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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 4 – Administração para SEFAZ-RJ Olá, pessoal! Chegamos à nossa quarta aula. Como tenho feito com os temas tratados até aqui tenho procurado trabalhar com os autores que a FGV usa em seus concursos ( em geral pesquisadores da própria FGV). Para os assuntos tratados nesta aula, infelizmente não encontrei muitas questões da FGV, por isto trabalhei com questões da CESPE e da FCC. Os assuntos de hoje são os seguintes: Aula 4 - 21/03 11. Gestão de pessoas. 12. Administração participativa.13. Desenvolvimento de equipes. Sumário 1. Gestão Estratégica de Pessoas . ......................................................................................... 2 1.1. Planejamento Estratégico de Recursos Humanos . ........................................................ 4 1.2. Perspectiva da Gestão de Pessoas segundo Mota & Vasconcelos . ................................ 9 1.2.1 O Modelo Instrumental . ............................................................................................... 9 1.2.2. O Modelo Político de Gestão de Pessoas . ................................................................. 12 2. Administração Participativa. ............................................................................................ 15 3. Desenvolvimento de Equipes . ......................................................................................... 22 3.1 Trabalho em Equipe. ...................................................................................................... 22 3.2 Capacitação, Desenvolvimento e Treinamento. ............................................................ 31 4. Lista de Questões. ............................................................................................................ 45 5. Gabarito . .......................................................................................................................... 50 6. Questões Comentadas. .................................................................................................... 51 CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 2 www.pontodosconcursos.com.br 1. Gestão Estratégica de Pessoas A moderna gestão de pessoas ganhou importância crescente nas últimas décadas em face da complexificação das organizações. São as pessoas os motores fundamentais das organizações. Considerava-se antigamente que o relacionamento entre pessoas e organizações era antagônico e conflitante. De fato esta era a perspectiva das organizações mecânicas, prescritivas e voltadas para a tarefa. As organizações modernas foram obrigadas a tomar uma outra postura diante das pessoas em função do desenvolvimento das modernas tecnologias e dos cenários. As organizações dependem das pessoas. Por outro lado as pessoas atingem seus objetivos através das organizações. Naturalmente a perspectiva do conflito continua presente em muitas matrizes teóricas, mas isto não interessa para nós, que estamos nos preparando para o concurso da Fiocruz. Com relação ao processo de gestão estratégica de pessoas é importante analisarmos como o principal autor desta área, o Professor Idalberto Chiavenato, descreve a função Gestão de Pessoas. Segundo Chiavenato os aspectos fundamentais em que se baseia a gestão de pessoas são: 1. As pessoas como seres humanos. As pessoas não são recursos. São seres dotados de individualidades, histórias particulares, habilidades e conhecimentos diferentes. 2. As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais. São as pessoas que impulsionam as organizações. Não são elementos inertes e passivos. São o elemento fundamental para inovação e competitividade. 3. As pessoas como parceiros da organização. As pessoas são parceiros das organizações. São elas que dotam a organização de inteligência e a conduzem ao sucesso. Como parceiros fazem investimento e esperam um retorno em forma de salário, benefícios e reconhecimento. A gestão de pessoas refere-se às políticas e práticas necessárias para se administrar o trabalho das pessoas. Em geral dizem respeito aos seguintes processos: 1. Análise e descrição de cargos. 2. Desenho de cargos. 3. Recrutamento e Seleção de Pessoal. 4. Admissão de candidatos selecionados. 5. Orientação e integração de novos funcionários. 6. Administração de cargos e salários. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 3 www.pontodosconcursos.com.br 7. Incentivos salariais e benefícios sociais. 8. Avaliação de desempenho dos funcionários. 9. Comunicação aos funcionários. 10. Treinamento e desenvolvimento de pessoas. 11. Desenvolvimento Organizacional. 12. Higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho. 13. Relações com empregados e relações sindicais. Ainda segundo Chiavenato estas práticas e políticas podem ser agrupados em seis processos básicos. Importante dar atenção a este agrupamento pois eu já vi ser cobrado em concurso uma questão referente à composição de um destes processos. Veremos esta questão mais adiante. Os seis processos são: 1. Processos de Agregar Pessoas. São os processos utilizados para incluir novas pessoas na organização. Inclui os processos de recrutamento e seleção de pessoas. 2. Processos de Aplicar Pessoas. São os processos usados para desenhar as atividades das pessoas nas organizações, orientar e acompanhar seu desempenho. Refere-se aos processos de desenho organizacional, desenho de cargos, análise e descrição de cargos, orientação das pessoas e avaliação de desempenho. 3. Processos de Recompensar Pessoas. São usados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades. Inclui recompensas, remuneração, benefícios e serviços sociais. 4. Processos de Desenvolver Pessoas. São utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento pessoal dos colaboradores. Inclui os processos de treinamento e desenvolvimento, programas de mudanças e desenvolvimento de carreiras e programas de comunicação e consonância. 5. Processos de Manter Pessoas. São usados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para que as pessoas realizem suas atividades. Inclui os processos de administração da disciplina, higiene, segurança e qualidade de vida no trabalho e relações sindicais. 6. Processos de Monitorar Pessoas. Usados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e monitorar resultados. Inclui banco de dados e sistemas de informações gerenciais. É preciso muita atenção para não confundir os processos que estão incluídos nos seis macro-processos. Pode parecer loucura achar que a banca pode vir a cobrar uma perspectiva teórica de um CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 4 www.pontodosconcursos.com.br determinado autor, mas lembrem-se que Chiavenato é o principal autor deste tema no Brasil. 1.1. Planejamento Estratégico de Recursos Humanos O planejamento de estratégico Recursos Humanos é parte integrante do planejamento estratégico das organizações. Neste sentido não é possível falar em um plano de RH se não há um planejamento da organização. O plano da organização é a diretriz fundamental para a elaboração do planejamento de RH. Já estudamos em aula anterior o processo de planejamento organizacional, no qual o planejamento de RH deve se basear. Como vimos o planejamento estratégico é parte integrante do planejamento estratégico. É o planejamento estratégico da organização que irá alimentar o planejamento estratégico de RH. A uma determinada estratégia organizacional deve corresponder o planejamento estratégico de RH. Este refere-se à maneira como a função RH pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e ao mesmo tempo contribuir para o alcance dos objetivos individuaisdos funcionários. O planejamento estratégico de RH é o processo de decisão quanto aos recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais. Trata-se de definir com antecedência o total de trabalhadores necessários e as competências requeridas para cada um deles para a consecução da ação organizacional futura. As bases do planejamento de RH são a demanda de trabalho e o fornecimento de trabalho. A FGV também cobrou este assunto. Vejam: ITEM 1. (FGV- CODESP/2010. ADMINISTRADOR) Um plano de recursos humanos especifica as alternativas selecionadas pelas decisões de RH e os atributos dos padrões que são usados para avaliá-las. A esse respeito analise as afirmativas abaixo: As decisões de recursos humanos são escolhas sobre como gastar recursos em atividades de RH voltadas ao atingimento de objetivos. PORQUE Os objetivos referem-se às escolhas disponíveis, cada qual demandando recursos e produzindo determinado conjunto de resultados. Assinale a alternativa correta . (A) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 5 www.pontodosconcursos.com.br (B) A primeira afirmação é falsa, e a segunda é verdadeira. (C) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda é falsa. (D) As duas afirmações são falsas. (E) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. O gabarito é a letra C. A primeira afirmação é verdadeira. Comentamos isto: o planejamento estratégico de RH é o processo de decisão quanto aos recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais. A segunda afirmação é falsa. Comentamos que: Um objetivo é um resultado que se pretende alcançar dentro de um determinado período de tempo. Portanto não são escolhas disponíveis, antes são resultados a serem perseguidos. Vejamos agora alguns modelos de planejamento de RH. Modelos de Planejamento de RH Antes de falarmos dos modelos é importante citarmos que existem três alternativas para a elaboração do Planejamento de RH: 1. Planejamento Adaptativo. É quando o planejamento estratégico de RH é realizado após a elaboração do planejamento de RH da empresa e procura adaptar-se a ele e contribuir para sua implementação; 2. Planejamento Autônomo. É quando o planejamento é feito isoladamente pelos especialistas da área, sem nenhuma preocupação ou articulação com o planejamento estratégico da organização. 