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Aula 00 Direito Tributário para Concurso SEFAZ

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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
CURSO DE LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA (E DEMAIS NORMAS 
ATINENTES À FISCALIZAÇÃO) E DIREITO TRIBUTÁRIO – 
TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS – ICMS/RJ. 
Olá, prezado (a) amigo (a) concursando (a)! 
Bem-vindo (a) à aula demonstrativa do Curso “Legislação 
Tributária (e demais normas atinentes à fiscalização) e Direito 
Tributário” para Auditor Fiscal da Receita Estadual do Rio de Janeiro. 
Meu nome é EDVALDO NILO. 
Atuo profissionalmente como Procurador do Distrito Federal e 
Professor de Direito Tributário e Direito Financeiro em cursos 
preparatórios para concursos públicos. 
Possuo três pós-graduações e um curso de extensão na área do 
Direito: Especialização em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro 
de Estudos Tributários (IBET); Especialização em Direito Tributário 
pela Universidade Federal da Bahia (UFBA); Especialização em 
Planejamento Tributário pela Faculdade de Tecnologia Empresarial 
(FTE); Curso de Extensão Universitária em Prática Processual 
Tributária pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT). 
Atualmente estou concluindo o Mestrado em Direito 
Constitucional pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) e, no 
ano de 2004, fui pesquisador da área de Direito Constitucional da 
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia. 
 
Também já naveguei no mundo dos “concursandos” e consegui 
a aprovação nos seguintes concursos e seleções públicas, a saber: 
Procurador do Distrito Federal (ESAF), Procurador do Município de 
Recife (FCC), Ministério Público de Contas do Mato Grosso (FMP/RS), 
Procurador do Município de Belo Horizonte (FUNDEP/UFMG), Técnico 
de Nível Superior do Ministério da Saúde (CESPE/UNB); Técnico de 
Nível Superior do Ministério das Comunicações (CESPE/UNB); Técnico 
de Nível Superior do Ministério do Turismo (ESAF); Professor 
Substituto de Ética Geral e Profissional da Faculdade de Direito da 
Universidade Federal da Bahia (UFBA); Professor de Direito Tributário 
do Centro Universitário da Bahia (CUB/FIB) e Mestrado Acadêmico 
em Direito Constitucional do Instituto Brasiliense de Direito Público 
(IDP). 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
2 
www.pontodosconcursos.com.br 
No que diz respeito à apresentação do nosso curso, vamos 
trabalhar com base no edital completo do concurso de Auditor Fiscal 
da Receita Estadual do Rio de Janeiro (2010) e as atualizações 
necessárias quando for publicado o edital de 2011. 
 
Assim, o curso terá a seguinte metodologia: 
• Conteúdo atualizadíssimo, conforme a jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal (STF), do Superior Tribunal de 
Justiça (STJ) e dos Tribunais Regionais Federais (TRF’s) em 
relação aos temas de teoria geral do direito tributário; 
• Questões objetivas e discursivas mais recentes contextualizadas 
com a teoria; 
 
• Questões mais recentes comentadas; 
• Quadros sinópticos; 
• Síntese fundamental no final de cada aula; 
• Fórum de dúvidas; 
• Lista com os exercícios comentados na respectiva aula. 
• Todas as questões da FGV de Legislação Tributária e Direito 
Tributário nos últimos cinco anos. 
Pois bem. Destaca-se que este trabalho já vem sendo elaborado 
há algum tempo e já foram ministrados dois cursos aqui no PONTO 
para o ICMS/RJ, com aprovação, respectivamente, de 95% e 96%. 
Por conseguinte, há cada curso vou me esforçando mais e mais 
e buscando sempre o aperfeiçoamento do material de estudo, 
sobretudo em relação aos temas de Legislação Tributária e ao 
aumento do número quadros sinópticos. 
Registra-se que Legislação Tributária e Direito Tributário são 
sessenta (60) questões da prova 2. 
Anota-se também que foi feita uma grande pesquisa dos 
últimos concursos do ICMS/RJ e de todas as provas da Fundação 
Getúlio Vargas (FGV), conhecendo os pontos mais cobrados por esta 
respeitável banca examinadora. Porém, pelo menos até a definição 
 
 
 
 
 
 
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3 
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definitiva da banca do certame também teremos questões de outras 
instituições. 
Assim sendo, o curso será objetivo, mas completo, tendo 
como alvo responder o maior número de questões possíveis de 
Legislação Tributária do Rio de Janeiro e Direito Tributário da 
FGV. 
Logo, o nosso curso terá treze aulas, com início no dia 27 de 
janeiro e a “Aula 13” será postada no dia 21 de abril. 
O calendário e o conteúdo completo do curso são os seguintes: 
Aula 0 (aula demonstrativa) – Imunidade Tributária. 
Aula 1 – Tributo: definição e espécies. Impostos, taxas, 
contribuição de melhoria, empréstimos compulsórios – (27/01). 
Aula 2 – Contribuições especiais – (03/02). 
Aula 3 – As normas do Código Tributário Nacional. Obrigação 
tributária: principal e acessória: conceito. Aspecto objetivo da relação 
tributária: fato gerador, hipótese de incidência tributária: incidência e 
não-incidência, domicílio tributário. Aspecto subjetivo da relação 
tributária: competência tributária, sujeito ativo. Capacidade 
tributária; sujeito passivo: contribuinte e responsável; 
responsabilidade solidária, responsabilidade de terceiros, 
responsabilidade por infrações; substituição tributária. Elemento 
valorativo: base de cálculo, alíquota – (10/02). 
Aula 4 – Repartição das receitas tributárias: receita da União 
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Receitas dos 
Estados distribuídas aos Municípios. Métodos de interpretação. 
Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação 
tributária. Interpretações sistemática, teleológica e outras – (17/02). 
Aula 5 – Crédito tributário: lançamento: efeitos e modalidades. 
Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário – (24/02). 
Aula 6 – Função socioeconômica dos tributos. Sonegação 
Fiscal. Importância dos documentos fiscais. Administração tributária: 
fiscalização, regulamentação, competência, limites, procedimentos. 
Dívida ativa: certidão negativa. Informações e sigilo fiscal – (03/03) 
 
 
 
 
 
 
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Aula 7 – Repetição de indébito. Matérias reservadas à previsão 
por lei complementar. Tratados e convenções internacionais. 
Legislação tributária: lei complementar, lei ordinária, lei delegada; 
decretos legislativos, resoluções do Senado Federal; atos normativos 
de autoridades administrativas: decretos e despachos normativos do 
executivo, resoluções administrativas, portarias, decisões 
administrativas. Convênios interestaduais CONFAZ – (10/03). 
Aula 8 – Sistema Tributário Nacional: previsão constitucional; 
atribuição e competência tributária, princípios constitucionais 
tributários, limitações ao poder de tributar – (17/03). 
Aula 9 – Receitas Públicas. Tributos de competência da União. 
Tributos de competência dos Estados e do Distrito Federal. Tributos 
de competência dos Municípios. Os impostos em espécie – (24/03). 
Aula 10 – Legislação tributária básica do Estado do Rio de 
Janeiro: 01. Constituição Estadual (Título VI - Da Tributação e do 
Orçamento); 02. Código Tributário Estadual (Decreto-Lei estadual nº 
05/75); 03. Processo Administrativo Tributário – PAT (Decreto 
estadual nº 2.473/79). TSE - Taxa de Serviços Estaduais: 01. Código 
Tributário Estadual (arts. 104 a 111). Taxa Judiciária: 01. Código 
Tributário Estadual (arts. 112 a 146) – (31/03). 
Aula 11 – IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores: 01. Lei do IPVA (Lei estadual nº 2.877/97). ITD - 
Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e por Doação, de 
Quaisquer Bens ou Direitos: 01. Lei do ITD (Lei estadual nº 
1.427/89); 02. Resolução Conjunta SEFAZ/PGE nº 03/2007. Normas 
concernentes à documentação fiscal: 01. Convênio s/nº 70, de 15 de 
dezembrode 1970; 02. Convênio SINIEF 06/89; 03. Elaboração e 
entrega da Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA-ICMS) 
(Resolução SEF 6.410/2002); 04. Elaboração e entrega da Guia 
Nacional de Informação e Apuração do ICMS Substituição Tributária - 
GIA ST (Resolução SEF 6.351/2001); 05. Nota Fiscal Eletrônica - NF-
e (Ajuste SINIEF 7/05 e Resoluções SEFAZ nº 118/08 e 266/09); 06. 
Cupom Mania (Decreto Estadual nº 42.044/09 e Resolução SEFAZ nº 
247/09). Legislação das receitas não tributárias do Estado do Rio de 
Janeiro: 01. Acompanhamento e fiscalização das compensações e das 
participações financeiras previstas no artigo 20, § 1º da Constituição 
da República Federativa do Brasil (Lei estadual 5.139/07) – (07/04). 
Aula 12 – ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e 
Serviços: 01. Lei do ICMS (Lei estadual nº 2.657/96); 02. 
 
