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Aula 03

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PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula 3 
Regência verbal e nominal. Crase 
Olá, pessoal! 
Espero que estejamos entendendo bem a matéria. 
Qualquer dúvida, estou sempre visitando o fórum, ok? 
Vimos na aula 1 a estrutura da oração, reconhecendo os termos básicos 
e os tipos de subordinação: substantiva, adjetiva e adverbial. 
A aula 2 teve base nessa estrutura e a partir dela vimos a relação do 
verbo com o sujeito. Por isso trabalhamos a concordância verbal. Além dela, 
observamos a concordância nominal. 
Esta aula também possui a base da estrutura da oração. Vamos 
trabalhar desta vez a relação de transitividade entre o verbo e seu 
complemento e entre um nome e seu complemento. 
Assim, retomemos a estrutura da oração: 
1. O candidato realizou a prova. 
 VTD + OD 
2. duvidou do gabarito. 
 VTI + OI 
3. enviou recursos à banca examinadora. 
 VTDI + OD + OI 
4. tem certeza de sua aprovação. 
 VTD + OD + CN 
5. viajou. 
 VI 
Quanto à regência, devemos observar a transitividade do verbo e do 
nome, daí entendermos que os objetos direto e indireto complementam o 
sentido do verbo (regência verbal) e o complemento nominal faz o mesmo 
relacionado ao nome (regência nominal). 
Agora, vamos aprofundar no conhecimento desses termos da oração. 
Objeto direto: 
Esse termo é o complemento de um verbo transitivo direto. Ele tem 
como núcleo um substantivo ou palavra de valor substantivo. 
Perdi os documentos. 
Português p/ Polícia Federal 
(teoria e questões comentadas) 
sujeito predicado
Regência verbal
Regência nominal
Predicado 
Verbal 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
Note que “documentos” é o núcleo (palavra mais importante do termo) do 
objeto direto e é um substantivo. O objeto direto se apresenta de diferentes 
formas. 
I - Objeto direto pleonástico: normalmente, por uma questão de ênfase, 
antecipa-se o objeto, colocando-o no início da frase, e depois é repetido por 
meio de um pronome oblíquo átono. A esse objeto repetido damos o nome de 
objeto pleonástico ou enfático. É muito comum essa construção no diálogo, 
como um meio de o interlocutor retomar a fala do outro, emendando a sua 
postura diante do fato: 
- O que você acha desta roupa? 
- Essa roupa, ninguém a quer. 
A expressão “Essa roupa” é o objeto direto e o pronome “a” é o objeto 
direto pleonástico. Neste caso, ocorre a vírgula. 
II - Objeto direto preposicionado: aquele cuja preposição não é exigência do 
verbo, que é transitivo direto, mas ocorre por ênfase, para se evitar 
ambiguidade ou por necessidade do próprio complemento. 
 Amo a Deus. (ênfase) 
 Cumpri com a minha palavra. (ênfase) 
 Ele puxou da espada. (ênfase) 
Aos mais desfavorecidos atingem essas medidas. (para evitar 
ambiguidade) 
Ninguém entende a mim. (necessidade do pronome “mim”) 
Note que os verbos amar, cumprir, puxar, atingir e entender não 
regem preposição, porque são transitivos diretos. Como a banca CESPE 
pergunta quem exige a preposição, nesses casos não foram os verbos que a 
exigiram. 
Nos três primeiros exemplos, perceba que pode haver a seguinte 
estrutura oracional: Amo Deus; Cumpri a minha palavra; Ele puxou a 
espada. A inserção da preposição, então, não foi exigida pelo verbo, ela 
apenas enfatiza o complemento. 
No quarto exemplo, se não houvesse a preposição “A” no início da 
expressão “Aos mais desfavorecidos”, certamente o leitor teria dificuldade em 
identificar o sujeito (Essas medidas atingiram os mais desfavorecidos ou 
os mais desfavorecidos atingiram essas medidas?). Essa dupla 
possibilidade de interpretação é chamada de ambiguidade. Num texto formal, 
deve-se evitar essa ambiguidade para que o texto seja o mais claro possível. 
 No último exemplo, tem-se o pronome pessoal oblíquo tônico “mim”. Se 
não houvesse a preposição, esse pronome deveria ser oblíquo átono “me”. Isso 
será visto em nossas próximas aulas. 
III - Objeto direto interno (ou cognato): foi visto que verbos intransitivos são 
aqueles que, por terem sentido completo, não exigem um complemento 
(objeto). É comum, no entanto, o emprego desses verbos com um objeto, 
representado por um substantivo da mesma área semântica do verbo. Muitas 
vezes, o complemento tem o radical do verbo: 
PORTUGUÊS P/ POLÍCIA FEDERAL - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
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Ele vive uma vida feliz. Dormi o sono dos justos. 
“Os sonhos mais lindos sonhei....” “E rir o meu riso...” 
Essas estruturas são admissíveis em composições de canções, poemas 
ou prosas com fundo literário. Numa linguagem objetiva, com fundamentação 
argumentativa, essa construção deve ser evitada. 
Objeto indireto: complemento de um verbo transitivo indireto. 
Necessitamos de apoio. 
Ele pode também ser pleonástico: repetição, por meio de um pronome 
oblíquo, do objeto indireto. 
Ao amigo, não lhe peça tal coisa. 
A expressão “Ao amigo” é o objeto indireto e o pronome “lhe” é o objeto 
indireto pleonástico. Neste caso, a vírgula é obrigatória. 
Vamos a algumas questões! 
Questão 1: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Julgue a frase abaixo com referência à correção gramatical. 
A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro a candidatura à 
cargos eletivos dos condenados em decisão colegiada por crimes contra a 
vida, o patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio 
ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso de 
autoridade, lavagem de dinheiro e atentado à dignidade sexual, entre outros. 
Comentário: Veja a frase corretamente transcrita e as justificativas: 
A lei impede a justiça eleitoral de conceder registro da candidatura a
cargos eletivos aos condenados em decisão colegiada por crimes contra a 
vida, o patrimônio e a administração pública, a economia popular, o meio 
ambiente, a saúde pública e o sistema financeiro, assim como por abuso de 
autoridade, lavagem de dinheiro e atentado à dignidade sexual, entre outros. 
O verbo “impede” é transitivo direto e indireto (impedir alguém de 
alguma coisa). Assim sua transitividade está correta neste excerto. O 
substantivo “registro” rege preposição “de” (registro da candidatura); deve-se 
retirar o acento grave indicativo de crase em “à cargos eletivos”, pois o 
substantivo encontra-se no plural e masculino. O verbo “conceder” é também 
transitivo direto e indireto, seu objeto direto (“registro”) é seguido por dois 
complementos nominais (“da candidatura a cargos eletivos”) e seu objeto 
indireto é “aos condenados”. 
Gabarito: E 
Questão 2: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Lembrei-me daquele começo de campanha e do seu 
esforço para conseguir uma notinha. 
No trecho “para conseguir uma notinha”, a expressão “uma notinha” 
complementa o sentido da forma verbal “conseguir”. 
Comentário: O verbo “conseguir” é transitivo direto e “uma notinha” é o 
objeto direto, por isso completa o sentido desse verbo. 
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Gabarito: C 
Questão 3: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Às vezes, o que ele dizia despertava de repente nos 
adultos um olhar satisfeito e astuto. Satisfeito, por guardarem em segredo o 
fato de acharem-no inteligente e não o mimarem; astuto, por participarem 
mais do que ele próprio daquilo que ele dissera. 
A expressão “um olhar satisfeito e astuto” complementa o sentido daforma 
verbal “despertava”. 
Comentário: A expressão “um olhar satisfeito e astuto” é objeto direto de 
“despertava”; por isso complementa o sentido desse verbo. 
Gabarito: C 
Questão 4: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Fragmento do texto: Foram analisados vinte modelos teóricos sobre os 
efeitos do aquecimento global e concluiu-se que, até 2030, a temperatura 
média, na maioria dessas regiões, terá aumentado 1 ºC, enquanto as chuvas 
sazonais, em alguns locais, como no sul da África e no Brasil, poderão 
diminuir. 
A expressão “as chuvas sazonais” complementa o sentido da forma verbal 
“diminuir” 
Comentário: A locução verbal “poderão diminuir” é intransitiva e se flexiona 
de acordo com o seu sujeito “as chuvas sazonais”. Assim, este termo não 
completa a locução verbal. 
Gabarito: E 
Questão 5: ANEEL/ 2010 / nível superior 
Fragmento de texto: A palavra “projeto” remete-se à antecipação e, em boa 
parte, ao voluntarismo. 
A supressão da preposição antes dos vocábulos “antecipação” e 
“voluntarismo”, com a manutenção dos artigos definidos, não acarretaria 
prejuízo sintático ao texto. 
Comentário: No excerto “A palavra ‘projeto’ remete-se à antecipação e, em 
boa parte, ao voluntarismo”, temos uma estrutura oracional da seguinte 
forma: sujeito (A palavra “projeto”), verbo transitivo indireto (remete-se) e 
objeto indireto composto (à antecipação e ao voluntarismo). 
A questão está incorreta porque não se pode retirar a preposição do objeto 
indireto. Isso acarretaria também a retirada do pronome “-se”, o que mudaria 
o sentido e implicaria incoerência no texto. 
Gabarito: E 
Como vimos que o objeto direto é o complemento do verbo transitivo 
direto e o objeto indireto é o complemento do verbo transitivo indireto, 
veremos agora alguns verbos importantes quanto à necessidade ou não de 
preposição. 
