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Aula 03 Direito Tributário para Concurso SEFAZ

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CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
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Aula 3 – As normas do Código Tributário Nacional. Obrigação
tributária: principal e acessória: conceito. Aspecto objetivo da relação
tributária: fato gerador, hipótese de incidência tributária: incidência e 
não-incidência, domicílio tributário. Aspecto subjetivo da relação
tributária: competência tributária, sujeito ativo. Capacidade
tributária; sujeito passivo: contribuinte e responsável;
responsabilidade solidária, responsabilidade de terceiros,
responsabilidade por infrações; substituição tributária. Elemento
valorativo: base de cálculo, alíquota – (11/02). 
Olá, amigos (as). 
O edital saiu ontem e agora oficialmente será a FGV a nossa
banca. Logo, a partir desta aula trataremos preferencialmente das
questões da FGV. Contudo, não podemos nos descuidar de questões
relevantes de outras bancas. 
Nesse rumo, a prova de Direito e Legislação Tributária será no
dia 21/04. Assim, fizemos a seguinte mudança no nosso calendário: 
Aula 4 – Repartição das receitas tributárias: receita da União
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Receitas dos
Estados distribuídas aos Municípios. Métodos de interpretação.
Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação
tributária. Interpretações sistemática, teleológica e outras –
(17/02). 
Aula 5 – Crédito tributário: lançamento: efeitos e modalidades.
Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário – (21/02). 
Aula 6 – Função socioeconômica dos tributos. Sonegação
Fiscal. Importância dos documentos fiscais. Administração
tributária: fiscalização, regulamentação, competência, limites,
procedimentos. Dívida ativa: certidão negativa. Informações e
sigilo fiscal – (24/02) 
Aula 7 – Repetição de indébito. Matérias reservadas à previsão
por lei complementar. Tratados e convenções internacionais.
Legislação tributária: lei complementar, lei ordinária, lei
delegada; decretos legislativos, resoluções do Senado Federal;
atos normativos de autoridades administrativas: decretos e
despachos normativos do executivo, resoluções administrativas,
portarias, decisões administrativas. Convênios interestaduais
CONFAZ – (01/03). 
 
 
 
 
 
 
CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
2 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 8 – Sistema Tributário Nacional: previsão constitucional;
atribuição e competência tributária, princípios constitucionais
tributários, limitações ao poder de tributar – (04/03). 
Aula 9 – Receitas Públicas. Tributos de competência da União.
Tributos de competência dos Estados e do Distrito Federal.
Tributos de competência dos Municípios. Os impostos em
espécie – (10/03). 
Aula 10 – Legislação tributária básica do Estado do Rio de
Janeiro: 01. Constituição Estadual (Título VI - Da Tributação e
do Orçamento); 02. Código Tributário Estadual (Decreto-Lei
estadual nº 05/75); 03. Processo Administrativo Tributário –
PAT (Decreto estadual nº 2.473/79). TSE - Taxa de Serviços
Estaduais: 01. Código Tributário Estadual (arts. 104 a 111).
Taxa Judiciária: 01. Código Tributário Estadual (arts. 112 a
146) – (14/03). 
Aula 11 – IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos
Automotores: 01. Lei do IPVA (Lei estadual nº 2.877/97). ITD -
Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e por Doação, de
Quaisquer Bens ou Direitos: 01. Lei do ITD (Lei estadual nº 
1.427/89); 02. Resolução Conjunta SEFAZ/PGE nº 03/2007.
Normas concernentes à documentação fiscal: 01. Convênio s/nº
70, de 15 de dezembro de 1970; 02. Convênio SINIEF 06/89; 
03. Elaboração e entrega da Guia de Informação e Apuração do
ICMS (GIA-ICMS) (Resolução SEF 6.410/2002); 04. Elaboração
e entrega da Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS
Substituição Tributária - GIA ST (Resolução SEF 6.351/2001); 
05. Nota Fiscal Eletrônica - NF-e (Ajuste SINIEF 7/05 e
Resoluções SEFAZ nº 118/08 e 266/09); 06. Cupom Mania
(Decreto Estadual nº 42.044/09 e Resolução SEFAZ nº 247/09).
Legislação das receitas não tributárias do Estado do Rio de
Janeiro: 01. Acompanhamento e fiscalização das compensações
e das participações financeiras previstas no artigo 20, § 1º da
Constituição da República Federativa do Brasil (Lei estadual 
5.139/07) – (21/03). 
Aula 12 – ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços: 01. Lei do ICMS (Lei estadual nº 2.657/96); 02.
Substituição tributária (Decretos estaduais nº 41.175/08 e 
41.961/09, e Resolução SER nº 80/04); 03. RICMS -
Regulamento do ICMS (Decreto estadual nº 27.427/00); 04. 
 
 
 
 
 
 
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Cadastro de contribuintes (Decreto estadual nº 42.191/09 e
Resolução SEF nº 2.861/97); 05. Parcelamento de créditos
tributários no Estado do Rio de Janeiro (Decreto estadual nº 
25.228/99). Serviços de Transporte: 01 Serviço de Transporte
Rodoviário Intermunicipal de Passageiros (Lei estadual nº 
2.778/97); 02. Serviço de Transporte Aquaviário de
Passageiros, Cargas e Veículos (Lei estadual nº 2.804/97); 03.
Serviço de Transporte Ferroviário e Metroviário e Serviço
Público de Saneamento Básico (Lei estadual nº 2.869/97); 04.
Serviço de Transporte Alternativo (Lei estadual nº 3.473/00) –
(28/03). 
Aula 13 – Legislação Tributária Federal: 01. Lei Kandir (Lei
Complementar federal nº 87/96); 02. Concessão ou revogação
de benefícios e incentivos fiscais do ICMS (Lei Complementar
federal nº 24/75); 03. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei
Complementar federal nº 101/00); 04. Crimes contra a ordem
tributária, econômica e contra as relações de consumo (Lei
federal nº 8.137/90); 05. Serviços sujeitos ao Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN (Lei Complementar
federal nº 116/03); 06. Estatuto Nacional da Microempresa e da
Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar federal nº
123/06 e Lei estadual nº 5.147/07); 07. Lei do Índice de
Participação dos Municípios – IPM (Lei Complementar federal nº
63/90). Legislação diversa: 01. Fundo Estadual de Combate à
Pobreza e às Desigualdades Sociais - FECP (Lei estadual nº 
4.056/02); 02. Resolução Conjunta SER/PGJ 14/06 (fixa
normas para o combate aos crimes contra a ordem tributária); 
03. Lei estadual nº 5.351/08 (dispõe sobre medidas para
incremento da cobrança de créditos inscritos em dívida ativa do
Estado do Rio de Janeiro); 4. Arbitramento (Lei estadual nº 
5.356/08, Decreto estadual nº 42191/2009 e Resolução SEFAZ
nº 263/09) – (07/04). 
Então, a nossa última aula será no dia 07/04. 
O sumário de hoje é o seguinte: 
Capítulo II Obrigação Tributária 
1. Obrigação Tributária Principal e Acessória: 1.1 Conceito
de obrigação principal; 1.2 Conceito de obrigação acessória. 
2. Fato Gerador: 2.1 Hipótese de incidência; 2.2 Fato
imponível; 2.3 Fato Gerador da obrigação principal; 2.4 Fato
Gerador da obrigação acessória; 2.5 Momento da ocorrência 
 
 
 
 
 