 
 
 
 
 
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Substituição tributária (Decretos estaduais nº 41.175/08 e 
41.961/09, e Resolução SER nº 80/04); 03. RICMS - Regulamento do 
ICMS (Decreto estadual nº 27.427/00); 04. Cadastro de contribuintes 
(Decreto estadual nº 42.191/09 e Resolução SEF nº 2.861/97); 05. 
Parcelamento de créditos tributários no Estado do Rio de Janeiro 
(Decreto estadual nº 25.228/99). Serviços de Transporte: 01 Serviço 
de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros (Lei estadual 
nº 2.778/97); 02. Serviço de Transporte Aquaviário de Passageiros, 
Cargas e Veículos (Lei estadual nº 2.804/97); 03. Serviço de 
Transporte Ferroviário e Metroviário e Serviço Público de Saneamento 
Básico (Lei estadual nº 2.869/97); 04. Serviço de Transporte 
Alternativo (Lei estadual nº 3.473/00) – (14/04). 
Aula 13 – Legislação Tributária Federal: 01. Lei Kandir (Lei 
Complementar federal nº 87/96); 02. Concessão ou revogação de 
benefícios e incentivos fiscais do ICMS (Lei Complementar federal nº 
24/75); 03. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar federal 
nº 101/00); 04. Crimes contra a ordem tributária, econômica e 
contra as relações de consumo (Lei federal nº 8.137/90); 05. 
Serviços sujeitos ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - 
ISSQN (Lei Complementar federal nº 116/03); 06. Estatuto Nacional 
da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar 
federal nº 123/06 e Lei estadual nº 5.147/07); 07. Lei do Índice de 
Participação dos Municípios – IPM (Lei Complementar federal nº 
63/90). Legislação diversa: 01. Fundo Estadual de Combate à 
Pobreza e às Desigualdades Sociais - FECP (Lei estadual nº 
4.056/02); 02. Resolução Conjunta SER/PGJ 14/06 (fixa normas para 
o combate aos crimes contra a ordem tributária); 03. Lei estadual nº 
5.351/08 (dispõe sobre medidas para incremento da cobrança de 
créditos inscritos em dívida ativa do Estado do Rio de Janeiro); 4. 
Arbitramento (Lei estadual nº 5.356/08, Decreto estadual nº 
42191/2009 e Resolução SEFAZ nº 263/09) – (21/04). 
Realça-se, por fim, que é indispensável o comprometimento e a 
dedicação diária às aulas, eis que as matérias estudadas são capitais 
para o seu sucesso neste concurso. 
Então, vamos juntos iniciar a jornada rumo à aprovação. 
 
Boa sorte, bons estudos e que Deus abençoe a todos. 
A seguir, um pequeno aperitivo do nosso curso. 
AULA DEMONSTRATIVA – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 
 
 
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O nosso sumário de hoje é o seguinte: 
1. Introdução. 
2. Conceito de imunidade tributária: 
2.1 Distinções entre imunidade, isenção, incidência, não-
incidência e alíquota zero; 
2.2 Classificações fundamentais; 
2.3 Imunidades genéricas e fundamento constitucional: 
2.3.1 Imunidade recíproca; 
2.3.2 Imunidade dos templos de qualquer culto; 
2.3.3 Imunidade dos partidos políticos, entidades sindicais 
dos trabalhadores, instituições de educação e de assistência 
social; 
2.3.4 Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado a sua impressão; 
2.3.5 Imunidades tópicas ou específicas. 
3. Síntese fundamental da aula; 
4. Lista com exercícios comentados em sala de aula; 
5. Gabarito. 
Então, vamos lá. 
1. INTRODUÇÃO 
A CF/88 possui um capítulo denominado de Sistema Tributário 
Nacional (art. 145 a 162) que estabelece uma seção específica sob o 
titulo “Limitações ao Poder de Tributar” (arts. 150 a 152). 
Dentro da seção “Limitações ao Poder de Tributar” ou 
limitações constitucionais ao poder de tributar, como prefere a 
doutrina predominante, encontramos as chamadas imunidades 
tributárias como balizas importantes e também diversos princípios 
constitucionais tributários. 
2. CONCEITO DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA 
A imunidade tributária é uma hipótese constitucional de 
intributabilidade ou de não-incidência constitucionalmente qualificada. 
No concurso do CESPE para Procurador/PE/2009 foi considerado 
errado: “A criação de imunidade tributária é matéria típica de lei 
ordinária”. A imunidade tributária é matéria constitucional. 
 
 
 
 
 
 
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Nesse rumo, destaca-se o aspecto formal e material da 
imunidade tributária. 
A respeito do aspecto formal, entende-se que a imunidade é a 
impossibilidade jurídica da tributação, em razão da ausência de 
competência tributária dos entes federativos. Sob o aspecto 
material ou substancial, compreende-se que a imunidade é o 
direito público subjetivo de não ser tributado, segundo o especificado 
expressamente ou implicitamente nas normas constitucionais. 
Destacamos que a imunidade tributária não exclui a atribuição, 
por lei, às entidades nele referidas, da condição de responsáveis 
pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da 
prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de 
obrigações tributárias por terceiros, de acordo com o §1°, do art. 9°, 
do CTN, que ainda tem validade jurídica. 
Isto é, a imunidade tributária não dispensa a pessoa alcançada 
por ela de ser responsável tributário (arts. 128 a 138 do CTN), bem 
como do cumprimento das obrigações tributárias acessórias. 
Importante: “Imunidade. (...) Inaplicabilidade às hipóteses de 
responsabilidade ou substituição tributária. (...) Recurso 
extraordinário interposto de acórdão que considerou válida a 
responsabilização tributária do Serviço Social da Indústria (SESI) pelo 
recolhimento de ICMS devido em operação de circulação de 
mercadoria, sob o regime de diferimento. A responsabilidade ou a 
substituição tributária não alteram as premissas centrais da 
tributação, cuja regra-matriz continua a incidir sobre a 
operação realizada pelo contribuinte. Portanto, a imunidade 
tributária não afeta, tão-somente por si, a relação de 
responsabilidade tributária ou de substituição e não exonera o 
responsável tributário ou o substituto.” (RE 202.987, DJE de 25-9-09) 
2.1 DISTINÇÕES ENTRE IMUNIDADE, ISENÇÃO, INCIDÊNCIA, 
NÃO-INCIDÊNCIA E ALÍQUOTA ZERO 
Consideramos relevantes as distinções entre imunidade, 
isenção, incidência, não-incidência e alíquota zero 
A imunidade é uma delimitação negativa de competência 
tributária, ou seja, não há competência tributária. Como a 
competência tributária é a aptidão para determinado ente criar o 
tributo, a imunidade traduz um elemento de incompetência tributária, 
 
 
 
 
 
 
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sendo considerada uma “zona” na qual não poderá haver tributação e 
consequentemente incidência tributária. 
A imunidade tem sede na CF/88, materializando uma dispensa 
constitucional de pagamento de tributo. Sendo assim, há dispositivos 
constitucionais que transmitem o teor de “falsas” isenções, 
representando nítidas “imunidades”,existindo equívoco por parte do 
legislador constitucional. Por exemplo, o art. 195, §7°, da CF/88, que 
dispõe: “São isentas de contribuições para a seguridade social às 
entidades beneficentes de assistência social que atendam às 
exigências estabelecidas em lei”. Esta é uma imunidade subjetiva, 
segundo entendimento do STF. 
Neste sentido, a doutrina afirma que a imunidade deve ser 
interpretada conforme os fins constitucionais. 
A isenção é a dispensa legal de pagamento de um tributo 
devido, isto é, a autoridade não pode cobrar o tributo, eis que, 
mesmo acontecendo à incidência tributária (ocorre o fato gerador), 
está impedido de realizar o lançamento tributário. 
Portanto, a isenção está dentro do campo da incidência e 
decorre do exercício da competência tributária, sendo veiculada em 
norma infraconstitucional e acontece o fato gerador (obrigação 
tributária), porém não há constituição do crédito tributário. A isenção 
requer interpretação literal, de acordo com o art. 111, I, do CTN. 
No concurso do CESPE para Procurador/Vitória/2007 foi considerado 
errado: “A vedação que impede o Distrito Federal de cobrar o IPVA 
sobre os veículos da União licenciados em seu território constitui uma 
isenção tributária”. É imunidade tributária. Por seu turno, no concurso 
do CESPE para Consultor/ES/2010 foi considerado correto: “A isenção 
é a espécie mais usual de renúncia de receita e define-se como a 
dispensa legal, pelo Estado, do débito tributário devido”. 
A incidência é a situação ocorrida no mundo dos fatos que é 
prevista como hipótese de incidência do tributo. É o momento da 
concretização do fato gerador tributário, com o nascimento da 
obrigação tributária. 
A não-incidência é o acontecimento no mundo dos fatos que 
não corresponde à descrição legal tributária. Assim, na não-incidência 
faltam elementos para enquadrar determinado fato na hipótese de 
incidência (fato gerador in abstrato), ou seja, é a não previsão do 
 
 
 
 
 
