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DPCIII 20161. DO CONFLITO DE COMPETENCIA

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Material elaborado tomando como base o conteúdo das aulas ministradas pelo professor e algumas explicações contidas no livro Curso de Direito 
Processual Civil, vol 1 do autor Fredie Didier Jr., bem como na obra “Novo Código de Processo Civil anotado” da OAB/RS. Página 1 
 
 
 
POR CAROLINE S. ANDRADE 
MONITORA – 2016.1 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
PROFESSOR: JOSÉ CARLOS ZEBULUM 
 
LIVRO III – DOS PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E DOS MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 
TITULO I – DA ORDEM DOS PROCESSOS E DOS PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS 
TRIBUNAIS 
CAPITULO V – DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
 
CONCEITO 
É o fato de dois ou mais juízes se darem por competentes (conflito positivo, art.66, I do NCPC) ou 
incompetentes (conflito negativo, art. 66, II do NCPC) para o julgamento da mesma causa ou de mais de 
uma causa (em caso ele reunião por conexão, art. 66, III do NCPC). Deve ser dirimido para que apenas um 
seja declarado competente e possa julgar a(s) causa(s). 
 
Art. 66. Há conflito de competência quando: 
I. 2 (dois) ou mais juízes se declaram competentes; (conflito positivo) 
II. 2 (dois) ou mais juízes se consideram incompetentes, atribuindo um ao outro a competência; 
(conflito negativo) 
III. entre 2 (dois) ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. 
(positivo ou negativo conforme a hipótese) 
Parágrafo único. O juiz que não acolher a competência declinada deverá suscitar o conflito, salvo se a 
atribuir a outro juízo. 
 
Conforme o enunciado n. 59 da súmula do STJ, não se pode cogitar de conflito se já 
tiver havido julgamento de uma das causas. 
 
 Súmula 59 do STJ 
 Não há conflito de competência se já existe sentença com trânsito em julgado, 
proferida por um dos juízos conflitantes. 
 
 
NATUREZA JURÍDICA DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
 
1ª corrente (autor: Vicente Greco Filho) 
Entende ser uma demanda autônoma de caráter declaratório. 
 
2ª corrente (autores: Antônio Scarance Fernandes e Alexandre Freitas Câmara) 
Entende ser um mero incidente processual 
Fundamento: O conflito de competência é mero incidente processual, capaz de alterar o andamento 
normal do processo, mas que não pode ser conceituado como demanda autônoma. Mesmo porque seria 
difícil admitir a propositura de demanda pelo próprio juiz, um dos legitimados a suscitar o conflito de 
competência. 
 
Material elaborado tomando como base o conteúdo das aulas ministradas pelo professor e algumas explicações contidas no livro Curso de Direito 
Processual Civil, vol 1 do autor Fredie Didier Jr., bem como na obra “Novo Código de Processo Civil anotado” da OAB/RS. Página 2 
 
 
LEGITIMIDADE E MINISTÉRIO PÚBLICO COMO CUSTUS LEGIS 
 
Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou 
pelo juiz. 
Parágrafo único. O Ministério Público somente será ouvido nos conflitos de competência relativos às 
causas previstas no art. 178, mas terá qualidade de parte naqueles que suscitar. 
 
Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de trinta dias, intervir como fiscal da ordem 
jurídica: 
I. nas causas que envolvam interesse público ou social; 
II. nas causas que envolvam interesse de incapaz; 
III. nas causas que envolvam litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana; 
IV. nas demais hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal. 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de intervenção do 
Ministério Público. 
 
Comentários: A redação do “caput” art. 951 do NCPC é idêntica à do “caput” do art. 116 do anterior. 
Contudo, no parágrafo único, há uma restrição à participação do MP – 
na vigência do codex anterior ele tinha espaço em todos os casos. Fato é que, agora, 
somente há sua participação nos processos que envolvam I – interesse público ou 
social; II – interesse de incapaz; III – litígios coletivos pela posse de terra rural ou 
urbana (art. 178, NCPC) 
 
RESTRIÇÃO À LEGITIMAÇÃO DA PARTE 
 
Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência relativa. 
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o arguiu suscite a 
incompetência. 
 
Entendimento da doutrina 
• Não cabe interpretação literal, sob pena de a norma ser mal compreendida. 
• Ao se referir apenas à incompetência relativa, a norma se revela insuficiente, eis que também 
deveria se referir à incompetência absoluta. 
• Não parece adequado entender a norma como uma integral proibição de suscitar conflito, à parte 
que arguiu a incompetência relativa do juízo. 
• Na visão de alguns, a norma proíbe, tão somente, o uso simultâneo dos dois meios, ou seja, a 
apresentação simultânea de arguição de incompetência do juízo e de conflito de competência. 
 
Comentários: A expressão “exceção de incompetência” prevista no CPC/73 foi substituída por “arguição de 
incompetência”. A incompetência tratada pelo dispositivo legal é a relativa. O parágrafo único viabiliza à 
parte que não arguiu a incompetência que o faça. 
 
