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Direito Constitucional I -
Resumo para Provas
Direito Constitucional I – Resumo para Provas
Fonte: Universidade Estácio de Sá – Campus Menezes Cortês
 
1) TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: CONSTITUCIONALISMO. CONCEITOS,
ELEMENTOS E CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES.
 
O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público
responsável pelo estudo da organização do Poder Político, do
Estado, da estrutura do Estado e dos Direitos Fundamentais que
controlam o exercício e o abuso deste Poder.
 
Constitucionalismo: Movimento jusfilosófico surgido no século
XVIII com as revoluções liberais burguesas baseado na crença
 de que o poder político deve estar submetido à supremacia da
lei, de uma Lei Maior, a Constituição escrita.
 
Constituição: A Constituição, segundo José Afonso da Silva,
“consiste num sistema de normas jurídicas, escritas ou
costumeiras, que regulam a forma do Estado, a forma de seu
governo, o modo de aquisição e exercício do Poder, o
estabelecimento de seus órgãos e os limites de sua atuação”.
Sendo assim, a Constituição é a norma jurídica suprema e
basilar que estrutura juridicamente os limites de atuação e
exercício de toda a nossa sociedade política.
 
Conceito Material: significa a reunião de todas as regras,
estejam ou não estabelecidas em um único texto, que abordem a
estrutura do Estado, a organização, as formas de atuação e
limitação do Poder Político. Refere-se ao que nós chamamos de
normas materialmente constitucionais.
 
Conceito Formal: Constituição formal é a Constituição
escrita, definindo-se como o conjunto de normas reunidas em um
documento denominado Constituição e elaborado pelo Poder
Constituinte Originário ou de Fato.
Para facilitar a sua compreensão, a Constituição formal é o
conjunto de todas as normas que estão escritas na
Constituição, sejam ou não de conteúdo tipicamente
constitucional, como por exemplo, as normas previstas nos
arts. 180 e 242, § 2o da CRFB/88. Por esta razão, temos normas
materialmente constitucionais e formalmente constitucionais.
 
Pode-se classificar as constituições das seguintes maneiras:
 
Quanto à Forma: As Constituições podem ser classificadas de
duas maneiras: Constituição escrita, ou seja, àquela
codificada em um documento escrito; e a Constituição não
escrita ou consuetudinária ou costumeira, que pode ser
definida como o conjunto de leis, costumes e jurisprudências
esparsos no tempo, em um determinado ordenamento jurídico,
que tratem de tudo aquilo que seja considerado constitucional
(forma de governo, estrutura do estado, direitos fundamentais
etc).
Os constitucionalistas apontam como um grande exemplo deste
tipo de Constituição a chamada “Constituição Inglesa”. Na
verdade, a Inglaterra não possui um documento denominado
Constituição, como é o caso do Brasil, e sim, um conjunto de
normas feitas em diversos momentos da história pelo Parlamento
inglês que tratam do que chamamos de normas materialmente
constitucionais, ou seja, àquelas que abordam a estrutura e
organização do Estado.
 
Quanto ao modo de elaboração: Quanto ao modo de elaboração as
constituições podem ser classificadas em duas espécies:
dogmáticas e históricas.
A constituição dogmática é aquela que se origina de forma
escrita e sistemática, baseada em dogmas, ou seja, princípios
e ideias incontestáveis existentes no momento de sua
elaboração.
Já a constituição histórica, também denominada costumeira, é a
que se origina através de uma evolução de ideias no tempo,
produto dos usos e costumes de determinada sociedade, baseada
na tradição de um povo. São constituições compostas de vários
documentos e juridicamente não-escritas.
 
Quanto à origem: Há três formas de classificação:
Diz-se promulgada, popular ou democrática a Constituição que é
elaborada através de uma Assembleia Nacional Constituinte,
composta de representantes eleitos pelo povo para esta
finalidade. Uma vez concluída a Constituição esta Assembleia
se dissolve.
Quando a Constituição é outorgada, não há participação do povo
em sua elaboração, posto ser ela imposta ao povo, sendo
produto exclusivo do Governante que por si só, ou por terceira
pessoa, impõe à sociedade um novo ordenamento jurídico e
político.
No Brasil as Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988 foram
promulgadas e, as de 1824, 1937 e 1967 foram outorgadas.
Em relação a “Constituição de 1969” não a inserimos no rol das
Constituições outorgadas, visto que formalmente ela foi uma
emenda, Emenda Constitucional n. 1 à Constituição de 1967.
A terceira forma é a Constituição Bonapartista que se
caracteriza por ser uma Constituição outorgada, na qual o
ditador para dar-lhe uma feição legítima convoca um referendo
popular para aprová-la.
 
Quanto à estabilidade: Neste critério estamos preocupados em
saber do processo legislativo para alteração das normas
constitucionais. Sendo assim, a doutrina nos aponta que as
constituições podem ser de cinco tipos:
1) Imutáveis – não contém a possibilidade de reforma de suas
normas.
2) Superrígidas – esta é uma classificação que alguns
doutrinadores dão à Constituição de 1988, visto que esta
Constituição possui um núcleo duro em seu art. 60, parágrafo
4º, conhecido como cláusulas pétreas, que exigem um processo
legislativo ainda mais rígido ou dificultoso para alteração
destas normas estabelecidas como pétreas, pois não poderão ser
abolidas ou restringidas, podendo somente sofrer alterações
para serem ampliadas.
3) Rígidas – são as constituições que estabelecem que qualquer
alteração de suas normas deverá passar por um processo
legislativo mais dificultoso do que o processo legislativo
ordinário. Em nossa Constituição esse processo encontra-se no
art. 60.
4) Semi-rígidas ou Semi-flexíveis – são aquelas que
estabelecem para alteração de um determinado grupo de suas
normas um processo legislativo mais árduo e para reforma do
outro grupo de suas normas um processo legislativo ordinário
ou simples. Por exemplo: Constituição Imperial de 1824.
5) Flexíveis – são àquelas constituições que estabelecem para
alteração de suas normas o mesmo processo legislativo previsto
para as leis ordinárias.
 
