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Aula 12 Parte 01 Direito Tributário para Concurso SEFAZ

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CURSO ON-LINE – PROFESSOR: EDVALDO NILO 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 12: Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços -
ICMS (parte 1); Legislação Tributária Federal: 01. Concessão
ou revogação de benefícios e incentivos fiscais do ICMS (Lei
Complementar federal nº 24/75); 02. Lei de Responsabilidade 
Fiscal (Lei Complementar federal nº 101/00); 03. Crimes
contra a ordem tributária, econômica e contra as relações de
consumo (Lei federal nº 8.137/90); 04. Estatuto Nacional da
Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei
Complementar federal nº 123/06 e Lei estadual nº 5.147/07); 
05. Lei do Índice de Participação dos Municípios – IPM (Lei
Complementar federal nº 63/90). Legislação diversa:
Resolução Conjunta SER/PGJ 14/06 (fixa normas para o
combate aos crimes contra a ordem tributária). 
Olá, 
Na aula de hoje trataremos do ICMS (parte 1) e da parte
restante de legislação tributária. 
Na última aula (07/04-quarta-feira) trataremos da parte final e
maior do ICMS. 
Registro também que amanhã estará disponível as questões
detalhadamente comentadas de 2010, as questões de número 21 a
40 com o gabarito puro e os comentários e questões adaptadas sobre
o Fundo Estadual de Combate à Pobreza e às Desigualdades Sociais -
FECP (Lei estadual nº 4.056/02). 
Assim, o sumário de hoje é o seguinte: 
1. ICMS 
1.1 Características gerais 
1.2 Hipótese de incidência (fato gerador) 
1.2.1 Circulação de mercadorias 
1.2.2 Circulação de mercadorias versus prestação de
serviços municipais 
1.2.3 Circulação de mercadorias cumulada com prestação de
serviços municipais 
1.2.4 Prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal 
1.2.5 Prestação de serviços de comunicação 
1.2.6 Incidência do ICMS sobre a importação de mercadoria
ou bem 
1.2.7 Incidência do ICMS sobre as cooperativas de consumo 
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1.2.8 Incidência do ICMS sobre energia elétrica, derivados
de petróleo, lubrificantes, combustíveis e minerais 
1.3 Não incidência 
1.4 Momento da ocorrência do fato gerador e sujeito ativo
da relação tributária 
1.5 Sujeito Passivo 
1.6 Base de cálculo 
2. Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar
federal nº 101/00) 
2.1 Aspectos gerais 
2.2 Plano Plurianual 
2.3 Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 
2.4 Lei Orçamentária Anual (LOA) 
2.5 Receita Pública 
2.6 Renúncia de Receita 
2.7 Da Transparência da Gestão Fiscal 
2.8 Questão 
3. Crimes contra a ordem tributária, econômica e
contra as relações de consumo (Lei federal nº 
8.137/90) 
3.1 Dos Crimes Contra a Ordem Tributária 
3.1.1 Crimes Praticados por Particulares 
3.1.2 Dos crimes praticados por funcionários públicos 
3.2 Crimes contra a ordem econômica 
3.3 Crimes contra as relações de consumo 
3.4 Das multas 
3.5 Disposições gerais 
3.6 Questões 
4. Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa
de Pequeno Porte (Lei Complementar federal nº
123/06 e Lei estadual nº 5.147/07) 
4.1 Considerações iniciais
Questão 
4.2 Da Definição de Microempresa (ME) e Empresa de
Pequeno Porte (EPP) 
4.3 Faixas especiais para Estados, Distrito Federal e
Municípios 
4.4 O Microempreendedor Individual 
4.5 Da Instituição e Abrangência do Simples Nacional 
4.6 Das vedações aos benefícios da LC 123/06 e ao ingresso
no Simples Nacional 
4.7 Dos Créditos e Incentivos Fiscais 
4.8 Das Obrigações Fiscais Acessórias 
4.9 Da Exclusão do Simples Nacional 
4.10 Da Fiscalização 
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4.11 Da Omissão de Receita e dos Acréscimos Legais 
4.12 Do Processo Administrativo Fiscal 
4.13 Do Processo Judicial 
4.14 Regras estaduais (Lei estadual nº 5.147/07) 
4.15 Questões 
5. Lei do Índice de Participação dos Municípios – IPM
(Lei Complementar federal nº 63/90) 
5.1 Valor adicionado 
5.2 Depósito em estabelecimento oficial 
5.3 Obrigações acessórias 
5.4 Intervenção federal 
6. Concessão ou revogação de benefícios e incentivos
fiscais do ICMS (Lei Complementar federal nº 24/75) 
7. Resolução Conjunta SER/PGJ 14/06 (fixa normas
para o combate aos crimes contra a ordem tributária) 
Então, vamos lá. 
1. ICMS
1.1 Características gerais - O ICMS é um imposto que compete aos
Estados e ao Distrito Federal. Todavia, além da legislação estadual e
distrital, aplica-se ao ICMS especificadamente (i) o art. 155, II, §2° a
5°, da CF/88; (ii) a Lei Complementar 87/96, que estabelece as
normas gerias do ICMS; (iii) a Lei Complementar n° 24/75, que trata
dos convênios interestaduais do ICMS; (iv) a Resolução 22/89 do
Senado Federal, dispondo sobre a alíquota do ICMS, nas operações e
prestações interestaduais 1; (v) a Resolução 95/96 do Senado
Federal, estabelecendo a alíquota de 4% (quatro por cento) na
prestação de transporte aéreo interestadual de passageiro, carga e
mala postal. 
1.1.1 Sem sombra de dúvidas, o ICMS é o tema tributário mais
complexo e detalhado no texto constitucional. Assim, segue baixo
quadro geral das regras constitucionais relevantes. 
Compete aos Estados e ao DF instituir ICMS, ainda que as 
operações e as prestações se iniciem no exterior. O ICMS atenderá 
 
1 “Artigo 1º - A alíquota do ICMS, nas operações e prestações interestaduais, será de
doze por cento. Parágrafo Único - Nas operações e prestações realizadas nas regiões
Sul e Sudeste, destinadas às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e ao Estado do
Espírito Santo, as alíquotas serão: I - em 1989, oito por cento; II - a partir de 1990,
sete por cento”. 
 
