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CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 02 - Sociedades anônimas: classificação, constituição, integralização do capital social, órgãos societários e administração, controle, resultados sociais, extinção e modificação. Desconsideração da personalidade jurídica. Olá, caros alunos! E o carnaval? Tudo certo? Desejo que tenham aproveitado da melhor forma possível esses dias, ok? Bem, hoje temos mais uma importante aula. Mais um pedaço do caminho a ser trilhado em direção ao nosso objetivo: AUDITOR FISCAL DA RECEITA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Seremos colegas! Mas devemos batalhar. Suar a camisa mesmo. Afinal, ter um trabalho com uma situação estável, morar na Cidade Maravilhosa e com um bom salário, não é fácil. Não cai do céu, certo? Bem, esta aula finaliza a parte societária de nosso edital. Parte esta, com importante peso em nossa prova; não se esqueça disso. Outra coisa: qualquer dúvida, sugestão e reclamação sobre nossas aulas, o fórum está aberto, ok? Fiquem à vontade Como de costume, segue um pensamento para nos motivar. Carpe Diem "Se não puder se destacar pelo talento, vença pelo esforço." (Dave Weinbaum) CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 2 AULA 02 - Sociedades anônimas: classificação, constituição, integralização do capital social, órgãos societários e administração, controle, resultados sociais, extinção e modificação. Desconsideração da personalidade jurídica. Bem, pessoal. Antes de iniciarmos os comentários das questões desta aula, faz- se necessário fazermos uma pequena introdução sobre as Sociedades Anônimas. O Código Civil determina que as sociedades anônimas sejam regidas por lei especial ou específica, e nos casos omissos, aplica-se o próprio código. Esta lei especial é a Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976; ela é também chamada de Lei das Sociedades Anônimas (LSA). Esta legislação específica é importantíssima para a disciplina de Contabilidade. Desta forma, a LSA disciplina as sociedades por ações, que se dividem em sociedade anônima e sociedade em comandita por ações. Sociedade anônima–S/A (arts. 1088 e 1089, CC e LSA) Sociedade em comandita por ações-C/A (art. 1090 a 1092, CC e art. 280 a 284, LSA) A sociedade anônima tem seu capital social divido em ações e é uma sociedade de capital, onde o capital é o mais importante. Isso significa que suas ações são livremente negociáveis e não há proibição para que estranhos passem a compor o seu quadro social. Ou seja, há uma característica fortemente capitalista nas sociedades anônimas. Por conseguinte, lembremos que as sociedades por ações são sempre empresárias, independentemente do seu objeto social. Outra coisa, mais importante até, é sobre a responsabilidade dos acionistas. Conforme reza o art. 1º da LSA, “a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.”. Lembrem-se: PREÇO DE EMISSÃO DAS AÇÕES SUBSCRITAS OU ADQUIRIDAS. Isso quer dizer que os sócios da sociedade anônima (acionistas) respondem somente pela SOCIEDADES POR AÇÕES CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 3 integralização de suas ações. Neste ponto devemos fazer um paralelo com a responsabilidade dos sócios da sociedade limitada (art. 1052, CC). Na sociedade limitada, o sócio quotista responde tão somente pelo valor de suas quotas, PORÉM todos respondem SOLIDARIAMENTE pela integralização do capital social. Já para os acionistas, não há essa previsão de solidariedade pela integralização do CS. Bem, meus amigos. Com sabemos, esta aula de hoje é sobre a Sociedade Anônima. Porém, farei um resumo sobre as sociedades em comandita por ações, pois não temos muitas questões sobre esse tipo societário, e como prometi, o objetivo do curso é cobrir todo o programa do edital. Vamos lá! SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES (C/A) A sociedade em comandita por ações é uma sociedade de capital, sendo regida pelo Código Civil e, supletivamente, pela Lei das Sociedades Anônimas. É um tipo societário híbrido, pois possui características de sociedade anônima e de sociedade em comandita simples. O seu capital social é dividido em ações e pode adotar como nome empresarial a firma ou a denominação designativa do objeto social, seguida da expressão “comandita por ações”, sendo que da firma ou razão social só farão parte os nomes dos sócios-diretores ou gerentes. Neste caso, a responsabilidade daquele cujo nome constar da firma ou razão social será ilimitada e solidária. Assim como na comandita simples, há na sociedade em comandita por ações dois tipos de sócios: o sócio administrador e o sócio não administrador. Sendo que somente o acionista pode administrar a sociedade. Ou de outra forma: a sociedade em comandita por ações não admite administrador não sócio. E como consequência, os administradores respondem ILIMITADA e SOLIDARIAMENTE pelas obrigações da sociedade. Esta solidariedade entre os administradores é estabelecida pelo §1º do art. 1091 do CC, nestes termos: Art. 1091, § 1º. Se houver mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis, depois de esgotados os bens sociais. Outra coisa importante é que os administradores de uma C/A são nomeados, sem limitação de tempo, no ato constitutivo da sociedade e somente podem ser destituídos através de deliberação dos sócios que representem no CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 4 mínimo 2/3 (dois terços) do capital social. Sendo destituídos, respondem durante dois anos pelas obrigações sociais contraídas sob a sua administração. Na C/A, a assembleia geral (AG) sofre algumas limitações em suas deliberações, ficando proibida de deliberar sem o consentimento dos diretores sobre alguns assuntos relevantes. Eis os assuntos vedados à deliberação em assembleia geral: Agora, vamos resolver questões! ( ) 1. (ICMS RJ 2008.1) As companhias são classificadas em abertas e fechadas conforme as ações de sua emissão estejam ou não admitidas à negociação em Bolsa de Valores. Bem, nos termos do art. 4º da LSA, a sociedade anônima pode ser “ABERTA ou FECHADA conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.”. Se Sem o consentimento dos diretores, a AG NÃO PODE Mudar o objeto social Prorrogar o prazo de duração da Alterar o capital social Emitir debêntures ou partes beneficiárias Aprovar a participação em grupo de sociedades CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 5 houver negociação dos valores mobiliários da S/A no mercado de valores mobiliários, a Cia. será aberta, caso contrário, será fechada. Mas, quais seriam esses valores mobiliários? Referem-se às ações, debêntures, partes beneficiárias e bônus de subscrição. Esse mercado de valores mobiliários (ou mercado de capitais) compreende a bolsa de valores e o mercado de balcão. A bolsa de valores é instituição de direito privado, cuja finalidade é permitir a negociação através de oferecimento público dos títulos das companhias, sob supervisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É a CVM quem concede a autorização para a S/A negociar seus valores mobiliários no mercado de capitais. A bolsa não atua como mercado primário, ou seja, elanão trabalha com valores mobiliários novos emitidos pelas companhias; somente atua como mercado secundário, com a transferência de ações e outros valores mobiliários (compra e venda). O mercado de balcão atua com o oferecimento público dos valores mobiliários das companhias, porém realizado fora da bolsa de valores. É composta pelas sociedades corretoras e instituições financeiras. O mercado de balcão pode atuar como mercado primário e secundário. Desta forma, a Cia. aberta tem seus valores mobiliários negociados no mercado de valores mobiliários (bolsa de valores e mercado de balcão). Já a Cia. fechada não tem seus valores mobiliários negociados no mercado de valores mobiliários. Porém, devemos notar que a Cia. fechada pode negociar seus valores mobiliários com qualquer interessado, mas não através da negociação pública, no mercado de capitais. Recapitulando: SOCIEDADE ANÔNIMA pode ser ABERTA FECHADA MERCADO DE CAPITAIS CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 6 BOLSA DE VALORES – mercado secundário Mercado primário MERCADO DE BALCÃO Mercado secundário MERCADO PRIMÁRIO =>subscrição e emissão de valores mobiliários (novos). MERCADO SECUNDÁRIO =>compra e venda de valores mobiliários. Portanto, a questão contém dois erros: menciona somente “ações”, quando o correto seria “valores mobiliários”, e menciona “Bolsa de Valores”, quando o correto seria “mercado de valores mobiliários”. Desta forma a questão está incorreta. Art. 4o Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Gabarito: Incorreta ( ) 2. (ICMS RJ 2008.1) As