 
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do fato gerador: aspecto temporal da incidência tributária; 
2.6 Norma antielisão: 2.6.1 Distinções entre evasão, elisão
e elusão tributária; 2.6.2 Constitucionalidade e
interpretação econômica do direito tributário; 2.7
Interpretação da definição legal do fato gerador; 2.8
Classificação do fato gerador; 2.9 Base de cálculo; 2.10
Alíquota; 2.11 Regra-matriz de incidência tributária; 2.12
Aspectos da norma tributária. 
3. Sujeito ativo – 4. Sujeito passivo: 4.1 Sujeito passivo da
obrigação tributária principal; 4.2 Sujeito passivo da
obrigação tributária acessória; 4.3 Convenções particulares; 
4.4 Solidariedade; 4.5 Capacidade Tributária Passiva – 5.
Domicílio Tributário – 6. Responsabilidade Tributária: 6.1
Conceito; 6.2 Classificação: 6.2.1 Substituição tributária: 
6.2.1.1 Substituição tributária “para frente”: 6.2.1.1.1
Fundamento jurídico; 6.2.1.1.2 Restituição do pagamentoindevido; 6.2.1.2 Substituição tributária “para trás”; 6.2.1.3
Retenção na fonte; 6.2.2 Responsabilidade dos Sucessores: 
6.2.2.1 Fundamento legal; 6.2.2.2 Conceito; 6.2.2.3
Classificação: 6.2.2.3.1 Responsabilidade por sucessão
imobiliária; 6.2.2.3.2 Responsabilidade por sucessão
pessoal; 6.2.2.3.3 Responsabilidade por sucessão
empresarial; 6.2.3 Responsabilidade de Terceiros; 6.2.4
Responsabilidade por Infrações: 6.2.4.1 Responsabilidade
pessoal do agente; 6.2.4.2 Exclusão da responsabilidade
pela denúncia espontânea. 
1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA 
A obrigação tributária (em geral) é a relação em que o sujeito
ativo (fisco) exige do sujeito passivo (contribuinte ou responsável
tributário) um dever estabelecido pela norma de Direito Tributário. 
1.1 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
A obrigação tributária principal é a prestação representante do
ato de pagar (tributo ou multa), sendo, portanto, uma obrigação de
dar, com cunho pecuniário (dinheiro). Ou seja, o elemento
fundamental da obrigação principal é a sua natureza pecuniária, com
a consequência de ser o pagamento de determinada quantia em
dinheiro. 
Com efeito, o CTN estabelece que a obrigação tributária
principal nasce com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o 
 
 
 
 
 
 
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pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente (art. 113, §1º). 
A causa ou fonte da obrigação tributária principal é a lei,
que, neste caso, quer dizer lei complementar, lei ordinária, lei
delegada ou a medida provisória. 
Salientamos que a obrigação tributária principal pode ter
como objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária (multa),
mas isto não significa que o tributo pode ser equiparado a uma
multa, pois o art. 3°, do CTN, estabelece que tributo não constitui
sanção de ato ilícito. 
O CESPE no concurso para o TCE/AC/2009 considerou incorreto: “De
acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), a obrigação tributária
principal é fixada pela legislação tributária e consiste em obrigações
de fazer, de não-fazer e de tolerar, sempre no interesse da
administração”. Por sua vez, o CESPE no concurso para
Advogado/CEF/2010 adotou como correto: “A obrigação tributária
principal surge com a ocorrência de fato gerador, tem por objeto o
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se
juntamente com o crédito dela decorrente”. 
1.2 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
A obrigação tributária acessória significa a obrigação de fazer
(positiva) ou não fazer (negativa), despida do cunho pecuniário.
Alguns autores ainda falam em dever de suportar ou tolerar
(obrigação negativa), que pode aparecer desta forma em concurso
público ou ser considerada a mesma coisa que obrigação de não
fazer. Por exemplo, permitir a consulta a livros fiscais ou a
fiscalização da empresa. 
São obrigações tributárias acessórias, por exemplo, a emissão
de notas fiscais, a escrituração de livros fiscais, a entrega declarações
de rendimentos, o dever de suportar ou não obstar o acesso do fisco
aos livros contábeis da empresa, o de não danificar ou rasurar a
escrituração contábil da empresa, o preenchimento de guias de
recolhimento de tributo, dentre outras. 
A obrigação tributária acessória tem como fundamental objetivo
auxiliar e permitir uma maior eficiência na arrecadação ou fiscalização
do tributo pelo fisco. 
 
 
 
 
 
 
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Por sua vez, a obrigação tributária acessória independe da
obrigação tributária principal. Por isso, a doutrina também chama as
obrigações acessórias de deveres instrumentais ou deveres
formais, pois não poderia, em princípio, ser denominada de
obrigação acessória se é independente da obrigação principal. 
Por exemplo, aqueles que se aposentam com uma moléstia
grave (AIDS, câncer) estão isentos de pagar o imposto sobre a renda
(obrigação principal), mas nem por isso estarão dispensados de
entregar uma declaração anual de rendimentos (obrigação acessória). 
O CESPE no concurso para a EMBASA/2010: “Uma característica da
obrigação acessória é que, em caso de descumprimento, ela
converte-se em obrigação principal, isto é, substitui-se a exigência da
formalidade que ela representa pela imposição de uma multa”. O
sujeito passivo permanece obrigado a cumprir com a obrigação
tributária acessória, que não desaparece. Portanto, errada. 
Decerto, o CTN define que a obrigação acessória decorre da
legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da
fiscalização dos tributos (art. 113, §2º). 
Neste dispositivo, o CTN dispõe que a obrigação acessória
decorre da legislação tributária, que compreende não somente as
leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também
os decretos e as normas complementares que versem, no todo
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes
(art. 96 do CTN). 
O CTN também dispõe que a obrigação acessória, pelo
simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária (Art. 113, §3°). 
Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte
descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos
(obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o
dever de pagar a multa fiscal. 
Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito
tributário a multa originada do descumprimento da obrigação
acessória equivale a uma obrigação principal. Ou seja, a obrigação de
pagar a multa é uma obrigação tributária principal e se submete a 
 
 
 
 
 
 
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todo o regime jurídico-tributário, mas a própria multa não pode
ser considerada um tributo. 
Importante: A obrigação tributária acessória significa obrigação de
fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho
pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato
de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é
exclusivamente uma obrigação de dar, com cunho pecuniário
(dinheiro) e não pode ser considerada obrigação de fazer. 
(ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária
principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo,
assinale a opção correta. 
a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de
pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação
acessória. 
b) A obrigação acessória, quando não observada, converte-
se em obrigação principal somente em relação à penalidade
pecuniária. 
c) A existência de uma obrigação tributária acessória
pressupõe a existência de uma obrigação tributária
principal. 
d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de
dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao
princípio da estrita legalidade. 
e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a
obrigação de fazer, em situações específicas, seja
considerada obrigação tributária principal. 
Letra (A). A obrigação de pagar multas e juros tributários
constitui-se como obrigação tributária principal (art. 113, §1°, CTN).
Logo, incorreta. 
Letra (B). A obrigação acessória, pelo simples fato da sua
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à
penalidade pecuniária (art. 113, §3°, CTN). Isto significa, noutras
palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a
declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma
obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Logo,
correta. 
Letra (C). A obrigação tributária acessória é autônoma em
relação à obrigação tributária principal. Mesmo que o contribuinte nãoCURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
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esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a acessória subsiste.
Logo, incorreta. 
Letra (D). A obrigação acessória decorre da legislação tributária
(art. 113, §2º, CTN). Decerto, a legislação tributária compreende não
somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais),
como também os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes (art. 96 do CTN). Logo, incorreta. 
Letra (E). A obrigação tributária acessória significa obrigação de
fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho
pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato
de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é uma
obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro), e não obrigação
de fazer. Logo, incorreta. 
2. FATO GERADOR 
A doutrina crítica a nomenclatura “fato gerador” estabelecida
pelos arts. 114 a 118 do CTN, dizendo que o código deveria fixar
nomes diferentes para duas realidades distintas. 
Primeiro, a situação prevista em lei como necessária e
suficiente à ocorrência da obrigação tributária, com o nome mais
conhecido de hipótese de incidência. 
Segundo, a realização da hipótese de incidência no mundo da
vida real, com a denominação mais famosa de fato imponível. 
2.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA 
A hipótese de incidência é a situação prevista abstratamente
na lei. 
Isto é, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à
ocorrência da obrigação tributária poderia ser chamada de hipótese
de incidência. Por exemplo, o CTN prevê auferir renda como
hipótese de incidência do IR. 
 
