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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 3 – Administração para SEFAZ-RJ Olá, pessoal! Chegamos à nossa terceira aula. Quero ressaltar que estou preparando as aulas da forma que eu gosto de estudar para um concurso. Me faço as seguintes perguntas ao analisar um edital de concurso: Como a banca costuma cobrar estes assuntos? Quais são seus referenciais bibliográficos? Obviamente esta é uma tentativa de verificar as recorrências, partindo-se do pressuposto que da análise das questões mais recentes eu posso encontrar um caminho para trilhar na preparação das aulas. Na preparação desta terceira aula verifiquei a necessidade de fazer uma pequena alteração no cronograma inicialmente proposto. Desmembrei o item 11 em dois: gestão de pessoas e gestão por competências, passei o primeiro para a aula 4 e trouxe para a aula 3 o item 15, gestão de mudanças organizacionais. Por fim, passei o item 14, gestão de conflitos para a aula 5. O cronograma ficou assim: Aula 3-14/03 9. Criatividade e inovação organizacional. 10. Comunicação. 11.Gestão de competências. 15. Gestão de mudanças organizacionais Aula 4 - 21/03 11. Gestão de pessoas. 12. Administração participativa.13. Desenvolvimento de equipes. Aula 5 -28/03 14. Gestão de conflitos. 16. Gestão do conhecimento Aula 6 -04/04 17. Estrutura e funcionamento da administração pública. 18. Aspectos sociais, econômicos e políticos que condicionam a administração pública. 19. Papel dos gestores públicos no tratamento dos recursos financeiros, humanos e físicos.. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 2 www.pontodosconcursos.com.br Sumário 0. Comentários adicionais Aula 2 . . .......................................................................................................3 1. Criatividade e Inovação . ....................................................................................................................8 2. Gestão da Mudança Organizacional . ...............................................................................................16 2.1 Crescimento e Declínio Organizacional . .......................................................................................18 2.2 Processo de Mudança . ...................................................................................................................20 2.3 Papel dos Agentes de Mudanças. ...................................................................................................22 2.4 Resistência à Mudança . .................................................................................................................23 2.5 Estratégias para superar a resistência. ............................................................................................24 2.6 Tipologia de Mudanças. .................................................................................................................27 2.7 Pesquisa-ação como modelo de processo de mudança . .................................................................29 2.8 As novas tecnologias e seus impactos na administração organizacional. ......................................30 3. Comunicação . ..................................................................................................................................32 3.1 Funções da Comunicação . .............................................................................................................32 3.2 Processo de Comunicação . ............................................................................................................33 3.3. Barreiras à Comunicação . .............................................................................................................36 3.4 Estilos de Conversação . .................................................................................................................38 3.5 Comunicação Organizacional . .......................................................................................................39 3.6 Comunicação em equipes . .............................................................................................................42 4. Gestão por competências: abordagens e ferramentas . .....................................................................45 5. Lista de Exercícios. ..........................................................................................................................59 4. Gabarito . ..........................................................................................................................................66 5. Questões Comentadas . .....................................................................................................................67 6 -Bibliografia. .....................................................................................................................................79 CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 3 www.pontodosconcursos.com.br 0. Comentários adicionais Aula 2 Pessoal, conforme comentei no fórum, a pedido de alguns colegas estou ampliando os comentários feitos a duas questões da aula 2. Sem perder tempo vamos a elas. ITEM 12. (FGV/SEFAZ-RJ/FISCAL DE RENDAS/2010) Com relação às abordagens contingenciais da eficácia organizacional, analise as afirmativas a seguir. I. A responsabilidade social é um indicador da abordagem de metas. II. A forte cultura corporativa é um indicador da abordagem baseada em recursos. III. A habilidade dos gerentes no uso de recursos tangíveis é um indicador da abordagem do processo interno. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Pessoal, segundo Daft a responsabilidade social é um indicador da abordagem por metas. A forte cultura corporativa é um indicador da abordagem do processo interno e a habilidade dos gerentes diz respeito à abordagem baseada em recursos. Vejam o quadro síntese com os indicadores de cada uma das dimensões da abordagem contingencial da eficácia organizacional. Esta abordagem foca diferentes partes das organizações. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 4 www.pontodosconcursos.com.br Características Indicadores Mede a saúde e eficiência interna da organização Abordagem do Processo Interno Forte cultura corporativa e clima positivo de trabalho Espírito de Equipe Franqueza confiança e comunicação entre os trabalhadores e a administração Tomada de decisões próximo às fontes de informação Comunicações horizontais e verticais não distorcidas Recompensas para os gerentes por desempenho Interação entre a organização e suas partes Abordagens Contingenciais da Eficácia Abordagem de Metas Mede o progresso obtido rumo às metas estabelecidas ( focado nos produtos e serviços) Lucratividade Crescimento Participação noMercado Responsabilidade Social Bem‐estar do Funcionário Qualidade do produto e serviço Pesquisa e Desenvolvimento Diversificação Eficiência Estabilidade Financeira Conservação de Recursos Desenvolvimento da Administração Mede a eficácia na obtenção de recursos escassos e a administração com sucesso destes Abordagem baseada em recursos Posição de Negociação Habilidade dos tomadores de decisão em perceber o ambiente externo Habilidades dos gerentes em utilizar recursos tangíveis e intangíveis Capacidade da organização de responder às modificações dos ambientes Sendo assim, somente a afirmativa I está correta e portanto o gabarito é alternativa A. Uma outra abordagem sobre a eficácia organizacionalé a a abordagem balanceada da eficácia. Veja o quadro síntese abaixo com as características destas abordagens. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 5 www.pontodosconcursos.com.br Características Interessado Indicador Proprietários Retorno Financeiro Empregados Satisfação e remuneração do trabalhador Clientes Qualidade das mercadorias e serviços Credores Capacidade de endividamento Comunidade Contribuição para os assuntos da comunidade Fornecedores Transações Satisfatórias Governo Obediência às leis e regulamentações Modelo Indicadores Modelo de Relações Humanas Desenvolvimento de recursos humanos submetas: coesão, moral, treinamento interno Modelo de processo Interno Estabilidade, Equilíbrio submetas: gerenciamento de informação, comunicação Modelo de sistemas abertos Crescimento, Aquisição submetas: flexibilidade, presteza, avaliação externa. Modelo das metas racionais Produtividade, eficiência, lucro submetas: planejamento, estabelecimento de metas Abordagem dos interessados Combina os diversos indicadores de eficácia utilizados tradicionalmente pelos administradore e pesquisadores. É composto por dimensões subjacentes de critérios de eficácia que representam os valores em concorrência. Combina as dimensões foco organizacional e estrutura da organização, produzindo quatro modelos de valores de eficácia Abordagemdos valores Concorrentes Integras as diversas atividades organizacionais mediante o foco nos interessados organizacionais (interessado é qualquer grupo, interno ou externo, com interesse no desempenho da organização) Indicadores Abordagens Balanceadas da Eficácia ITEM 26. CESGRANRIO - 2010 - Petrobrás - Administrador Estruturas podem ser analisadas por meio das configurações que assumem, dadas as estratégias e os diferentes atributos da organização. Associe as estruturas apresentadas na coluna da esquerda, à respectiva característica na coluna da direita. Está correta a associação a) I - P, II - S, III - R b) I - Q, II - R, III - P c) I - R, II - P, III - S d) I - S, II - R, III - Q e) I - P, II - Q, III – R CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 6 www.pontodosconcursos.com.br Pessoal, em concursos precisamos ganhar tempo na resolução de questões. Esta questão podemos “matar” sem perder tempo. Basta lembrar que Adhocracia corresponde a estruturas flexíveis que podem ser temporárias ou não, moldadas para adaptarem-se a mudanças e ser auto-geridas, em ambientes complexos e com necessidade de inovação, assim o item P equivale a estrutura III. Pronto já “matamos” a questão e seguimos em frente. Agora vejamos as outras alternativas: Q. Estas são as características das organizações burocráticas. Toda vez que mencionarem padronização combinado com especialização, podemos marcar a opção estruture burocrática. Relembrando: a Burocracia é caracterizada pela padronização, por tarefas operacionais rotineiras, realizadas por grande especialização, autoridade centralizada, regras e regulamentos bastante formais, pequena amplitude de controle. Q combinamos com I. R. Características do modelo divisional, também chamado por Mintzberg de Diversificada. É composto por diversas unidades organizacionais, com autonomia local, respondendo a uma estrutura central, que tem pouca ascendência sobre as unidades autônomas. S. Esta descrição, em minha opinião, apresenta uma ambigüidade conceitual, pois fala em empresas híbridas, com estrutura fixa, em ambiente complexo. Ora se o ambiente é complexo e a organização é híbrida, a estrutura não pode ser fixa. Para exemplificar, listo abaixo a perspectiva teórica de Daft sobre estruturas organizacionais. Funcional. Própria para organizações que atuam em ambientes seguros, sem necessidade de mudanças tecnológicas, favorecendo assim a especialização profissional. Os pontos fortes são a possibilidade de economia de recursos humanos nas unidades organizacionais e o desenvolvimento de habilidades especializadas. Os pontos fracos são a resposta lenta às modificações ambientais e um menor número de inovações. · Divisional. Aplicável a empresas que operam em ambientes mutáveis de média a alta instabilidade. Seu ponto forte é a adaptação das unidades a diferentes tipos de produtos, regiões e clientes. O ponto fraco é a duplicação de recursos humanos e materiais pelas divisões, aumentando os custos da empresa. · Híbrida. É utilizada por organizações de grande porte que possuem tanto unidades funcionais quanto divisionais. Pode operar em ambientes estáveis ou não, porém é mais utilizada em contextos instáveis e com tecnologia não-rotineira. Seu ponto forte é permitir que a organização obtenha adaptação e coordenação nas divisões de produto e eficiência nas unidades organizacionais. O ponto fraco é conduzir a conflitos entre divisões e departamentos. · Matricial. Empregada em contextos bastante instáveis, onde cada demanda recebida do ambiente é tratada por um processo moldado para esse fim. Os pontos fortes são o compartilhamento flexível de recursos humanos e a adequação para decisões complexas. Os pontos fracos são a ocorrência de dupla autoridade, o que pode ser frustrante e confuso para os participantes, e a necessidade de os participantes possuírem grande habilidade e treinamento para lidar com pessoas. · Orientada para processos. Utilizada para evoluir de uma formação funcional para uma estrutura mais flexível, coordenada por equipes. Os pontos fortes são a redução do CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 7 www.pontodosconcursos.com.br isolamento entre os departamentos e a diminuição do tempo de resposta, com decisões mais ágeis. Os pontos fracos são a dupla subordinação das equipes interfuncionais, gerando conflito de lealdade, e a descentralização não planejada. Sendo assim, o gabarito é a alternativa B. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 8 www.pontodosconcursos.com.br 1. Criatividade e Inovação Alguns autores, entre os quais Gundling (1999), Hamel (2000), Reis (2004), definem a inovação como um processo de produção, de criação de novos conceitos ou de novos produtos, capazes de gerar resultados econômicos para as empresas. Outros autores como Rocha Neto (2003), Sbragia (2006) e May (2007), conceituam inovação como sendo o resultado científico, que incorporados aos bens e serviços, são úteis à sociedade. O manual de Oslo, elaborado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), terceira edição, define inovação como: Uma inovação é a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. Segundo o manual de Inovação do Movimento Brasil Competitivo (MBC), a inovação pode ser (2008, p. 12): Vejam esta questão da FGV ITEM 1. (FGV/FIOCRUZ/2010/ANALISTA DE GESTÃO DE SAÚDE/GESTÃO DA INOVAÇÃO) No que concerne a inovação, assinale a afirmativa correta. (A) Inovação é uma idéia ou um objeto percebido como novo pelo indivíduo. (B) Inovação corresponde à efetiva aplicação prática de uma invenção. (C) Inovação é o ato de criar uma nova tecnologia, processo ou objeto. (D) Inovação é a aquisição de um conhecimento novo por acaso ou sem esforço determinado, sem aplicação prática. (E) Inovação é a criação de uma solução técnica para um determinado problema. Bem, vimos que de acordo com a definição apresentada no manual de OSLO, inovação é algo que resulte implementado, seja serviço, produto ou processo. Enquanto não for concretizado na prática não é inovação. Desta forma, o gabarito é a alternativa B. •Inovação incremental – quando existe melhoria no que se faz e/ou aperfeiçoamento do modo de fazer o produto, processo ou serviço, por acrescentar novos materiais, ou desenhos ou embalagens que tornam mais práticos produtos ou processos já anteriormente existentes, ou ainda, quando se acrescentam utilidades diferenciadas ou melhoras evidentes que os tornam mais desejados pelos seus clientes/consumidores. • Inovação radical – quando as novas ideias resultam em produtos ou processos totalmente novos, que antes não existiam no mercado. Esta classificação feita pelo MBC corresponde à classificação realizada por Richard Daft em seu livro “Organizações: teoria e projetos”. Importante CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 9 www.pontodosconcursos.com.br enfatizar que Daft usa no lugar da expressão “inovação” a expressão “mudança”. As inovações radicais impactam fortemente a sociedade e geralmente são oriundas de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), que Barbieri (2004) as define como o trabalho sistemático com o objetivo de ampliar o conhecimento e utilizá-lo em novas aplicações. Embora as inovações incrementais sejam pequenas modificações ou melhorias incorporadas, agregam valor ao produto, processo ou serviço. Essa melhoria é um conceito simples e de pouco investimento, é uma forma sistemática e eficiente para resolução de problemas, cujo processo é estruturado em etapas que identificam as causas dos problemas, planejam e padronizam a solução. Veja o quadro comparativo que Daft apresenta sobre as duas forma de inovação: Mudança Incremental Mudança Radical Avanço Contínuo Surto de Ruptura de Paradigmas Afeta Parte da Organização Transforma a organização como um todo Por meio da estrutura normal e dos processos gerenciais Cria Nova estrutura e Administração Melhorias na Tecnologia Tecnologia Inovadora Melhorias no Produto Novos produtos criam novos mercados Agora vejamos uma questão do ICMS-RJ ITEM 2. (FGV/SEFAZ/2009) Assinale a alternativa que não pode ser uma característica de inovação incremental. (A) Avanço contínuo. (B) Criação de novos mercados. (C) Inovações criadas por meio das estruturas e decisões organizacionais normais. (D) Melhorias tecnológicas. (E) Melhorias em produtos. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 10 www.pontodosconcursos.com.br Ficou fácil, quando olhamos o quadro de Daft. Esta foi a perspectiva cobrada na questão. Segundo o quadro acima, criação de novos mercados não é uma característica da inovação incremental, mas sim da inovação radical. Portanto o gabarito é a alternativa B. Vamos à outra questão da FGV sobre este assunto ITEM 3. (FGV/FIOCRUZ/2010/ANALISTA DE GESTÃO DE SAÚDE/GESTÃO DA INOVAÇÃO) No que concerne a inovação radical, assinale a afirmativa correta. (A) Inovação radical consiste de pequenos avanços em tecnologias, produtos, processos ou serviços, tendo como objetivo melhorar o sistema existente, possuindo alta taxa de sucesso e baixo nível de incertezas envolvido. (B) Inovação radical é um produto, processo ou serviço que apresenta características de desempenho já conhecidas, que promovam melhorias significativas de desempenho ou custo. (C) Inovação radical abrange aperfeiçoamentos em layouts e processos, em novos arranjos logísticos e organizacionais e em novas práticas de suprimentos e vendas. (D) Inovação radical ocorre quando um produto ou mercadoria já existente recebe melhorias e ganha novo valor de mercado. (E) Inovação radical geralmente é fruto de atividades de P&D e tem um caráter descontínuo no tempo e nos setores, isto é, inaugura uma nova rota tecnológica. Bem, já vimos acima que a inovação radical é que introduz processos ou produtos totalmente novos, que não existiam anteriormente. Também vimos que, em geral, são resultado de ações de P&D (pesquisa e desenvolvimento). Sendo assim, o gabarito é a alternativa E. Todas as outras alternativas dizem respeito às características da inovação incremental. Outra questão no mesmo sentido: ITEM 4. (FGV/FIOCRUZ/2010/ANALISTA DE GESTÃO DE SAÚDE/GESTÃO DA INOVAÇÃO) Sobre as inovações incrementais, analise as afirmativas a seguir: I. Abrangem melhorias feitas no design ou na qualidade dos produtos e aperfeiçoamentos em processos. II. Ocorrem de forma contínua em qualquer indústria, embora possam variar conforme o setor. III. Derivam exclusivamente de atividades de P&D. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Analisemos as afirmativas: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 11 www.pontodosconcursos.com.br I. Perfeito! Inovação incremental relaciona à melhoria de algo já existente. II. Também correto! Partem do pressuposto da Qualidade Total, que veremos mais à frente, a melhoria deve ser realizada de forma contínua. III. ERRADO! As inovações que derivam de atividades de P&D (pesquisa e desenvolvimento) são as radicais. Portanto, o gabarito é a alternativa C. Os diversos tipos de inovação são classificados segundo o manual de Inovação do MBC, (2008, p.11), em: • Inovação em Produtos – quando há introdução de um novo produto ou serviço, há melhoramento na especificação técnica, nos componentes ou materiais já existentes, atendendo melhor às necessidades do mercado. • Inovação em Processos – quando há implementação de novas formas de fabricação ou de distribuição de bens e novos meios de prestação de serviços. • Inovação Organizacional – quando são adotados ou desenvolvidos novos métodos organizacionais nas práticas de negócio empresarial, seja no local de trabalho ou nas relações com o mercado, fornecedores e distribuidores. • Inovação em Marketing ou Modelos de Negócio – quando são adotados ou desenvolvidos novos métodos de marketing e comercialização, com mudanças significativas na concepção do produto ou na sua embalagem, no posicionamento do produto no mercado, em sua promoção ou na fixação de preços. Já Daft faz outra classificação para os tipos estratégicos de Mudança ou Inovação. Segundo este autor são quatro os tipos de inovações para obter vantagem estratégica: 1. Mudanças na Tecnologia: são modificações no processo de produção da organização, incluindo sua base de conhecimentos e habilidades, que capacitam a competência distintiva. Incluem métodos de trabalho, equipamentos e fluxo de trabalho. 2. Mudanças nos Produtos ou Serviços: referem-se aos resultados em produtos ou serviços de uma organização. Novos produtos incluem pequenas adaptações de produtos existentes ou linhas inteiramente novas de produtos. 3. Mudanças na Estratégia e Estrutura: referem-se ao domínio administrativo da organização, que envolve a supervisão e a administração da organização. Incluem modificações na estrutura da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 12 www.pontodosconcursos.com.br organização, na administração estratégica, nas políticas, nos sistemas de recompensas, nas relações trabalhistas, nos dispositivos de coordenação, nos sistemas de informações gerenciais e de controle e nos sistemas de contabilidade e orçamento. As mudanças de estrutura são geralmente realizadas de cima para baixo (determinadas pela alta direção), enquanto as mudanças de produtos e de tecnologia muitas vezes ocorrem de baixo para cima. 4. Mudanças na cultura:referem-se a modificações nos valores, atitudes, expectativas, crenças, aptidões e comportamento dos funcionários. Consistem em mudanças na forma como os funcionários pensam. Os quatro tipos de mudanças são interdependentes.Uma alteração em um deles geralmente implica mudança em outro. É importante enfatizar as estratégias utilizadas em cada um destes elementos. Na Mudança de Tecnologia Daft traz à tona a discussão entre organizações mecanísticas e orgânicas e defende que, às vezes, uma estrutura orgânica gera idéias inovadoras, mas não é a melhor estrutura para utilização destas idéias, sendo mais produtivo a estrutura mecânica. A esta combinação de estruturas orgânicas para gerar idéias e mecânicas para implementação, Daft chama de abordagem ambidestra. Na mudança nos Produtos Daft enfatiza o Modelo de Conexões Horizontais, composto pela especialização departamental, amplitude de fronteiras e conexões horizontais. Para Daft os principais departamento na inovação são P&D, Marketing e Produção. O elemento Amplitude de fronteiras implica em que o departamentos especializados tenham , necessariamente, excelentes ligações com setores importantes do ambiente externo. E as conexões horizontais implicam em que os departamentos especializados compartilhem idéias e informações. Para as estratégias de mudança na estrutura Daft sugere a abordagem de núcleo dual, que consiste na comparação entre modificações administrativas e técnicas. Para as mudanças administrativas a estrutura mecanística é a mais adequada para produzir mudanças. Aqui as decisões são tomadas de cima para baixo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 13 www.pontodosconcursos.com.br Já nas inovações técnicas a estrutura orgânica é a mais adequada mudanças técnicas, pois em geral são realizadas de baixo para cima. Já para as estratégias de mudança cultural, Daft menciona tendências utilizadas nos últimos anos para estas transformações, como a Reengenharia, Gestão da Qualidade Total, Organizações de Aprendizagem e Desenvolvimento Organizacional. Reengenharia é repensar a empresa ou organização a partir do zero e reestruturá-la em torno dos processos. Esta foi uma idéia muito criticada por acarretar em perda de capital intelectual, uma vez que reestruturando processos haverá uma redução de pessoal. Consistia em implantar nova cultura, com mudança de valores, exigência de maior qualificação do pessoal, maior valorização das atividades que agregam valor ao produto ou serviço. Há grande impacto sobre o pessoal em virtude das demissões em função da reestruturação, diminuindo a lealdade e aumentando o clima de incerteza entre os empregados. Outra técnica parecida com a Reengenharia é o Downsizing. Aqui o objetivo não é a reestruturação de processos, mas o corte de pessoal para diminuir níveis hierárquicos e tentar obter maior flexibilidade. Trata-se de adaptar a quantidade de pessoas às necessidades ou possibilidades da empresa. A experiência demonstrou que as empresas que a adotaram até criaram algumas vantagens de curto prazo, mas que se revelaram insípidas e pouco eficazes no longo prazo. Qualidade Total é um sistema de administração que visa obter qualidade em todas as áreas de atuação. A qualidade começa com o projeto, incluindo todas as especificações do produto ou serviço, passa pelas etapas de produção ou operação, e abrange o atendimento ao cliente e a assistência técnica. Como o foco é o cliente, a organização está voltada para o mercado. O objetivo não são mudanças radicais, mas incrementais para aperfeiçoar progressivamente os processos e métodos de trabalho. Na perspectiva da Qualidade Total quem decide se um produto é ou não de boa qualidade é o cliente. Da afirmação acima, podemos entender Qualidade Total como um sistema de gestão centrado na qualidade, baseado na participação de todos na organização, visando o sucesso a longo prazo, através da satisfação do cliente. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 14 www.pontodosconcursos.com.br Na gestão pela Qualidade Total todas as pessoas são responsáveis pela qualidade, e por isto aumenta a participação e o comprometimento de todos com a organização. Um dos aspectos mais importantes deste sistema é a educação e treinamento das pessoas. Uma Organização de Aprendizagem é aquela que tem a habilidade de criar, adquirir e transferir conhecimento e de modificar seu comportamento para refletir sobre novos conhecimentos e insights. Nas organizações de aprendizagem as pessoas não são treinadas para exercer suas funções, mas sim educadas a desempenhar com satisfação suas atividades, desenvolvendo o espírito de equipe e a criatividade A expressão “Organizações em Aprendizagem” (do inglês "Learning Organization") é um conceito criado por Chris Argyris, professor em Harvard e especialista em comportamento organizacional, e que descreve uma organização em constante aprendizagem e que se desenvolve à medida que os seus colaboradores vão ganhando novos conhecimentos. Em 1990, Peter Senge, professor do MIT, popularizou o conceito através do seu best-seller A Quinta Disciplina. Desenvolvimento Organizacional é uma mudança planejada em qualquer parte do sistemas, sistema concreto (linha de produção) ou sistema de valores (cultura) de uma organização. As mudanças decorrem da necessidade de modernizar, atualizar. Para ser DO é necessário que a mudança interfira no ambiente, no processo ou no comportamento das pessoas. Ao dissertar sobre os elementos da mudança é interessante a distinção trazida por Daft para Mudança Organizacional e Inovação Organizacional. Por Mudança Organizacional o autor diz que a literatura considera que é a adoção de uma nova idéia ou comportamento por uma organização ao passo que Inovação Organizacional, ao contrário, é a adoção de uma idéia ou comportamento que são novos para o ramo de atividade, mercado ou o ambiente geral da organização. Exemplifica os dois conceitos mencionando que a primeira organização a lançar um conceito ou produto é inovadora, e as que copiam são as que realizam mudanças. No entanto, defendendo o emprego do termo mudança no lugar de inovação em seu livro, Daft diz que os termos são intercambiáveis porque o processo de mudança nas organizações tende a ser idêntico quer uma modificação seja feita cedo quer tarde em relação a outras organizações no ambiente. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 15 www.pontodosconcursos.com.br Os elementos da mudança bem sucedida, segundo Daft, estão explicitados no quadro abaixo. AMBIENTE ORGANIZAÇÃO 1. Idéias 3. Adoção 4. Implementação 2. Necessidades Fornecedores Associações Profissionais Consultores Literatura de Pesquisa Clientes Competição Legislação Regulamentação Força de Trabalho 5. Recursos Criatividade Internae Invenções Problemasou Oportunidades Percebidas Para Daft uma idéia é uma nova maneira de fazer coisas. A mudança é a expressão exterior destas idéias. Já as necessidades são a percepção de mudança, a urgência de se levar a sério as idéias apresentadas. Geralmente está associada à crises e pressões do ambiente. A adoção ocorre quando os tomadores de decisão decidem seguir adiante com uma idéia proposta. A implementação ocorre quando os membros da organização utilizam uma nova idéia. Os recursos dizem respeito à energia e atividade humana necessários à implementação, uma vez que as mudanças não acontecem por si mas apenas em decorrência da aplicação de tempo e recursos. Não há primazia cronológica entre idéias e necessidades. Qualquer uma destas podem ocorrer primeiro. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 16 www.pontodosconcursos.com.br 2. Gestão da Mudança Organizacional O edital fala também em gestão da mudança organizacional. Neste sentido, esta é uma perspectiva diferente da Mudança, enquanto inovação, mas em como as transformações podem ser geridas. Esta é a perspectiva conceitual queabordaremos abaixo. Mudança é a alteração de um estado de coisas para outro. Segundo Chiavenato é “a transição de uma situação para outra situação diferente.. Representa transformação, perturbação, interrupção, fratura.” Todos nós passamos por situações de mudança. Algumas pequenas e com pouco impacto e outras grandes, com impactos significativos. Podemos sofrer com o fechamento de uma rua para trânsito de veículos e pedestres ou sermos impactados pelas transformações advindas de crises financeiras. Também podemos ser impactados com mudanças felizes, como o casamento e o nascimento de filhos. O que importa é que toda mudança traz conseqüências e desestrutura o status quo. Ela rompe um estado de equilíbrio e provoca um estado de tensão, de desconforto, de incômodo. Em especial as organizações de trabalho são impactadas cotidianamente pelas mudanças. Do lado de fora ou externo à organização ela é impactada pelas mudanças de hábitos e preferências dos consumidores, pela alteração de características dos produtos e matérias-primas dos fornecedores, concorrentes mudam suas estratégias, etc. Do lado de entro ou interno, para fazer face às necessidades de adaptação externa e às suas próprias estratégias de desenvolvimento as empresas precisam reconfigurar processos de trabalho, adquirir e modificar equipamentos, as pessoas precisam aprender novos conhecimentos, etc. Vejam que não só a tecnologia causa impactos internos e externos, mas também outros fatores dissociados da tecnologia, como a evolução do sistema social, muitas vezes exigindo formas de produção ecologicamente aceitáveis ou aderentes à outros princípios. O quadro abaixo demonstra o repertório de mudanças que podem estar envolvidos em uma organização. Podemos considerá-las como fontes de mudanças organizacionais. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 17 www.pontodosconcursos.com.br Fonte: Chiavenato (2005) Mudança não é um fenômeno novo. Ela sempre ocorreu. O que diferencia os tempos atuais de outras épocas é a velocidade da mudança. Antes, o passado representava uma fonte aceitável para se prever o futuro. Uma série histórica de dados era suficiente para planejar o futuro na Era Industrial. Na Era da Informação isto não é mais possível. As constantes crises econômicas e financeiras mundiais, associadas à maior dependência global tornaram impossível prever o futuro com segurança. Este cenário se configurou assim a partir dos anos 70. Veja no quadro abaixo, elaborado por Chiavenato, as forças de mudança que agem sobre as organizações na atualidade. FORÇAS PARA A MUDANÇA EXEMPLOS TECNOLOGIA • Computadores mais rápidos e mais baratos • Redes abrangentes de informação • Softwares de relacionamento com clientes e fornecedores FORÇA DE TRABALHO • Maior diversidade • Necessidade de mais competências pessoais • Mais exigências sobre as pessoas CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 18 www.pontodosconcursos.com.br COMPETIÇÃO • Concorrência Globalizada • Crescimento do comércio eletrônico • Fusões e consolidação de empresas CHOQUES ECONÔMICOS • Desvalorização da moeda • Mudanças nos preços do petróleo • Recessão nos Estados Unidos, Europa e Japão POLÍTICA INTERNACIONAL • Colapso da União Soviética • Abertura dos mercados na China • Fim do Apartheid na África do Sul Fonte: Chiavenato (2005) Uma característica essencial às organizações nos tempos modernos é sua agilidade e flexibilidade para agir frente às mudanças que se apresentam e desafiam as organizações. Vejam esta questão da CESPE: ITEM 5. (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2009/ PSICOLOGIA DO TRABALHO) O desenvolvimento de tecnologias de trabalho constitui fonte de mudança organizacional. A afirmativa está CERTA! Perfeita a afirmação! Quando são desenvolvidas novas tecnologias de trabalho estamos alimentando o canal de mudança da organização. A tecnologia (incluindo tecnologias duras – equipamentos – e tecnologias leves - novos processos de trabalho) estão incluídos entre as fontes de mudanças citadas na aula. Vejam esta outra questão: ITEM 6. (CESPE/IPEA/2008/ GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS) As turbulências do ambiente externo podem ser corretamente consideradas como o principal gatilho para a mudança organizacional, na medida em que as organizações são altamente dependentes do seu ambiente externo. A afirmativa está ERRADA! Não é correto dizer que as turbulências no ambiente externo são o principal motivo para a mudança. Podemos ter causas internas que descompassam a organização em relação ao ambiente. Existem diversas forças que atuam sobre a organização e podem causar mudanças, conforme vimos em aula. Algumas são internas e outras são externas. 2.1 Crescimento e Declínio Organizacional Larry Greiner construiu um modelo para caracterizar as mudanças ns organizações durante o seu crescimento, desde sua criação. São cinco as etapas do modelo, conforme veremos abaixo: meio Crescimento por meio da criatividade: refere-se ao momento da criação da organização. A ênfase está na criação de seus produtos ou saídas para a sociedade. Prevalece a informalidade e o controle é feito pessoalmente pelos CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 19 www.pontodosconcursos.com.br fundadores ou donos. Os processos de gerenciamento são deixados de lado e em dado momento, quando a organização começa a cresce e o número de funcionários aumenta, isto gera uma crise de liderança, solucionada por se atrair gerentes profissionais para a organização. Crescimento por meio de direção: o estágio seguinte, após a crise de liderança. Prevalece a formalidade, introduzida pelos gerentes profissionais, e ocorre maior burocratização, com mais departamentos e conseqüente especialização de funções. A maior especialização pode provocar desejo de autonomização e de autodireção. Ocorre uma crise com os gerentes graduados (maior nível hierárquico) ao não delegarem poder de decisão para baixo. Esta crise é solucionada com a delegação de poder de tomada de decisões para os níveis hierarquicamente inferiores. Crescimento por meio de delegação: é o estágio que vem logo após a crise de autonomia. Neste momento o alto escalão concentra-se no planejamento de longo prazo. Verificam, no entanto, que a delegação dada aos níveis inferiores ocasiona que os gerentes dos departamentos agem em direções diferentes. Ocorre a crise de controle, que é contornada pela implantação de um sistema de coordenação. Crescimento por meio de coordenação: resolvida a crise de controle segue- se o estágio onde impera a coordenação. Para isto são criados grupos de projetos para criar vínculos entre membros de diferentes equipes e melhorar a comunicação. Também podem ser contratados consultores para ajudar na tarefa de consolidar a coordenação. Isto pode provocar uma crise burocrática, com emprego de mais tempo e esforço no controle do que na produção. Esta pode ser contornada com a simplificação de programas e sistemas. Crescimento por meio de colaboração: Para superar a crise burocrática incentiva-se a simpificação,e adoção de sistemas sócias colaborativos e autocontroláveis. Os gerentes passam a incentivar a colaboração e o trabalho em equipe. Neste momento as organizações passam por períodos de declínio temporários, quando é necessário revitalizá-las. Chiavenato, apresenta o modelo de Greiner em quatro estágios conforme o quadro abaixo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 20 www.pontodosconcursos.com.br Ainda outro modelo de desenvolvimento das organizações é o de Adizes, que apresenta três estágios: 1. Crescimento: envolve todas as fase de uma organização, meninice, infância, adolescência e plenitude. 2. Maturidade:é a fase que se alcança a estabilidade 3. Envelhecimento:é o momento que a organização se torna burocrática (disfunção da burocracia) e tende à morte. 2.2 Processo de Mudança Kurt Lewin desenvolveu um modelo em que define o processo de mudança em três etapas: descongelamento, mudança e recongelamento. : As velhas idéias e práticas são derretidas e 1. Descongelamento desaprendidas para serem substituídas por outras que serão aprendidas. Os grupos e as pessoas entendem a necessidade de mudança e a aceitam. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 21 www.pontodosconcursos.com.br : Ocorre com a adoção de novas atitudes, valores e 2. Mudança comportamentos. As novas idéias e práticas são aprendidas e executadas pelas pessoas. 3. Recongelamento: Um novo padrão é incorporado e se torna a nova norma. Significa que o que foi aprendido foi integrado à prática atual. Este é um ciclo contínuo que se desenvolve no embate entre forças individuais que atuam pró ou contra a mudança. A mudança é o resultado da competição entre estas forças. Quando o equilíbrio do sistema é rompido pela tentativa de introduzir uma mudança estas forças começam a agir ou positivamente (apoio e suporte) ou negativamente (oposição e resistência). Veja no quadro de Chiavenato o esquema do campo de forças de Kurt Lewin. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 22 www.pontodosconcursos.com.br Olhem como a CESPE cobrou este assunto ITEM 7. (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2009/ PSICOLOGIA DO TRABALHO) O modelo clássico de mudança organizacional de Kurt Lewin baseia-se na mudança da estrutura organizacional como forma de produção da mudança. A afirmativa está CERTA! Perfeito! A etapa de descongelamento inclui a alteração das práticas da organização, incluída a alteração de estruturas organizacionais e processos. 2.3 Papel dos Agentes de Mudanças Os responsáveis pelas atividades de mudanças dentro da organização são chamados agentes de mudanças. São pessoas que atuam como catalisadores neste processo. Podem ser gerentes, funcionários, consultores internos ou externos. Um agente de mudança é a pessoa que conduz este processo. Em geral, os altos executivos são vistos como agentes de mudanças. Às vezes estes executivos recorrem à consultores externos. Uma vantagem da utilização de consultores externos é que oferecem habilidades especializadas e não ficam absorvidos com atividades cotidianas. Podem ter mais influência e prestígio do que um elemento interno. Por outro lado, não conhecem os procedimentos operacionais, compreendem pouco a história, a cultura e as pessoas da organização. Embora os agentes tenham papel importante como instrumento da mudança, são aqueles que realizam as tarefas diárias, do cotidiano os grandes responsáveis pela mudança. Convencê-los da CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 23 www.pontodosconcursos.com.br necessidade da mudança e ganhar o apoio para as ações traçadas é fator de sucesso para mudança. Vamos dar uma olhada em uma questão da Esaf ITEM 8. (ESAF/ EPPGG/2009) Ao ser designada(o) como responsável por um processo de mudança organizacional, você saberá ser capaz de fazê-lo desde que não incorra no seguinte erro conceitual: a) no âmbito da administração pública, o marco legal burocrático constitui-se em um forte limitador para a implementação de mudanças que, de regra, na administração privada, dependeriam apenas da visão do agente de mudanças. b) mudanças causam os mais diferentes tipos de reação dos atores organizacionais, desde a adesão imediata à proposta de mudança até à resistência completa a qualquer tipo de mudança, sendo esta a mais frequente. c) a resistência à mudança pode se dar nos âmbitos individual e organizacional. d) embora fundamental em um processo de mudança, o papel da alta gerência não pode ser considerado como fator determinante de sucesso. e) mudanças que implicam em alterações na estrutura organizacional, com reflexo nos níveis de autoridade e responsabilidade, decorrem, quase sempre, da introdução de novas tecnologias. A questão pede a afirmativa incorreta.Muita atenção com os enunciados das questões. Muita gente boa erra questões facílimas em virtude de desatenção ao enunciado.Vamos às alternativas: Alternativa A está CERTA. No âmbito público a lei é um fator restritivo à mudança. Qualquer ação só pode ser tomada se estiver de acordo com a legislação. Em outras palavras na administração pública só podemos fazer aquilo que a lei autoriza. Alternativa B está CERTA. Conforme vimos em aula as reações dos atores à mudança podem ser as mais diversas. Gerenciar a reação à mudança exige inclusive que o patrocinador da mudança tenha a sutileza de diagnosticar a reação e seu grau, para adaptar suas ações. Alternativa C está CERTA. Podemos ter reações de indivíduos e reação da organização,localizadas na cultura daquela organização. Alternativa D está CERTA. A alta gerência exerce papel fundamental como agente de mudança, mas são os que realizam as ações cotidianas que garantirão a mudança plenamente. Alternativa E está ERRADA. É o gabarito da questão! As mudanças em estruturas organizacionais não ocorrem apenas em função da introdução de novas tecnologias. Existem outras variáveis, inclusive mais importantes, que pressionam a mudança de estrutura organizacional, como a necessidade de adequar o processo de tomada de decisão (agilizá-lo) em função de novos produtos e/ou concorrentes, ou também em função de uma revisão da estratégia da empresa, etc. 2.4 Resistência à Mudança Mudar uma realidade organizacional não é uma tarefa simples. Crenças arraigadas podem provocar resistência e impedir a transformação desejada. Lembram do campo de forças de Kurt Lewin? Pois é, mudanças, em alguns casos, provocam sentimentos de insegurança. A resistência à mudança pode ser conseqüência de aspectos lógicos, psicológicos ou sociológicos, conforme o quadro abaixo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 24 www.pontodosconcursos.com.br TIPOS DE RESISTÊNCIAS CARACTERÍSTICAS ASPECTOS LÓGICOS (Objeções racionais e lógicas) • Interesses pessoais: desejo de não perder posições conquistadas • Tempo requerido para ajustar‐se às mudanças • Esforço extra requerido para reaprender as coisas • Custos econômicos da mudança • Questionamento da viabilidade técnica da mudança ASPECTOS PSICOLÓGICOS (Atitudes emocionais e psicológicas) • Medo do desconhecido • Dificuldade em compreender a mudança • Baixa tolerância pessoal à mudança • Antipatia quanto ao agente de mudança • Falta de confiança nas outras pessoas • Necessidade de segurança íntima • Desejo de manter o status quo ASPECTOS SOCIOLÓGICOS • Coalisões políticas • Valores sociais opostos • Visão estreita e paroquial • Interesses afetados • Desejo de reter os colegas atuais Vamos a outra questão da CESPE ITEM 9. (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2009/ PSICOLOGIA DO TRABALHO) A inércia estrutural das organizações é fonte de resistência à mudança organizacional, pois a estrutura de uma organização produz estabilidade organizacional. A afirmativa está CERTA! As organizações podem resistir à mudança em função de suas culturas e de suas estruturas organizacionais. Estruturas arraigadas há muito tempo oferecem resistência à sua transformação. O sentimento de estabilidade está na manutenção da estrutura. 2.5 Estratégias para superar a resistência No processo de realização de mudança a resistência não deve ser menosprezada. Kotter e Schlensiger aconselham seis estratégias para vencer a resistência à mudança. Estas estratégias estão sintetizadas no quadro abaixo: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 25 www.pontodosconcursos.com.br ABORDAGEM CONTEÚDO QUANDO UTILIZARComunicação e Educação Explicação da necessidade e da lógica da mudança às pessoas, aos grupos e à organização • A mudança é eminentemente técnica • As pessoas precisam de informação para compreender a mudança • As informações sobre a mudança são ambíguas e inexatas Participação e Envolvimento Solicitação às pessoas que ajudem a desenhar e implementar a mudança • As pessoas precisam sentir‐se envolvidas na mudança • A mudança requer informação a partir das pessoas Facilitação e Apoio Oferta de treinamento, apoio emocional e de compreensão às pessoas afetadas pela mudança • A mudança envolve vários departamentos • A mudança requer realocação de recursos • As pessoas resistem devido a problemas psicológicos, emocionais e de ajustamento pessoal Negociação e Acordo Negociação e barganha com os resistentes e aceitando sugestões • O grupo tem poder e força sobre a implementação • O grupo pode perder algo com a mudança Manipulação e Cooptação Dando às pessoas‐chave um papel importante no desenho e na implementação da mudança • As pessoas tem poder e força para resistir à mudança • As outras estratégias de mudança não funcionam bem • A s outras estratégias de mudança tem um custo elevado Coerção Ameaça com perda do cargo ou do emprego, ou transferência ou ainda, perda de promoções • Quando a rapidez é essencial para enfrentar a crise • Os iniciadores da mudança têm poder sobre a pessoas • Outras táticas de mudança não deram resultado Fonte: Chiavenato (2005) Vejamos como a CESPE cobrou isto em concurso: ITEM 10. (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2009/ PSICOLOGIA DO TRABALHO) Envolver os funcionários de uma organização em uma mudança planejada afeta a efetividade da mudança, ocasionando maior resistência. A afirmativa está ERRADA! Participação e Envolvimento são estratégias para superar a resistência à mudança, conforme vimos em aula. Ajudam a reduzir a resistência e não aumentá-la. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 26 www.pontodosconcursos.com.br Vejam esta outra questão da CESPE: ITEM 11. (CESPE/IPEA/2008/ GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS) A persuasão é a ferramenta suprema para a criação de um ambiente receptivo, principalmente no que se refere à atuação da liderança de topo. A afirmativa está ERRADA! A persuasão é uma ferramenta de manipulação. Como vimos em aula esta é uma estratégia que é usada quando o patrocinador da mudança tem muito poder e se tem urgência. Esta estratégia não resulta em ambiente receptivo, por sua própria natureza autoritária. As estratégias listadas podem ser usadas em conjunto. Aplicá-las exige sensibilidade para avaliar a situação e os resultados esperados. A utilização destas estratégias deve ser consideradas em função do tipo e da velocidade da mudanças. Abaixo reproduzo um quadro do professor Chiavenato que apresenta o continuum da mudança. No lado direito está as estratégias que forçam as pessoas a mudarem rapidamente, e isso provoca efeitos colaterais para a organização. A s estratégias do lado esquerdo ajudam a desenvolver a organização. Abaixo estão quatro variáveis situacionais que precisam ser consideradas na escolha das estratégias: 1. Volume e tipo de resistência previsto . Quanto maior a resistência, maior será a dificuldade para superá-la e tanto mais lenta será a mudança. Em relação ao quadro seguinte (continuum da mudança), nesta situação os patrocinadores da mudança precisam se deslocar para o lado esquerdo do continuum para buscar a maneira mais adequada de reduzir a resistência. 2. Posição do iniciador diante dos resistentes . Quanto menor o poder do iniciador ou patrocinador da mudança em relação à outras pessoas, mais ele deverá se deslocar para a direita do continuum. Se for mais forte deverá se deslocar para a esquerda. 3. Posse dos dados para projetar a mudança e da energia para implementá-la. Quanto mais precisar de informações de outras pessoas, tanto mais deverá se deslocar para a esquerda. Do contrário deverá se deslocar para a esquerda. . Quanto maior for o risco de sobrevivência da 4. Riscos envolvidos organização caso a situação não seja mudada, tanto mais o CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 27 www.pontodosconcursos.com.br patrocinador deverá se deslocar para a direita. Se os riscos forem pequenos e pressionarem pouco deverá se deslocar para a esquerda. Continuum da Mudança Vamos olhar uma questão da CESPE? ITEM 12. (CESPE/IPEA/2008/ GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS) Existem mudanças graduais, de tipo evolutivo, e outras radicais, de tipo revolucionário. Essa caracterização está profundamente relacionada à visão de organização que prepondera na investigação dos processos de mudança. A afirmativa está CERTA! Algumas mudanças podem ser realizadas de forma gradual (lenta) e outras de forma mais imediata (rápidas). Lembram do continuum da mudança visto em aula e das estratégias de superação da resistência? Pois é, dependendo do que a situação requer escolhe-se a estratégia de superação de resistência. 2.6 Tipologia de Mudanças Existem algumas tipologias de mudanças feitas por diversos autores. Lima e Bressan (2003) apresentam uma síntese destas tipologias, que reproduzo abaixo. • Mudança Lenta • As pessoas têm tempo suficiente para mudar • Muito envolvimento das pessoas • Tentativa de reduzir qualquer resistência • Mudança Rápida • As pessoas têm pouco tempo para mudar • Mudança claramente planejada • Pequeno envolvimento das pessoas • Tentativa de superar qualquer resistência Fonte: Chiavenato (2005) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 28 www.pontodosconcursos.com.br Veremos que é importante enfatizarmos as tipologias que dividem as mudanças em primeira ordem e segunda ordem. Vamos enfatizar, neste sentido, a definição de Robbins, que é um autor muito cobrado. Mudança de primeira ordem é uma mudança linear e contínua. Não implica mudanças fundamentais nas pressuposições dos funcionários sobre o ambiente e sobre aspectos que podem causar melhorias nas empresas. Ocorre sem causar quebras nos aspectos-chave da organização. Mudança de segunda ordem é uma mudança multidimensional, multinível, descontínua e radical, que envolve reenquadramento de pressupostos sobre a empresa e o ambiente em que ela se insere. Envolve a quebra de paradigmas organizacionais. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 29 www.pontodosconcursos.com.br Vejam como a CESPE cobrou este assunto: ITEM 13. (CESPE/BANCO DA AMAZÔNIA/2009/ PSICOLOGIA DO TRABALHO) A mudança transformacional, ou de segunda ordem, refere-se ao reenquadramento de pressupostos de uma organização, com alteração de sua missão e objetivo. A afirmativa está CERTA! É a perspectiva teórica de Robbins vista em aula: “Mudança de segunda ordem é uma mudança multidimensional, multinível, descontínua e radical, que envolve reenquadramento de pressupostos sobre a empresa e o ambiente em que ela se insere. Envolve a quebra de paradigmas organizacionais”. Alteração da missão e objetivo são alterações de paradigmas organizacionais. 2.7 Pesquisaação comomodelo de processo de mudança Constitui-se como uma coleta sistemática de dados, seguida da seleção de uma ação de mudança com base no que indicam as análises. São cinco etapas: diagnóstico, análise, retroação, ação e avaliação. 1. Diagnóstico. É a etapa de levantamento de dados, através de entrevistas, exame de documentos e das preocupações de todos na organização, para descobrir o que aflige a organização. 2. Análise. É a fase de síntese e análise das informações para listar problemas e possíveis ações. É a fase de compartilhamentodas descobertas com as 3. Retroação. pessoas na organização e de envolvê-las no processo de mudança. 4. Ação. É o momento de colocar em prática as ações planejadas para provocar a mudança e/ou corrigir os problemas identificados. 5. Avaliação. É a fase em que se comparam os dados coletados no diagnóstico com as mudanças realizadas. A principal vantagem deste modelo é o foco no problema e não na solução. Os problemas é que vão determinar o curso de ação da mudança. Para encerrar este tópico, vejamos uma questão da CESPE: ITEM 14. (CESPE/IPEA/2008/ GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS) Uma das etapas do processo de mudança está associada à criação de um senso de urgência, uma necessidade que justifique a realização do processo. A afirmativa está CERTA! Mudamos por algum motivo. A mudança é realizada quando se conclui que o modo de se realizar uma tarefa, processo ou como a organização está estruturada não responde aos atuais requisitos do mercado que atende (seja público ou privado) ou quando se conclui que não responderá aos cenários vindouros. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 30 www.pontodosconcursos.com.br 2.8 As novas tecnologias e seus impactos na administração organizacional O mundo desde a década de 1970 sofre de forma acelerada transformações advindas das novas tecnologias, principalmente da tecnologia da informação, isto é, convergência entre computador, televisão e telecomunicações. A internet mudou a forma como as organizações se estruturam para funcionar. Três inovações tecnológicas aprofundaram o fenômeno da globalização: A digitalização do som e da imagem, o desenvolvimento da microeletrônica e as tecnologias de transmissão pelas ondas de rádios de alta freqüência e pelas modernas redes de informação. Com estas inovações a velocidade de circulação da informação aumentou exponencialmente. A internet tem se consolidado como um símbolo destas transformações. Algumas das tendências da Internet são: 1. As organizações se vêem obrigadas pela Internet a se transformarem. Cada dia se fortalece o comércio eletrônico dando maior importância às redes eletrônicas de clientes, fornecedores e parceiros. 2. A rede de intermediação dos canais de distribuição de produtos está sendo desbaratado pela internet que aproxima produtores de consumidores. À medida que as organizações se aproximam dos clientes, evitando os usuais distribuidores, melhora-se a relação com os usuários finais, os serviços e reduz-se os custos. 3. O cliente está se tornando cada vez mais poderoso, em conseqüência da disponibilidade de informações na Internet. A exigência crescente dos consumidores por melhores produtos pressiona as organizações. 4. As organizações utilizam a Internet para se tornarem mais inovadoras e eficientes e isto muda o cenário de competição. 5. A velocidade dos negócios muda drasticamente com a Internet. Os horizontes de planejamento ficam cada vez menores, em função do imediatismo da Internet e das expectativas de clientes e fornecedores. 6. A fronteira das organizações se amplia através da Internet. As extranets estão possibilitando a cooperação com fornecedores para ter acesso aos planos e processos operacionais. 