3. Planejamento Integrado. É quando o planejamento de RH é realizado de forma integrada ao planejamento estratégico da organização. Esta é a melhor alternativa. Vejamos agora os modelos de Planejamento estratégico de RH. 1. Modelo Baseado na procura estimada Este modelo baseia-se na demanda por produtos ou serviços para elaborar as necessidades de pessoal. A relação número de funcionários/procura de produtos ou serviços é influenciada pela tecnologia disponível, disponibilidade interna e externa de recursos financeiros e disponibilidade de pessoas na organização. Os acréscimos de produtividade podem acarretar redução do número de pessoas. Este modelo utiliza dados históricos e extrapolações para determinação do quantitativo de pessoal necessário. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 6 www.pontodosconcursos.com.br A desvantagem é que não utiliza fatos imprevistos na quantificação, como estratégias dos concorrentes, falta de matéria-prima, situação do mercado de clientes, etc. 2. Modelo Baseado em segmentos de cargos É o modelo baseado na escolha de fatores estratégicos que influenciam a necessidade de pessoal, como por exemplo nível de vendas, volume de produção, plano de expansão, etc. Este modelo preocupa-se com os níveis operacionais da organização. Consiste em escolher segmentos de cargos operacionais que apresentem grandes variações no processo produtivo. Escolhe-se um dos fatores estratégicos e estabelece-se os níveis históricos passados e futuros para cada fator estratégico. Em seguida projeta-se os níveis futuros para os segmentos de cargos selecionados. 3. Modelo de substituição de postos-chave É um modelo que planeja o encarreiramento dos funcionários na estrutura da organização. Trata-se da representação visual de quem substitui quem na eventualidade de alguma vaga futura na organização. Neste modelo o desempenho de cada um dos prospectivos ocupantes de vagas é monitorado constantemente. Também é atribuído valor a uma outra variável: a promovabilidade, que é baseada no desempenho atual e nas estimavas de sucesso no novo cargo. 4. Modelo baseado no fluxo de pessoal Neste modelo o fluxo de entradas, saídas, promoções e transferências de pessoal é mapeado para determinar o quantitativo de pessoal necessário a curto prazo. É um modelo vegetativo e conservador, de natureza contábil, adequado para organizações estáveis e sem planos de expansão. A preocupação é apenas preencher as vagas existentes e cuidar da rotina. A vantagem é que este modelo pode antecipar as contingências, como as promoções, aumento da rotatividade, dificuldades de recrutamento. É muito útil se for combinado com o modelo de substituição de postos-chave. 5. Modelo de planejamento integrado É um modelo sistêmico e abrangente que permite um diagnóstico adequado para a tomada de decisões. Consiste no mapeamento de quatro variáveis intervenientes no processo de planejamento de pessoal: volume de produção planejado pela organização; mudanças tecnológicas da organização que alterem a produtividade de pessoal; condições de oferta e procura no mercado de trabalho e comportamento da clientela; planejamento de carreiras. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 7 www.pontodosconcursos.com.br Fatores que influenciam no Planejamento de RH O dimensionamento de pessoal em organizações deve considerar fatores que influenciam na disponibilidade de pessoal total. As pessoas se atrasam, adoecem, saem de férias, etc. Por isso o planejamento de RH deve incluir em sua análise os seguintes fatores: absenteísmo e rotatividade. 1. Absenteísmo. Diz respeito ao temo de trabalho perdido quando so empregados não comparecem. Constitui a soma dos períodos em que os empregados não compareceram em virtude de falta, atraso ou outros motivos. Usualmente usa-se a seguinte fórmula para calcular o absenteísmo em dias: No de pessoas/ dias de ausência Índice de absenteísmo = _____________________________ No médio de empregados x No de dias de trabalho no mês A motivação para a assiduidade ao trabalho é afetada pelas práticas organizacionais (recompensas à assiduidade e punições ao absenteísmo), pela cultura de ausência (quando as faltas são consideradas aceitáveis ou inaceitáveis) e atitudes, valores e objetivos dos funcionários. 2. Rotatividade. É o resultado da saída de alguns funcionários e a entrada de outros para substituí-los. Existem dois tipos de desligamento: o desligamento voluntário, por iniciativa do empregado e o desligamento por iniciativa do empregador. O primeiro tipo deve-se à insatisfação do funcionário com a organização ou com o vislumbre de oportunidades melhores no mercado de trabalho. O segundo tipo deve-se à necessidade das organizações de reduzir pessoal, ou de substituir empregados por outros com adequação maior às tarefas. Uma prática de RH para avaliar os motivos e percepções dos funcionários que saem das organizações são as entrevistas de desligamento. As informações coletadas são tratadas estatisticamente para se estudar as causas da rotatividade. As organizações costumam usar a seguinte fórmula para calcular a rotatividade de pessoal: (Admissões + demissões./2 ) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELOCAMACHO 8 www.pontodosconcursos.com.br Índice de Rotatividade = ____________________________ X 100 Efetivo médio do período Esta fórmula considera as entradas e saídas no cálculo da rotatividade. Outra alternativa é considerar apenas as saídas, como a fórmula sugerida por Chiavenato. No de empregados desligados Índice de Rotatividade = ____________________________ Efetivo médio do período Vejam como este assunto foi cobrado pela FGV: ITEM 2. (FGV- CAERN/2010. ADMINISTRADOR) Uma empresa está realizando o seu planejamento de RH e aplica um modelo que consiste em: i) escolher um fator estratégico cujas variações afetam proporcionalmente as necessidades de pessoal; ii) estabelecer os níveis históricos e futuros para cada fator estratégico; iii) determinar os níveis históricos da mão de obra para cada unidade; e iv) projetar os níveis futuros de mão de obra para cada unidade por meio da correlação com a projeção dos níveis do fator estratégico correspondente. Assinale a alternativa que corresponde ao modelo cujas características foram aplicadas pela empresa. (A) modelo de substituição de postos-chave (B) modelo baseado no fluxo de pessoal (C) modelo baseado em segmentos de cargos (D) modelo baseado na procura estimada do produto (E) modelo de planejamento integrado O gabarito é a letra C. É a descrição do modelo baseado segmentos de cargos. É o modelo baseado na escolha de fatores estratégicos que influenciam a necessidade de pessoal, como por exemplo nível de vendas, volume de produção, plano de expansão, etc. Este modelo preocupa-se com os níveis operacionais da organização. Consiste em escolher segmentos de cargos operacionais que apresentem grandes variações no processo produtivo. Escolhe-se um dos fatores estratégicos e estabelece-se os níveis históricos passados e futuros para cada fator estratégico. Em seguida projeta-se os níveis futuros para os segmentos de cargos selecionados O modelo de substituição de postos-chave é basicamente um modelo de planejamento de carreiras. O modelo de fluxo de pessoal é um modelo contábil que leva em consideração as entradas e saídas, transferências e promoções de pessoal. O modelo baseado na procura estimada do produto leva em consideração a demanda de encomendas de produtos ou serviços. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 9 www.pontodosconcursos.com.br E, por fim, o modelo de planejamento integrado é um modelo que abarca as perspectivas de carreiras dos funcionários, o fluxo de entradas e saídas, as demandas por produtos e as mudanças tecnológicas. 1.2. Perspectiva da Gestão de Pessoas segundo Mota & Vasconcelos Uma abordagem cobrada na prova de 2009 para Auditor Fiscal do ICMS-RJ pela FGV foi a perspectiva da gestão de pessoas de Fernando Mota e Isabela Vasconcelos, pesquisadores da FGV. Em geral, noto que muitas questões cobradas são de autores ligados à FGV. Portanto é absolutamente necessário trazer estes autores à tona e comentar as questões retiradas destes conteúdos. Segundo os autores citados, a expressão recursos humanos está sendo substituída pela expressão gestão de pessoas, pois esta última parece mais adequada ao considerar o empregado como uma pessoa integral, e não apenas como mero fator produtivo. Ainda segundo os autores, dependendo das técnicas de gestão de pessoas adotadas, valorizam-se diferentes perfis gerenciais. Os mesmos autores demonstram que o modelo instrumental de gestão de pessoas, pautado em valores conservadores e burocráticos, está sendo gradativamente substituído pelo modelo político, em que o papel da gestão é promover a participação e o debate. Abaixo eu reproduzo a perspectiva teórica dos autores sobre estes dois modelos. Ressalte-se que esta é uma perspectiva teórica advinda dos trabalhos do francês Barber. 