Assim, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) 
representa o momento abstrato e geral, previsto em lei, hábil a
deflagrar a relação tributária. 
 
 
 
 
 
 
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Portanto, a hipótese de incidência caracteriza-se, como a
escolha feita pelo legislador, de fatos que possam representar
capacidade contributiva (prestar serviços – ISS; ter a propriedade de
um automóvel – IPVA; ter a propriedade de um imóvel na zona rural 
- ITR e assim por diante). 
Outras nomenclaturas conhecidas para a hipótese de incidência
são: hipótese tributária ou pressuposto legal do tributo. 
2.2 FATO IMPONÍVEL 
O fato imponível é o momento concreto e individualizado de
realização desta previsão normativa, ou seja, a realização da hipótese
de incidência no mundo da vida real. 
Por exemplo, o momento em que a pessoa ganha na loteria
esportiva e consequentemente aufere renda; a ocasião em que a
pessoa compra um automóvel e consequentemente se torna
proprietário de um veículo automotor etc. 
Este momento é também denominado pela doutrina de fato
jurídico tributário, de hipótese de incidência realizada e de
facto tributário. 
O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou
correto: “A obrigação do pagamento tributário decorre da adequação
da situação fática (fato gerador) à previsão normativa abstrata
instituidora do tributo, fenômeno denominado incidência tributária. As
situações não previstas na norma abstrata correspondem à não
incidência”. 
Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto 
Hipótese de incidência, Hipótese
tributária e Pressuposto legal do 
tributo. 
Fato imponível, Fato jurídico
tributário, Hipótese de incidência
realizada e Facto tributário. 
Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato
da vida) 
2.3 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL 
 
O fato gerador da obrigação tributária principal é a situação
definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência
(art. 114 do CTN). Preste atenção: o CTN fala em necessidade e
suficiência. São requisitos cumulativos. 
 
 
 
 
 
 
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É situação necessária, pois sem o fato gerador não há
obrigação tributária. É situação suficiente, eis que basta o fato
gerador para surgir a obrigação tributária. 
Por conseguinte, o fato gerador da obrigação principal ou fato
imponível tem natureza jurídica constitutiva, pois dá concretude à
hipótese de incidência e faz nascer a obrigação tributária principal. 
Importante: cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em
matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de
tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos
geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”,
CF). 
2.4 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA 
O fato gerador da obrigação tributária acessória é qualquer
situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática
ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (art.
115 do CTN). 
2.5 MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: ASPECTO
TEMPORAL DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
O CTN dispõe acerca do momento da ocorrência do fato
gerador nos arts. 116 e 117. 
Deste modo, estabelece que, salvo disposição de lei em
contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos: 
• Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o
se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que são delas decorrentes. Por exemplo, o
imposto sobre importação (II) tem como fato gerador a entrada
do produto no território nacional, mas a lei ordinária, de acordo
com o CTN, considera o fato gerador como ocorrido na data do
registro da declaração de importação na repartição aduaneira
(situação de fato); 
• Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito
aplicável. 
 
 
 
 
 
 
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Em relação a situação jurídica, deve-se também estudar
outro ramo do direito para se verificar quando a situação está
definitivamente concluída ou constituída. Por exemplo, deve-se
analisar o Código Civil para se saber quando a propriedade é
transmitida para fins de incidência do imposto municipal de
transmissão de bens imóveis (ITBI). No caso, com o registro do
título aquisitivo da propriedade no cartório de registros públicos. 
Com efeito, tratando-se de situação jurídica, e na hipótese de
atos ou negócios jurídicos condicionais, o CTN também
estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, reputam-se
perfeitos e acabados: 
• Se a condição é suspensiva, no momento em que se realiza a
condição, isto é, o momento de seu implemento; 
• Se a condição é resolutória desde que o negócio jurídico foi
celebrado. 
Condição significa uma cláusula decorrente da vontade das
partes, que subordina o efeito do negócio a um evento futuro e
incerto. 
A condição suspensiva é aquela que suspende a eficácia do
negócio, enquanto a condição não se verificar. No direito tributário,
quando suspensiva a condição, verificam-se os efeitos tributários
quando acontece a condição. 
Por exemplo, a doação de objeto valioso de um pai para a filha
condicionada ao casamento da filha com um rapaz. Enquanto o
casamento não se confirmar, não terá eficácia a doação. 
Portanto, é necessário o implemento desta condição suspensiva
(casamento) para se verificar a ocorrência do fato gerador do imposto
estadual sobre doações (ITCMD). 
Já na condição resolutiva ou resolutória, para fins de
incidência tributária, é aquela em que fato gerador ocorre desde o
momento em que o ato jurídico é celebrado, independentemente da
condição. 
Assim, quando resolutória a condição, verificam-se os efeitos
tributários desde o momento da prática do ato ou celebração doCURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
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negócio. Neste caso, é irrelevante para o direito tributário a condição,
que significa, na verdade, o desfazimento do negócio. 
Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel sujeito a
condição resolutória de o comprador ter um futuro filho. Decerto,
feito o negócio e registrado o imóvel, dá-se o fato gerador do imposto
sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), pois aconteceu a
transmissão da propriedade. Não importa para o direito tributário se,
depois, o negócio é desfeito por causa do acontecimento da condição
resolutória (nascimento do filho do comprador do imóvel). 
2.6 NORMA ANTIELISÃO 
A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116,
parágrafo único, do CTN). 
Esta regra é chamada de “norma anti-elisão”, pois busca
combater os procedimentos de planejamento tributário praticados
pelo contribuinte com abuso de forma ou/e abuso de direito. Esta
nomenclatura já foi adotada em dois concursos recentes para
Procurador da República (MPF). Por outro lado, a doutrina minoritária
denomina o art. 116, parágrafo único, do CTN, de norma geral
“antievasiva” ou “anti-simulação”. 
No 21° concurso Procurador da República: 
“Em dispositivo de medida provisória, restou consignado: ‘Os atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins
tributários, pela autoridade administrativa competente, observados
os procedimentos estabelecidos nos artigos 14 a 19 subseqüentes’.
Tem-se aí norma: 
(a) Anti-elisão; 
(b) Anti-evasão; 
(c) Tratando de aspectos procedimentais; 
(d) Ordenando a observância do princípio da tipicidade fechada”.
A resposta é “a”. 
Decerto, devemos saber que: 
 
 
 
 
 
 
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• É a autoridade administrativa e não a judicial que poderá
desconsiderar (não é desconstituir) atos ou negócios jurídicos
praticados com a finalidade de dissimular (igualmente
denominado pela ESAF de eclipsar) a ocorrência do fato
gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária; 
• A regra do art. 116, parágrafo único, do CTN, necessita de lei
ordinária para ser aplicada, pois o dispositivo estabelece que 
“observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei
ordinária”. 
O CESPE no concurso para EMBASA/2010 considerou correto: “O CTN
passou a abrigar, mais recentemente, a possibilidade de a autoridade
administrativa desconsiderar atos ou negócios praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo, com
vistas a limitar as tentativas irrestritas de planejamento tributário”. 
2.6.1 DISTINÇÕES ENTRE EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO
TRIBUTÁRIA 
Neste momento, devemos distinguir evasão, elisão e elusão
tributária. 
Segundo o entendimento majoritário, a evasão é a conduta
ilícita do sujeito passivo de ocultar a ocorrência do fato gerador com
o objetivo de não pagar o tributo devido conforme a lei. A evasão
objetiva evitar o conhecimento da ocorrência do fato gerador e, em
princípio, acontece após o fato gerador. Por exemplo, emitir notas
fiscais falsas ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. 
Assim, a evasão abrange a sonegação fiscal, a fraude e o
conluio. 
A sonegação fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a
impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte
da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias
materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de
afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário
correspondente (art. 71 da Lei 4.502/1964). Por exemplo, negar ou
deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento
equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço,
efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. 
 