Quanto à Extensão: Quanto a este critério estamos preocupados
em analisar o tamanho da Constituição. Sendo assim, as
constituições podem ser:
1) Analíticas – quando possuem uma grande quantidade de
artigos, que descrevem diversos assuntos ou,
2) Sintéticas – quando possuem poucos artigos que estabelecem
princípios e normas gerais da estrutura do Estado. Por
exemplo: Constituição Norte-americana de 1787 e a Constituição
dos Estados Unidos do Brasil de 1891.
 
Quanto à Ideologia: A doutrina leva em conta a que sistema de
produção econômica está atrelada a Constituição. Elas podem
ser de dois tipos:
1) Ortodoxas – são aquelas atreladas a um única ideologia, por
exemplo a Constituição da República da antiga URSS de 1977,
que estabelecia o modelo socialista;
2) Heterodoxas ou Ecléticas – são aquelas que estabelecem mais
de uma ideologia, como a Constituição de 1988, que possui
valores capitalistas como a livre iniciativa e, valores
socialistas, como a valorização do trabalho (art. 170 da
CRFB/88).
 
Quanto à Finalidade: Pode ser de três tipos:
1) De garantia – os grandes exemplos são as Constituições
liberais burguesas que estabelecem liberdades públicas ou os
chamados Direitos Fundamentais de 1ª geração como mecanismos
de controle do poder estatal, como a Constituição Norte-
americana de 1787.
2) De balanço – como grande exemplos podemos citar a
Constituição do México de 1917 e a Constituição da República
deWeimar de 1919, onde encontramos direitos sociais como
também liberdade públicas, ou seja, direitos fundamentais
individuais e direitos fundamentais sociais. Elas recebem esse
nome porque procuram equilibrar os anseios burgueses e
proletários;
3) Dirigente – são aquelas que além de estabelecer direitos
individuais e sociais que o Estado deveria alcançar, preveem
normas conhecidas como programáticas (tipo de normas de
eficácia limitada) que procuram fixar metas, programas,
políticas públicas, como valores a serem perseguidos pelo ente
estatal. Por exemplo: saúde para todos, moradia para todos.
Como exemplo deste tipo de constituição temos a Constituição
Brasileira de 1988 e a Portuguesa de 1976.
 
Classificação da Constituição Brasileira de 1988
A Constituição de 1988 é classificada da seguinte forma:
formal, escrita, dogmática, promulgada, super rígida,
analítica, heterodoxa e dirigente.
 
2) TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: NORMAS CONSTITUCIONAIS e DIREITO
CONSTITUCIONAL I
 
Classificação das Normas Constitucionais: Quando a doutrina
estabelece a classificação das normas constitucionais, ela
está preocupada quanto ao instituto jurídico aplicado à
generalidade das normas conhecido como eficácia jurídica, ou
seja, os efeitos que essas normas produzirão no ordenamento
jurídico e social. Sendo assim, estabeleceremos, dentre as
diversas classificações existentes, a mais famosa entre nossos
doutrinadores, visto que é a adotada pelo Supremo Tribunal
Federal – STF, que é de autoria de José Afonso da Silva, onde
as normas constitucionais são classificadas como normas de
eficácia plena, normas de eficácia contida e normas de
eficácia limitada.
1) Normas de eficácia plena – são aquelas que estão aptas a
produzir todos os seus efeitos desde a entrada em vigor da
Constituição. Desta forma, não necessitam de regulamentação
infraconstitucional e possuem aplicabilidade imediata, direta
e integral. Por exemplo: art. 5º, inciso II;
2) Normas de eficácia contida – são aquelas que, assim como as
de eficácia plena, produzem todos os seus efeitos. Entretanto,
admitem serem restringidas ou contidas em seus efeitos por
legislação infraconstitucional. Portanto, têm aplicabilidade
imediata e direta, mas não integral, visto que admitem
contenção em seus efeitos, como por exemplo a norma do art.
5º, inciso XIII;
3) Normas de eficácia limitada – são aquelas que para a
produção ampla de seus efeitos necessitam de norma
infraconstitucional que as venham complementar. Assim sendo,
enquanto não existir a legislação infraconstitucional elas não
produzirão efeitos integrais, por isso, sua aplicabilidade é
indireta, mediata e reduzida. Por exemplo: art. 37, inciso
VII.
 
O Fenômeno da Superveniência de Nova Constituição
A doutrina aponta ainda como tópico importante para o estudo
das normas constitucionais, o problema que é acarretado para o
ordenamento jurídico em relação ao processo legislativo quando
da superveniência de uma nova Constituição. Para tanto, ela
aponta três possíveis fenômenos a fim de solucioná-lo. São
eles: a recepção, a repristinação, e a
desconstitucionalização:
Recepção – Norma jurídica infraconstitucional criada na
vigência do ordenamento constitucional anterior que é
interpretada como compatível com a nova constituição. Trata-se
pois de um principio de segurança jurídica, mas que também é
de economia legislativa, porque não há razão alguma para a
retirada das normas em perfeita congruência com o ordenamento
constitucional vigente.
Repristinação – Ocorre uma espécie de ressurgimento ou
restauração de vigência da norma jurídica anteriormente
revogada, de maneira tácita, pela ordem constitucional
pretérita, mas que agora foi substituída através de uma nova
constituição escrita (art 2º § 3º Dec-lei 4657/42).
Desconstitucionalização – Fenômeno ainda não inteiramente
admitido pela doutrina, no qual algumas normas da constituição
anterior permaneceriam em sua vigência, desta feita sob uma
nova forma de lei ordinária.
 