1.2.1 O Modelo Instrumental Segundo os autores, as organizações, os profissionais do setor e livros de administração que embasam a sua análise neste modelo propõem um corpo teórico composto dos seguintes conceitos: • O mercado se impõe à empresa, que é considerada um instrumento racional de produção, cuja estratégia é definida por seus diretores em função das pressões deste mercado, do setor e dos valores organizacionais. • A Gestão de Recursos Humanos tem a função de implantar esta estratégia buscando a maximização do resultado econômico e uma melhor performance dos empregados, uma vez que em tese toda a CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 10 www.pontodosconcursos.com.br comunidade organizacional será beneficiada pelo aumento da produtividade. • O pagamento por produtividade e o valor "igualdade de oportunidades" são características importantes deste modelo. Ele é baseado no conceito de eficiência econômica e no argumento de que a eficiência social gera a eficiência econômica e vice-versa. • Os indivíduos devem ter mais autonomia mas somente na medida em que este desenvolvimento seja útil à empresa. Desta forma, os empregados são considerados como seres utilitaristas e condicionáveis através de ações baseadas no conceito de estímulo- resposta, através de uma interpretação própria e muitas vezes simplificada das técnicas behavioristas. Os profissionais de Recursos Humanos, dentro deste modelo, consideram que é possível implantar- se programas baseados nestes conceitos, levando os indivíduos a adotar os comportamentos esperados, medindo-se às respostas aos estímulos dados, comparando-as aos resultados da produção e aos investimentos realizados no programa. Não se fala em atores sociais, mas em agentes. A Gestão de Pessoas, considerada ainda em seu aspecto tradicional de Gestão de Recursos Humanos tem assim o seguinte papel: • Avaliar as necessidades e os recursos dos grupos organizacionais, • Descrever os cargos e os provê-los segundo um recenseamento sistemático dos candidatos, através de procedimentos de seleção "objetivos"; • Avaliar os cargos e as performances dos empregados, remunerando-os eqüitativamente a fim de motivá-los; • Treinar os indivíduos, melhorar as condições de trabalho, informar, comunicar e assegurar relações sociais satisfatórias. A participação dos grupos organizacionais é considerada importante a fim de obter a sua adesão à estratégia da empresa. Existem ainda outras características ainda a serem consideradas: • Empresa considerada como um organismo adaptativo; • Meio Ambiente "natural" visto como um dado da realidade; • Planejamento estratégico, seleção e gestão de recursos humanos coordenados pelos profissionais da área; CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 11 www.pontodosconcursos.com.br • Atores sociais condicionáveis (“agentes”). Estratégia utilitarista determinada em função das pressões do mercado e do setor e pelos valores dos dirigentes; • Pressuposto de convergência de interesses da comunidade organizacional. A organização segue um modelo ideal baseado na harmonia social e no desenvolvimento de uma estratégia "ótima" para o atingimento de objetivos econômicos contingentes. Além destas características, a mudança organizacional é percebida como fruto de decisões estruturadas por uma diretoria central, a qual possuiria a totalidade das informações necessárias sobre as pressões setoriais e a estrutura da concorrência; o poder de definir a política a ser seguida e de decidir os melhores meios de ação tendo em vista os problemas da organização. A mudança normalmente é imposta “top- down”. Modelo Instrumental Empresa como Instrumento racional de Produção Maximização do resultado econômico Pagamento por produtividade Pressuposto de que eficiência social gera eficiência econômica Autonomia e descentralização controladas pela padronização dos processos decisóriosna organização Homogeneidade cultural Indivíduos considerados agentes condicionáveis e previsíveis Evita‐se o conflito Fonte: Mota & Vasconcelos (2006) As Funções do Modelo Instrumental Avaliação das necessidades da organização e de seus recursos Descrição e provimento dos cargos pro meio de métodos de avaliação "objetivos" Busca de "eficiência" social para atingir maior produtividade Treinamento e Comunicação Modelo funcionalista Adaptação ao meio ambiente de negócios Fonte: Mota & Vasconcelos (2006) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 12 www.pontodosconcursos.com.br 1.2.2. O Modelo Político de Gestão de Pessoas O modelo Político de Gestão de Recursos Humanos foi criado a partir dos estudos sobre motivação de Herzberg e pelos estudos do Tavistock Institut de Londres, que embasaram o movimento da "Democracia Industrial” surgido nos anos 60 nos países escandinavos. Programas como o de melhoria das condições de trabalho, a humanização do trabalho e a reestruturação das tarefas (enriquecimento e ampliação), bem como a criação dos grupos semi- autônomos de produção são alguns dos movimentos inspirados nestas teorias . O debate político e a auto-organização eram valores defendidos dentro deste movimento. O modelo diferencia-se do modelo Instrumental sobretudo pela incorporação da idéia de conflito e divergência tendo em vista os diferentes interesses dos atores organizacionais. Reconhece-se a existência de várias lógicas de ator e critérios de ação válidos, tendo em vista o modelo da racionalidade limitada de Simon, segundo o qual toda a racionalidade é relativa ao ator social que decide, não existindo uma racionalidade absoluta inquestionável. Apesar de reconhecer-se a existência de conflitos na organização, os dirigentes buscam superá-los através da negociação, obtendo a coesão entre as partes envolvidas no processo de decisão. Um bom gerente, segundo este modelo, é um árbitro que tem como objetivo obter esta coesão integrando os interesses particulares dos diferentes grupos de atores sociais visando a obtenção de uma solução negociada junto à direção da empresa, resultando em uma espécie de "pacto político". As políticas de Recursos Humanos da empresa são vistas como mutantes e contingentes, sendo soluções temporárias e características de situações específicas à partir de um diagnóstico organizacional. Apesar disso, os profissionais da área pretendem organizar a GRH a partir de um modelo ideal a ser concretizado ao longo prazo, envolvendo o desenvolvimento qualitativo da mão-de- obra, a autonomia e a democratização das relações. Alguns dos exemplos destas proposições são o manual de Beer, Wakon e al., que descreve o curso da Harvard Business School, o manual de Weiss, com um capítulo escrito por Morin. (BEER et Ali, 1985; WEISS, 1988). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 13 www.pontodosconcursos.com.br Principais Características do Modelo Político: • Eficiência econômica negociada, não correspondendo necessariamente à eficiência social a curto prazo (aceitação de conflitos, buscando-se no entanto absorvê-los através da negociação política); • Meio-ambiente negociado e construído; • Avaliação dos resultados feita pelos grupos organizacionais envolvidos no processo de decisão; • Ator-chave de Recursos Humanos é a direção geral da empresa; • Empresa construída socialmente através da ação política dos diversos grupos organizacionais; • Decisões racionais e éticas referindo-se à resolução de conflitos, à obtenção do consenso e às questões de poder. • Indivíduos vistos como atores políticos válidos com potencial de desenvolvimento positivo buscando concretizar ativamente seus próprios interesses ("cidadania nas organizações”); modelo ético aplicado à organização. A mudança organizacional é percebida neste modelo como uma resposta a um meio ambiente negociado e estruturado pelas organizações do setor, as quais influenciam ativamente o rumo dos acontecimentos e dos atos característicos de sua Indústria. Os indivíduos são percebidos como atores participando e influenciando nesta mudança, nos seus diversos níveis de atuação. Considera-se que eles possuem naturalmente uma margem de manobra em seu nível organizacional e por isso a negociação é vista como necessária à boa implantação da estratégia. A organização é um espaço de jogo estratégico entre os atores sociais, que possuem margens de atuação maiores ou menores dentro desta arena política. A mudança, implantando soluções sempre contingentes e temporárias, prevê a realização de objetivos de longo prazo como os da qualificação crescente da mão de obra, do desenvolvimento de habilidades e competências e o da democratização das relações no trabalho. O desenvolvimento econômico da empresa deve beneficiar, além dos acionistas, a sociedade global e os grupos organizacionais. Este modelo está ligado ao conceito de progresso e construção de uma harmonia social a longo prazo, a despeito dos conflitos e divergências. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 14 www.pontodosconcursos.com.br Modelo Político Eficiência econômica negociada Aceitação do Conflito e sua superação via negociação Avaliação dos resultados feita pelo grupo organizacional Consideram‐se os indivíduos atores políticos que buscam a concretização de seus interesses na organização Mudança Organizacional vista como desejável e necessária Meio ambiente construído por meio de alianças estratégicas Organização vista como arena política Fonte: Mota & Vasconcelos (2006) As Funções do Modelo Político Diretoria e gerentes envolvidos na gestão de pessoas A antiga função "recursos humanos" ganha importância estratégica na organização Busca do consenso, se possível Negociação política Diversidade cultural ‐ diversos padrões de referência e comparação Autonomia e responsabilização pelos resultados Fonte: Mota & Vasconcelos (2006) É preciso uma explicação adicional sobre os quadros sintéticos com os dois modelos. O quadro com os nomes dos dois modelos referem- se às características dos modelos e o quadro “Funções” referem-se ás funções do corpo diretivo dentro de cada modelo. Agora, vejamos a questão do ICMS-RJ de 2009 ITEM 3. (FGV/SEFAZ/2009) Com relação às características do modelo político de gestão de pessoas, analise as afirmativas a seguir: I. Esse modelo vê a mudança organizacional como algo desejável e necessário. II. Esse modelo avalia as necessidades das organizações e seus recursos. III. Esse modelo busca a eficiência social para atingir maior produtividade. Assinale: (A) se somente a afirmativa I estiver correta. (B) se somente a afirmativa II estiver correta. (C) se somente a afirmativa III estiver correta. (D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. Vejam que a banca retirou as afirmativas dos quadros elaborados por Mota & Vasconcelos. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 15 www.pontodosconcursos.com.br A afirmativa I está correta. É a característica do modelo político descrita pela perspectiva da gestão de pessoas de Mota & Vasconcelos. As afirmativas II e III estão erradas. Referem-se às funções do corpo diretivo no modelo instrumental, conforme os quadros apresentados em aula. Desta forma o gabarito é a alternativa A. 2. Administração Participativa A Administração Participativa é uma das idéias mais antigas da administração. Ela nasceu na Grécia com a invenção da democracia. Continua a ser uma idéia moderna, que integra as práticas mais avançadas e é considerada um dos novos paradigmas da administração. Segundo Maximiano: “Administração participativa é uma filosofia ou doutrina que valoriza a participaçãodas pessoas no processo de tomar decisões sobre a administração das organizações.” Essa definição tem diversas implicações: • Participar não é natural nos modelos convencionais de administração. Muitos paradigmas mantêm a maioria dos trabalhadores alienados em relação ao controle de seu próprio trabalho e à gestão da organização. • A alienação desperdiça o potencial de contribuição das pessoas. • A participação das pessoas envolvidas nos diversos níveis de decisão contribui para aumentar a qualidade das decisões e da administração, em como a satisfação e a motivação das pessoas. • Aprimorando a decisão e o clima organizacional, a administração participativa contribui para aumentar a competitividade das organizações. Administrar participativamente consiste em compartilhar as decisões que afetam a empresa, não apenas com funcionários, mas também com clientes ou usuários, fornecedores, e eventualmente distribuidores ou concessionários da organização CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 16 www.pontodosconcursos.com.br Interfaces da Administração Participativa MODELOS DE ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA Modelo diretivo: o gestor designa a participação de cada funcionário nas decisões. Æ Problemas do modelo diretivo: • Ineficiência global do sistema; • Fragilidade da empresa; • Insatisfação e desmotivação dos trabalhadores; • Autoritarismo. Obs.: As organizações que utilizam o modelo diretivo são denominadas mecanicistas Modelo participativo: todas as pessoas expressam suas opiniões de forma livre, onde cada um é responsável por seu desempenho e comportamento. Obs.: As organizações que seguem o modelo participativo são chamadas de orgânicas. EST Cat I O com indiv do l Exis resp - De gere gere CU TRATÉGI • Info • Env • Part • Part • Auto egorias I. Env envolvim municação vidualme ocal de t stem três ponsabilid ecisões in entes, su encial. El URSO ON- w AS DE PA ormação; olvimento ticipação ticipação ogestão do Mode volvimen mento no o. 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São tomadas unilateralmente para acelerar o processo de resolver as situações de rotina. - Decisões colaborativas (ou consultivas) – são tomadas por gerentes individuais ou grupos de pessoas, a quem foi dada responsabilidade e autoridade para isso. Contudo elas não podem ser impostas e precisam de discussão, participação e aconselhamento das pessoas que serão afetadas por elas. Entretanto a decisão final cabe ao gerente. - Decisões tomadas por pessoas e grupos potencializados (empowered) – são tomadas pela equipe ou pela pessoa que recebeu poderes para tal ação e não precisam ser aprovadas ou revistas pela administração. Nesse nível, a pessoa ou grupo assume plena responsabilidade, tendo para isso a informação, a maturidade, as qualificações e as atitudes suficientes para decidir da melhor maneira possível. II. Equipes autogerenciadas Essa equipe é formada por um grupo de pessoas com um objetivo, e que decidem como fazer para alcançá-lo, trabalhando dentro de uma área de autonomia definida de comum acordo com a administração. Suas principais características são as seguintes: • Objetivos claros; • Conhecimento por parte de todos os integrantes das tarefas necessárias para realizar os objetivos; • Intercâmbio de papéis: grande parte dos integrantes pode realizar grande parte das tarefas. Os integrantes são multifuncionais e polivalentes; • Os papéis de liderança podem ser desempenhados por diferentes pessoas e também são intercambiáveis. Quem é líder num momento pode ser liderado em outro; • As funções de apoio à operação ou objetivo principal estão embutidas no próprio grupo: controle de qualidade, manutenção, suprimentos. Em alguns casos, o grupo assume funções de apoio administrativo, como seleção e treinamento de pessoal; • A equipe dispõe de todas as informações necessárias para lastrear o processo decisório; • A equipe tem autonomia para tomar as decisões que afetam mais de perto a realização das tarefas, compensação de faltas, planejamento de férias, requisição de materiais e serviços, seleção, treinamento e transferências de pessoal. III. Participação na direção CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 19 www.pontodosconcursos.com.br Participar da direção (co-gestão) significa participar institucionalmente da estrutura de poder da organização, mais que simplesmente do processo de decisões de um dirigente ou de um departamento da empresa. A co-gestão compreende a representação institucional dos funcionários ou representantes de outras instituições na administração da empresa. IV. Participação nos resultados A participação nos resultados pode ser implantada em qualquer estágio da vida da empresa. Existem várias modalidades de participação nos resultados. Os empregados podem participar do faturamento, dos incrementos nas receitas, das economias ou ganhos de produtividade, dos lucros e da propriedade da empresa. Comissões sobre vendas, abonos ou salários adicionais por resultados ou atingimento de metas, prêmios por sugestões que resultem em economias ou ganhos e distribuição de ações – eis algumas formas de propiciar a participação nos resultados. A participação nos resultados fecha o círculo do mecanismo da recompensa: se as pessoas participaram dos problemas e decisões, também deve de alguma forma beneficiar-se dos resultados de seu esforço. A participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa está regulamentada pela Lei 10 101/00 de 19/12/00. V. Autogestão. Autogestão consiste na autonomia completa, de uma pessoa ou grupo, para administrar um empreendimento. Diversas modalidades de administração participativa são consideradas formas de autogestão, mas nem sempre a denominação é correta. Na realidade, autogestão apenas existe quando os participantes de um empreendimento são também seus proprietários, como é o caso das cooperativas, repúblicas de estudantes, condomínios, associações, grupos de teatro, conjuntos musicais e clubes VANTAGENS DA ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA • Desenvolvimento expressivo; CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 20 www.pontodosconcursos.com.br • Participação eficaz dos trabalhadores; • Distribuição eqüitativa de responsabilidade e dos resultados; • Satisfação com a essência dos fatos; • Elevado grau de integração com a cultura da organização; • Sólida base para as decisões; • Aceleração das condições da competitividade da empresa; • Estímulo das condições da competitividade na organização; • Sustentação do diálogo e respeito às diferenças individuais