos: • Sensores localizados fora da circulação. Ex: variações da pressão relacionados a dor e frio. Mecanismos Hormonais → Médio a longo prazo → Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona Fisiologia do SRAA Envolve o sistema renal, adrenal, fígado, hipófise posterior e endotélio dos vasos Etapas de funcionamento do SRAA 1. Células justaglomerulares (situadas nas arteríolas aferentes dos néfrons) são responsáveis pela produção de renina 2. A renina migra até o fígado através da corrente sanguínea estimulando a conversão de angiotensinogênio em angiotensina I (AGT- I) (pouca capacidade vasoconstritora) 3. A Angiotensina I (AGT-I), é convertida em angiotensina II (AGT-II) através da enzima conversora de angiotensina, produzida no endotélio pulmonar Hipertensão Arterial Sistêmica 4. A AGT-II é um vasoconstritor potente que ocasiona o aumento da resistência vascular periférica, levando assim a uma diminuição da excreção de sódio e água pelos rins 5. A AGT-II também atua nas glândulas suprarrenais promovendo a produção de aldosterona 6. A Aldosterona age nos túbulos renais favorecendo a absorção de sódio e estimulando a neuro-hipófise a liberar ADH, promovendo assim uma maior reabsorção de água 7. Ocorre a elevação da PA Epinefrina e Norepinefrina Hormônios liberados pela suprarrenal em resposta ao estímulo simpático Esses hormônios aumentam o débito cardíaco ao elevarem a velocidade e força das contrações cardíacas. Também causam constrição das arteríolas e veias na pele e órgãos abdominais e dilatação das arteríolas no músculo cardíaco e esquelético, ajudando a aumentar o fluxo sanguíneo para os músculos durante exercícios ou em situação de luta/fuga. Hormônio Antidiurético (ADH) Produzido no hipotálamo e liberado pela neuro-hipófise em resposta a desidratação ou diminuição do volume sanguíneo. Causa vasoconstrição aumentando a PA. Promove também o deslocamento de água dos túbulos renais para a corrente sanguínea, aumentando o volume sanguíneo e reduzindo a produção de urina Peptídeo Natriurético Atrial (PNA) Liberado pelas células do átrio do coração, reduz a PA ao causar vasodilatação e promover a perda de sal e água na urina, reduzindo o volume sanguíneo FISIOPATOLOGIA DA PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA, FATORES DE RISCO E FORMAS DE PREVENÇÃO Definição A hipertensão arterial é uma doença crônica, não transmissível, caracterizada por elevação persistente da PA, sendo a sistólica ≥ 140mmHg e a diastólica ≥ 90mmHg. Valores de Referência Tipos de Hipertensão e suas Causas Hipertensão Primária: → Atinge cerca de 90 a95% dos pacientes → Há interações entre fatores genéticos como mutações genicas, enzimas que metabolizam aldosterona, alterações nas proteínas transportadoras de sódio e polimorfismo em alguns genes produtores de angiotensinogênio, aliados a fatores ambientais como estresse, obesidade, tabagismo, sedentarismo. Hipertensão Secundária: → Atinge cerca de 10% dos pacientes → Quando o paciente possui uma patogênese que acarreta a hipertensão → A estenose da artéria renal causa uma redução no fluxo sanguíneo que chega até os rins, e consequentemente em uma redução do sangue que chega até a arteríola aferente, isso faz com que haja impressão de hipotensão e ative mecanismos compensatórios e causa a hipertensão. → Condições endócrinas como uma produção autônoma de aldosterona, causando aumento do volume sanguíneo, desencadeando em uma hipertensão arterial. Classificação: • Pré-hipertensão: condição em que a PA sistólica fica entre 121 e 139 mmHg e a PA diastólica entre 81 e 89mmHg. • Hipertensão: para que seja determinada em consultório deve-se realizar repetidas vezes a aferição, em condições ideais, em duas ou mais ocasiões, e confirmado por medições fora do consultório. • Hipertensão do Jaleco Branco: situação clínica em que há valores anormais da PA no consultório e condições normais pela MAPA ou MRPA. alguns estudos revelam que o risco cardiovascular dos portadores dessa condição é intermediário entre a hipertensão arterial e a normotensão. • Hipertensão mascarada: valores normais de PA no consultório, mas PA