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Arbitragem no Processo Civil

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Trabalho de Processo Civil
Arbitragem
São Paulo, Abril - 2016
Sumário
Introdução ------------------------------------------------------------------------------ Página 3
Arbitragem: Conceito e Aplicação -------------------------------------------------- Página 4
Pactos e Convenções ------------------------------------------------------------------ Página 5
Órgãos arbitrais: nacionais e internacionais --------------------------------------- Página 6
Arbitragem internacional/ Comercial Internacional ------------------------------ Página 8
Caso de arbitragem internacional --------------------------------------------------- Página 9
Conclusão ------------------------------------------------------------------------------- Página 11
Referências bibliográficas ---------------------------------------------------------- Página 12 
Introdução
 A lei de arbitragem vem sendo bastante aplicada no mundo atual, muito mais do que se imaginava. Apesar de ser uma forma de se resolver o Processo Civil, a mesma não está contida no código de processo civil, pois contém leis das quais não podem ser consideradas apenas processuais. Esse trabalho trata da arbitragem relatando sua história, conceitos, aplicações e uso no cotidiano, além de uma relação com a esfera internacional, nacional e pública. Para que seja efetivamente possível o uso da arbitragem nos processos civis, o principal requisito é a vontade das partes, assim como muitos outros que veremos a seguir.
Arbitragem: Conceito e Aplicações
“Arbitragem é uma técnica para a solução de controvérsias através da intervenção de uma ou mais pessoas que recebem seus poderes de uma convenção privada, decidindo com base nesta convenção sem intervenção do Estado, sendo a decisão destinada a assumir eficácia de sentença judicial.” – Carlos Alberto Carmona
 Para que a arbitragem possa ser efetuada com conformidade com o art. 851/852 do CC e o art. 1º da Lei 9.037/96, os requisitos necessários são que os interessados devem ser capazes de contratar (capacidade civil) e o litígio deve ser sobre direitos patrimoniais disponíveis. Além disso, é obrigatória a liberdade das vontades das partes, podendo ser optado a solução por equidade, nos usos e costumes e nas regras internacionais do comércio. Há também a convenção de arbitragem que é composta da cláusula compromissória - que nada mais é um pacto estabelecido pelas partes, por escrito, se submetendo ao uso da arbitragem para a solução do eventual litígio que normalmente decorre de uma relação jurídica - e do compromisso arbitral. Hoje é admitido pelo art. 5º o uso apenas da cláusula compromissória, sem necessidade da outra para a instituição da arbitragem. 
 O árbitro é a pessoa escolhida pelas partes ou por um juiz (art. 7º § 4º) que tem a competência (Parágrafo Único art. 8º) para decidir sobre a existência, validade e eficácia da cláusula compromissória, bem como do contrato que á contenha. Ainda, ficou instituído que a cláusula tem autonomia própria, sendo valida mesmo em caso de nulidade do contrato ao qual ela foi inserida. Ele precisa ser imparcial, independente, ter competência, diligência e discrição no exercício de sua atividade, podendo ser suspenso ou impedido caso não cumpra esses requisitos.
 Seguindo os princípios básicos do devido processo legal – princípios do contraditório, igualdade das partes, imparcialidade do arbitro e seu convencimento racional – as partes, o árbitro ou o tribunal arbitral vai escolher o procedimento a ser adotado durante o processo arbitral. Caso não haja um consenso ou escolha majoritária sobre quem será o árbitro que assumirá a presidência do colegiado, o mais idoso toma o poder para tomar decisões caso não haja consenso majoritário na decisão final.
 Diante da sentença arbitral (antigo laudo arbitral), os requisitos são verossímil com a sentença proferida por um juiz togado – relatório, motivação, dispositivo, data e local da sentença proferida – podendo ser analisada por outro órgão arbitral ou por outros árbitros caso uma das partes não concorde com o eu foi decidido, e ainda recorrer de forma interna. A jurisdição da arbitragem constitui titulo executivo e tem o mesmo poder de uma sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário, como é dito no art. 31 da Lei de Arbitragem.