O lado comportamentalda participação (dimensão comportamental) A administração participativa, em primeiro lugar, é a substituição dos estilos tradicionais de administrar pessoas – autoritário, impositivo, indiferente, paternalista – por cooperação mútua, liderança, autonomia e responsabilidade. Informar, envolver, delegar, consultar e perguntar, em vez de mandar, são as palavras-chaves da administração participativa no que diz respeito ao comportamento dos administradores. O lado estrutural da participação (dimensão estrutural) Além dos aspectos comportamentais, a administração participativa também implica o redesenho das estruturas. Cargos, grupos de trabalho e a estrutura como um todo são organizados de modo que a participação dependa não apenas das atitudes e disposições favoráveis das pessoas, mas também e principalmente do sistema de normas e procedimentos. A estrutura deve estimular as pessoas à participação. Nas organizações tradicionais ou não participativas, acontece o inverso: os regulamentos, as carreiras, a divisão do trabalho e o próprio organograma são estruturados de maneira que o poder fique concentrado no topo da pirâmide. IMPLANTAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PARTICIPATIVA Ao se implantar a administração participativa em uma organização, três de seus aspectos sofrem mudanças. São eles: Æ Comportamento; Æ Estrutura; Æ Visão Sistêmica. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 21 www.pontodosconcursos.com.br Agora vejamos algumas questões: ITEM 4. (FCC/ MPE_SE/2009/ANALISTA/ESPECIALIDADE ADMINISTRAÇÃO) Autoridade, obediência, liderança, autogestão, disciplina e autonomia são ingredientes que se combinam em várias dosagens para influenciar o comportamento das pessoas nas organizações. Um maior grau de autogestão, disciplina e autonomia na organização caracteriza um modelo de administração (A) diretivo-participativa. (B) tecno-mecanicista. (C) diretiva. (D) diretivo-autoritária. (E) participativa. Pessoal,vimos na aula que autoridade, obediência e liderança são características do modelo de administração diretivo. Já autonomia, autogestão e disciplina são características do modelo de administração participativo. Sendo assim, o gabarito é a alternativa E. ITEM 5. (FCC/TCE_GO/2009/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/GESTÃO DE PESSOAS) Em relação às dimensões de uma organização que são envolvidas na gestão participativa. (A) (B) (C) (D) (E) I. É na dimensão comportamental que ocorre a substituição do estilo tradicional de administração autoritário e paternalista pelo da liderança, autonomia, cooperação e comprometimento. II. A dimensão estrutural envolve a informação, a delegação e o questionamento em lugar do comando palavras-chaves para o funcionamento das organizações na gestão participativa. III. É na dimensão estrutural que se encontra a maior dificuldade de implantação da gestão participativa, pois pode implicar redesenho de estruturas, cargos e grupos de trabalho. IV. A hierarquia deve ser revalorizada, pois as organizações tradicionais são estruturadas de maneira que o poder fique fragmentado na base da pirâmide. V. Uma organização está ligada ao mercado e à sociedade por diversas interfaces; clientes, fornecedores e comunidade devem ser consultados sobre decisões e evoluções de produtos e serviços. (A) Estão corretas APENAS as afirmativas I e II. (B) Estão corretas APENAS as afirmativas I, II e V. (C) Estão corretas APENAS as afirmativas I, III e V. (D) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III e IV. (E) Estão corretas APENAS as afirmativas II, III, IV e V. Vamos analisar as afirmativas: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 22 www.pontodosconcursos.com.br I. CORRETO. Vimos isto: na dimensão comportamental é a substituição dos estilos tradicionais de administrar pessoas – autoritário, impositivo, indiferente, paternalista – por cooperação mútua, liderança, autonomia e responsabilidade. II. ERRADO. É a dimensão comportamental que envolve a informação, a delegação e o questionamento em lugar do comando palavras-chaves para o funcionamento das organizações na gestão participativa. III. CERTO. É na dimensão estrutural que Cargos, grupos de trabalho e a estrutura como um todo são organizados de modo que a participação dependa não apenas das atitudes e disposições favoráveis das pessoas, mas também e principalmente do sistema de normas e procedimento. Isto, evidentemente, gera maior resistência na organização, pois mexe com o status quo. IV. ERRADO. É justamente o contrário: nas organizações tradicionais o poder está no topo da pirâmide. V. CERTO. São as diversas interfaces da participação que vimos em aula: funcionários,clientes ou usuários, fornecedores, e eventualmente distribuidores ou concessionários da organização Desta forma o gabarito é a alternativa C. 3. Desenvolvimento de Equipes Pessoal, na abordagem deste tópico achei importante incluir duas perspectivas: o desenvolvimento de equipes enquanto processo grupal e o desenvolvimento enquanto processo de capacitação. 3.1 Trabalho em Equipe As organizações modernas estão optando por transformar suas velhas estruturas organizacionais baseadas em órgãos e cargos para estruturas baseadas em equipes. Mas, o que são equipes? Para entendermos este conceito é vital compreendermos a natureza, os tipos e as fases de desenvolvimento dos grupos. Natureza dos Grupos Grupo são duas ou mais pessoas que interagem de forma interdependente e que tem objetivos comuns. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 23 www.pontodosconcursos.com.br Os grupos podem ser formais e informais. Chiavenato (2005), baseado na concepção de Kurt Lewin sobre grupos, adota a seguinte classificação grupal: I. Grupos Formais- são grupos de trabalhos definidos pelas organizações com atribuição de tarefas específicas. 1. Grupos de Comando: são grupos formais definidos em um organograma responsáveis pelo comando das operações em uma organização. Exemplo: o conselho de direção de uma empresa, o diretor de um hospital e suas chefias médicas,etc. 2. Grupos de Tarefas: são grupos definidos e formados para atuar em uma tarefa específica. Podem ser intradepartamentais.Por exemplo: grupos para cuidar de incêndios na empresa ou organização (brigada de incêndio). 3. Grupos temporários: são grupos formados para cuidar de certas tarefas organizacionais com prazo definido de duração. Por exemplo: comissões. II. Grupos Informais – são aqueles que surgem espontaneamente graças às relações de interação entre as pessoas. 1. Grupos Primários: são grupos pequenos que se caracterizam pela camaradagem, lealdade e senso comum de valores. São exemplos os grupos familiares e grupos de amigos. 2. Grupos de interesses: são grupos de pessoas que se organizam para atingir objetivos comuns. Exemplo: grupo de pessoas que se organizam para reivindicar melhores salários ou planejar férias em conjunto. 3. Grupos de Amizade: são grupos que ultrapassam o ambiente de trabalho e mantém relacionamentos sociais. Caracterizam-se por terem interesses comuns, seja por terem mesma herança cultural ou a torcida pelo mesmo time. 4. Coalizões: são grupos que agem em torno de propósitos específicos, independentes da estrutura formal da organização. Envolve a interação e mútua percepção dos seus membros. Anda CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 24 www.pontodosconcursos.com.br outra característica importante é ação deliberada, concertada em prol do objetivo do grupo. Suas características se confundem com as de outros tipos de grupos, porém estes são entidades separadas e poderosas. Maximiamo (2008), apresenta uma outra tipologia para grupos: I- Grupos Formais – são os criadospelas organizações e podem ser permanentes ou temporários. 1. Os grupos permanentes são aqueles existentes no organograma funcional. São as pessoas que trabalham nos diversos departamentos de uma organização. 2. Os grupos temporários são criados para realizar uma tarefa específica e se extinguem ao cumprirem seus objetivos. São exemplos as equipes de projetos ou forças-tarefa. II -Grupos Informais – são criados pela vontade de seus próprios integrantes, ao contrário dos grupos formais. Um grupo informa pode ser parte de um grupo formal. Pode haver vários grupos informais dentro de um grupo formal. São dois os tipos mais comuns de grupos informais, segundo Maximiano: os de amizade e os de interesse. 1. Os grupos de interesse podem ser formados independentemente da existência de amizade entre seus membros. São exemplos os grupos formados no congresso parlamentar de um país em torno de interesses específicos, independente da filiação partidária, como os grupos formados por representantes de produtores rurais ou por evangélicos. 2. Os grupos de amizade surgem em virtude de afinidades entre seus membros. Exemplo: time de futebol dos empregados da empresa, organizadores de uma festa mensal,etc. Estágio de Desenvolvimento do grupo Um grupo tem cinco estágios no seu processo de construção. Chiavenato e Maximiano apontam os mesmo estágios: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 25 www.pontodosconcursos.com.br 1. Formação: é o estágio inicial da formação e construção de um grupo. Aqui as pessoas estão se conhecendo, vão definir as regras de participação, os propósitos do grupo, a sua estrutura de formação e a liderança. Os membros se testam para determinar os comportamentos aceitáveis. Este estágio tem fim quando so membros conseguem se perceber como um grupo. 