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ao seguinte: 
(i) será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços
com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou
pelo Distrito Federal; 
(ii) a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da
legislação: (a) não implicará crédito para compensação com o montante
devido nas operações ou prestações seguintes; (b) acarretará a anulação
do crédito relativo às operações anteriores. 
(iii) poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e
dos serviços; 
(iv) resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República
ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação; 
(v) é facultado ao Senado Federal: (a) estabelecer alíquotas mínimas nas
operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e
aprovada pela maioria absoluta de seus membros; (b) fixar alíquotas
máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que
envolva interesse de Estados, mediante resolução de iniciativa da maioria
absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; 
(vi) salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos
termos dos convênios interestaduais, as alíquotas internas, nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não
poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; 
(vii) em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a
consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: (a) a alíquota
interestadual, quando o destinatário for contribuinte do imposto; (b) a
alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; 
(viii) na hipótese de alíquota interestadual, quando o destinatário for
contribuinte do ICMS, caberá ao Estado da localização do destinatário o
imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna e a
interestadual; 
(ix) incidirá ICMS também: (a) sobre a entrada de bem ou mercadoria
importados do exterior por pessoa física ou jurídica,ainda que não seja
contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim
como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado
onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço; (b) sobre o valor total da operação, quando
mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na
competência tributária dos Municípios; 
(x) não incidirá ICMS: (a) sobre operações que destinem mercadorias para
o exterior, nem sobre serviços prestados a destinatários no exterior,
assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores; (b) sobre operações que
destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis
líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica; (c) sobre o ouro, 
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quando definido em lei como ativo financeiro (neste caso, apenas incide
IOF); (d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
(xi) não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do IPI, quando
a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à
industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois
impostos; 
(xii) cabe à lei complementar: (a) definir seus contribuintes; (b) dispor
sobre substituição tributária; (c) disciplinar o regime de compensação do
imposto; (d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do
estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação
de mercadorias e das prestações de serviços; (e) prever casos de
manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e
exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; (g) regular a
forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal,
isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados (LC
24/75); (h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o ICMS
incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em
que não se aplicará não-incidência prevista constitucionalmente sobre
operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados; (i) fixar a base de cálculo,
de modo que o montante do imposto a integre, também na importação do
exterior de bem, mercadoria ou serviço; 
(xiii) à exceção do ICMS e do imposto de importação (II) e imposto de
exportação (IE), nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações
relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País; 
(xiv) na hipótese de incidência única do ICMS sobre combustíveis e
lubrificantes, qualquer que seja a sua finalidade: (a) o ICMS caberá ao
Estado onde ocorrer o consumo, nas operações com os lubrificantes e
combustíveis derivados de petróleo; (b) o ICMS será repartido entre os
Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade
que ocorre nas operações com as demais mercadorias, nas operações
interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e seus derivados, e
lubrificantes e combustíveis não incluídos na letra “a” acima; (c) o ICMS
caberá ao Estado de origem, nas operações interestaduais com gás natural
e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos na letra “a”
acima, destinadas a não contribuinte; (d) as alíquotas do imposto serão
definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos
dos convênios interestaduais (LC 24/75), observando-se o seguinte: (1)
serão uniformes em todo o território nacional, podendo ser diferenciadas
por produto; (2) poderão ser específicas, por unidade de medida adotada,
ou ad valorem, incidindo sobre o valor da operação ou sobre o preço que o
produto ou seu similar alcançaria em uma venda em condições de livre
concorrência; (3) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes
aplicando o princípio da anterioridade genérica. 
(xv) as regras necessárias à aplicação do disposto no (xiv) acima, inclusive
as relativas à apuração e à destinação do imposto, serão estabelecidas 
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mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, nos termos dos
convênios interestaduais (LC 24/75). 
1.1.2 O ICMS é classificado pela doutrina predominante como
imposto estadual, fiscal (função eminentemente arrecadatória),
indireto (quem paga é o contribuinte de fato), real (estabelecido em
função da matéria tributada, pouco importando a pessoa do sujeito
passivo), proporcional (alíquota não varia em razão do valor da
base de cálculo), plurifásico (incide sobre todas as etapas de
circulação de riqueza), não cumulativo (compensação do ICMS pago
nas operações/prestações anteriores) e neutro (não distorce a
formação dos preços das mercadorias, isto é, não produz efeitos
econômicos paralelos). 
1.1.2.1 Porém, a classificação acima é relativizada por parte da
doutrina, afirmando estes que o ICMS também pode ser considerado
extrafiscal (ex.: atração de empresas mediante incentivos fiscais) e a
sua neutralidade impositiva é marcadamente teórica. 
1.1.2.1.1 Neste sentido, afirma Rubens Gomes de Souza (autor do
CTN), "temos de nos guardar da falácia de que existem impostos
neutros, ou seja, impostos que geram receita sem produzir outros
efeitos econômicos paralelos”. 
1.1.2.1.2 A neutralidade tributária significa que o tributo não gera
distorções econômicas, isto é, não provoca distorções na formação
dos preços das mercadorias ou serviços. 
1.1.2.1.3 De acordo com Alcides Jorge Costa (Prof. aposentado da
USP), o ICMS é um imposto neutro, pois sua carga tributária é
repassada para o consumidor final e não gera distorções econômicas.
A neutralidade impositiva expressa, também, que o consumidor final
sabe o quanto paga de imposto, eis que “independentemente do
número de operações, o imposto será igual à multiplicação da
alíquota pelo preço da última saída”. Assim, a neutralidade impositiva
é o contraponto da incidência tributária em cascata ou cumulativa. 
1.1.2.1.4 No conceito de imposto indireto neutro, a valor do imposto
corresponde ao que o consumidor final está pagando ao adquirir uma
mercadoria ou serviço. Este é o entendimento da doutrina
majoritária. Por sua vez, registra-se que o texto constitucional dispõe
sobre a possibilidade (faculdade) do ICMS ser seletivo, em função da
essencialidade das mercadorias ou dos serviços tributados. 
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1.1.2.1.5 Ademais, segundo a LC 87/96, ressalta-se que a
caracterização do fato gerador do ICMS independe da natureza
jurídica da operação que o constitua. 
1.2. Hipótese de incidência (fato gerador) - 
O ICMS incide sobre: 
(i) operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o
fornecimento de alimentação e bebidas em bares, restaurantes e
estabelecimentos similares; 
(ii) prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias ou
valores; 
(iii) prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer
meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a 
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de
qualquer natureza; 
(iv) fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
(v) fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos
ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a
lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do 
imposto estadual; 
(vi) sobre a entrada de mercadoria ou bem importados do exterior,
por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitualdo imposto, qualquer que seja a sua finalidade; 
(vii) sobre o serviço prestado no exterior ou cuja prestação se tenha
iniciado no exterior; 
(viii) sobre a entrada, no território do Estado, de petróleo, inclusive
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de 
energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à
industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente; 
(ix) operação de extração de petróleo. 
1.2.1 Circulação de mercadorias - A operação relativa a circulação
de mercadorias é um dos fatos geradores do ICMS. A circulação é a
mudança de titularidade jurídica do bem, isto é, não há circulação
sem a transferência de propriedade da mercadoria (circulação
jurídica). 
1.2.1.1 Assim, a simples saída física da mercadoria não dá causa ao
ICMS. Por conseguinte, a súmula 166 do STJ diz que “não constitui
fato gerador do ICMS o simples deslocamento de mercadoria de um 
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para outro estabelecimento do mesmo contribuinte”. 
1.2.1.2 Neste sentido, a jurisprudência compreende que o mesmo
entendimento se aplica as transferências realizadas dentro do Estado
e entre Estados diversos. 
1.2.1.2.1 Sobre o tema, destacam-se as seguintes decisões: “O STF
fixou entendimento no sentido de que o simples deslocamento da
mercadoria de um estabelecimento para outro da mesma empresa,
sem a transferência de propriedade, não caracteriza a hipótese de
incidência do ICMS” (RE 596.983-AgR); “Efetuada a compra e venda
em matriz da empresa, no Rio de Janeiro, local do recolhimento do
ICMS, não cabe falar em cobrança do referido imposto quando da
chegada da mercadoria ao consumidor final residente em outro
Estado da federação, no caso Minas Gerais” (RDDT vol. 56 p. 127). 
1.2.1.3 Nesse contexto, entende-se que a “circulação” exige a
transferência da titularidade do bem, no âmbito das operações
mercantis, ou seja, o deslocamento da mercadoria deve ser ato de
mercancia. 
1.2.1.4 Decerto, também não constitui “fato gerador do imposto de
circulação de mercadorias a saída física de máquinas, utensílios e
implementos a título de comodato (empréstimo).” (súmula 573 do
STF). 
1.2.1.5 Do mesmo modo, acontece com a remessa para pura
demonstração e/ou consignação, que tem o fim de exame e
divulgação de um bem e que poderá vir a ser comercializado; ou a
doação de bens, porque não implica operação mercantil. 
1.2.1.6 Ainda sobre a circulação de mercadoria, o STJ cancelou a
súmula 152 que previa a incidência do ICMS na venda pelo segurador
de bens salvados de sinistros, por estar prevista no contrato de
seguro, não podendo, por conseguinte, ser objeto de tributação por
lei estadual. 
1.2.1.6.1 Isto é, não incide ICMS na operação de venda pelo
segurador de bens salvados de sinistros, segundo entendimento atual
do STJ e também do STF. É a súmula vinculante 32. 
1.2.1.7 Nesse rumo, a mercadoria, para fins de incidência do ICMS,
é bem ou coisa móvel corpórea ou incorpórea sujeito à mercancia,
isto é, tem por finalidade a sua distribuição para consumo. 
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1.2.1.7.1 Com o advento da CF/88, ficou superado o entendimento
de que a energia elétrica (coisa incorpórea) não é mercadoria para
fins de incidência do ICMS, pois incide ICMS sobre energia elétrica,
exceto sobre operações que destinem a outros Estados a energia
elétrica (operações interestaduais). 
1.2.1.7.2 Nesse rumo, recentemente o STF decidiu pela
impossibilidade da cobrança de ICMS incidente sobre o fornecimento
de água potável encanada, eis que se trata de serviço público
essencial e não mercadoria (AI 682.565-AgR, DJE de 7-8-09). Por sua
vez, a água mineral e a água oxigenada vendidas a consumidor final,
qualificam-se como mercadorias, incidindo ICMS. 
1.2.1.7.3 Também decidiu o STF que na incorporação de uma
sociedade por outra inexiste circulação de mercadorias. Portanto, não
incide ICMS na hipótese de incorporação de uma sociedade por outra
(RE 208.932-ED-AgR, DJE de 17-4-09). 
1.2.1.7.4 É igualmente indevida a cobrança do ICMS na hipótese de
venda eventual e esporádica de bem móvel integrante do ativo fixo
da pessoa jurídica, pois o bem alienado nessas condições não é
mercadoria e a operação não configura circulação de mercadoria, que
requer habitualidade (RE 203.940/SP, de 04/05/1999). Portanto,
compreende-se que a venda esporádica de bens de ativo fixo da
pessoa jurídica não se enquadram no conceito de mercadoria, uma
vez que não são bens comercializados habitualmente. 
1.2.1.7.5 Noutro ponto, não incide ICMS sobre o simples depósito,
guarda e conservação de mercadorias, em armazéns gerais, pois o
fato gerador do ICMS exige circulação de mercadoria. 
1.2.2 Circulação de mercadorias versus prestação de serviços
municipais - Na distinção entre circulação de mercadoria e
prestação de serviço tem-se importantes situações que,
normalmente, acarretam grandes polêmicas entre a competência
tributária estadual (incidência do ICMS) e a municipal (incidência do
ISS). 
1.2.2.1 Assim sendo, a doutrina classifica a operação de circulação
de mercadoria (ICMS) como uma obrigação de “dar” (atividade-fim),
diferentemente da obrigação de “fazer” (atividade-meio), que, diz
respeito à prestação de uma utilidade ou comodidade à terceiro, de
modo personalizado, gerando a possibilidade de incidência do ISS. 
1.2.2.2 Neste sentido, por exemplo, o STF decidiu que na confecção 
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de rótulos e etiquetas sob encomenda incide apenas de ISS, e não
ICMS. (AI 533.202-AgR, DJE de 21-11-08). 
1.2.2.3 Em relação aos programas de computador (software), o STF
distingue o software de prateleira e o software sob encomenda,
decidindo que não há incidência do ICMS sobre o software sob
encomenda. 
1.2.2.3.1 O STF compreende que o software sob encomenda é
desenvolvido para atender necessidades pessoais, sendo
personalizado conforme as exigências do adquirente. Diante disso,
entende-se que o software sob encomenda apenas pode ser
alcançado pela incidência do ISS. 
1.2.2.3.2 Já o software de prateleira é o programa-padrão
comercializado em média e grande escala pelos estabelecimentos
empresariais, sem qualquer personalização às necessidades
individuais dos adquirentes, devendo incidir o ICMS. 
1.2.2.3.3 Em resumo, na comercialização de software produzido em
média e larga escala incide ICMS e em programas personalizados,
feitos sob encomenda, poderá incidir o ISS. 
1.2.2.4 Nessa mesma linha, há incidência do ICMS sobre a
comercialização de filmes para vídeo cassete, uma vez que ocorre
operação relativa à circulação de mercadorias. Entretanto, incide ISS
quando o serviço de gravação é feito por solicitação de outrem,
decorrente de encomenda. 
1.2.2.4.1 Decerto, a súmula 135 do STJ ao estabelecer que não
incide o ICMS na gravação e distribuição de filmes e videoteipes,
restringe-se aos filmes e vídeos por encomenda. Ao contrário, as fitas
de vídeo produzidas em série e vendidas ao público em geral,
caracterizam-se como mercadoria, incidindo o ICMS na venda de
cada fita. 
1.2.2.4.2 O posicionamento do STF é o seguinte: “É legítima a
incidência do ICMS na comercialização de exemplares de obras
cinematográficas, gravados em fitas de videocassete.” (Súmula 662
do STF) 
1.2.3 Circulação de mercadorias cumulada com prestação de
serviços municipais - Na circulação de mercadorias cumulada com
a prestação de serviços também há grande controvérsia a respeito da
incidência do ICMS ou ISS. 
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1.2.3.1 Em síntese, o ICMS incide sobre: (a) operações relativas à
circulação de mercadorias, inclusiveo fornecimento de alimentação e
bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; (b)
fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não
compreendidos na competência tributária dos Municípios; (c)
fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao
ISSQN, quando a LC 116/03 expressamente dispor sobre a incidência
do ICMS. 
1.2.3.2 Nesse rumo, destaca-se algumas decisões já predominantes
do STJ e do STF, que servem sobremaneira para a compreensão da
hipótese de incidência do ICMS, a saber: 
1.2.3.2.1 “Sem lei estadual que a estabeleça, é ilegítima a cobrança
do imposto de circulação de mercadorias sobre o fornecimento de
alimentação e bebidas em restaurante ou estabelecimento similar.”
(Súmula 574 do STF) 
1.2.3.2.2 “O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de
coisas móveis.” (Súmula 138 do STJ) 
1.2.3.2.3 “A prestação de serviço de composição gráfica,
personalizada e sob encomenda, ainda que envolva fornecimento de
mercadorias, esta sujeita, apenas, ao ISS.” (Súmula 156 do STJ) 
1.2.3.2.4 “O fornecimento de mercadorias com a simultânea
prestação de serviços em bares, restaurantes e estabelecimentos
similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor total
da operação.” (Súmula 163 do STJ) 
1.2.3.2.5 “O fornecimento de concreto, por empreitada, para
construção civil, preparado no trajeto ate a obra em betoneiras
acopladas a caminhões, e prestação de serviço, sujeitando-se apenas
a incidência do ISS.” (Súmula 167 do STJ) 
1.2.3.2.6 “O ISS incide sobre o valor dos serviços de assistência
médica, incluindo-se neles as refeições, os medicamentos e as diárias
hospitalares” (Súmula 274 do STJ) 
1.2.3.2.7 A esse propósito, segundo o art. 1°, §2°, da LC 116/2003,
ressalvadas as exceções expressas na lista anexa da LC 116/03, os
serviços nela mencionados não ficam sujeitos ao ICMS, ainda que sua
prestação envolva fornecimento de mercadorias. 
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1.2.3.2.7.1 Assim, deve-se tomar nota dos seguintes itens da lista
anexa da LC 116/03, a saber: 7.02 – Execução, por administração,
empreitada ou subempreitada, de obras de construção civil,
hidráulica ou elétrica e de outras obras semelhantes, inclusive
sondagem, perfuração de poços, escavação, drenagem e irrigação,
terraplanagem, pavimentação, concretagem e a instalação e
montagem de produtos, peças e equipamentos (“exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de 
serviços fora do local da prestação dos serviços, que fica 
sujeito ao ICMS”). 7.05 – Reparação, conservação e reforma de
edifícios, estradas, pontes, portos e congêneres (“exceto o
fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos 
serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica 
sujeito ao ICMS”). 14.01 – Lubrificação, limpeza, lustração,
revisão, carga e recarga, conserto, restauração, blindagem,
manutenção e conservação de máquinas, veículos, aparelhos,
equipamentos, motores, elevadores ou de qualquer objeto (“exceto
peças e partes empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS”). 
14.03 – Recondicionamento de motores (“exceto peças e partes
empregadas, que ficam sujeitas ao ICMS”). 17.11 – Organização
de festas e recepções; bufê (“exceto o fornecimento de
alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS”). 
1.2.3.2.8 Por sua vez, o aplicador do direito deve ficar atento as
chamadas atividades simultâneas ou complementares. É a hipótese,
por exemplo, de a empresa que tem por objeto básico atividades
comerciais, e que, normalmente, se sujeita ao ICMS na venda de
máquinas (mercadorias), contudo, ao realizar os serviços de concerto
das mercadorias, sujeitam-se ao ISS. 
1.2.3.2.8.1 O mesmo ocorre com a concessionária de veículos que
se sujeita ao ICMS nas operações mercantis; todavia, fica obrigada
ao ISSQN em eventual serviço de borracharia. 
1.2.4 Prestação de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal - A prestação de serviços de transporte interestadual
(entre Estados) e intermunicipal (entre Municípios) de pessoas, bens,
mercadorias ou valores, ainda que a prestação se inicie no exterior, é
fato gerador do ICMS. 
1.2.4.1 A prestação de serviços de transporte intramunicipal, ou
seja, dentro do próprio Município, é hipótese de incidência do ISS
disposta no item 16 da Lista de serviços anexa a LC 116/03. 
1.2.4.2 Destaca-se que o ICMS não deve incidir quando o transporte 
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é realizado em proveito do próprio contribuinte (carga própria), isto
é, não há juridicamente prestação de serviço a si próprio, uma vez
que a prestação de serviços pressupõe pelo menos duas pessoas. A
prestação de serviços é a outrem e não a si próprio. 
1.2.4.3 Por outro lado, salienta-se como hipótese de incidência do
ICMS as prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal, por qualquer via, isto é, transporte rodoviário,
ferroviário, lacustre, marítimo e aéreo. 
1.2.4.4 No que diz respeito às prestações de serviços de transporte
aéreo interestadual e intermunicipal existem dois precedentes do STF
relevantes. 
1.2.4.4.1 No primeiro (ADIN 1089-1), o STF entendeu que a
exigência do ICMS no caso dos transportes aéreos configura nova
hipótese de incidência tributária, dependente de lei complementar, e
insuscetível de ser instituído pelo Convênio ICMS 66/88. 
1.2.4.4.2 No segundo (ADIn 1.600-DF, DJ 20.06.2003), após o
surgimento do art. 2°, inc. II, da LC 87/96, o STF declarou a
inconstitucionalidade, sem redução de texto, da instituição do ICMS
sobre a prestação de serviços de transporte aéreo de
passageiros intermunicipal, interestadual, internacional, por
entender que a formatação da LC 87/96 seria inconsistente para o
transporte de passageiros, uma vez que impossibilitaria a repartição
do ICMS entre os Estados, não havendo como aplicar as alíquotas
internas e externas. 
1.2.4.4.2.1 Nesta mesma ADIn 1.600-DF, o STF também julgou
inconstitucional a hipótese de incidência de ICMS sobre a prestação
de serviços de transporte aéreo internacional de cargas pelas
empresas aéreas nacionais, enquanto persistirem os convênios de
isenção de empresas estrangeiras. 
1.2.4.4.2.2 Por sua vez, declarou a constitucionalidade da
hipótese de incidência do ICMS sobre a prestação de serviços de
transporte aéreo nacional de cargas. 
1.2.4.4.2.3 Em síntese, é inconstitucional a incidência do ICMS na
prestação de serviços de transporte aéreo de passageiros
intermunicipal, interestadual, internacional e na prestação de serviços
de transporte aéreo internacional de cargas. Todavia, é constitucional
a incidência do ICMS na prestação de serviços transporte aéreo
nacional de cargas. 
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1.2.4.5 Noutro ponto, salienta-se que, na dúvida quanto à incidência
de ICMS ou ISSQN, na prestação serviços de transportes, o STJ tem
aplicado o postulado da preponderância, a saber: “O serviço de
transporte interestadual e intermunicipal de mudanças, por constituir
a atividade-fim da empresa-recorrente, ensejará a incidência do ICMS
e não do ISS, tomando como base de cálculo o preço do serviço
ofertado, aí se incluindo todos os demais serviços de que se vale a
empresa para bem prestar sua atividade-fim. Nas chamadas
atividades mistas, há de ser aplicado o Princípio da Preponderância,
ou seja, a verificação de quais atividades/serviços prestados pela
empresa se sobrepõem aos outros, com o fito de se perquirir se se
dará a incidência da norma tributária estadual ou municipal ao caso.
(REsp 258121/PR, DJ 06.12.2004). 
1.2.4.6 Por fim, anota-se que o STJ compreende que não incide
ICMS sobre a locação de navios, eis que este tipo de atividade não
se confunde com a prestação de serviço transporte intermunicipal e
interestadual de pessoas,bens, mercadorias ou valores (Resp. 
79.445/ES). 
1.2.5 Prestação de serviços de comunicação - Incide ICMS sobre
as “prestações onerosas de serviços de comunicação, por qualquer
meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a
retransmissão, a repetição e a ampliação de comunicação de
qualquer natureza”. 
 