 Os casos de nulidade e de impugnação são bem esclarecidos no Capitulo V da L/A. Para que uma sentença arbitral estrangeira tenha validade no Brasil, basta sua homologação perante o STJ, além da apresentação dos documentos constados no art. 37 da Lei de Arbitragem.
Pactos e Convenções
 O Pacto de Genebra de 1923 instituiu que nos contratos internacionais comerciais a cláusula arbitral seria apta a instituir o juízo arbitral, sendo assim, rejeitando a competência do juiz togado. O Pacto foi pioneiro, criou uma exceção à regra adota nos códigos de processo, referida à disciplina dos contratos comerciais internacionais celebrados entre países signatários. Logo foi substituído pela Convenção de Nova Iorque, da qual recentemente o Brasil adotou, por ser pouco aderida e utilizada.
 A Convenção de Nova Iorque de 1958, adotada pelo Brasil em 2002, dispõe em seus artigos algumas regras para a arbitragem, sendo elas a presença tanto de um compromisso arbitral quanto de uma cláusula compromissória, será remetido o uso da arbitragem. Além disso, ficou estabelecido que bastasse um acordo escrito pelas partes contendo os requisitos já mencionados anteriormente para que se tenha a arbitragem, que o juiz togado se torna incompetente para solucionar a disputa. E ainda, o compromisso ou a cláusula precisam ser escritos, todo o resto pode ser via telegramas ou mensagens virtuais, sem necessidade de assinatura de instrumento, sendo bem mais viável no mundo tecnológico de hoje.
 A Convenção do Panamá de 1975 adotada em 1996 no Brasil tornou um pouco ambígua o afastamento do juiz togado no processo arbitral. Ela torna válida que em acordo de vontades possa se estabelecer o processo arbitral, porém ela não afasta de vez que ao escolher essa opção, o juiz togado não tenha competência para administrar a disputa estabelecida. Para países que aderiram a convenção e que não tem leis novas e atualizadas, como é o caso do Brasil com a lei 9.307/96 que veta essa ambiguidade estabelecendo que o juiz togado não tenha competência para processos arbitrais, a instauração da arbitragem se torna difícil, se não impossível, sendo os casos resolvidos somente pela esfera estatal.
 A Lei 9.307/96 trouxe para o Brasil a segurança do usa da arbitragem de forma mais clara e mais eficaz. Assim que o país aderiu a Convenção de Nova Iorque, trouxe segurança no âmbito internacional por ter garantias de que as sentenças prolatadas aqui no Brasil serão igualmente reconhecidas fora e vice-versa pelos países integrantes da convenção. A instituição da lei trouxe melhorias nacionais e internacionais para a arbitragem, no nacional as melhorias foram no laudo arbitral e na cláusula e compromisso, já no internacional, além das já mencionadas, a necessidade de apenas uma homologação dos laudos arbitrais produzidos no exterior e a admissibilidade da via postal para a citação da parte domiciliada no Brasil.
 Sendo assim, todas essas convenções e pactos até chegar à atual lei vigente no Brasil trouxeram inovações e melhorias (relativas à época) para a instauração da arbitragem como forma de desafogar o excesso de processos no Judiciário. No âmbito processual a convenção de arbitragem tanto ajuda quanto atrapalha: ajuda no sentido de, como já dito, desafoga o estatal e se submete à resolução do conflito pela arbitragem; e atrapalha por neutralizar a ação do Estado nesses processos.
Órgãos arbitrais: nacionais e internacionais
Art. 5º - “Reportando-se as partes, na cláusula compromissória, às regras de algum órgão arbitral institucional ou entidade especializada, a arbitragem será instituída e processada de acordo com tais regras, podendo, igualmente,as partes estabelecer na própria cláusula, ou em outro documento, a forma convencionada para a instituição da arbitragem.”
 As intervenções desses órgãos servem para varias coisas no mundo da arbitragem – o desenvolvimento, edição de regras de procedimento, estabelecimento de tribunais arbitrais, favorecendo pesquisa científica – podendo ser restritos a cada uma dessas situações. 