7. A aceleração tecnológica provocou a valorização do conhecimento como ativo das empresas e como vantagem competitiva. O maior valor das empresa são seus ativos intangíveis. Vamos à uma questão da ESAF CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 31 www.pontodosconcursos.com.br ITEM 15. (ESAF/ EPPGG/2009) Reduzindo, cada vez mais, o lapso que vai da ficção à realidade, o avanço tecnológico a todos impacta. No campo das organizações, é correto afirmar que: a) o desenvolvimento da robótica interessa mais às organizações industriais e menos às agropecuárias ou de serviços. b) em um país como o Brasil, dada a rigidez da legislação, as relações de trabalho são pouco afetadas pela incorporação de novas tecnologias. c) o domínio do ferramental tecnológico, por si só, é suficiente para garantir a empregabilidade de um indivíduo. d) as organizações virtuais se valem da tecnologia para unir pessoas, ideias e bens sem, todavia, ser necessário reuní-los em um mesmo espaço físico simultaneamente. e) a incorporação de uma nova tecnologia garante o alcance de melhores resultados em comparação aos que seriam obtidos caso a tecnologia anterior fosse mantida. Vamos examinar as afirmativas para encontrar a correta. Alternativa A está ERRADA. Todos os tipos de organizações precisam se adequar aos novos tempos e utilizar maciçamente as novas tecnologias. O agronegócio brasileiro está repleto de exemplos de organizações que utilizam intensamente as tecnologias modernas, inclusive robótica. Alternativa B está ERRADA. Pelo contrário, as relações de trabalho tem sido fortemente afetadas pelas tecnologias. A implantação de novos processos baseados em utilização intensiva de tecnologia, impacta a forma em que os sindicatos atuam na defesa de suas categorias. Temos como exemplos o setor bancário: a notória eficiência do auto- atendimento em equipamentos bancários e pela internet, enfraqueceu os argumentos de dispensa em massa. Os bancários precisaram se reorganizar e pautar suas lutas com outros argumentos. Alternativa C está ERRADA. Empregabilidade é um conceito que abrange o domínio de competências amplas para o novo mundo de trabalho, o que garantia a possibilidade de se estar empregado em qualquer circunstância e a qualquer momento. Domínio tecnológico é apenas uma destas competências. Sozinha não garante a empregabilidade. Alternativa D está CERTA. Fácil, Fácil! Ora organizações virtuais são aquelas que utilizam a tecnologia para reunir pessoas, de diferentes lugares, sem necessidade de deslocamento, de forma assíncrona, ou seja, em momentos distintos. Eventualmente estes encontros podem ser feitos de forma síncrona, todos conectados ao mesmo tempo por computadores para uma conferência. Alternativa E está ERRADA. Nem sempre a incorporação de uma nova tecnologia é garantia de sucesso. Existem outras variáveis envolvidas, como o custo da nova tecnologia versus o benefício para a produção, muitas vezes a escala em que se produz não justifica uma ova tecnologia. Outro exemplo: um processo realizado de forma equivocada, que continua a ser executada de forma errônea com a implantação da nova tecnologia. O rearranjo do processo talvez desse mais resultado. Sendo assim, o gabarito é a alternativa D. E para finalizar este tópico, vamos ver uma questão da CESPE. ITEM 16. (CESPE/SEBRAE/2008/ GESTÃO DE PESSOAS) A rápida evolução das novas tecnologias da informação e comunicação aumentou a rapidez da comunicação entre pessoas, rompeu barreiras físicas e temporais entre pessoas, bem como redefiniu os contornos das estruturas hierárquicas nas organizações. Esse cenário marcado por mudanças tecnológicas, estruturais e políticas afetou as atividades tradicionais de gestão de pessoas. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 32 www.pontodosconcursos.com.br A afirmativa está CERTA! Exato! As novas tecnologias da informação alteraram a forma de relacionamento, aproximou as pessoas, mesmo que distantes fisicamente, forçou a horizontalização das organizações, enfim provocou transformações 3. Comunicação Uma organização funciona a partir dos processos de comunicação. Esta é fundamental para assegurar a coesão e a interligação entre todos os membros da organização. Sem comunicação as pessoas ficam isoladas e sem contato entre si. Quando falamos de comportamento humano e cultura organizacional a comunicação deve ser a primeira área a ser enfocada, em face de sua importância para o trabalho nestas outras áreas. Comunicação pode ser conceituada como a transferência e compreensão de mensagens. Um conceito mais amplo:fluxo de mensagens entre um emissor para um destinatário utilizando um canal. Neste processo o receptor pode responder com uma outra mensagem, que podemos de chamar de feedbakc ou retroação. A comunicação pode ter sua eficácia afetada durante o processo por ruídos, ou elementos/fenômenos que interfiram no correto entendimento da mensagem enviada. Vejam esta questão da CESPE ITEM 17. (CESPE/HEMOBRAS/ RELAÇÕES PÚBLICAS /2008) A comunicação organizacional é o conjunto de subáreas da comunicação que atuam separadamente e com objetivos distintos. A afirmativa está ERRADA! Definição esdrúxula e sem sentido. Questões como esta não podemos bobear! Relembrem a definição de comunicação organizacional: ”é o processo por meio do qual a informação é intercambiada pelas pessoas dentro de uma organização”. Portanto, não faz sentido ser uma subárea que atua separadamente e com objetivos distintos. 3.1 Funções da Comunicação A comunicação apresenta quatro funções básicas: controle, motivação, expressão emocional e informação. . A comunicação apresenta a função de controle quando é 1. Controle utilizada para divulgar normas e procedimentos de trabalho. É um instrumento hierárquico neste sentido. No plano informal um grupo controla outro quando o hostiliza. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 33 www.pontodosconcursos.com.br 2. Motivação. Quando a comunicação é utilizada na organização para comunicar metas e definir objetivos ela serve como instrumento para promover a motivação. 3. Expressão emocional. É a forma pela qual um grupo pode exprimir seus sentimentos de satisfação ou insatisfação. . Proporciona as informações necessárias ao processo de 4. Informação tomada de decisão. 3.2 Processo de Comunicação O modelo de comunicação mais utilizado é o de Shannon, Weaver e Schramm. A comunicação neste modelo é fluxo bem definido. A interrupção do fluxo é geradora de problemas na comunicação. Neste modelo a comunicação é composta de sete partes: 1. Fonte. É o emissor ou comunicador da mensagem. Inicia a comunicação através da codificação de uma mensagem. A mensagem é um produto físico: pode ser a fala, a escrita, um quadro, uma música, um gesto. A mensagem é afetada pelo código ou símbolos que utilizamos. 2. Codificação. Para ser transmitida a mensagem precisa ser codificada adequadamente, isto é, seus símbolos precisam ser traduzidos de forma que se tronem inteligíveis atreves do canal que escolhemos. 3. Canal. É o veículo ou mídia através do qual a mensagem é encaminhada. É um meio existente fora do comunicador e é escolhido por ele. Pode ser percebido por todos. Pode ser um discurso oral, documentação escrita, comunicação não-verbal. Também pode-se utilizar as modernas tecnologias como veículos: e-mail, telefone, internet. O canal pode ser formal quando é determinado pela organização para transmitir informações relativas ao trabalho ou informal como as redes sociais e pessoais que transmitem informações de forma espontânea. 4. Decodificação. É o processo de tradução dos símbolos utilizados na mensagem na mente do receptor. Quando a imagem decodificada CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 34 www.pontodosconcursos.com.br corresponde à imagem transmitida houve sucesso na comunicação. O receptor deve ser capaz de poder traduzir a mensagem enviada, ou seja, ele precisa ter capacidade para decodificar os símbolos transmitidos, do contrário não haverá comunicação eficaz. Quando se transmite uma mensagem deve se levar em conta as capacidades do receptor neste sentido. 5. Receptor. É o sujeito final da mensagem. É o destinatário da comunicação. 6. Retroação. É a verificação do sucesso da comunicação. É o feedback enviado pelo receptor ao emissor sobre a compreensão da mensagem ( ou não). A comunicação eficaz é aquela que vai do emissor ao receptor e de retorna ao emissor com retroação positiva, ou seja, com perfeito entendimento da mensagem. A retroação pode ser verbal ou não-verbal. Se houver uma reação inapropriada significa que a comunicação não foi bem sucedida. 7. Ruído. São os fatores que podem distorcer uma mensagem. São perturbações indesejáveis que tendem a alterar, distorcer ou alterar, de maneira imprevisível, a mensagem transmitida. Pode ocorrer em qualquer etapa do processo de comunicação. Estão incluídos entre os ruídos a geração de boatos, as informações ambíguas, as interferências em comunicações telefônicas ( como barulhos, cruzamento de linhas, etc) que causam falta de compreensão. Veja no quadro a seguir alguns exemplos de comunicação. Vejamos como a ESAF cobrou as etapas do processo de comunicação. ITEM 18. (ESAF/ ANEEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2004) Identifique a opção que indica, em ordem seqüencial, elementos que constituem o processo de comunicação entre os membros da organização. a) Fonte, transmissão, escrita, fax, decodificação e resposta. b) Fonte, codificação, transmissão, recebimento, decodificação e feedback. c) Idéia, receptor, transmissão, codificação, recebimento e resposta. d) Idéia, escrita, recebimento, decodificação e feedback. e) Escrita, fax, codificação, transmissão, decodificação e resposta. Esta ficou fácil! O gabarito é alternativa B! É exatamente a seqüência do processo de comunicação que vimos em aula. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 35 www.pontodosconcursos.com.br As outras alternativas incluem elementos que não fazem parte do processo de comunicação ou estão fora da seqüência que vimos em aula. O processo de comunicação pode ser eficiente e eficaz. A eficiência se relaciona com o correto uso dos meios utilizados para a comunicação. A eficácia está relacionada com o alcance dos objetivos desejados com a transmissão da mensagem. A comunicação humana, a despeito das modernas tecnologias, ainda é limitada passível aos mesmos fenômenos que perturbavam a comunicação de nossos antepassados. As diferenças individuais, os traços de personalidade, percepção e atribuição, motivação e limitações humanas influenciam a capacidade humana em termos de comunicação. Veja o quadro abaixo com a esquematização do processo de comunicação. Fonte: Chiavenato (2005) Vamos à mais uma questão da ESAF: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 36 www.pontodosconcursos.com.br ITEM 19. (ESAF/ ANEEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2009) Assinale a opção que apresenta uma forma de controle tanto para a abordagem organizacional dos sistemas quanto para a comunicação interpessoal nas organizações. a) entropia b) feedback c) homeostasia d) conflito e) legitimidade O gabarito é a alternativa B! Para a teoria dos sistemas, as organizações recebem feedback externo e com isto são influenciadas pelo meio externo. Vimos que na comunicação um dos elementos é o feedback ou retroação. 3.3. Barreiras à Comunicação Vimos acima que nem o processo de comunicação funciona adequadamente. O correto funcionamento depende dos sete componentes que o constituem. Nem sempre a mensagem é decodificada pelo receptor da forma que foi enviada. Isto acontece por que em todo processo de comunicação existem barreiras que servem obstáculos ao perfeito entendimento. São três estes tipos de barreiras: 1. Barreiras pessoais. São interferências que decorrem de limitações, emoções e valores humanos de cada indivíduo. As barreiras mais comuns em situações de trabalho são hábitos deficientes de ouvir, percepções, emoções, motivações, sentimentos pessoais. . São interferências que ocorrem no ambiente em que 2. Barreiras físicas acontece o processo de comunicação. Um evento que possa distrair, uma porta que se abre, a distância física entre as pessoas, ruídos ao telefone, etc. . São as limitaçõesou distorções decorrentes do 3. Barreiras semânticas símbolos por meio dos quais a comunicação é feita. As palavras, gestos, sinais, símbolos, etc., podem ter diferentes significados e sentidos para diferentes pessoas. As diferenças de idiomas são um exemplo de barreiras semânticas. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 37 www.pontodosconcursos.com.br Além das barreiras acima o processo de comunicação pode sofrer com outros fatores organizacionais, interpessoais ou individuais que afetam sua eficácia. São elas: a) Filtragem. É a manipulação da informação pelo emissor, para que seja vista de maneira mais favorável pelo receptor. b) Percepção seletiva. Ocorre quando emissor, receptor, ou ambos vêem e escutam seletivamente com base em suas próprias necessidades, motivações, interesses e experiências. c) Sobrecarga de informação. Ocorre quando o volume ou quantidade de informação ultrapassa os limites de processamento do destinatário, ocasionando perda de informação ou distorção do conteúdo. d) Distorção. Ocorre quando a mensagem sofre alteração, deturpação ou modificação, alterando seu conteúdo original. e) Omissão. Ocorre quando aspectos importantes da comunicação cortados ou cancelados, seja pela fonte ou pelo destinatário, ocasionando que o conteúdo da comunicação perca substância. As barreiras podem ocorrer simultaneamente ocasionando que a mensagem seja filtrada, bloqueada ou distorcida como ilustrado no quadro abaixo. Fonte: Chiavenato (2005) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 38 www.pontodosconcursos.com.br Vejam esta questão da ESAF: ITEM 20. (ESAF/ ANEEL/ANALISTA ADMINISTRATIVO/2009) Assinale a opção que apresenta apenas barreiras à comunicação interpessoal nas organizações. a) ruído - decodificação - diferenças de linguagem b) diferenças de linguagem - decodificação – reações emocionais c) codificação - reações emocionais – percepções diferentes d) percepções diferentes - ruído - diferenças de linguagem e) reações emocionais - codificação - ruído O gabarito é a alternativa D! Estas constituem barreiras pessoais à comunicação: percepções, diferenças de linguagem e ruídos. Todas as outras alternativas estão erradas. Notem que decodificação e codificação são etapas do processo de comunicação e não barreiras à comunicação. 3.4 Estilos de Conversação Para que a comunicação seja eficaz é necessário que as pessoas entendam como é seu processo conversacional. Alguns autores do Marketing adaptaram uma abordagem típica daquela disciplina para a comunicação, com o objetivo de incentivar a compreensão do processo de comunicação entre as pessoas. Entender como o outro funciona pode trazer benefícios para as pessoas que trabalham em uma organização. Veja o quadro abaixo com os estilos de conversação. Não via ainda isto ser cobrado em concurso, porém estou incluindo no material como precaução. Fonte: Chiavenato (2005) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 39 www.pontodosconcursos.com.br 3.5 Comunicação Organizacional A comunicação organizacional é o processo por meio do qual a informação é intercambiada pelas pessoas dentro de uma organização. Esta comunicação pode fluir através de canais formais ou informais, subir e descer através da hierarquia, ou se movimentar lateral ou horizontalmente. Os canais formais de comunicação são aqueles que fluem dentro da cadeia de comando ou responsabilidade da organização. Existem três tipos de canais formais: : São as mensagens enviadas do topo aos 1. Comunicações descendentes subordinados. Pode ser feita através de conversas, reuniões, mensagens em publicações da organização, correio eletrônico, memorando, vídeos, seminários, manuais de políticas, etc. 2. Comunicações ascendentes: São as que fluem dos níveis mais baixos para cima. Encaminham problemas e soluções, sugestões de melhorias, etc. 3. Comunicações horizontais: é o intercâmbio lateral ou diagonal de mensagens entre pares ou colegas. Serve aos propósitos de coordenação das atividades na organização. Estas não seguem o organograma tradicional de hierarquia como o fazem as comunicações para cima e para baixo. As formas lateral e diagonal de comunicação, diferenciam-se entre si em termos dos níveis organizacionais envolvidos. A comunicação lateral é entre indivíduos ou departamentos diferentes que estão no mesmo nível hierárquico. A comunicação diagonal envolve a comunicação entre dois níveis hierárquicos diferentes. Veja no quadro abaixo os três tipos, o propósito a que servem e as principais configurações de cada tipo. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 40 www.pontodosconcursos.com.br Fonte: Chiavenato (2005) É importante ressaltar que as organizações são sistemas abertos e, como tal, intercambiam com o ambiente externo e recebem feedback. Portanto a comunicação organizacional também afeta o ambiente externo à organização, no qual ela está inserida. Sobre isto vejamos uma questão da CESPE ITEM 21. (CESPE/HEMOBRAS/ RELAÇÕES PÚBLICAS /2008) A comunicação organizacional envolve instituição, mercado e público interno. A afirmativa está CERTA! Como vimos em aula, as organizações são sistemas abertos, portanto a comunicação afeta o ambiente interno e externo Vejamos uma questão da FCC ITEM 22. (FCC/TCE-GO/2009/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO- GESTÃO DE PESSOAS) Em relação às barreiras à comunicação em uma organização. (A) (B) (C) (D) (E) I. Quanto menor o número de níveis de autoridade por meio dos quais as comunicações devem passar, tanto menor será a perda ou a distorção da informação. II. A comunicação horizontal ocorre quando as informações são partilhadas entre as pessoas do mesmo nível hierárquico, podendo ocorrer tanto entre pessoas da mesma equipe de trabalho como entre pessoas de departamentos diferentes. III. A sobrecarga de informação é um problema decorrente do excesso de liberdade na relação entre os níveis gerenciais e operacionais da organização. IV. O fluxo de comunicação de baixo para cima deve ser estritamente controlado pela direção; os funcionários devem ser motivados a fornecer apenas as informações previamente solicitadas. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 41 www.pontodosconcursos.com.br V. É fundamental para a eficiência da organização que a alta direção procure reduzir o fluxo de informações informais, especialmente as de tipo horizontal. (A) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II. (B) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. (C) Estão corretas APENAS as afirmativas I, III e V. (D) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. (E) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III, IV e V. A afirmativa I está CERTA! Bastava a intuição para “matar” esta afirmação. Se o número de interlocutores é menor a possibilidade de ruído na comunicação também é menor. A afirmativa II está CERTA! Vimos no quadro do Chiavenato que a comunicação horizontal ocorre entre pares e entre departamentos. A afirmativa III está ERRADA! Não, sobrecarga de informação não se relaciona com liberdade na relação. A afirmativa IV está ERRADA! Não, esta é uma perspectiva autoritária e deletéria para qualquer organização. Vimos que devem ser incentivadas a comunicação que ofereça sugestões de melhoria, por exemplo. A afirmativa V está ERRADA! Reduzir a comunicação horizontal é prejudicar a coordenação das ações dentro da organização. Sendo assim, o gabarito é a alternativa A. Vamos à outra questão da FCC ITEM 23. (FCC/TCE-GO/2009/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO- GESTÃO DE PESSOAS) Em relação ao fluxo informal de informações em uma organização é correto afirmar: (A) O livre fluxo de informações
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