1.2.5.1 Isto quer dizer que incide ICMS sobre a prestação de serviços
de comunicação interestadual, intermunicipal ou intramunicipal, ainda
que as prestações se iniciem no exterior, pois o inc. II, do art. 155,
da CF, não restringe o campo de incidência territorial do ICMS sobre
prestação de serviços de comunicação. 
1.2.5.2 Ressalta-se, entretanto, que o inc. X, do §2°, do art. 155 da
CF estabelece hipótese de imunidade tributária em relação a
incidência do ICMS nas prestações de serviço de comunicação nas
modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção
livre e gratuita. Ou seja, não incidirá ICMS neste tipo de prestação de
serviço. 
1.2.5.3 Por sua vez, o ICMS não incide no serviço dos provedores de
acesso à Internet (súmula 334 do STJ). 
1.2.5.3.1 Segundo o STJ, os serviços prestados pelos provedores de
acesso à Internet enquadram-se no conceito de serviço de valor 
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adicionado fixado no art. 61 da Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 
9.472/97) 2. Dessa forma, como a própria Lei nº 9.472/97 separa os
serviços de valor adicionado dos serviços de telecomunicações, não
há como se submeter os serviços de provimento de acesso à Internet
à tributação pelo ICMS. 
1.2.5.3.2 Trocando em miúdos, os serviços prestados pelos
provedores de acesso à Internet não se enquadram como serviço de
comunicação, podendo ser somente tributados pelo ISSQN, desde
que exista previsão legal na Lista Anexa a LC 116/2003. 
1.2.5.4 Nessa linha, o ICMS também não incide sobre o serviço de
habilitação de telefone celular (súmula 350 do STJ). 
1.2.5.4.1 Segundo o STJ, os valores cobrados a título de adesão,
acesso ou habilitação não devem integrar base de cálculo do ICMS,
uma vez que os serviços de adesão, acesso e habilitação são serviços
meramente acessórios ou preparatórios ao serviço de comunicação
propriamente dito. 
1.2.5.4.2 Isto é, no direito tributário, em homenagem aos princípios
fundamentais da legalidade e da tipicidade fechada, deve-se
interpretar e aplicar os art. 155, II, da CF/88, c/c o 2°, III, da LC
87/96, de forma estrita, não podendo o conceito de serviço de
comunicação abranger serviços que são meios de viabilidade ou de
acesso ao serviço de comunicação. 
1.2.5.4.3 Assim sendo, não incide ICMS sobre o serviço de
habilitação de telefonia móvel celular, uma vez que esta atividade
não representa serviço efetivo de comunicação. 
1.2.5.5 Segundo o STJ, também não há incidência do ICMS sobre o
serviço de instalação de linha telefônica fixa, pois o ICMS apenas
pode incidir sobre os “serviços de comunicação propriamente ditos, 
 
