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1. Epidemiologia das Doencas Bucal

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A saúde bucal é um importante aspecto da 
saúde das pessoas e de seu bem estar. Boa saúde 
bucal significa melhor convivência social, 
comunicabilidade, melhores condições de 
mastigação, que proporcionam prazer na 
degustação de diversos tipos de alimentos, 
autoconfiança social, ou seja, qualidade de vida. A 
maioria dos problemas bucais é passível de 
prevenção através de métodos há muito 
investigados. Quando a saúde bucal está 
comprometida, o sofrimento ocasionado pelas 
doenças bucais ocorre em diversos setores da vida. 
Dor, desconforto, noites mal dormidas causadas 
por diversas patologias bucais, tais como a cárie 
dentária, a doença periodontal, as erosões 
dentárias, a fluorose dentária ou o câncer bucal, 
comprometem a saúde e afetam inclusive a 
freqüência às atividades escolares e laborativas, ou 
seja, a qualidade de vida fica comprometida 
ocasionando muitas despesas para a sociedade e 
para o indivíduo isoladamente. [1] 
Por isso, realizar um levantamento 
epidemiológico em saúde bucal é de grande 
importância, já que conhecendo a estatística 
envolvida nele, é possível fazer um melhor 
planejamento das necessidades odontológicas de 
um bairro, cidade, estado e até mesmo de um país. 
“Os levantamentos básicos de saúde bucal 
fornecem uma base importante para a estimação 
do estado atual da saúde bucal de uma população 
e suas necessidades futuras de cuidados de saúde 
bucal. Eles produzem dados básicos confiáveis 
para o desenvolvimento de programas nacionais ou 
regionais de saúde bucal e para o planejamento do 
número e do tipo apropriado de pessoal.” [2] 
Na odontologia, principalmente nos 
levantamentos epidemiológicos, utilizam-se muito 
os indicadores de saúde bucal definidos pela OMS 
(Organização Mundial de Saúde), cujos principais 
são: CPOD, ceo, IPC, Perda de inserção, Fluorose 
Apostilas Ideal
dentária, Condição da mucosa bucal, Condições e 
necessidades protéticas, Oclusão entre outros. 
A maioria dos estudos epidemiológicos que 
utilizam este padrão é feita em um grande número 
de indivíduos. Neste padrão, os dados são 
coletados de forma manual, com um cirurgião-
dentista na posição de examinador, fazendo o 
exame clínico, e um anotador fazendo as 
anotações manualmente em uma cópia da ficha 
(ANEXO 1) para cada sujeito. 
Devido ao grande número de campos e 
códigos a serem preenchidos, o preenchimento da 
ficha freqüentemente leva a erros, como, por 
exemplo, a inserção de um código inexistente para 
aquele campo ou a inserção de um código 
existente, porém incompatível com o campo. Por 
exemplo, coloca-se no código da coroa do dente 
como dente ausente (P.ex. código 4) e ao se 
preencher o campo de necessidade de tratamento 
coloca-se que o dente tem necessidade de 
restauração (P.ex. código 2). Quando as fichas 
forem processadas, fica impossível de corrigir tais 
erros pois somente com novo acesso ao examinado 
seria possível saber qual a informação correta. 
O primeiro levantamento epidemiológico em 
saúde bucal realizado no Brasil foi em 1986, em 
que foi utilizada certa parte da metodologia 
recomendada pela 2ª edição do “Oral Health 
Survey: Basic Methods”, porém a utilização da 
metodologia neste estudo não seguiu uma 
normatização básica oficial e única [3]. O segundo 
levantamento realizado em escala nacional foi em 
1996, uma década depois, em que também foi 
utilizado a metodologia indicada no “Oral Health...” 
de 1987. Apesar de importantes, as informações 
obtidas são muito limitadas e complexas, o que 
dificulta a leitura dos dados por quem não tem 
algum conhecimento básico. Deve-se fazer um 
grande esforço para obter uma simples tabela de 
CPO-D e seus componentes em função da idade, e 
não é possível recuperar dados de dispersão, como 
desvio-padrão, ou observar a distribuição das 
variáveis. Assim, mostra-se necessária a 
elaboração de uma metodologia uniforme e 
construção de uma base de dados pública, 
constante e confiável. [4] 
A evolução tecnológica na área da 
informática tem produzido cada vez mais 
equipamentos de processamento de dados de alta 
qualidade, capacidade, confiabilidade, baixo custo e 
tamanho reduzido. Isto tem difundido a utilização de 
computadores nas mais variadas áreas e 
atividades. Neste conjunto de áreas se inclui a 
biologia, em que tanto equipamentos genéricos 
como específicos têm sua aplicação no dia a dia 
em atividades de gerenciamento administrativo, 
exames complementares, diagnóstico entre outros. 
Hoje já é possível ter um computador com todas as 
funções básicas de um PC (Personal Computer) 
desktop, mas que caiba na palma da mão - são os 
chamados Palmtop, Handheld ou PDAs (Personal 
Digital Assistant). 
Devido à praticidade de uso, mobilidade e 
relativo baixo custo, esse tipo de recurso vem 
sendo utilizado cada vez mais em todas as áreas 
do conhecimento; um exemplo disso é a vasta 
aplicação desses aparelhos em instituições onde é 
necessária a captação de dados externos, como 
em pesquisas de campo. Outro ramo de utilização 
refere-se à certificação digital de imagens médicas, 
um exemplo de aplicação na área médica. 
“Mobilidade significa que as pessoas estão 
usando dispositivos portáteis e funcionalmente 
poderosos. Esses dispositivos permitem que os 
usuários realizem um conjunto de funções de 
aplicação quando desconectados e que também 
sejam capazes de se conectar para recuperar 
dados e fornecê-los a outros usuários, aplicações e 
sistemas.” [5]. 
Os PDAs já são usados em várias áreas da 
biologia. Tendo em vista suas vantagens e a 
grande utilização da ficha padrão da OMS na área 
de epidemiologia odontológica, pretende-se com a 
presente pesquisa implementar um software para 
sistemas embarcados que permita a coleta de 
dados no padrão da OMS, agilizando o processo do 
levantamento e garantindo uma maior 
confiabilidade dos dados. 
Este projeto de pesquisa faz parte do projeto 
financiado pelo CNPq nº 485859/2006-0 sob o título 
de “Sistema Automatizado para Coleta de Dados de 
Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal”. 
Este projeto também é financiado pelo PIBIC 
sob o título de “Sistema Automatizado para 
Levantamento Epidemiológico em Saúde Bucal”. 
 
