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PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 A aula 6 é sobre sintaxe de concordância. Essa expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal. Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de exercícios que expressam o que a banca vem cobrando. 1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...] José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros. Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É isso mesmo! Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou” tem como núcleo o substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito era o substantivo singular “variedade”. Tal transformação deve levar o verbo a flexionar-se em terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocorreu. Resposta – Item errado. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 2 2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em 2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão atingir outros países. Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a forma verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma correta: “o maior mercado da Europa sofrerá”. Resposta – Item errado. [...] Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional mostram que a entrada do país resultará em um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão (aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e comércio global superior a US$ 300 bilhões. [...] Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008. 3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11) está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10). Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a forma verbal “mostram” está no plural. Resposta – Item errado. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 3 4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o quanto à correção gramatical. A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados, impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa. Comentário – Conseguiu encontrar o erro? É a forma verbal “põem”, flexionada incorretamente na terceira pessoa do plural. O sujeito “Internet” (simples e no singular) obriga o verbo pôr (note a manutenção do acento circunflexo para diferenciá-lo da preposição por) a se flexionar na terceira pessoa do singular: “a Internet põe”. O examinador tentou tirar proveito da semelhança existente nas pronúncias de põe e põem. Resposta – Item errado. 5. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho feito nos hospitais’, afirma.” Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após ‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no plural. Comentário – Vejamos como ficaria: O aumento das operações de transplante... Então, qual é o núcleo desse termo? O substantivo singular aumento, certo? Sendo assim, o verbo ser deve continuar flexionado na terceira pessoa do singular. Resposta – Item errado. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 4 [...] 6. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração. Comentário – Note a concordância entre sujeito e verbo: “O fato [...] tem [...]”. O grande detalhe fica por conta da ausência do acento circunflexo na forma verbal. Lembre-se de que somente no plural o acento deve ser empregado. Exemplo: “Os fatos [...] têm [...]”. Resposta – Item certo. [...] [...] 7. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal “completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a expressão “duas décadas”. Comentário – Como regra geral, o verbo deve concordar em número e pessoa com o sujeito. O termo “duas décadas” funciona como adjunto adverbial (expressa circunstância de tempo). Então a concordância que o examinador indicou é completamente errada. O sujeito da forma verbal “completa” é o PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 5 termo “o processo de amadurecimento do cérebro”, cujo núcleo (em negrito) está no singular. Resposta – Item errado. [...] 8. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são. Comentário – Você entendeu o que leu? Notou que a banca disse “correção gramatical”? Então, nada de “viajar na maionese”! Analise apenas a correção gramatical. Qual o sujeito da locução verbal “têm sido”? É todo o trecho “Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do controle privado comercial”. Qual é o núcleo desse sujeito? O termo “Meios”, no plural. É por isso que o verbo “têm” recebeu acento. Portanto a troca pela forma verbal “são” – também no plural – está correta, respeita a concordância. Resposta – Item certo. [...] 7 A participação popular e o controle popular do poder guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional,com vistas à conquista de algum bem. A política 10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder 13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. [...] PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 6 Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência & Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações). 9. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9). Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural (“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação popular e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que afirma o examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender que é verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e racional”. Resposta – Item errado. 10. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos, tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue. Comentário – Do último período, vamos destacar a oração “...tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos...”. Estamos diante de sujeito composto cujos núcleos (“governos” e “União”) estão ligados pela expressão correlativa “tanto... como”. A norma gramatical estabelece que o verbo vá para o plural quando os núcleos do sujeito composto estiverem ligados por essa ou por outras expressões afins. Exemplos: a) “Não só a nação mas também o príncipe estariam pobres.” (Alexandre Herculano” b) “Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto inocentes.” (Alexandre Herculano) PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 7 c) Tanto ele quanto ela parecem guardar segredo. Resposta – Item errado. 11. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As novas questões e os eventos que surgem no horizonte social frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos.” O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a relação desse verbo com “novas questões e os eventos”. Comentário – O sujeito composto “novas questões e os eventos” foi explicitado na oração principal do período (“As novas questões e os eventos... frequentemente exigem”). Na oração subordinada “por nos afetarem de alguma maneira”, a concordância do verbo leva em consideração esse termo. Resposta – Item certo. [...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais. [...] Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial. In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações). 12. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13) está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 8 sujeito Comentário – Esse verbo concorda atrativamente com o núcleo (em negrito) mais próximo do sujeito composto “a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais”. Resposta – Item errado. 1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. [...] Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.1). Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no sentido de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses verbos no que diz respeito à concordância verbal. Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e pessoa. Existem bons alunos neste curso. Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é empregado com o sentido de existir. Há bons alunos neste curso. obj. direto PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 9 Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não possuir, deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir. O aluno não teve aula. – conforme a norma culta Não tem aula. – desvio da norma culta Não há aula. – conforme a norma culta. Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal, cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo “vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo. Resposta – Item errado. 14. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a 31.510 pessoas. Comentário – Observe atentamente a oração “onde haviam 50 mil casos registrados”. Notou a flexão do verbo haver? Como ele foi usado com a sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito e deve se manter na terceira pessoa do singular (“havia”). Resposta – Item errado. sujeito PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 10 15. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores — crescimento econômico e emprego.” Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma verbal “faz” deveria ser substituída por fazem. Comentário – Nas indicações de tempo, fazer é outro verbo impessoal, sem sujeito, devendo ser mantido invariavelmente na terceira pessoa do singular. Então, mesmo que a palavra “tempo” fossesubstituída pela expressão dois anos, a forma verbal “faz” não sofreria variação. Resposta – Item errado. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. [...] Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 16. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do período. Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora. Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo fazer mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com “eleição”, antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz representar na PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 11 função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado (eleições), o verbo deveria ser empregado também no plural. Resposta – Item errado. 1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...] Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações). 17. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo “um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no plural: se tratam. Comentário – O verbo tratar-se é, quanto à regência, transitivo indireto e possui sujeito indeterminado. Portanto o termo “de um corte epistemológico” é o objeto dele e nenhuma concordância entre eles deve ser mantida. Resposta – Item errado. [...] Os meus pupilos não são os 31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. [...] Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 12 18. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal “formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa. Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a ideia de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei acima, esse não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira pessoa do plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que funciona sintaticamente como seu sujeito. A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância verbal. Resposta – Item errado. [...] A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. [...] Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações). 19. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural — apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza, deve ser feita com o termo “maioria”. Comentário – Quando o sujeito é representado por expressões partitivas (a maioria de, um grande número de, por exemplo) seguido de substantivo no plural, o verbo pode flexionar-se no singular ou no plural. Resposta – Item errado. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 13 7 [...] Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos negócios. [...] Veja, 20/8/2008 (com adaptações). 20. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os argumentos. Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que a banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem fazer outras modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria ser, agora, flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo sítios. Resposta – Item errado. [...] Não precisamos usar a 22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade. Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 21. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22). Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao substantivo “superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o pronome relativo PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 14 “que”, representante semântico da expressão “parte do mundo”, que – por encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer também no singular. Resposta – Item errado. [...] Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais primitivo, e que evoluíram por meio das especulações filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma unificação que levou milênios para ser atingida. José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das coisas” (L.13). Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas evoluíram... Note que o núcleo do sujeitofaz-se representar pela terceira pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”, de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas gramaticais. Resposta – Item errado. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 15 [...] O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. [...] Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 23. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída por existe. Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem sujeito) e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em numero e pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a forma “há”, você precisa identificar que termo funcionará como sujeito daquele verbo. Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a regra gramatical que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo: o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira pessoa do singular. Resposta – Item certo. 24. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos encarregados do combate a dengue. Comentário – Antecipo a você que meu comentário, aqui, se restringirá ao que diz respeito à concordância, em virtude do propósito desta aula. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 16 Observe o segmento “são fatores que determina o aumento”. Agora atente para a oração (subordinada adjetiva restritiva) iniciada pelo pronome relativo “que”: “que determina o aumento”. Responda-me qual é o sujeito da forma verbal “determina”. Sua resposta deve ter sido o pronome relativo “que”, certo? O que diz mesmo a regra de concordância quando o sujeito for o pronome relativo que? Ela diz que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo: o substantivo plural “fatores”. Portanto o verbo determinar deve ser flexionado na terceira pessoa do plural: “são fatores que determinam o aumento” Resposta – Item errado. [...] 13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias. [...] Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 25. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15). Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”, semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”. Resposta – Item errado. 1 Vale a apena rever certas crenças que se têm multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...] Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 17 26. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm” (l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas preserva sua coerência e correção gramatical. Comentário – Primeiramente, vamos entender o porquê do acento na forma original. Pergunte-se o que tem sido multiplicado: “certas crenças”. Esse termo é substituído pelo pronome relativo “que”, o qual exerce a função sintática de sujeito do verbo ter. Já disse anteriormente que, nos casos semelhantes, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo. Como o antecedente está no plural, o verbo ter também vai para o plural. O plural desse verbo é indicado pelo acento circunflexo (que foi mantido pelo novo Acordo) para diferenciar da forma singular: (ele) tem. Portanto a troca sugerida pela banca (“certas crenças que se tem multiplicado”) traz prejuízos ao texto. Resposta – Item errado. [...] [...] 27. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome relativo “que”, refere-se a “fontes”. Comentário – Aplicação simples da regra. Quando o sujeito é o pronome relativo que, a concordância é feita com o termo referente (ou substituído). PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 18 Resposta – Item certo. [...] Além 16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma 19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual do humano. Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 28. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam” reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”, empregando-se o referido verbo no singular. Comentário – a flexão de plural em “fundamentam” decorre da concordância com “essas teorias políticas e individuais”, sujeito da forma verbal. A expressão “cada uma das ideologias” concorda com o verbo “constitui”. Resposta – Item errado. 29. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.” A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo pelo uso do verbo no singular: corresponde. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 19 Comentário – Novamente entrou em cena a expressão cada um. Como ela não integra o sujeito da oração e constitui o objeto indireto do verbo “correspondem”, é impossível a concordância com ela. Se você reescrever o período na ordem direta (sujeito, verbo e objeto), notará melhor as relações entre os termos da oração: Maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade, correspondem a cada um deles. Parece que em 2010 a banca “brincou” com essa expressão (repare a questão anterior). Resposta – Item errado. O que é o que é? 1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto — como se chama oque sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? [...] Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 30. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” (L.4), tendo como resultado como se chamam [...]. Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz passiva sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa passagem equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é chamada essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz passiva possui sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba que a expressão “essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da forma verbal “chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são substantivos sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em concordância atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para concordar com todos PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 20 os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse rancor?” ou “como são chamados essa mágoa e esse rancor?”. Resposta – Item certo. 31. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.” Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”. Comentário – Em muitas situações, o verbo ser deixa de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se quer enfatizar. Vou refrescar sua mente apontando para você as possibilidades de concordância do verbo ser: a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto. Maria era as esperanças de todos. O mundo são os homens. b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome. Os culpados éramos nós. “O Estado sou eu”. c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro pronome. Quem és tu? Tudo são flores. ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a concordância com o pronome. Tudo é flores. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 21 d) O plural tem precedência sobre o singular. A casa eram umas folhas. A sua paixão eram filmes de terror. e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas expressões que indicam preço, valor, medida, peso. Dois quilos é pouco. Vinte mil cruzeiros é demais. Três metros é mais do que preciso. f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará com estas. Da Tijuca à Barra são oito quilômetros. Era uma hora e cinquenta e nove segundos. Hoje são 21 de maio. Notou a explicação contida na letra “d”? Ela sustenta nossa resposta. Resposta – Item errado. [...] 16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do 19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil; a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise 22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de hedge. [...] PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 22 O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro. 23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações). 32. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem manteria a correção gramatical do texto. Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo. I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na mesma oração em que surge o verbo no infinitivo. Não é necessário [vocês chegarem cedo]. II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo para evitar ambiguidade. Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?) Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho]. III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da oração anterior, também ocorrerá a flexão. [Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente]. IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa. [Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós. V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A + INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão. O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem sujeito sujeito PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 23 VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória. As tarefas a serem feitas são essas. Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo diante da preposição “a”. 