Regência de verbos importantes 
Agradar: transitivo direto, com o sentido de “fazer agrado”, “fazer carinho”. 
Ela agradou o filho. 
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Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ser agradável”. 
O assunto não agradou ao homem. 
Ajudar, satisfazer, presidir, preceder: transitivos diretos ou indiretos, com 
a preposição a. 
Satisfiz as exigências. ou Satisfiz às exigências. 
Amar, estimar, abençoar, louvar, parabenizar, detestar, odiar, adorar, 
visitar: transitivos diretos. 
Estimo o colega. Adoro meu filho. 
Aspirar: transitivo direto quando significa “sorver”, “inspirar”, “levar o ar aos 
pulmões”: Aspiramos o ar frio da manhã. 
Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “desejar”, “almejar”: 
Ele aspira ao cargo. 
Assistir: transitivo direto no sentido de “dar assistência”, “amparar”. 
O médico assistiu o paciente. 
Mas também é aceito como transitivo indireto, com a preposição a, neste 
mesmo sentido: O médico assistiu ao paciente. 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “ver”, “presenciar”. 
Meu filho assistiu ao jogo. 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “caber”, “competir”. 
Esse direito assiste ao réu. 
Intransitivo, com a preposição em, com o sentido de “morar”. 
Seu tio assistia em um sítio. (o termo grifado é o adjunto adverbial de lugar)
Neste sentido, admite o advérbio “onde”: Este é o local onde assisto (onde 
moro). 
Avisar, informar, prevenir, certificar, cientificar: são normalmente 
transitivos diretos e indiretos, admitindo duas construções. 
Avisei o gerente do problema. 
Avisei-o do problema. 
Avisei ao gerente o problema. 
Avisei-lhe o problema. 
Avisei o gerente de que havia um problema. 
Avisei ao gerente que havia um problema. 
Cuidado! Veja que tanto o objeto direto quanto o indireto podem ser expressos 
também por pronomes oblíquos átonos ou orações subordinadas substantivas. 
Atender: transitivo direto, podendo ser também transitivo indireto no sentido 
de dar atenção a, receber alguém, seguir, acatar: 
Não costuma atender os meus conselhos. 
O ministro atendeu os funcionários que o aguardavam. 
Não atendeu à observação que lhe fizeram. 
Transitivo indireto no sentido de responder, prestar auxílio a: 
Os bombeiros atenderam a muitos chamados. 
O médico atendeu aos afogados na praia. 
Atribuir: transitivo direto e indireto: 
O professor atribuiu nota máxima aos alunos. 
Caber: transitivo indireto, no sentido de ser compatível, pertencer: 
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Cabe a você esperar pelo melhor. 
Note que o sujeito é oracional e o objeto indireto é a pessoa: “a você”. 
Normalmente é encontrado nas provas na ordem invertida. Ordenando de 
maneira mais clara a oração, teremos: 
Esperar pelo melhor cabe a você. (Isso cabe a você) 
Pode ser também intransitivo, no sentido de ficar dentro ou ter cabimento: 
O ônibus coube naquela garagem. 
Neste momento, não cabem palavras duras. 
Os termos sublinhados são adjuntos adverbiais de lugar e tempo, 
respectivamente. 
Chegar: intransitivo, no sentido de movimento a um destino, exigindo a 
preposição “a”. Com ideia de movimento de um lugar origem, usa-se a 
preposição “de”. Deve-se evitar a preposição “em”, muito usada na linguagem 
coloquial, mas não é admitida na norma culta. 
Cheguei a Fortaleza. Cheguei de Fortaleza. 
Esse verbo admite o advérbio “aonde” ou a locução “para onde”, não 
admitindo apenas “onde”. 
Obs.: Os termos sublinhados são adjuntos adverbiais de lugar. 
Transitivo indireto, quando transmite valor de limite: 
Seu estudo chegou ao extremo do entendimento. 
Convir: transitivo indireto, no sentido de ser útil, proveitoso: 
Convém a todos lutar pela igualdade. 
Note que o sujeito é oracional e o objeto indireto é a pessoa: “a todos”. 
Normalmente é encontrado nas provas na ordem invertida. Ordenando de 
maneira mais clara a oração, teremos: 
Lutar pela igualdade convém a todos. (Isso convém a todos) 
Pode ser também intransitivo, no sentido de ser conveniente: 
Não convém essa atitude. (“essa atitude” é o sujeito) 
Chamar: transitivo direto com o sentido de “convocar”. 
Chamei-o aqui. 
Transitivo direto ou indireto, indiferentemente, com o sentido de “qualificar”, 
“apelidar”; nesse caso, terá um predicativo do objeto (direto ou indireto), 
introduzido ou não pela preposição de. 
 Chamei-o louco. Chamei-o de louco. 
 Chamei-lhe louco. Chamei-lhe de louco. 
A palavra louco, nos dois primeiros exemplos, é predicativo do objeto direto; 
nos dois últimos, predicativo do objeto indireto. 
Custar: intransitivo, quando indica preço, valor. 
Os óculos custaram oitocentos reais. 
Obs.: adjunto adverbial de preço ou valor: oitocentos reais. 
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Transitivo indireto, com a preposição a, significando “ser custoso”, “ser difícil”; 
com esse sentido, normalmente estará seguido de um infinitivo: 
Custou ao aluno entender a explicação do professor. 
Obs: “entender a explicação do professor” é sujeito oracional e “ao aluno” é o 
objeto indireto. (Isso custou ao aluno) 
Esquecer, lembrar, recordar: transitivos diretos, sem os pronomes oblíquos 
átonos (me, te, se, nos, vos): 
Ele esqueceu o livro. Lembrou a situação. Recordou o fato. 
Transitivos indiretos com pronomes oblíquos átonos, exigindo preposição de. 
Ele se esqueceu do livro. Lembrou-se da situação. Recordou-se do fato. 
No sentido figurado, há ainda a possibilidade de o sujeito do verbo 
"esquecer" não ser uma pessoa, mas uma coisa: 
Esqueceram-me as palavras de elogio. 
Essa mesma regência vale para "lembrar",isto é, há na língua o registro 
de frases como "Não me lembrou esperá-la", em que "lembrar" significa "vir à 
lembrança". O sujeito de "lembrou" é "esperá-la", ou seja, esse fato (o ato de 
esperá-la) não me veio à lembrança. 
Os verbos Lembrar e recordar também podem ser transitivos diretos e 
indiretos: Lembrei ao aluno o dia do teste. 
Implicar: transitivo direto quando significa “pressupor”, “acarretar”. 
Seu estudo implicará aprovação. 
Transitivo direto e indireto, com a preposição em, quando significa “envolver”. 
Implicaram o servidor no processo. 
Transitivo indireto, com a preposição com, quando significa “demonstrar 
antipatia”, “perturbar”. 
Sempre implicava com o vizinho. 
Morar, residir, situar-se, estabelecer-se: pedem adjuntos adverbiais com a 
preposição em, e não a: Morava na Rua Onofre da Silva. 
Cabe aqui observar que o vocábulo “onde” não pode receber preposição com 
este verbo. A estrutura “aonde moro” está errada gramaticalmente, o correto 
é: onde moro. 
Namorar: transitivo direto: Ela namorou aquele artista. 
Obedecer e desobedecer: transitivos indiretos, com a preposição a. 
Obedeço ao comando. Não desobedeçamos à lei. 
Pedir, implorar, suplicar: transitivos diretos e indiretos, com a preposição a 
(mais raramente, para): Pediu ao dirigente uma solução. 
Só admitem a preposição para quando existe a palavra licença (ou 
sinônimos), clara ou oculta. 
Ele pediu para sair. (ou seja: pediu licença para) 
Perdoar e pagar: transitivos diretos, se o complemento é coisa. 
Perdoei o equívoco. Paguei o apartamento
Transitivos indiretos, com a preposição a, se o complemento é pessoa. 
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Perdoei ao amigo. Paguei ao empregado. 
Pode aparecer os dois complementos, sendo o verbo transitivo direto e 
indireto: O Brasil pagou a dívida ao FMI. 
O FMI perdoará a dívida aos países pobres. 
Note que, se no último exemplo retirássemos a preposição “a” e 
inseríssemos a preposição de, o verbo passa a ser apenas transitivo direto e o 
termo preposicionado passa a ser o adjunto adnominal que caracteriza o 
núcleo deste termo. Veja: 
O FMI perdoará a dívida dos países pobres. 
 VTD + OD 
Preferir: transitivo direto: Prefiro biscoitos. 
Transitivo direto e indireto, com a preposição a: Prefiro vinho a leite. 
Cuidado, pois o verbo “preferir” não aceita palavras ou expressões de 
intensidade, nem do que ou que. Assim, está errada a construção como 
“Prefiro mais vinho do que leite”. 
Presidir: transitivo direto ou indireto: 
O chefe presidiu a cerimônia. O chefe presidiu à cerimônia. 
Proceder: intransitivo, com o sentido de “agir”: Ele procedeu bem. 
Intransitivo, com o sentido de “justificar-se”: Isso não procede. 
Intransitivo, com o sentido de “vir”, “originar-se”; pede a preposição de. 
A balsa procedia de Belém. 
Neste sentido, admite o advérbio “donde” ou a locução “de onde”: 
Venho de onde ficou minha infância. (=donde) 
Transitivo indireto, com a preposição a, com o sentido de “realizar”, “dar 
andamento”: Ele procedeu ao inquérito. 
Querer: transitivo direto, significando “desejar, ter intenção de, ordenar, fazer 
o favor de": Ele quer a verdade. 
