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Resumo sobre Estruturalismo europeu, Estruturalismo norte americano e Gerativismo.

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Estruturalismo europeu, Estruturalismo norte-americano e Gerativismo. 
 
 
 O estudo da língua nem sempre foi considerado um estudo científico. O primeiro, com sucesso, a tentar consolidar a linguística como ciência foi o Ferdinand Saussure. 
Saussure foi o fundador da escola estruturalista. O estruturalismo defende que a língua é um sistema, um conjunto de unidades linguísticas que obedecem a princípios de funcionamento. Para ele, a língua é formada por elementos coesos que se inter-relacionam e que são submetidos a um conjunto de regras, tornando a língua um sistema estruturado. 
 Saussure divide a linguística em dicotomias. A primeira que ele relata é: Língua (Langue) e fala (Parole). A língua é o lado social, a fala o individual. Enquanto a língua é homogênea, comum a todos; a fala é mutável. Segundo Saussure, a língua é um conjunto de signos exterior aos indivíduos e deve ser estudado separado da fala e como ele se preocupa com o uso coletivo, aquilo que é comum a todos os falantes, seu estudo se foca na língua. Saussure diz, que a língua é forma e não substância e que ela está no coletivo e não na aplicação do coletivo (fala). A língua, como já visto, é um sistema de signos. Assim o signo é o que constitui o sistema linguístico, e é formado por duas partes inseparáveis: ‘significante’ e ‘significado’. Significante é a sequência de fonemas que temos armazenados na memória, uma imagem acústica do significado – Não deve ser confundido com som – é a presença abstrata do som na memória. Já significado é o conceito, o sentindo atribuído a essa sequência de fonemas. Saussure afirma que a relação entre ambos é totalmente arbitrária, não existe relação natural entre significante e significado. A relação é totalmente convencional. 
 A segunda dicotomia relatada é quanto ao estudo da linguagem: Sincrônico e Diacrônico. Estes são resultados de uma bipartição de um elemento resultando em dois elementos que sem serem opostos e sem serem sinônimos, se contemplam. Diacronia é o estudo da língua ao longo do tempo histórico, com o propósito de relatar as evoluções. Sincronia é o estudo descritivo da língua no tempo atual. “A cada instante, a linguagem implica ao mesmo tempo um sistema estabelecido e uma evolução: a cada instante, ela é uma instituição atual e um produto do passado.” (Curso de Linguística Geral, 1989, p.16) Mesmo não tendo estudado a evolução da língua, Saussure a define como um agente transformador da linguagem. Ele aprofunda apenas na Linguística Sincrônica, e a divide em duas partes: A próxima dicotomia.
 A Sincronia Sintagmática e a Sincronia Paradigmática. A Sintagmática, focada nas combinações dos sintagmas, estabelece relações baseadas no caráter linear da língua. São regras que limitam o falar, são elementos lineares em sequências. “Devemos, portanto entender como sintagmáticas as relações (...) entre dois ou mais termos que estão presentes em um mesmo contexto sintático.” (Manual de linguística, 2008, p. 121). Essas relações se dão em três níveis: Fonológico, as unidades combinam para formar sílabas. Morfológico: Os morfemas se unem para formar a palavra. E, por fim, sintático: As palavras se combinam para formar frases. 
 A sincronia paradigmática “capta a natureza das relações que os unem em cada caso e cria com isso tantas séries associativas quantas relações existam” (Curso de Lingüística Geral, 1989, p. 145). Enquanto “um sintagma suscita a ideia de uma ordem de sucessão e de um número de elementos, os termos de uma família associativa (paradigmática) não se apresentam nem em número definido nem numa ordem determinada...” (Curso de Lingüística Geral, 1989, p.116). Sendo assim, entende-se por relações paradigmáticas as possibilidades que a língua fornece todos os elementos linguísticos que estão disponíveis para formarmos uma palavra, frase, etc. 
 