Metodologia 
 
O fato da ficha padrão OMS ser impressa 
dificulta em muito o processamento dos dados 
obtidos, pois para tanto se deve primeiro digitalizá-
los, tornando esta uma atividade redundante e 
sujeita a erros, já que os dados são inseridos duas 
vezes. Após serem digitalizados, os dados são 
analisados com a ajuda de softwares estatísticos, 
softwares estes que, por sua vez, nem sempre 
trazem resultados satisfatórios, por exigirem um 
conhecimento aprofundado de como utilizar estas 
ferramentas. O processo atual pode ser observado 
na Figura 1. 
 
Apostilas Ideal
 
Figura 1 – Processo Atual 
 
Unindo a idéia de mobilidade e praticidade 
que os PDAs trazem, como a de digitalizar 
documentos, esse projeto visa substituir a ficha 
padrão da OMS por um software que colete os 
dados no padrão da organização. Aplicações 
móveis melhoram a eficiência do fluxo do trabalho e 
a produtividade, já que reduzem a quantidade de 
tarefas repetitivas, uma das vantagens trazidas por 
esta tecnologia [5]. 
Levando em consideração o baixo 
desempenho desse tipo de tecnologia em tarefas 
que exijam grande esforço de processamento, 
nossa proposta é a implantação, em conjunto com 
o software embarcado, de uma solução open-
source (código aberto), viabilizando assim uma fácil 
customização e aprimoramento da aplicação de 
acordo com as necessidades do usuário para 
microcomputadores desktop. Essa proposta é 
direcionada ao tratamento dos dados do 
levantamento odontológico, transformando-os em 
informações estatísticas e otimizando seu 
processamento de modo a garantir uma maior 
confiabilidade e agilidade de seusresultados. 
As estruturas de dados para envio e 
recebimento de dados foram padronizadas com 
técnicas de modelagem de objetos de negócio na 
linguagem XML (Extensible Markup Language). A 
utilização de XML garante uma maior 
interoperabilidade para o sistema, podendo migrar 
facilmente os registros para qualquer base de 
dados, apenas seguindo seus XML Schemas 
propostos. [6] 
O novo formato do processo pode ser 
observado na Figura 2. 
 