 Existe, em Brasília, o Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem (CONIMA), órgão sem fins lucrativos que estuda o desempenho das instituições de arbitragem, promovendo debates e o uso responsável e adequado das técnicas de solução. A criação deu tão certo que hoje é considerado referência e orientação para os meios alternativos de solução de litígio no Brasil. Outro órgão fundado foi o Comitê Brasileiro de Arbitragem (CBAr) que tem a finalidade além do estudo da arbitragem, a solução de controvérsias. Ambas trazem consigo inovações e prestígio na área de arbitragem no Brasil. A primeira traz a discussão de temas polêmicos para as entidades, consolidando padrões éticos; e o segundo traz especialistas estrangeiros propiciando um debate mais abrangente sobre assuntos atuais no ramo da arbitragem.
Órgãos Nacionais
 Existem três órgãos que se destacam no Brasil: Comissão de Arbitragem da Câmara de Comércio Brasil – Canadá, Comissão de Arbitragem da Câmara Internacional de Comércio do Brasil e Centro Brasileiro de Arbitragem.
 A primeira é formada por um órgão diretivo e por um corpo de árbitros. Seu regulamento foi adaptado a lei de arbitragem e funciona da seguinte forma: a parte que se interessar em instituir juízo arbitral deve notificar o Centro, indicando motivo, valor e qualificação da parte contrária, após isso o Centro envia uma notificação com o nome dos árbitros escolhidos para fazer parte ao demandado, que tem 15 dias para manifestar a concordância no juízo arbitral. Após feita todas as etapas para a escolha dos árbitros, o processo segue normalmente. 
 A segunda Câmara, fundada em 1985, não segue a nova Lei e tem relacionamento estreito com a Câmara Internacional de Paris. Ela atual em casos que eram previamente do Poder judiciário e casos de interpretação a cláusulas contratuais e índices de atualização monetária. 
 O ultimo, mas não menos importante, foi fundado em 1967, sem fins lucrativos e tem finalidade de estabelecer e manter um sistema interamericano de conciliação e arbitragem para solução de controvérsias comerciais. 
Órgãos Internacionais
 Já no internacional, dois órgãos tem maior importância: tribunal arbitral da Câmara de Comércio Internacional (CCI) e a Associação Americana de Arbitragem (triple A).
 A primeira, atualmente nomeada de Corte Internacional da Câmara de Comércio Internacional (1989) foi fundada na França, Paris em 1923 com o objetivo de solucionar disputas comerciais de caráter internacional. Não tendo ligações com nenhum país ou governo, o seja, os árbitros podem ser de qualquer nacionalidade referente aos países associados a Corte, além disso, o processo pode se desenvolver em qualquer país e as partes podem escolher a língua utilizada no processo arbitral. O sistema de juízo arbitral é semelhante aos das demais cortes nacionais e internacionais. Seu detalhamento na publicação dos laudos arbitrais traz muitas melhorias para o sistema, pois evita que sejam feitas mudanças após a publicação, sendo arrumo os erros e insatisfações antes que aquilo se torne concreto. O tribunal tem total liberdade e autoridade para decidir quanto ao mérito, porém vale lembrar que esse detalhamento na publicação dos laudos leva mais tempo do que normalmente deveria ser tomado, sendo assim, o processo arbitral se torna mais duradouro.
 A segunda é uma organização independente, sem fins lucrativos, que oferece serviços e facilidade para a arbitragem. Além de ter árbitros qualificados, conta com pessoas que possam cumprir com eficiência serviços de suporte administrativo. Também mantém um regulamento bem detalhado do procedimento arbitral, sendo seu objetivo principal estudar, pesquisar, promover, instaurar e administrar o uso da arbitragem, conciliação e da mediação, entre outras formas extrajudiciais para resolver litígios e controvérsias. No ramo da Arbitragem Comercial a função da Triple A é nomear o árbitro que vai desempatar os votos. Seus regulamentos e regras facilitam bastante a vontade das partes perante o processo arbitral.
 Para evitar que os órgãos institucionais mantenham sempre muito abertos as regras para a instauração do processo arbitral, e para que se evitem controvérsias ou dificuldades perante as partes, eles costumam sugerir cláusulas-modelo. Um exemplo é no caso da Triple A que diz: “Qualquer controvérsia ou demanda decorrente ou relativa a este contrato será resolvida por arbitragem através das regras de arbitragem internacional da American Arbitration Association”.
