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CRIME
CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO = TEORIA FINALISTA
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	Dolo
Direto de 1 º grau- Quando o sujeito busca alcançar um resultado certo e determinado.
Dolo direto de segundo grau, quando não quer diretamente o resultado, mas o admite como necessariamente unido ao resultado que busca.
Dolo Indireto – alternativo ou eventual.
Distingue-se o dolo direto de segundo grau do dolo eventual porque, no primeiro, o autor tem consciência de que o resultado é inevitável, no dolo eventual ele aparece como resultado possível.
	Espécies de Dolo
O dolo de dano, em que o agente quer ou assume o risco de causar lesão efetiva (arts. 121, 155 etc.)
O dolo de perigo, em que o autor da conduta quer apenas o perigo (arts. 132, 133 etc.). 
 Dolo genérico é a vontade de realizar o fato descrito na lei, em seu núcleo (vontade de matar, de subtrair, de raptar etc.). 
Dolo específico é a vontade de realizar o fato com um fim especial (fim libidinoso, de obter vantagem indevida etc.). Foi visto, entretanto, que a distinção é falha, pois o que existe são os elementos subjetivos do tipo.
	O Crime Culposo
É aquele em que o sujeito deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Está descrito no art. 18, II do CP.
Elementos do fato típico culposo:
Conduta(sempre voluntária);
Resultado involuntário;
Nexo causal;
Tipicidade; 
Previsibilidade objetiva ( é a possibilidade de qualquer pessoa dotada de prudência mediana prever o resultado;
Ausência de previsão;
Quebra do dever objetivo de cuidado ( por meio da imprudência, imperícia ou negligência).
	Modalidades de Culpa
IMPRUDÊNCIA: ação (comissão) sem a cautela necessária. NEGLIGÊNCIA: inatividade (omissão) conduz a resultado evitável pelo agente. IMPERÍCIA – ausência de aptidão técnica para o exercício profissional.
Espécie de culpa
Culpa Inconsciente – o agente não prevê o resultado de sua conduta, apesar de ser este previsível.
Culpa Consciente – o agente prevê o resultado, mas não aceita como possível.
Culpa Própria – o agente não quer o resultado nem assume o risco de produzi-lo.
Culpa Imprópria deseja o resultado, mas só deseja por engano ou precipitação (erro de tipo). A vontade está viciada. Por um erro. **
CRIME
CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO = TEORIA FINALISTA
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	Tentativa 
Tentativa ou Crime tentado - art. 14, II CP.
    É a realização incompleta da figura típica.
    Para haver crime tentado o agente tem que dar início à execução.
1º Início da execução – atos dirigidos a prática do crime. 
    
2º não se consume por circunstâncias alheias a vontade do agente
    A tentativa é a execução começada de um crime, que não chega à consumação por motivos alheios à vontade do agente (Celso Delmanto), Realização incompleta do crime.
Teoria Objetiva - propõe para a tentativa pena menor qua a do crime consumado, diminuída de um a dois terços.. Art. 14 CP.
	Pode não Ocorrer Crime Tentado/ Outras Questões referentes ao fato típico:
I - pela própria vontade do agente:
a) desistência voluntária
(art. 15 C.P.) - desiste de prosseguir na execução.
b) arrependimento eficaz
(art. 15 C.P.) - impede que o resultado se produza - art. 65, III, (b) C.P.
II - interferência de circunstância:
a) tentativa perfeita
(ou acabada) - quando o agente esgota todos os atos de execução. (esgotamento da potencialidade lesiva). "É compatível com o arrependimento eficaz"
	b) tentativa imperfeita
(ou inacabada) - quando não esgota todos os atos por circunstâncias alheias à sua vontade. "É compatível com a desistência voluntária"
Arrependimento Posterior
(Art. 16 C.P.)
Requisitos
a) Sem violência ou grave ameaça à pessoa: física e/ou moral.
b) Só o sujeito pode reparar todo o dano emergente do crime ou restituir todos os objetos materiais.
c) a reparação do dano ou restituição do bem constituam atos voluntários do agente.
d) a reparação do dano ou a restituição do bem ocorram até a data do recebimento da denúncia ou da queixa.
	Não Admitem a Figura da Tentativa
a) os crimes culposos;
b) os crimes preterdolosos;
c) as contravenções;
d) os omissivos próprios;
e) os crimes unissubsistentes (materiais, formais ou de mera conduta), que se realizam por um único ato. ex.: Injúria verbal. 
f) os crimes que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como a participação em suicídio. (C.P. Art. 122);
g) os crimes habituais, que não possuem um "inter", como o descrito no Art. 230 C.P.)
h) os crimes permanentes de forma exclusivamente omissiva. Ex.: cárcere privado praticado por quem não libera aquele que está em seu poder. O crime permanente que possui uma fase inicial comissiva admite a tentativa.
CRIME
CRIME = FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO = TEORIA FINALISTA
 
	 
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	Tentativa inidônea
quase crime/ crime impossível/ tentativa inadequada
Conceitos
1º) por ineficácia absoluta do meio. ex.: envenenar alguém com açúcar, supondo-o arsênico.
2º) por impropriedade absoluta do objeto. Ex.: desferir tiros em um desafeto já morto.
obs.: Art. 147 e 157, § 2º, I, C.P.
Erro Sobre Elementos do Tipo - Art. 20, Erro sobre elementos do tipo – Crime – CP.