 
 
 
 
 
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A fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou
retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da
obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas
características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo
devido a evitar ou diferir o seu pagamento (art. 72 da Lei 
4.502/1964). Na hipótese, o dolo é a intenção deliberada de praticar
a conduta fraudulenta. Por exemplo, deixar de recolher dolosamente,
no prazo legal, o valor de tributo ou de contribuição social,
descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação
e que deveria recolher aos cofres públicos. 
O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas
naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos da sonegação
fiscal ou da fraude (art. 73 da Lei 4.502/1964). 
No 16° concurso para Procurador da República na prova discursiva:
“Evasão e sonegação fiscal. Conceito e distinção” (máximo de 20
linhas). Por outro lado, no 20° concurso para Procurador da República
foi considerado incorreto na prova objetiva: “Evasão e elisão, como
forma de evitar a tributação, conceitualmente não se distinguem”. 
Segundo o mesmo entendimento majoritário, a elisão é a
conduta lícita ou legítima que ocorre antes do fato gerador, com o
objetivo de pagar menos tributo, evitando a ocorrência do fato
gerador ou a ocorrência com um valor menor a pagar. É a busca pela
economia de tributos, sendo congruente coma idéia de planejamento
tributário. 
Por sua vez, existe posicionamento doutrinário, que distingue
elisão lícita (explicada acima) e elisão ilícita, abusiva ou ineficaz
(denominada de elusão tributária). 
A elisão ilícita ou elusão tributária ocorre antes ou depois do
fato gerador, sendo uma conduta praticada pelo sujeito passivo com
abuso da forma jurídica ou abuso de direito, que seria a real
discordância entre a forma de determinado negócio jurídico e o
conteúdo econômico que lhe corresponde. 
Citamos o seguinte exemplo doutrinário: “Carlos quer doar um
imóvel a Roberta. Entretanto, lavram a escritura de compra e venda
por um preço irrisório, no sentido de impedir o pagamento do
imposto sobre doações, supostamente mais oneroso, e se sujeitar ao
imposto de transmissão de bens imóveis. A substância econômica
(doação) destoa da forma jurídica adotada (compra e venda)”. 
 
 
 
 
 
 
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2.6.2 CONSTITUCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA
DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
O STF ainda não debateu o tema da constitucionalidade da
norma geral antielisiva. 
Assim sendo, o candidato deve adotar a postura da
constitucionalidade do parágrafo único do art. 116 do CTN. Contudo,
é relevante ter conhecimento dos fundamentos e dos
posicionamentos da doutrina pela inconstitucionalidade e pela
constitucionalidade da norma prevista no CTN. 
Decerto, realçamos que parte da doutrina sustenta a
inconstitucionalidade de uma norma geral antielisiva e afirmam
que a Administração Pública não pode desconsiderar práticas elisivas
do sujeito passivo da relação tributária, em face dos princípios
constitucionais da legalidade tributária e da tipicidade tributária
cerrada ou fechada. 
Portanto, em face destes princípios que são subprincípios da
segurança jurídica, não pode a Administração Pública desconsiderar
atos ou negócios jurídicos previstos em lei e que, emregra, não
acarretam a incidência tributária de determinado tributo. 
Por exemplo, segundo esta doutrina, não pode Administração
Pública considerar abusiva a situação de uma sociedade empresarial
que, ao invés de pagar remuneração aos seus sócios não-
administradores, opta por distribuir-lhes lucros mensalmente,
buscando a situação de não incidência de imposto de renda (IR). 
Em síntese, não pode a Administração Pública tributar
determinada situação que não se enquadra na definição legal da
hipótese de incidência tributária do IR. 
Já os autores que sustentam a constitucionalidade da norma
geral antielisiva afirmam que deve Administração Pública
desconsiderar atos ou negócios revestidos de formas jurídicas não
estabelecidas na hipótese de incidência, quando os efeitos
econômicos de tais atos ou negócios mostram-se de acordo com os
resultados pretendidos pelo legislador tributário. 
No caso, deve prevalecer o princípio da capacidade contributiva
frente ao princípio da legalidade tributária. Assim, a Administração 
 
 
 
 
 
 
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Pública declara o abuso da forma jurídica e desconsidera a utilização
de forma jurídica atípica para a concretização do ato ou negócio
jurídico. 
Nesse rumo, em face do princípio da capacidade contributiva e
da interpretação econômica no direito tributário, a realidade
econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica. 
Ou seja, a Administração Pública deve considerar a
aptidão econômica de pagar o tributo e o princípio da
igualdade tributária. 
Caso contrário, pessoas que estão em situação similar por
não utilizaram de formas jurídicas atípicas, sofreriam
discriminação odiosa e a incidência do tributo. Já outros
contribuintes não sofreriam a tributação, uma vez que se
beneficiariam utilizando artifícios com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos
constitutivos da obrigação tributária. 
2.7 INTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO LEGAL DO FATO
GERADOR 
A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: 
(a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos
contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do
seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos
efetivamente ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). 
Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência
do fato gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados,
a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. 
A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 e o CESPE no
concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 adotaram, respectivamente,
como incorretos os seguintes itens: “A definição legal do fato gerador
é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos”;
“A hipótese de incidência depende da origem lícita da renda auferida,
máxime quando incidir sobre o lucro”. 
Deste modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão,
em princípio, pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou 
 
 
 
 
 
 
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anulabilidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou
mesmo a ilicitude do ato praticado. 
Com efeito, é legítima, por exemplo, a cobrança do imposto
municipal sobre serviços (ISS) do advogado que presta serviços de
consultoria jurídica, mesmo em situação irregular perante a OAB. 
2.8 CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR 
A doutrina classifica o fato gerador em instantâneo, periódico
e continuado. 
O fato gerador instantâneo ocorre quando sua realização se
dá num exato instante no tempo. Por exemplo, o imposto de
importação (II) se dá com o registro alfandegário da declaração
apresentada pelo importador à autoridade fiscal competente da
União. 
O fato gerador periódico (também denominado de
complexivo, completivo, continuativo ou de formação sucessiva)
acontece quando sua realização se completa ao longo de um espaço
de tempo. Por exemplo, o fato gerador do IR, eis que acontece ao
longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de
1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano. 
O fato gerador continuado ocorre quando é representado
por uma situação que se conserva no tempo, entretanto, a lei
tributária fixa para fins de praticidade tributária um determinado
momento para ocorrido o fato gerador. Por exemplo, o IPTU e o IPVA. 
No IPTU, a situação de ser proprietário de um imóvel é uma
situação que se perdura no tempo, sendo que a legislação tributária
fixa um determinado instante para se considerar como o momento de
ocorrência do fato gerador (normalmente, 1.º de janeiro do ano civil). 
O CESPE no concurso para PGE/ES/2008 considerou errado: “A
doutrina designa fato gerador continuado aquele cuja realização
ocorre ao longo de um espaço de tempo, como no caso do imposto
sobre a renda e proventos de qualquer natureza”. Por sua vez, no
19° concurso para Procurador da República/MPF: 
“Assinale o imposto cujo fato gerador é instantâneo: 
(a) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); 
(b) Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); 
(c) Imposto de Renda de Pessoa Jurídica; 
 