2. Tormenta: é o estágio de surgimento do conflito. Aqui surgem os conflitos em torno dos papéis, em torno da liderança e com relação às normas pré-estabelecidas. Quando esse estágio se completa surge um consenso em torno da liderança. 3. Normalização: desenvolve-se aqui o senso de identidade grupal e de camaradagem. A coesão grupal aumenta. Este estágio se completa quando o grupo assimila seus objetivos que definirão o comportamento dos integrantes do grupo. 4. Desempenho: Aqui as normas de funcionamento e a estrutura do grupo já estão consolidadas. Parte-se para a realização das tarefas. A partir deste momento os grupos usam sua energia para o alcance de seus objetivos. Maximiano ressalta que este é o estágio de um grupo maduro que superou com sucesso as fases anteriores. Segundo Chiavenato, este é o último estágio de desenvolvimento dos grupos permanentes de trabalho. 5. Interrupção: Para Chiavenato os grupos temporários, que tem tarefas limitadas no tempo, possuem um quinto estágio. É a etapa em que o grupo temporário deixa de existir. Para Maximiano esta etapa se denomina Encerramento e pode tanto se referir ao fim de um projeto ou a ruptura de laços grupais entre amigos ou membros de partidos políticos. Neste último caso o encerramento pode causar ressentimento. E E com Chia tam dela 1 form supe 2 de siste cum 3 com a pr ao p 4 mem enca grup CU Estrutura Existem v mportame avenato s manho, co as. 1. Lideran malmente ervisor, g 2. Papel: uma pes ema de mpre seus 3. Norma mpartilhad roduzir co padrão ac 4. Status: mbros do arrega de po. URSO ON- w a Grupal variáveis nto do são: lider omposição nça Form e pela org gerente, d é o conju ssoa dent papéis. A s papéis e s: são pa dos pelos onformida ceitável p : posição o grupo. A e atribuir -LINE – PR www.pont que torna grupo. rança for o e grau mal: norm ganização diretor, et unto de a tro de u A organi específicos adrões ac membro ade, o aju elo grupo social qu A própria r status d ROFESSO todosconc am possí As pr rmal, pap de coesã malmente o. Pode r tc. atividades ma orga zação fu s. ceitáveis s do grup uste do co o. ue as pess designaç diferentes OR: MARCE cursos.co ível a exp rincipais péis, norm ão. 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Os grup m virtude tos. o: é o gr motivados e da p a coesão o grupo é principais s de traba s os papé -LINE – PR www.pont amanho o melhore melhores n a combin azem pa pos hete e de su rau em q a perma rodutivid e outros uma equ s diferenç alho tem éis de lide ROFESSO todosconc do grupo es na rea na resolu ação de c ra o gru rogêneos ua maior ue os me anecer no ade do que dim ipe, mas as entre um líder erança sã OR: MARCE cursos.co o influenc alização ção de pr conhecim upo. Pode são ma r riqueza embros d o grupo. grupo.E inuem, co toda equ grupo de forte e ún o compar ELO CAM m.br cia seu d de tarefa roblemas mentos e c e ser ho is tendem a de ex do grupo A coesão Existem omo mos uipe é um trabalho nico, enq rtilhados. ACHO desempe as, enqu . competên omogênea m a ser m xperiência são atra o é um f fatores stra o qu m grupo. e equipe uanto na . 27 nho. anto ncias a ou mais as e aídos fator que adro e: s CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 28 www.pontodosconcursos.com.br II. O grupo de trabalho tem responsabilidade individualizada, já nas equipes a responsabilidade é individual e mútua. III. O propósito do grupo de trabalho é o mesmo da organização, enquanto a equipe tem um propósito específico. IV. O grupo de trabalho discute, decide e delega, enquanto a equipe discute, decide e faz o trabalho. Tipos de Equipes Robbins (2002), em seu livro “Comportamento Organizacional” classifica as equipes da seguinte forma: Equipes formais: são institucionalmente designadas e compõem a estrutura formal. Podem ser verticais, quando envolvem membros de diferentes posições hierárquicas (um chefe e seus subordinados, por exemplo) e horizontais, quando os participantes estão no mesmo nível hierárquico mas são de diferentes áreas da organização. Equipes autodirigidas: ou autogerenciadas, são equipes de participantes com múltiplas qualificações e que se revezam na realização dos trabalhos. As atribuições que antes eram do supervisor agora são responsabilidade dos próprios membros da equipe, que dividem as tarefas e realizam todas as etapas para a entrega de um produto completo. Equipes virtuais: fazem uso das novas ferramentas e tecnologias de comunicação e informação para que os membros, geograficamente distantes, possam trabalhar juntos. Equipes globais: envolvem trabalhadoresde diferentes nacionalidades, que trabalham em projetos globais que têm impacto em múltiplos países e localidades. Podem tanto ser equipes virtuais como equipes que se reúnem presencialmente. Já Chiavenato (2005), elaborou a seguinte tipologia de equipes: 1. Equipes Funcionais Cruzadas: são típicas de organizações horizontais, onde se combatem as disfunções da burocracia.São constituídas por membros de diferentes departamentos ou diferentes especialidades. 2. Equipes virtuais: são equipes que as de utilizam as modernas tecnologias de informação e de comunicação para interagir à distância. São recomendadas para trabalhos com muita densidade intelectual, calcados no conhecimento. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 29 www.pontodosconcursos.com.br 3. Equipes Autogerenciadas: são equipes essencialmente interdependentes que executam suas tarefas operacionais e assumem responsabilidades gerenciais tradicionais. As atribuições de supervisores e gerentes são assumidas pela equipe. 4. Forças-tarefa: são equipes temporárias criadas para realizar uma tarefa específica. Quando a tarefa termina, a equipe se dissolve. Vamos olhar uma questão da ESAF sobre equipes! ITEM 6. (ESAF/ EPPGG/2005) Robbins, em seu livro Comportamento Organizacional, de 2002, estabelece as formas mais comuns de equipes de trabalho. Entre as opções a seguir, indique a correta. a) As equipes orientadas por resultados são compostas por grupos de funcionários de departamentos diversos, que se reúnem algumas horas por semana para discutir formas de melhorar a qualidade, a eficiência e o ambiente de trabalho, mas não têm autoridade para implementar unilateralmente essas sugestões. b) As equipes virtuais são formadas por grupos de funcionários do mesmo nível hierárquico, mas de diferentes setores da organização, que se juntam para trocar informações, desenvolver novas idéias ou ainda coordenar projetos complexos. c) As equipes de trabalho autogerenciadas são grupos de funcionários que realizam trabalhos relacionados ou interdependentes e assumem responsabilidades de seus antigos supervisores, incluindo o planejamento, controle e a tomada de decisões operacionais e sua conseqüente implementação. d) As equipes multifuncionais usam a tecnologia da informação para juntar fisicamente seus membros dispersos, para que possam compartilhar informações, tomar decisões, realizar tarefas e atingir seus objetivos comuns. e) As equipes de soluções de problemas são grupos compostos por funcionários de diversas organizações com o intuito de resolver demandas ou tarefas compartilhadas e interrelacionadas e que possuem autonomia para a tomada de decisões estratégicas. O gabarito é alternativa C. É exatamente a conceituação de Robbina para equipes autogerenciadas, visto em aula. Vejamos o motivo das outras estarem erradas: Lembrem-se que um dos pressupostos para a existência de uma equipe é sua condição de tomar decisões em conjunto, diferente do grupo. A Alternativa A está ERRADA. Mesmo que não soubéssemos que na faz parte da tipologia de Robbins poderíamos matar a questão pela afirmativa de que não tem autoridade para implementar unilateralmente as sugestões. Uma equipe precisa estar empoderada. A alternativa B está ERRADA e era fácil verificar pela conceituação vista em aula. Equipes virtuais podem estar perto, embora o sentido de sua existência seja a distância geográfica. Não são necessariamente compostas por membros do mesmo nível hierárquico. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 30 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa D está ERRADA. Fácil também. Usar tecnologia da informação para juntar fisicamente os membros de uma equipe é uma aberração. Esta alternativa não poderia ter sido assinalada por ninguém. Alternativa E também está ERRADA. Poderíamos até cogitar a composição de uma equipe de solução de problemas com membros de diversas organizações, mas não para tomar decisões estratégicas, pois estas sim são de responsabilidade da alta administração. Maximiano elaborou quatro técnicas para o desenvolvimento de equipes, conforme tabela abaixo: Vejam como a ESAF cobrou este assunto. ITEM 7. (ESAF/ ENAP/ADMINISTRADOR/2006) Selecione a opção que não indica corretamente uma técnica que possibilita o desenvolvimento de trabalho em equipe. a) Troca constante de informações, ouvir e falar. b) Compromisso com os objetivos definidos pela alta administração. c) Conhecimento mútuo, para o alcance de resultados coletivos. d) Criação de identidade que forneça senso de participação para os integrantes do grupo. e) Clima de abertura intelectual, possibilitando a análise crítica. Com o quadro elaborado pelo Professor Maximiano ficou fácil. O gabarito é a alternativa B. Todas as outras alternativas fazem parte das técnicas discriminadas no referido quadro do Prof. Maximiano. É importante ressaltar que fazem parte do desenvolvimento de equipes a elaboração de objetivos, mas não definidos exclusivamente pela alta administração. Estes objetivos são estipulados conjuntamente com a equipe como parte do processo de desenvolvimento. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 31 www.pontodosconcursos.com.br 3.2 Capacitação, Desenvolvimento e Treinamento O propósito explícito da capacitação é desenvolver competências que contribuam para o desenvolvimento das instituições Vejamos algumas perspectivas sobre capacitação e aprendizagem. Abbad e Borges-Andrade esclarecem que nem todas as situações que geram aprendizagem são ações formais de treinamento, desenvolvimento e educação. Segundo estes autores precisam ser incluídos outras ações de indução da aprendizagem: informação e instrução. Vejamos a diferenciação entre cada um dos cinco conceitos. Informação: é uma forma de indução da aprendizagem baseada em módulos ou unidades organizadas disponibilizadas por meio de portais corporativas, links, bibliotecas virtuais, boletins, folhetos e similares. Ressalte-se que a aprendizagem acontece por ação do indíviduo que acessa as informações manuais, livros, etc. O indivíduo acessa estas informações e as transforma em conhecimento, através da atribuição de sentido. Instrução: é uma forma mais simples de estruturação de eventos de aprendizagem que envolve definição de objetivos e aplicação de procedimentos instrucionais. É utilizado para transmissão de conhecimentos, habilidades e atitudes simples por intermédio de eventos de curta duração como aulas e similares. Treinamento: quaisquer procedimentos, de iniciativa organizacional, cujo objetivo é ampliar a aprendizagem entre os membros da organização.São eventos educacionais de curta e média duração compostos por subsistemas de avaliação de necessidades, planejamento instrucional e avaliação que visam melhoria do desempenho funcional, por meio da criação de situações que facilitem a aquisição, a retenção e a transferência da aprendizagem para o trabalho. Segundo Rosemberg, o treinamento apresenta quatro elementos: a) A Intenção de melhorar um desempenho específico, derivada de uma avaliação de necessidades e refletida na elaboração de objetivos instrucionais; b) O Desenho que reflete a estratégia instrucional que melhor se ajusta à aprendizagem requerida e às características da clientela, bem como às estratégias de mensuração que apontam a eficácia do treinamento; c) Os meios pelos quais a instrução é entregue, que pode incluir a sala de aula, uma variedade de tecnologias, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 32 www.pontodosconcursos.com.br estudos independentes ou a combinação de diferentes abordagens. d) A avaliação, cujos níveis de complexidade podem variar desde situações mais simples até as mais formaisque incluam exigência de certificação. Desenvolvimento: Refere-se ao conjunto de experiências e oportunidades de aprendizagem, proporcionadas pela organização e que apóiam o crescimento pessoal do empregado sem, contudo, utilizar estratégias para direcioná-lo a um caminho específico. É constituído por ferramentas de apoio e estímulo a programas de autodesenvolvimento como os de qualidade de vida e gestão de carreira. Educação: Programas ou conjuntos de eventos educacionais de média e longa duração que visam à formação e qualificação profissional contínuas dos empregados. Incluem cursos técnicos profissionalizantes, cursos de graduação, cursos de pós-graduação lato sensu (especialização) e stricto sensu (mestrado e doutorado). A CESPE já cobrou a perspectiva teórica acima. Vejam! ITEM 8. (CESPE/ INMETRO/2009/DESENVOLVIMENTO DE RH) Instrução refere-se à criação de eventos informais de aprendizagem. Está ERRADO! Não é porque os eventos são simples que significam ser informais. São eventos programados, aulas de curta duração, para transmissão de conhecimentos, habilidades e atitudes simples. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 33 www.pontodosconcursos.com.br ITEM 9. (CESPE/ INMETRO/2009/DESENVOLVIMENTO DE RH) Treinamento é o conjunto de experiências e oportunidades de aprendizagem proporcionado pela organização e que apoia o crescimento pessoal do empregado. Está ERRADO! Esta é a definição de Desenvolvimento. Treinamento é quaisquer procedimentos, de iniciativa organizacional, cujo objetivo é ampliar a aprendizagem entre os membros da organização. Muita atenção com estes conceitos pessoal! As bancas gostam de “pegar” os candidatos com troca de conceitos. ITEM 10. (CESPE/ INMETRO/2009/DESENVOLVIMENTO DE RH) Dos materiais instrucionais de apoio aos processos de ensino-aprendizagem excluem-se os bancos eletrônicos de dados, ainda que estejam presentes em exercícios e em outras estratégias instrucionais interativas. Está Errado! Os bancos eletrônicos de dados constituem meios (isto foi ressaltado na afirmação da questão) e portanto são materiais de apoio. ITEM 11. (CESPE/ INMETRO/2009/DESENVOLVIMENTO DE RH) Educação são programas ou conjuntos de eventos educacionais de média e longa duração que objetivam a formação e a qualificação profissional contínuas dos empregados. Está CERTA! É exatamente a definição dada pelos autores citados em nossa aula. Reparem que copiaram as definições do livro do Borges-Andrade e da Abbad. TIPOS DE TREINAMENTO QUANTO AO PÚBLICO ALVO Lacombe, ressalta que podemos classificar os tipos de treinamentos quanto ao público alvo: 1. Integração de novos empregados. Destinado a dar informações iniciais da organização e ambientar os novos funcionários a rotina da empresa. Deve-se aqui dar informações úteis sobre a circulação, benefícios, para enfim facilitar a integração do novo empregado. 2. Formação de Trainees A finalidade é preparar profissionais recém formados para ocupar posições de responsabilidade na empresa. Inclui programa de integração e de formação técnica para aspectos de interesse estratégico da empresa. 3. Capacitação Técnico-Profissional Destina-se a melhorar o desempenho de profissionais nas funções que já exercem ou a capacitá-los para outras funções, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 34 www.pontodosconcursos.com.br em geral, de maior dificuldade. Não se destina a formação de executivos, mas sim ao aperfeiçoamento de profissionais em assuntos técnicos. 4. Desenvolvimento Gerencial É destinado aos executivos com alto potencial para ocuparem posições ainda maiores na empresa. São estruturados programas que incluem todas as formas de aprendizagem desde instrução até educação. O objetivo é desenvolver continuamente as capacidades gerenciais, conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias a um executivo de alto escalão. ITEM 12. (CESPE/ ANTAQ/2009/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Há vários tipos de treinamento: o técnico-operacional objetiva adaptar as pessoas à organização; o de integração objetiva capacitar o indivíduo a desempenhar tarefas específicas e o gerencial objetiva desenvolver as competências técnica, administrativa e comportamental do treinando. A questão está ERRADA! Vejam que houve inversão dos conceitos de tipos de treinamento. O treinamento de integração objetiva adaptar as pessoas à organização e não o técnico-operacional. Temos que ter cuidado com a inversão de conceitos que podem facilmente confundir o candidato desatento. Chiavenato conceitua Treinamento como o processo educacional de curto prazo aplicado de maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem conhecimentos, atitudes e habilidades em função de objetivos definidos. Segundo a perspectiva deste autor enquanto o treinamento é orientado para o presente, focalizando o cargo atual e buscando melhorar aquelas habilidades e capacidades relacionadas com o desempenho imediato do cargo, o desenvolvimento focaliza geralmente os cargos a serem ocupados futuramente na organização e as novas habilidades e capacidades que serão requeridas. Ambos são processos de aprendizagem Olhem como a CESPE cobrou isto. ITEM 13. (CESPE/ ANTAQ/2009/ANALISTA ADMINISTRATIVO) Ao se avaliar a necessidade de se realizar um determinado treinamento, é imprescindível levar em consideração os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias ao desenvolvimento tanto das tarefas que os empregados já realizam, quanto das tarefas que eles podem vir a realizar no futuro. A afirmativa é ERRADA! O treinamento quer dar conta das necessidades de capacitação para realização das tarefas atuais do cargo. A capacitação para tarefas futuras está incluída no conceito de desenvolvimento CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 35 www.pontodosconcursos.com.br Processo de treinamento, segundo Chiavenato O treinamento é um processo cíclico e contínuo composto de quatro etapas para Chiavenato, muito parecido com a perspectiva de Rosemberg, citado por Abbad: 1. Diagnóstico: é o levantamento das