	Erro de Tipo
   É a ausência de elemento ou circunstância da figura típica incriminadora ou permissiva, na ação praticada pelo sujeito.
I - Essencial:
    É o que versa sobre elementares ou circunstâncias. Há erro de tipo essencial quando a falsa percepção impede o sujeito de compreender a natureza criminosa do fato. 
 a) Invencível (escusável, inculpável ou incontornável) - quando não pode ser evitado pela normal diligência. Qualquer pessoa, empregando a diligência ordinária exigida pelo ordenamento jurídico, nas condições em que se viu o sujeito, incidiria em erro. Há exclusão do Dolo e da Culpa.
dolosos - ocorre um desvio na relação representada pelo agente entre a conduta e o resultado, isto é, o agente pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente pensando tratar-se da primeira. 
	
b) Vencível (inescusável, culpável ou contornável) - quando pode ser evitado pela diligência ordinária, resultando de imprudência ou negligência. Qualquer pessoa, empregando a prudência normal exigida pela ordem jurídica, não cometeria o erro em que incidiu o sujeito. Não responde por crime Doloso, mas sim por crime Culposo.
II - Acidental:
    É o que não versa sobre elementos ou circunstâncias do crime, incidindo sobre dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução. 
a) Sobre o objeto - quando o sujeito supõe que sua conduta recai sobre determinada coisa, sendo que na realidade ela incide sobre outra.
b) Sobre pessoa - obs.:   Erro sobre a pessoa -  só é admissível nos crimes
	
Art. 20 § 3º C.P.
c) Na execução - "aberratio ictus" - (Art. 73 C.P.).
d) Resultado diverso do pretendido - "aberratio delicti" - (Art. 74 C.P.).
III - Provocado por terceiro - Art. 20 § 2º CP
IV - Descriminantes putativas - Art. 20 § 1º CP
*Obs: Artigos = 130 perigo de contágiovenéreo; 131 perigo de contágio de moléstia grave; 133 abandono de incapaz. Perigo= risco/ gravidade. Dano prejuízo de coisa alheia/ deterioração
Previsão – cálculo antecipado
 
** O código penal não aceita a culpa presumida ou deduções que se alicercem em prova concreta.
Em geral os crimes são considerados dolosos. O agente responde pelos crimes que praticar se quis realizar a conduta. Art. 18. Ocorrerá crime culposo quando expressamente previsto em lei na forma culposa.
Ex Há homicídio culposo, art, 121,& 3.; lesões corporais culposas, art. 129& 6. ao existe dano culposo já que o artigo 163 somente prevê a forma dolosa para quem destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
A tentativa não é punidacomo um delito autônomo.
TENTATIVA PUTATIVA- o individuo crê ser punível uma conduta que, em verdade , é atípica. Furto de uso. Furta para uso e faz prota substituição.
	Desistência Voluntária- o agente, embora tenha iniciado a execução do delito, não leva adiante, desistindo a ação típica, A desistência que ser voluntária, ou seja o agente não tenhasido coagido, moral ou materialmente.
Não é desistência o agente que desiste pelo risco de ser surpreendido; pelosa gritos da vítima, por sua reação, pela intervenção de terceiros.
	Ex: o sujeito que entra na casa com a intenção de furtar e desiste; o sujeito que efetua disparo ou golpe, tendo munição e a vítima a sua mercê e desiste. Sempre que pode proseguir mais não quer.
Responde pelos atos praticados- O agente que entrou em casa alheia para furtar e desistiu, reponde por invasão de domicílio. Queria matar e desistiu, reponde por lesão etc. Se ele quer prosseguir mas não pode há tentativa
	Arrependimento Eficaz – inadequação da conduta típica de tentativa. Após ter esgotado os meios que dispunha para a prática do crime, o agente se arrepende-se e evita que o resultado ocorra, Ex: ministra antídoto à pessoa envenenada; retira da água a pessoa que desejava afogar. Necessário que haja êxito sua ação, evitando a consumação. Responde pelos atos praticados. Se não conseguir evitar a consumação, a partir dos atos praticados para a consumação, pode-se beneficiar quando da fixação da pena. O arrependimento voluntário e o arrependimento eficaz têm natureza de causas pessoas de exclusão de pena.
	Arrependimento posterior- Vontade do agente de reparar o dano. Só há diminuição de pena se REPARAÃO FOR PESSOAL, COMPLETA E VOLUNTÁRIA. A DEVOLUÇÃO INCOMPLETA HAVERÁ ATENUANTES. Presteza no ressarcimento do dano.
Depois da denuncia . Haverá atenuante art. 65, III, b. A natureza jurídica é causa obrigatória redução da pena.
Crime impossível - Teoria objetiva = não existe crime impossível não tem como imputar uma pena.
NÃO ADMITEM A FIGURA DA TENTATIVA
a)Crimes culposos ( Imprudência, negligência e Imperícia)
b)Crimes preterdolosos - Quando o resultado excede culposamente a intenção do agente.
Ex: o agente que agride a vítima com um soco, vindo a mesma a falecer, por ter tropeçado e batido com a cabeça na pedra. Lesão corporal seguida de morte.
c) As contravenções – Decreto Lei 3.688/41 Ex: loteria não autorizada ( art. 51), vadiagem( srt. 59), crueldade contra animais ( art. 54)
d)Crimes omissivos são os que objetivamente são descritos com uma conduta negativa, de não fazer o que a lei determina, consistindo a omissão na transgressão da norma jurídica. É a omissão do autor quando deve agir.
e) Crimes unissubsistentes     O crime unissubsistente, como o próprio nome diz, realiza-se apenas com um ato, ou seja, a conduta é una e indivisível (ex.: injúria), coincidindo o ato, temporalmente, com a consumação, de modo que não admitem tentativa. 
