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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br CURSO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (E DEMAIS NORMAS ATINENTES À FISCALIZAÇÃO) E DIREITO TRIBUTÁRIO – TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS – ICMS/RJ. Olá, prezado (a) amigo (a) concursando (a)! Bem-vindo (a) à aula demonstrativa do Curso “Legislação Tributária (e demais normas atinentes à fiscalização) e Direito Tributário” para Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. Meu nome é EDVALDO NILO. Atuo profissionalmente como Procurador do Distrito Federal e Professor de Direito Tributário e Direito Financeiro em cursos preparatórios para concursos públicos. Possuo três pós-graduações e um curso de extensão na área do Direito: Especialização em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET); Especialização em Direito Tributário pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Especialização em Planejamento Tributário pela Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE); Curso de Extensão Universitária em Prática Processual Tributária pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). Atualmente estou concluindo o Mestrado em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e, no ano de 2004, fui pesquisador da área de Direito Constitucional da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. Também já naveguei no mundo dos “concursandos” e consegui a aprovação nos seguintes concursos e seleções públicas, a saber: Procurador do Distrito Federal (ESAF), Procurador do Município de Recife (FCC), Ministério Público de Contas do Mato Grosso (FMP/RS), Procurador do Município de Belo Horizonte (FUNDEP/UFMG), Técnico de Nível Superior do Ministério da Saúde (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério das Comunicações (CESPE/UNB); Técnico de Nível Superior do Ministério do Turismo (ESAF); Professor Substituto de Ética Geral e Profissional da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Bahia (UFBA); Professor de Direito Tributário do Centro Universitário da Bahia (CUB/FIB) e Mestrado Acadêmico em Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br No que diz respeito à apresentação do nosso curso, vamos trabalhar com base no edital completo do concurso de Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro (2010) e as atualizações necessárias quando for publicado o edital de 2011. Assim, o curso terá a seguinte metodologia: • Conteúdo atualizadíssimo, conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dos Tribunais Regionais Federais (TRF’s) em relação aos temas de teoria geral do direito tributário; • Questões objetivas e discursivas mais recentes contextualizadas com a teoria; • Questões mais recentes comentadas; • Quadros sinópticos; • Síntese fundamental no final de cada aula; • Fórum de dúvidas; • Lista com os exercícios comentados na respectiva aula. • Todas as questões da FGV de Legislação Tributária e Direito Tributário nos últimos cinco anos. Pois bem. Destaca-se que este trabalho já vem sendo elaborado há algum tempo e já foram ministrados dois cursos aqui no PONTO para o ICMS/RJ, com aprovação, respectivamente, de 95% e 96%. Por conseguinte, há cada curso vou me esforçando mais e mais e buscando sempre o aperfeiçoamento do material de estudo, sobretudo em relação aos temas de Legislação Tributária e ao aumento do número quadros sinópticos. Registra-se que Legislação Tributária e Direito Tributário são sessenta (60) questões da prova 2. Anota-se também que foi feita uma grande pesquisa dos últimos concursos do ICMS/RJ e de todas as provas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), conhecendo os pontos mais cobrados por esta respeitável banca examinadora. Porém, pelo menos até a definição CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br definitiva da banca do certame também teremos questões de outras instituições. Assim sendo, o curso será objetivo, mas completo, tendo como alvo responder o maior número de questões possíveis de Legislação Tributária do Rio de Janeiro e Direito Tributário da FGV. Logo, o nosso curso terá treze aulas, com início no dia 27 de janeiro e a “Aula 13” será postada no dia 21 de abril. O calendário e o conteúdo completo do curso são os seguintes: Aula 0 (aula demonstrativa) – Imunidade Tributária. Aula 1 – Tributo: definição e espécies. Impostos, taxas, contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios – (27/01). Aula 2 – Contribuições especiais – (03/02). Aula 3 – As normas do Código Tributário Nacional. Obrigação tributária: principal e acessória: conceito. Aspecto objetivo da relação tributária: fato gerador, hipótese de incidência tributária: incidência e não-incidência, domicílio tributário. Aspecto subjetivo da relação tributária: competência tributária, sujeito ativo. Capacidade tributária; sujeito passivo: contribuinte e responsável; responsabilidade solidária, responsabilidade de terceiros, responsabilidade por infrações; substituição tributária. Elemento valorativo: base de cálculo, alíquota – (10/02). Aula 4 – Repartição das receitas tributárias: receita da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Receitas dos Estados distribuídas aos Municípios. Métodos de interpretação. Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária. Interpretações sistemática, teleológica e outras – (17/02). Aula 5 – Crédito tributário: lançamento: efeitos e modalidades. Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário – (24/02). Aula 6 – Função socioeconômica dos tributos. Sonegação Fiscal. Importância dos documentos fiscais. Administração tributária: fiscalização, regulamentação, competência, limites, procedimentos. Dívida ativa: certidão negativa. Informações e sigilo fiscal – (03/03) CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br Aula 7 – Repetição de indébito. Matérias reservadas à previsão por lei complementar. Tratados e convenções internacionais. Legislação tributária: lei complementar, lei ordinária, lei delegada; decretos legislativos, resoluções do Senado Federal; atos normativos de autoridades administrativas: decretos e despachos normativos do executivo, resoluções administrativas, portarias, decisões administrativas. Convênios interestaduais CONFAZ – (10/03). Aula 8 – Sistema Tributário Nacional: previsão constitucional; atribuição e competência tributária, princípios constitucionais tributários, limitações ao poder de tributar – (17/03). Aula 9 – Receitas Públicas. Tributos de competência da União. Tributos de competência dos Estados e do Distrito Federal. Tributos de competência dos Municípios. Os impostos em espécie – (24/03). Aula 10 – Legislação tributária básica do Estado do Rio de Janeiro: 01. Constituição Estadual (Título VI - Da Tributação e do Orçamento); 02. Código Tributário Estadual (Decreto-Lei estadual nº 05/75); 03. Processo Administrativo Tributário – PAT (Decreto estadual nº 2.473/79). TSE - Taxa de Serviços Estaduais: 01. Código Tributário Estadual (arts. 104 a 111). Taxa Judiciária: 01. Código Tributário Estadual (arts. 112 a 146) – (31/03). Aula 11 – IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores: 01. Lei do IPVA (Lei estadual nº 2.877/97). ITD - Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e por Doação, de Quaisquer Bens ou Direitos: 01. Lei do ITD (Lei estadual nº 1.427/89); 02. Resolução Conjunta SEFAZ/PGE nº 03/2007. Normas concernentes à documentação fiscal: 01. Convênio s/nº 70, de 15 de dezembrode 1970; 02. Convênio SINIEF 06/89; 03. Elaboração e entrega da Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA-ICMS) (Resolução SEF 6.410/2002); 04. Elaboração e entrega da Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS Substituição Tributária - GIA ST (Resolução SEF 6.351/2001); 05. Nota Fiscal Eletrônica - NF- e (Ajuste SINIEF 7/05 e Resoluções SEFAZ nº 118/08 e 266/09); 06. Cupom Mania (Decreto Estadual nº 42.044/09 e Resolução SEFAZ nº 247/09). Legislação das receitas não tributárias do Estado do Rio de Janeiro: 01. Acompanhamento e fiscalização das compensações e das participações financeiras previstas no artigo 20, § 1º da Constituição da República Federativa do Brasil (Lei estadual 5.139/07) – (07/04). Aula 12 – ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: 01. Lei do ICMS (Lei estadual nº 2.657/96); 02. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br Substituição tributária (Decretos estaduais nº 41.175/08 e 41.961/09, e Resolução SER nº 80/04); 03. RICMS - Regulamento do ICMS (Decreto estadual nº 27.427/00); 04. Cadastro de contribuintes (Decreto estadual nº 42.191/09 e Resolução SEF nº 2.861/97); 05. Parcelamento de créditos tributários no Estado do Rio de Janeiro (Decreto estadual nº 25.228/99). Serviços de Transporte: 01 Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros (Lei estadual nº 2.778/97); 02. Serviço de Transporte Aquaviário de Passageiros, Cargas e Veículos (Lei estadual nº 2.804/97); 03. Serviço de Transporte Ferroviário e Metroviário e Serviço Público de Saneamento Básico (Lei estadual nº 2.869/97); 04. Serviço de Transporte Alternativo (Lei estadual nº 3.473/00) – (14/04). Aula 13 – Legislação Tributária Federal: 01. Lei Kandir (Lei Complementar federal nº 87/96); 02. Concessão ou revogação de benefícios e incentivos fiscais do ICMS (Lei Complementar federal nº 24/75); 03. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar federal nº 101/00); 04. Crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo (Lei federal nº 8.137/90); 05. Serviços sujeitos ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN (Lei Complementar federal nº 116/03); 06. Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar federal nº 123/06 e Lei estadual nº 5.147/07); 07. Lei do Índice de Participação dos Municípios – IPM (Lei Complementar federal nº 63/90). Legislação diversa: 01. Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais - FECP (Lei estadual nº 4.056/02); 02. Resolução Conjunta SER/PGJ 14/06 (fixa normas para o combate aos crimes contra a ordem tributária); 03. Lei estadual nº 5.351/08 (dispõe sobre medidas para incremento da cobrança de créditos inscritos em dívida ativa do Estado do Rio de Janeiro); 4. Arbitramento (Lei estadual nº 5.356/08, Decreto estadual nº 42191/2009 e Resolução SEFAZ nº 263/09) – (21/04). Realça-se, por fim, que é indispensável o comprometimento e a dedicação diária às aulas, eis que as matérias estudadas são capitais para o seu sucesso neste concurso. Então, vamos juntos iniciar a jornada rumo à aprovação. Boa sorte, bons estudos e que Deus abençoe a todos. A seguir, um pequeno aperitivo do nosso curso. AULA DEMONSTRATIVA – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br O nosso sumário de hoje é o seguinte: 1. Introdução. 2. Conceito de imunidade tributária: 2.1 Distinções entre imunidade, isenção, incidência, não- incidência e alíquota zero; 2.2 Classificações fundamentais; 2.3 Imunidades genéricas e fundamento constitucional: 2.3.1 Imunidade recíproca; 2.3.2 Imunidade dos templos de qualquer culto; 2.3.3 Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência social; 2.3.4 Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão; 2.3.5 Imunidades tópicas ou específicas. 3. Síntese fundamental da aula; 4. Lista com exercícios comentados em sala de aula; 5. Gabarito. Então, vamos lá. 1. INTRODUÇÃO A CF/88 possui um capítulo denominado de Sistema Tributário Nacional (art. 145 a 162) que estabelece uma seção específica sob o titulo “Limitações ao Poder de Tributar” (arts. 150 a 152). Dentro da seção “Limitações ao Poder de Tributar” ou limitações constitucionais ao poder de tributar, como prefere a doutrina predominante, encontramos as chamadas imunidades tributárias como balizas importantes e também diversos princípios constitucionais tributários. 2. CONCEITO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA A imunidade tributária é uma hipótese constitucional de intributabilidade ou de não-incidência constitucionalmente qualificada. No concurso do CESPE para Procurador/PE/2009 foi considerado errado: “A criação de imunidade tributária é matéria típica de lei ordinária”. A imunidade tributária é matéria constitucional. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br Nesse rumo, destaca-se o aspecto formal e material da imunidade tributária. A respeito do aspecto formal, entende-se que a imunidade é a impossibilidade jurídica da tributação, em razão da ausência de competência tributária dos entes federativos. Sob o aspecto material ou substancial, compreende-se que a imunidade é o direito público subjetivo de não ser tributado, segundo o especificado expressamente ou implicitamente nas normas constitucionais. Destacamos que a imunidade tributária não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias por terceiros, de acordo com o §1°, do art. 9°, do CTN, que ainda tem validade jurídica. Isto é, a imunidade tributária não dispensa a pessoa alcançada por ela de ser responsável tributário (arts. 128 a 138 do CTN), bem como do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. Importante: “Imunidade. (...) Inaplicabilidade às hipóteses de responsabilidade ou substituição tributária. (...) Recurso extraordinário interposto de acórdão que considerou válida a responsabilização tributária do Serviço Social da Indústria (SESI) pelo recolhimento de ICMS devido em operação de circulação de mercadoria, sob o regime de diferimento. A responsabilidade ou a substituição tributária não alteram as premissas centrais da tributação, cuja regra-matriz continua a incidir sobre a operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade tributária não afeta, tão-somente por si, a relação de responsabilidade tributária ou de substituição e não exonera o responsável tributário ou o substituto.” (RE 202.987, DJE de 25-9-09) 2.1 DISTINÇÕES ENTRE IMUNIDADE, ISENÇÃO, INCIDÊNCIA, NÃO-INCIDÊNCIA E ALÍQUOTA ZERO Consideramos relevantes as distinções entre imunidade, isenção, incidência, não-incidência e alíquota zero A imunidade é uma delimitação negativa de competência tributária, ou seja, não há competência tributária. Como a competência tributária é a aptidão para determinado ente criar o tributo, a imunidade traduz um elemento de incompetência tributária, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br sendo considerada uma “zona” na qual não poderá haver tributação e consequentemente incidência tributária. A imunidade tem sede na CF/88, materializando uma dispensa constitucional de pagamento de tributo. Sendo assim, há dispositivos constitucionais que transmitem o teor de “falsas” isenções, representando nítidas “imunidades”,existindo equívoco por parte do legislador constitucional. Por exemplo, o art. 195, §7°, da CF/88, que dispõe: “São isentas de contribuições para a seguridade social às entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”. Esta é uma imunidade subjetiva, segundo entendimento do STF. Neste sentido, a doutrina afirma que a imunidade deve ser interpretada conforme os fins constitucionais. A isenção é a dispensa legal de pagamento de um tributo devido, isto é, a autoridade não pode cobrar o tributo, eis que, mesmo acontecendo à incidência tributária (ocorre o fato gerador), está impedido de realizar o lançamento tributário. Portanto, a isenção está dentro do campo da incidência e decorre do exercício da competência tributária, sendo veiculada em norma infraconstitucional e acontece o fato gerador (obrigação tributária), porém não há constituição do crédito tributário. A isenção requer interpretação literal, de acordo com o art. 111, I, do CTN. No concurso do CESPE para Procurador/Vitória/2007 foi considerado errado: “A vedação que impede o Distrito Federal de cobrar o IPVA sobre os veículos da União licenciados em seu território constitui uma isenção tributária”. É imunidade tributária. Por seu turno, no concurso do CESPE para Consultor/ES/2010 foi considerado correto: “A isenção é a espécie mais usual de renúncia de receita e define-se como a dispensa