Transitivo indireto, significando “gostar, ter afeição a alguém ou a alguma 
coisa". É normal o advérbio “bem” ficar subentendido ou explícito. Assim, é 
exigida a preposição a: A mãe quer muito ao filho. (...quer bem ao filho) 
Referir-se: transitivo indireto, com a preposição a: 
O palestrante referiu-se ao problema. 
Transitivo direto, no sentido narrar, contar: Ele referiu o ocorrido. 
Responder: transitivo direto, em relação à própria resposta dada. 
Responderam que estavam bem. 
Transitivo indireto, em relação à coisa ou pessoa que recebe a resposta. 
Respondi ao telegrama. 
Às vezes, aparece como transitivo direto e indireto: 
Respondemos aos parentes que iríamos. 
Simpatizar e antipatizar: transitivo indireto, regendo preposição com sem 
pronome oblíquo: Simpatizo com Madalena. 
A construção “Simpatizo-me com Madalena” está errada”, pois não pode haver 
pronome oblíquo átono. 
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Visar: transitivo direto quando significa “pôr o visto”, “rubricar”: 
Ela visou as folhas. 
Transitivo direto quando significa “mirar”: Visavam um ponto na parede. 
Transitivo indireto, com a preposição a, quando significa “pretender”, 
“almejar”: Visava à felicidade de todos. 
Aqui não é aceito o pronome "lhe" como complemento, empregando-se, 
assim, as formas "a ele" e "a ela". 
Algumas gramáticas aceitam a regência deste verbo na acepção de 
“pretender, almejar” como verbo transitivo direto, quando logo após houver 
um verbo no infinitivo. “O programa visa facilitar o acesso ao ensino gratuito.” 
Observações importantes: 
a) Alguns verbos transitivos indiretos, mesmo pedindo a preposição a, não 
admitem o pronome lhe como objeto. Veja alguns importantes. 
Assistiu ao filme. Assistiu-lhe. (errado) Assistiu a ele. (certo) 
Aspiro à promoção. Aspiro-lhe. (errado) Aspiro a ela. (certo) 
Visava ao concurso. Visava-lhe. (errado) Visava a ele. (certo) 
Aludi ao preconceito. Aludi-lhe. (errado) Aludi a ele. (certo) 
Anuiu ao pedido. Anuiu-lhe. (errado) Anuiu a ele. (certo) 
Procedeu ao inquérito. Procedeu-lhe. (errado) Procedeu a ele. (certo) 
Presidimos à reunião. Presidimos-lhe. (errado) Presidimos a ela. (certo) 
b) Quando o complemento verbal é o mesmo para dois ou mais verbos, estes 
devem possuir a mesma regência verbal. Assim, construções como “Fui e 
voltei de Salvador” transmite erro gramatical. A regência do verbo “Fui” exige 
a preposição “a”, e a do verbo “voltei” exige preposição “de”. Portanto, 
deveremos corrigir para: “Fui a Salvador e voltei de lá” 
 Veja outros casos: 
Gostei e comprei o carro. Gostei do carro e o comprei. 
Conheci e não simpatizei com Carlos. Conheci Carlos e não simpatizei com ele. 
 Construção viciosa Construção gramaticalmente correta 
Questão 6: TRE - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Nessa hipótese, as normas jurídicas sobre o voto 
pertenceriam à categoria das normas imperfeitas, o que redundaria em fazer 
do sufrágio simples dever cívico ou moral. 
Na linha 2, o verbo redundar é empregado com o mesmo sentido e a mesma 
regência que o empregado na seguinte frase: Redundaram, no discurso do 
diretor, elogios aos funcionários. 
Comentário: O verbo “redundar”, no texto, é transitivo indireto, regendo a 
preposição “em” e tem como sinônimo acarretar, implicar (porém com 
regências diferentes). Já este mesmo verbo, no exemplo da questão, tem 
regência diferente (verbo transitivo direto e indireto, com preposição “a”) e 
possui como sinônimo difundir, ocorrer. 
Gabarito: E 
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Questão 7: TSE / 2007 / Analista 
Fragmento do texto: Oh! ainda agora me não esqueceram os discursos que 
ouvi, nem os artigos que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! 
A correção gramatical e as ideias originais serão mantidas, caso se reescreva 
o trecho “me não esqueceram (...) artigos que li” da seguinte forma: não me 
esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que li. 
Comentário: O verbo “esquecer”, sem pronome átono, é transitivo direto 
(alguém esquece algo). Ao receber esse pronome, passa a transitivo indireto, 
exigindo preposição “de” (alguém se esquece de algo). Esse verbo pode ter 
como sujeito uma coisa e a pessoa passa a ser o complemento (esqueceram-
me os problemas). Assim, observe a reescrita e veja a explicaçãoabaixo: 
Oh! ainda agora me não esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos 
que li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! 
Oh! ainda agora não me esqueço dos discursos que ouvi, nem dos artigos que 
li por esses tempos atrás pedindo a eleição direta! 
Perceba que houve apenas a mudança da regência do verbo “esquecer”. 
No primeiro (“me não esqueceram os discursos), o sujeito é “os discursos”. No 
segundo, o sujeito é oculto (eu): “não me esqueço dos discursos”. Assim, é 
preservada a correção gramatical. 
Gabarito: C 
Questão 8: Anatel / 2006 / nível superior 
Atende à norma gramatical a seguinte síntese do último parágrafo: O cidadão 
prefere mais que o Estado aja por ele do que agir à partir de seu próprio 
pensamento. 
Comentário: O verbo preferir é transitivo direto e indireto e só aceita o 
objeto indireto com a preposição “a”. Não se admite nenhum intensificador 
como “mais”, “mil vezes mais” etc, nem elemento comparativo “que”, “do 
que”. Portanto o ideal seria: 
O cidadão prefere que o Estado aja por ele a que aja a partir de seu próprio 
pensamento. 
Perceba as duas ocorrências da conjunção integrante “que”. Elas iniciam 
as orações subordinadas substantivas objetivas direta e indireta. 
Perceba também que não há crase antes de verbo por não haver artigo: a 
partir. 
Gabarito: E 
Questão 9: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior 
Fragmento do texto: O Instituto de Registro Imobiliário do Brasil (...) 
congrega esforços para promover e realizar seminários de direito notarial e 
registral no estado, visando o aperfeiçoamento técnico de notários e 
registradores e a reciclagem de prepostos e profissionais que atuam na área.
As passagens “o aperfeiçoamento técnico” e “a reciclagem” podem ser 
substituídas, respectivamente, no contexto, por à qualificação técnica e ao 
aprimoramento. 
Comentário: O autor do texto utiliza o verbo visar, com sentido de almejar, 
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como transitivo direto. A banca CESPE, sabendo que o uso como transitivo 
direto é pouco comum na linguagem cuidada, traz à forma corrente, inserindo 
a preposição “a” em sua nova escrita. Além disso, troca os vocábulos 
“aperfeiçoamento” e “reciclagem” por seus sinônimos contextuais 
“qualificação” e “aprimoramento”. Assim, deve-se ter cuidado quanto ao 
uso da crase. Veja: 
“... visando o aperfeiçoamento (...) e a reciclagem de prepostos...” 
visando à qualificação (...) e ao aprimoramento de prepostos. 
Gabarito: C 
Questão 10: Cia de Saneamento Básico - ES / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: 
Considerando as recentes técnicas, os meios e os problemas que 
envolvem os crimes de informática e a ação de perícia criminal sobre 
evidências de delitos dessa natureza, vimos sugerir a adoção de protocolos 
para coleta, manipulação, exame e preparação do laudo pericial, visando à 
integridade da prova e sua aceitação perante a justiça. 
Mantém-se a correção gramatical se a oração “visando à integridade da prova 
e sua aceitação perante a justiça” for reescrita da seguinte maneira: visando 
à integridade da prova e à sua aceitação perante a justiça. 
Comentário: No texto o verbo “visando” possui o objeto indireto composto “à 
integridade da prova e sua aceitação”. Quando há objeto indireto composto, 
pode-se omitir a preposição do segundo núcleo em diante, como no exemplo: 
Gosto de estudo, de trabalho e de lazer. ou 
Gosto de estudo, trabalho e lazer. 
As duas formas estão corretas, a primeira mantém a preposição repetida 
para preservar o paralelismo, confirmar a clareza de que os núcleos seguintes 
mantêm referência ao verbo. Já a segunda omite a preposição para evitar a 
repetição desnecessária. Por isso as duas formas estão corretas. 
No texto, o objeto indireto composto tinha apenas uma preposição e a 
outra estava subentendida. 
“visando à integridade da prova e sua aceitação” 
Com a reescrita, houve apenas a preocupação com a clareza e com o 
paralelismo. O objeto indireto possui agora nos dois núcleos preposição “a”, 
exigida pelo verbo ”visando” e o artigo “a” é admitido pelos substantivos 
femininos singulares “integridade” e “aceitação”. Portanto a reescrita não é 
obrigatória, mas é possível: 
visando à integridade da prova e à sua aceitação 
Gabarito: C 
Questão 11: Cia de Saneamento Básico - ES / 2006 / nível superior 
Fragmento do texto: Em muitos casos, os locais de crime podem apontar a 
presença de computadores e mídias que possam estar relacionados ao crime 
em análise, ou ainda, munidos de uma ordem judicial, os peritos podem 
proceder à busca e apreensão de equipamentos e mídias que possam estar 
ligados a um caso qualquer. 
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No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo “proceder” admite dois 
empregos, de acordo com a norma culta: “proceder à busca” e proceder a 
busca, sem alteração de sentido. 