3) TEORIA DA CONSTITUIÇÃO: HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
DIREITO CONSTITUCIONAL I
 
Princípios de Interpretação Constitucional
Importante ressaltar no aspecto das normas constitucionais os
princípios de interpretação das normas apontados pelos
teóricos dos Direito Constitucional.
1) Princípio da unidade – ao interpretar a Constituição
devemos levar em conta que ela é um todo coerente e coeso,
devendo o intérprete procurar harmonizar todas as suas normas
de forma a não estabelecer contradições;
2) Princípio da supremacia constitucional – o intérprete
deve levar em conta que a Constituição está no topo do
ordenamento jurídico e é o fundamento de validade de todas as
outras normas, sendo assim nenhuma lei pode contrariá-la,
formal ou materialmente, sob pena de ser considerada
inconstitucional;
3) Princípio da máxima efetividade – a Constituição não
estabelece normas supérfluas, todo intérprete deve buscar o
máximo dos efeitos da Constituição;
4) Princípio da harmonização – uma vez que todas as normas
constitucionais estão no mesmo patamar hierárquico e devem ter
máxima efetividade, ao interpretar a Constituição devemos
buscar harmonizar antinomias aparentes de forma proporcional;
5) Princípio do efeito integrador – a Constituição deve ser
interpretada de forma a estabelecer critérios e soluções que
reforcem o seu papel de principal norma nas relações sociais;
6) Princípio da força normativa da Constituição – a
Constituição deve ser interpretada da maneira mais efetiva e
atual possível quando diante de um caso concreto, ou seja, a
norma quando aplicada deve solucionar o problema real;
7) Princípio do conteúdo implícito – o interprete deve atentar
que a Constituição estabelece comandos que não estão expressos
explicitamente em seu texto, mas sim na coerência interna de
seus objetivos e fundamentos;
8) Princípio da conformidade funcional – o intérprete não pode
contrariar a distribuição explícita da repartição de funções
estatais estabelecidas pelo Constituinte;
9) Princípio da imperatividade das normas constitucionais –
uma vez que todas as normas constitucionais emanam da vontade
popular e são normas cogentes ou imperativas, o intérprete
deve sempre lhes dar a maior extensão possível;
10) Princípio da simetria – princípio de interpretação
federativo que busca adequar entre os entes os institutos da
Constituição Federal às Constituições e institutos jurídicos
dos Estados-Membros. Por exemplo, cabe ao Presidente da
República a iniciativa de leis para o aumento do efetivo das
forças armadas, caberá por simetria ao Governador os projetos
de lei para aumento do efetivo da Polícia Militar, por
exemplo: art. 61 da CRFB/88;
11) Princípio da presunção de constitucionalidade das normas
infraconstitucionais – o intérprete deve dar às normas
hierarquicamente inferiores à Constituição uma interpretação
que as coadune com a Lei Maior, visto que foram fruto de um
processo legislativo que, em tese, procurou adequá-las aos
comandos constitucionais.
 
Aula 4 : PODER CONSTITUINTE
 
Teoria do Poder Constituinte: A ideia de poder constituinte
surge no século XVIII com o teórico Emmanuel Sieyés,
contemporânea a ideia de constituição escrita. O poder
constituinte incorpora a vontade política, sendo o fundamento
de legitimidade manifestado no documento Constituição para a
configuração e finalidades do Estado, e como tal, da estrutura
de seu ordenamento jurídico. Em poucas palavras, ele é o poder
que elabora, em ocasiões excepcionais, as normas jurídicas de
valor constitucional.
Titularidade do Poder Constituinte (a questão da
legitimidade).
O quese pretende com o estudo da titularidade do poder
constituinte é conhecer quem é o detentor do poder soberano no
Estado. Quem é legítimo para fazer a constituição?
Mas o que é legitimidade? Legitimidade refere-se a todo
comando que se reconhece como não arbitrário. Por exemplo: se
você vive em uma democracia e acredita que o povo é o detentor
do poder soberano, você cumpre as ordens daquele que foi
eleito para representá-lo porque este poder foi deferido ao
representante por seu livre arbítrio, ou seja, esse comando é
válido porque teria emanado de um poder que você reconhece
como legítimo e não como um poder imposto a força.
Sendo assim, se vivemos em uma democracia o titular do poder
soberano será o povo, enquanto o agente desse poder
constituinte será a Assembleia Nacional Constituinte eleita
para os fins de fazer a Constituição em nome do povo. Caso
vivêssemos em uma Monarquia, o detentor do poder soberano
seria o Rei e como tal, o legitimado do poder constituinte.
Espécies de Poder Constituinte (art 25 CF88)
Ainda que teoricamente só exista um poder constituinte, esta
afirmação encontra dificuldade de se sustentar, visto que
encontramos no exercício deste poder duas manifestações
distintas. Uma caracterizada por ser um poder inicial (não se
funda em outro poder), ilimitado (não encontra limites do
direito positivo), incondicionada (sua manifestação não é pré-
fixada), conhecida como poder constituinte originário ou de
fato. A outra caracterizada por ser fruto da rigidez
constitucional, ou seja, submetida a um processo legislativo
mais dificultoso para alteração das normas constitucionais.
Em nossa Constituição esse processo e manifestação desse poder
encontra-se no art. 60, subordinada as limitações
circunstanciais, formais e materiais (art. 60, §1º,2º e 3º,
CRFB/88), impostas pelo poder constituinte originário e
condicionada a sua manifestação. Este poder é conhecido como
poder constituinte derivado ou reformador ou de direito.
Se o poder constituinte originário optar ainda por criar um
Estado Federal vislumbra-se o surgimento do poder constituinte
derivado decorrente. Este poder por ser derivado do originário
possui as características de ser secundário, subordinado e
condicionado, podendo ser definido como a autorização de
autonomia aos Estados-Membros para se auto-organizarem através
de suas Constituições Estaduais, como também para reformá-las.
Quanto aos Municípios, a uma discussão doutrinária se eles
seriam ou não auto-organizados por um poder constituinte
derivado decorrente municipal. Prevalece o posição de que não.
Eles se organizariam por Leis Orgânicas submetidas às
Constituições Estaduais e à Constituição Federal.
 
