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17/10/2012 1 Patologias Espaço Pleural Espaço Pleural Pleuras Derrame Pleural Espaço Pleural Sob circunstâncias normais, não há contato entre as pleuras visceral e parietal, entre elas há uma quantidade mínima de líquido no espaço pleural (0,1 a 0,2 ml/kg). Este líquido está em equilíbrio dinâmico, sendo o influxo igual ao efluxo com produção diária de 1l/dia. Derrame Pleural �Presença de líquido no espaço pleural. Não constitui doença por si própria, mas freqüentemente acompanha doença séria. (West) 17/10/2012 2 Derrame Pleural �A pressão na cavidade pleural é negativa devido às forças atuantes: o pulmão está sempre distendido e tende à retração; a parede costal atua no sentido oposto e impede que isso aconteça. O equilíbrio entre estas forças é responsável pela pressão negativa. �Na cavidade pleural existe um quantidade de líquido que varia de 3 a 15ml. Função: lubrificar as superfícies pleurais, facilitando o deslizamento durante a respiração. �O líquido livre de proteínas está em constante renovação, procedente da pleura parietal e reabsorvido pela pleura visceral (capilares venosos). Derrame Pleural BREVE REVISÃO: “A lei de Starling de capilaridade descreve o fluxo de fluidos para dentro e para fora dos capilares. O movimento de fluido pela parede de capilar é o resultado de duas pressões: a pressão hidrostática através da parede do capilar e a pressão osmótica” “Forças Capilares: Há duas forças que se opõem mutuamente. 1. Pressão hidrostática capilar 2. Pressão oncosmótica (coloidosmótica) plasmática Forças Opostas: A pressão hidrostática capilar: força oriunda da atividade cardíaca, que tende a forçar a saída de líquido a partir do capilar. É diretamente proporcional à pressão atrial esquerda. A pressão oncótica plasmática (coloidal): age no sentido de manter o líquido no interior dos capilares. Proporcional à concentração das proteínas plasmáticas. BREVE REVISÃO: Fisiopatogenia 17/10/2012 3 Pleura Parietal A pressão hidrostática que força o líquido pelo leito capilar da pleura parietal é de 30cmH2O. Esta é adicionada à pressão hidrostática intrapleural de -5cmH2O, perfazendo um total de 35cmH2O de pressão de água, favorecendo a transudação do líquido. O mesmo será calculado para pressão oncótica do sangue de 34 cmH2O, menos a pressão oncótica do espaço pleura de 8 cmH2O: o efeito em rede é de 26cmH2O, retardando a transudação do líquido. A diferença de pressão é de 9cmH2O, favorece a formação do derrame. Pleura Visceral Na pleura visceral, os mesmo fatores são operáveis, mas a pressão hidrostática nos capilares da pleura visceral é a mesma da circulação pulmonar. A diferença de pressão favorece a absorção de líquido para a pleura visceral com pressão de 10 cm H2O. Cerca de 5 a 10 litros de líquido livre de proteína atravessa o espaço pleural diariamente. Etiologia A etiologia é variada, podendo variar em 2 grandes grupos pela composição química: TRANSUDATOS E EXSUDATOS, conforme o conteúdo de proteínas seja alto ou baixo. Os exsudatos tipicamente ocorrem com malignidades e infecções, enquanto os transudatos complicam insuficiência cardíaca grave e outros estados edematosos. Muitas vezes é necessário aspirar um derrame, mas o tratamento deve ser direcionado para a causa. Variedades: empiema, hemotórax e quilotórax, pela presença de pus, sangue e linfa, respectivamente, no espaço pleural. Etiologia Etiologia Os mecanismos responsáveis pela presença do líquido: 1. Aumento da pressão hidrostática nos capilares sanguíneos e/ou linfáticos; 2. Diminuição da pressão oncótica das proteínas no plasma; 3. Aumento da permeabilidade capilar; 4. Aumento da pressão negativa no espaço pleural. 