companhias de capital aberto são aquelas que têm os seus valores mobiliários negociados apenas no mercado de valores. Esta assertiva gerou diversos recursos na época, porém a banca manteve o gabarito como INCORRETA. Aliás, este primeiro concurso realizado em janeiro de 2008 compreendeu questões e gabaritos muito MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS ATENÇÃO!! CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 7 polêmicos, especialmente em nossa matéria. Bem, mais uma vez: o mercado de valores mobiliários é formado por bolsa de valores e mercado de balcão. A companhia aberta tem seus valores mobiliários negociados no mercado de valores mobiliários; já a companhia fechada, não. Como podemos perceber, fica difícil de aceitar a incorreção desta assertiva. Poderíamos dizer que o erro é pela falta no final da assertiva da expressão “mobiliários” completando “mercado de valores”. Então, a afirmativa estaria incompleta. Mas isso seria “forçar a barra”. Tentando pensar como o examinador, acredito que a intenção era deixar a assertiva incorreta utilizando a palavra “apenas” referindo-se à Bolsa de Valores. Neste caso, ficaria assim a afirmativa: As companhias de capital aberto são aquelas que têm os seus valores mobiliários negociados apenas na bolsa de valores. Aí, como já sabemos, a assertiva estaria incorreta mesmo. O problema é que foi colocado “mercado de valores”. Porém, a banca argumentou não se sabe por qual motivo que a afirmativa referia-se tão somente a um único valor mobiliário: a ação. Ora, não há a palavra “ação” na assertiva. Veja a justificativa da banca: “Em que pese a fundamentação dos recorrentes, os recursos não podem ser providos. A classificação das sociedades anônimas em abertas e fechadas não parte do critério da negociação das ações no mercado de valores. As ações são espécies do gênero valores mobiliários. Uma companhia pode ser classificada como aberta se tiver algum valor mobiliário negociado no mercado, como, por exemplo, as debêntures. Não se pode partir de uma classificação a partir de um único valor mobiliário. O art. 4o da Lei 6.404/76 não deixa dúvidas ao dispor: “Para os efeitos desta Lei a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários.”.” Portanto, a questão deveria ter sido anulada. Gabarito: Incorreta CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 8 ( ) 3. (ICMS RJ 2008.1) A responsabilidade dos acionistas é limitada ao valor nominal das ações subscritas ou adquiridas. Já estudamos sobre a responsabilidade dos acionistas de uma S/A, certo? Devemos ter bastante atenção aos trocadilhos feitos pela FGV. A responsabilidade dos acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, nos termos do art. 1° da LSA. Esta afirmativa limita a responsabilidade dos acionistas ao valor nominal das ações, e por isso, ela está incorreta. Na questão seguinte, faremos a distinção entre os diversos valores das ações, OK? Art. 1º da LSA. A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Gabarito: Incorreta 4. (ICMS RJ 2008.1) As ações são consideradas títulos representativos de parcelas do capital social de uma sociedade anônima, que atribuem aos seus titulares direitos patrimoniais e pessoais. Levando em consideração o conceito de ação e suas características, é correto afirmar que: (A) é vedada a emissão de ações, sem valor nominal, por preço inferior ao seu valor nominal. (B) o direito de voto é um direito essencial do acionista. (C) o conceito de valor nominal da ação é o mesmo que o de preço de emissão da ação. (D) as ações podem representar frações desiguais do capital social. (E) as ações de companhia aberta somente podem ser negociadas depois de integralizados trinta por cento do preço de sua emissão. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 9 Primeiramente, é importante sabermos os diversos valores de uma ação. 1. Valor nominal – é o resultado da divisão do valor do capital social da companhia pelo número de ações emitidas por ela. Porém, de acordo com o estatuto, as ações podem ou não ter valor nominal. Possuindo valor nominal, este é o limite mínimo do preço de emissão das novas ações, isto é, é vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal (art. 13); 2. Valor patrimonial – é a divisão do valor do patrimônio líquido da companhia pelo número de ações emitidas por ela; 3. Valor de negociação – é o valor ajustado entre as partes, conforme suas vontades. Leva em consideração, principalmente, a perspectiva de rentabilidade da companhia; 4. Valor econômico – é definido através do método do fluxo de caixa, pelo qual é encontrado o valor que se mostra mais atrativo e vantajoso para o investidor pagar pelas ações de uma companhia; 5. Preço de emissão – é o valor atribuído à ação pela companhia, no caso de compra, à vista ou a prazo, pelo subscritor. O preço de emissão é estabelecido: na constituição da companhia e no aumento do capital social. VALOR NOMINAL VALOR PATRIMONIAL VALOR ECONÔMICO VALOR DE NEGOCIAÇÃO VALOR DE EMISSÃO CAPITAL SOCIAL Nº DE AÇÕES PATRIMÔNIO LÍQUIDO Nº DE AÇÕES AJUSTADO ENTRE AS PARTES ESTIPULADO COM BASE EM ANÁLISES ECONÔMICAS ESTABELECIDO NA CONSTITUIÇÃO DA COMPANHIA OU NO AUMENTO DO CAPITAL SOCIAL CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ ProfessorWangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 10 Agora, analisemos as alternativas! A) é vedada a emissão de ações, sem valor nominal, por preço inferior ao seu valor nominal. e C) o conceito de valor nominal da ação é o mesmo que o de preço de emissão da ação. Incorretas. A LSA realmente veda a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal. Porém, a inserção da expressão “sem valor nominal” torna a alternativa A) incorreta. Não há essa expressão no caput do art. 13 da LSA. Além disso, as ações podem ou não ter valor nominal, nos termos do estatuto. Se possuir valor nominal, este é o limite do preço de emissão das ações. Caso o estatuto não estabeleça valor nominal para as ações, o preço de emissão não terá limite mínimo. Portanto, podemos concluir que o conceito de valor nominal e preço de emissão diferem, e a letra C) está incorreta por este motivo. Porém, no momento da constituição da companhia, o estatuto poderá definir o valor nominal, e neste caso, o preço de emissão deverá ser igual ou superior aquele. Veja bem: o valor em si é que poderá ser igual, não o conceito de valor nominal e preço de emissão. A contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal constituirá reserva de capital (ágio). ≥ Art. 11. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal. Art. 13. É vedada a emissão de ações por preço inferior ao seu valor nominal. § 1º A infração do disposto neste artigo importará nulidade do ato ou operação e responsabilidade dos infratores, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. § 2º A contribuição do subscritor que ultrapassar o valor nominal constituirá reserva de capital (artigo 182, § 1º). PREÇO DE EMISSÃO VALOR NOMINAL CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 11 B) o direito de voto é um direito essencial do acionista. Os direitos essenciais dos acionistas estão previstos no art. 109 da LSA. Observemos que entre eles não se encontra o direito de voto. Art. 109. Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de: I - participar dos lucros sociais; II - participar do acervo da companhia, em caso de liquidação; III - fiscalizar, na forma prevista nesta Lei, a gestão dos negócios sociais; IV - preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição, observado o disposto nos artigos 171 e 172; V - retirar-se da sociedade nos casos previstos nesta Lei. Desta forma, as ações preferenciais podem ter o direito de voto restrito, ou mesmo, não possuí-lo, de acordo com o estatuto da companhia. Ressalto, porém, que o direito de voto poderá ser restituído, ou exercido em sua plenitude, caso a companhia não cumpra com suas obrigações no que tange ao pagamento dos dividendos, nos termos dos parágrafos do art. 111. Alternativa incorreta. Art. 111. O estatuto poderá deixar de conferir às ações preferenciais algum ou alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias, inclusive o de voto, ou conferi-lo com restrições, observado o disposto no artigo 109. § 1º As ações preferenciais sem direito de voto adquirirão o exercício desse direito se a companhia, pelo prazo previsto no estatuto, não superior a 3 (três) exercícios consecutivos, deixar de pagar os dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não forem cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso. § 2º Na mesma hipótese e sob a mesma condição do § 1º, as ações preferenciais com direito de voto restrito terão suspensas as limitações ao exercício desse direito. § 3º O estatuto poderá estipular que o disposto nos §§ 1º e 2º vigorará a partir do término da implantação do empreendimento inicial da companhia. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 12 Desta forma, nos termos da Lei das Sociedades Anônimas: Bem, acho oportuno neste momento sabermos o entendimento da banca acerca do direito de voto, nos termos das disposições previstas no Código Civil. A FGV considera que “Não haveria mais no Código Civil a possibilidade de criação de cotas sem direito a voto de acordo com a aplicação do art. 1072 combinado com o caput do art. 1010.” Esta afirmação foi feita na prova para Fiscal de Rendas do Rio de Janeiro de 2008 (a segunda prova), em uma de suas afirmativas. Vamos ver esses dispositivos. Art. 1.010. Quando, por lei ou pelo contrato social, competir aos sócios decidir sobre os negócios da sociedade, as deliberações serão tomadas por maioria de votos, contados segundo o valor das quotas de cada um. Art. 1.072. As deliberações dos sócios, obedecido o disposto no art. 1.010, serão tomadas em reunião ou em assembléia, conforme previsto no contrato social, devendo ser convocadas pelos administradores nos casos previstos em lei ou no contrato. § 1o A deliberação em assembléia será obrigatória se o número dos sócios for superior a dez. § 2o Dispensam-se as formalidades de convocação previstas no § 3o do art. 1.152, quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia. § 3o A reunião ou a assembléia tornam-se dispensáveis quando todos os sócios decidirem, por escrito, sobre a matéria que seria objeto delas. § 4o No caso do inciso VIII do artigo antecedente, os administradores, se houver urgência e com autorização de titulares de mais da metade do capital social, podem requerer concordata preventiva. § 5o As deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam todos os sócios, ainda que ausentes ou dissidentes. § 6o Aplica-se às reuniões dos sócios, nos casos omissos no contrato, o disposto na presente Seção sobre a assembléia. Observemos que há o respeito à participação de cada sócio no capital social. O DIREITO DE VOTO NÃO É UM DIREITO ESSENCIAL DO ACIONISTA CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 13 Para a nossa prova, temos que considerar essas diferenças entre as sociedades por ações regidas pela LSA e as regidas pelo CC, com relação ao direito de voto. D) as ações podem representar frações desiguais do capital social. A alternativa está incorreta nos termos do art. 11, §2° da LSA, que determina que o valor nominal seja o mesmo para todas as ações da companhia. Valendo lembrar que o capital social da sociedade limitada divide-se em quotas, iguais ou desiguais (art. 1055, CC). Art. 11 § 2º O valor nominal será o mesmo para todas as ações da companhia. E) as ações de companhia aberta somente podem ser negociadas depois de integralizados trinta por cento do preço de sua emissão. Correta. Alternativa literal do art. 20 da LSA; ressaltando o disposto em seu §único. Art. 29. As ações da companhia aberta somente poderão ser negociadas depois de realizados 30% (trinta por cento) do preço de emissão. Parágrafo único. A infração do disposto neste artigo importa na nulidade do ato. Atenção: a porcentagem é do preço de emissão, e não, do valor nominal, ou de outro valor. Gabarito: letra E 5. (PROCURADOR TCM RJ 2008) Em relação às sociedades anônimas, assinale a alternativa correta. (A) A companhia aberta poderá emitir partes beneficiárias para negociação no mercado de valores. (B) A incorporação de imóveis para a formação do capital social não prescinde de escritura pública. (C) As sociedades anônimassão regidas pela Lei 6.404/76, aplicando- se-lhes, nos casos omissos, as disposições do Código Civil. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 14 (D) É assegurado ao acionista que discordar de qualquer deliberação de Assembléia Geral o direito de retirada ou recesso. (E) O processo do voto múltiplo pode ser requerido em eleição dos membros da diretoria. Vamos falar agora sobre os demais valores mobiliários e suas características principais. A ideia é apresentar ao aluno um resumo, um quadro com os pontos principais de cada valor mobiliário previsto na LSA. Nesta questão vamos estudar as Partes Beneficiárias e os Bônus de Subscrição. As Debêntures serão estudadas na próxima questão, certo? PARTES BENEFICIÁRIAS (Art. 46 a 51, LSA) Ressalta-se que o crédito conferido pelas partes beneficiárias é eventual devido ao fato de que dependerá do resultado positivo no exercício social da companhia. BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO (Art. 75 a 79, LSA) • Títulos sem valor nominal e estranhos ao capital social • Criados a qualquer tempo • Confere direito de crédito eventual contra a companhia • Somente companhia fechada pode emitir parte beneficiária • É vedado conferir qualquer direito privativo de sócio às partes beneficiárias, exceto o direito de fiscalizar os administradores • Limite máximo de 10% dos lucros da companhia • Possibilidade de conversão em ações • Títulos emitidos dentro do limite de aumento de capital social autorizado no estatuto • Conferem aos seus titulares o direito de subscrever ações do capital social mediante apresentação do título e pagamento do preço de emissão das ações (direito de preferência) • A deliberação compete à Assembleia Geral se o estatuto não conferir ao Conselho de Administração CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 15 A) A companhia aberta poderá emitir partes beneficiárias para negociação no mercado de valores. Como podemos perceber do quadro acima esta alternativa está incorreta, pois é vedado a emissão de partes beneficiárias por companhia aberta. Art. 47 Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) B) A incorporação de imóveis para a formação do capital social não prescinde de escritura pública. A incorporação de imóveis para a formação do capital social não exige escritura pública (art. 89). Ou seja, não precisa de escritura pública. As bancas usam bastante o verbo prescindir para confundir o candidato. Prescindir significa deixar de lado, não levar em conta. Logo, a incorporação de imóveis para a formação do capital social prescinde de escritura pública. Alternativa incorreta. Art. 89. A incorporação de imóveis para formação do capital social não exige escritura pública. C) As sociedades anônimas são regidas pela Lei 6.404/76, aplicando-se-lhes, nos casos omissos, as disposições do Código Civil. É exatamente esta a determinação do art. 1089, CC. Por isso este é o nosso gabarito. Alternativa correta. Art. 1.089. A sociedade anônima rege-se por lei especial, aplicando-se-lhe, nos casos omissos, as disposições deste Código. D) É assegurado ao acionista que discordar de qualquer deliberação de Assembléia Geral o direito de retirada ou recesso. O direito de recesso ou de retirada do acionista, nos casos previsto na LSA, é assegurado como um direito essencial e não poderá ser suprimido pelo estatuto ou Assembleia. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 16 Sobre o direito de recesso, peguemos o seguinte ensinamento do Prof. Fabio Ulhoa Coelho: “O sócio pode, por vontade própria, desligar-se da sociedade empresária por dois modos: alienando sua participação societária, ou exercendo o direito de retirada. Na limitada de vínculo instável, enquanto a venda é difícil, a retirada pode ocorrer a qualquer tempo, se contratada a sociedade por prazo indeterminado. Já na anônima, a lei procura facilitar a negociação e restringir a retirada.” Na alienação de sua participação societária, o sócio manifesta sua vontade através de um negócio bilateral; enquanto que no exercício do direito de retirada há a declaração unilateral de retirar-se da sociedade. Assim, as sociedades limitadas são estimuladas a se valerem do exercício do direito de recesso. Já as sociedades anônimas, a se valerem da alienação da participação societária. Podemos entender o direito de retirada como a relação jurídica entre o sócio que se retira e a sociedade. Esta sociedade é devedora da prestação a que o sócio tem direito, isto é, o reembolso. Desta forma, o direito de retirada nas S/As sofre restrições e, somente, é permitido em alguns casos específicos. O art. 137, II, por exemplo, estabelece alguns requisitos para as ações para que esse direito seja exercido. Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de espécie ou classe prejudicadas; (Incluído pela Lei nº 9.457, de 1997) II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 17 b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação; (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) (...) Isto quer dizer que, no caso das companhias de capital aberto, o direito de retirada não é absoluto, pois se as ações tiverem liquidez e dispersão no mercado, o direito de recesso não poderá ser exercido, mas poderá o acionista alienar sua participação vendendo-a normalmente no mercado. De forma contrária, na companhia de capital fechado, não há restrições sobre a saída de acionistas (direito de recesso). Portanto, existe diferença entre o direito de retirada na companhia aberta e na companhia fechada. Em consequência, a LSA autoriza que, em casos específicos, o acionista possa retirar-se da sociedade mediante o reembolso de suas ações. Vejamos (art. 137): • Criação de novas ações preferenciais ou aumento de classe das já existentes, sem preservar proporção com as demais classes de ações preferenciais, salvo se já previsto ou autorizado pelo estatuto; • Alteração nas preferências, vantagens e condições de resgate ou amortização de uma ou mais classes de ações preferenciais, ou criação de nova classe mais favorecida; • Redução do dividendo obrigatório; • Fusão da companhia ou sua incorporação em outra; • Participação em grupo de sociedade; • Mudança de objeto social; • Cisão da companhia. Com essas considerações acerca do direito de recesso, podemos afirmar que a alternativa está incorreta,pois o exercício do direito de recesso nas S/As é restrito a alguns casos específicos. E a discordância por parte do acionista de qualquer deliberação da Assembleia Geral não confere o direito de retirada ao sócio discordante e insatisfeito com a deliberação da AG. Não há esta hipótese dentre aquelas especificadas acima. Alternativa incorreta. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 18 E) O processo do voto múltiplo pode ser requerido em eleição dos membros da diretoria. Incorreta. De acordo com o arts. 141 e 239 (sociedade de economia mista), o voto múltiplo é requerido para eleição dos conselheiros, e não de diretores da companhia. Vejamos. Art. 141. Na eleição dos conselheiros, é facultado aos acionistas que representem, no mínimo, 0,1 (um décimo) do capital social com direito a voto, esteja ou não previsto no estatuto, requerer a adoção do processo de voto múltiplo, atribuindo-se a cada ação tantos votos quantos sejam os membros do conselho, e reconhecido ao acionista o direito de cumular os votos num só candidato ou distribuí-los entre vários. Art. 239. As companhias de economia mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo. Gabarito: letra C 6. (Agente Notarial AM 2005) A respeito das debêntures, é correto afirmar que: (A) conferem ao debenturista, como regra, a condição de sócio da sociedade emissora. (B) conferem dividendos aos debenturistas. (C) atribuem ao seu possuidor um direito de crédito contra a sociedade emitente. (D) não podem ser emitidas com garantia real. (E) só são passíveis de emissão pelas sociedades por pessoas. As debêntures são títulos representativos de dívida da Companhia; apelo ao público para captação de recursos pela S/A para exercer suas atividades. Pode, também, ser entendida como uma alternativa ao pedido de empréstimo convencional. É definida pelo art. 52 da LSA. Art. 52. A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 19 As debêntures PODEM ser convertidas em ações, o que é diferente de dizer que confere a condição de sócio ao debenturista. Não confere. Debenturista é debenturista. Sócio é sócio. Futuramente, o debenturista PODERÁ ser sócio, caso a debênture seja convertida em ações. Porém, o acionista poderá subscrever as debêntures emitidas, exercendo seu direito de preferência. Art. 57. A debênture poderá ser conversível em ações nas condições constantes da escritura de emissão, que especificará: (...) § 1º Os acionistas terão direito de preferência para subscrever a emissão de debêntures com cláusula de conversibilidade em ações, observado o disposto nos artigos 171 e 172. (...) São espécies de debêntures (de acordo com a garantia oferecida): - debênture com garantia real (58, §5º); - debênture com garantia flutuante (58, §1º); - debênture com garantia quirografária; - debênture com garantia subordinada (58, §4º). Vejamos nosso resumo para facilitar nossa vida. DEBÊNTURES (Art. 52 a 74, LSA) Portanto, vejamos as alternativas. A) conferem ao debenturista, como regra, a condição de sócio da sociedade emissora. Incorreta. As debêntures não conferem aos • Conferem direito de crédito contra a S/A • Possibilidade de conversão em ações • Em regra, terá um valor nominal expresso em moeda nacional • Há a possibilidade de juros, fixos ou variáveis, participação no lucro e prêmio por reembolso • Emissão de competência privativa da AG CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 20 debenturistas direitos de acionistas, como regra. O que há, é a possibilidade de conversão em ações; mas isso também não é regra. B) conferem dividendos aos debenturistas. Incorreta. Pois, há somente a possibilidade de participação nos lucros. Não é uma regra. C) atribuem ao seu possuidor um direito de crédito contra a sociedade emitente. Eis nosso gabarito. Está conforme o art. 52 da LSA visto acima. D) não podem ser emitidas com garantia real. Incorreta. Como vimos, as debêntures podem ser emitidas com garantia real. E) só são passíveis de emissão pelas sociedades por pessoas. Incorreta. Sem fundamento nenhum, esta alternativa. A S/A é uma sociedade de capital e a previsão para emissão de debêntures está na LSA. Gabarito: letra C 7. (JUIZ SUBSTITUTO TJ PA 2009). Em regra, em uma sociedade anônima, a deliberação sobre a emissão de debêntures é da competência: (A) exclusiva da Diretoria Especial de Debêntures. (B) originária do Conselho Fiscal. (C) privativa da Assembléia Geral. (D) concorrente com o Conselho Fiscal. (E) delegada à Assembléia de Debenturistas. A Assembleia Geral possui diversas atribuições elencadas nos arts. 122 e 132. No entanto, a sua competência para a deliberação sobre a emissão de debêntures está prevista no caput do art. 59 da LSA. Art. 59. A deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da assembléia-geral, que deverá fixar, observado o que a respeito dispuser o estatuto: CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 21 Gabarito: letra C 8. (ICMS RJ 2010) Com relação à constituição das sociedades anônimas, analise as afirmativas a seguir. I. Para a validade da constituição da sociedade anônima, são necessários, no mínimo, sete subscritores iniciais de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto. II. Para a constituição por subscrição pública, é necessário o prévio pedido de registro da emissão de ações na Comissão de Valores Mobiliários, assinado pelo fundador e por uma instituição financeira intermediária. III. É possível a constituição de uma companhia fechada por meio de escritura pública lavrada em cartório de notas. Assinale: (A) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. (B) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. (C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. (D) se somente a afirmativa II estiver correta. (E) se todas as afirmativas estiverem corretas. A constituição de uma sociedade anônima não é por contrato social e sim por um estatuto social, sendo chamada de sociedade estatutária ou institucional. Para a sua constituição, é necessário seguir as determinações procedimentais da LSA. Como etapa inicial, deve haver a satisfação dos seguintes requisitos preliminares (art. 80 e 81, da LSA): 1) Subscrição do capital social por pelo menos duas pessoas; 2) Realização em dinheiro de no mínimo 10% do preço de emissão das ações, como entrada; CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 22 3) Depósito no Banco do Brasil ou em outro banco autorizado pela CVM da parte do capital realizado em dinheiro no prazo de 5 dias do recebimento das quantias. Ressalta-se que caso a companhia não se constitua dentro de 6 meses da data do depósito, o banco deverá restituir as quantias depositadas diretamente aos subscritores. Vamos à questão. I – Incorreta. Como vimos, são pelo menos 2 pessoas necessáriaspara subscrever as ações que comporão o capital social fixado no estatuto. II – Correta. Há duas modalidades de constituição de uma S/A: constituição por subscrição pública e constituição por subscrição particular. Seguem as características principais de cada modalidade. CONSTITUIÇÃO POR SUBSCRIÇÃO PÚBLICA (Art. 82) • Companhias abertas • Registro prévio na CVM • Intermediação de instituição financeira • Estudo de viabilidade econômica e financeira • Projeto do estatuto social • Prospecto, organizado e assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária • Assembleia geral de fundação, após a subscrição de todo o capital social CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 23 CONSTITUIÇÃO POR SUBSCRIÇÃO PARTICULAR (Art. 88) III – É