 
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fato na hipótese de incidência. Com efeito, não há obrigação 
tributária e, por conseguinte, não há crédito tributário. 
Decerto, a não-incidência pode decorrer da falta de 
competência ou do não exercício da competência em toda a sua 
amplitude (característica da facultatividade do exercício da 
competência tributária). 
A alíquota zero, da mesma forma que a isenção, encontra-se 
no campo da incidência tributária. Por conseguinte, há obrigação 
tributária, mas o valor do tributo é inexistente (aspecto quantitativo), 
por simples razão matemática. Isto é, a multiplicação da base de 
cálculo por zero é igual a zero (BC x AL = 0). Então, o valor do 
tributo a ser pago é nulo. 
 Imunidade Isenção Não-
incidência 
Alíquota 
zero 
Quanto à lei 
criadora 
Constituição Em regra, 
lei 
ordinária. 
Falta de 
previsão. 
Em regra, 
lei 
ordinária. 
Quanto ao 
exercício da 
competência 
tributária. 
Não há. Existe. Não há. Existe. 
Quanto à 
obrigação 
tributária 
Não há. Existe. Não há. Existe. 
Quanto ao 
crédito 
tributário 
Não há. Não há. Não há. Em regra, 
não há, 
salvo 
dispositivo 
de lei em 
contrário. 
A FGV no concurso para Auditor Fiscal de Angra dos Reis/2010 
considerou correto que a “isenção requer interpretação literal; a 
imunidade, interpretação conforme os fins constitucionais; e a não 
incidência normalmente dispensa norma expressa”. 
Importante: “Conforme disposto no inciso II do § 3º do art.153 da 
CF, observa-se o princípio da não cumulatividade compensando-se o 
que for devido em cada operação com o montante cobrado nas 
anteriores, ante o que não se pode cogitar de direito a crédito quando 
o insumo entra na indústria considerada a alíquota zero.” (RE 
 
 
 
 
 
 
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353.657, DJE de 7-3-2008; RE 488.357-ED, DJE de 11-9-2009; RE 
370.682, DJ de 19-12-2007); “Com o advento do art. 11 da Lei 
9.779/99 é que o regime jurídico do IPI se completou, apenas a partir 
do início de sua vigência se tendo o direito ao crédito tributário 
decorrente da aquisição de insumos ou matérias-primas tributadas e 
utilizadas na industrialização de produtos isentos ou submetidos à 
alíquota zero” (RE 475.551, DJE de 13-11-2009; RE 460.785, DJE de 
11-9-2009). Vamos trabalhar este tema no capítulo sobre IPI. 
1. (24° Concurso para Procurador da República/MPF e 
também ESAF/AFRFB/2010) Diversos fatos podem 
resultar na desoneração tributária. Assinale, entre as que se 
seguem, a forma de desoneração tributária pela qual não 
nascem nem a obrigação tributária, nem o respectivo 
crédito por força do não-exercício da competência a que tem 
direito o poder tributante. 
a) Imunidade. 
b) Não-incidência. 
c) Isenção. 
d) Alíquota zero. 
e) Remissão. 
Letra (A). Na imunidade tributária o ente federativo não tem o 
direito de tributar. Logo, incorreta. 
Letra (B). Na não-incidência não nasce a obrigação e nem o 
crédito tributário por força do não-exercício da competência a que 
tem direito o ente federativo. Logo, correta. 
 
Letra (C). Na isenção nasce a obrigação tributária. Contudo, o 
crédito tributário é excluído. Logo, incorreta. 
Letra (D). Na alíquota zero há obrigação tributária. Entretanto, 
o tributo não é recolhido porque o valor do tributo é inexistente 
(aspecto quantitativo). Isto é, a multiplicação da base de cálculo por 
zero é igual a zero (BC x AL = 0). Então, o valor do tributo a ser pago 
é nulo. Logo, incorreta. 
Letra (E). Na remissão há obrigação e crédito tributário, que é 
extinto por força do perdão legal da dívida. Logo, incorreta. 
2.2 CLASSIFICAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
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As imunidades tributárias podem ser classificadas nas seguintes 
categorias: (i) subjetivas ou pessoais, objetivas ou reais e mistas 
(subjetiva e objetiva); (ii) ontológicas e políticas; (iii) gerais ou 
genéricas e tópicas ou especiais; (iv) condicionadas ou 
incondicionadas; (v) explícitas ou implícitas; (vi) excludentes e 
incisivas. 
• Subjetivas, objetivas e mistas: considera-se a forma de 
previsão da norma imunizante. A imunidade subjetiva ou 
pessoal é aquela que leva em consideração o sujeito, isto é, é 
concedida pela norma constitucional em razão da qualidade da 
pessoa. Por exemplo, a imunidade das entidades sindicais dos 
trabalhadores (art. 150, VI, “c”). A imunidade objetiva ou real 
é concedida em virtude da qualidade da coisa, do objeto ou da 
mercadoria, ou seja, refere-se a matéria tributável. Por 
exemplo, a imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel 
destinado a sua impressão (art. 150, VI, “d”). Por sua vez, a 
imunidade mista (subjetiva e objetiva) envolve aspectos 
pessoais e reais. Como exemplo, a imunidade concernente ao 
ITR no que se refere às “pequenas glebas rurais, definidas em 
lei, quando as explore o proprietário que não possua outro 
imóvel”. 
No 22° Concurso para Procurador da República foi considerado 
correto: “Conforme entendimento do STF, o parágrafo 7º, do art. 
195, da Lei Magna, constitui imunidade subjetiva”. A imunidade 
referida leva em conta as entidades de assistência social (aspecto 
pessoal). 
• Ontológicas e políticas: considera-se o aspecto da imunidade 
tributária ser ou não ser conseqüência direta ou necessária de 
princípio constitucional fundamental. A imunidade ontológica é 
conseqüência necessária do princípio da igualdade, sendo seu 
exemplo clássico a imunidade recíproca disposta no art. 150, 
VI, “a”, da CF/88. É característica básica da imunidade 
ontológica a qualidade de ser clausula pétrea, isto é, proposta 
de emenda constitucional tendente abolir talimunidade não 
deve ser objeto de deliberação pelo Poder Legislativo. Já a 
imunidade política deve ser reconhecida expressamente pelo 
texto constitucional, eis que não decorre necessariamente de 
princípio constitucional fundamental, podendo, portanto, ser 
alterado pelo exercício do poder constituinte derivado. Por 
exemplo, a imunidade referente aos impostos incidentes sobre 
 
 
 
 
 
 
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operações de transferência de imóveis desapropriados para fins 
de reforma agrária (art. 184, §5°). 
No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi considerado 
incorreto: “A limitação de exigência tributária sobre o patrimônio, 
renda ou serviços uns dos outros (União, estados, DF e municípios) é 
passível de modificação constitucional, uma vez que se trata de 
princípio de garantia subjetiva, e a restrição de imutabilidade 
tributária refere-se às garantias objetivas”. 
 
• Gerais e tópicas: considera-se o alcance das normas 
constitucionais imunizantes. A imunidade geral é dirigida a 
todos os entes federativos e alcançam os impostos de forma 
genérica, estando prevista no art. 150, VI, da CF/88. A 
imunidade tópica ou específica se dirige a um único tributo, 
podendo ser, por exemplo, um imposto ou uma taxa, tais como 
o IPI que não pode incidir sobre a exportação de produtos 
industrializados (art. 153, §3°, III, da CF/88) e a taxa que não 
pode incidir na obtenção de certidões em repartições públicas, 
para a defesa de direitos e esclarecimentos de situações de 
interesse pessoal (art. 5°, XXXIV, “b”, da CF/88). 
• Condicionadas e incondicionadas: considera-se a existência 
ou não de autorização na norma constitucional imunizante para 
que as normas infraconstitucionais fixem requisitos para a 
concessão da imunidade. Neste sentido, a imunidade 
condicionada é aquela que depende da observância de 
requisitos legais para a sua implementação. Por exemplo, a 
imunidade estabelecida para as instituições de educação e de 
assistência social, sem fins lucrativos, que devem atender os 
requisitos da lei, de acordo com o art. 150, VI, “c”, da CF/88. 
Por outro lado, a imunidade incondicionada independe de 
qualquer condição estabelecida pela legislação 
infraconstitucional para operar sua eficácia plena e 
aplicabilidade imediata. Por exemplo, a imunidade recíproca 
(CF, art. 150, VI, “a”). 
• Explícitas e implícitas: adota-se como critério a explicitude 
ou não do texto da norma constitucional. A imunidade 
explícita está expressamente ou literalmente prevista no texto 
constitucional, tal como as dispostas nas alíneas “a” a “d”, do 
inc. VI, do art. 150. A imunidade implícita decorre da 
interpretação sistemática do próprio texto constitucional, tal 
como a imunidade que garante o mínimo existencial, que são 
as condições mínimas para a sobrevivência digna do ser 
humano. 
 