 No Brasil, as regras são compostas pela UNCITRAL que fornecem padrões para que os órgãos nacionais possam seguir sendo de uso facultativo das partes alguns objetos faltantes na cláusula do órgão mencionado.
Arbitragem Internacional/Comercial Internacional
 Em meio a tantas relações atuais, sempre há de haver situações da qual é necessária uma solução fora do âmbito judicial costumeiro, situações essas que a partes não acreditam que o poder estatal tenha a melhor solução e eficácia, e ai entra a arbitragem. Tanto de caráter nacional quanto internacional, a arbitragem vem crescendo de forma significante no mundo das relações judiciais, tendo seus índices de casos subindo de forma significativa e em alguns casos (de caráter mais comercial) tendo praticamente unanimidade como solução para tais situações.
 Hoje a arbitragem internacional é dotada de uma enorme ressalva legislativa, formada por convenções internacionais, leis internas, regulamentos sobre a formação e manutenção, usos e costumes devidamente reunidos, instituições de arbitragem com bases sólidas e confiáveis. Isso tudo somado ao amplo número de profissionais e operadores do direito que se dedicam a aperfeiçoamento deste instituto, como árbitros, advogados, estudantes, doutrinadores, etc.
 Poucos países fazem diferenças entre a lei interna e a internacional, A França é um dos países que faz essa distinção, já o Brasil utiliza das mesmas regras e leis para ambas, contendo poucas diferenças na forma como validamos tais. Dentro do âmbito jurídico brasileiro, as “normas” estrangeiras são tratadas não como um capítulo isolado, mas sim como um conjunto de artigos dispostos na Lei de Arbitragem (art. 34 ao 40), e para determinar se a arbitragem é interna ou internacional, o Brasil usa da geografia, ou seja, se o Tribunal Arbitral tiver sede no Brasil ela, automaticamente, é interna, mesmo se houver partes sediadas do exterior.
 Conforme alude Carlos Augusto Silveira Lobo quando trata de arbitragem internacional no Brasil: “teremos de nos contentar em dizer que seria internacional a arbitragem comercial que produz uma sentença conectada a sistemas legais de dois ou mais países: o em que foi proferida e o(s) em que deverá ser executada”
 A UNCITRAL traz consigo grande harmonização da arbitragem internacional. É uma importante comissão da Organização das Nações Unidas-ONU instituída em 1966 e remete a um ideal amparado nos princípios da autonomia e da liberdade da vontade das partes, trazendo segurança na escolha do processo arbitral na convenção arbitral (cláusula compromissória e compromisso arbitral). Além desse, existem os pactos e convenções já detalhados anteriormente que juntos fazem parte da arbitragem internacional e seus regulamentos.
 São fontes da arbitragem internacional: as leis, os tratados internacionais, os usos e costumes, a jurisprudência arbitral, a doutrina, os princípios gerais de direito e a lex mercatoria.Tendo em vista que as sentenças internacionais proferidas no Brasil tem que respeitar as leis brasileiras, o bom costume e não pode transgredir a soberanianacional, podendo ser inválida. Todas essas fontes tem que seguir essas regas quando aplicadas no âmbito internacional, apenas se diferenciando a última mencionada.
 Segundo Maria Helena Diniz, lex mercatoria é: "teoria fundada na constatação de que os contratantes pretendem unificar o regime jurídico da venda internacional e as operações complementares mediante contratos" e Luiz Olavo Baptista: "tem suas raízes e suas fontes no direito de diversos países na aplicação pragmática dos princípios e normas deles oriundos, mas reduzida a uma fórmula global que resulta da práxis do comércio internacional". Sendo assim, a Lex mercatoria se diferencia das demais fontes por não seguir uma modelo estatal de regras de direito, mas sim de todas as regras vigentes em todos os países, unindo-as e formando uma própria baseada nas demais, formando assim, o seu conjunto de normas.