17/10/2012 4 Cerca de 90% dos derrames pleurais são causados por insuficiência cardíaca, cirrose com ascite, infecções pleuropulmonares, neoplasias e embolia pulmonar. Fisiopatogenia Derrame Pleural �Aumento da pressão hidrostática na microcirculação: na insuficiência cardíaca congestiva (ICC), parece ser a elevação da pressão dos capilares pulmonares, o fator determinante do desenvolvimento do derrame pleural. �Diminuição da pressão oncótica na microcirculação vascular: baixas taxas de albumina fazem aumentar o liquido intersticial (síndrome nefrótico). Derrame Pleural �Diminuição da pressão do espaço pleural (neoplasia broncogênica com atelectasia). �Aumento da permeabilidade da microcirculação: o aumento da permeabilidade vascular permite a passagem de liquido, proteínas e células. (situações infecciosas ou neoplásicas que inflamem a pleura). �Bloqueio da drenagem linfática: bloqueio da drenagem linfática (tumor). Sinais e Sintomas DOR TORÁCICA, DISPNÉIA E TOSSE são predominantes. O exame físico é geralmente normal quando há menos de 300ml de líquido. Em maiores quantidades observam-se macicezmacicez,, reduçãoredução dodo murmúriomurmúrio vesicular,vesicular, dodo frêmitofrêmito tóracotóraco-- vocalvocal ee dada expansibilidadeexpansibilidade torácicatorácica. Sinais e Sintomas 17/10/2012 5 O paciente queixa-se de dispnéia, se o derrame for grande, pode haver dor pleurítica pela doença subjacente. Os sinais torácicos muitas vezes são informativos, e incluem movimento reduzido do tórax no lado afetado, ausência dos sons respiratórios e macicez à percussão. A radiografia é diagnóstica. Sinais e Sintomas Raio X Raio X Raio X O raio X simples permite confirmar e localizar o derrame. Por meio de diversas posições, sendo determinado o lado, a extensão. Pneumotórax 17/10/2012 6 Pneumotórax � O ar pode entrar no espaço pleural a partir do pulmão ou, raramente, através da parede torácica. � A pressão do espaço pleural normalmente é subatmosférica como resultado das forças de recuo elástico do pulmão e parede torácica. � Quando o ar entra no espaço, o pulmão colapsa e a caixa torácica salienta-se para fora. Pneumotórax Estas alterações serão visíveis no raio X: atelectasia completa ou parcial do pulmão, depressão do diafragma no lado afetado e algumas vezes desvio do mediastino para o lado oposto ao pneumotórax. Quanto maior o pneumotórax, mais evidentes estas alterações. PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO Esta é a forma mais comum, sendo causada pela ruptura de uma pequena bolha na superfície do pulmão, perto do ápice (elevado estresse mecânico na zona superior do pulmão na vertical). PNEUMOTÓRAX ESPONTÂNEO O sintoma de apresentação costuma ser dor súbita em um lado com dispnéia. À ausculta, os sons respiratórios estão reduzidos no lado afetado e o diagnóstico pode ser realizado pela radiografia. O pneumotórax pode ser gradualmente absorvido. PNEUMOTÓRAX DE TENSÃO Quando a comunicação entre o pulmão e o espaço pleural funciona como uma válvula unidirecional. O ar entra no espaço pleural na inspiração, mas não pode escapar na expiração. PNEUMOTÓRAX DE TENSÃO Esta é uma emergência clínica, reconhecido por progressiva angústia respiratória, taquicardia e sinais de desvio do mediastino. O tratamento consiste em aliviar a pressão introduzindo um tubo através da parede torácica. 17/10/2012 7 Possibilidades: Pneumotórax ainda com pressão negativa; Quando a fístula for mínima, após permitir passagem de pequena quantidade de ar se fecha. O pneumotórax será de pequeno volume interferindo pouco com a pressão pleural. Os sintomas serão discretos, podendo passar despercebidos: desconforto respiratório passageiro com episódios de tosse. Pneumotórax hipertensivo com discreto desvio do mediastino; Neste caso, a quantidade de ar é suficiente para tornar a pressãopleural positiva, surge dispnéia grave com sensação de angústia. Pneumotórax valvular com pressão positiva crescente e grande desvio do mediastino; Fístula funciona como válvula unidirecional, pressão intrapleural tende a aumentar estabelecendo um regime hipertensivo cada vez maior, há risco para vida do paciente. Pneumotórax hipertensivo valvular, intervenção deve ser IMEDIATA! Pneumotórax com pressão pleural atmosférica em torno de zero. Quando fístula de diâmetro grande e se mantiver permeável nos dois sentidos (insp/exp). A quantidade de ar que entra é a mesma que sai. 17/10/2012 8 Causas Comuns Pneumotórax também pode acontecer como complicação de DPOC (ruptura de bolha) e na ventilação mecânica devido às elevadas pressões nas vias aéreas. Atelectasia Atelectasia Palavra derivada do grego pode ser traduzida como expansão imperfeita. O significado atual da atelectasia é perda de volume. Alguns autores preferem o termo COLAPSO a atelectasia. Colapso do pulmão, ou de parte dele, por bloqueio de vias respiratórias superiores ou inferiores (brônquios ou bronquíolos) ou pela respiração muito superficial. Atelectasia �Segundo Pryor, colapso é o termo radiológico usado quando existe diminuição da aeração e, conseqüentemente, comprometimento da expansão parcial ou total do pulmão. �A principal causa da atelectasia é a obstrução de um brônquio principal, entretanto as vias aéreas pequenas também podem ser obstruídas. Atelectasia �A obstrução pode ser causada por um tampão de muco, tumor ou corpo estranho aspirado para o interior do brônquio. �O brônquio também pode ser obstruído por uma pressão externa provocada por um tumor ou o aumento de tamanho de linfonodos (gânglios linfáticos). 