 
 
 
 
 
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• Excludentes e incisivas: por fim, ainda se adota como critério 
de classificação à abrangência da vedação contida na norma 
imunizante. A imunidade excludente restringe determinada 
situação à tributação por apenas um tipo de imposto. Por 
exemplo, o art. 153, §5°, da CF, que afirma que o ouro, 
quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF, devido 
na operação de origem. A imunidade incisiva que estabelece 
que certa situação possa ser tributada por alguns impostos. Por 
exemplo, o art. 155, §3°, da CF, que dispõe que à exceção do 
ICMS, do II e do IE, nenhum outro imposto poderá incidir 
sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais do País. 
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS 
SUBJETIVAS, OBJETIVAS E MISTAS; 
ONTOLÓGICAS E POLÍTICAS; 
GERAIS E TÓPICAS; 
CONDICIONADAS E INCONDICIONADAS; 
EXPLÍCITAS E IMPLÍCITAS; 
EXCLUDENTES E INCISIVAS. 
2. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) As imunidades tributárias são 
classificadas em: 
a) ontológicas e políticas. 
b) proporcionais e progressivas. 
c) diretas e indiretas. 
d) cumulativas e não cumulativas. 
e) vinculadas e não vinculadas. 
A resposta é a letra “a”. 
2.3 IMUNIDADES GENÉRICAS E FUNDAMENTO 
CONSTITUCIONAL 
As imunidades genéricas são previstas no art. 150, VI, da 
CF/88, a saber: “Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios: instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou 
serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições 
 
 
 
 
 
 
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de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os 
requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a 
sua impressão”. 
No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi considerado 
correto: “A imunidade constitucional de livros não se estende à 
COFINS”. 
3. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) De acordo com o 
art. 150 da CRFB/88, é vedado à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios instituir: 
(A) tributos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou 
serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado a sua impressão. 
(B) impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos 
outros; templos de qualquer culto; patrimônio, renda ou 
serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de 
educação e de assistência social, sem fins lucrativos, 
atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado a sua impressão. 
(C) impostos ou contribuições sobre patrimônio, renda ou 
serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
(D) tributos e impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, 
uns dos outros; templos de qualquer culto; patrimônio, 
renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas 
fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das 
instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, atendidos os requisitos da lei; livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado a sua impressão. 
(E) contribuições e tributos sobre patrimônio, renda ou 
serviços, uns dos outros; templos de qualquer culto; 
patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
 
 
 
 
 
 
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trabalhadores, das instituições de educação e de assistência 
social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão. 
A letra “b” é a correta, de acordo com o art. 150, VI, “a” a “d”, 
da CF/88. 
2.3.1 IMUNIDADE RECÍPROCA 
A imunidade recíproca, também denominada de imunidade 
intergovernamental, refere-se à proibição da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios de instituir impostos sobre 
patrimônio,renda ou serviços, uns dos outros, bem como é extensiva 
às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder 
Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, 
vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. 
Importante: “A imunidade tributária gozada pela OAB é da espécie 
recíproca, na medida em que desempenha atividade própria de 
Estado. A imunidade tributária recíproca alcança apenas as 
finalidades essenciais da entidade protegida. O reconhecimento 
da imunidade tributária às operações financeiras não impede a 
autoridade fiscal de examinar a correção do procedimento adotado 
pela entidade imune. Constatado desvio de finalidade, a 
autoridade fiscal tem o poder-dever de constituir o crédito 
tributário e de tomar as demais medidas legais cabíveis. 
Natureza plenamente vinculada do lançamento tributário, que não 
admite excesso de carga” (RE 259.976-AgR, DJE de 30-4-2010); “A 
circunstância de a Caixa de Assistência dos Advogados integrar a 
estrutura maior da OAB não implica na extensão da imunidade, 
dada a dissociação entre as atividades inerentes à atuação da OAB e 
as atividades providas em benefício individual dos associados.” (RE 
233.843, DJE de 18-12-2009). 
Assim, entende-se que a imunidade recíproca é subjetiva, 
porque diz respeito a determinadas pessoas jurídicas, sendo aplicável 
aos impostos. Deste modo, não deve ser invocada na hipótese de 
contribuições previdenciárias (ADI 2.024) e não alcança as taxas (RE 
364.202). 
A imunidade recíproca é ontológica, sendo consequência 
necessária do princípio da isonomia das pessoas políticas e suas 
concretizações lógicas, como o princípio federativo do Estado 
 
 
 
 
 
 
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brasileiro, a autonomia dos Municípios e a capacidade contributiva. 
Portanto, é clausula pétrea e garantia fundamental da Federação, 
conforme entendimento do STF (ADI 939). 
No concurso do CESPE para o TCE/AC/2009 foi considerado correto: 
“O princípio da imunidade recíproca é decorrência lógica do princípio 
federativo e visa assegurar a autonomia dos entes políticos”. 
A imunidade recíproca é incondicionada, porque não necessita 
de normas infraconstitucionais para sua plena eficácia, que é 
decorrência imediata do texto constitucional. 
A CF/88 estabelece expressamente que a imunidade recíproca 
apenas incide sobre os impostos incidentes sobre serviço, patrimônio 
ou renda. Portanto, de acordo com o sentido literal do texto, a 
imunidade recíproca não alcança os impostos sobre circulação de 
riquezas e produção (IPI e ICMS). 
Importante: “A jurisprudência do Supremo firmou-se no sentido de 
que a imunidade de que trata o art. 150, VI, a, da CF, somente se 
aplica a imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do 
próprio Município” (AI 671.412-AgR, DJE de 25-4-2008; AI 574.042-
AgR, DJE de 29-10-2009; AI 634.050-AgR, DJE de 14-8-2009). 
No 23° Concurso para Procurador da República se afirmou o seguinte: 
“Em matéria de imunidade recíproca, segundo a CF, é correto afirmar 
que a imunidade recíproca não compreende os impostos incidentes 
sobre a produção e a circulação de riquezas (IPI e ICMS)”. Neste 
mesmo sentido, no concurso do CESPE para Promotor/SE/2010 o 
como errado o seguinte enunciado: “A imunidade recíproca, ou seja, 
entre os entes federados, não está limitada a certos tipos de 
impostos”. 
Assim, o STF afirma que a imunidade de que trata o artigo 150, 
VI, a, da CF/88, somente se aplica a imposto incidente sobre serviço, 
patrimônio ou renda do próprio Município, sendo que este não é 
contribuinte de direito do ICMS, descabendo confundi-lo com a figura 
do contribuinte de fato e a imunidade recíproca não beneficia o 
contribuinte de fato (AI 671.412-AgR). 
Neste sentido, entende-se que imunidade ou a isenção 
tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do 
IPI, conforme a súmula 591 do STF. 
 
 
 
 
 
 
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O STF também já assentou que quando o fornecedor da 
iluminação pública não é o Município, mas sim determinada sociedade 
de economia mista (contribuinte de direito), que paga o ICMS ao 
Estado e o inclui no preço do serviço disponibilizado ao usuário, não 
há que se falar em imunidade tributária recíproca, pressupondo esta 
a instituição de imposto incidente sobre serviço, patrimônio ou renda 
do próprio Município (ADI 457-MC). 
Por outro lado, o STF já reconhece a imunidade tributária 
recíproca ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - 
INCRA (CF, art. 150, VI, “a”, e § 2º), relativamente ao não 
recolhimento de ICMS por eventual exploração de unidade 
agroindustrial. No caso, o INCRA era contribuinte de direito, 
entendendo-se que a atividade exercida pela mencionada autarquia 
federal não se enquadra dentre aquelas sujeitas ao regime tributário 
próprio das empresas privadas, considerando que a ocasional 
exploração dessa unidade está no âmbito de sua destinação social em 
setor relevante para a vida nacional. Observou também o STF que a 
imunidade tributária disposta no §2°, do art. 150, da CF/88, só deixa 
de operar quando a natureza jurídica da entidade estatal é de 
exploração de atividade econômica (RE-242827). 
Importante: Em relação ao IOF, apesar de ser classificado pelo CTN 
como imposto sobre a produção e a circulação, o entendimento do 
STF é no sentido da plena eficácia da imunidade recíproca nas 
operações financeiras realizadas pelos Municípios, Estados ou Distrito 
Federal (RE 196.415-PR). O STF também já decidiu mais de uma vez 
que a imunidade alcança os ganhos resultantes de operações 
financeiras (AI 172.890-AgR, ACO 502). 
No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi adotado como 
errado o seguinte enunciado: “Pode incidir IOF sobre aplicações 
financeiras realizadas por autarquia estadual, uma vez que as rendas 
derivadas são relativas a atividades eminentemente privadas”. 
Noutro ponto, a imunidade recíproca não se aplica ao 
patrimônio, à renda e aos serviços, relacionados com exploração de 
atividades econômicas regidas pelas normas aplicáveis a 
empreendimentos privados, ou em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário, nem exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente 
ao bem imóvel, segundo o §3°, do art. 150, da CF/88. 
 
