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CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 1 www.pontodosconcursos.com.br Aula 3 – As normas do Código Tributário Nacional. Obrigação tributária: principal e acessória: conceito. Aspecto objetivo da relação tributária: fato gerador, hipótese de incidência tributária: incidência e não-incidência, domicílio tributário. Aspecto subjetivo da relação tributária: competência tributária, sujeito ativo. Capacidade tributária; sujeito passivo: contribuinte e responsável; responsabilidade solidária, responsabilidade de terceiros, responsabilidade por infrações; substituição tributária. Elemento valorativo: base de cálculo, alíquota – (11/02). Olá, amigos (as). O edital saiu ontem e agora oficialmente será a FGV a nossa banca. Logo, a partir desta aula trataremos preferencialmente das questões da FGV. Contudo, não podemos nos descuidar de questões relevantes de outras bancas. Nesse rumo, a prova de Direito e Legislação Tributária será no dia 21/04. Assim, fizemos a seguinte mudança no nosso calendário: Aula 4 – Repartição das receitas tributárias: receita da União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Receitas dos Estados distribuídas aos Municípios. Métodos de interpretação. Vigência, aplicação, interpretação e integração da legislação tributária. Interpretações sistemática, teleológica e outras – (17/02). Aula 5 – Crédito tributário: lançamento: efeitos e modalidades. Suspensão, extinção e exclusão do crédito tributário – (21/02). Aula 6 – Função socioeconômica dos tributos. Sonegação Fiscal. Importância dos documentos fiscais. Administração tributária: fiscalização, regulamentação, competência, limites, procedimentos. Dívida ativa: certidão negativa. Informações e sigilo fiscal – (24/02) Aula 7 – Repetição de indébito. Matérias reservadas à previsão por lei complementar. Tratados e convenções internacionais. Legislação tributária: lei complementar, lei ordinária, lei delegada; decretos legislativos, resoluções do Senado Federal; atos normativos de autoridades administrativas: decretos e despachos normativos do executivo, resoluções administrativas, portarias, decisões administrativas. Convênios interestaduais CONFAZ – (01/03). CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 2 www.pontodosconcursos.com.br Aula 8 – Sistema Tributário Nacional: previsão constitucional; atribuição e competência tributária, princípios constitucionais tributários, limitações ao poder de tributar – (04/03). Aula 9 – Receitas Públicas. Tributos de competência da União. Tributos de competência dos Estados e do Distrito Federal. Tributos de competência dos Municípios. Os impostos em espécie – (10/03). Aula 10 – Legislação tributária básica do Estado do Rio de Janeiro: 01. Constituição Estadual (Título VI - Da Tributação e do Orçamento); 02. Código Tributário Estadual (Decreto-Lei estadual nº 05/75); 03. Processo Administrativo Tributário – PAT (Decreto estadual nº 2.473/79). TSE - Taxa de Serviços Estaduais: 01. Código Tributário Estadual (arts. 104 a 111). Taxa Judiciária: 01. Código Tributário Estadual (arts. 112 a 146) – (14/03). Aula 11 – IPVA - Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores: 01. Lei do IPVA (Lei estadual nº 2.877/97). ITD - Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e por Doação, de Quaisquer Bens ou Direitos: 01. Lei do ITD (Lei estadual nº 1.427/89); 02. Resolução Conjunta SEFAZ/PGE nº 03/2007. Normas concernentes à documentação fiscal: 01. Convênio s/nº 70, de 15 de dezembro de 1970; 02. Convênio SINIEF 06/89; 03. Elaboração e entrega da Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA-ICMS) (Resolução SEF 6.410/2002); 04. Elaboração e entrega da Guia Nacional de Informação e Apuração do ICMS Substituição Tributária - GIA ST (Resolução SEF 6.351/2001); 05. Nota Fiscal Eletrônica - NF-e (Ajuste SINIEF 7/05 e Resoluções SEFAZ nº 118/08 e 266/09); 06. Cupom Mania (Decreto Estadual nº 42.044/09 e Resolução SEFAZ nº 247/09). Legislação das receitas não tributárias do Estado do Rio de Janeiro: 01. Acompanhamento e fiscalização das compensações e das participações financeiras previstas no artigo 20, § 1º da Constituição da República Federativa do Brasil (Lei estadual 5.139/07) – (21/03). Aula 12 – ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços: 01. Lei do ICMS (Lei estadual nº 2.657/96); 02. Substituição tributária (Decretos estaduais nº 41.175/08 e 41.961/09, e Resolução SER nº 80/04); 03. RICMS - Regulamento do ICMS (Decreto estadual nº 27.427/00); 04. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 3 www.pontodosconcursos.com.br Cadastro de contribuintes (Decreto estadual nº 42.191/09 e Resolução SEF nº 2.861/97); 05. Parcelamento de créditos tributários no Estado do Rio de Janeiro (Decreto estadual nº 25.228/99). Serviços de Transporte: 01 Serviço de Transporte Rodoviário Intermunicipal de Passageiros (Lei estadual nº 2.778/97); 02. Serviço de Transporte Aquaviário de Passageiros, Cargas e Veículos (Lei estadual nº 2.804/97); 03. Serviço de Transporte Ferroviário e Metroviário e Serviço Público de Saneamento Básico (Lei estadual nº 2.869/97); 04. Serviço de Transporte Alternativo (Lei estadual nº 3.473/00) – (28/03). Aula 13 – Legislação Tributária Federal: 01. Lei Kandir (Lei Complementar federal nº 87/96); 02. Concessão ou revogação de benefícios e incentivos fiscais do ICMS (Lei Complementar federal nº 24/75); 03. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar federal nº 101/00); 04. Crimes contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de consumo (Lei federal nº 8.137/90); 05. Serviços sujeitos ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN (Lei Complementar federal nº 116/03); 06. Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar federal nº 123/06 e Lei estadual nº 5.147/07); 07. Lei do Índice de Participação dos Municípios – IPM (Lei Complementar federal nº 63/90). Legislação diversa: 01. Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais - FECP (Lei estadual nº 4.056/02); 02. Resolução Conjunta SER/PGJ 14/06 (fixa normas para o combate aos crimes contra a ordem tributária); 03. Lei estadual nº 5.351/08 (dispõe sobre medidas para incremento da cobrança de créditos inscritos em dívida ativa do Estado do Rio de Janeiro); 4. Arbitramento (Lei estadual nº 5.356/08, Decreto estadual nº 42191/2009 e Resolução SEFAZ nº 263/09) – (07/04). Então, a nossa última aula será no dia 07/04. O sumário de hoje é o seguinte: Capítulo II Obrigação Tributária 1. Obrigação Tributária Principal e Acessória: 1.1 Conceito de obrigação principal; 1.2 Conceito de obrigação acessória. 2. Fato Gerador: 2.1 Hipótese de incidência; 2.2 Fato imponível; 2.3 Fato Gerador da obrigação principal; 2.4 Fato Gerador da obrigação acessória; 2.5 Momento da ocorrência CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 4 www.pontodosconcursos.com.br do fato gerador: aspecto temporal da incidência tributária; 2.6 Norma antielisão: 2.6.1 Distinções entre evasão, elisão e elusão tributária; 2.6.2 Constitucionalidade e interpretação econômica do direito tributário; 2.7 Interpretação da definição legal do fato gerador; 2.8 Classificação do fato gerador; 2.9 Base de cálculo; 2.10 Alíquota; 2.11 Regra-matriz de incidência tributária; 2.12 Aspectos da norma tributária. 3. Sujeito ativo – 4. Sujeito passivo: 4.1 Sujeito passivo da obrigação tributária principal; 4.2 Sujeito passivo da obrigação tributária acessória; 4.3 Convenções particulares; 4.4 Solidariedade; 4.5 Capacidade Tributária Passiva – 5. Domicílio Tributário – 6. Responsabilidade Tributária: 6.1 Conceito; 6.2 Classificação: 6.2.1 Substituição tributária: 6.2.1.1 Substituição tributária “para frente”: 6.2.1.1.1 Fundamento jurídico; 6.2.1.1.2 Restituição do pagamentoindevido; 6.2.1.2 Substituição tributária “para trás”; 6.2.1.3 Retenção na fonte; 6.2.2 Responsabilidade dos Sucessores: 6.2.2.1 Fundamento legal; 6.2.2.2 Conceito; 6.2.2.3 Classificação: 6.2.2.3.1 Responsabilidade por sucessão imobiliária; 6.2.2.3.2 Responsabilidade por sucessão pessoal; 6.2.2.3.3 Responsabilidade por sucessão empresarial; 6.2.3 Responsabilidade de Terceiros; 6.2.4 Responsabilidade por Infrações: 6.2.4.1 Responsabilidade pessoal do agente; 6.2.4.2 Exclusão da responsabilidade pela denúncia espontânea. 1. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL E ACESSÓRIA A obrigação tributária (em geral) é a relação em que o sujeito ativo (fisco) exige do sujeito passivo (contribuinte ou responsável tributário) um dever estabelecido pela norma de Direito Tributário. 