possível a constituição de uma companhia fechada por meio de escritura pública lavrada em cartório de notas. Correta, conforme visto acima e nos termos do art. 88 da LSA. Art. 88. A constituição da companhia por subscrição particular do capital pode fazer-se por deliberação dos subscritores em assembléia-geral ou por escritura pública, considerando-se fundadores todos os subscritores. § 1º Se a forma escolhida for a de assembléia-geral, observar-se-á o disposto nos artigos 86 e 87, devendo ser entregues à assembléia o projeto do estatuto, assinado em duplicata por todos os subscritores do capital, e as listas ou boletins de subscrição de todas as ações. § 2º Preferida a escritura pública, será ela assinada por todos os subscritores, e conterá: a) a qualificação dos subscritores, nos termos do artigo 85; b) o estatuto da companhia; c) a relação das ações tomadas pelos subscritores e a importância das entradas pagas; d) a transcrição do recibo do depósito referido no número III do artigo 80; e) a transcrição do laudo de avaliação dos peritos, caso tenha havido subscrição do capital social em bens (artigo 8°); f) a nomeação dos primeiros administradores e, quando for o caso, dos fiscais. Gabarito: letra C 9. (Fiscal da Receita Estado do Amapá 2010) A respeito do direito dos sócios ao dividendo, é correto afirmar que: • Companhias fechadas • Procedimentos mais simples • Deliberação dos subscritores em Assembleia geral ou por escritura pública em cartório, considerando‐se fundadores todos os subscritores CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 24 (A) é licito o contrato social excluir um ou alguns sócios da participação dos dividendos. (B) nas sociedades por ações, é vedada a previsão estatutária que estabelece percentuais diferentes na participação dos dividendos para os acionistas. (C) é licita a distribuição de dividendos aos sócios em exercício no qual a sociedade tenha apresentado resultados negativos, isto é, ausência de lucros. (D) nas sociedades por ações, é obrigatória a distribuição de dividendos de, no mínimo, 25% do lucro líquido, calculados nos termos da lei acionária, podendo, no entanto, o estatuto social dispor outro percentual. (E) tanto nas sociedades limitadas quanto nas sociedades por ações, o dividendo legal mínimo obrigatório é de 25% do lucro líquido, não podendo o contrato ou o estatuto social, respectivamente, dispor em contrário. A) é licito o contrato social excluir um ou alguns sócios da participação dos dividendos. É exatamente a afirmativa desta alternativa que o CC veda. É a chamada vedação à sociedade leonina. O Código Comercial declarava nula a sociedade leonina, ou seja, aquela sociedade ou companhia em que se estipulava que a totalidade dos lucros pertenceria a um só sócio, bem como, a totalidade das perdas. Porém, o CC atual apenas declara nula a estipulação contratual naquele sentido (art. 1.008). Vale ressaltar que é permitida a distribuição não igualitária dos lucros e perdas entre os sócios, desde que razoável e justificável. Alternativa incorreta. Art. 1.007. Salvo estipulação em contrário, o sócio participa dos lucros e das perdas, na proporção das respectivas quotas, mas aquele, cuja contribuição consiste em serviços, somente participa dos lucros na proporção da média do valor das quotas. Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de participar dos lucros e das perdas. No que tange à S/A, o art. 109 da LSA (já mencionado mais acima) estabelece os direitos essenciais dos acionistas. No inciso I desse artigo, há determinação CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 25 no mesmo sentido do CC de vedar a exclusão do sócio na distribuição dos dividendos ao preconizar que “Nem o estatuto social nem a assembléia-geral poderão privar o acionista dos direitos de: I - participar dos lucros sociais;...” B) nas sociedades por ações, é vedada a previsão estatutária que estabelece percentuais diferentes na participação dos dividendos para os acionistas. Em relação aos dividendos, eles podem ser conceituados como a parcela do lucro líquido destinada ao pagamento dos acionistas, considerando a proporção do investimento feito por cada acionista na sociedade. Os dividendos devem ser estabelecidos no estatuto. Caso este seja omisso, o art. 202 da LSA determina o percentual de 50% do Lucro Líquido destinado ao pagamento do dividendo obrigatório. Se a Assembleia Geral resolver alterar o estatuto omisso e estabelecer o percentual de dividendo, este não poderá ser inferior a 25% do lucro líquido ajustado. Porém, a companhia poderá deixar de pagar os dividendos obrigatórios em alguns casos: - quando a situação financeira da companhia não for compatível com o pagamento de dividendos (§4º do art. 202); - por deliberação da assembleia-geral, desde que não haja oposição de acionista presente, podendo até reduzir o dividendo (§3º do art. 202): • Nas companhias abertas, para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações; • Nas companhias fechadas. Bem, o §1º do art. 17 estabelece a possibilidade de diferentes percentuais nos dividendos relativos às ações preferenciais sem direito a voto ou com voto restrito, como condição para serem negociadas no mercado de valores mobiliários. Além disso, o §2º do mesmo artigo, determina que deve constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito. Portanto, é permitida a previsão no estatuto do estabelecimento de percentuais diferentes na participação dos dividendos para os acionistas. Incorreta. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 26 Art. 17 § 1o Independentemente do direito de receber ou não o valor de reembolso do capital com prêmio ou sem ele, as ações preferenciais sem direito de voto ou com restrição ao exercício deste direito, somente serão admitidas à negociação no mercado de valores mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens: I - direito de participar do dividendo a ser distribuído, correspondente a, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido do exercício, calculado na forma do art. 202, de acordo com o seguinte critério: a) prioridade no recebimento dos dividendos mencionados neste inciso correspondente a, no mínimo, 3% (três por cento) do valor do patrimônio líquido da ação; e b) direito de participar dos lucros distribuídos em igualdade de condições com as ordinárias, depois de a estas assegurado dividendo igualao mínimo prioritário estabelecido em conformidade com a alínea a; ou II - direito ao recebimento de dividendo, por ação preferencial, pelo menos 10% (dez por cento) maior do que o atribuído a cada ação ordinária; ou III - direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas no art. 254-A, assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias § 2o Deverão constar do estatuto, com precisão e minúcia, outras preferências ou vantagens que sejam atribuídas aos acionistas sem direito a voto, ou com voto restrito, além das previstas neste artigo.(Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) C) é licita a distribuição de dividendos aos sócios em exercício no qual a sociedade tenha apresentado resultados negativos, isto é, ausência de lucros. Pelo contrário. Esta estipulação é ilícita e ocorrendo implica responsabilidade solidária dos administradores e membros do conselho fiscal, se coniventes, devendo repor ao caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal cabível. Porém, se o dividendo foi recebido de boa-fé, o acionista que o recebeu não será obrigado à devolução. A má-fé neste caso é considerada quando a distribuição tenha sido feita sem o levantamento de balanço ou em desacordo com os resultados deste. Portanto, não é lícita a distribuição de dividendos quando o exercício tiver resultando negativo. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 27 Art. 201. A companhia somente pode pagar dividendos à conta de lucro líquido do exercício, de lucros acumulados e de reserva de lucros; e à conta de reserva de capital, no caso das ações preferenciais de que trata o § 5º do artigo 17. § 1º A distribuição de dividendos com inobservância do disposto neste artigo implica responsabilidade solidária dos administradores e fiscais, que deverão repor à caixa social a importância distribuída, sem prejuízo da ação penal que no caso couber. § 2º Os acionistas não são obrigados a restituir os dividendos que em boa-fé tenham recebido. Presume-se a má-fé quando os dividendos forem distribuídos sem o levantamento do balanço ou em desacordo com os resultados deste. D) nas sociedades por ações, é obrigatória a distribuição de dividendos de, no mínimo, 25% do lucro líquido, calculados nos termos da lei acionária, podendo, no entanto, o estatuto social dispor outro percentual. e E) tanto nas sociedades limitadas quanto nas sociedades por ações, o dividendo legal mínimo obrigatório é de 25% do lucro líquido, não podendo o contrato ou o estatuto social, respectivamente, dispor em contrário. A disposição da letra D está correta, nos termos do art. 202, §2º da LSA. Os dividendos obrigatórios devem ser fixados no estatuto. Assim, o dividendo mínimo obrigatório é de 25%, podendo a assembleia estabelecer outro percentual. Já a letra E, está equivocada pelos mesmos motivos que a letra D está correta, além do fato de que não há a disposição prevista na alternativa no CC para as sociedades limitadas. Art. 202 § 2o Quando o estatuto for omisso e a assembléia-geral deliberar alterá-lo para introduzir norma sobre a matéria, o dividendo obrigatório não poderá ser inferior a 25% (vinte e cinco por cento) do lucro líquido ajustado nos termos do inciso I deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Art. 202 § 3o A assembléia-geral pode, desde que não haja oposição de qualquer acionista presente, deliberar a distribuição de dividendo inferior ao obrigatório, nos termos deste artigo, ou a retenção de todo o lucro líquido, nas seguintes sociedades: (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) I - companhias abertas exclusivamente para a captação de recursos por debêntures não conversíveis em ações; (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) II - companhias fechadas, exceto nas controladas por companhias abertas que não se enquadrem na condição prevista no inciso I. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 28 Gabarito: letra D 10. (ICMS RJ 2008.2) Determinada companhia aberta pretende ampliar o quorum qualificado para aprovação de certas matérias previstas no art. 136 da Lei 6.404/76, para 3/4 do capital votante. Essa companhia aberta possui apenas bônus de subscrição admitidos à negociação em Bolsa de Valores, não tendo ações negociadas no mercado de valores mobiliários. A respeito da possibilidade de tornar maior o quorum previsto em lei, mediante modificação do estatuto daquela companhia aberta, assinale a afirmativa correta. (A) A questão do quorum está prevista em lei e, por se tratar de matéria de ordem pública, não pode ser objeto de alteração estatutária. (B) Não pode ser objeto de alteração estatutária porque a Lei 6.404/76 veda a ampliação do quorum nas companhias abertas. (C) A Lei 6.404/76 só permite maior quorum nas companhias fechadas e nas abertas que tenham ações negociadas no mercado. (D) A Lei 6.404/76 somente permite ampliação do quorum nas companhias fechadas e nas abertas que não tenham ações negociadas em Bolsa ou no mercado de balcão. (E) A Lei 6.404/76 somente permite ampliação do quorum nas companhias fechadas e nas abertas que tenham ações somente negociadas no mercado de balcão. Esta questão exige o conhecimento de mercado de capitais ou de valores mobiliários, já visto em questões anteriores nesta mesma aula. A questão é sobre a alteração do quorum qualificado para a provação das matérias constantes no art. 136. Esse quorum de deliberação exige a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto. No entanto, maior quorum pode ser exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em bolsa ou no mercado de balcão (art. 136). Art. 136. É necessária a aprovação de acionistas que representem metade, no mínimo, das ações com direito a voto, se maior quorum não for exigido pelo estatuto da companhia cujas ações não estejam admitidas à negociação em CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 29 bolsa ou no mercado de balcão, para deliberação sobre: (Redação dada pela Lei nº 9.457, de 1997) (...) Gabarito: letra D 11. (ICMS RJ 2009) A respeito da estrutura de administração das sociedades por ações, é correto afirmar que: (A) é obrigatório que as sociedades por ações sempre tenham administração dual, isto é, tenham um Conselho de Administração e uma diretoria. (B) o Conselho de Administração é obrigatório apenas em sociedade por ações de capital aberto, em sociedades de economia mista e de capital autorizado. (C) é vedada a criação de qualquer outro órgão da sociedade ou comitê, ainda que com funções meramente consultivas, diferente dos órgãos previstos em lei, isto é, Conselho de Administração e Diretoria. (D) os membros do Conselho de Administração podem, eventualmente, representar a companhia perante terceiros. (E) quando a sociedade por ações possuir Conselho de Administração, os membros da Diretoria, antes de realizar qualquer negócio relevante para a companhia, devem ter o aval do órgão colegiado. Agora passaremos a estudar os ÓRGÃOS DA SOCIEDADE ANÔNIMA. Relacionaremos os órgãos previstos na LSA e suas funções principais. Depois comentaremos a questão. São órgãos da sociedade anônima: Assembleia Geral (AG), Diretoria, Conselho de Administração (CA) e Conselho Fiscal. ASSEMBLEIA GERAL (AG) – art. 121 • Órgão com funções deliberativas formado por todos os acionistas, com ou sem voto direito. • Pode ser ordinária(AGO) ou extraordinária (AGE). • Matérias tratadas na AG ordinária: CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 30 o Reformar o estatuto; o Tomar anualmente a conta dos administradores e fiscais da companhia e deliberar sobre as demonstrações financeiras; o Autorizar a emissão de debêntures e partes beneficiárias; o Deliberar sobre a destinação do Lucro Líquido do Exercício e dividendos; o Eleger os membros do Conselho Fiscal e Administradores; o Aprovar a correção monetária do Capital Social. • A periodicidade da AGO é anual e instalação até 4 meses após o término do exercício social. A AGE é instalada a qualquer tempo. DIRETORIA (Art. 143) • Representa a S/A e executa as decisões e deliberações da AG ou Conselho de Administração; • Deve ser pessoa física e residir no país, mas não precisa ser acionista; • Mínimo de 2 membros eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo CA, ou, se inexistente, pela AG. • Mandato de no máximo 3 anos, permitida a reeleição; • Os membros do CA, até 1/3, poderão ser eleitos para a Diretoria. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO (CA) – Art. 140 • Deve ser pessoa física e acionista, residente ou não no país; • Composto por no mínimo 3 membros eleitos e destituíveis a qualquer tempo pela AG; • Órgão deliberativo com a função de agilizar as decisões da S/A; • Mandato máximo de 3 anos permitida a reeleição; • Deliberará por maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer voto qualificado para certas matérias; CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 31 • As competências do CA estão estabelecidas no art. 142 da LSA; • O estatuto pode prever a participação de representantes dos empregados no CA. CONSELHO FISCAL (Art. 161) • Órgão de existência obrigatória e funcionamento facultativo; • Seu funcionamento é permanente nas Sociedades de Economia Mista ou quando previsto no estatuto; • É composto por no mínimo 3 e no máximo 5 membros titulares e seus suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela Assembleia Geral; • Impedimento para ser conselheiro fiscal (art. 162, §2º): aqueles que não podem ser administradores, os membros de órgãos de administração, os empregados da companhia ou de controlada ou do mesmo grupo, e o cônjuge e parente, até 3º grau, de administrador da companhia; • As competências estão enumeradas no art. 163. -Nas sociedades de economia mista -Nas S/As com previsão no estatuto Agora sim. Vamos à questão! A) é obrigatório que as sociedades por ações sempre tenham administração dual, isto é, tenham um Conselho de Administração e uma diretoria. Mais uma vez, cuidado com palavras que representam generalidades, como a palavra “sempre” nesta alternativa. Alternativa incorreta, pois não é sempre obrigatório existir Conselho de Administração. CONSELHO FISCAL FUNCIONAMENTO PERMANENTE CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 32 É o estatuto da companhia que vai definir sobre a existência de Conselho de Administração e Diretoria, ou só Diretoria, conforme o preconizado no art. 138 da LSA. Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria. Porém, as companhias abertas e as de sociedades de capital autorizado, bem como as sociedades de economia mista, terão obrigatoriamente Conselho de Administração e Diretoria. Art. 138 § 2º As companhias abertas e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, conselho de administração. Art. 239. As companhias de economia mista terão obrigatoriamente Conselho de Administração, assegurado à minoria o direito de eleger um dos conselheiros, se maior número não lhes couber pelo processo de voto múltiplo. Segue um esquema que vai nos ajudar a entender essa obrigatoriedade DUAL. -Companhia aberta Obrigatório -Companhia de capital autorizado -Sociedade de economia mista Sempre presente Portanto, nos demais casos o Conselho de Administração não será obrigatório. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E DIRETORIA CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 33 B) o Conselho de Administração é obrigatório apenas em sociedade por ações de capital aberto, em sociedades de economia mista e de capital autorizado. Correta, pelos motivos acima expostos. C) é vedada a criação de qualquer outro órgão da sociedade ou comitê, ainda que com funções meramente consultivas, diferente dos órgãos previstos em lei, isto é, Conselho de Administração e Diretoria. Nos termos do art. 160 da LSA, é possível a criação de outros órgãos na companhia com funções técnicas ou destinados a aconselhar os administradores. Alternativa incorreta Órgãos Técnicos e Consultivos Art. 160. As normas desta Seção aplicam-se aos membros de quaisquer órgãos, criados pelo estatuto, com funções técnicas ou destinados a aconselhar os administradores. D) os membros do Conselho de Administração podem, eventualmente, representar a companhia perante terceiros. Incorreta. A representatividade é privativa dos diretores, sendo o Conselho de Administração órgão de deliberação colegiada. Art. 138 § 1º O conselho de administração é órgão de deliberação colegiada, sendo a representação da companhia privativa dos diretores. E) quando a sociedade por ações possuir Conselho de Administração, os membros da Diretoria, antes de realizar qualquer negócio relevante para a companhia, devem ter o aval do órgão colegiado. Alternativa generaliza sobre a obrigatoriedade de prévia autorização do Conselho de Administração à Diretoria, para realizar qualquer negócio relevante. Nos termos do art. 142, que dispõe sobre as atribuições do Conselho de Administração, em seu inciso VI está previsto que o estatuto PODERÁ exigir a manifestação prévia do Conselho sobre atos ou contratos. Gabarito: letra B ( ) 12. (ICMS RJ 2008.1) Qualquer acionista tem legitimidade para ajuizar ação de responsabilidade civil para cobrança dos prejuízos CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 34 causados pelo administrador de sociedade anônima, se a assembléia geral deliberar não promover a ação. Pela prática de ato regular de gestão e por obrigações que contrair em nome da sociedade, o administrador não é pessoalmente responsável. A responsabilidade é da sociedade (art. 158). Porém, em alguns casos o administrador responde civilmente pelos prejuízos que causar. Isso ocorre quando o administrador proceder: - Com culpa ou dolo, dentro de suas atribuições ou poderes; - Com violação da lei ou do estatuto. Visto os casos de responsabilidade dos administradores, vamos nos preocupar com a ação de responsabilidade. A ação de responsabilidade contra o administrador pelos prejuízos causados ao patrimônio da companhia, inicialmente, é da competência da própria companhia, mediante prévia deliberação da Assembleia Geral. Esta podendo ser ordinária ou extraordinária (se prevista na ordem do dia ou for consequência direta de assunto nela incluído). Por ocasião da propositura da ação de responsabilidade, os administradores ficarão impedidos e deverão ser substituídos na mesma assembleia. Em caso de omissão da companhiaem propor a ação de responsabilidade do administrador, qualquer acionista poderá promover a ação, desde que não proposta no prazo de três meses da deliberação da Assembleia Geral. Lembre-se que são três meses, e não, 90 dias. Nossa banca já fez esse tipo de maldade! Porém, na deliberação da assembléia, em vez de omissão, pode ocorrer a decisão de não promover a ação de responsabilidade; e neste caso, os acionistas que representem pelo menos 5% do capital social poderão promover a ação. Portanto, o motivo da alternativa estar incorreta é a expressão “Qualquer acionista”. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 35 AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CONTRA ADMINISTRADOR DA S/A Se omite na decisão A decisão passa p/ Tem a competência original Então quem promove Só para complementar: os administradores da companhia têm os deveres de diligência, de lealdade, de sigilo e de informar. Art. 153. O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios. Art. 155. O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado: (...) Art. 157. O administrador de companhia aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de subscrição, opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de emissão da companhia e de sociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja titular. Gabarito: Incorreta 13. (ICMS RJ 2008.1) A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente do controle se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações: ASSEMBLEIA GERAL OMISSÃO DECIDE NÃO PROMOVER QUALQUER ACIONISTA ACIONISTA QUE REPRESENTE PELO MENOS 5% DO CS CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 36 (A) preferenciais, de modo a assegurar aos acionistas o pagamento de preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação integrante do bloco de controle. (B) ordinárias, de modo a assegurar aos acionistas o pagamento de preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação integrante do bloco de controle. (C) com direito a voto, de modo a assegurar aos acionistas o pagamento de preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação integrante do bloco de controle. (D) preferenciais e ordinárias, de modo a assegurar aos acionistas o pagamento de preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação integrante do bloco de controle. (E) ordinárias e preferenciais sem voto ou com voto restrito, de modo a assegurar aos acionistas o pagamento de preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação integrante do bloco de controle. A questão trata da alienação de controle da companhia. No caso, temos a disposição conhecida como “tag along”, que significa “leve junto”. Na prática, é uma maneira de proteção do acionista minoritário ao determinar que o adquirente do poder de controle se obrigue a fazer oferta pública pelas demais ações com direito a voto (preferenciais e ordinárias) por pelo menos 80% do valor pago pelas ações integrantes do bloco de controle (art. 254-A). Cabe à Comissão de Valores Mobiliários autorizar a alienação do poder de controle, desde que verificado os requisitos legais de oferta pública. Art. 254-A. A alienação, direta ou indireta, do controle de companhia aberta somente poderá ser contratada sob a condição, suspensiva ou resolutiva, de que o adquirente se obrigue a fazer oferta pública de aquisição das ações com direito a voto de propriedade dos demais acionistas da companhia, de modo a lhes assegurar o preço no mínimo igual a 80% (oitenta por cento) do valor pago por ação com direito a voto, integrante do bloco de controle. (Incluído pela Lei nº 10.303, de 2001) CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 37 Vejamos novamente a letra C: com direito a voto, de modo a assegurar aos acionistas o pagamento de preço mínimo igual a 80% do valor pago por ação integrante do bloco de controle. Desta forma, a única alternativa que atende ao enunciado é a letra C. Gabarito: letra C 14. (ICMS RJ 2009) Clorofila Produtos Verdes S.A. é uma sociedade constituída conforme as leis brasileiras que tem o seguinte quadro acionário: I. Raiz Forte Ltda., titular de 40% das ações ordinárias; II. Sérgio Flores, titular de 10% das ações ordinárias; III. ACB Fundo Mútuo, titular de 15% das ações ordinárias; IV. Os 35% restantes das ações ordinárias são detidos por pequenos investidores da Bovespa. Nos últimos cinco anos, Raiz Forte Ltda. elegeu a maioria dos membros do Conselho de Administração e obteve maioria em todas as deliberações sociais. Ressalta-se que Raiz Forte Ltda., por sua vez, tem Reginaldo Flores como titular de 99% das suas quotas e sua esposa, Maria Flores, com 1% restante. Ressalta-se que Maria Flores jamais teve conhecimento ou participou dos negócios sociais. Para fins da aplicação dos regimes jurídicos de abuso do poder de controle e de alienação do controle acionário previstos na Lei das S.A. – Lei 6.404/76, assinale a alternativa que indique quem é acionista controlador da Clorofila Produtores Verdes S.A. (A) Raiz Forte Ltda. (B) Raiz Forte Ltda. e Sérgio Flores. (C) Raiz Forte Ltda., Sérgio Flores e ABC Fundo Mútuo. (D) Reginaldo Flores. (E) Reginaldo Flores e Maria Flores. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 38 Enunciado imenso. Por isso devemos ter calma na leitura e analisar cada informação dada. Inicialmente, temos uma S/A constituída por uma sociedade limitada e outros acionistas. Essa sociedade limitada, nos últimos anos, elegeu a maioria dos membros do Conselho de Administração e obteve maioria em todas as deliberações sociais da S/A. A participação societária dos sócios da sociedade limitada é bastante discrepante: um sócio com 99% e sua esposa com 1%. Com essas informações, o enunciado pede que se assinale a alternativa que represente o acionista controlador da S/A para fins de aplicação dos regimes jurídicos de abuso do poder de controle e de alienação do controle acionário. Nos termos do art. 116 temos a definição de acionista controlador. Art. 116. Entende-se por acionista controlador a pessoa, natural ou jurídica, ou o grupo de pessoas vinculadas por acordo de voto, ou sob controle comum, que: a) é titular de direitos de sócio que lhe assegurem, de modo permanente, a maioria dos votos nas deliberações da assembléia-geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia; e b) usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia. Parágrafo único. O acionista controlador deve usar o poder com o fim de fazer a companhia realizar o seu objeto e cumprir sua função social, e tem deveres e responsabilidades para com os demais acionistas da empresa, os que nela trabalham e para com a comunidade em que atua, cujos direitos e interesses deve lealmente respeitar e atender. Embora sob o véu da sociedade Raiz Forte Ltda, quem controla a Clorofila Produtos Verdes S.A. é Reginaldo Flores, pois é ele que usa efetivamente seu poder para dirigir as atividades sociais, já que sua esposa, sendo sócia da limitada, nem mesmo participa dosnegócios sociais com apenas 1% das quotas. Ressalta-se que o acionista controlador tem os deveres e responsabilidades para com os acionistas minoritários, cujos interesses deve lealmente respeitar e atender. Assim, ele responde pelos danos causados CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 39 por atos praticados com abuso de poder (art. 117). Além disso, se sujeita às normas relativas à alienação de controle societário (art. 254-A). Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder. Desta forma, dentre as alternativas apresentadas na questão, a letra D é a nossa resposta. Repare que as demais alternativas são absurdas e por eliminação chegaríamos a resposta correta. Gabarito: letra D 15. (ICMS RJ 2009) Considerando que: _ ABC Cana de Açúcar Ltda. (ABC Ltda.) é acionista controladora titular de 60% do capital votante de ABC Comércio de Açúcar Refinado S.A. (ABC S.A.), sociedade por ações de capital aberto; _ ABC Ltda. e ABC S.A. firmaram contrato pelo qual aquela fica obrigada a fornecer 5 toneladas de açúcar refinado por ano pelo prazo de 10 anos. Assinale a alternativa correta. (A) Tal contrato é nulo de pleno direito, por se configurar como contrato consigo mesmo. (B) Conforme determina a Lei 6.404/76, o Conselho de Administração é o órgão societário competente para aprovar contratos entre controlada e controladora. Por consequência, o contrato entre ABC Ltda. e ABC S.A. deverá ser aprovado pela maioria dos membros do Conselho de Administração. (C) Conforme determina a Lei 6.404/76, a Assembleia Geral é o órgão societário competente para aprovar contratos entre controlada e controladora. Por consequência, o contrato entre ABC Ltda. e ABC S.A. deve ser aprovado pela maioria dos seus acionistas, devendo ABC Ltda. se abster de votar. CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 40 (D) Conforme determina a Lei 6.404/76, a Assembleia Geral é o órgão societário competente para aprovar contratos entre partes relacionadas. Por consequência, o contrato entre ABC Ltda. e ABC S.A. deve ser aprovado pela maioria dos acionistas, podendo ABC Ltda. participar da deliberação. (E) Conforme determina a Lei 6.404/76, o contrato entre controlada e controladora deve ser realizado em condições estritamente comutativas e por decisão dos administradores, se o estatuto social não dispuser em contrário. Por consequência, o contrato entre ABC Ltda. e ABC S.A. pode ser firmado por decisão dos administradores. A) Os administradores devem zelar para que as operações entre controladas e controladora observem condições comutativas e com pagamento compensatório adequado, sob pena de responsabilidade perante a companhia por perdas e danos causados, ao favorecer uma ou outra sociedade. Portanto, esse tipo de contrato não é um contrato consigo mesmo como afirma a alternativa. É um contrato comutativo; como se fosse realizado entre sociedades sem qualquer vínculo. Incorreta B), C) e D) O erro destas alternativas está no fato de que não há qualquer previsão legal no sentido de obrigatoriedade de aprovação pelo Conselho de Administração ou pela Assembleia Geral dos contratos entre controladora e controlada, ou, entre partes relacionadas. Isso quer dizer que , nem no art. 142 que estabelece as competências do Conselho de Administração, nem nos arts. 122 e 132 que estabelecem as competências das Assembleias, encontramos disposição que corrobore as apresentadas nas alternativas. Logo, as alternativas estão incorretas. Vamos nos alongar um pouco mais. Sobre o quorum de deliberação do Conselho de Administração, temos a seguinte determinação: Art. 140. O conselho de administração será composto por, no mínimo, 3 (três) membros, eleitos pela assembléia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer: (...) CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 41 IV - as normas sobre convocação, instalação e funcionamento do conselho, que deliberará por maioria de votos, podendo o estatuto estabelecer quorum qualificado para certas deliberações, desde que especifique as matérias. (Redação dada pela Lei nº 10.303, de 2001) Sobre o quorum de deliberação da Assembleia Geral, vejamos as disposições abaixo: Art. 129. As deliberações da assembléia-geral, ressalvadas as exceções previstas em lei, serão tomadas por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco. § 1º O estatuto da companhia fechada pode aumentar o quorum exigido para certas deliberações, desde que especifique as matérias. § 2º No caso de empate, se o estatuto não estabelecer procedimento de arbitragem e não contiver norma diversa, a assembléia será convocada, com intervalo mínimo de 2 (dois) meses, para votar a deliberação; se permanecer o empate e os acionistas não concordarem em cometer a decisão a um terceiro, caberá ao Poder Judiciário decidir, no interesse da companhia. E) Conforme determina a Lei 6.404/76, o contrato entre controlada e controladora deve ser realizado em condições estritamente comutativas e por decisão dos administradores, se o estatuto social não dispuser em contrário. Por consequência, o contrato entre ABC Ltda. e ABC S.A. pode ser firmado por decisão dos administradores. Pelo que foi comentado nas alternativas anteriores e pelo disposto no art. 245, esta é a nossa resposta. Art. 245. Os administradores não podem, em prejuízo da companhia, favorecer sociedade coligada, controladora ou controlada, cumprindo-lhes zelar para que as operações entre as sociedades, se houver, observem condições estritamente comutativas, ou com pagamento compensatório adequado; e respondem perante a companhia pelas perdas e danos resultantes de atos praticados com infração ao disposto neste artigo. Gabarito: letra E CURSO ONLINE– DIREITO COMERCIAL EM EXERCÍCIOS – ICMS RJ Professor Wangney Ilco Aula 02 www.pontodosconcursos.com.br 42 ( ) 16. (Auditor da Receita do Estado do Amapá 2010) Nas sociedades por ações é obrigatória a existência de Conselho de Administração. Mais uma questão acerca do Conselho de Administração e sua obrigatoriedade ou não. É importante sabermos quais os temas que são mais frequentemente cobrados pela banca. E este tema, os órgãos societários, é bastante requisitado na provas. OK? Bem, é o estatuto da companhia que vai definir sobre a existência de Conselho de Administração e Diretoria, ou só Diretoria, conforme o preconizado no art. 138 da LSA. Art. 138. A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria. Porém, as companhias abertas e as de sociedades de capital autorizado, bem como as sociedades de economia mista, terão obrigatoriamente Conselho de Administração e Diretoria. Logo, a alternativa está incorreta, visto que o CA é obrigatório somente na companhia aberta, companhia de capital autorizado e sociedade de economia mista. Ou seja, é errado dizer que o CA é obrigatório nas sociedades por ações. Gabarito: Incorreta 17. (Auditor da Receita do Estado do Amapá 2010) Nas sociedades por ações sempre os membros da Diretoria são eleitos pela Assembléia Geral de Acionistas, mesmo se existir Conselho de Administração. Cuidado com a palavra “sempre”, certo? Se existir Conselho de Administração, cabe a este a escolha dos membros da diretoria.
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