 
 
 
 
 
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Importante: “A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da 
Constituição aplica-se às operações de importação de bens realizadas 
por municípios, quando o ente público for o importador do bem 
(identidade entre o ‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). 
Compete ao ente tributante provar que as operações de importação 
desoneradas estão influindo negativamente no mercado, a ponto de 
violar o art. 170 da Constituição. Impossibilidade de presumir risco à 
livre-iniciativa e à concorrência.” (AI 518.325-AgR, DJE de 30-4-
2010). 
No mesmo sentido, a CF/88 fixa que a empresa pública, a 
sociedade de economia mista e suas subsidiárias que explorem 
atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços devem se submeter ao regime jurídico próprio 
das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações 
tributárias, bem como preceitua que as empresas públicas e as 
sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios 
fiscais não extensivos às do setor privado (art. 173, §1°, II c/c §2°). 
Destarte, em princípio, a imunidade tributária recíproca não 
alcançaria as empresas públicas e sociedades de economia mista, 
exceto quanto às atividades tipicamente estatais. 
Assim, o STFafirma que a imunidade recíproca alcança a 
empresa pública prestadora de serviço público e a sociedade de 
economia mista prestadora de serviço público, pois estas não se 
confundem com empresas públicas que exercem atividade econômica 
em sentido estrito. 
Importante: “É irrelevante para definição da aplicabilidade da 
imunidade tributária recíproca a circunstância de a atividade 
desempenhada estar ou não sujeita a monopólio estatal. O alcance da 
salvaguarda constitucional pressupõe o exame (i) da caracterização 
econômica da atividade (lucrativa ou não), (ii) do risco à 
concorrência e à livre-iniciativa e (iii) de riscos ao pacto federativo 
pela pressão política ou econômica”. Deste modo, a imunidade 
tributária recíproca não se aplica à Petrobrás (RE 285.716-AgR, DJE 
de 26-3-2010); “É aplicável a imunidade tributária recíproca às 
autarquias e empresas públicas que prestem inequívoco serviço 
público, desde que, entre outros requisitos constitucionais e legais 
não distribuam lucros ou resultados direta ou indiretamente a 
particulares, ou tenham por objetivo principal conceder acréscimo 
patrimonial ao poder público (ausência de capacidade contributiva) e 
não desempenhem atividade econômica, de modo a conferir 
 
 
 
 
 
 
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vantagem não extensível às empresas privadas. O Serviço Autônomo 
de Água e Esgoto é imune à tributação por impostos. A cobrança de 
tarifas, isoladamente considerada, não altera a conclusão” (RE 
399.307-AgR, DJE de 30-4-2010). 
Neste contexto, o STF compreendeu que a Empresa Brasileira 
de Infra-Estrutura Aeroportuária (INFRAERO) está abrangida pela 
imunidade tributária recíproca, uma vez que é empresa pública 
federal que tem por atividade-fim prestar serviços de infra-estrutura 
aeroportuária, mediante outorga da União, a quem 
constitucionalmente deferido, em regime de monopólio, tal encargo, 
de acordo com o art. 21, XII, “c” (RE 363.412-AgR). 
Do mesmo modo, em relação a Empresa Brasileira de Correios 
e Telégrafos (ECT), reputando-se plausível a extensão da imunidade 
recíproca à propriedade de veículos automotores destinados à 
prestação de serviços postais (ACO 765-AgR), bem como se estendeu 
a aplicação da imunidade recíproca à Companhia de Águas e Esgotos 
de Rondônia (CAERD), sociedade de economia mista estadual 
prestadora de serviço público (AC 1550-2). 
No concurso do CESPE para Delegado de Polícia/RN/2009 foi adotado 
como errado: “A imunidade tributária recíproca prevista na CF não se 
estende às empresas públicas, ainda que atuem em regime de 
monopólio, pois tal benesse não é extensível ao setor privado”. 
Nessa senda, o STF também entende que a imunidade recíproca 
abrange bens públicos sob uso de concessionárias de serviço público, 
afirmando que imóveis que compõem o acervo patrimonial do Porto 
de integrantes do domínio da União são imunes a tributação 
do IPTU pela municipalidade, independentemente de encontrarem-se 
tais bens ocupados pela empresa dos serviços portuários (RE 
253.394; RE 597.563-AgR). 
O STF firmou o posicionamento de que os imóveis situados no 
porto, área de domínio público da União, e que se encontram sob 
custódia da companhia, em razão de delegação prevista na Lei de 
Concessões Portuárias, não podem sofrer incidência do IPTU, por 
tratar-se de bem e serviço de competência atribuída ao poder público 
(artigos 21, XII, “f” e 150, VI, CF). Entretanto, inexiste imunidade 
recíproca no que se refere às taxas, uma vez que o preceito 
constitucional só faz alusão expressa a imposto (AI 458.856-AgR). 
 
 
 
 
 
 
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Com efeito, ressaltamos que o STF (RE 580.264, julgamento 
em 16/12/2010) igualmente entendeu que hospitais com 
participação acionária majoritária e controle da União (na 
hipótese, 99,99% das ações) e que atendem apenas pelo Sistema 
Único de Saúde (SUS) têm o direito a imunidade tributária 
recíproca. 
Destacamos, por sua vez, que o STF compreende como 
constitucional os Municípios instituírem ISS sobre os serviços de 
registros públicos, cartorários e notariais, entendendo-se tratar-se, 
no caso, de atividade estatal delegada, tal como a exploração de 
serviços públicos essenciais, mas que, enquanto exercida em 
caráter privado, com intuito de lucrativo, seria serviço sobre o 
qual incidiria o ISS (Informativo 494). 
Por fim, realçamos a interpretação da parte final do §3º, do art. 
150, da CF/88, dispondo que a imunidade não exonera o 
promitente comprador da obrigação de pagar imposto 
relativamente ao bem imóvel, ou seja, a imunidade do ente 
público referente ao pagamento de imposto incidente sobre bem 
imóvel não ocorre no caso do imóvel objeto de promessa de venda a 
particular ou a terceiro não acobertado pela imunidade tributária. Daí 
a súmula 583 do STF, dispondo que o promitente comprador de 
imóvel residencial transcrito em nome de autarquia é contribuinte do 
IPTU. 
No concurso do CESPE para Juiz Federal/TRF1/2010 foi cobrada a 
seguinte assertiva: “Considerando que um estado da Federação 
possua dois imóveis, um para abrigar um gerador de energia e outro 
que é a residência oficial do governador (...) Se a residência oficial for 
vendida, o comprador estará imune ao pagamento do imposto de 
transferência de sua propriedade”. Esta assertiva selecionada é 
errada. A FGV na prova da OAB/2010.2 considerou correto o seguinte 
enunciado: “A Cia. de Limpeza do Município de Trás os Montes, 
empresa pública municipal, vendeu um imóvel de sua titularidade 
situado na rua Dois, da quadra 23, localizado no nº 06. Neste caso, o 
novo proprietário fica obrigado a pagar todos os tributos que recaiam 
sobre o bem”. 
4. (CESPE/Advogado/BRB/2010) “A imunidade 
tributária recíproca é extensiva ao patrimônio, à renda e aos 
serviços de autarquias, fundações e empresas públicas 
vinculadas à entidade estatal respectiva”. 
 
 
 
 
 
 
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É errada, pois as empresas públicas relacionados com 
exploração de atividades econômicas e regidas exclusivamente pelas 
normas aplicáveis a empreendimentos privados não são abrangidas 
pela imunidade tributária recíproca. 
5. (CESPE/UNB/Juiz Federal/2008) A União, almejando 
facilitar o escoamento da produção nacional de 
biocombustível para o exterior, construiu estrutura portuária 
em imóvel integrante de seu domínio econômico, situado 
em determinado município brasileiro. Para se viabilizarem as 
atividades do porto, os serviços portuários foram delegados 
à pessoa jurídica de direito privado que se utiliza do acervo 
patrimonial portuário pertencente à União. Nessa situação, o 
referido município não pode cobrar IPTU da empresa 
delegatária, a qual, todavia, é contribuinte de taxa de 
limpeza urbana. 
A questão é verdadeira, cobrando a jurisprudência do STF 
sobre o tema, a saber: 
“Imóveis situados no porto, área de domínio público da 
União, e que se encontram sob custódia da companhia, em 
razão de delegação prevista na Lei de Concessões 
Portuárias. Não-incidência do IPTU, por tratar-se de bem e 
serviço de competência atribuída ao poder público. Taxas. 
Imunidade. Inexistência, uma vez que o preceito 
constitucional só faz alusão expressa a imposto, não 
comportando a vedação a cobrança de taxas. Agravo 
regimental a que se nega provimento.” (AI 458.856-AgR, 
Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 5-10-04, DJ de 20-4-
07) 
6. (CESPE/Analista/INSS/2008) A fundação pública 
mantenedora da Universidade de Brasília tem imunidade 
tributária em relação a taxa de limpeza pública instituída 
pelo Distrito Federal. 
A questão é falsa, uma vez que a imunidade tributária 
recíproca não alcançaas taxas, mas apenas os impostos. 
2.3.2 IMUNIDADE DOS TEMPLOS DE QUALQUER CULTO 
Igualmente denominada de imunidade religiosa, está prevista 
no art. 150, VI, “b” e §4°, da CF/88, alcançando os impostos sobre o 
 
 
 
 
 