 
 
 
 
 
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(d) Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e
Serviços”. 
A resposta é a letra “d”. 
Noutra perspectiva, existem autores que entendem que os fatos
geradores são exclusivamente instantâneos, uma vez que a legislação
tributária sempre estabelece somente um único momento para fixar a
ocorrência do fato gerador. Na hipótese do IR, é o último momento
do dia 31 de Dezembro do ano civil. No caso do IPTU, é o dia 1.º de
janeiro do ano civil. Deste modo, não se poderia falar em fato
gerador periódico ou continuado. 
(ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador,
dispõe o Código Tributário Nacional que 
a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na
Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de
obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha
competência para fazê-lo. 
b) a autoridade administrativa poderá considerar como
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-
se de situação jurídica, desde o momento em que se
verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida
em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato,
ainda que originariamente este se configure como obrigação
principal. 
d) a autoridade administrativa deverá considerar como
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-
se de situação de fato, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos da legislação de
regência. 
e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os
procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. 
A resposta é a letra “e”, sendo feita com base na literalidade
do art. 116, parágrafo único, do CTN, incluído pela LC nº 104/2001, a
saber: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a
ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
 
 
 
 
 
 
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constitutivos da obrigação tributária,observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária”. 
A letra “a” é falsa, porque se deve considerar para concurso
público o conceito de fato gerador da obrigação principal disposto no
art. 114, caput, do CTN, que é a situação definida em lei como
necessária e suficiente à sua ocorrência. 
A letra “b” é falsa, eis que a autoridade administrativa deverá
considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos,
tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável
(art. 116, inc. II, do CTN). 
A letra “c” é falsa, porque o fato gerador da obrigação
acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável,
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação
principal. 
O conceito de legislação aplicável, de acordo com a
jurisprudência dominante, não é somente lei em sentido estrito
aprovada pelo Poder Legislativo, mas também as normas
complementares previstas no art. 100, do CTN. 
O art. 96 do CTN estabelece que a expressão “legislação
tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções
internacionais, os decretos e as normas complementares que versem,
no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles
pertinentes. E o art. 100 do CTN estatui que são normas
complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas
autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares
ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia
normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas
autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem
a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (o estudo do
tema está reservado para a aula 2). 
A letra “d” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa
deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus
efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que
o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que
produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (art. 116,
inc. I, do CTN). 
 
 
 
 
 
 
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(FGV/ICMS/RJ/2007) Assinale a afirmativa incorreta. 
(A) Fato gerador da obrigação principal é a situação definida
em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. 
(B) Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação
que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a
abstenção de ato que não configure obrigação principal. 
(C) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido
o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de
situação de fato, desde o momento em 
que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a
que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. 
(D) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido
o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de
situação jurídica, desde o momento em que esteja
definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
(E) A definição legal do fato gerador é interpretada
considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente
praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem
como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. 
(FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) A definição legal do
fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica
dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes,
responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu
objeto ou dos seus efeitos. 
A primeira é letra “e” e a segunda é errada, uma vez que a
definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se
(significa aqui “não considerando”) a validade jurídica dos atos
efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou
terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos
(art. 118, incs. I e II, do CTN). As demais alternativas são
verdadeiras. 
2.9 BASE DE CÁLCULO 
A base de cálculo (também nomeada de base imponível) é a
grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o
valor do tributo a ser recolhido. 
Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de
cálculo possui três funções fundamentais: 
 
 
 
 
 
 
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• Função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo
(“mede as proporções reais do fato”); 
• Função objetiva, porque compõe a determinação da dívida
tributária; 
• Função comparativa, eis que posto em comparação com o fato
gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. 
São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no
caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor
venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial
urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do
imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor
do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 
2.10 ALÍQUOTA 
De início, registramos precisa lição doutrinária de que as
alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber:
“(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas
progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até
100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim
por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de
cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária).
Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p.
ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário)
progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou
regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. 
Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de
antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores
fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. 
Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o
montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual
constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS
com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo).
O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. 
Nos tributos progressivos a alíquota cresce à medida que
aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode-se ocorrer a
denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao
imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da
progressividade. 
 
 
 
 
 
 
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Já no tributo regressivo a alíquota deve decrescer à medida
que se aumente a base de cálculo, ocasionado uma ascendente
injustiça tributária. 
2.11 REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (RMIT) 
A RMIT é uma norma de conduta, a qual disciplina a relação do
Estado com aqueles que estão subordinados à lei e pertencem as
relações tributárias, visando disciplinar, sobretudo, o tributo. 
Nesse rumo, a RMIT é composta de uma hipótese e uma
consequência. Na hipótese encontramos o comportamento de uma
pessoa (critério material), condicionado no tempo (critério
temporal) e no espaço (critério espacial). Na consequência
temos o sujeito ativo e o sujeito passivo (critério pessoal) e a base
de cálculo e a alíquota (critério quantitativo). Acontecendo a
hipótese, deve ser a consequência, que, por sua vez, prescreve a
obrigação tributária que vai se instaurar. 
Em outras palavras, a RMIT é o esqueleto da norma tributária,
tendo “sido utilizada com bom êxito na elaboração de livros, artigos e
trabalhos profissionais e acadêmicos acerca das espécies tributárias,
no Brasil e no exterior, demonstrando,uma vez mais, a operatividade
dessa construção teórica”. 
Vejamos dois exemplos (IPTU e ISS) de Paulo de Barros
Carvalho: 
• IPTU – (i) Hipótese: a) Critério material - ser proprietário de
bem imóvel; b) Critério espacial - no perímetro urbano de
determinado Município; c) Critério temporal - normalmente, no
dia 1.° do ano civil; (ii) Consequencia: a) Critério pessoal -
sujeito ativo é a Fazenda Municipal e sujeito passivo, em
princípio, o proprietário do imóvel; b) Critério quantitativo -
base de cálculo é o valor venal do imóvel e a alíquota é a fixada
na legislação tributária municipal. 
• ISS – (i) Hipótese: a) Critério material - prestar serviços; b)
Critério espacial - qualquer ponto dentro do território do 
Município; c) Critério temporal - instante em que o serviço,
pronto e acabado, é entregue ao tomador; (ii) Consequencia: 
a) Critério pessoal - sujeito ativo é Fazenda do Município e
sujeito passivo é o prestador de serviço; b) Critério quantitativo
- base de cálculo é o valor do serviço prestado e a alíquota a 
 
 
 
 
 
 
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percentagem apontada pela legislação municipal em vigor
(X%). 
Ademais, a doutrina majoritária trata a RMIT como os
aspectos da norma tributária, que passamos a estudar. 
2.12 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA 
São cinco os aspectos da norma tributária: material, espacial,
temporal, pessoal e quantitativo. 
O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato
descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico-
tributária. Isto é, à situação geradora da obrigação tributária. Por
exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”,
“exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade
de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. 
O aspecto espacial diz respeito ao limite territorial da
incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato
gerador do tributo. Portanto, o território da pessoa política tributante 
O aspecto temporal delimita a incidência tributária no tempo,
isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado
o fato gerador da obrigação. Portanto, corresponde ao momento em
que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação
tributária. 
O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o
tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma
tributária. 
O aspecto quantitativo estabelece a quantia devida (quantum
debeatur) na obrigação tributária. Assim, é o montante devido na
obrigação tributária. 
Decerto, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre
pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela
alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços
de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital,
em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que
oscila entre 2% a 5%. 
 
