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1 Cromossomos sexuais e suas anomalias Síndrome de Turner ou Monossomia do cromossomo X A Síndrome de Turner, descrita na década de 40, é característica do sexo feminino e ocorre numa proporção de 1:2500 a 1:5000 nascimentos vivos, cujo cariótipo observado é 45,X. Indivíduos com síndrome de Turner são mulheres e normalmente possuem fenótipo característico, podendo ser observado na figura abaixo: Fenótipo de uma mulher com a síndrome de Turner 45,X. O quadro clínico é evidenciado pela baixa estatura, infantilismo genital e disgenesia ovariana. Síndrome de Klinefelter A síndrome de Klinefelter, restrita aos homens, está associada, na maioria dos casos, a um cariótipo 47, XXY. Essa síndrome afeta entre 1/500 e 1/1000 homens e é uma causa comum de hipogonadismo masculino primário (deficiência funcional dos testículos que acarreta insuficiência no desenvolvimento sexual). 2 O cromossomo X adicional é de origem materna em cerca de 50% dos casos de Klinefelter e a incidência aumenta com a idade materna avançada. O mosaicismo cromossômico (presença de linhagens celulares com diferentes cariótipos, sendo um deles normal para o sexo masculino - 46, XY) é observado em cerca de 15% dos casos da síndrome de Klinefelter e aumenta a probabilidade da produção de esperma viável. Os portadores são altos e magros e têm pernas relativamente longas. Observe a figura abaixo: Fenótipo de um homem com a síndrome de Klinefelter 47, XXY. A ginecomastia (desenvolvimento de seios) é vista em aproximadamente 1/3 dos homens afetados e leva a um risco aumentado de câncer de mama. Existe uma predisposição para incapacidade de aprendizagem e uma redução no QI verbal. Parecem fisicamente normais até a puberdade, quando os sinais de hipogonadismo se tornam óbvios. Devido a essas características, o diagnóstico na pré-puberdade é difícil, pois os sinais clínicos não são suficientemente nítidos. 3 Trissomia do X A Trissomia do X (47, XXX) ou síndrome do triplo X só ocorre em mulheres, em aproximadamente 1/1000 mulheres, como cariótipo mostrado na figura a seguir: Cariótipo de um indivíduo com a Trissomia do X (47, XXX) As portadoras dessa doença genética, embora de estatura geralmente acima da média, não são fenotipicamente anormais, não apresentando, assim, nenhuma diferença ou aberração na sua aparência física. Nas células 47, XXX, dois dos cromossomos X são inativados e de replicação tardia. Quase todos os casos resultam de erros na meiose materna. Algumas mulheres com trissomia do X são identificadas em clínicas de infertilidade, há um déficit significativo do desempenho em testes de QI e cerca de 70% dos pacientes têm problemas do aprendizado graves. Podem, também, ter convulsões epiléticas. Também foram vistas mulheres com 4, 5 ou até mais cromossomos X em que cada cromossomo X adicional é acompanhado por retardo mental aumentado e anomalias físicas. 4 Síndrome 47, XYY Nessa aneuploidia do cromossomo Y, é observado o cariótipo 47, XYY, como mostrado na figura: Cariótipo de um indivíduo com a Síndrome 47, XYY Homens com esse cariótipo tendem a ser mais altos do que a média e possuem redução de 10 a 15 pontos no QI médio. Observe a figura abaixo: Fenótipo de um homem com a Síndrome de 47, XYY 5 Essa condição despertou grande interesse médico e científico após trabalhos de Jacob e colaboradores, em 1968, os quais observaram que a proporção de homens XYY era bem maior entre os detentos de uma prisão de segurança máxima do que na população em geral. Isso levou a sugestão que esse cariótipo pode conferir uma predisposição ao comportamento criminoso, violento. Existe, contudo, evidência de distúrbios comportamentais menores, tais como hiperatividade, distúrbio do déficit de atenção e incapacidade de aprendizado. Dentre os meninos nativivos, a frequência do cariótipo 47, XYY é de cerca de 1 em 1.000. A origem do erro que leva ao cariótipo XYY deve ser a não- disjunção paterna na meiose II, produzindo espermatozoides YY.
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