elevada pela MAPA ou MRPA • Hipertensão sistólica isolada: PA sistólica aumentada e PA diastólica normal. Fator de risco cardiovascular em pacientes de meia idade e idosos. Fatores de Risco: Modificáveis: • Obesidade • Consumo de drogas e álcool • Tabagismo • Ingestão excessiva de sal • Dormir mal • Altos níveis de estresse Não modificáveis: • Hereditariedade • Resistência à insulina • Alterações metabólicas • Envelhecimento • Sexo Fatores de Prevenção: • Redução e controle de peso • Alimentação adequada • Diminuição do consumo de sal • Diminuição do consumo de tabaco e álcool • Prática de atividade física • Dormir bem EXAMES NECESSÁRIOS E DIAGNÓSTICO DE HIPERTENSÃO Exames: • Urina simples • Sódio e potássio (sangue) • Creatinina (sangue) • Colesterol total, HDL e triglicerídeos (sangue) • Hemograma (sangue) • Eletrocardiograma de repouso Diagnóstico: → Pode ser realizado por meio de aferições repetidas da PA → Exames laboratoriais, radiografias e outros exames complementares são realizados para excluir hipertensão secundaria e determinar a gravidade das lesões órgãos-alvo → As aferições devem ser realizadas quando o individuo está relaxado, quando descansou por no mínimo 5 minutos e não fumou ou ingeriu cafeína nos últimos 30 minutos → Devem ser realizadas ao menos 2 aferições no mesmo braço, no intervalo de 3 minutos. Se houver diferença maior que 5mmHg, deve-se realizar mais aferições, sempre registrando as pressões sistólica e diastólica. → A pressão deve ser aferida em diversas ocasiões ao longo de um período de vários meses, antes que seja estabelecido o diagnóstico de hipertensão arterial, a menos que o paciente tenha sintomas associados. → O mínimo recomendado é uma aferição de PA a cada dois anos para adultos normotensos e anualmente para aqueles em estado de pré- hipertensão FÁRMACOS Diuréticos: Reduzem a PA inicialmente diminuindo o volume vascular (aumenta a excreção de sal e água e suprime a reabsorção renal de sódio) e o débito cardíaco. Diminui cerca de 10mmHg Bloqueadores dos receptores B- adrenérgicos: Diminuem a frequência e o débito cardíaco. Também reduzem a secreção de renina, atenuando o efeito do SRAA na pressão arterial. Inibidores de ECA: Inibem a conversão de angiotensina I em angiotensina II; diminui os níveis de AGT-II diminuindo o efeito de vasoconstrição, níveis de aldosterona, fluxo sanguíneo intrarrenal e na taxa de filtração glomerular. Tambéminibem a decomposição da bradicinina e estimulam a produção de prostaglandinas vasodilatadores Bloqueadores do receptor de AGT-II: Tornam o bloqueio do SRAA mais eficiente, reduzem a resistência vascular periférica deslocando a AGT-II Bloqueadores do canal de Ca²+: Inibem o transporte de cálcio para os músculos cardíaco e vascular liso, reduzem o tônus muscular liso dos vasos sanguíneos. Alguns tem efeito direto no coração, reduzindo o débito cardíaco. Antagonistas dos receptores de a1- adrenérgicos: Bloqueiam receptores de a1-pós-sinápticos e reduzem o efeito do SNS no tônus da musculatura lisa dos vasos sanguíneos que regulam a resistência vascular periférica. Agonistas adrenérgicos de ação central: Bloqueiam atividade simpática do SNC Vasodilatadores de ação direta na musculatura lisa vascular: Causam redução da resistência vascular periférica produzindo relaxamento da musculatura lisa dos vasos sanguíneos. Referências: • BRASIL. Ministério da Saúde. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: hipertensão arterial sistêmica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013 • Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial. Volume 107, Nº 3, Supl. 3, setembro 2016 • Hipertensão Arterial - Hipertensão Arterial - Diagnóstico e Classificação - https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/III_c onsenso_bras_hip_arterial.pdf • KUMAR, V.; ABBAS, A.; FAUSTO, N Robbins & Cotran: Patologia — Bases Patológicas das Doenças – 9ª Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/III_consenso_bras_hip_arterial.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/III_consenso_bras_hip_arterial.pdf
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