17/10/2012 9 Atelectasia �Quando uma via aérea é obstruída, o ar contido nos alvéolos é absorvido pela corrente sangüínea, acarretando sua diminuição de volume e retração. Atelectasia �A atelectasia pulmonar corresponde a até 80% das complicações pulmonares no pós operatório das cirurgias cardiovasculares. �Há alteração da mecânica pulmonar: redução do volume residual, capacidade vital, residual funcional e pulmonar total. Atelectasia �A atelectasia geralmente representa uma manifestação secundária e não doença isolada. Mecanismos 1. Compressão do parênquima por processos intra ou extratorácicos; 2. Aumento da tensão superficial no alvéolo e/ou bronquíolo; 3. Obstrução de vias aéreas, associado ao acúmulo de secreção favorece a formação de atelectasia. Hipoventilação A hipoventilação também é uma das causas mais comuns de atelectasia no pós-operatório. Com o uso de anestésicos, drogas narcóticas e parada de ventilação no intra-operatório durante o período de circulação extracorpórea, associados à dor, há diminuição da função ciliar, limitação do esforço inspiratório e prejuízo da eficácia do reflexo de tosse, favorecendo o acúmulo de secreção pulmonar. Outras causas: A deficiência de surfactante nos recém nascidos pré- maturos causa a síndrome da angústia respiratória neonatal. Os adultos também podem apresentar microatelectasias devido à administração excessiva de oxigênio, infecção generalizada grave (sepse) ou a muitos outros fatores que lesam o revestimento dos alvéolos. 17/10/2012 10 O tecido pulmonar colapsado comumente enche-se de células sangüíneas, soro e muco, propiciando desenvolvimento de infecções. TIPOS DE ATELECTASIAS Atelectasia por obstrução: ocorre devido aos distúrbios secundários à obstrução de vias aéreas que podem estar fora dela, na sua parede ou no seu interior. TIPOS DE ATELECTASIAS Atelectasia por absorção: geralmente está associada aos defeitos da redução de N2, associado à elevação de absorção de O2 (ar inspirado com elevadas frações de O2). Os alvéolos com o aumento da concentração de O2 podem realizar difusão mais rapidamente e, desta forma, pode haver colapso alveolar. TIPOS DE ATELECTASIAS Atelectasia laminar: caracterizada por faixas radiopacas (horizontais), vistas ao Raio X, geralmente localizadas nas bases pulmonares, devido à deficiência de ventilação alveolar. As principais causas: deficiência da contração diafragmática por lesão do nervo frênico ou por desvantagem mecânica da sua contração ou, ainda, pela incapacidade de realizar inspirações profundas, devido à dor no pós- operatório de cirurgias abdominais ou cardíacas. TIPOS DE ATELECTASIAS Atelectasia por contração: colapso alveolar secundário a reações fibróticas pulmonares. Atelectasias difusas: geralmente observadas na SARA (Sínd. Da Angústia Respiratória do Adulto), devido à instabilidade alveolar e alterações das propriedades elásticas pulmonares. TIPOS DE ATELECTASIAS Atelectasia por compressão: atelectasias secundárias a um derrame pleural, pneumotórax ou até mesmo postura adotada no leito, em que as áreas dependentes, em pulmões com patologia prévia, tendem a diminuir de forma significativa sua ventilação. 17/10/2012 11 SINAIS RADIOLÓGICOS SINAIS RADIOLÓGICOS Imagens de hipotransparência em superfície homogênea que pode atingir um hemitórax, como um todo, até pequenas vias aéreas. Na atelectasia pode ocorrer tração (desvio) do mediastino para o lado da atelectasia, além de retração das costelas adjacentes (reduz espaço entre costelas) e elevação da hemicúpula diafragmática, se a localização for em bases pulmonares. Atelectasia TOTAL pulmão esquerdo antes e após uso de CPAP: Atelectasia TOTAL pulmão esquerdo antes e após uso de CPAP:
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