     O crime plurissubsistente é, por sua vez, composto de vários atos, que integram a conduta, ou seja, existem fases que podem ser separadas, fracionando-se o crime. Admitem a tentativa e constituem a maioria dos delitos: homicídio, furto e roube, por exemplo. 
 f) Crimes que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como a participação em suicídio. (C.P. Art. 122).
g) Crime habitual é constituído de uma reiteração de atos (penalmente indiferentes de per si), que constituem um todo, um delito apenas, traduzindo geralmente um modo ou estilo de vida. Nestes casos, a prática de um ato apenas não seria típica: o conjunto de vários, praticados com habitualidade, é que configura o crime (ex.: ART 230 CP Rufianismo- tirar proveito da prostituição alheia, participando diretamente de seus lucros ou fazendo-se sustentar, no todo ou em parte por quem exerça). 
h) Crimes permanentes - quando a consumação se prolonga no tempo, dependente da ação ou omissão do sujeito ativo, como acontece no cárcere privado.
i) Crimes de atentado - é inconcebível tentativa de tentativa.
ERRO DE TIPO E DE PROIBIÇÃO
Por erro de tipo entende-se aquele que incide sobre elementos ou circunstâncias do tipo, pressupostos de fato de uma excludente da ilicitude. Esta espécie de erro exclui o dolo (evitável ou inevitável) e, por conseguinte, a tipificação de um delito doloso, sem contudo eximir o agente da responsabilidade por crime culposo, se previsto (art. 20, CP).
No que se refere a erro de proibição, pode-se conceituá-lo como erro sobre a antijuricidade de uma ação típica conhecida pelo agente. É o caso do agente desenvolver um ação tipificada como crime, supondo que sua conduta coaduna-se com o direito.
Formas do erro de tipo
Essencial
É o erro que incide sobre elementos ou circunstâncias do tipo legal de crime, impossibilitando que o sujeito compreenda a natureza criminosa da sua conduta.
Não há no agente a vontade de ensejar o tipo objetivo. Como o dolo é o querer do tipo. No erro o agente não sabe que está realizando o tipo objetivo.
Subdivide-se em:
a) invencível - aquele que não pode ser evitado pela diligência ordinária;
b) vencível - aquele que pode ser evitado pela diligência ordinária e não o foi por negligência ou imprudência.
	Ex:1. O agente não tem ou não tem plena consciência da sua conduta (não sabe exatamente o que faz). O erro de tipo exclui o dolo. Ex1: uma pessoa que a pedido de outra transporta drogas supondo ser remédio. Ex2: uma pessoa que com a chave do seu carro entra em outro carro e sai com o mesmo supondo ser o seu.É também chamado de erro de tipo incriminador ou erro de tipo essencial, pois recai sobre o tipo que incrimina e é contrário do dolo. Sempre exclui o dolo e consequentemente o fato típico (crime ou injusto). Pode haver resíduo culposo.
Pode recai sobre:
a) Elementares de um crime: Ex. a pessoa que com a chave do seu carro entra em outro carro e sai com o mesmo supondo ser o seu. Neste caso não existe o requisito subjetivo – dolo. Neste caso exclui o crime ou o desqualifica (art. 312). No exemplo, excluir-se-á o crime de furto, vez que este não admite modalidade culposa. Normalmente arquiva-se o caso, pois não há foto típico e sem crime não pode haver denúncia.
b) Qualificadora: Ex. A, sem saber que B está no 1º mês de gestação, lhe espanca e acaba por provocar-lhe um aborto (art. 129-aborto);
c) Causa de aumento: neste caso só exclui o aumento de pena. A rouba B sem saber que o mesmo estava transportando valores (é uma das causas de aumento do crime de roubo);
d) Agravante: Ex1. Bater em mulher em grávida sem que fosse possível presumir tal estado; Ex2. A e B não se conhecem. A bate em B. A e B são irmãos.e) Pode recair ainda sobre requisito normativo do tipo (art. 29).
Destarte, percebe-se que o erro de tipo incriminador ou essencial vai sempre beneficiar o réu.
O erro de tipo incriminador ou essencial pode ser vencível ou invencível:
• 
INVENCÍVEL ou ESCUSÁVEL. Recebe este nome porque liquida, escusa, absolve, arquiva. Jamais oferecer denúncia nestes casos. Sempre pedir o arquivamento. Está previsto no art. 20, caput, 1ª parte. Ex.: a pessoa que transportou drogas sem saber.
• VENCÍVEL ou INESCUSÁVEL. O sujeito atua abruptamente, rapidamente,sem cautelas. Exclui o dolo, mas como o sujeito agiu sem cautela, responderá por crime culposo se previsto em lei. Está previsto no art. 20, caput, 2ª parte. Ex.: A e B estão
caçando de um mesmo lado da mata. B resolve ir para o outro lado. A vê um vulto do no lado em que B está e atira, supondo ser um animal. A fere B. A deverá ser condenado por lesão corporal culposa (resíduo culposo).