 
 
 
 
 
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(ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma
tributária impositiva deverá conter os aspectos
indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e
o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os
itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros.
Depois escolha a opção que seja adequada às suas
respostas. 
I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à
situação geradora da obrigação tributária; 
II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao
território da pessoa política tributante; 
III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao
momento em que se deve considerar ocorrida a situação
geradora da obrigação tributária; 
IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à
pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser
cumprida; e 
V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao
montante devido na obrigação tributária. 
a) Todos os itens estão corretos. 
b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. 
c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. 
d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. 
e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. 
Esta questão é inovadora e a ESAF pela primeira vez cobrou os
aspectos da hipótese de incidência tributária. 
ITEM I. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de
fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico-
tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar
mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”,
“possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade
imóvel”, dentre outros. Logo, correta. 
ITEM II. O aspecto espacial da norma tributária diz respeito ao
limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar
onde ocorre o fato gerador do tributo. Logo, correta. 
ITEM III. O aspecto temporal da norma tributária delimita a
incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei
tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação.
Portanto, correta. 
 
 
 
 
 
 
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ITEM IV. O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem
cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo)
da norma tributária. Assim, o enunciado do item é incompleto, pois
apenas se refere ao sujeito ativo. Todavia, foi considerado correto
pelo examinador. 
ITEM V. O aspecto quantitativo da norma tributária estabelece a
quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim,
em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples
operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL)
do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer
natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral,
aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre
2% a 5%. Logo, correta. 
Em face do exposto, a alternativa considerada correta pelo
examinador é a letra “a”. 
3. SUJEITO ATIVO 
O sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito público, titular da
competência para exigir o seu cumprimento (CTN, art. 119). 
Ou seja, o sujeito ativo não é necessariamente a pessoa
jurídica de direito público titular da competência legislativa para
instituir o tributo, mas sim a pessoa competente para cobrar e
fiscalizar o respectivo tributo. 
Nesse rumo, o sujeito ativo é o ente federativo competente
para instituir tributo, ou outra pessoa jurídica, em razão de delegação
da capacidade tributária ativa, de acordo com o art. 7° c/c 119 do
CTN. 
Assim, segundo compreensão doutrinária, existem dois tipos de
sujeito ativo, a saber: (i) o sujeito ativo direto (União, Estados,
Município e Distrito Federal detentores do poder de instituir tributos); 
(ii) o sujeito ativo indireto, que são os entes detentores de
capacidade tributária ativa (poder de cobrança e de fiscalização). 
Por exemplo, determinada concessionária de telefonia não
possui legitimidade para figurar no pólo ativo da relação tributária
visando à cobrança judicial de ICMS incidente sobre ponto telefônico,
pois o sujeito ativo é a Fazenda Pública Estadual. A concessionária de 
 
 
 
 
 
 
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telefonia é simples responsável pelo repasse dos valores arrecadados
(STJ, REsp 1036589/MG). 
Noutro exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
autarquia federal, é o sujeito ativo da relação tributária no que
concerne a taxa de fiscalização do mercado de valores mobiliários.
Deste modo, contra a CVM, e não contra a União, devem ser
propostas as ações em que se discute a exigibilidade deste
importante tributo. 
Importante:Enfatizamos que o art. 119 do CTN adotou
posicionamento explícito no sentido de que o sujeito ativo é pessoa
jurídica de direito público. Portanto, conforme o CTN, as
atividades de constituição e cobrança judicial do crédito tributário,
bem como de fiscalização tributária, demandam atividades de ente
público. 
O CESPE no concurso para Advogado/CEF/2010 entendeu como
incorreto: “O sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito
público ou privado titular da competência para exigir o seu 
cumprimento”. 
Por outro lado, cumpre lembrar que existe entendimento
doutrinário e jurisprudencial forte defendendo a tese de que entes
parafiscais possuem legitimidade para figurar como sujeito ativo da
relação tributária. 
Neste sentido, com base nos arts. 149 e 240 da CF/88, as
entidades privadas de serviço social e de formação profissional
vinculadas ao sistema sindical (SESI, SESC, SENAI, SEBRAE, dente
outras) têm capacidade tributária ativa. 
Deste modo, decidiu recentemente o STJ que o Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) possui legitimidade
para promover ação visando à cobrança da contribuição mensal para
montagem e custeio das escolas de aprendizagem a ser paga pelos
estabelecimentos industriais, na forma dos arts. 4º do Decreto-lei 
4.048⁄42 e 1º do Decreto-lei 6.246⁄44 (DJ 29/06/2007, REsp
735278/PR). 
Por sua vez, com base na parte final do art. 8, IV, da CF/88
(contribuição prevista em lei), existem também algumas entidades
privadas com competência para cobrar contribuições sindicais
obrigatórias. Assim decidiu o STJ e confirmou tais decisões com a 
 
 
 
 
 
 
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súmula 396 do STJ (DJe 07/10/2009) que dispõe: “A Confederação
Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da
contribuição sindical rural” . 
Por fim, ressaltamos que, salvo disposição de lei em
contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo
desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta,
cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua
própria (CTN, art. 120). 
Por exemplo, criado o Município de Luis Eduardo Magalhães na
Bahia, decorrente de desmembramento territorial de Barreiras,
aquele Município se subrogou como sujeito ativo em seu território dos
tributos devidos anteriormente ao Município de Barreiras, até a
existência da sua própria legislação municipal tributária. 
O CESPE no concurso para o Ministério Público/ES/2010 considerou
correto: “Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de
direito público que se constituir pelo desmembramento territorial de
outra aplica a legislação tributária da pessoa jurídica de direito
público da qual se desmembrou até que entre em vigor a própria
legislação. 
4. SUJEITO PASSIVO 
O sujeito passivo é o devedor da relação jurídico-tributária. 
4.1 SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
PRINCIPAL 
O CTN faz a distinção entre sujeito passivo da obrigação
tributária principal e sujeito passivo da obrigação tributária acessória. 
O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa
obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. 
Nesse rumo, segundo o art. 121 CTN, existem dois tipos de
sujeitos passivos da obrigação principal. 
O sujeito passivo direto que é o contribuinte (CTN, art. 121,
inc. I), sendo aquele que tem uma relação pessoal e direta com o
fato gerador. Por exemplo, o proprietário do bem imóvel, quanto ao
IPTU, ou o proprietário de veículo automotor, quanto ao IPVA. 
 
 
 
 
 
 
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O sujeito passivo indireto que é o responsável tributário
(CTN, art. 121, inc. II), sendo uma terceira pessoa escolhida por lei
para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador. 
Neste caso, é sempre a lei que deve estabelecer a
responsabilidade e não o regulamento ou as normas
complementares. Por exemplo, o sócio da empresa que tem
comportamento fraudulento, com relação à dívida tributária da
sociedade, ou o adquirente de imóvel alienado (vendido) com dívidas
de IPTU e sem da prova do seu pagamento. 
A FCC no concurso de Fiscal de Rendas/SP/2009: “A respeito da
sujeição passiva da obrigação tributária principal, é correto afirmar
que o contribuinte tem relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador e o responsável tributário se
obriga a pagar o tributo em razão de dispositivo expresso de lei”. 
Não é responsável tributário o contribuinte de fato, que é
aquele a quem é transferido o ônus financeiro do tributo. É o que
acontece no IPI e no ICMS, eis que acontece a transferência do ônus
econômico para o adquirente final do bem (contribuinte de fato), que,
de acordo com o CTN, não é considerado sujeito passivo da relação
tributária. 
Importante: O contribuinte de direito é aquele que tem relação
pessoal e direta com o fato gerador. O contribuinte de fato surge
apenas nos impostos indiretos e, em regra, não integra a relação
jurídico-tributária. 
4.2 SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
ACESSÓRIA 
O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa
obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Isto é, as
obrigações de fazer, não fazer ou tolerar em benefício da fiscalização
e arrecadação tributária, independentemente da condição de
contribuinte ou responsável tributário. 
Lembramos que a realização da obrigação tributária
acessória é dever até para o sujeito passivo que goza de
imunidade, isenção ou anistia tributária (CTN, art. 9°, §1° c/c
175, parágrafo único). 
 