necessidades de treinamento a serem satisfeitas. Essas necessidades podem ser passadas, presentes ou futuras; 2. Desenho : é a elaboração do programa de treinamento para atender às necessidades diagnosticadas; 3. Implementação: é aplicação e condução do programa de treinamento; 4. Avaliação : é a verificação dos resultados do treinamento. Com relação ao treinamento e o desenho dos objetivos,vejam esta questão da CESPE ITEM 14. (CESPE/ ANTAQ/2009/ANALISTA ADMINISTRATIVO) A meta, ao se elaborar os objetivos de um treinamento, é que eles sejam mensuráveis, específicos, que estabeleçam datas limite e visem a obter resultados relevantes para aspectos essenciais do trabalho. A afirmativa é CERTA! Realizamos treinamento para resolver problemas específicos do trabalho atual. Métodos de levantamento de necessidades de treinamento Chiavenato aponta quatro níveis de análise para se realizar o levantamento de necessidades de treinamento. Esta é a etapa de diagnóstico: Análise Organizacional: a partir do diagnóstico de toda a organização, para verificar os aspectos da missão, da visão e dos objetivos estratégicos que o treinamento deve atender. Análise dos recursos humanos: a partir do perfil das pessoas, determinar quais os comportamentos, atitudes, conhecimentos e competências necessários para que as pessoas possam contribuir para o alcance dos objetivos estratégicos da organização. Análise da estrutura de cargos: a partir do exame dos requisitos e especificações dos cargos, determinar quais são as habilidades, destrezas e competências que as pessoas deverão desenvolver para desempenhar adequadamente os cargos.CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 36 www.pontodosconcursos.com.br Análise do treinamento: a partir dos objetivos e metas que deverão ser utilizados como critérios para avaliação da eficiência e eficácia do programa de treinamento. Além dos métodos acima, podem ser utilizados indicadores que evidenciem a necessidade do treinamento. Podemos dividi-los em indicadores a priori e indicadores a posteriori. Os indicadores a priori são eventos que se acontecerem provocarão futuras necessidades de treinamento, como por exemplo: • Expansão da empresa e admissão de novos empregados; • Redução do número de empregados; • Mudanças de métodos e processos de trabalho; • Substituições ou movimentação de pessoal; • Faltas, licenças e férias de pessoal; • Mudanças nos programas de trabalho ou d produção; • Modernização dos equipamentos e novas tecnologias; • Produção e comercialização de novos produtos ou serviços. Já os indicadores a posteriori são problemas provocados por necessidades de treinamento não atendidas: • Baixa qualidade de produção; • Baixa produtividade; • Avarias freqüentes em equipamentos e instalações; • Comunicações deficientes; • Elevado número de acidentes de trabalho; • Excesso de erros e desperdício; • Pouca versatilidade dos funcionários; • Mau aproveitamento do espaço disponível; • Relações deficientes entre o pessoal; • Número excessivo de queixas; • Mau atendimento ao cliente. ITEM 15. (CESPE/ ANTAQ/2009/ANALISTA ADMINISTRATIVO) O diagnóstico de quais treinamentos são necessários pode ser feito a partir da análise organizacional, da análise das operações e tarefas, sem incluir a análise individual das competências dos colaboradores. Está CERTO! Podemos fazer o diagnóstico através da análise organizacional e também da análise da estrutura dos cargos. Não precisamos necessariamente incluir outros tipos de análise. São instrumentos que podem ser utilizados separadamente. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 37 www.pontodosconcursos.com.br Desenho do programa de Treinamento Uma vez identificadas as necessidades de treinamento é preciso planejar as ações de treinamento, desenhá-las. Isto significa responder às seguintes perguntas: • Quem deve ser treinado? • Como deve ser treinado? • Em que deve ser treinado? • Por quem deve ser treinado? • Onde deve ser treinado? • Quando deve ser treinado? Qualquer programa de treinamento deve estar associado ao planejamento estratégico da organização. As ações devem ser desenvolvidas para ajudar a organização a atingir seus objetivos. Condução do programa de treinamento A terceira etapa do processo é a condução, implementação e aplicação do programa de treinamento. Chiavenato aponta para a existência de duas principais técnicas para transmissão da informação são as seguintes: 1. Leituras. Neste modelo o instrutor faz leituras dos conteúdos a serem informados. Chiavenato assinala que a vantagem deste método é que o instrutor expõe uma quantidade máxima de informação em determinado período de tempo. As desvantagens é que é uma via de mão única, em que os treinandos adotam uma postura passiva. Não há oportunidade para prática, reforço, retroação ou conhecimento dos resultados. Tem pouco valor para promover mudanças atitudinais. 2. Instrução programada. A aprendizagem programada é uma técnica para instrução sem a presença ou intervenção de instrutor humano. Os treinandos podem verificar a assimilação dos conhecimentos através de pequenos testes. Uma vantagem é que este tipo de técnica pode ser facilmente computadorizada e os treinando aprendem em suas próprias casas. A principal desvantagem é que não se apresenta as respostas aos treinandos. Já as técnicas para desenvolver habilidades em programas de treinamento são: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 38 www.pontodosconcursos.com.br 1. Treinamento no cargo. Consiste em ministrar informações, conhecimentos e experiências relacionados ao cargo. Pode incluir condução ( apreciação crítica de como a pessoa esta desempenhando seu cargo), a rotação de cargos ( movimentação de um cargo para outro, para compreender as diversas atividades e a organização) e atribuição de projetos especiais (entregar uma tarefa específica para que a pessoa aproveite sua própria experiência em determinada atividade). 2. Técnicas de classe. Utiliza-se a sala de aula, recursos instrucionais, e um instrutor para desenvolver habilidade, conhecimentos e experiências relacionados ao cargo. As habilidades a serem desenvolvidas vão desde habilidades técnicas, como programar um computador, até habilidades interpessoais, como liderança. Podem incluir dramatizações e jogos de negócios. Esta técnica promove interação e provoca um ambiente de discussão Avaliação do Programa de Treinamento Esta é a última etapa do processo de treinamento. Consiste em verificar a eficácia do treinamento realizado, ou seja, verificar se cumpriu seus objetivos. Para isto é preciso que se volte a algumas perguntas do diagnóstico: para que treinamos?. Ora a avaliação do treinamento consiste em avaliar se os motivos que levaram a treinar pessoas foram mitigados ou reduzidos. Se a organização tem baixa produtividade e implantou um programa de treinamento para solucionar isto, então deve-se perguntar: a produtividade aumentou? Se sim, o programa de treinamento surtiu efeito. Alguns dados e medidas podem servir de parâmetros para a avaliação: 1. Dados concretos: • Economias de custo; • Melhoria da qualidade; • Economia de tempo; • Satisfação dos funcionários. 2. Medidas de resultados • Clientes atendidos; • Tarefas completadas; • Produtividade; • Processos completados; • Dinheiro aplicado CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 39 www.pontodosconcursos.com.br Chiavenato cita que a avaliação do treinamento pode ser realizada em quatro níveis: 1. Avaliação no nível organizacional • Aumento da eficácia organizacional • Melhoria da imagem da empresa • Melhoria no clima organizacional • Melhor relacionamento entre empresa e funcionários • Melhor atendimento ao cliente • Facilidade de mudanças e inovação • Aumento da eficiência • Envolvimento dos gerentes nas práticas de treinamento. 2. Avaliação no nível de recursos humanos • Redução da rotatividade e absenteísmo de pessoal • Aumento da eficácia individual e grupal dos empregados • Elevação dos conhecimentos das pessoas • Mudanças de atitudes e comportamentos das pessoas • Aumento das competências das pessoas • Melhoria da qualidade de vida no trabalho 3. Avaliação no nível dos cargos • Adequação das pessoas aos requisitos exigidos pelos cargos • Melhoria do espírito de grupo e da cooperação • Aumento da produtividade • Melhoria da qualidade • Redução do índice de acidentes no trabalho • Redução do índice de manutenção de máquinas e equipamentos. 4. Avaliação no nível de treinamento • Alcance dos objetivos de treinamento • Retorno dos investimentos efetuados em treinamento. Segundo Donald L. Kirkpatrick, os resultados dos programas de treinamento devem ser prospectados em quatro fases. As quatro fase são igualmente importantes para avaliar o treinamento. Se uma delas deixar de ser aplicada, comprometerá a avaliação dos programas. Vamos às quatro fases: 1. Avaliação de Reação- é a avaliação realizada logo após o treinamento e que tem por objetivo medir a opinião final sobre o curso recém terminado. Aqui as questões são: quais são as CURSO ON-LINE – PROFESSOR: MARCELO CAMACHO 40 www.pontodosconcursos.com.br reações do participantes do programa? O que planejam fazer com o que aprenderam? 2. Avaliação da aprendizagem.
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