Comentário: No sentido de fazer ou realizar algo, o verbo proceder não 
admite dois empregos, ele é transitivo indireto e rege a preposição “a”; 
portanto a crase é obrigatória, pois o verbo “proceder” exigiu a preposição “a” 
e o substantivo “busca” admitiu o artigo “a”. 
Gabarito: E 
Questão 12: TCE ES – 2004 – Controlador Rec Pub 
Portaria n.º 107, de 15/5/1996 
 Dispõe sobre a isenção de tributos incidentes na 
importação de mercadorias destinadas a feiras, 
congressos, exposições ou eventos assemelhados.
Na ementa da portaria, seriam preservadas a correção gramatical e a 
adequação do texto se, em lugar da preposição “sobre”, a preposição utilizada 
para o complemento da forma verbal “Dispõe” fosse de, e se registrasse aí a 
contração com o artigo: Dispõe da. 
Comentário: O verbo “dispõe”, quando está seguido da preposição “sobre” 
transmite sentido de “tratar”, “discorrer”, “doutrinar” sobre um assunto. 
Já com a preposição “de”, o sentido muda e não cabe neste contexto, 
pois passa a transmitir sentido de “despender”, “desfazer-se”, “usar 
livremente” etc. Esse novo sentido certamente traria prejuízo ao texto. 
Gabarito: E 
Questão 13: TCE PE – 2004 – Analista 
Fragmento do texto: Os resultados de pesquisas recentes, no entanto, 
indicam que ensinar a pescar pode ser muito pouco para uma grande massa da 
população que já se encontra em situação de extrema privação. 
Preserva-se a correção gramatical, mas altera-se o sentido do texto, se, em 
“se encontra”, for retirado o pronome reflexivo. 
Comentário: Para resolver esta questão, basta retirar o pronome “se”, ler 
novamente a frase, e perceber que haverá incoerência com a exclusão do 
pronome “se”. Sintaticamente, esse verbo é pronominal e necessita do 
pronome. 
Gabarito: E 
Questão 14: TCE PE – 2004 – Auditor 
Fragmento do texto: O homem, que hoje é possuidor de várias identidades, 
aprende a ser judeu com Proust, católico com Greene, irlandês com Joyce, 
colombiano com García Márquez e, em cada um desses livros, pode fazer a 
aprendizagem da alteridade, identificando-se, sucessiva ou simultaneamente, 
com cada personagem. 
Em “aprende a ser judeu”, a presença de preposição é exigida pela regência da 
forma verbal do infinitivo “ser”. 
Comentário: A preposição “a” ocorre por exigência do verbo “aprende”. 
Gabarito: E 
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Complemento nominal: 
Determinados substantivos, adjetivos e advérbios se fazem acompanhar 
de complementos, os quais são chamados de complementos nominais e são 
introduzidos por preposição. 
Note abaixo que o substantivo “leitura” dá nome à ação de “ler”. Como é 
naturalo verbo ser transitivo, esse substantivo também fica transitivo. 
Você leu o texto. 
sujeito VTD objeto direto 
 Predicado verbal 
Você fez uma boa leitura do texto. 
sujeito VTD objeto direto complemento 
nominal 
 Predicado verbal 
Compare: Júlia aproveitou o momento. (objeto direto) 
Júlia tirou proveito do momento. (complemento nominal) 
A banca CESPE normalmente não pergunta, por exemplo, se “do 
momento” é complemento nominal; ela pergunta se a preposição “de” é 
exigida pelo verbo “tirou” ou pelo substantivo “proveito”. A preposição “de”, 
em contração com o artigo “o”, é exigida pelo substantivo “proveito”, por isso 
a expressão “do momento” completa o sentido desse substantivo. 
Vimos então que, quando um nome exige complemento chamamos de 
Regência Nominal, passaremos aos nomes de maior ocorrência. 
Substantivos, adjetivos e advérbios podem, por regência nominal, exigir 
complementação para seu sentido precedida de preposição. 
acostumado a, com curioso de 
afável com, para desgostoso com, de 
afeiçoado a, por desprezo a, de, por 
aflito com, por devoção a, por, para, com 
alheio a, de devoto a, de 
ambicioso de dúvida em, sobre, acerca de 
amizade a, por, com empenho de, em, por 
amor a, por falta a, com, para 
ansioso de, para, por imbuído de, em 
apaixonado de, por imune a, de 
apto a, para inclinação a, para, por 
atencioso com, para incompatível com 
aversão a, por junto a, de 
ávido de, por preferível a 
conforme a propenso a, para 
constante de, em próximo a, de 
constituído com, de, por respeito a, com, de, por, para 
contemporâneo a, de situado a, em, entre 
contente com, de, em, por último a, de, em 
cruel com, para único a, em, entre, sobre 
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Questão 15: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: O agravamento da crise urbana nos países em 
desenvolvimento e as mudanças políticas, sociais e econômicas, que, no 
momento, se processam em escala mundial, requerem novo esforço 
governamental para a organização das cidades e dos seus sistemas de 
transporte. 
A presença da preposição de antes das expressões “cidades” e “seus 
sistemas” indica que esses termos complementam a ideia de “organização”.
Comentário: Note que o substantivo “organização” rege preposição “de”, a 
qual inicia os dois núcleos do complemento nominal composto (das cidades e 
dos seus sistemas). Como se sabe que o complemento nominal é termo que 
completa o sentido do nome, a afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
Questão 16: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: O carro, no entanto, não é o único vilão. A solução 
para o problema da mobilidade passa pela criação de alternativas ao uso do 
transporte individual. 
“Como as opções alternativas ao transporte individual são pouco 
eficientes, pela falta de conforto, segurança ou rapidez, as pessoas continuam 
optando pelos automóveis, motocicletas ou mesmo táxis, ainda que 
permaneçam presas no trânsito”, afirma S. G. 
O emprego da preposição a, em “ao uso” (linha 2) e “ao transporte” (linha 4), 
é obrigatório, visto que esses termos, como complementos do substantivo 
“alternativas” (linhas 2 e 4), devem ser introduzidos por essa preposição.
Comentário: O substantivo “alternativas” exigiu, neste contexto, a 
preposição “a”, como ocorreu em “alternativas ao uso” e “alternativas ao 
transporte”. Portanto, nesta estrutura, realmente a preposição “a” é 
obrigatória. O que pode ter deixado o candidato com dúvida seria a palavra 
“substantivo”; pois na segunda ocorrência “alternativas” tem valor adjetivo, o 
qual determina o substantivo “opções”. Mas perceba: esse vocábulo é um 
substantivo e, neste caso, estava apenas com valor adjetivo; por isso a 
afirmativa está correta. 
Gabarito: C 
Questão 17: INCA / 2010 / Superior 
Fragmento do texto: No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) presta 
atendimento universal e gratuito a 160 milhões de brasileiros que não têm 
planos de saúde privados. 
No trecho “a 160 milhões de brasileiros”, a preposição “a” é exigida devido à 
regência de “atendimento”. 
Comentário: Perceba que realmente é o substantivo “atendimento” que exige 
o complemento nominal. Os adjetivos “universal” e “gratuito” são apenas 
características deste substantivo e não exigem preposição. 
Gabarito: C 
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Questão 18: TRE GO - 2008 - Analista 
Fragmento do texto: Progredimos quando os prazeres do crescimento e 
a ansiedade da segurança são maiores do que a ansiedade do crescimento e 
os prazeres da segurança. 
Preservam-se a correção gramatical e a coerência entre os argumentos do 
texto ao se substituir “a ansiedade” (linha 2) por da ansiedade. 
Comentário: A questão pede para inserir a preposição “de” antes de “a 
ansiedade”. Isso provocaria incoerência no texto, pois “prazeres” e 
“ansiedade” são dois núcleos distintos (sujeito composto) do verbo “são”. Ao 
inserir a preposição, o único núcleo passaria a ser “prazeres”, mudando o 
sentido e fazendo com que o texto ficasse incoerente com os argumentos. 
Compare: 
Progredimos quando os prazeres do crescimento e a ansiedade da 
segurança são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da 
segurança. 
Progredimos quando os prazeres do crescimento e da ansiedade da 
segurança são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da 
segurança. 
Gabarito: E 
Questão 19: PC - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: Recentemente, a Coreia do Norte, mais uma vez, 
atacou seus irmãos do Sul. Mesmo 65 anos depois do fim da Segunda Guerra 
Mundial e do rateio do mundo entre comunistas e capitalistas, os coreanos 
seguem presos aos dogmas de seus governos. O bombardeio ordenado por 
Pyongyang atingiu uma ilha do país vizinho, matou duas pessoas e feriu pelo 
menos dezoito. A justificativa do Norte foram manobras supostamente feitas 
pelos sulistas em águas sob sua jurisdição. 
A presença da preposição a em “aos dogmas” (linha 4) decorre da regência da 
forma verbal “seguem” (linha 4), que exige complemento regido por essa 
preposição. 
Comentário: O verbo “seguem” é intransitivo e é seguido pelo predicativo 
“presos”, o que configura um caso de predicado verbo-nominal. Assim, não é 
o verbo que exige o complemento “aos dogmas”, mas sim o predicativo 
“presos”. Esse é um caso de regência nominal, e não verbal. 
Gabarito: E 
Questão 20: TRE - PA / 2007 / nível superior 
Fragmento do texto: A justiça eleitoral mineira mantém o projeto Justiça 
Eleitoral na Escola, voltado para crianças e adolescentes, com o objetivo de 
contribuir para a conscientização acerca da importância do voto e de suas 
consequências no campo da participação democrática e da construção da 
cidadania. 