1.1 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL A obrigação tributária principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa), sendo, portanto, uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro). Ou seja, o elemento fundamental da obrigação principal é a sua natureza pecuniária, com a consequência de ser o pagamento de determinada quantia em dinheiro. Com efeito, o CTN estabelece que a obrigação tributária principal nasce com a ocorrência do fato gerador, tendo por objeto o CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 5 www.pontodosconcursos.com.br pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente (art. 113, §1º). A causa ou fonte da obrigação tributária principal é a lei, que, neste caso, quer dizer lei complementar, lei ordinária, lei delegada ou a medida provisória. Salientamos que a obrigação tributária principal pode ter como objeto o pagamento de uma penalidade pecuniária (multa), mas isto não significa que o tributo pode ser equiparado a uma multa, pois o art. 3°, do CTN, estabelece que tributo não constitui sanção de ato ilícito. O CESPE no concurso para o TCE/AC/2009 considerou incorreto: “De acordo com o Código Tributário Nacional (CTN), a obrigação tributária principal é fixada pela legislação tributária e consiste em obrigações de fazer, de não-fazer e de tolerar, sempre no interesse da administração”. Por sua vez, o CESPE no concurso para Advogado/CEF/2010 adotou como correto: “A obrigação tributária principal surge com a ocorrência de fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente”. 1.2 CONCEITO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA A obrigação tributária acessória significa a obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida do cunho pecuniário. Alguns autores ainda falam em dever de suportar ou tolerar (obrigação negativa), que pode aparecer desta forma em concurso público ou ser considerada a mesma coisa que obrigação de não fazer. Por exemplo, permitir a consulta a livros fiscais ou a fiscalização da empresa. São obrigações tributárias acessórias, por exemplo, a emissão de notas fiscais, a escrituração de livros fiscais, a entrega declarações de rendimentos, o dever de suportar ou não obstar o acesso do fisco aos livros contábeis da empresa, o de não danificar ou rasurar a escrituração contábil da empresa, o preenchimento de guias de recolhimento de tributo, dentre outras. A obrigação tributária acessória tem como fundamental objetivo auxiliar e permitir uma maior eficiência na arrecadação ou fiscalização do tributo pelo fisco. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 6 www.pontodosconcursos.com.br Por sua vez, a obrigação tributária acessória independe da obrigação tributária principal. Por isso, a doutrina também chama as obrigações acessórias de deveres instrumentais ou deveres formais, pois não poderia, em princípio, ser denominada de obrigação acessória se é independente da obrigação principal. Por exemplo, aqueles que se aposentam com uma moléstia grave (AIDS, câncer) estão isentos de pagar o imposto sobre a renda (obrigação principal), mas nem por isso estarão dispensados de entregar uma declaração anual de rendimentos (obrigação acessória). O CESPE no concurso para a EMBASA/2010: “Uma característica da obrigação acessória é que, em caso de descumprimento, ela converte-se em obrigação principal, isto é, substitui-se a exigência da formalidade que ela representa pela imposição de uma multa”. O sujeito passivo permanece obrigado a cumprir com a obrigação tributária acessória, que não desaparece. Portanto, errada. Decerto, o CTN define que a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos (art. 113, §2º). Neste dispositivo, o CTN dispõe que a obrigação acessória decorre da legislação tributária, que compreende não somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96 do CTN). O CTN também dispõe que a obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (Art. 113, §3°). Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Deste modo, é verdadeira a assertiva afirmando que no direito tributário a multa originada do descumprimento da obrigação acessória equivale a uma obrigação principal. Ou seja, a obrigação de pagar a multa é uma obrigação tributária principal e se submete a CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 7 www.pontodosconcursos.com.br todo o regime jurídico-tributário, mas a própria multa não pode ser considerada um tributo. Importante: A obrigação tributária acessória significa obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é exclusivamente uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro) e não pode ser considerada obrigação de fazer. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a obrigação tributária principal e acessória e sobre o fato gerador do tributo, assinale a opção correta. a) Segundo o Código Tributário Nacional, a obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação acessória. b) A obrigação acessória, quando não observada, converte- se em obrigação principal somente em relação à penalidade pecuniária. c) A existência de uma obrigação tributária acessória pressupõe a existência de uma obrigação tributária principal. d) A instituição de obrigação acessória, com a finalidade de dar cumprimento à obrigação principal, deve atenção ao princípio da estrita legalidade. e) No Sistema Tributário Nacional, admite-se que a obrigação de fazer, em situações específicas, seja considerada obrigação tributária principal. Letra (A). A obrigação de pagar multas e juros tributários constitui-se como obrigação tributária principal (art. 113, §1°, CTN). Logo, incorreta. Letra (B). A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária (art. 113, §3°, CTN). Isto significa, noutras palavras, que quando o contribuinte descumpre o dever de realizar a declaração de rendimentos (obrigação acessória) faz surgir uma obrigação principal, que é o dever de pagar a multa fiscal. Logo, correta. Letra (C). A obrigação tributária acessória é autônoma em relação à obrigação tributária principal. Mesmo que o contribuinte nãoCURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 8 www.pontodosconcursos.com.br esteja obrigado a cumprir a obrigação principal, a acessória subsiste. Logo, incorreta. Letra (D). A obrigação acessória decorre da legislação tributária (art. 113, §2º, CTN). Decerto, a legislação tributária compreende não somente as leis (inclusive tratados e convenções internacionais), como também os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes (art. 96 do CTN). Logo, incorreta. Letra (E). A obrigação tributária acessória significa obrigação de fazer (positiva) ou não fazer (negativa), despida de qualquer cunho pecuniário. E a obrigação principal é a prestação representante do ato de pagar (tributo ou multa). Portanto, a obrigação principal é uma obrigação de dar, com cunho pecuniário (dinheiro), e não obrigação de fazer. Logo, incorreta. 2. FATO GERADOR A doutrina crítica a nomenclatura “fato gerador” estabelecida pelos arts. 114 a 118 do CTN, dizendo que o código deveria fixar nomes diferentes para duas realidades distintas. Primeiro, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária, com o nome mais conhecido de hipótese de incidência. Segundo, a realização da hipótese de incidência no mundo da vida real, com a denominação mais famosa de fato imponível. 2.1 HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA A hipótese de incidência é a situação prevista abstratamente na lei. Isto é, a situação prevista em lei como necessária e suficiente à ocorrência da obrigação tributária poderia ser chamada de hipótese de incidência. Por exemplo, o CTN prevê auferir renda como hipótese de incidência do IR. Assim, a hipótese de incidência (fato gerador in abstrato) representa o momento abstrato e geral, previsto em lei, hábil a deflagrar a relação tributária. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 9 www.pontodosconcursos.com.br Portanto, a hipótese de incidência caracteriza-se, como a escolha feita pelo legislador, de fatos que possam representar capacidade contributiva (prestar serviços – ISS; ter a propriedade de um automóvel – IPVA; ter a propriedade de um imóvel na zona rural - ITR e assim por diante). Outras nomenclaturas conhecidas para a hipótese de incidência são: hipótese tributária ou pressuposto legal do tributo. 