2 “Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um serviço de
telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se confunde, novas utilidades
relacionadas ao acesso, armazenamento, apresentação, movimentação ou
recuperação de informações. novas utilidades relacionadas ao acesso,
armazenamento, apresentação, movimentação ou recuperação de informações. §1º.
Serviço de valor adicionado não constitui serviço de telecomunicações, classificando-
se seu provedor como usuário do serviço de telecomunicações que lhe dá suporte,
com os direitos e deveres inerentes a essa condição. § 2º. É assegurado aos
interessados o uso das redes de serviços de telecomunicações para prestação de
serviços de valor adicionado, cabendo à Agência, para assegurar esse direito, regular
os condicionamentos, assim como o relacionamento entre aqueles e as prestadoras
de serviço de telecomunicações.” 
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no momento em que são prestados, ou seja, apenas pode incidir
sobre a atividade-fim, que é o serviço de comunicação, e não sobre a
atividade-meio ou intermediária, que é, por exemplo, a habilitação, a
instalação, a disponibilidade, a assinatura, o cadastro de usuário e de
equipamento, entre outros serviços. Isso porque, nesse caso, o
serviço é considerado preparatório para a consumação do ato de
comunicação”. 
1.2.5.5.1 Neste sentido, os serviços de instalação de linha telefônica
fixa não são considerados serviços de comunicação, mas serviços de
natureza meramente intermediária ou acessória (REsp 601056/BA, DJ 
03.04.2006). 
1.2.5.6 Do mesmo modo, o STJ compreende que na prestação de
serviços de adesão, de habilitação, de instalação de ponto extra, de
mudança de seleção de canais, de instalação de equipamento e de
assistência técnica de TV a cabo não incide ICMS, pois não se inclui
no conceito de serviço de telecomunicações previsto na Lei 8.977/95
(REsp 710774/MG, DJ 06.03.2006). 
1.2.5.6.1 Noutro ponto, na prestação propriamente de serviços de
TV a cabo deve incidir ICMS. O serviço de TV a cabo consiste, por
expressa disposição do art. 2º 3 c/c o inciso V, do art. 5º 4 da Lei 
8.977/95, em serviço de telecomunicação, que é espécie de serviço
de comunicação, prestado por operadora, que, utilizando um
conjunto de equipamentos, instalações e redes, de sua propriedade
ou não, viabiliza a recepção, o processamento, a geração e a
distribuição aos assinantes de programação e de sinais próprios ou de
terceiros. Portanto, a prestação onerosa desse serviço caracteriza
hipótese de incidência do ICMS. 
1.2.5.6.2 No caso do serviço de pay-per-view, podemos utilizar os
mesmos argumentos e também citar o parágrafo único do art. 2° 5 da
mesma Lei. 
 