A passagem “acerca da importância do voto e de suas consequências” 
completa o sentido de “objetivo”. 
Comentário: A banca quis induzir o candidato a pensar que essa passagem 
fosse complemento nominal do substantivo “objetivo”; mas, na realidade, é o 
substantivo “conscientização” que possui tal complemento nominal. 
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Gabarito: E 
Questão 21: Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior 
Fragmento do texto: Nesse contexto, as previsões, liberais ou marxistas, do 
fim dos estados ou das economias nacionais, ou mesmo da formação de 
algum tipo de federação cosmopolita e pacífica, são utopias, com toda a 
dignidade das utopias que partem de argumentos éticos e expectativas 
generosas, mas são ideias ou projetos que não têm nenhum apoio objetivo na 
análise da lógica e da históriapassada do sistema mundial. 
Pela presença das preposições, é correto afirmar que os elementos “da 
lógica”, “da história passada” e “do sistema mundial” têm a mesma função 
sintática no período, pois complementam a palavra “análise”. 
Comentário: O vocábulo “análise” é um substantivo abstrato, pois foi gerado 
a partir de um verbo. Diz-se nesses casos que é o nome de uma ação. 
Observemos esse trecho com esse vocábulo voltando a ser um verbo: 
“... em analisar a lógica e a história passada do sistema mundial.” 
O verbo “analisar” é transitivo direto e exige o complemento verbal 
direto composto “a lógica e a história passada do sistema mundial”. Para a 
gramática, todo OBJETO é COMPLEMENTO VERBAL. 
Assim, ao transformar o verbo “analisar” em substantivo abstrato 
“análise”, como está no texto, o que era complemento verbal composto 
tornou-se complemento nominal composto (“da lógica e da história passada 
do sistema mundial”). Os núcleos desse complemento são “lógica” e “história” 
e possuem as preposições “de”, exigidas pelo nome “análise”. Os artigos “a” 
(que estão em contração com as preposições “de”, resultando em “da”) e as 
expressões “passada” e “do sistema mundial” são adjuntos adnominais de 
seus núcleos respectivos. Portanto, “do sistema mundial” não é complemento 
nominal, por isso a afirmativa está errada. 
Gabarito: E 
Orações subordinadas substantivas 
Vimos as orações subordinadas substantivas na aula 1. Agora basta 
recordarmos essas orações com função sintática de objeto direto, objeto 
indireto e complemento nominal, haja vista a regência. 
A oração subordinada substantiva objetiva direta não recebe preposição, 
pois o verbo da oração principal é transitivo direto. Essa oração parte de um 
objeto direto. Veja que a primeira frase possui apenas um verbo, então há um 
período simples. Com a inserção de um verbo no objeto direto, passou-se a 
uma oração subordinada substantiva objetiva direta. 
Peço sua atenção. 
 VTD + OD 
Peço que você se atente a mim. 
Or Pcp + oração sub substantiva objetiva direta. 
Da mesma forma ocorre com a oração subordinada substantiva objetiva 
indireta. O verbo da oração principal é transitivo indireto, por isso exigiu objeto 
indireto. 
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Lembre-se de sua participação no evento. 
 VTD + OI 
Lembre-se de que você participará do evento. 
 Or Pcp + oração sub substantiva objetiva indireta. 
Falta apenas relembrarmos a oração subordinada substantiva completiva 
nominal, a qual é exigida por um nome da oração principal. 
Tenho certeza de sua aprovação. 
 VTD + OD + CN 
Tenho certeza de que você será aprovado. 
 Or Pcp + oração sub substantiva completiva nominal. 
Agora vamos ver como isso foi cobrado em prova! 
Questão 22: Detran - ES / 2011 / nível médio 
Fragmento de texto: A Bik.e vem com tudo para agradar, a começar pelo 
nome esperto e um diploma automático na dura disciplina de “mobilidade 
sustentável”. Vem como um aviso concreto de que a era do automóvel está 
mesmo se despedindo. 
Em “de que”, o emprego da preposição é obrigatório, visto que introduz o 
complemento da palavra “aviso”; como ocorre, por exemplo, em aviso de 
férias. 
Comentário: Note que “de que” iniciou uma oração subordinada substantiva 
completiva nominal, pois completa o sentido do substantivo “aviso”. No 
exemplo “aviso de férias” há também um complemento nominal do 
substantivo “aviso”. Nos dois casos, portanto, o uso da preposição se fez 
obrigatório. 
Gabarito: C 
Questão 23: (Tribunal de Justiça - BA / 2005 / nível superior) 
Fragmento do texto: Não há dúvida de que, no início do século XXI, os 
Estados Unidos da América chegaram mais perto do que nunca da 
possibilidade de constituição de um “império mundial”. 
O emprego da preposição “de” em “Não há dúvida de que” justifica-se pela 
regência da forma verbal “há”. 
Comentário: O verbo “há” é transitivo direto e seu objeto direto é o 
substantivo “dúvida”. Este substantivo possui transitividade e necessita do 
complemento nominal “de que, no início do século XXI, os Estados Unidos da 
América chegaram mais perto do que nunca da possibilidade de constituição 
de um ‘império mundial’. Assim, a preposição “de” liga-se ao substantivo 
“dúvida”, e não ao verbo. 
Gabarito: E 
Questão 24: MPU 2010 Médio 
Fragmento do texto: A chaga encontra terreno fértil nas sociedades 
subdesenvolvidas, mas também viceja onde o capitalismo, em seu ambiente 
mais selvagem, obriga crianças e adolescentes a participarem do processo de 
produção. 
O emprego de preposição em “a participarem” é exigido pela regência da 
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forma verbal “obriga”. 
Comentário: O verbo “obriga” é transitivo direto e indireto, seu objeto direto 
é “crianças e adolescentes” e a oração “a participarem do processo de 
produção” é subordinada substantiva objetiva indireta. Assim, a preposição 
“a” foi exigida pelo verbo “obriga”. 
Gabarito: C 
Questão 25: TSE / 2007 / Analista 
Fragmento do texto: Uma antiga preocupação dos legisladores do passado 
era a de assegurar o direito dos povos de manter “os costumes da terra”. 
Na expressão “era a de assegurar”, a presença da preposição “de” decorre da 
regência de “preocupação”. 
Comentário: O artigo “a” faz entender a omissão do substantivo 
“preocupação”, que se encontra na linha 1, para evitar repetição 
desnecessária. Assim, realmente este substantivo subentendido rege a 
preposição “a”. Veja: ...era a (preocupação) de assegurar o direito... 
Veja que a oração “de assegurar o direito dos povos” é subordinada 
substantiva completiva nominal. 
Gabarito: C 
Regência com pronomes relativos 
Como visto na aula 1, o pronome relativo é uma palavra que inicia as 
orações subordinadas adjetivas e pode estar antecedido de preposição. Isso 
depende do verbo da oração adjetiva e da função sintática do pronome 
relativo. Por isso é importante visualizarmos quais são os pronomes relativos 
mais empregados. 
que: retoma coisa ou pessoa 
o/a qual: retoma coisa ou pessoa 
quem: retoma pessoa 
cujo: relação de posse 
onde: retoma lugar 
quando: retoma tempo 
Os pronomes relativos e suas funções sintáticas. 
Sujeito: 
O homem, que é um ser racional, aprende com seus erros. 
oração subordinada adjetiva 
 oração principal 
Sempre se deve partir do verbo para entender a função sintática dos 
termos. Assim, há o verbo de ligação “é”, o predicativo “um ser racional”; logo, 
falta o sujeito, que é o pronome relativo “que”. Onde se lê “que”, entende-se 
“homem”, então se pode ter a seguinte estrutura: 
O homem é um ser social. 
Como se pode substituir “que” por “o qual” e suas variações, 
dependendo da palavra que foi retomada, teremos: 
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O homem, o qual é um ser racional, aprende com seus erros. 
Abaixo serão listadas outras funções do pronome relativo e suas 
possibilidades de substituição: 
Objeto direto: 
Esta é a casa que amamos. 
 a qual amamos. 
 OD VTD 
Objeto indireto: 
Esta é a casa de que gostamos. 
 (de + a qual) 
 da qual gostamos. 
 OI VTI 
 
Objeto indireto: 
Esta é a casa a que nos referimos. 
 (a + a qual) 
 à qual nos referimos. 
 OI VTI 
Complemento nominal:Esta é a casa a que fizemos referência. 
 (a + a qual) 
 à qual fizemos referência.
 CN VTD + OD
Na função de adjunto adverbial, o pronome relativo “que” deve ser 
preposicionado tendo em vista transmitir os seus valores circunstanciais, 
normalmente os de tempo e lugar. Quando transmite valor de lugar, pode 
também ser substituído pelo pronome relativo “onde”. 
A preposição “em” é de rigor quando o verbo intransitivo transmite 
processo estático (Estar em algum lugar, nascer em algum lugar). Porém, se 
transmitir lugar de destino, regerá preposição “a” (vai a algum lugar, vai para
algum lugar); se transmitir lugar de origem, regerá a preposição “de” (vir de
algum lugar). Pode ainda, na ideia de desenvolvimento do deslocamento, ser 
regido pela preposição “por” (passar por algum lugar). 
Veja: 
Adjunto adverbial de lugar (estático: com preposição “em”): 
Esta é a casa onde moramos. 
em que moramos. 
 (em + a qual) 
na qual moramos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Adjunto adverbial de lugar (destino: com preposição “a”): 
Esta é a casa aonde chegamos. 
 a que chegamos. 