 Um processo arbitral é em grande parte escolhido por suas partes por não achar respaldo no âmbito estatal, ou por não ter órgãos especializados, por ser mais caro do que o arbitral, além do exagerado sistema recursal. Por ser mais simples, menos formal e mais direito, há uma preferência pelo uso dele. As características da celeridade e informalidade, aliadas à possibilidade de escolha da lei aplicável, tornam a arbitragem um método atraente e seguro para aqueles que lidam com o comércio internacional.
 As vantagens de se utilizar a arbitragem internacional são: a especialização dos árbitros o que torna a solução mais equitativa; a celeridade, por não estar submetida às formalidades cartorárias, bem como resultar em uma decisão definitiva; ser sigilosa, até mesmo pelas quantias monetárias que envolvem tais litígios; ser um método menos dispendioso; flexibilidade procedimental, vez que as partes escolhem o procedimento e a lei aplicável; local neutro para ser proferida a decisão; efetividade, pelo cumprimento espontâneo das partes e o baixo impacto na relação comercial das partes, como já foi dito em outros aspectos desse trabalho.
Caso de Arbitragem Internacional
- Caso ARAMCO (Arabian American Oil Company-ARAMCO, empresa sediada nos EUA e formada pelas Sete Irmãs grupo de empresas petrolíferas)
- Os problemas entre as duas partes, vale dizer, entre a Arábia Saudita e a ARAMCO tornaram-se ainda complexos porque elas haviam celebrado contrato de transporte, envolvendo o transporte do ouro negro, que era também assunto envolvido na questão a ser solucionada.
- O contrato dizia que eventuais divergências entre as partes deveriam ser resolvidas por arbitragem, mas não estabeleceu um regulamento para ela. O primeiro passo foi colocar em prática essa cláusula contratual, constituindo o tribunal arbitral, escolhida como sede a cidade de Genebra, na Suíça, considerada como a capital do Direito Internacional. Assim é considerada por estarem lá sediadas várias agências da ONU e outros organismos internacionais, e também alguns cursos de diplomacia e negociações internacionais.
- Dois professores de Direito Internacional da Universidade do Cairo foram escolhidos como árbitros, um de cada parte. Seguindo a praxe arbitral, os dois árbitros escolheram o terceiro, para presidir o tribunal, o professor Sausser Hall, da Universidade de Genebra. Estava constituído o tribunal. Tempos depois essa arbitragem foi examinada pelo diplomata Guido Fernando da Silva Soares, da legação brasileira em Genebra, que foi autorizado a divulgá-la parcialmente;
- Os árbitros, em comum acordo com as partes, invocaram o princípio básico da arbitragem: vigora nela a autonomia da vontade, e, dentro desse princípio, as partes tem a faculdade de escolher qual será o direito aplicável no julgamento da questão, da mesma forma como tiveram a faculdade de escolher os aplicadores desse direito. Adotaram então as normas básicas do Direito Internacional, conjugadas com os PGD - Princípios Gerais do Direito, aplicados, porém, ao objeto específico do petróleo: foi criada a LEX PETROLEA, que passou a ser aplicada nas outras arbitragens que tivessem por objetivo as relações referentes ao petróleo. A relevância desse novo direito se nota no fato de ele ter penetrado na legislação interna de vários países.
- Não houve prazo dado ao tribunal para a resolução do problema, mas a exigência feita foi para que a arbitragem se realizasse de imediato. Justificava-se essa urgência porquanto o valor da causa atingia patamares astronômicos e cada dia de atraso significaria prejuízos para todos os envolvidos. Destarte, o julgamento foi quase momentâneo e ocorreu de forma satisfatória para todos, que receberam a solução em silêncio. O julgamento tinha se realizado de forma sigilosa e a sentença teve só as vias entregues às partes; os documentos juntados foram devolvidos e as peças do processo foram destruídas na presença das partes, a fim de que não ficassem elementos identificadores do litígio.