3 “O Serviço de TV a Cabo é o serviço de telecomunicações que consiste na
distribuição de sinais de vídeo e/ou áudio, a assinantes, mediante transporte por meios
físicos.” 
4 “Operadora de TV a Cabo é a pessoa jurídica de direito privado que atua mediante
concessão, por meio de um conjunto de equipamentos e instalações que possibilitam
a recepção, processamento e geração de programação e de sinais próprios ou de
terceiros, e sua distribuição através de redes, de sua propriedade ou não, a assinantes
localizados dentro de uma área determinada;” 
5 “Incluem-se neste serviço a interação necessária à escolha de programação e outras
aplicações pertinentes ao serviço, cujas condições serão definidas por regulamento do
Poder Executivo.” 
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1.2.5.6.3 Porém, em relação às produtoras de programas para TV a
cabo ou comerciais, o STJ entende que inexiste hipótese de incidência
do ICMS, pois as “produtoras de programas para TV a cabo ou
comerciais que efetivamente não distribuem tais programas por
nenhum meio físico ao público em geral, mas apenas contratam com
a operadora/distribuidora de sinais de TV, não estão sujeitas ao
recolhimento de ICMS, uma vez que os serviços que prestam não
estão previstos na Lei Complementar n. 87/96”. 
1.2.5.7 Os serviços de comunicação são os relativos às atividades de
transmissão/recepção de sinais de TV (REsp 726103/MG, DJ 
08.08.2007). 
1.2.5.8 Noutro ponto, incide ICMS sobre os serviços de
radiochamada (bip ou pager), uma vez que há serviço de
comunicação. 
1.2.5.8.1 Confira-se precedente do STJ, que, a contrario sensu,
admite tributação pelo ICMS dos serviços de radiochamada: “O
convênio ICMS 115/96 foi elaborado com o escopo de autorizar os
Estados e o DF a conceder redução de base de cálculo do ICMS tão-
somente nas prestações de serviços de radiochamada” (REsp
805795/RJ, DJ 04.10.2007). 
1.2.5.8.2 No seu voto vencedor, a Min. Eliana Camon, assim se
pronunciou: “(...) ‘sendo a prestaçãodo serviço de radiochamada
serviço destinado a possibilitar uma comunicação entre pessoas
através da transmissão de sinais de chamada, especialmente
codificados, mediante contraprestação onerosa, conclui-se que é um
serviço especial de telecomunicações, sujeito, portanto, à incidência
do ICMS, nos termos do art. 155, II, da CF⁄88’”. 
1.2.5.9 Por fim, observa-se que, segundo o STJ, incide ICMS sobre a
“cobrança de assinatura básica residencial, que se constitui em
verdadeira remuneração do serviço de telefonia, já que sua previsão
legal é de estabelecer valor mínimo que justifique a viabilidade
econômica do serviço com a contrapartida de franquia de utilização”
(REsp 1022257/RS, DJe 17.03.2008). 
1.2.6 Incidência do ICMS sobre a importação de mercadoria ou
bem - O antigo art. 155, §2°, IX, “a”, da CF/88, estabelecia que
incide ICMS sobre a “entrada de mercadoria importada do exterior,
ainda quando se tratar de bem destinado a consumo ou ativo fixo do
estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, 
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cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento 
destinatário da mercadoria ou do serviço”. 
1.2.6.1 Com base neste dispositivo constitucional, o inc. I, do
parágrafo único, do art. 4°, da LC 87/96, estabeleceu que é
contribuinte do ICMS a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem
habitualidade, importe mercadorias do exterior, ainda que as destine
a consumo ou ao ativo permanente do estabelecimento. 
1.2.6.2 Estas duas revogadas regras jurídicas deram ensejo a duas
súmulas do STJ, afirmando este Tribunal que na “importação de
veiculo por pessoa física, destinado a uso próprio, incide o ICMS”
(Súmula 198). Do mesmo modo estabeleceu que o ICMS “incide na
importação de aeronave, por pessoa física, para uso próprio” (Súmula
155). 
1.2.6.3 Todavia, o STF na interpretação do antigo art. 155, §2°, IX,
“a”, da CF/88, posicionou-se de forma bem diversa do STJ,
estabelecendo que “não incide ICMS na importação de bens por
pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto”
(súmula 660). 
1.2.6.4 Neste caso, o STF compreendeu que para ser contribuinte do
ICMS deve-se praticar a operação relativa à “circulação de
mercadoria”, isto é, não é contribuinte do ICMS a pessoa física que
importa a mercadoria para uso próprio, sem habitualidade, pois o
significado do enunciado “consumo” disposto na citada regra diz
respeito ao estabelecimento empresarial que exerce a atividade de
“circulação de mercadoria”. 
1.2.6.5 Nesse rumo, contrariando a interpretação do STF, o
Congresso Nacional aprovou a EC n° 33/01, alterando o enunciado do
art. 155, §2°, IX, “a”, da CF/88, para estabelecer a incidência do
ICMS sobre a “entrada de bem ou mercadoria importados do exterior
por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual
do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde
estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço”. 
1.2.6.5.1 Ou seja, o novo enunciado constitucional alargou o campo
de incidência do ICMS para abranger mercadoria ou bem importado,
estabelecendo como contribuinte pessoa física ou jurídica, ainda que
não seja contribuinte habitual do ICMS, bem como deixando sem
relevância a finalidade da importação. 
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1.2.6.5.2 De acordo com a nova regra constitucional, o inc. I, do
parágrafo único, do art. 4°, da LC 87/96, também foi alterado, para
estabelecer que é contribuinte a pessoa física ou jurídica que, mesmo 
sem habitualidade ou intuito comercial importe mercadorias ou bens
do exterior, qualquer que seja a sua finalidade. 
1.2.6.5.3 Entretanto, mesmo após a mudança do texto
constitucional, o STF contrariando a interpretação literal do novo art.
155, §2°, IX, “a”, da CF/88, estabeleceu que não incide ICMS na
“importação de aeronaves e/ou peças ou equipamentos que as
componham em regime de leasing (arrendamento mercantil)”, pois,
nesta operação não há transferência de titularidade do bem. Neste
sentido, STF afirmou que “a circulação de mercadoria é pressuposto
de incidência do ICMS”. 
1.2.6.5.4 Neste sentido, o STJ pacificou a sua jurisprudência no
sentido de que não incide ICMS nas operações de importação de
aeronaves realizadas por meio de arrendamento mercantil, dada a
impossibilidade de aquisição do bem ao final do contrato e, portanto,
a ausência de circulação de mercadoria, pressuposto da incidência do
tributo em questão. Orientação firmada pelo STF no RE 461.968/SP.
(REsp 110816 /SP, DJe 24/09/2009) 
1.2.6.5.5 Contudo, incide ICMS na hipótese de importação de
equipamento ou mercadoria destinado ao ativo fixo de empresa,
situação na qual a opção do arrendatário pela compra do bem
necessariamente acontece. Nesse rumo, por exemplo, incide ICMS na
importação de veículo automotor ou aeronave destinada ao ativo fixo
de empresa. 
1.2.6.5.6 Em resumo, não incide ICMS nas operações de importação
de aeronaves realizadas por meio de arrendamento mercantil e incide
ICMS na importação de equipamento destinado ao ativo fixo de
empresa. 
1.2.7 Incidência do ICMS sobre as cooperativas de consumo -
No que concerne a incidência do ICMS e as cooperativas de consumo,
quando praticam atos cooperativos e atos não cooperativos, entende-
se que incide ICMS nas duas hipóteses. Senão, vejamos precedente
do STJ: “É pacífico o entendimento da Corte de que incide ICMS ainda
que em operações da cooperativa com seus cooperados”. (REsp
243882/RS, DJ 24.06.2002) 
1.2.7.1 As cooperativas de consumo se caracterizam pela “compra 
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em comum de artigos de consumo para seus cooperantes, buscando
diminuir o custo desses produtos. Na prática funcionam como
supermercados.” 
1.2.7.2 Nesse rumo, dá-se importância também a seguinte decisão
do STF, a saber: “ICMS. Cooperativas de consumo. Inexiste, no caso,
ofensa ao artigo 146, III, "c", da Constituição, porquanto esse
dispositivo constitucional não concedeu às cooperativas
imunidade tributária, razão por que, enquanto não for promulgada
a lei complementar a que ele alude, não se pode pretender que, com
base na legislação local mencionada no aresto recorrido, não possa o
Estado-membro, que tem competência concorrente em se tratando
de direito tributário, dar às Cooperativas o tratamento que julgar
adequado, até porque tratamento adequado não significa
necessariamente tratamento privilegiado”. (RE 141800/SP, DJ 03-10-
1997) 
1.2.7.2.1 Portanto, não há imunidade tributária em relação aos atos
cooperativos praticado pelas sociedades cooperativas. 
1.2.8 Incidência do ICMS sobre energia elétrica, derivados de
petróleo, lubrificantes, combustíveis e minerais - A CF/88
dispõe no art. 155, XII, “h”, que cabe a lei complementar definir os
combustíveis e lubrificantes sobre os quais o ICMS incidirá uma única
vez, qualquer que seja a sua finalidade. 
1.2.8.1 Nesta hipótese, segundo a citada regra constitucional, não
incidirá ICMS sobre operações que destinem a outros Estados
(operações interestaduais) petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica.
Por sua vez, o §3°, do art. 155, da CF/88, dispõe que à exceção do
ICMS, do imposto de importação (II) e do imposto de exportação
(IE), nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas
à energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do País. 
1.2.8.1.1 Logo, poderá incidir ICMS sobre operações relativas a
energia elétrica, derivados de petróleo, lubrificantes, combustíveis e
minerais. 
1.2.8.1.1.1 Fundamentado nestes dispositivos constitucionais,o inc.
III, do §1°, do art. 2° a LC 87/96, estabelece que incide ICMS sobre
a entrada, no território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e de
energia elétrica, quando não destinados à comercialização ou à 
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industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver localizado o adquirente. 
1.2.8.1.1.2 No mesmo sentido, o inc. III, do art. 3°, da LC 87/96,
estabelece que não incide ICMS sobre operações interestaduais
relativas a energia elétrica e petróleo, inclusive lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, quando destinados à
industrialização ou à comercialização. 
1.2.8.1.3 Assim, no caso, pode-se dividir em três as incidências do
ICMS: (a) ICMS sobre energia elétrica; (b) ICMS sobre derivados de
petróleo, lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados; (c) ICMS sobre minerais. 
1.2.8.1.3.1 A respeito da letra “a”, a legislação estadual ou distrital
poderá vir a estabelecer como hipótese de incidência as operações
relativas a serviço, circulação ou importação de energia elétrica. 
1.2.8.1.3.2 No que se refere à letra “b”, a legislação estadual ou
distrital poderá vir a estabelecer como hipótese de incidência as
operações relativas a serviço, circulação ou importação ligadas
umbilicalmente ao petróleo, lubrificante, combustível líquido e
gasoso. 
1.2.8.1.3.2.1 Neste ponto, Roque Carrazza ensina: “Nos termos da
Constituição Federal, este imposto tem por hipótese de incidência
possível a circunstância de uma pessoa produzir, importar, fazer
circular, distribuir ou consumir lubrificantes ou combustíveis líquidos
e gasosos. O legislador ordinário (estadual ou distrital), ao criar, in
abstrato, este imposto, poderá colocar em sua hipótese de incidência,
todos, alguns ou um desses fatos. Qualquer operação relativa a
produção, importação, circulação, distribuição ou consumo de
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos só pode ser objeto de
tributação por via do ICMS. Nunca de ISS”. 
1.2.8.1.3.2.2 Esta lição do mestre é parcialmente adequada, eis que
o enunciado “só pode ser objeto de tributação” é equivocado, uma
vez que, por exemplo, a CIDE-combustíveis incide sobre a importação
e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus
derivados, e álcool etílico combustível. 
1.2.8.1.3.2.3 Do mesmo modo acontece com a citada súmula 659
do STF, afirmando a legitimidade da cobrança da COFINS, do PIS e
do FINSOCIAL sobre as operações relativas a derivados de petróleo e
combustíveis. Porém, como bem lembrou, não pode incidir ISS. 
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1.2.8.1.3.2.4 Decerto, recentemente o STF decidiu que incide ICMS
sobre a operação de bombeamento e tancagem de combustível. (RE
358.956, DJE de 27-6-08). 
1.2.8.1.3.3 A respeito da letra “c”, a legislação estadual ou distrital
poderá vir a estabelecer como hipótese de incidência as operações
relativas à extração, consumo, distribuição ou circulação de minerais. 
1.2.8.1.3.3.1 Neste ponto, destaca-se também o §5°, do art. 153,
da CF/88, estabelecendo que o ouro, quando definido em lei como
ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à
incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro,
ou relativas a títulos ou valores mobiliários (IOF), devido na operação
de origem. 
1.2.8.1.3.3.2 Em outras palavras, o ICMS poderá incidir sobre
operações com o ouro, exceto quando o ouro é considerado ativo
financeiro ou instrumento cambial. 
1.2.8.1.3.3.3 A Lei 7.766/89, dispondo sobre o ouro e seu
tratamento tributário afirma que o ouro, desde a extração, é
considerado ativo financeiro ou instrumento cambial em qualquer
estado de pureza, em bruto ou refinado, quando destinado ao
mercado financeiro ou à execução da política cambial do País, em
operações realizadas com a interveniência de instituições integrantes
do Sistema Financeiro Nacional, na forma e condições autorizadas
pelo Banco Central do Brasil (art. 1°). 
1.2.8.1.3.3.4 Enquadra-se nesta condição de ativo financeiro ou
instrumento cambial: (i) o ouro envolvido em operações de
tratamento, refino, transporte, depósito ou custódia, desde que
formalizado compromisso de destiná-lo ao Banco Central do Brasil ou
à instituição por ele autorizada; (ii) as operações praticadas nas
regiões de garimpo onde o ouro é extraído, desde que o ouro na
saída do Município tenha o mesmo destino a que se refere o item (i). 
1.2.8.1.3.3.5 Assim, exceto nas hipóteses citadas acima, o ICMS
poderá incidir sobre operações com o ouro, que é uma espécie de
mineral. 
1.3 Não incidência (MUITO IMPORTANTE!) - A CF/88 dispõe
especificadamente que o ICMS não incidirá: (a) sobre operações que
destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados
a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o 
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aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e
prestações anteriores; (b) sobre operações que destinem a outros
Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, e energia elétrica; (c) sobre o ouro, quando
definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial; (d)
nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita. 
1.3.1 São hipóteses de não-incidência constitucionalmente
qualificadas, isto é, hipóteses de imunidade tributária referentes ao
ICMS. 
1.3.2 Em relação à letra “b”, o STF já decidiu que a imunidade
tributária restringe-se ao Estado de origem, não abrangendo o Estado
de destino da mercadoria, onde são tributadas todas as operações
que compõem o ciclo econômico por que passam os produtos,
independentemente de se tratar de consumidor final ou
intermediário. (RE 190.992-AgR, DJ de 19-12-02; RE 338.681-AgR-
ED, DJ de 3-2-06). 
1.3.3 Nessa linha, o art. 3° e parágrafo único da LC 87/96,
estabelece que o ICMS não incide sobre: 
(i) operações com livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão (imunidade tributária cultural); 
(ii) operações e prestações que destinem ao exterior
mercadorias, inclusive produtos primários e produtos
industrializados semi-elaborados, ou serviços; 
(iii) operações interestaduais relativas a energia elétrica e
petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e
gasosos dele derivados, quando destinados à industrialização
ou à comercialização; 
(iv) operações com ouro, quando definido em lei como ativo
financeiro ou instrumento cambial; 
(v) operações relativas a mercadorias que tenham sido ou que
se destinem a ser utilizadas na prestação, pelo próprio autor
da saída, de serviço de qualquer natureza definido em lei
complementar como sujeito ao imposto sobre serviços, de
competência dos Municípios, ressalvadas as hipóteses
previstas na mesma lei complementar; 
(vi) operações de qualquer natureza de que decorra a
transferência de propriedade de estabelecimento industrial,
comercial ou de outra espécie; 
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(vii) operações decorrentes de alienação fiduciária em
garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em
decorrência do inadimplemento do devedor; 
(viii) operações de arrendamento mercantil, não compreendida
a venda do bem arrendado ao arrendatário; 
(ix) operações de qualquer natureza de que decorra a
transferência de bens móveis salvados de sinistro para
companhias seguradoras. 
1.3.3.1 Equipara-se às operações de que trata o item (ii) a saída de
mercadoria realizada com o fim específico de exportação para o
exterior, destinada a:(a) empresa comercial exportadora, inclusive
tradings ou outro estabelecimento da mesma empresa; (b) armazém
alfandegado ou entreposto aduaneiro. 
1.3.3.2 Deste modo, as normas estaduais do RJ estabelecem o
quadro geral que se segue: 
Não incide ICMS sobre operação ou prestação: 
I - com livro, jornal, periódico e o papel destinado à sua impressão. Esta
regra não se aplica às operações relativas a circulação das seguintes
mercadorias: (a) livro em branco ou simplesmente pautado, bem como o
utilizado para escrituração de qualquer natureza; (b) agenda ou similar; e 
(c) catálogo, guia, lista, inclusive telefônica, e outros impressos que
contenham propaganda comercial; 
II - que destine ao exterior mercadoria ou serviço, equiparando-se às
operações a saída de mercadoria realizada com o fim específico de 
exportação para o exterior, destinada a: (a) empresa comercial
exportadora, inclusive tradings ou outro estabelecimento da mesma
empresa; e (b) armazém alfandegado ou entreposto aduaneiro. Contudo,
verificado, a qualquer tempo, que a mercadoria não chegou ao destino
indicado ou foi reintroduzida no mercado interno, a operação será
considerada tributável, ficando o contribuinte obrigado a recolher o ICMS
relativo à saída, com os acréscimos e penalidades cabíveis; 
III - que destine a outro Estado e Distrito Federal energia elétrica e
petróleo, inclusive lubrificante e combustível líquido e gasoso dele
derivados, quando destinados à industrialização ou à comercialização;
IV - com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou 
instrumento cambial; 
V - com mercadoria em virtude de alienação fiduciária em garantia, na: (a)
transmissão de domínio feita pelo devedor fiduciante em favor do credor
fiduciário; (b) transferência da posse da mercadoria objeto da garantia, em
favor do credor fiduciário, em virtude de inadimplemento do fiduciante; e 
(c) transmissão do domínio do credor para o devedor, em virtude da
extinção, pelo pagamento, da garantia; 
VI - com mercadoria de terceiro, na saída de estabelecimento de empresa 
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de transporte ou de depósito, por conta e ordem desta; 
VII - com mercadoria, na saída para estabelecimento localizado neste
Estado ou na transmissão de sua propriedade, decorrente da transferência
de estoque de uma sociedade para outra, em virtude de: (a) 
transformação, fusão, cisão ou incorporação; e (b) aquisição do
estabelecimento; 
VIII - com mercadoria, na saída para estabelecimento localizado neste
Estado ou na transmissão de sua propriedade, decorrente de transferência 
de estoque, de uma empresa individual para outra ou para uma sociedade, 
em virtude de aquisição do estabelecimento; 
IX - com mercadoria na saída decorrente da transferência de estoque,
dentro do Estado, ou na transmissão de sua propriedade, de firma
individual ou de sociedade, para integralização do capital de outra 
sociedade; 
X - com mercadoria componente do estoque do estabelecimento, de um
lugar para outro dentro do Estado, em decorrência da mudança de sua
localização; 
XI - com mercadoria destinada a armazém geral situado neste Estado, para 
depósito em nome do remetente; 
XII - com mercadoria destinada a depósito fechado, do próprio
contribuinte, localizado neste Estado; 
XIII - de retorno, ao estabelecimento depositante, de mercadoria dos 
estabelecimentos referidos nos incisos XI e XII; 
XIV - de saída de peça, ferramenta, máquina, veículo, equipamento e
outros utensílios, integrados ao ativo fixo, desde que devam retornar ao
estabelecimento de origem ou a outro do mesmo titular; 
XV - com impresso personalizado, promovida por estabelecimento da
indústria gráfica diretamente a usuário final, pessoa física ou jurídica, o
que não se aplica a saída de impresso destinado a propaganda e
publicidade; 
XVI - com artigo funerário, quando promovida por empresa do ramo
concomitantemente com a prestação de serviço funerário; 
XVII - com mercadoria, em decorrência de locação ou comodato;
XVIII - de fornecimento, pelo estabelecimento prestador dos serviços
compreendidos na competência tributária municipal, de mercadoria a ser
ou que tenha sido utilizada na prestação de tais serviços, ressalvados os
casos de incidência do imposto estadual definidos em lei complementar; 
XIX - de fornecimento de medicamento e refeição, em seu próprio recinto,
por hospital, sanatório, casa de saúde e de recuperação ou repouso sob
orientação médica, extensivo ao acompanhante, desde que incluído seu 
valor na respectiva conta de prestação de serviço; 
XX - de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem
arrendado ao arrendatário; 
XXI - de transferência de bens móveis salvados de sinistro para 
companhias seguradoras; 
XXII - de aquisição de veículo novo por taxista, na forma de pessoa física
ou jurídica que opera no setor, inscrito no órgão municipal competente, 
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para uso específico como táxi, limitado a um veículo por beneficiário, e no
equivalente a 1/4 (um quarto) dos veículos registrados pela pessoa jurídica
no órgão competente, desde que o mesmo não tenha adquirido veículo
com isenção ou não-incidência do ICMS em prazo inferior a 02 (dois) anos; 
XXIII - de aquisição de veículo novo por portador de deficiência motora ou 
por seus responsáveis legais, devidamente atestada pelo órgão
competente, para seu uso pessoal limitado a um veículo por beneficiário, e
desde que o mesmo não tenha adquirido veículo com isenção ou não-
incidência do ICMS em prazo inferior a 02 (dois) anos; 
XXIV - de aquisição de ônibus novos (chassis e carroceria), por parte de
empresas concessionárias e permissionárias de transporte coletivo de
passageiros, desde que sejam adquiridos até 30 de maio de 2007 e
devidamente cadastradas nos órgãos competentes 
XXV - de serviço intermunicipal de transporte rodoviário de passageiros e o
transporte fornecido pelo empregador com ou sem ônus para funcionários 
e/ou empregados. 
QUESTÕES
1. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) Assinale a
alternativa que indique a hipótese de não-incidência do
ICMS que não é definida pela Lei nº 2.657/96. 
(A) Operação com mercadoria destinada a depósito fechado,
do próprio contribuinte, localizado no Estado do Rio de
Janeiro, bem assim a operação de retorno, ao
estabelecimento depositante. 
(B) Aquisição de veículo novo por taxista e por portador de
deficiência motora, desde que os mesmos não tenham
adquirido veículo com isenção ou não incidência do ICMS em
prazo inferior a 2 (dois) anos. 
(C) Operação de arrendamento mercantil, não
compreendida a venda do bem arrendado ao arrendatário. 
(D) Operação com mercadoria de terceiro, na saída de
estabelecimento de empresa de transporte ou de depósito,
por conta e ordem desta. 
(E) Operação com bens móveis salvados de sinistro em
venda por empresa seguradora. 
A resposta é a letra “e”, eis que a Lei 2.657/96 define como
hipótese de não incidência do ICMS a “transferência de bens móveis
salvados de sinistro para as companhias seguradoras”, e não “em
venda por empresa seguradora”. 
Todas as demais alternativas são verdadeiras, de acordo com o
importante quadro colocado na aula. 
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2. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) Nos termos da Lei
Complementar 87/96, o ICMS não incide sobre: 
I. operações decorrentes de alienação fiduciária em
garantia, inclusive a operação efetuada pelo credor em
decorrência do inadimplemento do devedor; 
II. o fornecimento de alimentação e bebidas em bares,
restaurantes e estabelecimentos similares; 
III. operações com livros, jornais, periódicos e o papel
destinado a sua impressão. 
Analise os itens acima e assinale: 
(A) se nenhumitem estiver correto. 
(B) se somente os itens I e II estiverem corretos. 
(C) se somente os itens II e III estiverem corretos. 
(D) se somente os itens I e III estiverem corretos. 
(E) se todos os itens estiverem corretos. 
A resposta é a letra “d”, uma vez que o fornecimento de
alimentação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos
similares é hipótese de incidência do ICMS, de acordo com o art. 2°,
I, da LC 87/96. 
3. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) Nos termos da Lei 
2.657/96, o ICMS incide sobre operações: 
(A) com livro em branco ou simplesmente pautado, bem
como o utilizado para escrituração de qualquer natureza. 
(B) que destinem ao exterior mercadorias ou serviços. 
(C) que destinem a outro Estado e Distrito Federal energia
elétrica e petróleo, inclusive lubrificante e combustível
líquido e gasoso dele derivados, quando destinados à
industrialização ou à comercialização. 
(D) com artigo funerário, quando promovida por empresa do
ramo concomitantemente com a prestação de serviço
funerário. 
(E) com ouro, quando definido em lei como ativo financeiro
ou instrumento cambial. 
A resposta é a letra “a”, pois o ICMS não incide sobre
operações com livro, jornal, periódico e o papel destinado à sua
impressão. Contudo, tal regra não se aplica às operações relativas a
circulação das seguintes mercadorias: (a) livro em branco ou
simplesmente pautado, bem como o utilizado para
escrituração de qualquer natureza; (b) agenda ou similar; e (c)
catálogo, guia, lista, inclusive telefônica, e outros impressos que
contenham propaganda comercial. 
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4. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2007) Nos termos do art.
40 da Lei 2.657/96, não configura fato gerador do ICMS a
saída de mercadoria do estabelecimento em virtude de: 
(A) doação. 
(B) permuta. 
(C) comodato. 
(D) dação em pagamento. 
(E) venda do bem arrendado ao arrendatário, em operação
de arrendamento mercantil. 
A resposta é a letra “c”, pois não incide ICMS sobre operações
com mercadoria, em decorrência de locação ou comodato. 
5. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2008) O carro adquirido
por Zé da Silva com alienação fiduciária em garantia foi
retomado pelo credor fiduciário em face do inadimplemento
daquele. A esse respeito, assinale a afirmativa correta. 
(A) O ICMS só não incide sobre operação com mercadoria
em virtude da alienação fiduciária em garantia, no caso de
transmissão do domínio do credor para o devedor, em
virtude da extinção, pelo pagamento, da garantia. 
(B) Tem-se aí hipótese de não-incidência do ICMS, apenas
se o credor fiduciário não alienar o veículo. 
(C) Tem-se aí hipótese de não-incidência do ICMS. 
(D) Haveria incidência do ICMS caso tivesse havido
simplesmente a transmissão de domínio feita pelo devedor
fiduciante em favor do credor fiduciário. 
(E) Tem-se aí hipótese de incidência do ICMS, pois houve
transmissão da propriedade do bem. 
A resposta é a letra “c”, pois não incide ICMS sobre operações
com mercadoria em virtude de alienação fiduciária em garantia, na: 
(a) transmissão de domínio feita pelo devedor fiduciante em favor do
credor fiduciário; (b) transferência da posse da mercadoria
objeto da garantia, em favor do credor fiduciário, em virtude
de inadimplemento do fiduciante; e (c) transmissão do domínio
do credor para o devedor, em virtude da extinção, pelo pagamento,
da garantia. 
6. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2008) À luz da legislação
do ICMS do Estado do Rio de Janeiro, as aquisições de
veículo novo por taxista e por portador de deficiência física
são, respectivamente, hipóteses de: 
(A) isenção e isenção. 
(B) isenção e não-incidência. 
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(C) suspensão e isenção. 
(D) não-incidência e isenção. 
(E) não-incidência e não-incidência. 
A resposta é a letra “e”, pois não incide ICMS sobre operações
de: (a) aquisição de veículo novo por taxista, na forma de pessoa
física ou jurídica que opera no setor, inscrito no órgão municipal
competente, para uso específico como táxi, limitado a um veículo por
beneficiário, e no equivalente a 1/4 dos veículos registrados pela
pessoa jurídica no órgão competente, desde que o mesmo não tenha
adquirido veículo com isenção ou não-incidência do ICMS em prazo
inferior a 02 (dois) anos; (b) aquisição de veículo novo por portador
de deficiência motora ou por seus responsáveis legais, devidamente
atestada pelo órgão competente, para seu uso pessoal limitado a um
veículo por beneficiário, e desde que o mesmo não tenha adquirido
veículo com isenção ou não-incidência do ICMS em prazo inferior a 02
(dois) anos. 
7. (FGV/Fiscal de Rendas - RJ/2009) Segundo a Lei
2657/96, “o ICMS não incide sobre operação de
fornecimento de medicamento e refeição, por hospital,...”
Assinale a alternativa que complete incorretamente a
hipótese de não incidência indicada no texto acima: 
(A) no próprio recinto ou, excepcionalmente, quanto aos
medicamentos, no domicílio do paciente. 
(B) sob orientação médica. 
(C) ao paciente, extensivo ao acompanhante. 
(D) desde que seus valores se incluam na respectiva conta
de prestação de serviço. 
(E) casa de saúde e de recuperação ou repouso. 
A resposta é a letra “a”, pois não incide ICMS sobre operação
de fornecimento de medicamento e refeição, em seu próprio recinto,
por hospital, sanatório, casa de saúde e de recuperação ou
repouso sob orientação médica, extensivo ao acompanhante,
desde que incluído seu valor na respectiva conta de prestação 
de serviço. 
1.4 Momento da ocorrência do fato gerador e sujeito ativo da
relação tributária - Segundo o art. 12 da LC 87/96, considera-se
ocorrido o fato gerador do ICMS no momento: 
 