 (a + a qual) 
 à qual chegamos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Adjunto adverbial de lugar (destino: com preposição “para”): 
Esta é a casa para onde vamos. 
 --------------- 
 (para + a qual) 
 para a qual vamos. 
 Adj Adv. lugar VI 
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Observação: Não se usa pronome relativo “que” antecedido de preposição com 
duas ou mais sílabas. Deve-se transformá-lo em “o qual” e suas variações. 
Assim, temos “mediante o qual”, “perante o qual”, “segundo o qual”, 
“conforme o qual”, “sobre o qual”, “para o qual” etc. 
Adjunto adverbial de lugar (origem: com preposição “de”): 
Esta é a casa de onde viemos. (ou donde) 
 de que viemos 
 (de + a qual) 
 da qual viemos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Observação: Soa mais agradável a construção “da qual”, mas “de que” 
também está correta. 
Adjunto adverbial de lugar (desenvolvimento do trajeto: com preposição “por”): 
Esta é a casa por onde passamos. 
 por que passamos 
 (por + a qual) 
 pela qual passamos. 
 Adj Adv. lugar VI 
Perceba que o pronome relativo “onde” deve ser usado unicamente como 
adjunto adverbial de lugar. Evite construções viciosas como: 
Vivemos uma época onde o consumismo fala mais alto. (errado) 
Neste caso, o pronome relativo está retomando o substantivo “época”, 
com valor de tempo. Assim, é conveniente ser substituído por “quando”, “em 
que” ou “na qual”. 
Vivemos uma época quando o consumismo fala mais alto. 
Vivemos uma época em que o consumismo fala mais alto. 
Vivemos uma época na qual o consumismo fala mais alto. 
O pronome relativo cujo transmite valor de posse e tem característica 
bem peculiar. Entendamos o seu uso culto da seguinte forma: 
substantivo ___ cujo substantivo 
substantivo ___ cujo substantivo 
substantivo ___ cujo substantivo 
de 
1. Posiciona-se entre substantivos, 
fazendo subentender a preposição “de” 
(valor de posse). 
de 
2. Ao se ler “cujo”, entende-se “de” + 
substantivo anterior. 
sujeito, OD, OI, CN, adj adv
de 
3. O pronome “cujo” + o substantivo 
posterior formam um termo da oração. Se 
forem objeto indireto, complemento 
nominal ou adjunto adverbial, serão 
preposicionados. 
sujeito, OD, OI, CN, adj adv
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substantivo ___ cujo substantivo 
Veja a aplicação disso: 
O filme cujo artista foi premiado não fez sucesso. 
O artista do filme foi premiado. 
 sujeito 
O filme cuja sinopse li não fez sucesso. 
Li a sinopse do filme. 
 objeto direto 
O filme de cuja sinopse não gostei não fez sucesso. 
Não gostei da sinopse do filme. 
 objeto indireto 
 
O filme a cuja sinopse fiz alusão não fez sucesso. 
Fiz alusão à sinopse do filme. 
 complemento nominal 
 
Estive ontem na praça em cujo centro foi montado um grande circo.
Um grande circo foi montado no centro da praça. 
 adjunto adverbial de lugar 
de 
núcleo
4. O substantivo posterior é o núcleo do
termo, e o pronome relativo “cujo” é o
adjunto adnominal, por isso se flexiona de
acordo com o núcleo. 
adjunto adverbial de lugar
de
objeto direto
de 
sujeito 
de 
objeto indireto
de 
complemento nominal 
de 
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Importante: não se pode inserir artigo ou pronome após o pronome 
relativo “cujo” e suas variações. É vício de linguagem construções do tipo: 
“A casa cujo o teto caiu foi reformada.” (errado) 
“A casa cujo teto caiu foi reformada.” (certo) 
 “A empresa cujos aqueles funcionários reuniram-se ontem deflagrará a 
greve.” (errado) 
“A empresa cujos funcionários reuniram-se ontem deflagrará a greve.” (certo) 
Antes de passarmos para as questões de prova, é importante 
observarmos a diferença entre a regência da oração subordinada substantiva e 
oração subordinada adjetiva. Quando há preposição antecedendo oração 
adjetiva, é um verbo ou um nome posterior que a exige. Quando há preposição 
antes da oração substantiva, é o verbo ou nome anterior que a exige. 
Confirme isso neste exercício e na aula 1: sintaxe do período. Sublinhe a 
oração subordinada e diga se é substantiva ou adjetiva. 
a) Importante é aquilo de que não se pode fugir. 
b) É importante que você busque seus objetivos. 
c) Urge que o Brasil distribua melhor a renda. 
d) Convém que ele venha. 
e) A mim convém aquilo de que gostas. 
f) Consideraram que o trabalho foi ruim. 
g) Consideraram o trabalho que teve maior nota. 
h) Eles necessitaram de que nós os ajudássemos. 
i) Eles necessitaram da ajuda à qual nos referimos. 
j) Eles tiveram necessidade de que os ajudassem. 
k) Eles tiveram necessidades as quais nunca tivemos. 
l) A verdade é que precisamos muito de estudo. 
m) Verdade é aquilo de que o Brasil sempre necessitou na política. 
Agora veja as respostas. 
a) Importante é aquilo de que não se pode fugir. 
 (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto) 
b) É importante que você busque seus objetivos. 
 (oração subordinada substantiva subjetiva) 
c) Urge que o Brasil distribua melhor a renda. 
 (oração subordinada substantiva subjetiva) 
d) Convém que ele venha. 
 (oração subordinada substantiva subjetiva) 
e) A mim convém aquilo de que gostas. 
 (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto) 
f) Consideraram que o trabalho foi ruim. 
 (oração subordinada substantiva objetiva direta) 
g) Consideraram o trabalho que teve maior nota. 
 (oração subordinada adjetiva – “que” é sujeito) 
h) Eles necessitaram de que nós os ajudássemos. 
 (oração subordinada substantiva objetiva indireta) 
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i) Eles necessitaram da ajudaà qual nos referimos. 
 (oração subordinada adjetiva – “à qual” é objeto indireto) 
j) Eles tiveram necessidade de que os ajudassem. 
 (oração subordinada substantiva completiva nominal) 
k) Eles tiveram necessidades as quais nunca tivemos. 
 (oração subordinada adjetiva – “as quais” é objeto direto) 
l) A verdade é que precisamos muito de estudo. 
 (oração subordinada substantiva predicativa) 
m) Verdade é aquilo de que o Brasil sempre necessitou na política. 
 (oração subordinada adjetiva – “de que” é objeto indireto) 
Agora, vamos à regência nas orações adjetivas. Verifique se as frases 
estão corretas. 
a) As pessoas a quais sempre obedeci são extremamente falsas. 
b) A mala cujo a chave perdi está no guarda-volumes. 
c) O caso o qual estamos estudando ocorreu em São Paulo. 
d) A empresa cujos os funcionários conversei ontem deflagrarão a greve. 
e) Os funcionários da empresa de quem se falou ontem deflagrarão a greve. 
f) Os funcionários da empresa com o qual conversei ontem deflagrarão a 
greve. 
g) Vivemos uma época muito difícil, onde a violência impera. 
h) A cidade onde nasci fica no Vale do Paraíba. 
i) A casa em que cheguei era magnífica. 
j) O jogo ao qual assisti foi disputadíssimo. 
k) A vendedora que discuti foi muito mal-educada. 
l) Os relatórios do caso que aspiro desapareceu da pasta. 
m) Renato encontrou as irmãs de quem confiamos. 
n) A pessoa a quem eles dedicaram a vitória também foram vencedores. 
o) A empresa perante cujo gerente testemunhei faliu. 
p) A causa pela qual luto é nobilíssima. 
q) O poeta sobre cujos livros conversamos ontem está em Londrina. 
r) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. 
s) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. 
t) O bairro aonde moro não proporciona segurança. 
Agora, veja as frases já corrigidas. 
a) As pessoas às quais sempre obedeci são extremamente falsas. 
b) A mala cuja chave perdi está no guarda-volumes. 
c) O caso o qual estamos estudando ocorreu em São Paulo. 
d) A empresa com cujos funcionários conversei ontem deflagrará a greve. 
e) Os funcionários da empresa de quem se falou ontem deflagrarão a greve. 
f) Os funcionários da empresa com os quais conversei ontem deflagrarão a 
greve. 
g) Vivemos uma época muito difícil, em que a violência impera. 
h) A cidade onde nasci fica no Vale do Paraíba. 
i) A casa a que cheguei era magnífica. 
j) O jogo ao qual assisti foi disputadíssimo. 
k) A vendedora com quem discuti foi muito mal-educada. 
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l) Os relatórios do caso a que aspiro desapareceram da pasta. 
m) Renato encontrou as irmãs em quem confiamos. 
n) A pessoa a quem eles dedicaram a vitória também foi vencedora. 
o) A empresa perante cujo gerente testemunhei faliu. 
p) A causa pela qual luto é nobilíssima. 
q) O poeta sobre cujos livros conversamos ontem está em Londrina. 
r) Os livros a cujas páginas me referi esclarecem complexos tópicos. 
s) O bairro por onde caminhei não proporciona segurança. 
t) O bairro onde moro não proporciona segurança. 
Agora, vamos às questões!!!! 
Questão 26: TCE AC – 2008 – Analista 
Fragmento do texto: Há umas ocasiões oportunas e fugitivas, em que o 
acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia; outras vezes, ao contrário, 
as primas de Sapucaia são antes um benefício do que um infortúnio. 