 
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patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades 
essenciais das entidades religiosas. 
A imunidade dos templos de qualquer culto tem fundamento na 
preservação da liberdade religiosa, eis que o texto constitucional 
garante a inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, 
sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, 
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e as suas liturgias, de 
acordo com o art. 5°, VI. 
Neste contexto, o Brasil é um Estado laico, pois não há uma 
religião oficial e a imunidade deve abranger qualquer culto religioso, 
atingindo, portanto, todas as religiões. 
Importante: a imunidade tributária religiosa proíbe o IPTU sobre 
imóveis de propriedade dos templos que se encontram alugados, eis 
que deve abranger não somente os prédios destinados ao culto, mas, 
também, o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com 
as finalidades essenciais das entidades religiosas (RE 325.822). 
O STF também entende que os cemitérios que consubstanciam 
extensões de entidades de cunho religioso estão abrangidos pela 
imunidade religiosa, como a impossibilidade da incidência de IPTU em 
relação a eles (RE 578.562). 
7. (FGV/Advogado/2008/Senado Federal) Em 
determinado município houve a cobrança de IPTU sobre 
área que a Sociedade da Igreja de São Jorge utiliza como 
cemitério. Essa cobrança: 
(A) é legal, pois a norma imunizante inscrita no artigo 150, 
VI, “b”, refere-se tão-somente aos templos de qualquer 
natureza. 
(B) é constitucional, pois a imunidade do artigo 150, VI, “b”, 
só compreende os templos e a casa do celebrantes. 
(C) é inconstitucional, por ferir o disposto no artigo 150, VI, 
“b”, que protege a liberdade de expressão religiosa. 
(D) é válida, se ficar provado que há recursos arrecadados 
com a exploração do cemitério. 
(E) é ineficaz, em face da isenção de que os templos gozam, 
bem como todas as atividades relacionadas à liberdade 
religiosa. 
8. (CESPE/Delegado/RN/2009) Os cemitérios que 
consubstanciam extensões de entidades de cunho religioso 
 
 
 
 
 
 
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não estão abrangidos pela imunidade tributária prevista na 
CF, uma vez que as normas que tratam de renúncia fiscal 
devem ser interpretadas restritivamente. 
A primeira é letra “c” e a segunda é falsa, de acordo com o 
entendimento do STF, a saber: 
“Cemitério. Extensão de entidade de cunho religioso. Os 
cemitérios que consubstanciam extensões de 
entidades de cunho religioso estão abrangidos pela 
garantia contemplada no artigo 150 da Constituição 
do Brasil. Impossibilidade da incidência de IPTU em 
relação a eles. A imunidade aos tributos de que gozam os 
templos de qualquer culto é projetada a partir da 
interpretação da totalidade que o texto da Constituição é, 
sobretudo do disposto nos artigos 5º, VI, 19, I e 150, VI, 
“b”. As áreas da incidência e da imunidade tributária são 
antípodas.” (RE 578.562, Rel. Min. Eros Grau, julgamento 
em 21-5-08, DJE de 12-9-08) 
2.3.3 IMUNIDADE DOS PARTIDOS POLÍTICOS, ENTIDADES 
SINDICAIS DOS TRABALHADORES, INSTITUIÇÕES DE 
EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 
O texto constitucional estabelece a proibição de se criar 
impostos sobre patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, 
inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, bem como dispõe 
que tal vedação compreende somente o patrimônio, a renda e os 
serviços, relacionados com as finalidades essenciais destas entidades, 
segundo o art. 150, VI, “c” e §4°. 
No concurso da ESAF para o MPE/GO/2007 foi considerado errado o 
seguinte item: “Os partidos políticos são entidades imunes, benefício 
que não se estende às suas fundações”. 
Neste contexto, salientamos que o enunciado “sem fins 
lucrativos” diz respeito às instituições de educação e de assistência 
social, estabelecendo o STF que a CF/88 remete à lei ordinária a 
fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da 
entidade educacional ou assistencial imune, mas não os lindes da 
imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, 
 
 
 
 
 
 
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ficou reservado à lei complementar, de acordo com o art. 146, II 
(ADI 1.802-MC). 
Deste modo, para ser considerada entidade “sem fins 
lucrativos” se deve atender o art. 14 do CTN, estabelecendo os 
requisitos de: (i) não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio 
ou de suas rendas, a qualquer título; (ii) aplicar integralmente, no 
País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos 
institucionais; (iii) manterem escrituração de suas receitas e 
despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar 
a sua exatidão. 
Portanto, na falta de cumprimento destes requisitos, a 
autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício da 
imunidade tributária. 
A respeito da abrangência desta imunidade, destacamos desde 
já que ainda quando alugado a terceiros, permanece imune ao IPTU o 
imóvel pertencente a qualquer das entidades referidas pelo art. 150, 
VI, c, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas 
atividades essenciais de tais entidades (Súmula 724 do STF), 
bem como que a imunidade tributária conferida a instituições de 
assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, c, apenas 
alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não 
houver contribuição dos beneficiários (Súmula 730 do STF). 
Com base na súmula 724, o STF assentou a imunidade de 
instituição de educação sem finalidade lucrativa (SENAC) 
relativamente ao ITBI referente à aquisição por ela de imóvel locado 
a terceiro, destinando-se os aluguéis a ser aplicados em suas 
finalidades institucionais (RE 235.737). 
Por sua vez, o STF entende que a utilização do imóvel para 
atividade de lazer e recreação não configura desvio de finalidade com 
relação aos objetivos da fundação caracterizada como entidade de 
assistência social. Portanto, não agride o texto constitucional decisão 
que afasta o desvio de finalidade para o fim de assegurar a 
imunidade tributária com base no reconhecimento de que a atividade 
de recreação e lazer está no alcance dos objetivos de específica 
fundação (RE 236.174). 
Da mesma forma, o fato de os imóveis estarem sendo utilizados 
como escritório e residência de membros das instituições de educação 
e assistência social, sem fins lucrativos, não afasta a imunidade 
 
 
 
 
 
 
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prevista no artigo 150, inciso VI, alínea c, § 4º da Constituição 
Federal (RE 221.395). 
Noutro ponto, a imunidade em favor das instituições de 
assistência social, abrange o II e o IPI, que incidem sobre bens a 
serem utilizados na prestação de seus serviços específicos (RE 
243.807). 
Nesse rumo, o STF tem entendido que a imunidade das 
entidades de assistência social abrange o ICMS incidente sobre a 
importação de mercadorias utilizadas na prestação de serviços 
específicos (AI 669.257-AgR) e o ICMS incidente as aquisições de 
produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem 
o patrimônio dessas entidades beneficentes (AI 535.922-AgR). 
Tal entendimento é fundamentado na premissa de que não há 
que “invocar, para o fim de serrestringida a aplicação da imunidade, 
critérios de classificação dos impostos adotados por normas 
infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre 
bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. 
O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado 
interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela 
imunidade” (RE 203.755; RE 540.725-AgR). 
No concurso do CESPE para Delegado de Polícia/RN/2009 foi 
considerado errado: “A aquisição de mercadorias no mercado interno 
por pessoa jurídica que possui imunidade tributária deve-se sujeitar à 
tributação pelo ICMS, ainda que os bens adquiridos passem a integrar 
o patrimônio da adquirente”. 
Importante: a jurisprudência mais atual do STF compreende que a 
imunidade discutida neste item não se restringe aos impostos 
classificados no CTN como impostos sobre o patrimônio e a renda 
(ITR, IPTU, ITBI, IR e ISS), abrangendo do mesmo modo o ICMS, o 
IPI e o IOF, que são classificados pelo CTN como impostos sobre a 
produção e a circulação. 
Decerto, o STF tem reconhecido a imunidade de instituição de 
ensino e de entidade de assistência social, sem fins lucrativos, 
referente ao IOF sobre operações bancárias (RE 249.980-AgR, RE 
241.090). 
Com feito, eventual renda obtida pela instituição de assistência 
social mediante cobrança de estacionamento de veículos em área 
 
 
 
 
 
 
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interna da entidade, destinada ao custeio das atividades desta, 
também está abrangida pela imunidade (RE 144.900), bem como a 
renda obtida na prestação de serviços de diversão pública, mediante 
a venda de ingressos de cinema ao público em geral, e aproveitada 
em suas finalidades assistenciais (AI 155.822-AgR). 
De mais a mais, salientamos que o STF compreende que 
“terrenos baldios sem vinculação às finalidades essenciais da 
entidade afastam a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da CF” 
(RE 375.715-ED, DJE de 24-9-2010) e que a Súmula nº 70 do 
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) dispõe que é 
“imune ao ITR o imóvel pertencente às entidades indicadas no artigo 
150, VI, c, da Constituição, que se encontra arrendado, desde que a 
receita assim obtida seja aplicada nas atividades essenciais da 
entidade”. 
9. (ESAF/SEFAZ/SP/2009) A imunidade sobre o 
patrimônio, renda ou serviços instituída em favor das 
instituições de assistência social não alcança o ICMS 
incidente sobre os bens por elas fabricados, posto repercutir 
economicamente no consumidor e não atingir o patrimônio, 
nem desfalcar as rendas, nem reduzir a eficácia dos serviços 
dessas entidades. 
É falsa, de acordo com a jurisprudência mais atual do STF, a 
saber: 
“ICMS. Imunidade. (...). Aquisição de mercadorias e 
serviços no mercado interno. Entidade beneficente. A 
imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da 
Constituição, compreende as aquisições de produtos no 
mercado interno, desde que os bens adquiridos 
integrem o patrimônio dessas entidades 
beneficentes.” (AI 535.922-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, 
DJE de 14-11-08) 
“Tributário. ICMS. Imunidade. Operações de importação de 
mercadoria realizada por entidade de assistência social. (...) 
A jurisprudência da Corte é no sentido de que a imunidade 
prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal 
abrange o ICMS incidente sobre a importação de 
mercadorias utilizadas na prestação de seus serviços 
específicos”. (AI 669.257-AgR, Rel. Min Ricardo 
Lewandowski, DJE de 17-4-09). 
 