5) TEORIA GERAL DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E DOS DIREITOS
HUMANOS
 
Conceito de Direitos Fundamentais: Segundo José Afonso da
Silva “os direitos fundamentais é expressão que designa em
nível do direito constitucional positivo, àquelas
prerrogativas e instituições que ele concretiza em garantias
de uma convivência digna, livre e igual de todas as pessoas.
No qualificativo fundamental acha-se a indicação de que se
trata de situações jurídicas sem as quais a pessoa humana não
se realiza, não convive, e às vezes nem sobrevive;
fundamentais do homem, no sentido de que a todos, por igual
devem ser, não apenas formalmente reconhecidos, concreta e
materialmente efetivados”.
 
O constituinte organizou os direitos fundamentais da seguinte
forma:
1) Direitos individuais, também conhecidos como liberdades
públicas, direitos negativos, liberais ou de 1a geração (art.
5o da CRFB/88) – são direitos que apresentam como principais
características terem os indivíduos como titulares e controlar
os abusos de poder estatais;
2) Direitos sociais – são direitos sociais ou de 2a geração,
se caracterizam por terem como titulares grupos específicos de
pessoas como por exemplo crianças, mulheres, trabalhadores
etc. Exigem do Estado um fazer, um animus de proteção efetiva
na persecução desses direitos a fim de amenizarem as
desigualdades sociais.
Importante ressaltar que como já entendeu o STF o rol dos
direitos fundamentais (que são cláusulas pétreas – art. 60,
§4o ,inciso IV da CRFB/88) é meramente exemplificativo, visto
que podemos depreender novos direitos implicitamente como
também pela incorporação de tratados internacionais de
direitos humanos (art. 5o §§ 2o e 3o da CRFB/88).
3) Direitos coletivos e difusos (ou de 3a geração) – os
primeiros caracterizam-se por serem direitos de um grupamento
humano com interesses homogêneos, por exemplo o pleito dos
sindicatos. Já os difusos são direitos que pertencem a todos,
ou seja, não somos capazes de identificar quem são o seus
titulares, como por exemplo o meio ambiente;
4) Direitos da nacionalidade – caracteriza-se como vínculo
jurídico-político de uma pessoa com o Estado que nos permite
dizer que esta pessoa faz parte do povo deste Estado. Ela pode
ser de dois tipos: originária, que chamamos de natos, que no
Brasil pode ser adquirida pelo critério misto, ou seja, pelo
nascimento em nosso território (ius soli) ou pela
consanguinidade (ius sangunis) de pai ou mãe brasileiros ou;
derivada, que se adquire com um pedido ao governo brasileiro
atendendo aos requisitos de se for originário de país de
língua portuguesa: ter visto (autorização de permanência
regular no Estado Brasileiro) de permanência, residência
ininterrupta por um ano e idoneidade moral e, se originário de
outro país: visto de permanência, quinze anos de residência
ininterrupta e nenhuma condenação penal. (art. 12 da CRFB/88);
5) Direitos políticos – segundo Pedro Lenza “direitos
políticos nada mais são do que instrumentos através dos quais
a Constituição Federal garante o exercício da soberania
popular atribuindo poderes aos cidadãos para interferirem na
condução da coisa pública, seja direta ou indiretamente”.
Esses direitos são basicamente exercidos pelo sufrágio
universal e pelo voto direto e secreto. O sufrágio (capacidade
eleitoral ativa) determina o direito de eleger e ser eleito
(capacidade eleitoral passiva). O voto é um direito público
subjetivo que tem como características ser personalíssimo,
sigiloso, obrigatório, livre, periódico e igual. Apenas para
não confundir, vale lembrar que escrutínio significa a maneira
pela qual se vota e que a legislação infraconstitucional
referente aos direitos políticos é a Lei 4737/65;
 
A doutrina aponta sete características para os direitos
fundamentais, são elas:
a) Universalidade – eles se destinam a todos os seres1.
humanos;
b) Imprescritibilidade – esses direitos não se perdem2.
pelo decurso do tempo;
c) Inalienabilidade – esses direitos não podem ser3.
transferidos;
d) Irrenunciabilidade – esses direitos não podem ser4.
renunciados;
e) Concorrência – possibilidade de acumular os direitos5.
fundamentais;
f) Relatividade – estes direitos não são absolutos, pois6.
podem entrar em conflito com outros direitos
fundamentais e;
g) Historicidade – eles são direitos conquistados por7.
revoluções políticas e tecnológicas no decorrer da
história no mundo ocidental.
 
6) DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
 
Pela importância do tema destaco alguns direitos estabelecidos
no rol do art. 5o da CRFB/88:
Isonomia jurídica – o legislador, o Juiz e o administrador
público na elaboração da lei ou em sua aplicação não pode
dispensar distinções entre os indivíduos;
Princípio da legalidade – somente a lei pode obrigar a conduta
dos indivíduos, todos podem fazer tudo aquilo que a lei não
proíbe;
Direito à vida – a Constituição proíbe qualquer conduta que
vise à extinção da vidahumana, como a pena de morte e o
aborto;
Direito à opinião – a Constituição estabelece a regra da
manifestação do livre pensamento;
Direito à expressão – é assegurado a manifestação dos valores
e sentimentos artísticos;
Direito à informação – assegura a garantia de se receber e
buscar informações;
Direito à resposta – garantia de manifestação às ofensas e
agravos recebidos;
Direito à informação pública – dever do Estado e direito do
cidadão de se manter ciente das atividades públicas;
Direito à intimidade – direito a ver respeitado os seus
espaços privados, ou seja, suas atividades e segredos de cunho
pessoal;
Direito à privacidade – garantia de manter afastado do público
em geral as suas relações privadas;
Direito à honra – divide-se em duas espécies: honra subjetiva,
que significa o auto reconhecimento do indivíduo e, honra
objetiva, o reconhecimento do indivíduo perante a sociedade;
Direito à imagem – desdobra-se em duas espécies: imagem
atributo, que são os conceitos que a sociedade reúne desse
indivíduo e, imagem retrato, que significa a reprodução em
meios midiáticos da figura física do indivíduo;
Inviolabilidade de domicílio – espaço físico de exercício da
privacidade e da intimidade, entende o Supremo Tribunal
Federal que este espaço estende-se aos locais de trabalho,
como consultórios e escritórios;
Liberdade de locomoção – direito de ir e vir do indivíduo que
impossibilita o Estado de incomodá-lo;
Direito de reunião – direito de congregação de indivíduos para
trocar interesses comuns;
Direito de associação – direito de reunião de caráter
permanente com o objetivo de realizar finalidades em comum;
Direito de propriedade e sua função social – direito de
monopólio de um indivíduo sobre bens que deverá dar-lhes uma
função que se converta como útil ao bem geral;
Princípio da inafastabilidade da jurisdição – direito de
monopólio de jurisdição pelo Estado e de ação pelo indivíduo;
Limites à retroatividade da lei – princípio que visa a
segurança jurídica das relações não autorizando o desrespeito
ao ato jurídico perfeito, ao direito adquirido e a coisa
julgada material;
Princípio do juiz natural – proibição a Juízos de Exceção, ou
seja, para cada situação a ser julgada deverá existir
previamente um juízo competente predeterminado;
Princípio do devido processo legal – o Judiciário deverá
respeitar em todos os casos as formalidades legais. No seu
sentido material refere-se a necessidade da observância da
igualdade na lei. Já em seu sentido processual engloba a
necessidade ao respeito ao contraditório e a ampla defesa, ao
Juiz natural e a prévia citação;
Princípio da presunção de inocência – ninguém será considerado
culpado até o trânsito em julgado de uma sentença
condenatória;
Tribunal do Júri – direito a ser julgado pelo povo quando do
cometimento de crimes dolosos contra a vida;
Extradição – na verdade é a garantia de não extradição de
brasileiros natos e de não naturalizados, caso não tenham
cometido crimes antes do processo de naturalização e não
estiverem envolvidos em crimes de tráfico entorpecente. A
extradição é instituto jurídico de medida compulsória de
retirada de estrangeiro que tenha cometido crime em outro
Estado e este o requisita ao Estado no qual este indivíduo se
encontra, para que o prenda e o entregue;
Proibição da prisão civil – não existirá prisão por
inobservância de leis civis, salvo nas questões do depositário
infiel (revogado pelo pacto de San Jose) e dívida de obrigação
alimentar.
 
REMÉDIOS E GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
Os remédios são instrumentos processuais que visam assegurar o
exercício dos direitos fundamentais quando violados. São eles:
Habeas Corpus – significa tomes o corpo do delito. É
uma ação gratuita que visa proteger a liberdade de
locomoção, e dispensa a necessidade de advogado. Ela
pode ser proposta a seu favor ou de terceiro, preventiva
(quando se há ameaça à liberdade) ou repressivamente –
art. 5o , inciso LXVIII da CRFB/88;
Mandado de Segurança – ação que pode ser individual ou
coletiva que visa proteger direito líquido e certo, ou
seja, aquele que pode ser provado de plano, ou seja, só
pode ser provado por provas documentais irrefutáveis e
apto a ser exercido no momento da impetração, que não
seja protegido por habeas corpus ou habeas data quando
se sofre um ilegalidade de poder por uma autoridade
pública. (art. 5o, incisos LXIX e LXX da CRFB/88 e Lei
12016/09);
Habeas Data – significa tomes a informação. Segundo José
Afonso da Silva “tem por objeto proteger a esfera
intima dos indivíduos contra: a) usos abusivos de
registro de dados pessoais coletados por meios
fraudulentos, desleais ou ilícitos; b) introdução nesse
registro de dados sensíveis; c) conservação de dados
falsos ou com fins diversos autorizados em lei”. É uma
ação gratuita. (art. 5o , inciso LXXII da CRFB/88, Lei
9507/97 e súmula 2 do STJ);
Mandado de Injunção – remédio que objetiva garantir a
toda pessoa a eficácia plena de direitos fundamentais
assegurados pela Constituição de forma que busque
obrigar o Poder Público a estabelecer norma
regulamentadora – art. 5o, inciso LXXI da CRFB/88 e art.
24 da Lei 8038/90;
Ação Popular – ação gratuita própria de cidadão em
sentido estrito que visa proteger atos lesivos ao
patrimônio público ou de entidades que o Estado
participe, a moralidade administrativa, ao meio ambiente
e ao patrimônio histórico – art. 5o , inciso LXXIII da
CRFB/88 e lei 4717/65 e súmula 35 do STF;
Ação Civil Pública – remédio cabível para defesa do
patrimônio público e social, do meio ambiente e de
interesses difusos e coletivos e tem a sua única
previsão constitucional no art. 129, inciso III. (Lei
7347/85).
 