(i) da saída de mercadoria de estabelecimento de
contribuinte, ainda que para outro estabelecimento do mesmo
titular; 
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(ii) do fornecimento de alimentação, bebidas e outras
mercadorias por qualquer estabelecimento; 
(iii) da transmissão a terceiro de mercadoria depositada em
armazém geral ou em depósito fechado, no Estado do
transmitente; 
(iv) da transmissão de propriedade de mercadoria, ou de
título que a represente, quando a mercadoria não tiver
transitado pelo estabelecimento transmitente; 
(v) do início da prestação de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal, de qualquer natureza; 
(vi) do ato final do transporte iniciado no exterior; 
(vii) das prestações onerosas de serviços de
comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a geração, a
emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a
repetição e a ampliação de comunicação de qualquer
natureza; 
(viii) do fornecimento de mercadoria com prestação de
serviços: (a) não compreendidos na competência tributária
dos Municípios; (b) compreendidos na competência tributária
dos Municípios e com indicação expressa de incidência do
imposto de competência estadual, como definido na lei
complementar aplicável; 
(ix) do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens
importados do exterior; 
(x) do recebimento, pelo destinatário, de serviço
prestado no exterior; 
(xi) da aquisição em licitação pública de mercadorias ou bens
importados do exterior e apreendidos ou abandonados; 
(xii) da entrada no território do Estado de lubrificantes e
combustíveis líquidos e gasosos derivados de petróleo e
energia elétrica oriundos de outro Estado, quando não
destinados à comercialização ou à industrialização; 
(xiii) da utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação
se tenha iniciado em outro Estado e não esteja vinculada a
operação ou prestação subseqüente. 
 