2.2 FATO IMPONÍVEL O fato imponível é o momento concreto e individualizado de realização desta previsão normativa, ou seja, a realização da hipótese de incidência no mundo da vida real. Por exemplo, o momento em que a pessoa ganha na loteria esportiva e consequentemente aufere renda; a ocasião em que a pessoa compra um automóvel e consequentemente se torna proprietário de um veículo automotor etc. Este momento é também denominado pela doutrina de fato jurídico tributário, de hipótese de incidência realizada e de facto tributário. O CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 considerou correto: “A obrigação do pagamento tributário decorre da adequação da situação fática (fato gerador) à previsão normativa abstrata instituidora do tributo, fenômeno denominado incidência tributária. As situações não previstas na norma abstrata correspondem à não incidência”. Fato gerador in abstrato Fato gerador in concreto Hipótese de incidência, Hipótese tributária e Pressuposto legal do tributo. Fato imponível, Fato jurídico tributário, Hipótese de incidência realizada e Facto tributário. Previsão abstrata em lei Acontecimento na vida real (fato da vida) 2.3 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL O fato gerador da obrigação tributária principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência (art. 114 do CTN). Preste atenção: o CTN fala em necessidade e suficiência. São requisitos cumulativos. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 10 www.pontodosconcursos.com.br É situação necessária, pois sem o fato gerador não há obrigação tributária. É situação suficiente, eis que basta o fato gerador para surgir a obrigação tributária. Por conseguinte, o fato gerador da obrigação principal ou fato imponível tem natureza jurídica constitutiva, pois dá concretude à hipótese de incidência e faz nascer a obrigação tributária principal. Importante: cabe à lei complementar estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes (art. 146, III, “a”, CF). 2.4 FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA O fato gerador da obrigação tributária acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (art. 115 do CTN). 2.5 MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR: ASPECTO TEMPORAL DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA O CTN dispõe acerca do momento da ocorrência do fato gerador nos arts. 116 e 117. Deste modo, estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: • Tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que são delas decorrentes. Por exemplo, o imposto sobre importação (II) tem como fato gerador a entrada do produto no território nacional, mas a lei ordinária, de acordo com o CTN, considera o fato gerador como ocorrido na data do registro da declaração de importação na repartição aduaneira (situação de fato); • Tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 11 www.pontodosconcursos.com.br Em relação a situação jurídica, deve-se também estudar outro ramo do direito para se verificar quando a situação está definitivamente concluída ou constituída. Por exemplo, deve-se analisar o Código Civil para se saber quando a propriedade é transmitida para fins de incidência do imposto municipal de transmissão de bens imóveis (ITBI). No caso, com o registro do título aquisitivo da propriedade no cartório de registros públicos. Com efeito, tratando-se de situação jurídica, e na hipótese de atos ou negócios jurídicos condicionais, o CTN também estabelece que, salvo disposição de lei em contrário, reputam-se perfeitos e acabados: • Se a condição é suspensiva, no momento em que se realiza a condição, isto é, o momento de seu implemento; • Se a condição é resolutória desde que o negócio jurídico foi celebrado. Condição significa uma cláusula decorrente da vontade das partes, que subordina o efeito do negócio a um evento futuro e incerto. A condição suspensiva é aquela que suspende a eficácia do negócio, enquanto a condição não se verificar. No direito tributário, quando suspensiva a condição, verificam-se os efeitos tributários quando acontece a condição. Por exemplo, a doação de objeto valioso de um pai para a filha condicionada ao casamento da filha com um rapaz. Enquanto o casamento não se confirmar, não terá eficácia a doação. Portanto, é necessário o implemento desta condição suspensiva (casamento) para se verificar a ocorrência do fato gerador do imposto estadual sobre doações (ITCMD). Já na condição resolutiva ou resolutória, para fins de incidência tributária, é aquela em que fato gerador ocorre desde o momento em que o ato jurídico é celebrado, independentemente da condição. Assim, quando resolutória a condição, verificam-se os efeitos tributários desde o momento da prática do ato ou celebração doCURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 12 www.pontodosconcursos.com.br negócio. Neste caso, é irrelevante para o direito tributário a condição, que significa, na verdade, o desfazimento do negócio. Por exemplo, o contrato de compra e venda de imóvel sujeito a condição resolutória de o comprador ter um futuro filho. Decerto, feito o negócio e registrado o imóvel, dá-se o fato gerador do imposto sobre transmissão de bens imóveis (ITBI), pois aconteceu a transmissão da propriedade. Não importa para o direito tributário se, depois, o negócio é desfeito por causa do acontecimento da condição resolutória (nascimento do filho do comprador do imóvel). 2.6 NORMA ANTIELISÃO A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária (art. 116, parágrafo único, do CTN). Esta regra é chamada de “norma anti-elisão”, pois busca combater os procedimentos de planejamento tributário praticados pelo contribuinte com abuso de forma ou/e abuso de direito. Esta nomenclatura já foi adotada em dois concursos recentes para Procurador da República (MPF). Por outro lado, a doutrina minoritária denomina o art. 116, parágrafo único, do CTN, de norma geral “antievasiva” ou “anti-simulação”. No 21° concurso Procurador da República: “Em dispositivo de medida provisória, restou consignado: ‘Os atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência de fato gerador de tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária serão desconsiderados, para fins tributários, pela autoridade administrativa competente, observados os procedimentos estabelecidos nos artigos 14 a 19 subseqüentes’. Tem-se aí norma: (a) Anti-elisão; (b) Anti-evasão; (c) Tratando de aspectos procedimentais; (d) Ordenando a observância do princípio da tipicidade fechada”. A resposta é “a”. Decerto, devemos saber que: CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 13 www.pontodosconcursos.com.br • É a autoridade administrativa e não a judicial que poderá desconsiderar (não é desconstituir) atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular (igualmente denominado pela ESAF de eclipsar) a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária; • A regra do art. 116, parágrafo único, do CTN, necessita de lei ordinária para ser aplicada, pois o dispositivo estabelece que “observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. O CESPE no concurso para EMBASA/2010 considerou correto: “O CTN passou a abrigar, mais recentemente, a possibilidade de a autoridade administrativa desconsiderar atos ou negócios praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo, com vistas a limitar as tentativas irrestritas de planejamento tributário”. 2.6.1 DISTINÇÕES ENTRE EVASÃO, ELISÃO E ELUSÃO TRIBUTÁRIA Neste momento, devemos distinguir evasão, elisão e elusão tributária. Segundo o entendimento majoritário, a evasão é a conduta ilícita do sujeito passivo de ocultar a ocorrência do fato gerador com o objetivo de não pagar o tributo devido conforme a lei. A evasão objetiva evitar o conhecimento da ocorrência do fato gerador e, em princípio, acontece após o fato gerador. Por exemplo, emitir notas fiscais falsas ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias. Assim, a evasão abrange a sonegação fiscal, a fraude e o conluio. A sonegação fiscal é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente (art. 71 da Lei 4.502/1964). Por exemplo, negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a legislação. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 14 www.pontodosconcursos.com.br A fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo devido a evitar ou diferir o seu pagamento (art. 72 da Lei 4.502/1964). Na hipótese, o dolo é a intenção deliberada de praticar a conduta fraudulenta. Por exemplo, deixar de recolher dolosamente, no prazo legal, o valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos. O conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos da sonegação fiscal ou da fraude (art. 73 da Lei 4.502/1964). No 16° concurso para Procurador da República na prova discursiva: “Evasão e sonegação fiscal. Conceito e distinção” (máximo de 20 linhas). Por outro lado, no 20° concurso para Procurador da República foi considerado incorreto na prova objetiva: “Evasão e elisão, como forma de evitar a tributação, conceitualmente não se distinguem”. Segundo o mesmo entendimento majoritário, a elisão é a conduta lícita ou legítima que ocorre antes do fato gerador, com o objetivo de pagar menos tributo, evitando a ocorrência do fato gerador ou a ocorrência com um valor menor a pagar. É a busca pela economia de tributos, sendo congruente coma idéia de planejamento tributário. Por sua vez, existe posicionamento doutrinário, que distingue elisão lícita (explicada acima) e elisão ilícita, abusiva ou ineficaz (denominada de elusão tributária). A elisão ilícita ou elusão tributária ocorre antes ou depois do fato gerador, sendo uma conduta praticada pelo sujeito passivo com abuso da forma jurídica ou abuso de direito, que seria a real discordância entre a forma de determinado negócio jurídico e o conteúdo econômico que lhe corresponde. Citamos o seguinte exemplo doutrinário: “Carlos quer doar um imóvel a Roberta. Entretanto, lavram a escritura de compra e venda por um preço irrisório, no sentido de impedir o pagamento do imposto sobre doações, supostamente mais oneroso, e se sujeitar ao imposto de transmissão de bens imóveis. A substância econômica (doação) destoa da forma jurídica adotada (compra e venda)”. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 15 www.pontodosconcursos.com.br 2.6.2 CONSTITUCIONALIDADE E INTERPRETAÇÃO ECONÔMICA DO DIREITO TRIBUTÁRIO O STF ainda não debateu o tema da constitucionalidade da norma geral antielisiva. Assim sendo, o candidato deve adotar a postura da constitucionalidade do parágrafo único do art. 116 do CTN. Contudo, é relevante ter conhecimento dos fundamentos e dos posicionamentos da doutrina pela inconstitucionalidade e pela constitucionalidade da norma prevista no CTN. Decerto, realçamos que parte da doutrina sustenta a inconstitucionalidade de uma norma geral antielisiva e afirmam que a Administração Pública não pode desconsiderar práticas elisivas do sujeito passivo da relação tributária, em face dos princípios constitucionais da legalidade tributária e da tipicidade tributária cerrada ou fechada. Portanto, em face destes princípios que são subprincípios da segurança jurídica, não pode a Administração Pública desconsiderar atos ou negócios jurídicos previstos em lei e que, emregra, não acarretam a incidência tributária de determinado tributo. Por exemplo, segundo esta doutrina, não pode Administração Pública considerar abusiva a situação de uma sociedade empresarial que, ao invés de pagar remuneração aos seus sócios não- administradores, opta por distribuir-lhes lucros mensalmente, buscando a situação de não incidência de imposto de renda (IR). Em síntese, não pode a Administração Pública tributar determinada situação que não se enquadra na definição legal da hipótese de incidência tributária do IR. Já os autores que sustentam a constitucionalidade da norma geral antielisiva afirmam que deve Administração Pública desconsiderar atos ou negócios revestidos de formas jurídicas não estabelecidas na hipótese de incidência, quando os efeitos econômicos de tais atos ou negócios mostram-se de acordo com os resultados pretendidos pelo legislador tributário. No caso, deve prevalecer o princípio da capacidade contributiva frente ao princípio da legalidade tributária. Assim, a Administração CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 16 www.pontodosconcursos.com.br Pública declara o abuso da forma jurídica e desconsidera a utilização de forma jurídica atípica para a concretização do ato ou negócio jurídico. Nesse rumo, em face do princípio da capacidade contributiva e da interpretação econômica no direito tributário, a realidade econômica deve prevalecer sobre a simples forma jurídica. Ou seja, a Administração Pública deve considerar a aptidão econômica de pagar o tributo e o princípio da igualdade tributária. Caso contrário, pessoas que estão em situação similar por não utilizaram de formas jurídicas atípicas, sofreriam discriminação odiosa e a incidência do tributo. Já outros contribuintes não sofreriam a tributação, uma vez que se beneficiariam utilizando artifícios com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária. 2.7 INTERPRETAÇÃO DA DEFINIÇÃO LEGAL DO FATO GERADOR A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: (a) da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; (b) dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos (art. 118, incs. I e II, do CTN). Decerto, são irrelevantes, para a interpretação da ocorrência do fato gerador, a validade jurídica dos atos efetivamente praticados, a natureza do objeto dos atos praticados e os efeitos dos atos. A FGV no concurso para Procurador de Contas/RJ/2008 e o CESPE no concurso para Juiz Federal/TRF2/2010 adotaram, respectivamente, como incorretos os seguintes itens: “A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos”; “A hipótese de incidência depende da origem lícita da renda auferida, máxime quando incidir sobre o lucro”. Deste modo, todos os que realizarem o fato gerador deverão, em princípio, pagar o tributo. Não se deve avaliar a nulidade ou CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 17 www.pontodosconcursos.com.br anulabilidade do ato jurídico, a capacidade civil do sujeito passivo, ou mesmo a ilicitude do ato praticado. Com efeito, é legítima, por exemplo, a cobrança do imposto municipal sobre serviços (ISS) do advogado que presta serviços de consultoria jurídica, mesmo em situação irregular perante a OAB. 2.8 CLASSIFICAÇÃO DO FATO GERADOR A doutrina classifica o fato gerador em instantâneo, periódico e continuado. O fato gerador instantâneo ocorre quando sua realização se dá num exato instante no tempo. Por exemplo, o imposto de importação (II) se dá com o registro alfandegário da declaração apresentada pelo importador à autoridade fiscal competente da União. O fato gerador periódico (também denominado de complexivo, completivo, continuativo ou de formação sucessiva) acontece quando sua realização se completa ao longo de um espaço de tempo. Por exemplo, o fato gerador do IR, eis que acontece ao longo de um período de tempo, que, segundo a legislação do IR, é de 1° de janeiro até 31 de dezembro do mesmo ano. O fato gerador continuado ocorre quando é representado por uma situação que se conserva no tempo, entretanto, a lei tributária fixa para fins de praticidade tributária um determinado momento para ocorrido o fato gerador. Por exemplo, o IPTU e o IPVA. No IPTU, a situação de ser proprietário de um imóvel é uma situação que se perdura no tempo, sendo que a legislação tributária fixa um determinado instante para se considerar como o momento de ocorrência do fato gerador (normalmente, 1.º de janeiro do ano civil). O CESPE no concurso para PGE/ES/2008 considerou errado: “A doutrina designa fato gerador continuado aquele cuja realização ocorre ao longo de um espaço de tempo, como no caso do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza”. Por sua vez, no 19° concurso para Procurador da República/MPF: “Assinale o imposto cujo fato gerador é instantâneo: (a) Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); (b) Imposto Sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA); (c) Imposto de Renda de Pessoa Jurídica; CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 18 www.pontodosconcursos.com.br (d) Imposto Sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Serviços”. A resposta é a letra “d”. Noutra perspectiva, existem autores que entendem que os fatos geradores são exclusivamente instantâneos, uma vez que a legislação tributária sempre estabelece somente um único momento para fixar a ocorrência do fato gerador. Na hipótese do IR, é o último momento do dia 31 de Dezembro do ano civil. No caso do IPTU, é o dia 1.