7) DIREITOS SOCIAIS
Os Direitos Sociais surgem, por meio de diversas
Constituições, a partir do século XX, com a segunda geração de
Direitos Fundamentais, que exige a prestação positiva do
Estado através de políticas públicas, destinadas a reduzir as
desigualdades sociais existentes e garantir uma existência
humana digna.
Direitos fundamentais sociais – Consiste em um conjunto de
direitos, mais precisamente de direitos sociais formado por
bens e serviços públicos imprenscindíveis a uma vida digna.
São eles: saúde, educação, acesso à justiça, trabalho,
segurança, lazer e previdência social.
Classificação dos Direitos Sociais segundo a Constituição
Federal Brasileira de 1988:
a) Artigo sexto: saúde, educação, alimentação, trabalho,1.
moradia, lazer, segurança, previdência social, proteção
à maternidade e à infância, assistência aos
desamparados;
b) Os direitos trabalhistas elencados nos incisos do2.
artigo sétimo;
c) Seguridade Social – artigos 194 a 204;3.
d) Ciência e Tecnologia – artigos 218 a 219;4.
e) Comunicação Social – artigos 220 a 224;5.
f) Meio ambiente – artigo 225;6.
g) Proteção aos índios – artigos 231 a 232;7.
h) Proteção à família, criança, adolescente e ao idoso –8.
artigos 226 a 230
 
8) DIREITO DE NACIONALIDADE:
 Conceito: vínculo jurídico político que se
estabelece entre um indivíduo e um Estado e o torna
membro do povo.
 
Espécies de Nacionalidade:1.
Originária ou primária: reconhecida pelo Estado desde o
nascimento do indivíduo
Derivada, adquirida ou secundária: adquirida por ato de
vontade.
Naturalização expressa e tácita
 
1 Nacionalidade originária ou primária (ART. 12, I, CF)1.
JUS SOLI (art. 12, I, a, CF): “os nascidos na República
Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros ,
desde que não estejam a serviço de seu país.”
 JUS SANGUINIS (art. 12, I, b, CF): “os nascidos no
exterior, de pai brasileiro ou mãe brasileira,desde que
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil.”
e (art. 12, I, c, CF): “os nascidos no exterior, de pai
brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na
República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
pela nacionalidade brasileira.” (Emenda 54, de 2007)
 “Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de
1994 e a data da promulgação desta Emenda
Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe
brasileira, poderão ser registrados em repartição
diplomática ou consular brasileira competente ou em
ofício de registro, se vierem a residir na República
Federativa do Brasil.”
 
1.2) Nacionalidade derivada, adquirida ou secundária (Art.
12, II, CF)
 Procedimento de naturalização.
 Processo misto
 Fase administrativa
 Fase judicial: Entrega do certificado de
naturalização (art. 111 e 119 da Lei 6815/80 e
art.aldici 129, Decreto 86715/81)
 
9) DIREITOS POLÍTICOS E PARTIDOS POLÍTICOS
Direitos políticos (art. 1o, II; artigos 14 a 17, da CF):
 Direitos políticos positivos
 Direitos políticos negativos
 
Direitos políticos e regime democrático:
 A cidadania
 Liberdade dos antigos x liberdade dos modernos
 A classificação de Platão e Aristóteles
 O regime democrático como princípio:
 Fundamentador de direitos fundamentais
implícitos (art. 5o, §2o, CF)
 Limitador da liberdade partidária (art. 17,
caput, CF)
 Constitucional Sensível (art. 34, VII, a, CF)
 O regime democrático (art. 1o, §único, CF):
 Democracia direta e participativa
 Democracia indireta representativa
 
Direitos políticos positivos:
 Sufrágio (art. 14, CF)
 Capacidade eleitoral ativa: direito de VOTAR
 Eleições
 Plebiscito
 Referendo
 Capacidade eleitoral passiva: direito de ser
VOTADO
 Alistabilidade e voto (art. 14, §1o, CF):
 Obrigatório
 Facultativo
 Direto
 Secreto
 Universal
 Com valor igual para todos
 Condições de elegibilidade (art. 14, §3o, CF):
 Nacionalidade brasileira
 Pleno exercício dos direitos políticos
 Alistamento eleitoral
 Domicílio eleitoral na circunscrição
 Filiação partidária
 Idade mínima (data da posse)
 
Direitos políticos negativos:
 Impedimento total da cidadania (art. 15, CF):
 Perda e suspensão de direitos políticos:
 Cancelamento da naturalização por sentença
transitada em julgado
 Incapacidade civil absoluta
 Condenação criminal transitada em julgado
enquanto durarem seus efeitos
 Recusa de cumprir obrigação legal + prestação
alternativa
 Impedimento parcial da cidadania (art. 14, §4o a
9o, CF):
 
Ineligibilidade:
Absoluta (art. 14, §4o, CF):
 Inalistáveis
 Analfabetos
 Magistrados (art. 95, §único, III, CF)
 Ministério público (art. 128, §6o, CF)
Na Reeleição (art. 14, §5o, CF): “O Presidente da República,
os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos
e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos
poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.”
 