2- ERRO ACIDENTAL:
Não escusa o agente ou aproveita ao agente. Esta é a diferença entre erro acidental e erro de tipo.
• “ERROR IN PERSONAE”: Está previsto no art. 20, § 3º. Ex.: X é traficante e fica sabendo que vai ocorrer um operação policial no seu reduto. X fica na espreita para matar o primeiro policial que passar. X mata um padre supondo ser um policial. X
responderá pelo homicídio. Vale a pessoa que se queria atingir. Ex.: Y quer matar o seu pai, mas acaba matando, por engano, o seu vizinho. Y responderá como se tivesse matado o seu pai, incidindo a agravante do ascendente.
• “ERRO IN OBJECTO”: O equívoco recai sobre o objeto do crime. Ex.: Y quer furtar jóias, mas acaba furtando bijuterias. Y responderá por furto normalmente.
Cuidado com a seguinte situação: Y quer furtar farinha, mas, por engano, furta cocaína, sendo que não entra na sua consciência de que aquele produto é droga. Neste caso não há crime, pois cocaína não uma coisa alheia móvel protegida pelo direito. Não tem tutela penal por ser um produto ilícito. Situação diversa ocorrerá se Y perceber que o produto que supunha ser farinha era, na verdade, droga. A partir do momento em que Y perceber que está com droga, sujeitar-se-á as penas do art. 12 (tráfico) ou 16 (uso) da lei de tóxicos.
• “ABERRATIO ICTUS”: Tem-se uma relação pessoa / pessoa. Ex1: Y quer atingir X mas atinge Z. Está no art. 73, o qual afirma que vale a pessoa que se queria atingir. a) Resultando único: responde por um só crime; b) Resultando duplo: neste caso poder haver:
- Concurso formal perfeito(crime doloso + crime culposo). Ex.: Y quer matar Z e para tanto atira neste, só que o atiro acerta Z e também X. Há um concurso perfeito, pois Y não queria o matar X. Será aplicada a pena mais grave acrescida de um sexto até
metade.
- Concurso forma imperfeito: Ex.: Y quer matar Z e Y. Para tanto dá um tiro de cartucheira, ceifando a vida de ambos. No concurso forma imperfeito se deseja todos os resultados obtidos. As penas serão somadas. Diferença entre o aberratio ictus e o erro in personae: no erro in personae há um erro de representação, ou seja, representa-se mal (Ex.: o traficante viu o vulto e pensou que foi o policial). Já no aberratio ictus há um erro de execução (Ex.: Y quer matar X e acaba matando Z). Entretanto, pode haver aberratio ictus e o erro in personae ao mesmo tempo. Ex.: Y queria matar o policial. Y vê o vulto do padre e supondo ser o policial atira, só que atinge uma outra pessoa. Há um erro in personae, pois a pessoa que Y queria matar não estava ali e um erro de execução – aberracio ictus – pois Y matou um terceiro. Y responderá pelo crime normalmente.
• “ABERRATIO CRIMINS”: Está no art. 74. É relação coisa / pessoa. Ex.: Y quer atingir o carro de X com uma pedra, mas acaba errando o alvo e mata um pedestre que passava na rua.
�
a) Resultado único: Y responderá por crime culposo;
b) Resultado duplo: Y agiu em concurso formal – com apenas uma conduta atingiu o carro e o pedestre. Responderá por danos e por homicídio culposo – crime doloso +crime culposo.
c) Relação coisa / coisa: Ex.: Y joga um pedra no carro de X (fusca), erra o alvo e acaba atingindo o carro de Z (Audi). Y responderá normalmente por danos dolosos. O dolo envolve: 1- o objetivo pretendido (causar dano ao fusca); 2- o meio escolhido (uma pedra); 3- as conseqüências inerentes ao meio utilizado. Assim, tudo que resultar do lançamento da pedra envolve dolo. A solução apontada pelo CP, como observado, aponta uma contradição, ou seja, se a relação for coisa / pessoa, o resultado será culposo; se a relação for coisa / coisa, o resultado será doloso; d) Relação pessoa / coisa: Y quer matar Z. Y atira em Z, erra o alvo e acerta o vidro de um carro. Nesta caso ocorre tão somente tentativa de homicídio culposa, pois não
existe o crime de dano culposo.
• “ABERRATIO CAUSAE”: Existem duas hipóteses:
a) Erro sobre o nexo causal: há um só ato e o sujeito responderá normalmente. Ex.: Yquer matar X mediante afogamento, empurrando-o de uma ponte. Entretanto, antes de X cair na água, bate a cabeça numa pedra e morre. Apesar da diversidade de nexo causal desejado, Y responderá normalmente. b) Dolo geral: há dois atos. Erro sucessivo. Ex.: Y atira em X e supondo a morte deste, o joga no rio. X morre de afogamento. Há um desvio de nexo causal. Y responderá por
um único crime doloso. Assim, pode ser visto que o erro de nexo causal não absolve. Diferença entre erro de tipo e delito putativo por erro de tipo: o agente supõe a ausência de requisito típico que está presente. O erro de tipo exclui o dolo. Já no delito putativo o sujeito supõe a presença de um requisito que não existe. Ex.: uma mulher pensa que está grávida, pratica atos abortivos, mas na verdade se tratava de um quisto e não de um feto. Este fato é atípico. Pela teoria da congruência, no crime doloso é necessário que exista o tipo subjetivo + o tipo objetivo. Não havendo os dois não há crime doloso. No caso da pessoa que transportou droga supondo ser remédio, existia o tipo objetivo mas não existia o tipo subjetivo. No caso da mulher que supôs a gravides existia o tipo subjetivo mas não existia o tipo objetivo. Assim, se Y for a uma caçada para matar um macaco, sabendo que iria cometer um crime ambiental, mas havia neste local um homem vestido de macaco, o qual é morto por Y, não há nem crime ambiental, por não existir tipo objetivo, nem crime de homicídio (houve erro de tipo quanto ao homicídio, pois o seu erro foi invencível), por não existir tipo subjetivo, não existe dolo. Neste caso deve ser requerido o arquivamento
Acidental
É o erro que incide sobre elementos secundários da figura típica. Aqui aparecem o erro sobre a pessoa e o erro de execução como principais espécies.