 
 
 
 
 
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A FGV no concurso para FR/RJ/2010 considerou corretos os seguintes
itens: “(i) O sujeito passivo é denominado contribuinte quando tem
relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo
fato gerador; (ii) O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa
obrigada à prática ou abstenção de ato que não configure obrigação
principal”. 
4.3 CONVENÇÕES PARTICULARES 
Salvo dispositivo de lei em contrário, as convenções
particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos,
não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição
legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes
(CTN, art. 123). 
 
Assim sendo, em regra, as convenções particulares não podem 
ser opostas ao Fisco para modificar o sujeito passivo da relação
tributária, eis que tais convenções podem ser realizadas, mas só
operam efeitos entres as partes contratantes (efeito inter partes), no
âmbito do Direito Privado, e não no âmbito do direito tributário onde
se obedece ao princípio da legalidade. 
Por exemplo, no contrato de locação, a obrigação de pagar o
IPTU pode ser atribuída ao locatário. Entretanto, tal convenção é
irrelevante para o Fisco, que exigirá o pagamento do imposto do
sujeito passivo eleito pela lei, qual seja, o proprietário (o locador).
Este, se quiser, pode acionar o locatário, em ação regressiva não
tributária, na tentativa de reaver o que antecipou ao Fisco. 
Noutro exemplo, o acordo entre empregado e empregador para
que este não retenha o imposto de renda pessoa física (IRPF) não
tem valor legal algum perante o Fisco. 
O CESPE no concurso para Defensor Público da União/2008 assinalou
a seguinte questão discursiva: “Em contrato de compra e venda de
uma empresa, A e B, respectivamente vendedora e compradora,
estabelecem que a responsabilidade pelo pagamento de tributos
relacionados ao imóvel ou à atividade será de B. Tendo em vista a
legislação tributária, responda justificadamente: qual a validade e
extensão dessa cláusula?” (máximo de 10 linhas). 
4.4 SOLIDARIEDADECURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
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A solidariedade no Direito ocorre quando há mais de um
devedor (solidariedade passiva) ou mais de um credor (solidariedade
ativa) na mesma relação jurídica. 
No direito tributário, não existe solidariedade ativa, em
razão da rigidez constitucional na distribuição da competência
tributária e também da inexistência de dispositivo normativo neste
sentido. 
 
Nesse rumo, os arts. 124 e 125 do CTN tratam da 
solidariedade passiva, em que o fisco pode exigir a totalidade do
crédito tributário de qualquer dos co-devedores, independente de
acordo entre eles para que apenas um responda pelos débitos
tributários. 
Em outras palavras, este caso, denominado pela doutrina
também de responsabilidade tributária por solidariedade, ocorre
quando um dos devedores solidários pode responder por toda a
obrigação tributária. Assim, o Fisco pode cobrar de qualquer um dos
devedores solidários toda a dívida tributária. 
Desta forma, apesar da solidariedade decorrer sempre de
lei, a doutrina afirma que há dois tipos solidariedade passiva no
direito tributário. 
A solidariedade natural (CTN, art. 124, I), que acontece
entre pessoas que tenham interesse comum na situação que
constitua o fato gerador da obrigação tributária. Por exemplo, vários
irmãos como co-proprietários de um imóvel quanto ao IPTU; ou o
pagamento de IPTU pertencente a um casal, em que ambos são
proprietários do bem. 
A solidariedade legal (CTN, art. 124, II), que acontece por
expressa disposição legal, estabelecendo as pessoas que deverão
responder solidariamente pela obrigação tributária. Exemplos: na
remessa de mercadoria vinda de outro Estado para venda sem
destinatário certo, o transportador é tributariamente solidário com o
remetente da mercadoria (ocorrido o fato gerador na saída da
mercadoria), de acordo com a Lei de ICMS (Lei Complementar
87/1996); ou os sócios, no caso de encerramento de uma sociedade
de pessoas, são solidariamente responsáveis, consoante dispõe o art.
134, VII, do CTN. 
Com efeito, solidariedade tributária passiva não comporta 
 
 
 
 
 
 
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benefício de ordem, podendo o Fisco escolher que um dos devedores
responda pelo cumprimento total da obrigação tributária, não
observando qualquer ordem de vocação. 
Deste modo, não fica o Fisco adstrito a uma ordem de
preferência, não podendo os co-obrigados invocar “beneficio de
ordem”, a fim de que sejam executados, em primeiro lugar, os bens
de um suposto devedor, como acontece em situações reguladas no
direito civil. 
A FGV no concurso para FR/RJ/2010 considerou correto: “A
solidariedade tributária instaura-se entre os sujeitos que tenham
interesse comum na situação que constitua o fato gerador da
obrigação principal e, nesta hipótese, não comporta benefício de
ordem”. 
Com efeito, salvo disposição de lei em contrário, os efeitos da
solidariedade são os seguintes: 
• O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos
demais; 
• A isenção ou remissão de crédito exonera todos os
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo; 
• A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos
obrigados, favorece ou prejudica aos demais. 
(ESAF/AFRFB/2010) Sobre a solidariedade e os sujeitos
da obrigação tributária, com base no Código Tributário
Nacional, assinale a opção correta. 
a) O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica
de direito público que detém capacidade ativa, sendo esta
indelegável. 
b) No pólo ativo da relação jurídico-tributária,
necessariamente deve figurar pessoa jurídica de direito
público. 
c) O contribuinte de fato integra a relação jurídico-tributária,
haja vista possuir relação direta com o fato gerador da
obrigação. 
d) Em regra, há solidariedade entre o contribuinte de fato e
o contribuinte de direito, na relação jurídico-tributária. 
e) A solidariedade ativa decorre da situação em que houve
delegação do poder de arrecadar e fiscalizar tributos. 
 
 
 
 
 
 
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Letra (A). A competência tributária é indelegável, mas a
capacidade tributária ativa é delegável. Assim, o art. 7° do
CTN dispõe sobre a possibilidade de delegação da capacidade
tributária ativa, quando estabelece que as atribuições de fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões
administrativas em matéria tributária pode ser conferida por uma
pessoa jurídica de direito público a outra. Logo, incorreta. 
Letra (B). O examinador adotou a interpretação literal do art.
119 do CTN, estabelecendo que o sujeito ativo da obrigação é a
pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o
seu cumprimento. Logo, correta. 
Letra (C). O contribuinte de direito (CTN, art. 121, inc. I) é
aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador. O
contribuinte de fato surge apenas nos impostos indiretos (IPI e
ICMS), sendo aquele que sofre com a repercussão econômica do
tributo (em regra, consumidor final) e, em princípio, não integra a
relação jurídico-tributária. Logo, incorreta. 
Letra (D). A solidariedade decorre de lei e não há previsão legal
que estabeleça solidariedade entre o contribuinte de fato e o
contribuinte de direito. Logo, incorreta. 
Letra (E). Inexiste solidariedade ativa no direito tributário, em
face da rigidez do sistema federativo tributário. Logo, incorreta. 
(FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) A respeito da sujeição
passiva da obrigação tributária principal, é correto afirmar
que o contribuinte 
(A) tem relação com o fato gerador e o responsável
tributário tem a capacidade contributiva indicada pela
hipótese de incidência. 
(B) tem relação pessoal e direta com a situação que
constitua o respectivo fato gerador e o responsável
tributário se obriga a pagar o tributo em razão de
dispositivo expresso de lei. 
(C) é sujeito passivo indireto e o responsável tributário é
sujeito passivo direto. 
(D) tem o dever de pagar o tributo ou a penalidade
pecuniária e o responsável tributário deve cumprir a
correspondente obrigação acessória. 
 