Na oração “em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia” (l.1-
2), a substituição de “em que” por onde manteria o sentido original e a 
correção gramatical do texto. 
Comentário: A expressão “em que” só pode ser substituída pelo pronome 
relativo “onde” se ocupar a função sintática de adjunto adverbial de lugar. Mas 
isso não ocorreu neste contexto. O pronome relativo “que” não retoma lugar, 
ele retoma apenas a expressão “ocasiões oportunas e fugitivas”. Assim, na 
oração “em que o acaso nos inflige duas ou três primas de Sapucaia”, o termo 
“o acaso” é o sujeito, o verbo “inflige” é transitivo direto e indireto, “nos” é o 
objeto indireto, “duas ou três primas de Sapucaia” é o objeto direto e a 
expressão “em que” é o adjunto adverbial de tempo (inflige nessas ocasiões, 
nesses momentos). 
Assim, não cabe a substituição por “onde”. 
Gabarito: E 
Questão 27: TCE AC – 2008 – Analista 
Fragmento do texto: Há um combate pela verdade ou, ao menos, em torno 
da verdade — entendendo-se que por verdade não quero dizer “o conjunto das 
coisas verdadeiras a serem descobertas ou aceitas”, mas “o conjunto de regras 
segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso e se atribui ao que é 
verdadeiro efeitos específicos de poder”; entendendo-se, também, que não se 
trata de um combate em favor da verdade, mas em torno do estatuto da 
verdade e do papel econômico-político que ela desempenha. 
Em ‘o conjunto de regras segundo as quais se distingue o verdadeiro do falso’, 
a correção gramatical do texto seria mantida se o trecho ‘as quais’ fosse 
substituído por ao que. 
Comentário: A expressão “segundo as quais” é o adjunto adverbial de 
conformidade na oração adjetiva “segundo as quais se distingue o verdadeiro 
do falso”. O vocábulo “segundo” funciona como preposição e não admite ser 
sucedido pela preposição “a”, por isso não cabe a forma “ao que”. 
Como a preposição “segundo” possui três sílabas, o pronome relativo 
“que” não pode ser empregado. Cabe apenas o pronome relativo “as quais”. 
Gabarito: E 
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Questão 28: TCE AC – 2008 – Analista 
Fragmento do texto: O problema político essencial para o intelectual não é 
criticar os conteúdos ideológicos que estariam ligados à ciência nem fazer com 
que sua prática científica seja acompanhada por uma ideologia justa; mas 
saber se é possível constituir uma nova política da verdade. 
A correção gramatical e o sentido do texto serão mantidos caso se substitua 
“que estariam ligados à ciência” por a que estariam ligados a ciência. 
Comentário: O pronome relativo “que” está função de sujeito. Ele retoma o 
termo “os conteúdos ideológicos” e não pode ser preposicionado. O verbo 
“estariam” é de ligação, “ligados” é o predicativo do sujeito e “à ciência” é o 
complemento nominal. 
Assim, o pronome relativo “que” não pode ser precedido de preposição. 
Com a alteração pedida na questão, haveria uma mudança de função 
sintática dos termos, em que “a ciência” seria o sujeito e a expressão “a que” 
seria o complemento nominal. Mas veja que assim haveria mudança de 
sentido, além de incorreção gramatical, pois o verbo de ligação e seu 
predicativo deveriam se flexionar no singular para concordar com o seu 
suposto sujeito: a que estaria ligada a ciência. 
Gabarito: E 
Questão 29: TCE ES – 2004 – Controlador Rec Pub 
Fragmento do texto: Nossa identidade contemporânea nos remete para os 
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo 
grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse 
fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que 
por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 
do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados. 
Na linha 3, para manter o respeito às regras de regência da norma padrão, não 
se admite a retirada da preposição “em”, pois é ela que rege o complemento 
“grau maior ou menor”. 
Comentário: Devemos compreender muito bem o que é afirmado nesta 
questão. Veja que foi dito que “grau maior ou menor” é o complemento regido 
pela preposição “em”.Isto é, a expressão “em que” é o adjunto adverbial de 
modo na oração “em que conseguimos induzir os sintomas desse fenômeno”. A 
locução verbal “conseguimos induzir” é transitiva direta, o termo “os sintomas 
desse fenômeno” é o objeto direto e o termo “em que” e o adjunto adverbial 
de modo (Conseguimos induzir os sintomas desse fenômeno como? Em grau 
maior ou menor). 
Assim, o adjunto adverbial “em que” não pode perder a preposição “em”.
Gabarito: C 
Questão 30: TCE TO – 2009 – Superior 
Fragmento do texto: A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em 
meu pai encheu-me de horror — não podemos ver as pessoas que amamos 
como elas realmente são, impunemente. Pela primeira vez eu vira o pungente 
rosto dele, naquele espelho, o rosto dele que era o meu 
No trecho “A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em meu pai 
encheu-me de horror”, o emprego da preposição “com” é facultativo. 
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Comentário: A expressão “com que” é um adjunto adverbial de modo. Veja 
que entendemos que eu agora pensava em meu pai como? Com lucidez. 
Assim, a locução adverbial não pode perder a preposição “com”. 
Gabarito: E 
Questão 31: TCE ES – 2004 – Controlador Rec Pub 
Fragmento do texto: Nossa identidade contemporânea nos remete para os 
centros do capitalismo, permeada que está pela globalização liberal — pelo 
grau maior ou menor em que conseguimos induzir os sintomas desse 
fenômeno, como shopping centers, televisão a cabo, celulares —, mais do que 
por sua inserção internacional, que nos faz ter um destino similar ao do resto 
do continente ao qual estamos geográfica e historicamente integrados. 
Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical ao se substituir “ao 
qual” (l.6) por a que, precedendo-se, ou não, tal termo por vírgula. 
Comentário: O termo “ao qual” é o complemento nominal, pois é exigido pelo 
adjetivo “integrados” (integrados a). Como sabemos que “o qual” tem o 
mesmo valor do “que”, precedido da preposição “a”, a substituição está 
correta: 
 ao qual estamos geográfica e historicamente integrados 
 a que estamos geográfica e historicamente integrados 
Outro tema a ser visto é a pontuação, pois foi afirmado que se pode ou 
não inserir a vírgula e se manteria a coerência textual e a correção gramatical. 
Vimos, na aula 1, que a oração subordinada adjetiva que se separa por 
vírgula é a explicativa, e a que não é separada por vírgula é a restritiva. Com a 
inserção ou retirada da vírgula, há mudança de sentido, porém nem sempre 
haverá prejuízo para a coerência do texto. 
Sem vírgula, dentre vários continentes, o texto fez uma especificação ao 
nosso continente americano. 
Com vírgula, passaríamos a dar ênfase ao continente americano, como 
se todo o texto só falasse dele. Por isso, não há prejuízo à coerência do texto. 
Gabarito: C 
Questão 32: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: Trata-se de uma carta cujo enigma perdura e 
perdurará. 
Se a opção fosse a de evitar o uso do pronome “cujo”, as relações entre as 
ideias do texto permitiriam que, sem prejudicar a coerência ou a correção 
gramatical do texto, assim se iniciasse o parágrafo: Trata-se de uma carta do 
qual o enigma perdura e perdurará. 
Comentário: Questão simples, não é? A banca queria toda a atenção na 
regência, mas o problema foi a concordância. Basta perceber que o substantivo 
“carta” é feminino, então o pronome relativo deveria ser flexionado no 
feminino: “da qual”. 
Sintaticamente, perceba que o pronome relativo “cujo” tem valor de 
posse. Esse valor de posse foi mantido com a preposição “de”. 
Gabarito: E 
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Questão 33: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: A Carta de Caminha serve, antes de tudo, para que 
todos aqueles aos quais ela não se destina reflitam tanto sobre palavras e 
gestos que recobrem o encontro de dois bandos que se desconhecem, quanto 
sobre o sentido do acontecimento histórico na época das descobertas e, mais 
ainda, sobre o papel desempenhado pelos vários atores sociais na empreitada 
heróica. 
Na linha 2, a preposição a, em “aos quais”, é exigida pelo uso reflexivo do 
verbo destinar; por isso, mantém-se a coerência ao se substituir o pronome 
relativo pelo pronome quem e, para preservar o respeito às regras 
gramaticais, deve-se manter a preposição, escrevendo a quem. 
Comentário: A questão está correta, pois realmente o uso reflexivo do verbo 
destinar-se exige a preposição “a”. 
Para que possamos utilizar o pronome relativo “quem”, este deve 
retomar pessoa. Como a expressão a ser retomada pelo pronome relativo é 
“todos aqueles”, o qual se refere a pessoas, esse uso é correto. Assim, basta 
substituir o pronome relativo “os quais” por “quem”. Veja: 
 aos quais ela não se destina... 
 a quem ela não se destina... 
Gabarito: C 
Questão 34: TCE RN – 2009 – Inspetor de Controle Externo 
Fragmento do texto: Há um momento em que é preciso distinguir duas 
coisas: de um lado, a adoção de certas formas espetaculares de mise-en-scène
do poder e da comunidade. 
Para evitar o uso de muitas preposições no mesmo período sintático e deixar o 
texto mais conciso e objetivo, a retirada da preposição do termo “em que” 
preservaria a coerência e a correção gramatical do texto. 
Comentário: A expressão “em que” é o adjunto adverbial de tempo na oração 
subordinada adjetiva “em que é preciso distinguir duas coisas”. O sujeito dessa 
oração é oracional: “distinguir duas coisas”. O verbo “é” é de ligação, e 
“preciso” é o predicativo do sujeito oracional, e o adjunto adverbial de tempo é 
“em que”, o qual retoma “um momento”. (Distinguir duas coisas é preciso 
quando? Em um momento.) 