Efeitos do erro de tipo essencial
Tratando-se de erro de tipo essencial invencível haverá exclusão do dolo e da culpa, em face do sujeito, após a utilização da diligência ordinária não ter tido meios de evitar um resultado que não foi fruto de sua vontade, nem decorrente de negligência ou imprudência.
Existem erros que incidem sobre circunstâncias (genéricos, agravantes, etc). Neste caso, tais circunstâncias não incidirão no cômputo da pena, serão excluídas.
O erro em relação à condição integrante do tipo ensejará a desclassificação para outro delito (o erro pode incidir sobre elementos e circunstâncias, desconfigurando um determinado crime, porém, não eximindo o agente da responsabilidade por outro).
Enfocando o erro de tipo essencial vencível, é notada, também, a exclusão do dolo, não sendo, contudo, excluída a culpa, se esta for prevista (art. 20, CP), persistindo desta forma, a punição a título de culpa.
Descriminantes putativas
Quando o sujeito, agindo em virtude do erro, acredita encontrar-se diante de uma causa excludente da ilicitude. Alguns autores falam que são erro de proibição outros falam que são erro de tipo e outros dizem que é uma 3 espécie de erro.A discriminante putativa isenta de pena em algumas situações, mas a forma putativa não exclui a ilicitude. EXEMPLO: Se no cinema dispara o alarme de incêndio e você pra sair primeiro lesiona a pessoa que está na sua frente e depois descobre que tudo foi um trote. Não existiu um perigo atual e sim um putativo(ou seja, só se pensava que existia)O maxímo que se pode responder nessa situação é por culpa mesmo tendo a vontade.
O sujeito supõe estar agindo licitamente ao acreditar que estão presentes os requisitos de uma das causas/justificativas previstas em lei. Quais sejam (art. 23, CP):
 Estado de necessidade
Haverá estado denecessidade putativo quando o sujeito acreditar, por erro, que se encontra em situação de perigo.
 Legítima defesa
Sua forma putativa estará sempre presente quando o agente supor, por erro, que está sendo agredido (agressão real, atual ou eminente) e repele a suposta agressão.
Há erro de tipo quando o erro do sujeito recai sobre a existência da agressão, e erro de proibição quando o erro do sujeito recai sobre a injustiça da agressão.
Estrito cumprimento do dever legal
Quando alguém, por erro, imaginando estar agindo em conformidade com o dever legal, dever autorizado por lei, encontra-se na forma putativa desta excludente de antijuricidade.
Exercício regular do direito
A descriminante putativa evidenciar-se-á na situação em que o agente supor, por erro, estar exercitando um direito subjetivo ou faculdade prevista na lei (penal ou extrapenal).
É de se ressaltar, também, a existência de causas excludentes de culpabilidade putativa quando o sujeito, por erro, vê-se diante de coação moral irresistível ou obediência hierárquica, cometendo um fato típico.
Coação moral irresistível
Existe uma ameaça inevitável, insuperável, acompanhada de um perigo sério, que vicia a vontade do coacto de tal forma, a impedi-lo de cumprir o dever jurídico, não sendo razoável a este expor-se a qualquer que seja o dano. Sua forma putativa ocorre quando o agente imagina encontrar-se sob coação moral irresistível por erro. Neste caso, haverá exclusão da culpabilidade.
 Obediência hierárquica
Há de se observar, levando-se em conta sua forma putativa, que o sujeito acredita estar diante de uma ordem não manifestamente ilegal, prestando a esta, por erro, estrita obediência. O sujeito acredita que a ordem é legal e, em decorrência, pratica o fato típico (é um caso de erro de proibição). Neste caso, há exclusão do dolo e da culpa com relação àquele que agiu acreditando estar em estrito cumprimento do dever legal, sendo punido o autor da ordem manifestamente ilegal (erro praticado por terceiro).
Erro praticado por terceiro
O agente atua por erro em virtude de provocação ou determinação de terceiro, que pode ser dolosa ou culposa.
A provocação culposa decorre de uma ação de terceiro eivada de imprudência, negligência ou imperícia. O terceiro, então, responderá culposamente pelo delito culposo a que o sujeito foi induzido a praticar (art. 20, § 2º, c/c art. 18, II, CP).
A provocação dolosa é decorrente de erro preordenado pelo terceiro. Este, desejando a prática do fato delituoso, induz o sujeito a fazê-lo, face ao erro. Neste caso, o terceiro responderá pelo crime dolosamente (art. 20, § 2º, c/c art. 18, I, CP).
A situação do sujeito provocado dependerá da análise do tipo de erro: se invencível, será excluído o dolo e a culpa, não sendo responsabilizado; se vencível, será responsabilizado a título de culpa, se esta for prevista (art. 20, CP).