COMPETÊNCIA 
 
Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal: 
I. pelo juiz, por ofício; 
II. pela parte e pelo Ministério Público, por petição. 
Material elaborado tomando como base o conteúdo das aulas ministradas pelo professor e algumas explicações contidas no livro Curso de Direito 
Processual Civil, vol 1 do autor Fredie Didier Jr., bem como na obra “Novo Código de Processo Civil anotado” da OAB/RS. Página 3 
 
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova do conflito. 
 
Comentários: A competência para julgar o conflito de competência será sempre de um tribunal superior 
aos juízos nele envolvidos. Em caso de conflito entre Tribunais Superiores ou entre este e outros tribunais, 
a competência para dirimi-lo será do Superior Tribunal Federal (CF, art. 102, I, “o”). A competência será do 
Superior Tribunal de Justiça quando ocorrer conflito entre tribunais, entre estes e juízes, ou mesmo entre 
juízes vinculados a tribunais diversos (CF, art. 105, I, “d“). O conflito entre juízes submetidos a um mesmo 
tribunal será por este dirimido (CF, art. 108, I, “e”). Nesse sentido o parágrafo único do art. 953 ressalta 
que o conflito será dirigido ao Tribunal. Quando o conflito ocorrer entre câmaras e seções do mesmo 
tribunal o conflito é resolvido conforme previsto pelo respectivo ordenamento interno da Corte. 
O conflito, se suscitado pelo juízo, será realizado mediante ofício; se por qualquer dos outros legitimados, 
através de petição. 
Pertinente à instrução do conflito, qualquer dos suscitantes deverá adunar ao seu pleito a comprovação 
acerca da divergência entre os juízos – positiva, negativa ou pertinente à reunião dos processos. 
 
INFORMAÇÕES 
 
Art. 954. Após a distribuição, o relator determinará a oitiva dos juízes em conflito ou, se um deles for 
suscitante, apenas do suscitado; no prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou juízes prestar as 
informações. Comentários: pode o Relator determinar, se entender conveniente, pela necessidade da 
prestação de informações pelos juízos envolvidos no conflito. 
 
SUSPENSÃO DO PROCESSO 
 Medidas urgentes 
 
Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o 
conflito for positivo, seja sobrestado o processo; nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará 
um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes. Comentários: necessidade de 
sobrestamento do(s) feito(s) enquanto não julgado o conflito positivo. Em sendo positivo o conflito, deverá 
o relator suspender o processo, a fim de se evitarem atos inúteis. Por óbvio, quando o conflito for 
negativo,não se aplicará a norma, porque nenhum juiz estará praticando qualquer ato, pois ambos se 
consideram incompetentes. Se necessário poderá o Relator designar um dos juízes para decidir eventuais 
questões urgentes. A petição do incidente deverá ser dirigida ao Tribunal competente para apreciar o 
conflito. SOBRESTAMENTO = suspensão temporária do processo ou de ato jurídico. É a paralisação do 
curso do processo, deixando de dar andamento ao mesmo em virtude da existência de alguma questão 
prejudicial. 
Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar 
em: 
I. súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
II. tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência. 
 
Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo relator, será ouvido o Ministério Público, no prazo de cinco 
dias, ainda que as informações não tenham sido prestadas; em seguida, o conflito irá a julgamento. 
Comentários: o prazo a que se refere este artigo é o prazo para as informações. 
DECISÃO 
Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juízo competente, pronunciando-se também 
sobre a validade dos atos do juízo incompetente. 
Material elaborado tomando como base o conteúdo das aulas ministradas pelo professor e algumas explicações contidas no livro Curso de Direito 
Processual Civil, vol 1 do autor Fredie Didier Jr., bem como na obra “Novo Código de Processo Civil anotado” da OAB/RS. Página 4 
 
ENVIO DOS AUTOS 
Art. 957. Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito serão remetidos ao juiz 
declarado competente. 
CONFLITO ENTRE ÓRGÃOS DO TRIBUNAL 
Art. 958. No conflito que envolvam órgãos fracionários dos tribunais, desembargadores e juízes em 
exercício no tribunal, observar-se-á o que dispuser a respeito o regimento interno do tribunal. 
CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES ENTRE AUTORIDADE JUDICIÁRIA E AUTORIDADE ADMINISTRATIVA 
Art. 959. O regimento interno do tribunal regulará o processo e julgamento do conflito de atribuições entre 
autoridade judiciária e autoridade administrativa. 
A quem compete o julgamento do conflito? 
 Conflito entre juízos estaduais de um mesmo Estado = competência do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO. 
 Conflito entre juizado estadual e vara de um mesmo Estado = competência do TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO. 
 Conflito entre juizado federal e vara federal = competência do TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL. 
 Conflito entre juízos submetidos a Tribunais diversos = competência do SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA (art. 105, I, d da CF). 
 Conflito entre Tribunais exceto Tribunais superiores = competência do SUPERIOR TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA (art. 105, I, d da CF). 
 Conflito entre Tribunais superiores = competência do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (art. 102, I, o 
da CF) 
Conflito de competência entre Juízo Federal x Juízo Estadual 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na 
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as 
sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
 Súmula 3 do STJ 
 Compete ao Tribunal Regional Federal dirimir conflito de competência verificado, na 
respectiva região, entre juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição federal. 
 
 
 Súmula 224 do STJ 
 Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da 
competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito.

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