 
Figura 2 – Novo Processo Proposto 
 
A realização do trabalho foi dividida nas 
seguintes partes: 
• Inicialmente, estudamos a planilha de 
levantamento da OMS, e suas alternativas de 
programação; 
• Elaboramos as Estruturas de Dados e os 
Schemas XML para o armazenamento dos 
mesmos; 
• Estudamos o ambiente de aplicação da 
solução, identificando quem são os usuários e suas 
necessidades; 
• Desenvolvemos o software do PDA para 
captação dos dados do levantamento; 
• Desenvolvemos os métodos de 
transferência dos dados do PDA para o 
microcomputador desktop; 
• Desenvolver aplicação para transformação 
dos dados em informações estatísticas 
• Aplicar usabilidade para facilitar a utilização 
do software por um cirurgião-dentista e/ou 
anotador; 
Todas as aplicações foram desenvolvidas na 
ferramenta Visual Studio 2008 na linguagem C#. 
 
Resultados 
 
Até o presente momento, pudemos observar 
que realmente é possível a otimização do processo 
de levantamento epidemiológico, utilizando 
aplicações em dispositivos móveis. A linguagem 
XML se mostrou como uma ótima alternativa para o 
armazenamento dos dados, pois a posterior 
operabilidade destes para outros sistemas será de 
fácil implementação. 
Ao final do projeto, concebemos uma versão 
digitalizada da ficha padrão da OMS que pode 
servir de porta de entrada para os dados obtidos 
através de um PDA, contendo todos os campos 
obrigatórios para geração de relatórios finais por 
uma solução desktop e que atenda todas as 
necessidades que o levantamento apresente. Com 
a solução embarcada agora é possível fazer uma 
consistência dos dados obtidos, pois o anotador 
não conseguirá preencher a ficha de forma 
equivocada, preenchendo com códigos inexistentes 
ou inválidos. Todo o processo de transferência dos 
dados foi padronizado com XML Schemas. 
Este sistema poderá ser estendido para o 
setor público tendo em vista seu baixo custo e 
confiabilidade para levantamentos da situação 
particular de cada município assim como 
acompanhamento de programas de saúde bucal. 
Sendo então indicado não só para o uso ocasional 
em pesquisas como também para utilização de 
rotina nos levantamentos dos órgãos de saúde dos 
municípios, estados e da federação. 
Durante os testes feitos com cirurgiões-
dentistas e anotadores o novo método de obtenção 
de dados mostrou-se tão eficiente quanto o antigo, 
porém no momento da obtenção dos resultados a 
diminuição do tempo e confiabilidade, mostrou-se 
sem dúvidas superior. 
Apostilas Ideal
Discussão e Conclusões 
 
No mundo de hoje, a confiabilidade das 
informações que a tecnologia nos proporciona faz 
com que se substitua o papel de celulose por um 
“papel virtual”, em que tudo o que se quer 
armazenar é feito de maneira segura e de fácil 
organização. O preenchimento manual da ficha dá 
margem a erros de digitação que são muito 
comuns. Os erros variam de 0,2% a 2% dos 
exames, revelados por meio da digitação dos 
formulários por dois digitadores e feita a 
comparação entre os mesmos. 
É sobre esse pensamento que este projeto é 
baseado: facilitar o processamento e análise das 
informações, o armazenamento destas e a 
alteração de possíveis erros no preenchimento da 
ficha. Uma solução com as principais formas de 
informações a serem processadas foi desenvolvida, 
mas deixando o código aberto para eventuais 
customizações. Este projeto pretende tornar prática 
a obtenção de resultados. 
O intuito não é apenas agilizar a obtenção de 
resultados processáveis, mas também elaboramos 
uma solução que qualquer tipo de usuário possa 
utilizar, deste que seja feito um treinamento inicial 
com o anotador para a familiarização do mesmo 
com os códigos do padrão. É primordial que o 
desenvolvimento de novas tecnologias móveis leve 
em consideração a inclusão de qualquer perfil de 
usuário neste novo contexto. 
Outro ponto considerável neste projeto é a 
utilização de XML Schemas para padronização das 
estruturas de dados. Isso garante uma grande 
interoperabilidade ao projeto, podendo ser 
facilmente adequado a diversas plataformas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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