legal, pelo Estado, do débito tributário devido”. A incidência é a situação ocorrida no mundo dos fatos que é prevista como hipótese de incidência do tributo. É o momento da concretização do fato gerador tributário, com o nascimento da obrigação tributária. A não-incidência é o acontecimento no mundo dos fatos que não corresponde à descrição legal tributária. Assim, na não-incidência faltam elementos para enquadrar determinado fato na hipótese de incidência (fato gerador in abstrato), ou seja, é a não previsão do CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br fato na hipótese de incidência. Com efeito, não há obrigação tributária e, por conseguinte, não há crédito tributário. Decerto, a não-incidência pode decorrer da falta de competência ou do não exercício da competência em toda a sua amplitude (característica da facultatividade do exercício da competência tributária). A alíquota zero, da mesma forma que a isenção, encontra-se no campo da incidência tributária. Por conseguinte, há obrigação tributária, mas o valor do tributo é inexistente (aspecto quantitativo), por simples razão matemática. Isto é, a multiplicação da base de cálculo por zero é igual a zero (BC x AL = 0). Então, o valor do tributo a ser pago é nulo. Imunidade Isenção Não- incidência Alíquota zero Quanto à lei criadora Constituição Em regra, lei ordinária. Falta de previsão. Em regra, lei ordinária. Quanto ao exercício da competência tributária. Não há. Existe. Não há. Existe. Quanto à obrigação tributária Não há. Existe. Não há. Existe. Quanto ao crédito tributário Não há. Não há. Não há. Em regra, não há, salvo dispositivo de lei em contrário. A FGV no concurso para Auditor Fiscal de Angra dos Reis/2010 considerou correto que a “isenção requer interpretação literal; a imunidade, interpretação conforme os fins constitucionais; e a não incidência normalmente dispensa norma expressa”. Importante: “Conforme disposto no inciso II do § 3º do art.153 da CF, observa-se o princípio da não cumulatividade compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ante o que não se pode cogitar de direito a crédito quando o insumo entra na indústria considerada a alíquota zero.” (RE CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br 353.657, DJE de 7-3-2008; RE 488.357-ED, DJE de 11-9-2009; RE 370.682, DJ de 19-12-2007); “Com o advento do art. 11 da Lei 9.779/99 é que o regime jurídico do IPI se completou, apenas a partir do início de sua vigência se tendo o direito ao crédito tributário decorrente da aquisição de insumos ou matérias-primas tributadas e utilizadas na industrialização de produtos isentos ou submetidos à alíquota zero” (RE 475.551, DJE de 13-11-2009; RE 460.785, DJE de 11-9-2009). Vamos trabalhar este tema no capítulo sobre IPI. 1. (24° Concurso para Procurador da República/MPF e também ESAF/AFRFB/2010) Diversos fatos podem resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se seguem, a forma de desoneração tributária pela qual não nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo crédito por força do não-exercício da competência a que tem direito o poder tributante. a) Imunidade. b) Não-incidência. c) Isenção. d) Alíquota zero. e) Remissão. Letra (A). Na imunidade tributária o ente federativo não tem o direito de tributar. Logo, incorreta. Letra (B). Na não-incidência não nasce a obrigação e nem o crédito tributário por força do não-exercício da competência a que tem direito o ente federativo. Logo, correta. Letra (C). Na isenção nasce a obrigação tributária. Contudo, o crédito tributário é excluído. Logo, incorreta. Letra (D). Na alíquota zero há obrigação tributária. Entretanto, o tributo não é recolhido porque o valor do tributo é inexistente (aspecto quantitativo). Isto é, a multiplicação da base de cálculo por zero é igual a zero (BC x AL = 0). Então, o valor do tributo a ser pago é nulo. Logo, incorreta. Letra (E). Na remissão há obrigação e crédito tributário, que é extinto por força do perdão legal da dívida. Logo, incorreta. 2.2 CLASSIFICAÇÕES CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br As imunidades tributárias podem ser classificadas nas seguintes categorias: (i) subjetivas ou pessoais, objetivas ou reais e mistas (subjetiva e objetiva); (ii) ontológicas e políticas; (iii) gerais ou genéricas e tópicas ou especiais; (iv) condicionadas ou incondicionadas; (v) explícitas ou implícitas; (vi) excludentes e incisivas. • Subjetivas, objetivas e mistas: considera-se a forma de previsão da norma imunizante. A imunidade subjetiva ou pessoal é aquela que leva em consideração o sujeito, isto é, é concedida pela norma constitucional em razão da qualidade da pessoa. Por exemplo, a imunidade das entidades sindicais dos trabalhadores (art. 150, VI, “c”). A imunidade objetiva ou real é concedida em virtude da qualidade da coisa, do objeto ou da mercadoria, ou seja, refere-se a matéria tributável. Por exemplo, a imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão (art. 150, VI, “d”). Por sua vez, a imunidade mista (subjetiva e objetiva) envolve aspectos pessoais e reais. Como exemplo, a imunidade concernente ao ITR no que se refere às “pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel”. No 22° Concurso para Procurador da República foi considerado correto: “Conforme entendimento do STF, o parágrafo 7º, do art. 195, da Lei Magna, constitui imunidade subjetiva”. A imunidade referida leva em conta as entidades de assistência social (aspecto pessoal). • Ontológicas e políticas: considera-se o aspecto da imunidade tributária ser ou não ser conseqüência direta ou necessária de princípio constitucional fundamental. A imunidade ontológica é conseqüência necessária do princípio da igualdade, sendo seu exemplo clássico a imunidade recíproca disposta no art. 150, VI, “a”, da CF/88. É característica básica da imunidade ontológica a qualidade de ser clausula pétrea, isto é, proposta de emenda constitucional tendente abolir talimunidade não deve ser objeto de deliberação pelo Poder Legislativo. Já a imunidade política deve ser reconhecida expressamente pelo texto constitucional, eis que não decorre necessariamente de princípio constitucional fundamental, podendo, portanto, ser alterado pelo exercício do poder constituinte derivado. Por exemplo, a imunidade referente aos impostos incidentes sobre CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, §5°). No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi considerado incorreto: “A limitação de exigência tributária sobre o patrimônio, renda ou serviços uns dos outros (União, estados, DF e municípios) é passível de modificação constitucional, uma vez que se trata de princípio de garantia subjetiva, e a restrição de imutabilidade tributária refere-se às garantias objetivas”. • Gerais e tópicas: considera-se o alcance das normas constitucionais imunizantes. A imunidade geral é dirigida a todos os entes federativos e alcançam os impostos de forma genérica, estando prevista no art. 150, VI, da CF/88. A imunidade tópica ou específica se dirige a um único tributo, podendo ser, por exemplo, um imposto ou uma taxa, tais como o IPI que não pode incidir sobre a exportação de produtos industrializados (art. 153, §3°, III, da CF/88) e a taxa que não pode incidir na obtenção de certidões em repartições públicas, para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal (art. 5°, XXXIV, “b”, da CF/88). • Condicionadas e incondicionadas: considera-se a existência ou não de autorização na norma constitucional imunizante para que as normas infraconstitucionais fixem requisitos para a concessão da imunidade. Neste sentido, a imunidade condicionada é aquela que depende da observância de requisitos legais para a sua implementação. Por exemplo, a imunidade estabelecida para as instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que devem atender os requisitos da lei, de acordo com o art. 150, VI, “c”, da CF/88. Por outro lado, a imunidade incondicionada independe de qualquer condição estabelecida pela legislação infraconstitucional para operar sua eficácia plena e aplicabilidade imediata. Por exemplo, a imunidade recíproca (CF, art. 150, VI, “a”). • Explícitas e implícitas: adota-se como critério a explicitude ou não do texto da norma constitucional. A imunidade explícita está expressamente ou literalmente prevista no texto constitucional, tal como as dispostas nas alíneas “a” a “d”, do inc. VI, do art. 150. A imunidade implícita decorre da interpretação sistemática do próprio texto constitucional, tal como a imunidade que garante o mínimo existencial, que são as condições mínimas para a sobrevivência digna do ser humano. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br • Excludentes e incisivas: por fim, ainda se adota como critério de classificação à abrangência da vedação contida na norma imunizante. A imunidade excludente restringe determinada situação à tributação por apenas um tipo de imposto. Por exemplo, o art. 153, §5°, da CF, que afirma que o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF, devido na operação de origem. A imunidade incisiva que estabelece que certa situação possa ser tributada por alguns impostos. Por exemplo, o art. 155, §3°, da CF, que dispõe que à exceção do ICMS, do II e do IE, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País. IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS SUBJETIVAS, OBJETIVAS E MISTAS; ONTOLÓGICAS E POLÍTICAS; GERAIS E TÓPICAS; CONDICIONADAS E INCONDICIONADAS; EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS; EXCLUDENTES E INCISIVAS. 2. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) As imunidades tributárias são classificadas em: a) ontológicas e políticas. b) proporcionais e progressivas. c) diretas e indiretas. d) cumulativas e não cumulativas. e) vinculadas e não vinculadas. A resposta é a letra “a”. 2.3 IMUNIDADES GENÉRICAS E FUNDAMENTO CONSTITUCIONAL As imunidades genéricas são previstas no art. 150, VI, da CF/88, a saber: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão”. No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi considerado correto: “A imunidade constitucional de livros não se estende à COFINS”. 3. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) De acordo com o art. 150 da CRFB/88, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir: (A) tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (B) impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (C) impostos ou contribuições sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (D) tributos e impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. (E) contribuições e tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. A letra “b” é a correta, de acordo com o art. 150, VI, “a” a “d”, da CF/88. 2.3.1 IMUNIDADE RECÍPROCA A imunidade recíproca, também denominada de imunidade intergovernamental, refere-se à proibição da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de instituir impostos sobre patrimônio,renda ou serviços, uns dos outros, bem como é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Importante: “A imunidade tributária gozada pela OAB é da espécie recíproca, na medida em que desempenha atividade própria de Estado. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que não admite excesso de carga” (RE 259.976-AgR, DJE de 30-4-2010); “A circunstância de a Caixa de Assistência dos Advogados integrar a estrutura maior da OAB não implica na extensão da imunidade, dada a dissociação entre as atividades inerentes à atuação da OAB e as atividades providas em benefício individual dos associados.” (RE 233.843, DJE de 18-12-2009). Assim, entende-se que a imunidade recíproca é subjetiva, porque diz respeito a determinadas pessoas jurídicas, sendo aplicável aos impostos. Deste modo, não deve ser invocada na hipótese de contribuições previdenciárias (ADI 2.024) e não alcança as taxas (RE 364.202). A imunidade recíproca é ontológica, sendo consequência necessária do princípio da isonomia das pessoas políticas e suas concretizações lógicas, como o princípio federativo do Estado CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br brasileiro, a autonomia dos Municípios e a capacidade contributiva. Portanto, é clausula pétrea e garantia fundamental da Federação, conforme entendimento do STF (ADI 939). No concurso do CESPE para o TCE/AC/2009 foi considerado correto: “O princípio da imunidade recíproca é decorrência lógica do princípio federativo e visa assegurar a autonomia dos entes políticos”. A imunidade recíproca é incondicionada, porque não necessita de normas infraconstitucionais para sua plena eficácia, que é decorrência imediata do texto constitucional. A CF/88 estabelece expressamente que a imunidade recíproca apenas incide sobre os impostos incidentes sobre serviço, patrimônio ou renda. Portanto, de acordo com o sentido literal do texto, a imunidade recíproca não alcança os impostos sobre circulação de riquezas e produção (IPI e ICMS). Importante: “A jurisprudência do Supremo firmou-se no sentido de que a imunidade de que trata o art. 150, VI, a, da CF, somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município” (AI 671.412-AgR, DJE de 25-4-2008; AI 574.042- AgR, DJE de 29-10-2009; AI 634.050-AgR, DJE de 14-8-2009). No 23° Concurso para Procurador da República se afirmou o seguinte: “Em matéria de imunidade recíproca, segundo a CF, é correto afirmar que a imunidade recíproca não compreende os impostos incidentes sobre a produção e a circulação de riquezas (IPI e ICMS)”. Neste mesmo sentido, no concurso do CESPE para Promotor/SE/2010 o como errado o seguinte enunciado: “A imunidade recíproca, ou seja, entre os entes federados, não está limitada a certos tipos de impostos”. Assim, o STF afirma que a imunidade de que trata o artigo 150, VI, a, da CF/88, somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município, sendo que este não é contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo com a figura do contribuinte de fato e a imunidade recíproca não beneficia o contribuinte de fato (AI 671.412-AgR). Neste sentido, entende-se que imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do IPI, conforme a súmula 591 do STF. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br O STF também já assentou que quando o fornecedor da iluminação pública não é o Município, mas sim determinada sociedade de economia mista (contribuinte de direito), que paga o ICMS ao Estado e o inclui no preço do serviço disponibilizado ao usuário, não há que se falar em imunidade tributária recíproca, pressupondo esta a instituição de imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município (ADI 457-MC). Por outro lado, o STF já reconhece a imunidade tributária recíproca ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA (CF, art. 150, VI, “a”, e § 2º), relativamente ao não recolhimento de ICMS por eventual exploração de unidade agroindustrial. No caso, o INCRA era contribuinte de direito, entendendo-se que a atividade exercida pela mencionada autarquia federal não se enquadra dentre aquelas sujeitas ao regime tributário próprio das empresas privadas, considerando que a ocasional exploração dessa unidade está no âmbito de sua destinação social em setor relevante para a vida nacional. Observou também o STF que a imunidade tributária disposta no §2°, do art. 150, da CF/88, só deixa de operar quando a natureza jurídica da entidade estatal é de exploração de atividade econômica (RE-242827). Importante: Em relação ao IOF, apesar de ser classificado pelo CTN como imposto sobre a produção e a circulação, o entendimento do STF é no sentido da plena eficácia da imunidade recíproca nas operações financeiras realizadas pelos Municípios, Estados ou Distrito Federal (RE 196.415-PR). O STF também já decidiu mais de uma vez que a imunidade alcança os ganhos resultantes de operações financeiras (AI 172.890-AgR, ACO 502). No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi adotado como errado o seguinte enunciado: “Pode incidir IOF sobre aplicações financeiras realizadas por autarquia estadual, uma vez que as rendas derivadas são relativas a atividades eminentemente privadas”. Noutro ponto, a imunidade recíproca não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel, segundo o §3°, do art. 150, da CF/88. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br Importante: “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). Compete ao ente tributante provar que as operações de importação desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à livre-iniciativa e à concorrência.” (AI 518.325-AgR, DJE de 30-4- 2010). No mesmo sentido, a CF/88 fixa que a empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços devem se submeter ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações tributárias, bem como preceitua que as empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado (art. 173, §1°, II c/c §2°). Destarte, em princípio, a imunidade tributária recíproca não alcançaria as empresas públicas e sociedades de economia mista, exceto quanto às atividades tipicamente estatais. Assim, o STFafirma que a imunidade recíproca alcança a empresa pública prestadora de serviço público e a sociedade de economia mista prestadora de serviço público, pois estas não se confundem com empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. Importante: “É irrelevante para definição da aplicabilidade da imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo pela pressão política ou econômica”. Deste modo, a imunidade tributária recíproca não se aplica à Petrobrás (RE 285.716-AgR, DJE de 26-3-2010); “É aplicável a imunidade tributária recíproca às autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acréscimo patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributiva) e não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br vantagem não extensível às empresas privadas. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos. A cobrança de tarifas, isoladamente considerada, não altera a conclusão” (RE 399.307-AgR, DJE de 30-4-2010). Neste contexto, o STF compreendeu que a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO) está abrangida pela imunidade tributária recíproca, uma vez que é empresa pública federal que tem por atividade-fim prestar serviços de infra-estrutura aeroportuária, mediante outorga da União, a quem constitucionalmente deferido, em regime de monopólio, tal encargo, de acordo com o art. 21, XII, “c” (RE 363.412-AgR). Do mesmo modo, em relação a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), reputando-se plausível a extensão da imunidade recíproca à propriedade de veículos automotores destinados à prestação de serviços postais (ACO 765-AgR), bem como se estendeu a aplicação da imunidade recíproca à Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD), sociedade de economia mista estadual prestadora de serviço público (AC 1550-2). No concurso do CESPE para Delegado de Polícia/RN/2009 foi adotado como errado: “A imunidade tributária recíproca prevista na CF não se estende às empresas públicas, ainda que atuem em regime de monopólio, pois tal benesse não é extensível ao setor privado”. Nessa senda, o STF também entende que a imunidade recíproca abrange bens públicos sob uso de concessionárias de serviço público, afirmando que imóveis que compõem o acervo patrimonial do Porto de integrantes do domínio da União são imunes a tributação do IPTU pela municipalidade, independentemente de encontrarem-se tais bens ocupados pela empresa dos serviços portuários (RE 253.394; RE 597.563-AgR). O STF firmou o posicionamento de que os imóveis situados no porto, área de domínio público da União, e que se encontram sob custódia da companhia, em razão de delegação prevista na Lei de Concessões Portuárias, não podem sofrer incidência do IPTU, por tratar-se de bem e serviço de competência atribuída ao poder público (artigos 21, XII, “f” e 150, VI, CF). Entretanto, inexiste imunidade recíproca no que se refere às taxas, uma vez que o preceito constitucional só faz alusão expressa a imposto (AI 458.856-AgR). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br Com efeito, ressaltamos que o STF (RE 580.264, julgamento em 16/12/2010) igualmente entendeu que hospitais com participação acionária majoritária e controle da União (na hipótese, 99,99% das ações) e que atendem apenas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) têm o direito a imunidade tributária recíproca. Destacamos, por sua vez, que o STF compreende como constitucional os Municípios instituírem ISS sobre os serviços de registros públicos, cartorários e notariais, entendendo-se tratar-se, no caso, de atividade estatal delegada, tal como a exploração de serviços públicos essenciais, mas que, enquanto exercida em caráter privado, com intuito de lucrativo, seria serviço sobre o qual incidiria o ISS (Informativo 494). Por fim, realçamos a interpretação da parte final do §3º, do art. 150, da CF/88, dispondo que a imunidade não exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel, ou seja, a imunidade do ente público referente ao pagamento de imposto incidente sobre bem imóvel não ocorre no caso do imóvel objeto de promessa de venda a particular ou a terceiro não acobertado pela imunidade tributária. Daí a súmula 583 do STF, dispondo que o promitente comprador de imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do IPTU. No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi cobrada a seguinte assertiva: “Considerando que um estado da Federação possua dois imóveis, um para abrigar um gerador de energia e outro que é a residência oficial do governador (...) Se a residência oficial for vendida, o comprador estará imune ao pagamento do imposto de transferência de sua propriedade”. Esta assertiva selecionada é errada. A FGV na prova da OAB/2010.2 considerou correto o seguinte enunciado: “A Cia. de Limpeza do Município de Trás os Montes, empresa pública municipal, vendeu um imóvel de sua titularidade situado na rua Dois, da quadra 23, localizado no nº 06. Neste caso, o novo proprietário fica obrigado a pagar todos os tributos que recaiam sobre o bem”. 4. (CESPE/Advogado/BRB/2010) “A imunidade tributária recíproca é extensiva ao patrimônio, à renda e aos serviços de autarquias, fundações e empresas públicas vinculadas à entidade estatal respectiva”. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br É errada, pois as empresas públicas relacionados com exploração de atividades econômicas e regidas exclusivamente pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados não são abrangidas pela imunidade tributária recíproca. 5. (CESPE/UNB/Juiz Federal/2008) A União, almejando facilitar o escoamento da produção nacional de biocombustível para o exterior, construiu estrutura portuária em imóvel integrante de seu domínio econômico, situado em determinado município brasileiro. Para se viabilizarem as atividades do porto, os serviços portuários foram delegados à pessoa jurídica de direito privado que se utiliza do acervo patrimonial portuário pertencente à União. Nessa situação, o referido município não pode cobrar IPTU da empresa delegatária, a qual, todavia, é contribuinte de taxa de limpeza urbana. A questão é verdadeira, cobrando a jurisprudência do STF sobre o tema, a saber: “Imóveis situados no porto, área de domínio público da União, e que se encontram sob custódia da companhia, em razão de delegação prevista na Lei de Concessões Portuárias. Não-incidência do IPTU, por tratar-se de bem e serviço de competência atribuída ao poder público. Taxas. Imunidade. Inexistência, uma vez que o preceito constitucional só faz alusão expressa a imposto, não comportando a vedação a cobrança de taxas. Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 458.856-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 5-10-04, DJ de 20-4- 07) 6. (CESPE/Analista/INSS/2008) A fundação pública mantenedora da Universidade de Brasília tem imunidade tributária em relação a taxa de limpeza pública instituída pelo Distrito Federal. A questão é falsa, uma vez que a imunidade tributária recíproca não alcançaas taxas, mas apenas os impostos. 