 
 
 
 
 
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(E) tem o dever de pagar o tributo ou a penalidade
pecuniária e o responsável tributário tem o direito de exigir
o adimplemento do tributo ou da penalidade pecuniária. 
A respeito da sujeição passiva da obrigação tributária
principal, é correto afirmar que o contribuinte tem relação pessoal e
direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e o
responsável tributário se obriga a pagar o tributo em razão de
dispositivo expresso de lei (CTN, art. 121). 
Portanto, a resposta certa é a “b”. 
4.5 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA 
A capacidade tributária passiva é a aptidão para ser sujeito
passivo da relação tributária. 
Com efeito, o art. 126 do CTN dispõe que a capacidade
tributária passiva independe: 
• Da capacidade civil das pessoas naturais; 
• De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem
privação ou limitação do exercício de atividades civis,
comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus
bens ou negócios; 
• De estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando
que configure uma unidade econômica ou profissional. 
No concurso da FCC para Defensor Publico/SP/2010 foi considerado
correto: “Recém-nascido recebe como herança a propriedade de um
bem imóvel, localizado em zona urbana e residencial. Diante desse
fato, considerando-se o disposto no artigo 126, inciso I do CTN, é
correto afirmar que o menor é o contribuinte dos tributos relativos ao
bem, pois a capacidadetributária passiva independe da capacidade
civil da pessoa natural”. 
Por exemplo, a capacidade tributária passiva independe de a
pessoa física ser menor de idade ou de sofrer qualquer tipo de
anomalia psíquica (loucos de todo o gênero), bem como da
constatação da regularidade da formação de uma empresa. Noutro
ponto, entes destituídos de personalidade jurídica como o espólio ou
a herança jacente também têm capacidade tributária passiva. 
 
 
 
 
 
 
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O CESPE no concurso para Advogado-EMBASA/2010 considerou
errado: “Se o juízo competente declarar a incapacidade civil relativa
de determinado contribuinte, em função de atos de prodigalidade, a
capacidade tributária passiva desse contribuinte será suspensa, após 
regular trâmite processual”. 
(ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) Sobre os sujeitos da
obrigação tributária, assinale a única opção correta. 
a) O sujeito ativo da obrigação tributária é,
necessariamente, a pessoa jurídica de direito público titular 
da competência para instituir o tributo. 
b) Pessoa jurídica de direito privado pode figurar como
sujeito ativo da obrigação tributária, haja vista o CTN
prever, expressamente, a possibilidade de delegação das 
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. 
c) O contribuinte de fato ou de direito é considerado sujeito
passivo da obrigação tributária, independentemente de 
possuir relação pessoal e direta com o fato gerador. 
d) As convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à 
Fazenda Pública, mesmo que haja lei em sentido contrário. 
e) A sociedade comercial informalmente constituída pode 
figurar como sujeito passivo de uma obrigação tributária. 
A letra “a” está incorreta, conforme art. 119 do CTN, dispondo
que sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público,
titular da competência para exigir o seu cumprimento. 
A alternativa “b” está incorreta, conforme a interpretação dos
7° (“A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das
funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis,
serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária,
conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra”) e 119 
do CTN. 
A alternativa “c” está incorreta, eis que o contribuinte de fato
não é considerado sujeito passivo da relação tributária. 
O contribuinte de direito deve ter relação pessoal e direta com 
a situação que constitua o respectivo fato gerador (CTN, art. 121, I). 
A alternativa “d” está incorreta, uma vez que existindo
dispositivo de lei em contrário, as convenções particulares,
relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributo, podem ser 
 
 
 
 
 
 
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opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito 
passivo das obrigações tributárias correspondentes, de acordo com o 
art. 123 do CTN. 
 A alternativa “e” está correta, pois, de acordo com o art. 126,
III do CTN, a capacidade tributária passiva independe de estar a
pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure
uma unidade econômica ou profissional. 
(ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) Sobre a
solidariedade e capacidade tributária, assinale a única opção 
correta. 
a) Em virtude da rigidez constitucional, que promoveu a
distribuição de competências tributárias entre os entes
políticos, não encontra respaldo, no ordenamento jurídico 
nacional, a solidariedade ativa em matéria tributária. 
b) Pode o poder público exigir o pagamento do IPTU tanto
do proprietário como do locatário do imóvel, tendo em vista 
se tratar de obrigação de direito real. 
c) Considerando que duas pessoas detenham a propriedade 
de um veículo, o fisco não pode exigir apenas de um dos 
contribuintes o pagamento integral da exação. 
d) Como efeito da solidariedade, tem-se que a isenção ou
remissão de crédito tributário exonera todos os obrigados, 
mesmo se outorgada pessoalmente a um deles. 
e) Na situação em que um pai detenha 60% de um imóvel e
o filho, absolutamente incapaz, possua outros 40% do bem,
optando o fisco em cobrar de apenas um, deve preferir o pai
ao filho, em atenção ao benefício de ordem previsto no CTN. 
 
A resposta correta é a letra “a”, eis que não há solidariedade
ativa em matéria tributária de acordo com ordenamento jurídico 
nacional. 
A alternativa “b” está incorreta, pois, no caso, deve o Fisco
cobrar o IPTU do contribuinte (proprietário do imóvel), em razão do
princípio da legalidade tributária. 
A alternativa “c” está incorreta, pois, considerando que duas
pessoas detenham a propriedade de um veículo, o fisco pode exigir
apenas de um dos contribuintes o pagamento integral da exação, de 
acordo com o art. 124, I, do CTN. 
 
 
 
 
 
 
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A alternativa “d” está incorreta, pois, na solidariedade passiva
tributária, a isenção ou remissão de crédito exonera todos os
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo 
saldo (CTN, art. 125, inciso II). 
 A alternativa “e” está incorreta, porque a solidariedade passiva
tributária não comporta benefício de ordem, de acordo com o
parágrafo único do art. 124 do CTN. 
(FGV/FRE/AP/2010) Assinale a alternativa correta. 
(A) A capacidade tributária passiva depende da capacidade
civil das pessoas naturais. 
(B) Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de
domicílio tributário, na forma da legislação aplicável,
considera-se como tal o local em que tenha ocorrido o fato
gerador do tributo. 
(C) O sujeito passivo da obrigação principal diz-se
responsável quando tenha relação pessoal e direta com a
situação que constitua o respectivo fato gerador. 
(D) Havendo solidariedade tributária, e salvo disposição de
lei em contrário, a isenção do crédito exonera a todos os
obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles,
subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais
pelo saldo do tributo. 
(E) O Código Tributário Nacional veda expressamente a
possibilidade de que as convenções particulares relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos possam ser
opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal
do sujeito passivo das obrigações tributárias. 
A letra “a” é incorreta, uma vez que a capacidade tributária
passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, de
acordo com o art. 126, inc. I, do CTN. 
A letra “b” é incorreta, de acordo com o art. 127 do CTN, pois,
na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio
tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: 
(i) quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo
esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; (ii)
quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas
individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que
derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; (iii) quanto 
 
 
 
 
 
 
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às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições
no território da entidade tributante. 
A letra “c” é incorreta, uma vez que o sujeito passivo da
obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a
condição de contribuinte, sua obrigação. 
A letra “d” é correta, de acordo com o inciso II do artigo 125
do CTN. 
A letra “e” é incorreta, conforme o disposto no art. 123 do
CTN, que permite dispositivo em contrário. 
(FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) No Direito Tributário
são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham

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