1.4.1 Na hipótese do item (vii), quando o serviço for prestado
mediante pagamento em ficha, cartão ou assemelhados, considera-se
ocorrido o fato gerador do imposto quando do fornecimentodesses
instrumentos ao usuário. 
1.4.2 Na hipótese da ocorrência do fato gerador do ICMS no
momento do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens
importados do exterior, após o desembaraço aduaneiro, a entrega,
pelo depositário, de mercadoria ou bem importados do exterior 
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deverá ser autorizada pelo órgão responsável pelo seu desembaraço,
que somente se fará mediante a exibição do comprovante de
pagamento do imposto incidente no ato do despacho aduaneiro, salvo
disposição em contrário. 
1.4.3 Já no caso de entrega de mercadoria ou bem importados do
exterior antes do desembaraço aduaneiro, considera-se ocorrido o
fato gerador neste momento, devendo a autoridade responsável,
salvo disposição em contrário, exigir a comprovação do pagamento
do imposto. 
1.4.4 Sobre o tema da ocorrência do fato gerador do ICMS na
importação de mercadoria ou bem, existe a súmula 661 do STF,
estabelecendo que “na entrada de mercadoria importado do exterior,
é legítima a cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço
aduaneiro”. 
1.4.4.1 Deve-se entender esta súmula com ressalvas, pois, segundo
entendimento atual do STF, deve-se distinguir o momento da
ocorrência do fato gerador e a competência do sujeito ativo para
cobrar o ICMS no caso. 
1.4.4.2 Pois bem. O momento da ocorrência do fato gerador da
mercadoria ou bem importado é o desembaraço aduaneiro. 
1.4.4.2.1 Mas lembre novamente o que diz a polêmica alínea “a”, do
inciso IX, do § 2º, do art. 155 da CF/88: o ICMS incidirá sobre a
“entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do
imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde
estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da
mercadoria, bem ou serviço”. 
1.4.4.2.2 Assim, interpretando a regra constitucional acima, o STF
compreendeu em diversos precedentes que o sujeito ativo da relação
jurídico-tributária do ICMS é o Estado onde estiver situado o domicílio
ou o estabelecimento do destinatário jurídico da mercadoria, pouco
importando se o desembaraço aduaneiro ocorreu por meio de ente
federativo diverso. (RE 299.079, DJ de 16-6-06, AI 663.936-AgR, DJE
de 28-8-09; RE 598.051-AgR, DJE de 29-5-09). 
1.4.4.2.3 Noutro ponto, existem mais regras no texto constitucional
sobre o sujeito ativo do ICMS (§4°, do art. 155), dispondo que na 
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hipótese do ICMS sobre combustíveis e lubrificantes, observar-se-á o
seguinte: 
(i) nas operações com os lubrificantes e combustíveis
derivados de petróleo, o ICMS caberá ao Estado onde ocorrer
o consumo; 
(ii) nas operações interestaduais, entre contribuintes, com
gás natural e seus derivados, e lubrificantes e combustíveis
não incluídos no item (i), o ICMS será repartido entre os
Estados de origem e de destino, mantendo-se a mesma
proporcionalidade que ocorre nas operações com as demais
mercadorias; 
(iii) nas operações interestaduais com gás natural e seus
derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no item 
(i), destinadas a não contribuinte, o ICMS caberá ao Estado
de origem; 
1.4.4.3 Nesse rumo, o art. 11 da LC87/96, estabelece que o local
da operação ou da prestação, para os efeitos da cobrança do
imposto e definição do estabelecimento responsável, é: 
1.4.4.3.1 Tratando-se de mercadoria ou bem: 
(a) o do estabelecimento onde se encontre, no momento da
ocorrência do fato gerador; 
(b) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta
de documentação fiscal ou quando acompanhado de
documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária; 
(c) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o
título que a represente, de mercadoria por ele adquirida no
País e que por ele não tenha transitado. Tal regra não se
aplica às mercadorias recebidas em regime de depósito de
contribuinte de Estado que não o do depositário. 
(d) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer
a entrada física; 
(e) importado do exterior, o do domicílio do adquirente,
quando não estabelecido; 
(f) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de
arrematação de mercadoria ou bem importados do exterior e
apreendidos ou abandonados; 
(g) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive
consumidor final, nas operações interestaduais com energia
elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados,
quando não destinados à industrialização ou à
comercialização; 
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(h) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando
não considerado como ativo financeiro ou instrumento
cambial, que deve ter sua origem identificada. 
(i) o de desembarque do produto, na hipótese de captura de
peixes, crustáceos e moluscos; 
 