Assim, não se pode retirar a preposição desse adjunto adverbial. 
Gabarito: E 
Questão 35: TCE TO – 2009 – Superior 
Fragmento do texto: Tivera uma peleteria numa cidade onde fazia um calor 
dos infernos quase o ano inteiro. 
O pronome relativo “onde” se refere ao adjunto adverbial “numa cidade”. 
Comentário: O pronome relativo “onde” só pode ser utilizado quando retoma 
um lugar e funciona como adjunto adverbial de lugar na oração em que se 
encontra. Assim, esse pronome realmente retoma a expressão “numa cidade” 
e se encontra na função de adjunto adverbial de lugar na oração “onde fazia 
um calor dos infernos quase o ano inteiro”. 
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O termo “numa cidade” também é o adjunto adverbial da oração 
principal “Tivera uma peleteria numa cidade”. Assim, a questão está correta. 
Gabarito: C 
Questão 36: TCE TO – 2009 – Superior 
Fragmento do texto: A impiedosa lucidez com que eu agora pensava em 
meu pai encheu-me de horror — não podemos ver as pessoas que amamos 
como elas realmente são, impunemente. Pela primeira vez eu vira o pungente 
rosto dele, naquele espelho, o rosto dele que era o meu. Como podia eu estar 
ficando igual a meu pai, aquele, o doente? 
O trecho “não podemos ver as pessoas que amamos como elas realmente são” 
admite, sem prejuízo para a correção gramatical e o sentido original do texto, 
a seguinte reescrita: não podemos ver as pessoas a que amamos como elas 
realmente são. 
Comentário: O verbo “amamos” é transitivo direto e não exige a preposição 
“a”. Por isso o ideal é o pronome relativo “que”, por ser o objeto direto. 
Porém, sabemos que há estrutura de ênfase com esse verbo, em 
construções como “amar a Deus”, “amar ao próximo” etc. 
Para evitar qualquer dúvida a respeito da questão, a banca perguntou se 
manteria o sentido original dotexto. Bom, com a inserção da preposição “a”, 
haveria ênfase com o uso do objeto direto preposicionado. Assim, o sentido 
original do texto mudaria, sim. 
Gabarito: E 
Questão 37: Auditor - ES / 2008 / nível Superior 
Fragmentos do texto: A sentença determina, entre outras medidas, que as 
penitenciárias somente acolham presos que residam em um raio de 200 km. 
Segundo o juiz, as medidas que tomou são previstas pela Lei de Execução 
Penal e objetivam acabar com a violação dos direitos humanos... 
Sua sentença foi muito elogiada. Contudo, o governo estadual anunciou que 
irá recorrer ao Tribunal de Justiça, sob a alegação de que, se os 
estabelecimentos penais não puderem receber mais presos... 
As orações subordinadas “que as penitenciárias somente acolham presos”, 
“que tomou” e “que irá recorrer ao Tribunal de Justiça” desempenham a 
função de complemento do verbo. 
Comentário: Foi afirmado na questão que as orações subordinadas “que as 
penitenciárias somente acolham presos”, “que tomou” e “que irá recorrer ao 
Tribunal de Justiça” desempenham a função de complemento do verbo. 
Portanto, está sendo dito que essas orações devem ser objeto direto, 
pois complemento é objeto e essas orações não estão preposicionadas, 
portanto deverão ser todas orações subordinadas substantivas objetivas 
diretas. O primeiro passo, então, é substituir pela palavra “isso” para 
confirmar se são substantivas: 
 1. “A sentença determina, entre outras medidas, que as 
penitenciárias somente acolham presos” 
A sentença determina isso. Há coesão, então a oração sublinhada é 
subordinada substantiva. Como o verbo “determina” é transitivo direto, a 
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oração é objetiva direta. 
2. “as medidas que tomou são previstas” 
Em As medidas isso, não há coesão, por isso não há oração substantiva 
e o segundo passo é substituir “que” por “as quais”: as medidas as quais 
tomou são previstas. Observando-se que há coesão, é oração subordinada 
adjetiva restritiva. Isso faz com que a questão esteja errada. 
3. “o governo estadual anunciou que irá recorrer ao Tribunal de 
Justiça,” 
O governo anunciou isso. Há coesão, então a oração sublinhada é 
subordinada substantiva. Como o verbo “anunciou” é transitivo direto, a 
oração é objetiva direta. 
Gabarito: E 
Questão 38: Ag Tr - ES / 2008 / nível médio 
Texto: 
Podemos considerar o processo de crescimento sadio uma série 
interminável de situações de livre escolha com que cada indivíduo se defronta 
a todo o instante, ao longo da vida, quando deve escolher entre os prazeres 
da segurança e do crescimento, dependência e independência, regressão e 
progressão, imaturidade e maturidade. A segurança tem suas angústias e 
seus prazeres; o crescimento tem suas angústias e seus prazeres. 
Progredimos quando os prazeres do crescimento e a ansiedade da segurança 
são maiores do que a ansiedade do crescimento e os prazeres da segurança. 
É claro que essa formulação do crescimento por meio do prazer também 
nos vincula à necessária postulação de que o que sabe bem também é, no 
sentido de crescimento, “melhor” para nós. Fundamo-nos aqui na crença de 
que, se a livre escolha é realmente livre e se quem escolhe não está 
demasiado doente ou assustado para escolher, escolherá sensatamente, em 
uma direção saudável e progressiva, na maioria das vezes. 
É correto afirmar que, no texto acima, a preposição no termo 
A) “com que” (ℓ. 2) é exigida por “se defronta” (ℓ. 2). 
B) “do que” (ℓ. 8) é exigida por “prazeres” (ℓ. 8). 
C) “de que” (ℓ. 10) é exigida por “necessária” (ℓ. 10). 
D) “de que” (ℓ. 11,12) é exigida por “Fundamo-nos” (ℓ. 11). 
Comentário: Esta questão quer que o candidato observe o uso da 
preposição, como regência de um verbo ou nome, e isso está diretamente 
relacionado à diferença entre oração subordinada substantiva e oração 
subordinada adjetiva. Alguns exemplos foram criados abaixo para você 
relembrar. 
Na primeira, a preposição ocorre por exigência de nome ou verbo que se 
encontra antes (na oração principal): 
Tenho necessidade de que você venha aqui agora. 
 oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal 
 Na outra, a preposição ocorre por exigência de nome ou verbo que se 
encontra depois (na própria oração adjetiva): 
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 Fiz o projeto de que você tem necessidade. 
 oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva 
 
Na alternativa (A), temos a frase: 
“... situações de livre escolha com que cada indivíduo se defronta a todo 
instante...” 
 oração principal + oração subordinada adjetiva restritiva 
Para se ter certeza de que é uma oração adjetiva, troque o pronome 
“que” por “a qual”. Assim, temos certeza de ser uma oração adjetiva e que a 
preposição é exigida pelo verbo que se encontra depois da preposição (na 
própria oração adjetiva). O verbo é transitivo indireto, regendo a preposição 
“com” (que se encontra antes do pronome relativo). Então esta é a alternativa 
certa. 
A alternativa (B) quis motivar o candidato a perceber a oração 
subordinada adverbial comparativa. Esse tipo de oração, quando transmite 
comparação de superioridade ou de inferioridade, admite facultativamente o 
emprego da preposição “de” mais artigo “o” (Lembre-se: não há obrigação do 
uso, ele é facultativo). 
Então, em “Progredimos quando os prazeres do crescimento e a 
ansiedade da segurança são maiores do que a ansiedade do crescimento e 
os prazeres da segurança.”, não há exigência da preposição, o uso é 
facultativo, além de não haver vínculo dessa preposição com a palavra 
“prazeres”. 
Na alternativa (C), percebemos que quem exige a preposição “de” é o 
substantivo “postulação”: 
“... nos vincula à necessária postulação de que o que sabe bem é (...) 
“melhor” para nós.” 
 oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal 
Na alternativa (D), percebemos que quem exige a preposição “de” é o 
substantivo “crença”: 
“Fundamo-nos aqui na crença de que (...) escolherá sensatamente...” 
 oração principal + oração subordinada substantiva completiva nominal
Gabarito: C 
Questão 39: TSE / 2007 / Técnico 
Fragmento de texto: A elevação significativa da produtividade dos fatores 
de produção só será obtida com reformas institucionais profundas. Já o 
acúmulo de capital humano requer investimento em educação, cuja 
maturação é longa. 
A substituição de “cuja” por a qual mantém a correção gramatical do período. 
Comentário: O pronome relativo “cuja” transmite valor de posse, em que 
podemos perceber uma preposição “de” subentendida. Veja: ...investimento 
em educação, cuja maturação é longa...” (maturação da educação). Com a 
substituição por “a qual” a expressão perderia esse valor de posse e não 
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haveria coesão, nem coerência no período. 
Gabarito: E 
Questão 40: TSE / 2007 / Técnico 
Fragmento de texto: Distraídos com a discussão sobre os índices de 
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo 
contínuo pelo qual uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez 
mais complexas. 
A substituição de “pelo qual” por cuja mantém a correção gramatical do 
período. 
Comentário: São vários os motivos de não se poder substituir “pelo qual” por 
cuja. Este pronome relativo não pode ser seguido de artigo (...cuja uma 
sociedade...); se “pelo qual” possui a preposição “por”, no mínimo a 
substituição teria que

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