 
 
 
 
 
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“ICMS. Imunidade tributária. Instituição de educação sem 
fins lucrativos. CF, art. 150, VI, c. Não há invocar, para 
o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, 
critérios de classificação dos impostos adotados por 
normas infraconstitucionais, mesmo porque não é 
adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado 
que este se constitui do conjunto daqueles. O que 
cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no 
mercado interno ou externo, integra o patrimônio da 
entidade abrangida pela imunidade.” (RE 540.725-AgR, 
Rel. Min. Eros Grau, DJE de 13-3-09). 
2.3.4 IMUNIDADE DOS LIVROS, JORNAIS, PERIÓDICOS E O 
PAPEL DESTINADO A SUA IMPRESSÃO 
Também chamada de imunidade cultural, está prevista no art. 
150, VI, “d”, visando concretizar diversas normas jurídicas 
constitucionais, tais como a livre manifestação de pensamento (art. 
5°, IV), da atividade artística, intelectual, científica e da comunicação 
(art. 5°, IX) e o acesso à informação (art. 5°, XIV). 
Segundo a súmula 657 do STF, a imunidade cultural abrange 
os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e 
periódicos. 
Nessa senda, o STF entende como imunes os filmes destinados 
à produção de capas de livros, denominados de “filme Bopp” (AI 
597.746-AgR); o chamado papel fotográfico — filmes não 
impressionados (RE 203.859); o papel, papel fotográfico e papel para 
artes gráficas consumidos no processo produtivo do jornal (RE 
276.842-ED); os materiais relacionados somente com papel, tais 
como papel fotográfico, papel telefoto, filmes fotográficos, 
sensibilizados, não impressionados, para imagens monocromáticas, 
papel fotográfico para fotocomposição por laser (RE 178.863). 
Assim sendo, o STF assenta a impossibilidade de a imunidade 
cultural ser estendida a outros insumos não compreendidos no 
significado do enunciado papel destinado à sua impressão (RE 
324.600-AgR). 
Nos concursos do CESPE para Auditor/Ipojuca/2009 e para Juiz 
Federal do TRF1/2010 foram, respectivamente, considerados errados: 
“O ICMS incide sobre os livros e o papel destinado a sua impressão”; 
 
 
 
 
 
 
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“A imunidade tributária sobre livros, jornais e periódicos abrange a 
aquisição de máquinas e aparelhos destinados à sua impressão”. 
Destarte, não tem imunidade a tinta utilizada para a impressão 
dos livros, jornais e periódicos ou os serviços de composição gráfica 
necessários à confecção dos livros, jornais e periódicos (RE 230.782). 
 
Do mesmo modo, o STF tem compreendido que a imunidade 
tributária cultural só vale para livros impressos e não para livros 
eletrônicos (CD-ROM), conforme RE nº 416.579/RJ, RE nº 
282.387/RJ e AI nº 530.958/GO. 
Importante: O STF já afirmou que “apenas os materiais 
relacionados com o papel - assim, papel fotográfico, inclusive para 
fotocomposição por laser, filmes fotográficos, sensibilizados, não 
impressionados, para imagens monocromáticas e papel para telefoto 
- estão abrangidos pela imunidade tributária” (RE nº 229.703/SP, AI 
nº 307.932/SP-AgR, RE nº 324.600/SP-AgR). 
No concurso do CESPE para Procurador/PB/2008 foi considerado 
correto: “A imunidade referente a impostos sobre livros, jornais e 
periódicos de papel não alcança publicações veiculadas em meios 
digitais, tais como DVD, CD e fitas de vídeo”. 
Importante: Em julgamento realizado em 14/06/2010, a Segunda 
Turma do STF deferiu medida cautelar para “outorgar efeito 
suspensivo a RE em que se discute a exigibilidade, ou não, do 
estorno de créditos de ICMS relativos a operações que 
antecedem a prática de atos imunes – fornecimento de 
material para produção de papel destinado à impressão de 
livros, jornais, periódicos (CF, art. 150, VI, d) (...) Consignou-se 
que, embora a jurisprudência do STF tenha revelado tendência 
restritiva ao interpretar o alcance da mencionada norma, a situação 
versada nos autos diferiria dos precedentes, sustentando-se, por 
conseguinte, a possibilidade de interpretação extensiva do 
postulado da imunidade tributária na hipótese prevista no art. 
150, VI, d, da CF (...)Registrou-se que tal perspectiva fundar-se-ia 
no entendimento de que a efetiva – e plena – realização do instituto 
da imunidade tributária somente se completaria com a manutenção 
dos créditos, pois a impossibilidade de utilização dos créditos 
resultantes das operações de compra de insumos vinculados à 
produção de papel – com a consequente exigência fiscal de estorno 
dos créditos referentes a matérias-primas e a outros insumos 
utilizados na fabricação de papel destinado à impressão de livros, 
jornais e periódicos – frustraria, indevidamente, por completo, a 
 
 
 
 
 
 
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concretização da tutela constitucional propiciada por essa limitação 
ao poder de tributar do Estado ” (AC 2.559-REF-MC, Informativo 
591). 
Por sua vez, o STF compreende que o poder constituinte 
originário não fez qualquer ressalva quanto ao valor artístico ou 
didático, à relevância das informações divulgadas ou à qualidade 
cultural de uma publicação. Decerto, não cabe ao aplicador da norma 
constitucional afastar a imunidade cultural instituída para proteger 
direito tão importante ao exercício da democracia, por força de um 
juízo subjetivo acerca da qualidade cultural ou do valor pedagógico 
de uma publicação (RE 221.239). 
Neste sentido, a imunidade alcança o álbum de figurinhas; 
listas telefônicas (RE 114.790); as chamadas apostilas para estudo, 
considerando-as manuais técnicos didáticos (RE 183.403). 
Entretanto, o produto tem que ser algo considerado livro, jornal 
ou periódico, o que não inclui, por exemplo, cadernos e blocos de 
papel para anotações, livros contábeis, calendários, agendas de 
anotações e os encartes exclusivos de propaganda distribuídos com 
jornais e periódicos (RE 213.094). 
Noutro ponto, ressalta-se que esta imunidade é objetiva, pois 
se relaciona aos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão, portanto não se estende às editoras, autores, empresas 
jornalísticas ou de publicidade, que permanecem sujeitas à tributação 
pelas receitas e pelos lucros auferidos (RE 206.774). 
Com efeito, não são alcançados pela imunidade cultural os 
impostos incidentes sobre os rendimentos (IRPF e IRPJ) das 
atividades da livraria, da banca de jornal ou dos empresários deste 
ramo. 
Nos concursos da ESAF para Procurador de Contas/GO/2007 e do 
CESPE para TCE/AC/2009 e Promotor/SE/2010 foram considerados 
errados, respectivamente, os seguintes itens: “A imunidade tributária 
incidente sobre livros só é extensível ao papel nele utilizado se a obra 
tiver fins didático-educacionais”. “As normas relativas à imunidade 
tributária devem ser interpretadas restritivamente, razão pela qual os 
álbuns de figurinhas e os respectivos cromos adesivos não estão 
alcançados pela imunidade prevista na CF para os livros, jornais, 
periódicos e o papel destinado à sua impressão”; “As editoras que 
 
 
 
 
 
 
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têm como única atividade a produção de livros e jornais estão imunes 
ao imposto incidente sobre a renda”. 
10. (FCC/Defensoria Pública/São Paulo/2009) A 
respeito das limitações do poder de tributar, assinale a 
opção INCORRETA. 
(A) A imunidade prevista sobre a tributação do patrimônio, 
renda ou serviços das instituições de assistência social inclui 
as rendas recebidas dos imóveis alugados, quando aplicadas 
em suas finalidades essenciais. 
(B) A concessão da imunidade sobre livros, jornais e 
periódicos independe da prova do valor cultural ou 
pedagógico da publicação. 
(C) À União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios é vedado instituir impostos sobre o patrimônio, 
renda ou serviços, uns dos outros, inclusive nas hipóteses 
em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam 
relacionados com explorações de atividades econômicas 
regidas pelas normas aplicáveis a empreendimentos 
privados. 
(D) É vedado aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e 
serviços, de qualquer natureza, em razão de sua 
procedência ou destino. 
(E) Segundo entendimento consolidado no Supremo 
Tribunal Federal, a imunidade tributária recíproca se 
estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ECT, 
por se tratar de empresa pública prestadora de serviço 
público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
A questão é letra “c”. 
A letra “c” é incorreta, eis que à União, aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios é vedado instituir impostos sobre o 
patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, o que não acontece 
nas hipóteses em que o patrimônio, a renda ou os serviços estejam 
relacionados com explorações de atividades econômicas regidas pelas 
normas aplicáveis a empreendimentos privados, segundo art. 150, 
§3°, da CF. 
A letra “a” é correta, segundo a súmula 724 do STF. 
A letra “b” é correta, de acordo com a seguinte jurisprudência 
do STF, a saber: 
 