2.3.2 IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO Igualmente denominada de imunidade religiosa, está prevista no art. 150, VI, “b” e §4°, da CF/88, alcançando os impostos sobre o CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas. A imunidade dos templos de qualquer culto tem fundamento na preservação da liberdade religiosa, eis que o texto constitucional garante a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias, de acordo com o art. 5°, VI. Neste contexto, o Brasil é um Estado laico, pois não há uma religião oficial e a imunidade deve abranger qualquer culto religioso, atingindo, portanto, todas as religiões. Importante: a imunidade tributária religiosa proíbe o IPTU sobre imóveis de propriedade dos templos que se encontram alugados, eis que deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades religiosas (RE 325.822). O STF também entende que os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela imunidade religiosa, como a impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles (RE 578.562). 7. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) Em determinado município houve a cobrança de IPTU sobre área que a Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como cemitério. Essa cobrança: (A) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, VI, “b”, refere-se tão-somente aos templos de qualquer natureza. (B) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b”, só compreende os templos e a casa do celebrantes. (C) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, “b”, que protege a liberdade de expressão religiosa. (D) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados com a exploração do cemitério. (E) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, bem como todas as atividades relacionadas à liberdade religiosa. 8. (CESPE/Delegado/RN/2009) Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br não estão abrangidos pela imunidade tributária prevista na CF, uma vez que as normas que tratam de renúncia fiscal devem ser interpretadas restritivamente. A primeira é letra “c” e a segunda é falsa, de acordo com o entendimento do STF, a saber: “Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os cemitérios que consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela garantia contemplada no artigo 150 da Constituição do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os templos de qualquer culto é projetada a partir da interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, “b”. As áreas da incidência e da imunidade tributária são antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 21-5-08, DJE de 12-9-08) 2.3.3 IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES SINDICAIS DOS TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL O texto constitucional estabelece a proibição de se criar impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, bem como dispõe que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas entidades, segundo o art. 150, VI, “c” e §4°. No concurso da ESAF para o MPE/GO/2007 foi considerado errado o seguinte item: “Os partidos políticos são entidades imunes, benefício que não se estende às suas fundações”. Neste contexto, salientamos que o enunciado “sem fins lucrativos” diz respeito às instituições de educação e de assistência social, estabelecendo o STF que a CF/88 remete à lei ordinária a fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune, mas não os lindes da imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br ficou reservado à lei complementar, de acordo com o art. 146, II (ADI 1.802-MC). Deste modo, para ser considerada entidade “sem fins lucrativos” se deve atender o art. 14 do CTN, estabelecendo os requisitos de: (i) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; (ii) aplicar integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; (iii) manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar a sua exatidão. Portanto, na falta de cumprimento destes requisitos, a autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício da imunidade tributária. A respeito da abrangência desta imunidade, destacamos desde já que ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do STF), bem como que a imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, apenas alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários (Súmula 730 do STF). Com base na súmula 724, o STF assentou a imunidade de instituição de educação sem finalidade lucrativa (SENAC) relativamente ao ITBI referente à aquisição por ela de imóvel locado a terceiro, destinando-se os aluguéis a ser aplicados em suas finalidades institucionais (RE 235.737). Por sua vez, o STF entende que a utilização do imóvel para atividade de lazer e recreação não configura desvio de finalidade com relação aos objetivos da fundação caracterizada como entidade de assistência social. Portanto, não agride o texto constitucional decisão que afasta o desvio de finalidade para o fim de assegurar a imunidade tributária com base no reconhecimento de que a atividade de recreação e lazer está no alcance dos objetivos de específica fundação (RE 236.174). Da mesma forma, o fato de os imóveis estarem sendo utilizados como escritório e residência de membros das instituições de educação e assistência social, sem fins lucrativos, não afasta a imunidade CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br prevista no artigo 150, inciso VI, alínea c, § 4º da Constituição Federal (RE 221.395). Noutro ponto, a imunidade em favor das instituições de assistência social, abrange o II e o IPI, que incidem sobre bens a serem utilizados na prestação de seus serviços específicos (RE 243.807). Nesse rumo, o STF tem entendido que a imunidade das entidades de assistência social abrange o ICMS incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas na prestação de serviços específicos (AI 669.257-AgR) e o ICMS incidente as aquisições de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes (AI 535.922-AgR). Tal entendimento é fundamentado na premissa de que não há que “invocar, para o fim de serrestringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade” (RE 203.755; RE 540.725-AgR). No concurso do CESPE para Delegado de Polícia/RN/2009 foi considerado errado: “A aquisição de mercadorias no mercado interno por pessoa jurídica que possui imunidade tributária deve-se sujeitar à tributação pelo ICMS, ainda que os bens adquiridos passem a integrar o patrimônio da adquirente”. Importante: a jurisprudência mais atual do STF compreende que a imunidade discutida neste item não se restringe aos impostos classificados no CTN como impostos sobre o patrimônio e a renda (ITR, IPTU, ITBI, IR e ISS), abrangendo do mesmo modo o ICMS, o IPI e o IOF, que são classificados pelo CTN como impostos sobre a produção e a circulação. Decerto, o STF tem reconhecido a imunidade de instituição de ensino e de entidade de assistência social, sem fins lucrativos, referente ao IOF sobre operações bancárias (RE 249.980-AgR, RE 241.090). Com feito, eventual renda obtida pela instituição de assistência social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, também está abrangida pela imunidade (RE 144.900), bem como a renda obtida na prestação de serviços de diversão pública, mediante a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada em suas finalidades assistenciais (AI 155.822-AgR). De mais a mais, salientamos que o STF compreende que “terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF” (RE 375.715-ED, DJE de 24-9-2010) e que a Súmula nº 70 do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) dispõe que é “imune ao ITR o imóvel pertencente às entidades indicadas no artigo 150, VI, c, da Constituição, que se encontra arrendado, desde que a receita assim obtida seja aplicada nas atividades essenciais da entidade”. 9. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) A imunidade sobre o patrimônio, renda ou serviços instituída em favor das instituições de assistência social não alcança o ICMS incidente sobre os bens por elas fabricados, posto repercutir economicamente no consumidor e não atingir o patrimônio, nem desfalcar as rendas, nem reduzir a eficácia dos serviços dessas entidades. É falsa, de acordo com a jurisprudência mais atual do STF, a saber: “ICMS. Imunidade. (...). Aquisição de mercadorias e serviços no mercado interno. Entidade beneficente. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, compreende as aquisições de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes.” (AI 535.922-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJE de 14-11-08) “Tributário. ICMS. Imunidade. Operações de importação de mercadoria realizada por entidade de assistência social. (...) A jurisprudência da Corte é no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal abrange o ICMS incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas na prestação de seus serviços específicos”. (AI 669.257-AgR, Rel. Min Ricardo Lewandowski, DJE de 17-4-09). CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br “ICMS. Imunidade tributária. Instituição de educação sem fins lucrativos. CF, art. 150, VI, c. Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade.” (RE 540.725-AgR, Rel. Min. Eros Grau, DJE de 13-3-09). 2.3.4 IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO Também chamada de imunidade cultural, está prevista no art. 150, VI, “d”, visando concretizar diversas normas jurídicas constitucionais, tais como a livre manifestação de pensamento (art. 5°, IV), da atividade artística, intelectual, científica e da comunicação (art. 5°, IX) e o acesso à informação (art. 5°, XIV). Segundo a súmula 657 do STF, a imunidade cultural abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos. Nessa senda, o STF entende como imunes os filmes destinados à produção de capas de livros, denominados de “filme Bopp” (AI 597.746-AgR); o chamado papel fotográfico — filmes não impressionados (RE 203.859); o papel, papel fotográfico e papel para artes gráficas consumidos no processo produtivo do jornal (RE 276.842-ED); os materiais relacionados somente com papel, tais como papel fotográfico, papel telefoto, filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas, papel fotográfico para fotocomposição por laser (RE 178.863). Assim sendo, o STF assenta a impossibilidade de a imunidade cultural ser estendida a outros insumos não compreendidos no significado do enunciado papel destinado à sua impressão (RE 324.600-AgR). Nos concursos do CESPE para Auditor/Ipojuca/2009 e para Juiz Federal do TRF1/2010 foram, respectivamente, considerados errados: “O ICMS incide sobre os livros e o papel destinado a sua impressão”; CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br “A imunidade tributária sobre livros, jornais e periódicos abrange a aquisição de máquinas e aparelhos destinados à sua impressão”. Destarte, não tem imunidade a tinta utilizada para a impressão dos livros, jornais e periódicos ou os serviços de composição gráfica necessários à confecção dos livros, jornais e periódicos (RE 230.782). Do mesmo modo, o STF tem compreendido que a imunidade tributária cultural só vale para livros impressos e não para livros eletrônicos (CD-ROM), conforme RE nº 416.579/RJ, RE nº 282.387/RJ e AI nº 530.958/GO. Importante: O STF já afirmou que “apenas os materiais relacionados com o papel - assim, papel fotográfico, inclusive para fotocomposição por laser, filmes fotográficos, sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas e papel para telefoto - estão abrangidos pela imunidade tributária” (RE nº 229.703/SP, AI nº 307.932/SP-AgR, RE nº 324.600/SP-AgR). No concurso do CESPE para Procurador/PB/2008 foi considerado correto: “A imunidade referente a impostos sobre livros, jornais e periódicos de papel não alcança publicações veiculadas em meios digitais, tais como DVD, CD e fitas de vídeo”. Importante: Em julgamento realizado em 14/06/2010, a Segunda Turma do STF deferiu medida cautelar para “outorgar efeito suspensivo a RE em que se discute a exigibilidade, ou não, do estorno de créditos de ICMS relativos a operações que antecedem a prática de atos imunes – fornecimento de material para produção de papel destinado à impressão de livros, jornais, periódicos (CF, art. 150, VI, d) (...) Consignou-se que, embora a jurisprudência do STF tenha revelado tendência restritiva ao interpretar o alcance da mencionada norma, a situação versada nos autos diferiria dos precedentes, sustentando-se, por conseguinte, a possibilidade de interpretação extensiva do postulado da imunidade tributária na hipótese prevista no art. 150, VI, d, da CF (...)Registrou-se que tal perspectiva fundar-se-ia no entendimento de que a efetiva – e plena – realização do instituto da imunidade tributária somente se completaria com a manutenção dos créditos, pois a impossibilidade de utilização dos créditos resultantes das operações de compra de insumos vinculados à produção de papel – com a consequente exigência fiscal de estorno dos créditos referentes a matérias-primas e a outros insumos utilizados na fabricação de papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos – frustraria, indevidamente, por completo, a CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br concretização da tutela constitucional propiciada por essa limitação ao poder de tributar do Estado ” (AC 2.559-REF-MC, Informativo 591). Por sua vez, o STF compreende que o poder constituinte originário não fez qualquer ressalva quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Decerto, não cabe ao aplicador da norma constitucional afastar a imunidade cultural instituída para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação (RE 221.239). Neste sentido, a imunidade alcança o álbum de figurinhas; listas telefônicas (RE 114.790); as chamadas apostilas para estudo, considerando-as manuais técnicos didáticos (RE 183.403). Entretanto, o produto tem que ser algo considerado livro, jornal ou periódico, o que não inclui, por exemplo, cadernos e blocos de papel para anotações, livros contábeis, calendários, agendas de anotações e os encartes exclusivos de propaganda distribuídos com jornais e periódicos (RE 213.094). Noutro ponto, ressalta-se que esta imunidade é objetiva, pois se relaciona aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão, portanto não se estende às editoras, autores, empresas jornalísticas ou de publicidade, que permanecem sujeitas à tributação pelas receitas e pelos lucros auferidos (RE 206.774). Com efeito, não são alcançados pela imunidade cultural os impostos incidentes sobre os rendimentos (IRPF e IRPJ) das atividades da livraria, da banca de jornal ou dos empresários deste ramo. Nos concursos da ESAF para Procurador de Contas/GO/2007 e do CESPE para TCE/AC/2009 e Promotor/SE/2010 foram considerados errados, respectivamente, os seguintes itens: “A imunidade tributária incidente sobre livros só é extensível ao papel nele utilizado se a obra tiver fins didático-educacionais”. “As normas relativas à imunidade tributária devem ser interpretadas restritivamente, razão pela qual os álbuns de figurinhas e os respectivos cromos adesivos não estão alcançados pela imunidade prevista na CF para os livros, jornais, periódicos e o papel destinado à sua impressão”; “As editoras que CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br têm como única atividade a produção de livros e jornais estão imunes ao imposto incidente sobre a renda”. 