º de janeiro do ano civil. Deste modo, não se poderia falar em fato gerador periódico ou continuado. (ESAF/ATA/MF/2009) No que se refere ao fato gerador, dispõe o Código Tributário Nacional que a) o fato gerador da obrigação principal é situação definida na Constituição como indicativa da possibilidade de imposição de obrigação de pagar, por parte de ente público que detenha competência para fazê-lo. b) a autoridade administrativa poderá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando- se de situação jurídica, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. c) o fato gerador da obrigação acessória é situação definida em lei complementar, que impõe prática ou abstenção de ato, ainda que originariamente este se configure como obrigação principal. d) a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando- se de situação de fato, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos da legislação de regência. e) a autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária. A resposta é a letra “e”, sendo feita com base na literalidade do art. 116, parágrafo único, do CTN, incluído pela LC nº 104/2001, a saber: “A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 19 www.pontodosconcursos.com.br constitutivos da obrigação tributária,observados os procedimentos a serem estabelecidos em lei ordinária”. A letra “a” é falsa, porque se deve considerar para concurso público o conceito de fato gerador da obrigação principal disposto no art. 114, caput, do CTN, que é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. A letra “b” é falsa, eis que a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável (art. 116, inc. II, do CTN). A letra “c” é falsa, porque o fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. O conceito de legislação aplicável, de acordo com a jurisprudência dominante, não é somente lei em sentido estrito aprovada pelo Poder Legislativo, mas também as normas complementares previstas no art. 100, do CTN. O art. 96 do CTN estabelece que a expressão “legislação tributária” compreende as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. E o art. 100 do CTN estatui que são normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios (o estudo do tema está reservado para a aula 2). A letra “d” é falsa, uma vez que a autoridade administrativa deverá considerar como ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios (art. 116, inc. I, do CTN). CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 20 www.pontodosconcursos.com.br (FGV/ICMS/RJ/2007) Assinale a afirmativa incorreta. (A) Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. (B) Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. (C) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios. (D) Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos, tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. (E) A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. (FGV/Procurador de Contas/RJ/2008) A definição legal do fato gerador é interpretada considerando-se a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. A primeira é letra “e” e a segunda é errada, uma vez que a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se (significa aqui “não considerando”) a validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos (art. 118, incs. I e II, do CTN). As demais alternativas são verdadeiras. 2.9 BASE DE CÁLCULO A base de cálculo (também nomeada de base imponível) é a grandeza numérica estabelecida pela lei que permite quantificar o valor do tributo a ser recolhido. Sendo assim, segundo ensinamentos da doutrina, a base de cálculo possui três funções fundamentais: CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 21 www.pontodosconcursos.com.br • Função mensuradora, pois quantifica o fato gerador do tributo (“mede as proporções reais do fato”); • Função objetiva, porque compõe a determinação da dívida tributária; • Função comparativa, eis que posto em comparação com o fato gerador, é capaz de identificar a natureza jurídica do tributo. São exemplos de base de cálculo: o valor da renda auferida, no caso de imposto sobre a renda de pessoas físicas (IRPF); o valor venal do imóvel, no caso do imposto sobre a propriedade territorial urbana (IPTU); o valor venal do veículo automotor, na hipótese do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA); o valor do serviço prestado, no imposto sobre serviços (ISS) etc. 2.10 ALÍQUOTA De início, registramos precisa lição doutrinária de que as alíquotas no direito tributário podem assumir duas feições, a saber: “(a) um valor monetário fixo, ou variável em função de escalas progressivas da base de cálculo (p. ex.: $ 1,20 por metro linear, até 100 metros; $2,40 por metro linear, de 100 a 300 metros, e assim por diante); ou (b) uma fração, percentual ou não, da base de cálculo (que neste caso será representada por quantia monetária). Aparecendo em forma de fração, a alíquota pode ser invariável (p. ex.: 1/25 da base de cálculo, seja qual for seu valor monetário) progressiva (aumenta a base de cálculo, aumenta proporção) ou regressiva (aumenta a base de cálculo, diminui a proporção)”. Nessa medida, observamos que os tributos fixos já são de antemão quantificados pelo legislador. A lei estabelece os valores fixos e determinados a serem pagos em cada caso concreto. Com efeito, os tributos proporcionais são aqueles em que o montante a ser pago é estabelecido pela alíquota em percentual constante sobre a base de cálculo. Por exemplo, a cobrança de ISS com uma alíquota de 10% sobre o valor do serviço (base de cálculo). O valor do serviço pode variar, mas a alíquota é sempre a mesma. Nos tributos progressivos a alíquota cresce à medida que aumenta a respectiva base de cálculo. Neste caso, pode-se ocorrer a denominada progressividade fiscal, que diz respeito, por exemplo, ao imposto de renda (IR) que deve ser informado pelo critério da progressividade. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 22 www.pontodosconcursos.com.br Já no tributo regressivo a alíquota deve decrescer à medida que se aumente a base de cálculo, ocasionado uma ascendente injustiça tributária. 2.11 REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (RMIT) A RMIT é uma norma de conduta, a qual disciplina a relação do Estado com aqueles que estão subordinados à lei e pertencem as relações tributárias, visando disciplinar, sobretudo, o tributo. Nesse rumo, a RMIT é composta de uma hipótese e uma consequência. Na hipótese encontramos o comportamento de uma pessoa (critério material), condicionado no tempo (critério temporal) e no espaço (critério espacial). Na consequência temos o sujeito ativo e o sujeito passivo (critério pessoal) e a base de cálculo e a alíquota (critério quantitativo). Acontecendo a hipótese, deve ser a consequência, que, por sua vez, prescreve a obrigação tributária que vai se instaurar. Em outras palavras, a RMIT é o esqueleto da norma tributária, tendo “sido utilizada com bom êxito na elaboração de livros, artigos e trabalhos profissionais e acadêmicos acerca das espécies tributárias, no Brasil e no exterior, demonstrando,uma vez mais, a operatividade dessa construção teórica”. Vejamos dois exemplos (IPTU e ISS) de Paulo de Barros Carvalho: • IPTU – (i) Hipótese: a) Critério material - ser proprietário de bem imóvel; b) Critério espacial - no perímetro urbano de determinado Município; c) Critério temporal - normalmente, no dia 1.° do ano civil; (ii) Consequencia: a) Critério pessoal - sujeito ativo é a Fazenda Municipal e sujeito passivo, em princípio, o proprietário do imóvel; b) Critério quantitativo - base de cálculo é o valor venal do imóvel e a alíquota é a fixada na legislação tributária municipal. • ISS – (i) Hipótese: a) Critério material - prestar serviços; b) Critério espacial - qualquer ponto dentro do território do Município; c) Critério temporal - instante em que o serviço, pronto e acabado, é entregue ao tomador; (ii) Consequencia: a) Critério pessoal - sujeito ativo é Fazenda do Município e sujeito passivo é o prestador de serviço; b) Critério quantitativo - base de cálculo é o valor do serviço prestado e a alíquota a CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 23 www.pontodosconcursos.com.br percentagem apontada pela legislação municipal em vigor (X%). Ademais, a doutrina majoritária trata a RMIT como os aspectos da norma tributária, que passamos a estudar. 2.12 ASPECTOS DA NORMA TRIBUTÁRIA São cinco os aspectos da norma tributária: material, espacial, temporal, pessoal e quantitativo. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico- tributária. Isto é, à situação geradora da obrigação tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. O aspecto espacial diz respeito ao limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato gerador do tributo. Portanto, o território da pessoa política tributante O aspecto temporal delimita a incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação. Portanto, corresponde ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária. O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma tributária. O aspecto quantitativo estabelece a quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim, é o montante devido na obrigação tributária. Decerto, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre 2% a 5%. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 24 www.pontodosconcursos.com.br (ESAF/APO/União/2010) A lei que veicula a norma tributária impositiva deverá conter os aspectos indispensáveis para que se possa determinar o surgimento e o conteúdo da obrigação tributária. Sobre esta, analise os itens a seguir, classificando-os como falsos ou verdadeiros. Depois escolha a opção que seja adequada às suas respostas. I. O aspecto material da norma tributária diz respeito à situação geradora da obrigação tributária; II. O aspecto espacial da norma tributária corresponde ao território da pessoa política tributante; III. O aspecto temporal da norma tributária diz respeito ao momento em que se deve considerar ocorrida a situação geradora da obrigação tributária; IV. O aspecto pessoal da norma tributária diz respeito à pessoa em favor de quem a obrigação tributária deva ser cumprida; e V. O aspecto quantitativo da norma tributária se refere ao montante devido na obrigação tributária. a) Todos os itens estão corretos. b) Estão corretos apenas os itens I, II e IV. c) Estão corretos apenas os itens I, II, IV e V. d) Estão corretos apenas os itens II, IV e V. e) Estão corretos apenas os itens III, IV e V. Esta questão é inovadora e a ESAF pela primeira vez cobrou os aspectos da hipótese de incidência tributária. ITEM I. O aspecto material corresponde ao fato ou estado de fato descrito na norma tributária como ensejador da relação jurídico- tributária. Por exemplo, “prestar serviços”, “auferir renda”, “importar mercadoria”, “exportar mercadoria”, “industrializar produtos”, “possuir propriedade de veículo automotor”, “possuir propriedade imóvel”, dentre outros. Logo, correta. ITEM II. O aspecto espacial da norma tributária diz respeito ao limite territorial da incidência tributária, ou seja, refere-se ao lugar onde ocorre o fato gerador do tributo. Logo, correta. ITEM III. O aspecto temporal da norma tributária delimita a incidência tributária no tempo, isto é, é o momento em que a lei tributária reputar como consumado o fato gerador da obrigação. Portanto, correta. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 25 www.pontodosconcursos.com.br ITEM IV. O aspecto pessoal diz respeito ao sujeito ativo (quem cobra o tributo) e ao sujeito passivo (quem deve recolher o tributo) da norma tributária. Assim, o enunciado do item é incompleto, pois apenas se refere ao sujeito ativo. Todavia, foi considerado correto pelo examinador. ITEM V. O aspecto quantitativo da norma tributária estabelece a quantia devida (quantum debeatur) na obrigação tributária. Assim, em regra, a definição do aspecto quantitativo ocorre pela simples operação de multiplicação da base de cálculo pela alíquota (BC x AL) do tributo. Por exemplo, no imposto sobre serviços de qualquer natureza (ISSQN) de competência municipal e distrital, em geral, aplica-se simplesmente ao valor do serviço a alíquota que oscila entre 2% a 5%. Logo, correta. Em face do exposto, a alternativa considerada correta pelo examinador é a letra “a”. 3. SUJEITO ATIVO O sujeito ativo é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento (CTN, art. 119). Ou seja, o sujeito ativo não é necessariamente a pessoa jurídica de direito público titular da competência legislativa para instituir o tributo, mas sim a pessoa competente para cobrar e fiscalizar o respectivo tributo. Nesse rumo, o sujeito ativo é o ente federativo competente para instituir tributo, ou outra pessoa jurídica, em razão de delegação da capacidade tributária ativa, de acordo com o art. 7° c/c 119 do CTN. Assim, segundo compreensão doutrinária, existem dois tipos de sujeito ativo, a saber: (i) o sujeito ativo direto (União, Estados, Município e Distrito Federal detentores do poder de instituir tributos); (ii) o sujeito ativo indireto, que são os entes detentores de capacidade tributária ativa (poder de cobrança e de fiscalização). Por exemplo, determinada concessionária de telefonia não possui legitimidade para figurar no pólo ativo da relação tributária visando à cobrança judicial de ICMS incidente sobre ponto telefônico, pois o sujeito ativo é a Fazenda Pública Estadual. A concessionária de CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 26 www.pontodosconcursos.com.br telefonia é simples responsável pelo repasse dos valores arrecadados (STJ, REsp 1036589/MG). Noutro exemplo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia federal, é o sujeito ativo da relação tributária no que concerne a taxa de fiscalização do mercado de valores mobiliários. Deste modo, contra a CVM, e não contra a União, devem ser propostas as ações em que se discute a exigibilidade deste importante tributo. Importante:Enfatizamos que o art. 119 do CTN adotou posicionamento explícito no sentido de que o sujeito ativo é pessoa jurídica de direito público. Portanto, conforme o CTN, as atividades de constituição e cobrança judicial do crédito tributário, bem como de fiscalização tributária, demandam atividades de ente público. O CESPE no concurso para Advogado/CEF/2010 entendeu como incorreto: “O sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público ou privado titular da competência para exigir o seu cumprimento”. Por outro lado, cumpre lembrar que existe entendimento doutrinário e jurisprudencial forte defendendo a tese de que entes parafiscais possuem legitimidade para figurar como sujeito ativo da relação tributária. Neste sentido, com base nos arts. 149 e 240 da CF/88, as entidades privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical (SESI, SESC, SENAI, SEBRAE, dente outras) têm capacidade tributária ativa. Deste modo, decidiu recentemente o STJ que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) possui legitimidade para promover ação visando à cobrança da contribuição mensal para montagem e custeio das escolas de aprendizagem a ser paga pelos estabelecimentos industriais, na forma dos arts. 4º do Decreto-lei 4.048⁄42 e 1º do Decreto-lei 6.246⁄44 (DJ 29/06/2007, REsp 735278/PR). Por sua vez, com base na parte final do art. 8, IV, da CF/88 (contribuição prevista em lei), existem também algumas entidades privadas com competência para cobrar contribuições sindicais obrigatórias. Assim decidiu o STJ e confirmou tais decisões com a CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 27 www.pontodosconcursos.com.br súmula 396 do STJ (DJe 07/10/2009) que dispõe: “A Confederação Nacional da Agricultura tem legitimidade ativa para a cobrança da contribuição sindical rural” . Por fim, ressaltamos que, salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, subroga-se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria (CTN, art. 120). Por exemplo, criado o Município de Luis Eduardo Magalhães na Bahia, decorrente de desmembramento territorial de Barreiras, aquele Município se subrogou como sujeito ativo em seu território dos tributos devidos anteriormente ao Município de Barreiras, até a existência da sua própria legislação municipal tributária. O CESPE no concurso para o Ministério Público/ES/2010 considerou correto: “Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público que se constituir pelo desmembramento territorial de outra aplica a legislação tributária da pessoa jurídica de direito público da qual se desmembrou até que entre em vigor a própria legislação. 4. SUJEITO PASSIVO O sujeito passivo é o devedor da relação jurídico-tributária. 4.1 SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL O CTN faz a distinção entre sujeito passivo da obrigação tributária principal e sujeito passivo da obrigação tributária acessória. O sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Nesse rumo, segundo o art. 121 CTN, existem dois tipos de sujeitos passivos da obrigação principal. O sujeito passivo direto que é o contribuinte (CTN, art. 121, inc. I), sendo aquele que tem uma relação pessoal e direta com o fato gerador. Por exemplo, o proprietário do bem imóvel, quanto ao IPTU, ou o proprietário de veículo automotor, quanto ao IPVA. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 28 www.pontodosconcursos.com.br O sujeito passivo indireto que é o responsável tributário (CTN, art. 121, inc. II), sendo uma terceira pessoa escolhida por lei para pagar o tributo, sem que tenha realizado o fato gerador. Neste caso, é sempre a lei que deve estabelecer a responsabilidade e não o regulamento ou as normas complementares. Por exemplo, o sócio da empresa que tem comportamento fraudulento, com relação à dívida tributária da sociedade, ou o adquirente de imóvel alienado (vendido) com dívidas de IPTU e sem da prova do seu pagamento. A FCC no concurso de Fiscal de Rendas/SP/2009: “A respeito da sujeição passiva da obrigação tributária principal, é correto afirmar que o contribuinte tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e o responsável tributário se obriga a pagar o tributo em razão de dispositivo expresso de lei”. Não é responsável tributário o contribuinte de fato, que é aquele a quem é transferido o ônus financeiro do tributo. É o que acontece no IPI e no ICMS, eis que acontece a transferência do ônus econômico para o adquirente final do bem (contribuinte de fato), que, de acordo com o CTN, não é considerado sujeito passivo da relação tributária. Importante: O contribuinte de direito é aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador. O contribuinte de fato surge apenas nos impostos indiretos e, em regra, não integra a relação jurídico-tributária. 4.2 SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Isto é, as obrigações de fazer, não fazer ou tolerar em benefício da fiscalização e arrecadação tributária, independentemente da condição de contribuinte ou responsável tributário. Lembramos que a realização da obrigação tributária acessória é dever até para o sujeito passivo que goza de imunidade, isenção ou anistia tributária (CTN, art. 9°, §1° c/c 175, parágrafo único). CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 29 www.pontodosconcursos.com.br A FGV no concurso para FR/RJ/2010 considerou corretos os seguintes itens: “(i) O sujeito passivo é denominado contribuinte quando tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; (ii) O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada à prática ou abstenção de ato que não configure obrigação principal”. 4.3 CONVENÇÕES PARTICULARES Salvo dispositivo de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes (CTN, art. 123). Assim sendo, em regra, as convenções particulares não podem ser opostas ao Fisco para modificar o sujeito passivo da relação tributária, eis que tais convenções podem ser realizadas, mas só operam efeitos entres as partes contratantes (efeito inter partes), no âmbito do Direito Privado, e não no âmbito do direito tributário onde se obedece ao princípio da legalidade. Por exemplo, no contrato de locação, a obrigação de pagar o IPTU pode ser atribuída ao locatário. Entretanto, tal convenção é irrelevante para o Fisco, que exigirá o pagamento do imposto do sujeito passivo eleito pela lei, qual seja, o proprietário (o locador). Este, se quiser, pode acionar o locatário, em ação regressiva não tributária, na tentativa de reaver o que antecipou ao Fisco. Noutro exemplo, o acordo entre empregado e empregador para que este não retenha o imposto de renda pessoa física (IRPF) não tem valor legal algum perante o Fisco. O CESPE no concurso para Defensor Público da União/2008 assinalou a seguinte questão discursiva: “Em contrato de compra e venda de uma empresa, A e B, respectivamente vendedora e compradora, estabelecem que a responsabilidade pelo pagamento de tributos relacionados ao imóvel ou à atividade será de B. Tendo em vista a legislação tributária, responda justificadamente: qual a validade e extensão dessa cláusula?” (máximo de 10 linhas). 4.4 SOLIDARIEDADECURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 30 www.pontodosconcursos.com.br A solidariedade no Direito ocorre quando há mais de um devedor (solidariedade passiva) ou mais de um credor (solidariedade ativa) na mesma relação jurídica. No direito tributário, não existe solidariedade ativa, em razão da rigidez constitucional na distribuição da competência tributária e também da inexistência de dispositivo normativo neste sentido. Nesse rumo, os arts. 124 e 125 do CTN tratam da solidariedade passiva, em que o fisco pode exigir a totalidade do crédito tributário de qualquer dos co-devedores, independente de acordo entre eles para que apenas um responda pelos débitos tributários. Em outras palavras, este caso, denominado pela doutrina também de responsabilidade tributária por solidariedade, ocorre quando um dos devedores solidários pode responder por toda a obrigação tributária. Assim, o Fisco pode cobrar de qualquer um dos devedores solidários toda a dívida tributária. Desta forma, apesar da solidariedade decorrer sempre de lei, a doutrina afirma que há dois tipos solidariedade passiva no direito tributário. A solidariedade natural (CTN, art. 124, I), que acontece entre pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária. Por exemplo, vários irmãos como co-proprietários de um imóvel quanto ao IPTU; ou o pagamento de IPTU pertencente a um casal, em que ambos são proprietários do bem. A solidariedade legal (CTN, art. 124, II), que acontece por expressa disposição legal, estabelecendo as pessoas que deverão responder solidariamente pela obrigação tributária. Exemplos: na remessa de mercadoria vinda de outro Estado para venda sem destinatário certo, o transportador é tributariamente solidário com o remetente da mercadoria (ocorrido o fato gerador na saída da mercadoria), de acordo com a Lei de ICMS (Lei Complementar 87/1996); ou os sócios, no caso de encerramento de uma sociedade de pessoas, são solidariamente responsáveis, consoante dispõe o art. 134, VII, do CTN. Com efeito, solidariedade tributária passiva não comporta CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 31 www.pontodosconcursos.com.br benefício de ordem, podendo o Fisco escolher que um dos devedores responda pelo cumprimento total da obrigação tributária, não observando qualquer ordem de vocação. Deste modo, não fica o Fisco adstrito a uma ordem de preferência, não podendo os co-obrigados invocar “beneficio de ordem”, a fim de que sejam executados, em primeiro lugar, os bens de um suposto devedor, como acontece em situações reguladas no direito civil. A FGV no concurso para FR/RJ/2010 considerou correto: “A solidariedade tributária instaura-se entre os sujeitos que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal e, nesta hipótese, não comporta benefício de ordem”. Com efeito, salvo disposição de lei em contrário, os efeitos da solidariedade são os seguintes: • O pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; • A isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; • A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. (ESAF/AFRFB/2010) Sobre a solidariedade e os sujeitos da obrigação tributária, com base no Código Tributário Nacional, assinale a opção correta. a) O sujeito ativo da obrigação tributária é a pessoa jurídica de direito público que detém capacidade ativa, sendo esta indelegável. b) No pólo ativo da relação jurídico-tributária, necessariamente deve figurar pessoa jurídica de direito público. c) O contribuinte de fato integra a relação jurídico-tributária, haja vista possuir relação direta com o fato gerador da obrigação. d) Em regra, há solidariedade entre o contribuinte de fato e o contribuinte de direito, na relação jurídico-tributária. e) A solidariedade ativa decorre da situação em que houve delegação do poder de arrecadar e fiscalizar tributos. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 32 www.pontodosconcursos.com.br Letra (A). A competência tributária é indelegável, mas a capacidade tributária ativa é delegável. Assim, o art. 7° do CTN dispõe sobre a possibilidade de delegação da capacidade tributária ativa, quando estabelece que as atribuições de fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária pode ser conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra. Logo, incorreta. Letra (B). O examinador adotou a interpretação literal do art. 119 do CTN, estabelecendo que o sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Logo, correta. Letra (C). O contribuinte de direito (CTN, art. 121, inc. I) é aquele que tem relação pessoal e direta com o fato gerador. O contribuinte de fato surge apenas nos impostos indiretos (IPI e ICMS), sendo aquele que sofre com a repercussão econômica do tributo (em regra, consumidor final) e, em princípio, não integra a relação jurídico-tributária. Logo, incorreta. Letra (D). A solidariedade decorre de lei e não há previsão legal que estabeleça solidariedade entre o contribuinte de fato e o contribuinte de direito. Logo, incorreta. Letra (E). Inexiste solidariedade ativa no direito tributário, em face da rigidez do sistema federativo tributário. Logo, incorreta. (FCC/Fiscal de Rendas/SP/2009) A respeito da sujeição passiva da obrigação tributária principal, é correto afirmar que o contribuinte (A) tem relação com o fato gerador e o responsável tributário tem a capacidade contributiva indicada pela hipótese de incidência. (B) tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e o responsável tributário se obriga a pagar o tributo em razão de dispositivo expresso de lei. (C) é sujeito passivo indireto e o responsável tributário é sujeito passivo direto. (D) tem o dever de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária e o responsável tributário deve cumprir a correspondente obrigação acessória. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 33 www.pontodosconcursos.com.br (E) tem o dever de pagar o tributo ou a penalidade pecuniária e o responsável tributário tem o direito de exigir o adimplemento do tributo ou da penalidade pecuniária. A respeito da sujeição passiva da obrigação tributária principal, é correto afirmar que o contribuinte tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador e o responsável tributário se obriga a pagar o tributo em razão de dispositivo expresso de lei (CTN, art. 121). Portanto, a resposta certa é a “b”. 4.5 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA A capacidade tributária passiva é a aptidão para ser sujeito passivo da relação tributária. Com efeito, o art. 126 do CTN dispõe que a capacidade tributária passiva independe: • Da capacidade civil das pessoas naturais; • De achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; • De estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. No concurso da FCC para Defensor Publico/SP/2010 foi considerado correto: “Recém-nascido recebe como herança a propriedade de um bem imóvel, localizado em zona urbana e residencial. Diante desse fato, considerando-se o disposto no artigo 126, inciso I do CTN, é correto afirmar que o menor é o contribuinte dos tributos relativos ao bem, pois a capacidadetributária passiva independe da capacidade civil da pessoa natural”. Por exemplo, a capacidade tributária passiva independe de a pessoa física ser menor de idade ou de sofrer qualquer tipo de anomalia psíquica (loucos de todo o gênero), bem como da constatação da regularidade da formação de uma empresa. Noutro ponto, entes destituídos de personalidade jurídica como o espólio ou a herança jacente também têm capacidade tributária passiva. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 34 www.pontodosconcursos.com.br O CESPE no concurso para Advogado-EMBASA/2010 considerou errado: “Se o juízo competente declarar a incapacidade civil relativa de determinado contribuinte, em função de atos de prodigalidade, a capacidade tributária passiva desse contribuinte será suspensa, após regular trâmite processual”. (ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) Sobre os sujeitos da obrigação tributária, assinale a única opção correta. a) O sujeito ativo da obrigação tributária é, necessariamente, a pessoa jurídica de direito público titular da competência para instituir o tributo. b) Pessoa jurídica de direito privado pode figurar como sujeito ativo da obrigação tributária, haja vista o CTN prever, expressamente, a possibilidade de delegação das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos. c) O contribuinte de fato ou de direito é considerado sujeito passivo da obrigação tributária, independentemente de possuir relação pessoal e direta com o fato gerador. d) As convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, mesmo que haja lei em sentido contrário. e) A sociedade comercial informalmente constituída pode figurar como sujeito passivo de uma obrigação tributária. A letra “a” está incorreta, conforme art. 119 do CTN, dispondo que sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. A alternativa “b” está incorreta, conforme a interpretação dos 7° (“A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra”) e 119 do CTN. A alternativa “c” está incorreta, eis que o contribuinte de fato não é considerado sujeito passivo da relação tributária. O contribuinte de direito deve ter relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador (CTN, art. 121, I). A alternativa “d” está incorreta, uma vez que existindo dispositivo de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributo, podem ser CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 35 www.pontodosconcursos.com.br opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes, de acordo com o art. 123 do CTN. A alternativa “e” está correta, pois, de acordo com o art. 126, III do CTN, a capacidade tributária passiva independe de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade econômica ou profissional. (ESAF/Auditor Fiscal/Natal/2008) Sobre a solidariedade e capacidade tributária, assinale a única opção correta. a) Em virtude da rigidez constitucional, que promoveu a distribuição de competências tributárias entre os entes políticos, não encontra respaldo, no ordenamento jurídico nacional, a solidariedade ativa em matéria tributária. b) Pode o poder público exigir o pagamento do IPTU tanto do proprietário como do locatário do imóvel, tendo em vista se tratar de obrigação de direito real. c) Considerando que duas pessoas detenham a propriedade de um veículo, o fisco não pode exigir apenas de um dos contribuintes o pagamento integral da exação. d) Como efeito da solidariedade, tem-se que a isenção ou remissão de crédito tributário exonera todos os obrigados, mesmo se outorgada pessoalmente a um deles. e) Na situação em que um pai detenha 60% de um imóvel e o filho, absolutamente incapaz, possua outros 40% do bem, optando o fisco em cobrar de apenas um, deve preferir o pai ao filho, em atenção ao benefício de ordem previsto no CTN. A resposta correta é a letra “a”, eis que não há solidariedade ativa em matéria tributária de acordo com ordenamento jurídico nacional. A alternativa “b” está incorreta, pois, no caso, deve o Fisco cobrar o IPTU do contribuinte (proprietário do imóvel), em razão do princípio da legalidade tributária. A alternativa “c” está incorreta, pois, considerando que duas pessoas detenham a propriedade de um veículo, o fisco pode exigir apenas de um dos contribuintes o pagamento integral da exação, de acordo com o art. 124, I, do CTN. CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 36 www.pontodosconcursos.com.br A alternativa “d” está incorreta, pois, na solidariedade passiva tributária, a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo (CTN, art. 125, inciso II). A alternativa “e” está incorreta, porque a solidariedade passiva tributária não comporta benefício de ordem, de acordo com o parágrafo único do art. 124 do CTN. (FGV/FRE/AP/2010) Assinale a alternativa correta. (A) A capacidade tributária passiva depende da capacidade civil das pessoas naturais. (B) Na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal o local em que tenha ocorrido o fato gerador do tributo. (C) O sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. (D) Havendo solidariedade tributária, e salvo disposição de lei em contrário, a isenção do crédito exonera a todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo do tributo. (E) O Código Tributário Nacional veda expressamente a possibilidade de que as convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos possam ser opostas à Fazenda Pública para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias. A letra “a” é incorreta, uma vez que a capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais, de acordo com o art. 126, inc. I, do CTN. A letra “b” é incorreta, de acordo com o art. 127 do CTN, pois, na falta de eleição, pelo contribuinte ou responsável, de domicílio tributário, na forma da legislação aplicável, considera-se como tal: (i) quanto às pessoas naturais, a sua residência habitual, ou, sendo esta incerta ou desconhecida, o centro habitual de sua atividade; (ii) quanto às pessoas jurídicas de direito privado ou às firmas individuais, o lugar da sua sede, ou, em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação, o de cada estabelecimento; (iii) quanto CURSO ON –LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 37 www.pontodosconcursos.com.br às pessoas jurídicas de direito público, qualquer de suas repartições no território da entidade tributante. A letra “c” é incorreta, uma vez que o sujeito passivo da obrigação principal diz-se responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação. A letra “d” é correta, de acordo com o inciso II do artigo 125 do CTN. A letra “e” é incorreta, conforme o disposto no art. 123 do CTN, que permite dispositivo em contrário. (FGV/JUIZ DE DIREITO/PA/2007) No Direito Tributário são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham
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