 Expondo todas essas dicotomias, Saussure consolida a linguística como ciência. E abre espaço para que surjam mais linguísticas estruturalistas. Os linguistas encontraram nas ideias de Saussure o ponto de partida para desenvolver novas teorias. Foi o caso da escola de Praga, formada, entre outros, pelos linguistas Nikolai Trubetskoi e Roman Jakobson. Os integrantes da escola de Praga se focaram na parte fonológica, demonstrando a importância da fonologia no sistema da língua. Os linguistas da escola de Praga queriam fazer distinção entre fonologia e fonética, termos que eram usados para definir o estudo dos sons. Segundo eles, a fonologia estuda as funções linguísticas dos sons, os fonemas e a fonética estuda a produção e as características dos sons da fala. A escola de Praga também propôs a definição de fonema como a unidade mínima do significante que está no plano da língua. Como feixe de traços distintos, um som que é capaz de diferenciar uma palavra da outra por oposição. 
 Também baseado no estruturalismo, surge o estruturalismo norte-americano, que tem como maior representante Leonard Bloomfield. A teoria formulada por ele elabora um sistema em que se aplique descrição sincrônica de qualquer língua. Para Bloomfield cada língua possui uma estrutura específica e essa estrutura é percebida em três níveis: Fonológico, morfológico e sintático. Níveis estes que são hierárquicos. Fonológico na base, morfológico e sintático no topo. Cada um desses níveis é composto por unidades do nível anterior. Sendo assim o nível sintático é composto de morfemas, palavras (do nível morfológico). E sucessivamente os morfemas feitos de conjuntos de fonemas (do nível fonológico). Bloomfield estuda a língua com total objetividade, excluindo assim a semântica. Apesar de elaborar uma descrição de qualquer língua, Bloomfield assume que o processo para combinar as unidades para formar outro nível é guiado pelas regras linguísticas específicas de cada língua. Enquanto algumas línguas aceitam os morfemas em qualquer ordem para formar a sintaxe, outras línguas não aceitam. 
 Diferentemente de Saussure, Bloomfield se preocupa com a forma de adquirir a linguagem, e para explicar tal fato Bloomfield se baseia na psicologia Behaviorista. Ele acredita que o conhecimento é sistematizado, que o aprendizado da língua é social. Que o comportamento humano é explicável e previsível sem a interferência interna. Bloomfield afirma que habilidades, como a fala, são desenvolvidas por estímulo e resposta, assim a repetição é a melhor maneira de aprender. 
 Em contraposição ao estruturalismo surge o gerativismo, criado por Noam Chomsky. Inspirado no racionalismo, ele apresenta uma teoria que chama de gramática e seu estudo acontece especificamente na sintaxe que, para ele, é o centro para a explicação da linguagem. A função da gramática não é ditar regras, mas envolver todas as frases gramaticais que pertencem à língua. Assim que surge a Gramática Gerativa de Noam Chomsky, gerativa porque permite, a partir de um número limitado de regras, gerar um número infinito de sequências. Chomsky cria a gramática universal, que é composta de princípios e regras que regem todas as línguas do mundo e parâmetros que as diferem. Sendo os princípios universais e os parâmetros particulares. 
 Assim como Saussure, Chomsky estabelece uma dicotomia. Competência linguística (input) e performance linguística (output). Ele define competência linguística como capacidade inata que o indivíduo tem de produzir, compreender e de reconhecer a estrutura de todas as frases de sua língua. A competência é a estrutura profunda, está no interior. Depois ele define Performance como o desempenho do indivíduo, a capacidade de usar a competência linguística. A performance é dotada de criatividade e, portanto, infinita e está na estrutura da superfície. Sendo assim a unidade linguística mais interna é o léxico, depois sintaxe, morfologia e fonologia, tomando a semântica como a unidade mais externa. 
 Enquanto, para Saussure, o individuo é passível diante da língua, para Chomsky o ser humano é dotado de criatividade, ele é capaz de criar, sendo assimativo diante da língua. Por essa razão a língua é um conjunto infinito de frases e que se define não só pelas frases existentes, mas também por aquelas que se podem criar a partir interiorização das regras, tornando os falantes capazes de produzir frases que até mesmo nunca foram ouvidas por ele. Por exemplo, crianças que fazem analogia de verbos regulares com irregulares. 
 Chomsky também se preocupa com a forma de adquirir a linguagem. Aí ela se difere do estruturalismo americano. Ele discorda da teoria de que a linguagem é um mecanismo somente estimulado pelo convívio social, como afirmam os estruturalistas. Ele diz que o comportamento linguístico dos indivíduos é inato, uma capacidade genética e, portanto, interna ao organismo humano. Assim, Chomsky fala em faculdade da linguagem, que é a capacidade inata de aprender a língua. Em crítica ao conceito behavorista, Chomsky chama a atenção para o fato de um indivíduo sempre agir criativamente no uso da linguagem, isto é, a todo o momento, os seres humanos estão construindo frases jamais ditas antes pelo próprio falante que as produziu. Em resumo, ele defende que a linguagem está introduzida a natureza humana e não ao contexto social, tornando o papel do gerativismo constituir um modelo teórico capaz de descrever e explicar o funcionamento dessa natureza. E como a espécie humana é caracterizada pela racionalidade, a questão fundamental para esse estudo é a relação entre linguagem e pensamento. Desta forma, a teoria de Chomsky traz para a Linguística uma contribuição de estudos nas áreas da Lógica e da Matemática e apresenta uma nova abordagem: estudos sobre os fundamentos biológicos da linguagem. Tornando-o, assim, o gerativismo a abordagem mais racional em relação à linguagem.

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