10. (FCC/Defensoria Pública/São Paulo/2009) A respeito das limitações do poder de tributar, assinale a opção INCORRETA. (A) A imunidade prevista sobre a tributação do patrimônio, renda ou serviços das instituições de assistência social inclui as rendas recebidas dos imóveis alugados, quando aplicadas em suas finalidades essenciais. (B) A concessão da imunidade sobre livros, jornais e periódicos independe da prova do valor cultural ou pedagógico da publicação. (C) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, inclusive nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam relacionados com explorações de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados. (D) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino. (E) Segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. A questão é letra “c”. A letra “c” é incorreta, eis que à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, o que não acontece nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam relacionados com explorações de atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos privados, segundo art. 150, §3°, da CF. A letra “a” é correta, segundo a súmula 724 do STF. A letra “b” é correta, de acordo com a seguinte jurisprudência do STF, a saber: CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br “O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade cultural de uma publicação. Não cabe ao aplicador da norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal instituído para proteger direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma publicação destinada ao público infanto-juvenil.” (RE 221.239, DJ de 6-8-04; RE 179.893, DJE de 30-5-08). A letra “d” é correta, segundo art. 152 da CF/88, que será estudado na próxima aula. A letra “e” é correta, porque segundo entendimento consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 2.3.5 IMUNIDADES TÓPICAS OU ESPECÍFICAS São as imunidades espalhadas ou esparsas pelo texto constitucional. Imunidades tópicas ou específicas (i) São a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5°, XXXIV); (ii) Ação popular, salvo comprovada má-fé, é isento (diga-se tecnicamente imune) de custas judiciais, que é uma taxa de serviço público (art. 5°, LXXIII); (iii) São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art. 5°, LXXVI); (iv) São gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (art. 5°, LXXVII); (v) As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br §2°, I); (vi) O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior (art. 153, §3°, III); (vii) O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel (art. 153, §3°, II); (viii) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF (art. 153, §5°), isto é, não pode incidir qualquer outro tributo; (ix) O ICMS não incidirá: (a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior,nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior; (b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; (c) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, §2°, X); (x) À exceção do II, IE e ICMS nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (art. 155, §3°), isto é, a imunidade se refere apenas aos impostos (exceto II, IE e ICMS), podendo incidir, por exemplo, contribuições tributárias. Anota-se a súmula 659 do STF, dispondo que é “legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre as operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do país”; (xi) O ITBI não incidirá (a) sobre transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital; (b) sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos; (c) locação de bens imóveis; (d) arrendamento mercantil (art. 156, §2°, I); (xii) São isentas (diga-se tecnicamente imune) de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, §5°); (xiii) A contribuição previdenciária não incide sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social (art. 195, II); (xiv) São isentas (diga-se tecnicamente imune) de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, §7°); (xv) A celebração do casamento é gratuita, portanto, imune a taxas CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br (art. 226, § 1º). 11. (FCC/Assessor Jurídico/TCE/PI/2009) Sobre imunidade tributária é correto afirmar, EXCETO (A) só alcança impostos federais. (B) vem prevista na Constituição Federal. (C) equivale a incompetência tributária. (D) não pode ser instituída por lei. (E) difere da isenção, que pressupõe competência do ente para sua concessão. A questão é letra “a”, pois, além dos impostos, a imunidade alcança outros tributos. 12. (ESAF/ISS/RJ/2010) Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, é correto afirmar que: a) apenas mediante lei é possível instituir ou aumentar tributo. b) nos tributos de competência da União, não se admitem discriminações regionais ou locais com relação aos mesmos fatos geradores ou bases de cálculo. c) as fundações públicas instituídas pela União são imunes de impostos estaduais. d) a imunidade recíproca de impostos entre os entes da federação brasileira abrange todas as rendas de todos eles, salvo se decorrentes de ganhos em aplicações financeiras. e) inclusive conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade dos “templos de qualquer culto” tem interpretação ampla e finalística. Letra (A). O art. 150, I, da CF, dispõe sobre o princípio da legalidade tributária, que afirma que não pode exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça. Todavia, há uma flexibilização, por exemplo, com o art. 153, §1°, da CF, prescrevendo que é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do imposto de importação (II), imposto de exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI) e o imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF). Assim sendo, o termo “apenas” torna a alternativa incorreta. Letra (B). O art. 151, I, da CF, permite a União conceder incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br Ou seja, a União pode tributar de forma diferente as diversas regiões do Brasil, desde que seja para a promoção do equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico do País. Por exemplo, em princípio, a tributação dos impostos da União pode ser mais gravosa nas regiões mais ricas e menos gravosas nas regiões mais pobres. Logo, incorreta. Letra (C). Segundo os termos literais do § 2°, do art. 150, da CF, a imunidade recíproca abarca as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Noutro ponto, segundo o entendimento dominante, a imunidade recíproca não abrange o ICMS, ou seja, não são todos os impostos estaduais. Neste sentido, a jurisprudência do STF firmou-se no sentido de que a imunidade recíproca somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município (AI 671.412-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJE de 25-4- 2008; AI 518.325-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJE de 30-4-2010; AI 634.050-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJE de 14-8-2009). Logo, incorreta. Letra (D). A imunidade recíproca de impostos entre os entes da federação brasileira alcança as rendas decorrentes de ganhos em aplicações financeiras. Neste sentido, segundo o STF, a garantia constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de tributos sobre o patrimônio e a renda dos entes federados, inclusive os valores investidos e a renda auferida pelo membro da federação (AI 174.808-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ de 01- 07-1996). Logo, incorreta. Letra (E). Segundo o STF, a imunidade dos “templos de qualquer culto” tem interpretação ampla e finalística (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJE de 12-9-2008; AI 690.712-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJE de 14-8-2009). Logo, correta. 13. (ESAF/ISS/RJ/2010) Sobre a imunidade constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar que: a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento da imunidade tributária às operações CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, bem como as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos impostos, não alcançando as contribuições. e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações de importação de bens realizadas por municípios, quando o ente público for o importador do bem (identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). Letra (A). O enunciado cobrou entendimento literal do STF, que afirmou: “A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados do
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