Relativa (art. 14, §5o a 9o, CF):
 Eleição para outro cargo (art. 14, §6o, CF):
“Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da
República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos
mandatos até seis meses antes do pleito.”
 Ineligibilidade reflexa (art. 14, §7o, CF): “São
inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o
cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o
segundo grau ou por adoção, do Presidente da República,
de Governador de Estado ou Território, do Distrito
Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído
dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já
titular de mandato eletivo e candidato à reeleição.”
 Ineligibilidade relativa dos militares (art. 14,
§8o, CF): “O militar alistável é elegível, atendidas as
seguintes condições: I – se contar menos de dez anos de
serviço, deverá afastar-se da atividade; II – se contar
mais de dez anos de serviço, será agregado pela
autoridade superior e, se eleito, passará
automaticamente, no ato da diplomação, para a
inatividade.”
 
Inelegibilidade legal (art. 14, §9o, CF e Lei Complementar
64/90):
 Proteção da probidade administrativa, moralidade
para o exercício do mandato considerada a vida pregressa
do candidato (ECR 4/94)
 Proteção da normalidade e legitimidade das
eleições contra a influência do poder econômico ou o
abuso do exercício de função, cargo ou emprego na
administração direta ou indireta
 
10) HISTÓRIAS DAS CONSTITUIÇÕES:
 
CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL (de 25/03/1824)
Após a dissolução da Assembléia Nacional Constituinte,
convocada em 1823, o Imperador D. Pedro I outorgou a Carta
Imperial de 1824 que tinha como principais características:
Instituiu a forma unitária de governo e a forma1.
monárquica de governo (art. 3º)
Instituiu a Religião Católica como a religião oficial do2.
império, podendo todas as outras Religiões ter seu culto
domestico, ou particular em casas para isso destinadas,
sem forma alguma exterior do Templo. (art.5º)
Fundamentada nas teorias de Benjamin Constant sobre a3.
separação entre os poderes, estabeleceu quatro funções
do Poder Político: o Poder Legislativo, o Poder
Executivo, e o Poder Judicial, mas criou um quarto
poder, o o Poder Moderador (que era superior aos demais
e controlado pelo imperador) (art. 10)
O Tribunal do Júri tinha atribuições penais e civis4.
Existência de sufrágio censitário, sendo vedado o5.
direito de voto àqueles que não tiverem de renda liquida
anual cem mil réis por bens de raiz, industria,
comércio, ou Empregos e, em relação à capacidade
eleitoral passiva, ou seja, o direito de ser eleito para
ocupar algum cargo político também havia necessidade de
comprovação de renda mínima proporcional ao cargo
pretendido. (art. 92,V e seguintes).
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (de
24/02/1891).
Após a proclamação da República, ocorrida em 15 de novembro de
1889, os representantes do povo brasileiro, reunidos em
Congresso Constituinte, para organizar um regime livre e
democrático, promulgaram a Constituição Republicana, que
apresentava as seguintes características:
Instituiu a forma federativa de estado e a forma1.
republicana de governo (art. 1º)
Entusiasmado pela teoria da separação entre os poderes2.
de Montesquieu, houve a repartição em três funções:
Poder Legislativo, Executivo e Judiciário, independentes
e harmônicos (art. 15).
O sufrágio, embora tendente a ser universal, ainda3.
encontrava restrições censitárias, pois impedia o voto
àqueles que eram considerados mendigos e aos
analfabetos. (art. 70).
Previu-se expressamente o Habeas Corpus, onde se4.
estabelecia que “dar-se-á o habeas corpus, sempre que o
indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de
sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de
poder” (art. 72, § 22).
Separação entre a Igreja e o Estado, não sendo mais5.
assegurada à Religião Católica o status de religião
oficial, deste modo, foi estabelecido o direito de culto
externo a todas as religiões. (art. 11, § 2º).
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (de
16/07/1934).
Com a tomada do Poder realizada por Getúlio Vargas, o qual
tinha como ideológica política as questões socioeconômicas, em
confronto com a política liberal, promulga-seuma Constituição
com diretrizes sociais, que apresenta as principais
características:
Constitucionalizou os direitos sociais, estabelecendo um1.
Título referente à ordem econômica e social (Titulo IV).
Criou o mandado de segurança e a ação popular no2.
capitulo dos direitos e garantias individuais (art.
113).
Estabeleceu dois mecanismos de reforma constitucional, a3.
revisão e a emenda, estabelecendo que a Constituição
poderá ser emendada, quando as alterações propostas não
modificarem a estrutura política do Estado ; a
organização ou a competência dos poderes da soberania e
revista, no caso contrário, estabelecendo que o processo
de revisão seria mais rígido do que o processo de
emenda. (art. 178).
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos4.
 
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (de 10/11/1937)
Em 10 de novembro de 1937 com um golpe liderado pelo
Presidente Getúlio Vargas com fundamento na idéia da
continuidade de Vargas no poder, haja vista as eleições
marcadas para 1938, inicia-se o Estado Novo que iria durar até
1945. Neste período conturbado foi outorgada a Constituição de
1937, denominada de Constituição Polaca, pois foi inspirada na
Carta ditatorial Polonesa de 1935, que apresenta as principais
características:
Reduziu a esfera dos direitos individuais,1.
desconstitucionalizando o mandado de segurança e a ação
popular.
Os Prefeitos Municipais passaram a ser nomeados pelo2.
Governador de Estado
Possibilitou que o Presidente da Republica interferisse3.
nas decisões do Judiciário, pois lhe possibilitava
submeter à apreciação do Parlamento as leis declaradas
inconstitucionais, podendo o Parlamento desconstituir
esta declaração e inconstitucionalidade através de dois
terços de seus membros (art. 9, parágrafo único).
Proibição de voto aos mendigos e analfabetos4.
 
CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL (de 18/09/1946).
A entrada do Brasil na guerra ao lado dos aliados teve efeitos
irreversíveis para o Estado Novo, pois ao lutar contra o
regime ditatorial nazi-fascista coloca em conflito a própria
conservação de uma ditadura no país. Assim, em decorrência
desta perda de legitimidade o Estado Novo entra em crise e tem
o seu fim outubro de 1945. Após a queda de Getúlio Vargas e
fim do Estado Novo, incide um período de redemocratização que
irá culminar na promulgação da Constituição de 1946, que
apresentava as principais características:
Reduziram-se as atribuições do Poder Executivo, que, na1.
Constituição precedente o tornaram um verdadeiro
ditador, com a interferência nos outros Poderes. Assim,
na Constituição de 1946 estabelece-se o equilíbrio entre
os poderes.
Constitucionaliza-se o mandado de segurança para2.
proteger direito liquido e certo não amparado por habeas
corpus e a ação popular (art. 141)
A propriedade foi condicionada à sua função social,3.
possibilitando a desapropriação por interesse social.
(art. 141, § 16º)
Continuava a proibir o voto dos analfabetos.4.
 
CONSTITUIÇÃO DO BRASIL DE 1967
Nos dizeres de José Celso de Mello Filho, a Constituição
republicana de 1967 foi formalmente discutida, votada,
aprovada e promulgada pelo Congresso Nacional que, convocado
pelo Marechal Castelo Branco, no exercício da Presidência da
Republica, se reuniu extraordinariamente para este fim.
Contudo, o Congresso Nacional que deliberou sobre o referido
projeto, de autoria do Ministro da Justiça, não mais se
apresentava como órgão revestido de legitimidade política em
razão das ofensas e arbitrariedade perpetradas pelo regime
revolucionário militar. Ainda, é necessário estabelecer que ao
Congresso Nacional não foi reconhecida a faculdade de
substituir o projeto constitucional encaminhado pelo executivo
por outro, de autoria dos próprios parlamentares. Deste modo,
verdadeiramente, a promulgação deste texto constitucional pelo
Congresso Nacional escondeu um verdadeiro ato de outorga
constitucional . As principais características do texto
constitucional são as seguintes:
Concentrou poderes na União e privilegiou o Poder1.
Executivo em detrimento dos outros poderes.
Baseou toda a estrutura de Poder na Segurança Nacional2.
Reduziu a autonomia dos Municípios estabelecendo a3.
nomeação dos Prefeitos de alguns municípios pelo
Governador (art. 16 § 1º – Serão nomeados pelo
Governador, com prévia aprovação: a) da Assembléia
Legislativa, os Prefeitos das Capitais dos Estados e dos
Municípios considerados estâncias hidrominerais em lei
estadual; b) do Presidente da República, os Prefeitos
dos Municípios declarados de interesse da segurança
nacional, por lei de iniciativa do Poder Executivo.)
Houve a criação de uma ação de suspensão de direitos4.
políticos e individuais (art. 151, Aquele que abusar dos
direitos individuais previstos nos §§ 8º, 23. 27 e
28(liberdade de pensamento, profissão e associação) do
artigo anterior e dos direitos políticos, para atentar
contra a ordem democrática ou praticar a corrupção,
incorrerá na suspensão destes últimos direitos pelo
prazo de dois a dez anos, declarada pelo Supremo
Tribunal Federal, mediante representação do Procurador-
Geral da República, sem prejuízo da ação civil ou penal
cabível, assegurada ao paciente a mais ampla, defesa.).
Os analfabetos permaneciam sem direito a voto.5.
 
EMENDA CONSTITUCIONAL N.1 DE 1969 (EDITADA EM 17/10/1969)
Em 17/10/1969 a Constituição Brasileira sofreu profundas
alterações em decorrência da emenda constitucional n. 1,
outorgada pela junta militar que assumiu o Poder no período em
que o Presidente Costa e Silva encontrava-se doente. Para
considerável parte da doutrina, na verdade, a EC n. 1 de 19679
trata-se na verdade de nova Constituição, como expende o
professor José Afonso da Silva,
Teórica e tecnicamente, não se tratou de emenda, mas de nova
constituição. A emenda só serviu como mecanismo de outorga,
uma vez que verdadeiramente se promulgou texto integralmente
reformado, a começar pela denominação que se lhe deu:
Constituição da República Federativa do Brasil, enquanto a de
1967 se chamava apenas Constituição do Brasil.
As três principais alterações promovidas pela citada emenda
constitucional foram:
Estabelecimento de eleições indiretas para o cargo de1.
Governador de Estado
Ampliação do mandato presidencial para cinco anos2.
Extinção das imunidades parlamentares.3.
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 (de
05/10/1988)
Em 27 de novembro de 1985, através da emenda constitucional n.
26, foi convocada a Assembléia Nacional Constituinte, com a
finalidade de elaborar um novo texto constitucional que
expressasse a nova realidade social, a saber, o processo de
redemocratização e término do regime ditatorial. Assim, em 05
de outubro de 1988 foi promulgada a Constituição da Republica
Federativa do Brasil, a qual apresenta as seguintes
características principais:
Após um período ditatorial, o Constituinte de 19881.
tratou de assegurar princípios e objetivos fundamentais
que tem a finalidade de possibilitar o integral
desenvolvimento do ser – humano, tendo como base o
principio da dignidade da pessoa humana. (CF, art. 1º a
4º)
Criação do Superior Tribunal de Justiça em substituição2.
ao Tribunal Federal de Recursos
Criou o mandado de injunção (CF, art. 5º, LXXI); mandado3.
de segurança coletivo (CF, art. 5º, LXX); habeas data
(CF, art. 5º, LXXII)
Estabeleceu a faculdade do exercício do direito de voto4.
ao analfabeto.

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