1.4.4.3.2 Tratando-se de prestação de serviço de transporte: (a)
onde tenha início a prestação; (b) onde se encontre o transportador,
quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou
quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a
legislação tributária; (c) o do estabelecimento destinatário do
serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 6; 
 
1.4.4.3.3 Tratando-se de prestação onerosa de serviço de
comunicação: (a) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e
de som e imagem, assim entendido o da geração, emissão,
transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção; (b) o
do estabelecimento da concessionária ou da permissionária que
forneça ficha, cartão, ou assemelhados com que o serviço é pago; 
(c) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese e para
os efeitos do inciso XIII do art. 127; (c-1) o do estabelecimento ou
domicílio do tomador do serviço, quando prestado por meio de
satélite; (d) onde seja cobrado o serviço, nos demais casos; 
 
1.4.4.3.4 Tratando-se de serviços prestados ou iniciados no exterior,
o do estabelecimento ou do domicílio do destinatário. 
 
1.4.5 Noutro ponto, estabelecimento, de acordo com o §3°, do art.
11, da LC 87/96, é o local, privado ou público, edificado ou não,
próprio ou de terceiro, onde pessoas físicas ou jurídicas exerçam suas
atividades em caráter temporário ou permanente, bem como onde se
encontrem armazenadas mercadorias, observado, ainda, o seguinte: 
(i) na impossibilidade de determinação do estabelecimento,
considera-se como tal o local em que tenha sido efetuada a
operação ou prestação, encontrada a mercadoria ou
constatada a prestação; 
(ii) é autônomo cada estabelecimento do mesmo titular; 
 
6 Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS no momento: “XIII - da
utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro
Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente”. 
7 Art. 12. Considera-se ocorrido o fato gerador do ICMS no momento: “XIII - da
utilização, por contribuinte, de serviço cuja prestação se tenha iniciado em outro
Estado e não esteja vinculada a operação ou prestação subseqüente”. 
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(iii) considera-se também estabelecimento autônomo o
veículo usado no comércio ambulante e na captura de
pescado; 
(iv) respondem pelo crédito tributário todos os
estabelecimentos do mesmo titular. 
 
1.4.5.1 Assim sendo, quando a mercadoria for remetida para
armazém geral ou para depósito fechado do próprio contribuinte, no
mesmo Estado, a posterior saída considerar-se-á ocorrida no
estabelecimento do depositante, salvo se para retornar ao
estabelecimento remetente. 
1.4.5.2 E na hipótese de prestação onerosa de serviço de
comunicação,

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