 
 
 
 
 
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“O Constituinte, ao instituir esta benesse, não fez 
ressalvas quanto ao valor artístico ou didático, à 
relevância das informações divulgadas ou à qualidade 
cultural de uma publicação. Não cabe ao aplicador da 
norma constitucional em tela afastar este benefício fiscal 
instituído para proteger direito tão importante ao exercício 
da democracia, por força de um juízo subjetivo acerca 
da qualidade cultural ou do valor pedagógico de uma 
publicação destinada ao público infanto-juvenil.” (RE 
221.239, DJ de 6-8-04; RE 179.893, DJE de 30-5-08). 
A letra “d” é correta, segundo art. 152 da CF/88, que será 
estudado na próxima aula. 
A letra “e” é correta, porque segundo entendimento 
consolidado no Supremo Tribunal Federal, a imunidade tributária 
recíproca se estende à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 
ECT, por se tratar de empresa pública prestadora de serviço público 
de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. 
2.3.5 IMUNIDADES TÓPICAS OU ESPECÍFICAS 
São as imunidades espalhadas ou esparsas pelo texto 
constitucional. 
Imunidades tópicas ou específicas 
(i) São a todos assegurados, independentemente do pagamento de 
taxas: (a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de 
direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a obtenção de 
certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e 
esclarecimento de situações de interesse pessoal (art. 5°, XXXIV); 
(ii) Ação popular, salvo comprovada má-fé, é isento (diga-se 
tecnicamente imune) de custas judiciais, que é uma taxa de serviço 
público (art. 5°, LXXIII); 
(iii) São gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da 
lei, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito (art. 5°, 
LXXVI); 
(iv) São gratuitas as ações de “habeas-corpus” e “habeas-data”, e, 
na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (art. 
5°, LXXVII); 
(v) As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico 
não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação (art. 149, 
 
 
 
 
 
 
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§2°, I); 
(vi) O IPI não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao 
exterior (art. 153, §3°, III); 
(vii) O ITR não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em 
lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel 
(art. 153, §3°, II); 
(viii) O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF 
(art. 153, §5°), isto é, não pode incidir qualquer outro tributo; 
(ix) O ICMS não incidirá: (a) sobre operações que destinem 
mercadorias para o exterior,nem sobre serviços prestados a 
destinatários no exterior; (b) sobre operações que destinem a 
outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos 
e gasosos dele derivados, e energia elétrica; (c) nas prestações de 
serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de 
sons e imagens de recepção livre e gratuita (art. 155, §2°, X); 
(x) À exceção do II, IE e ICMS nenhum outro imposto poderá incidir 
sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do 
País (art. 155, §3°), isto é, a imunidade se refere apenas aos 
impostos (exceto II, IE e ICMS), podendo incidir, por exemplo, 
contribuições tributárias. Anota-se a súmula 659 do STF, dispondo 
que é “legítima a cobrança da COFINS, do PIS e do FINSOCIAL sobre 
as operações relativas a energia elétrica, serviços de 
telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do 
país”; 
(xi) O ITBI não incidirá (a) sobre transmissão de bens ou direitos 
incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de 
capital; (b) sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de 
fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, 
nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra 
e venda desses bens ou direitos; (c) locação de bens imóveis; (d) 
arrendamento mercantil (art. 156, §2°, I); 
(xii) São isentas (diga-se tecnicamente imune) de impostos 
federais, estaduais e municipais as operações de transferência de 
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (art. 184, §5°);
(xiii) A contribuição previdenciária não incide sobre aposentadoria e 
pensão concedidas pelo regime geral de previdência social (art. 195, 
II); 
(xiv) São isentas (diga-se tecnicamente imune) de contribuição para 
a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social 
que atendam às exigências estabelecidas em lei (art. 195, §7°); 
(xv) A celebração do casamento é gratuita, portanto, imune a taxas 
 
 
 
 
 
 
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(art. 226, § 1º). 
11. (FCC/Assessor Jurídico/TCE/PI/2009) Sobre 
imunidade tributária é correto afirmar, EXCETO 
(A) só alcança impostos federais. 
(B) vem prevista na Constituição Federal. 
(C) equivale a incompetência tributária. 
(D) não pode ser instituída por lei. 
(E) difere da isenção, que pressupõe competência do ente 
para sua concessão. 
A questão é letra “a”, pois, além dos impostos, a imunidade 
alcança outros tributos. 
12. (ESAF/ISS/RJ/2010) Sobre as limitações 
constitucionais ao poder de tributar, é correto afirmar que: 
a) apenas mediante lei é possível instituir ou aumentar 
tributo. 
b) nos tributos de competência da União, não se admitem 
discriminações regionais ou locais com relação aos mesmos 
fatos geradores ou bases de cálculo. 
c) as fundações públicas instituídas pela União são imunes 
de impostos estaduais. 
d) a imunidade recíproca de impostos entre os entes da 
federação brasileira abrange todas as rendas de todos eles, 
salvo se decorrentes de ganhos em aplicações financeiras. 
e) inclusive conforme a jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal, a imunidade dos “templos de qualquer culto” tem 
interpretação ampla e finalística. 
Letra (A). O art. 150, I, da CF, dispõe sobre o princípio da 
legalidade tributária, que afirma que não pode exigir ou aumentar 
tributo sem lei que o estabeleça. Todavia, há uma flexibilização, por 
exemplo, com o art. 153, §1°, da CF, prescrevendo que é facultado 
ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas do imposto de importação (II), imposto de 
exportação (IE), imposto sobre produtos industrializados (IPI) e o 
imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a 
títulos ou valores mobiliários (IOF). Assim sendo, o termo “apenas” 
torna a alternativa incorreta. 
Letra (B). O art. 151, I, da CF, permite a União conceder 
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico entre as diferentes regiões do País. 
 
 
 
 
 
 
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Ou seja, a União pode tributar de forma diferente as diversas regiões 
do Brasil, desde que seja para a promoção do equilíbrio do 
desenvolvimento sócio-econômico do País. Por exemplo, em princípio, 
a tributação dos impostos da União pode ser mais gravosa nas 
regiões mais ricas e menos gravosas nas regiões mais pobres. Logo, 
incorreta. 
Letra (C). Segundo os termos literais do § 2°, do art. 150, da 
CF, a imunidade recíproca abarca as fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. Noutro ponto, segundo o entendimento dominante, a 
imunidade recíproca não abrange o ICMS, ou seja, não são todos os 
impostos estaduais. Neste sentido, a jurisprudência do STF firmou-se 
no sentido de que a imunidade recíproca somente se aplica a imposto 
incidente sobre serviço, patrimônio ou renda do próprio Município (AI 
671.412-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJE de 25-4-
2008; AI 518.325-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, 
DJE de 30-4-2010; AI 634.050-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 
Primeira Turma, DJE de 14-8-2009). Logo, incorreta. 
Letra (D). A imunidade recíproca de impostos entre os entes da 
federação brasileira alcança as rendas decorrentes de ganhos em 
aplicações financeiras. Neste sentido, segundo o STF, a garantia 
constitucional da imunidade recíproca impede a incidência de tributos 
sobre o patrimônio e a renda dos entes federados, inclusive os 
valores investidos e a renda auferida pelo membro da federação (AI 
174.808-AgR, Rel. Min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ de 01-
07-1996). Logo, incorreta. 
Letra (E). Segundo o STF, a imunidade dos “templos de 
qualquer culto” tem interpretação ampla e finalística (RE 578.562, 
Rel. Min. Eros Grau, Plenário, DJE de 12-9-2008; AI 690.712-AgR, 
Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJE de 14-8-2009). 
Logo, correta. 
13. (ESAF/ISS/RJ/2010) Sobre a imunidade 
constitucional recíproca, que veda a instituição e a cobrança 
de impostos pelos entes tributantes sobre o patrimônio, a 
renda ou os serviços, uns dos outros, é incorreto afirmar 
que: 
a) a imunidade tributária recíproca alcança apenas as 
finalidades essenciais da entidade protegida. O 
reconhecimento da imunidade tributária às operações 
 
 
 
 
 
 
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financeiras não impede a autoridade fiscal de examinar a 
correção do procedimento adotado pela entidade imune. 
Constatado desvio de finalidade, a autoridade fiscal tem o 
poder-dever de constituir o crédito tributário e de tomar as 
demais medidas legais cabíveis. 
b) a imunidade tributária recíproca é extensiva às 
autarquias, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos 
serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes. 
c) a imunidade constitucional recíproca alcança as empresas 
públicas prestadoras de serviço público, bem como as 
empresas públicas que exercem atividade econômica em 
sentido estrito. 
d) a imunidade tributária recíproca diz respeito aos 
impostos, não alcançando as contribuições. 
e) a imunidade tributária recíproca aplica-se às operações 
de importação de bens realizadas por municípios, quando o 
ente público for o importador do bem (identidade entre o 
‘contribuinte de direito’ e o ‘contribuinte de fato’). 
Letra (A). O enunciado cobrou entendimento literal do STF, que 
afirmou: “A imunidade tributária gozada pela Ordem dos Advogados 
do

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