É de se salientar, porém, o caso em que o terceiro provocador e o provocado agem dolosamente e o caso em que o terceiro provocador age culposamente e o provocado dolosamente. No primeiro caso, ambos desejam a consumação do fato delituoso, sendo responsabilizados, igualmente, a título de dolo. No segundo caso, o terceiro age culposamente na provocação do sujeito (por imprudência, negligência ou imperícia) e este, o sujeito, desejando a prática do fato delituoso, aproveita-se da provocação culposa do terceiro e age de acordo com sua vontade, livre e c onscientemente. Haverá, nesta situação, a responsabilização do terceiro por delito culposo e a do sujeito provocado por delito doloso.
Erro acidental
Erro de tipo acidental é aquele que, versando sobre elementos acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução, não exclui o dolo, em face do sujeito agir com o entendimento do caráter ilícito do seu comportamento.
O erro acidental apresenta-se sob diversas formas:
Erro sobre o objeto (error in objecto)
O objeto material que aqui é tratado restringe-se à coisa. O sujeito pensa estar sua conduta recaindo sobre uma determinada coisa, enquanto, na verdade, recai sobre outra. Tal erro não exclui o crime, pois troca de objetos não impede a tipificação do delito e configuração do dolo.
Erro sobre a pessoa (error in persona)
Em virtude do erro, a conduta delituosa do sujeito atinge pessoa diversa da pretendida. É de se observar que o agente pensa que está atingindo a vítima pretendida.
Tal espécie de erro só é admissível nos crimes dolosos.
A tutela penal é extensiva a todas as pessoas. Desta forma, o fato do crime haver sido cometido contra a pessoa errada, não excluindo o dolo, não exime o agente de responder a título de dolo pela conduta típica. O que se levará em conta, no entanto, não serão as condições e qualidades da vítima efetiva, mas sim da vítima virtual (aquela sobre a qual o sujeito pretendia que sua conduta típica atingisse — art. 20, § 3°, CP).
Erro na execução (aberratio ictus)
Entende-se por aberratio ictus a aberração no ataque ou desvio do golpe. Faz-se presente quando o sujeito pretende atingir determinada pessoa e vem a ofender outra. Aqui o agente não se engana quanto à vítima, mas, por erro, atinge outra pessoa (art. 73, CP).
Assemelha-se ao erro sobre a pessoa, diferenciando por dois aspectos:
Na aberratio ictus a vontade não é viciada no momento da realização do fato delituoso, o que existe é um erro ou acidente no emprego dos meios de execução deste fato, enquanto que no erro sobre a pessoa o agente pensa estar produzindo sua conduta típica sobre uma pessoa quando se trata de outra; 
Na aberratio ictus a vítima pretendida sofre perigo de dano, enquanto que no erro sobre a pessoa somente a vítima efetiva sofre algum dano. 
A aberratio ictus apresenta-se sob duas formas:
a) Com unidade simples Ocorre quando, em virtude do erro, decorre um resultado único sobre um terceiro que o suporta: lesão corporal ou morte.
Duas teorias procuram explicar este espécie. A primeira vê a existência de dois crimes quando há a morte da vítima efetiva (tentativa de homicídio em relação à vítima virtual e homicídio culposo em relação à vítima efetiva), ou quando há lesão corporal desta mesma vítima (tentativa de homicídio em relação à vítima virtual e lesão corporal culposa em relação à vítima efetiva).
A segunda teoria, adotada pelo nosso Código Penal, admite a existência de apenas um crime (tentado ou consumado), em duas hipóteses: quando a vítima efetiva sofre lesão corporal e o agente responde por tentativa de homicídio (absorvendo a lesão corporal culposa) e quando a vítima é morta, respondendo o agente por homicídio doloso.
É importante observar, mais uma vez, que o que se aplica são as condições e qualidades da vítima virtual e não as da vítima efetiva (art. 20, § 3°, CP).
b) Com unidade complexa Ocorre quando, em virtude do erro, decorre resultado duplo.
Parte da doutrina não vê o aberratio ictus com duplicidade de resultado, apenas com unidade simples. Admite esta teoria um concurso formal de crimes, em que concorrem dois crimes: um homicídio doloso (tentado ou consumado) em relação à vítima virtual (pretendida) e um homicídio ou lesão corporal culposos em relação à vítima efetiva (terceiro).
São, portanto, seis as hipóteses em que pode ocorrer o aberratio ictus:
O agente fere um terceiro — responderá por tentativa de homicídio; 
O agente mata um terceiro — responderá por crime de homicídio doloso consumado; 
O agente mata a vítima pretendida e um terceiro — responderá por homicídio doloso consumado, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP); 
O agente mata a vítima pretendida e fere um terceiro — responderá por crime de homicídio doloso consumado, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP); 
O agente fere a vítima pretendida e um terceiro — responderá por uma tentativa de homicídio doloso, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em facedo concurso formal (art. 73; art. 70, CP); 
O agente fere a vítima pretendida e mata um terceiro — responderá por homicídio doloso consumado, tendo a pena aumentada de um sexto até a metade em face do concurso formal (art. 73; art. 70, CP). 