 Esse foi um exemplo de caso que virou parâmetro de comparação para outros casos petrolíferos que foram resolvidos pela arbitragem internacional. É um modo de demonstrar que o efeito é mais rápido do que seria no Poder Judiciário e também uma forma de mostrar como a Lex mercatoria entrou em funcionamento nesse caso. O caso pode ser melhor relatado e aprofundando nesse web site: https://blu183.mail.live.com/?tid=cmt-yshnr85RGNbhBgS7Li_A2&fid=flinbox
Conclusão
 A arbitragem é um método antigo que hoje se tornou muito utilizável na solução de conflitos atuais. Apesar de sua efetiva consolidação e utilização após a Lei 9.307/96, ela tem casos repercutidos antes disso. É uma solução mais viável a questões de âmbito comercial, sendo internacional ou nacional. Suas leis, regras, normas e regulamentação devem seguir princípios básicos de boa fé, do contraditório, da vontade das partes, entre muitos outros. São regradas por órgãos institucionais que viabilizam a efetiva utilização do processo arbitral. 
 O judiciário se encontra atolado de processos e conflitos dos quais muitos podem e geralmente são resolvidos pela arbitragem, que traz em seus traços, rapidez, eficiência, sigilo e competência para solucionar tais conflitos. A possibilidade de se escolher seus julgadores confere à arbitragem um caráter seguro e confiável, em razão de se poderem ter profissionais qualificados e peritos nos assuntos tratados, especialistas na solução dos litígios com conexões internacionais e relacionadas ao comércio.
 Hoje existe toda uma gama de convenções e Leis que servem de arcabouço para a arbitragem, definem com a maior precisão a forma como deve ser conduzido seu processo. Tais organizações trouxeram grandes melhoras no modo como fazemos a cláusula compromissória e o compromisso arbitral, retirando de vez a ambiguidade do juiz togado como competente para administrar e sentenciar processos arbitrais.
 Sendo assim, a arbitragem é de grande usufruto para os países que a utilizam como meio de opção para solucionar conflitos, e como as mudanças certas e necessárias para melhorar ainda o aperfeiçoamento desse método, a arbitragem pode se tornar uma das fontes mais utilizáveis, mais rentáveis e mais confiáveis para resolver diversos casos.
 “A arbitragem, de forma geral, pode ser definida como um instrumento jurídico específico para a solução de conflitos de interesse, através da intervenção de uma ou mais pessoas (chamadas de árbitros) que recebem seus poderes das próprias partes interessadas na solução, através de um acordo privado, que irá orientar a atuação dos árbitros e todo o procedimento arbitral, cujo destino será a produção de uma decisão – laudo ou sentença arbitral -, que tem eficácia mandatória entre as partes.” FERNANDES, 2005, p. 26-27.
Referências bibliográficas
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo um Comentário a Lei 9.307/96. São Paulo: Editora Malheiros, 1998.
NERY JUNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. São Paulo: Editora RT, 2000
TAVAREZ GUERREIRO, José Alexandre. Fundamentos da Arbitragem no Comércio Internacional.São Paulo: Saraiva 1993.
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Arbitragem como meio de solução de controvérsias, Revista Síntese de Direito Civil e Processo Civil. Porto Alegre: Síntese, v.1, nº 2, nov.-dez./1999
MARCO, Carla Fernanda de. Arbitragem Internacional no Brasil, São Paulo, RCS Editora, 2005
DOLINGER, Jacob e Carmen Tiburcio. Direito Internacional Privado: Arbitragem Comercial Internacional. Rio de Janeiro: Renovar, 2003
RECHSTEINER, Beat Walter, Arbitragem Privada Internacional no Brasil, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001.
ARAUJO, Nadia de. A nova lei de arbitragem brasileira e os princípios uniformes dos contratos comerciais internacionais, elaborados pelo UNIDROIT. In: CASELLA, Paulo Borba (coord.). Arbitragem: a nova lei brasileira (9.307/96) e a praxe internacional. São Paulo: LTr, 1996, p. 87-116.
Web sites
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10893
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI194367,51045-Arbitragem+internacional
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9307.htm
http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9944
https://jus.com.br/artigos/32082/arbitragem-internacional
http://www.egov.ufsc.br/portal/sites/default/files/anexos/22016-22017-1-PB.pdf
Giulia Araujo – 3153925-4 Turma 3R – E-mail: giiuaraujo_@hotmail.com
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