Aula 03 Sociologia das RI Atores das RI (1ª parte)

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Relações Internacionais Prof. Rafael Vitória Schmidt
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SOCIOLOGIA DAS RI 
ATORES DAS RI (1ª parte)
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1. O SISTEMA INTERNACIONAL
Definição (Marcel Merle): meio onde se processam as relações entre os diferentes atores que compõem e fazem parte do conjunto de interações sociais que se processam na esfera do internacional, envolvendo seus atores, acontecimentos e fenômenos. É o palco, o cenário no qual se desenrolam as Relações Internacionais;
Anarquia: característica essencial do SI (ao contrário dos sistemas domésticos). Ausência de governo e de leis que definem os parâmetros de comportamento. 
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1. O SISTEMA INTERNACIONAL
Choques de interesses: no SI anárquico predomina a lógica da competição e da sobrevivência;
Cooperação ou conflito: opções entre as quais a solução dos choques de interesses oscila;
Características básicas:
Fechado: o globo terrestre constitui seu limite físico. Atingiu seu limite de expansão (séc. XVI em diante);
Heterogêneo: infinidade de diferenças entre seus atores (tipos, capacidades, caráter, recursos, interesses);
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1. O SISTEMA INTERNACIONAL
Fatores que interferem no SI: fenômenos que interferem no sistema internacional e seus agentes, podendo ser geradas voluntariamente ou independentemente da vontade humana. São comumente denominados Fatores das Relações Internacionais:
Natural
Demográfico
Econômico
Tecnológico
Ideológico
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1. O SISTEMA INTERNACIONAL
Estrutura: como o sistema é anárquico, sua ordem não se estabelece por meio de leis ou de um governo, mas a partir das relações entre agentes (atores) e fenômenos (fatores) do meio; 
Três tipos de ordens possíveis:
Unipolar: exemplo do Império Romano;
Bipolar: exemplo da Guerra Fria;
Multipolar: divisão de poder entre vários atores.
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2. OS ATORES INTERNACIONAIS
Definição: ator internacional é a unidade, autoridade, organização, grupo, ou pessoa cujo comportamento ou ação incide sobre a vida internacional. (DIAS, p. 61)
Atores Estatais: permaneceram até o século XX como praticamente os únicos agentes internacionais;
Atores Não-Estatais: subdividem-se em Organizações Internacionais Governamentais (OIG) e as Forças Transnacionais (FT). Começaram a surgir e adquirir influencia nas relações internacionais a partir do século XX.
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3. OS ESTADOS
Principais atores da sociedade internacional: únicos até meados do século XIX;
Surgimento (sec. XV e XVI): processo de decadência da Idade Média;
Consolidação (séc. XVII e XVIII): Tratado de Vestfália (1648), que estabeleceu as principais características dos Estados Modernos;
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3. OS ESTADOS
Três aspectos materiais do Estado:
Território: espaço geográfico de cada Estado, delimitado por fronteiras e dentro do qual exerce sua soberania;
População (povo): quadro de habitantes sob sua jurisdição;
Governo: administração do Estado, que detém o monopólio do uso legítimo da força.
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3. OS ESTADOS
Igualdade de direitos e obrigações do Estados: em função de sua soberania, todos os Estados, detentores das características materiais acima, são juridicamente iguais;
Desigualdade de fato: cada Estado possui capacidades de ação e formas de organização que os tornam diferentes entre si.
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3. OS ESTADOS
3.1 – Os Estados e sua dimensão doméstica
Diferenças de idade e organização interna: podem levar a diferentes padrões de ação no sistema internacional e a formas variadas de perceber as relações internacionais e a sua influência;
Dimensão interna dos Estados: elementos internos que definem o papel internacional do Estado. Exemplos: partidos políticos, grupos de interesses (“lobbies”), opinião pública, igrejas.
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3. OS ESTADOS
3.2 – Os Estados e os recursos de poder
Poder na política internacional: é um meio e um fim a partir do qual se instauram relações de dominação;
Duas fontes de exercício do poder:
Violência (força física);
Racionalidade (convencimento).
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3. OS ESTADOS
Diferenças básicas quanto à posse/utilização de recursos de poder:
Poder potencial: poder que existe apenas em estado bruto e ainda não pode ser utilizado. (Exemplo: Brasil como um dos maiores produtores mundiais de matérias-primas);
Poder real: é passível de utilização imediata para fins de domínio ou projeção;
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3. OS ESTADOS
Diferenças quanto aos tipos de recursos de poder:
Hard Power: recursos de poder tradicionais, como o tamanho e a geografia do país, a sua localização e natureza das fronteiras (se são pacíficas ou conflituosas), população, patriotismo, recursos naturais, industrialização e nível de preparação militar;
Soft Power: elementos de poder intangíveis, como o de convencimento e das
ideias, sendo suas principais fontes o desenvolvimento econômico, o conhecimento e tecnologia, a ideologia e a cultura.
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3. OS ESTADOS
Classificação dos Estados quanto aos recursos de poder:
Superpotências ou potências mundiais: países que detêm, simultaneamente, o controle das duas dimensões de poder descritas acima. Exemplos: 1) Comparação atual entre EUA, Brasil e Japão; 2) Cenários históricos de outras superpotências; 3) Multipolaridade (?);
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3. OS ESTADOS
Potências regionais:
Nível 1: combinam com certa eficiência recursos hard e soft. Possuem elevada autonomia e um patamar de desenvolvimento social, político e econômico mais homogêneo, assim como tecnologia mais avançada;
Nível 2: possuem pontos de estrangulamento internos que os impedem de ocupar uma posição entre as potências mundiais. Exemplos: Brasil, China, Índia, México, África do Sul.
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3. OS ESTADOS
Papel local: Estados que buscam apenas preservar sua existência política e territorial, mantendo a sua soberania. Conseguem atuar no SI de maneira condicionada aos países com maior força, aliando-se para obter vantagens políticas e econômicas.
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4. CONCLUSÃO
Existem diferenças significativas entre os Estados, sua organização interna e recursos de poder que afetam seu comportamento no sistema internacional;
Além disso, sejam os Estados poderosos ou fracos, eles serão acompanhados em suas ações por atores não estatais, como será visto nas próximas aulas.
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5. REFERÊNCIAS
PECEQUILO, Cristina. Introdução às Relações Internacionais. Petrópolis: Vozes, 2004
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