No caso do agente ter previsto a possibilidade do terceiro vir a ser atingido, a questão já não mais será analisada como concurso formal e sim como concurso material, caso em que as penas serão somadas e não, como nos casos anteriores, somente acrescidas. Aqui é que se dá a presença do dolo eventual juntamente com o dolo direto, ensejando, pois, o cúmulo material (art. 69, CP).
Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis ou aberratio delitis)
Agora trata-se do desvio do crime. O agente querendo atingir um determinado bem jurídico com sua conduta delituosa, ofende outro bem jurídico de diferente espécie.
De acordo com o nosso Código Penal (art. 74), se o agente pratica a conduta típica e obtém resultado diverso do pretendido, será punido a título de culpa. Se o agente quer atingir uma coisa e atinge uma pessoa, será responsabilizado a título de culpa, homicídio ou lesão corporal. Se diversamente pretende atingir uma pessoa e atinge uma coisa, não responderá por crime de dano, pois não existe a forma culposa; poderá responder por tentativa de homicídio ou lesão corporal, de acordo com o elemento subjetivo. Se o agente quer atingir uma pessoa e, além de atingi-la, atinge também uma coisa, responderá apenas pelo resultado produzido na pessoa. Se o agente quer atingir uma coisa e atinge, também, uma pessoa, responderá pelo crime de dano e por homicídio ou lesão corporal culposa em concurso formal, havendo o acréscimo de um sexto até a metade à pena do crime mais grave (art. 74; art. 70, CP).
Havendo resultado duplo, com a conduta consubstanciada em dolo direto com relação a um e com dolo eventual em relação ao outro, a regra aqui aplicada é a do concurso material, com a soma das penas (art. 69, CP).
Erro de proibição
Com fulcro no art. 21 do Código Penal, é fácil depreender-se que o erro de direito prejudica: o desconhecimento da lei é inescusável. Se assim não o fosse, estaria se tratando com grande benevolência aquele que invocasse, como escusa, a ignorância da lei, cuja obrigação seria a de evitar a vedação da ordem jurídica, por uma simples questão de intuição.
É erro de proibição aquele que se traduz no falso conhecimento ou desconhecimento, impedindo o agente de verificar a ilicitude do seu comportamento, ficando impossibilitado de evitar a ilicitude. É um erro sobre a ilicitude do fato, através do qual o agente acredita estar realizando uma conduta lícita (art. 21, p. único, CP).
Segundo Damásio de Jesus, existem três situações nas quais se pode detectar o erro de proibição:
erro ou ignorância do direito — o sujeito sabe o que faz, porém não conhece a norma jurídica ou não a conhece bem e a interpreta mal (erro de proibição direto); 
suposição errônea da existência de causa de exclusão da ilicitude não reconhecida juridicamente (erro de proibição indireto); 
descriminantes putativas — o sujeito supõe, erradamente, que ocorre uma causa excludente da ilicitude. 
Pode o erro de proibição ser escusável ou inevitável e inescusável ou evitável.
O escusável é aquele em que incorre o agente, mesmo tendo usado da prudência exigível ao homem médio. Incorrendo neste erro é o agente isento de pena (art. 21, CP).
Já no que se refere ao erro inescusável, o agente não tem o conhecimento da ilicitude da situação, face à imprudência, descuido ou desídia. Neste caso, não haverá isenção de pena, mas redução, de um sexto a um terço (art. 21, CP).
Conclusão
Numa rápida pincelada acerca do ERRO, o que se depreende é que parte dos delitos são praticados tendo como causa erros, juízos falsos, que levam seus autores a realizar condutas tipificadas no Código Penal como crime, valendo ressaltar que muitas vezes tais enganos não são espontâneos, mas provocados por terceiras pessoas que se interpõem na mesma relação.
Desta análise, decorre a necessidade de se apreciar acuradamente a situação para, se verificando o erro, solucionar a questão da forma mais adequada, prevista na Lei Penal.
	- ERRO DE PROIBIÇÃO:
O sujeito sabe o que faz e acredita que é lícito, quanto na verdade é proibido. O agente não conhece a proibição. Este erro recai sobre a ilicitude do fato. Exclui ou atenua a culpabilidade, excluindo ou diminuindo a pena. O erro de tipo exclui o dolo e, em
conseqüência, exclui a tipicidade, e não havendo esta não existe fato típico. Ex1: um holandês que vem ao Brasil com a sua quota diária de maconha, na crença que este fato era permitido. Está no art. 21 do CP.
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Diferença entre erro de proibição e ignorância da lei: Vejamos os exemplos:
• Fabricar açúcar em casa sem autorização legal é crime. Neste caso, além de se ignorar a lei, também se ignora a proibição, pois se imaginava conduta lícita, normal. É um plus frente a ignorância da lei. Normalmente, quem atua em erro de proibição ignora
a lei. É o caso também da venda de bebidas alcóolicas para indígenas, importunação de cetáceos. A sua constatação dependerá de provas e de considerações acerca da pessoa.
• Y é comerciante, compra notas frias, as insere-as na contabilidade da empresa para creditar ICMS. Tal conduta configura o crime de sonegação fiscal. Y sabe que sonegar impostos no Brasil é crime. Entretanto, onde está escrito no Brasil que creditar notas frias na contabilidade é crime? Está na Lei 8137, art. 1º, IV, segunda parte. Y, neste caso, ignorava a lei, mas sabia que sonegar é crime. A mera ignorância da lei não escusa. A ignorância da lei não escusa (art. 21), salvo no que diz respeito às
contravenções (art. 8º). É só atenuante (art. 65, II). Pode-se conhecer a lei e ignorar a proibição no caso concreto. Ex.: discriminantes putativas.
O erro de proibição poderá ser:
a) DIRETO: Recai sobre a norma proibitiva e exclui ou atenua a culpabilidade. Está no art. 21 do CP. Ex.: fabricar açúcar em casa, vender bebida alcóolica para indígena etc.
b) INDIRETO: Recai sobre causas justificantes. Está no art. 21 do CP. Todo erro em direito penal que recai sobre causa justificante se chama de discriminante putativa. No erro de proibição indireto existem duas hipóteses de discriminantes putativas:
• O erro do sujeito recai sobre a existência de uma causa justificante. Ex1: Y é injuriado por X em praça pública. Y mata X na crença de que quem ofende a honra de outrem tem que morrer. • O sujeito erra sobre os limites de uma causa justificante. Ex1: O professor que dá uma “reguada” no aluno. Nestes casos é preciso analisar as condições pessoais da pessoa, o seu grau de cultura, o meio em que ela vive etc. Cumpre salientar que erro de proibição indireto, erro de
permissão e discriminante putativa são expressões sinônimas.
O erro de proibição poderá ser:
a) VENCÍVEL ou INESCUSÁVEL: Se o sujeito agisse com um pouco mais de cuidado, teria ciência. O sujeito responde pelo crime doloso, com a pena diminuída. Está no art. 21, §1º, 2ª parte. b) INVENCÍVEL ou ESCUSÁVEL: Exclui a culpabilidade. Está no art. 21, § 1º do CP. Em nada interfere o tipo. Diferença entre erro de proibição e delito putativo por erro de proibição. No primeiro o sujeito supõe permita uma conduta proibida (exclui ou atenua a culpabilidade). Já no delito putativo por erro de proibição o sujeito pensa que é proibido o que é permitido. É fato atípico. Ex.: incesto.
4- DISCRIMINANTE PUTATIVA FÁTICA OU ERRO DE TIPO PERMISSIVO:
O agente sabe o que faz, sabe que tal conduta é proibida, mas acredita que está agindo conforme o Direito, ou seja, licitamente.
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• Recai sobre causas excludentes da antijuricidade (tipos justificantes). Ex1: A e B prometem-se reciprocamente a morte. A encontra B e este põe a mão no paletó para pegar um lenço. A acredita que B está sacando uma arma e atira em B;
• A discriminante real exclui a antijuricidade e discriminante putativaafeta ou interfere na culpabilidade;
• A doutrina majoritária, devido a teoria limitada da culpabilidade, entende que o agente que age com erro de tipo permissivo age sem dolo. Luiz Flávio discorda e entende que o dolo é inequívoco, afirmando que o problema é de culpabilidade. Existem três tipos de erro nas discriminantes putativas:
a) Erro sobre a existência – art. 21
b) Erro sobre os limites – art. 21
Ambos são formas de erro de proibição, erro de tipo indireto, erro de permissão ou erro de tipo indireto (?) (expressões sinônimas). 
c) Erro sobre situação fática (discriminante putativa fática) – art. 20, § 1º. É também
chamada de erro de tipo permissivo. O melhor exemplo de discriminante putativa fática é o da legítima defesa putativa - A e B
prometem-se reciprocamente a morte. A encontra B e este põe a mão no paletó para pegar um lenço. A acredita que B está sacando uma arma e atira em B. Existem seis teorias para resolver esta matéria. No Brasil prevalece a teoria limitada da
culpabilidade. Por esta teoria, exclui o dolo e é como se fosse um erro de tipo. Pela teoria extremada da culpabilidade, adotada pela Alemanha (Welzel), trata-se de erro de proibição, pois o sujeito quando disparou o tiro queria efetivamente dispará-lo. O dolo está presente. Exclui a culpabilidade. Além destas teorias, também existem:
- Teoria do dolo: é erro de tipo e exclui o dolo; se vencível há crime culposo.
- Teoria dos elementos negativos do tipo (tipo total do injusto): é erro de tipo e exclui o dolo; se vencível há crime culposo.
- Teoria que remete à conseqüência jurídica: art. 20, § 1º - erro plenamente justificável pelas circunstancias = isenção de pena; erro vencível: sujeito responde pela pena do crime culposo. Luiz Flávio Gomes discorda com todas as teorias acima e afirma não ser caso nem de erro de tipo nem de proibição. Trata-se, em verdade, de erro sui generis, pois segundo ele não se exclui o dolo, como afirma a teoria brasileira. Diverge também da teoria alemã,
Referências
BRASIL. Código penal (org. Juarez de Oliveira), 28.ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
BRUNO, Anibal. Direito penal: parte geral, t. 2, 3.ed. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
FÜHRER, Maximillianus C. A. Resumo de direito penal: parte geral, 3.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1991 (Coleção Resumos, 5).
JESUS, Damásio E. de. Código penal anotado, 2.ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
______. Direito penal: parte geral, v. 1, 15.ed. São Paulo: Saraiva, 1991.
LUNA, Everardo da Cunha. Capítulos de direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, 1985.
MIRABETE, Fabbrini Julio. Manual de direito penal: parte geral, v. 1, 2.ed. São Paulo: Atlas, 1986.
NORONHA, E. Magalhães. Direito penal: introdução e parte geral, v. 1. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 1968.
PONTES, Ribeiro. Código penal brasileiro, 6.ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1968.
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