1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se 4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia, com sua experiência de democracia primária ou de assembleia, 7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como inviabilizadores da participação política direta: número de cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais 10 modificada diante dos avanços tecnológicos). Diante da impossibilidade de reunião de todos os envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os 13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a 16 democracia representativa, com seus prós e contras. A rigor, em uma sociedade composta de milhares de pessoas, apenas mediante a representação por um grupo 19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem 22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 24 ter representantes, ficando alguns alijados do processo decisório. Um governo que se propõe como democrático busca 25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert 28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo, muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária para decisões de importância extraordinária.”. Segundoo autor, 31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos representantes com os representados, obrigam as elites a “manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado 34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição periódica de representantes é a única viável nos Estados contemporâneos. Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para a inclusão social rumo à concretização do estado democrático e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações). 33. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à concordância. A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto. B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como inviabilizadores” (l.7-8). C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural, a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular. D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não interfere na correção gramatical do período. E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com “eleições periódicas” (l.31). PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 25 Comentário – Alternativa A: a forma verbal em negrito agora foi usada no infinitivo pessoal, por isso ela se flexionou para concordar em número e pessoa com o sujeito “as elites” (l. 32). Sobre a flexão do infinitivo, leia o que eu disse no item V do comentário da questão anterior. Conclui-se, então, que não há prejuízo sintático para o texto. Alternativa B: O verbo existir é pessoal (diferentemente do verbo haver usado no mesmo sentido). Sendo assim, ele tem sujeito, com o qual deve concordar em número e pessoa. Conforme a proposta da banca examinadora, esse sujeito é o termo “alguns fatores inviabilizadores” (terceiras pessoa do plural = eles). Isso leva o verbo existir a flexionar-se da seguinte maneira: “existiam” (terceira pessoa do singular). Portanto a opção está errada. Alternativa C: o verbo identificar está na voz passiva sintética, auxiliado pelo pronome apassivador “se”. Toda voz passiva possui sujeito (mas pode não possuir agente da passiva). No texto, o substantivo “necessidade” é o núcleo desse termo sintático. A pluralização dele deve levar, também, o verbo para o plural: “identificaram-se as necessidades”. Com a voz passiva analítica, é mais fácil perceber a necessidade de concordância entre sujeito e verbo: “as necessidades foram identificadas”. Logo o item está errado. Alternativa D: estamos às voltas com a voz passiva, mas agora é a analítica (verbo auxiliar flexionado + verbo principal no particípio): “sejam garantidas”. O verbo auxiliar flexiona-se em número é pessoa para concordar com o sujeito; o verbo principal flexiona-se em gênero e número pelo mesmo motivo. Repare bem: “...sejam garantidas... as possibilidades...”. Talvez, a posposição do sujeito ao verbo tenha dificultado sua análise. É bom ficar atento! A alteração indicada pelo Cespe causa incorreção gramatical. Alternativa E: sim, nada mais natural do que a concordância de número e pessoa entre sujeito e verbo. Resposta – E PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 26 1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso da técnica, com transformações profundas das noções de espaço e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse 4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. [...] Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia das Letras, p. 14-5 (com adaptações). 34. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de “dominar no homem” (l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de “humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois de “humanismo”. Comentário – Eis o que o examinador propôs: “...vemos o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo, dominar no homem”. Estariam preservadas as relações de significação e a correção gramatical se a vírgula não fosse inserida. Se você está se perguntando se o verbo “dominar” deveria ir para o plural, esclareço-lhe que: a) é facultativa a flexão do infinitivo (“dominar”) se o sujeito não for representado por pronome átono (“o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais”) e se o verbo da oração determinada pelo infinitivo (“vemos”) for causativo (mandar, deixar, fazer) ou sensitivo (ver, ouvir, sentir). Veja um exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei saírem os alunos. b) flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem sensitivo. Veja um exemplo: Esperei saírem todos. Mas a tal vírgula causou separação indevida entre o sujeito e o verbo. Por isso a proposição está errada. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 27 Resposta – Item errado. [...] Em comunicado, o grupo considerou a medida como parte complementar do corte anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em 7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. [...] O Globo, 18/12/2008. 35. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6) concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino singular. Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos (auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa, número, tempo e modo. Exemplos: Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado) Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado) ...[sujeito: as visitas diurnas] ...[núcleo do sujeito: visitas] ...[visitas: substantivo feminina plural] Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado) Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado) ...[sujeito: o valor das moedas locais] ...[núcleo do sujeito: valor] ...[valor: substantivo masculino singular PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 28 Resposta – Item certo. Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre adjetivo-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. Eis abaixo outras questões semelhantes. 1 Toda a questão do conhecimento, como desejo de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 4 partir do que se deve denominar uma filosofia de superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e analiticamente o mundo das superfícies. [...] Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 36. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica” (L. 2). Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo- -particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo do sujeito “Toda a questão do conhecimento”. Resposta – Item errado. 37. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br. A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de ações semelhantes e a multiplicação de processos para apreciação em todos os níveis de jurisdição. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 29 Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado nas regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial. Portanto, o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular para concordar com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme”. Resposta – Item errado. [...] Como nada ainda deu certo no planeta, a 7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem duas premissas. [...] Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). 38. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas. Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal (verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”) assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”, feminino plural. Resposta – Item certo. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 30 [...] [...] 39. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos “destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente, com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%” e “8,76%”. Comentário – Notou que as duas formas verbais são exemplos de particípio? A primeira delas concorda com o substantivo “patamar” (no singular), núcleo da expressão “o patamar de 0,05%”. A segunda forma verbal concorda com “8,76%”, núcleo da expressão “8,76% da despesa” e tradutora de plural. Resposta – Item errado. 1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao Estado brasileiro institucionalizar a atividade de inteligência, mediante ações de coordenação do fluxo de informações 4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 7 sociedade e do país. [...] Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). 40. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo “necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do texto. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 31 Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias” qualifica o substantivo “informações”. Note que ambos concordam em gênero (feminino) e número (plural). A substituição sugerida pela banca examinadora muda a referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de informações necessário”). Apesar de causar leve desvio na linha argumentativa do texto, a alteração não traz prejuízo à correção gramatical do texto. Resposta – Item certo. 41. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados.” A flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação, essa relação sintática enfatiza “imaginário social” como o primeiro termo na comparação com “evolução”. Comentário – Aqui, a situação é um pouquinho diferente: o adjetivo “necessário” faz parte de uma expressão formada por VERBO + ADJETIVO (“Faz-se necessário”). Nesse caso, ele se mantém no masculino singular se o substantivo com o qual concorda possui sentido genérico (não é precedido de artigo). A referência dele é a oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo “frisar”; é com ela que a concordância é estabelecida. Veja outro exemplo: É necessário atentar para algumas exceções à regra. Resposta – Item errado. [...] Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais primitivo, e que evoluíram por meio das especulações filosóficas até as modernas investigações científicas, que as PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 32 16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma unificação que levou milênios para ser atingida. José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 42. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um nível mais profundo de síntese” (l. 16), a expressão “uma unificação que” (l. 16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a argumentação ou a correção gramatical do texto. Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” – feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo gênero e número. Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é representado pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a expressão “um nível mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo masculino singular “nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo “atingida” seja empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu, houve prejuízo. Resposta – Item errado. [...] Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente 10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta, a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 13 simultaneamente. Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In: L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 33 gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações). 43. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em “haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”. Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no singular, independentemente de o termo a quese refere estar no singular ou no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial o faz ubíquo”. É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a flexão é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância verbal, o segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável. Parece-me que a banca examinadora tentou confundir os candidatos induzindo-os a raciocinar em função da concordância nominal que envolve o emprego da expressão “a olhos vistos”. Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável: Haja vista o silêncio. Haja(m) vista os barulhentos. Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra “vistos” concorda com o substantivo a que se refere: Ela cresce a olhos vistos. Ela cresce a olhos vista. Resposta – Item errado. Nossos exercícios se encerram aqui. Até a próxima aula. Bons estudos e que Deus o abençoe! Professor Albert Iglésia PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 34 Pontos Importantes da Matéria PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 35 PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 36 PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 37 Lista das Questões Comentadas 1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...] José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros. 2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em 2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão atingir outros países. [...] Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional mostram que a entrada do país resultará em um bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão (aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e comércio global superior a US$ 300 bilhões. [...] PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 38 Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008. 3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11) está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10). 4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o quanto à correção gramatical. A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados, impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa. 5. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho feito nos hospitais’, afirma.” Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após ‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no plural. [...] PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 39 6. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração. [...] [...] 7. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal “completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a expressão “duas décadas”. [...] 8. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são. [...] 7 A participação popular e o controle popular do poder guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e racional, com vistas à conquista de algum bem. A política 10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 40 13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas e executadas de modo legítimo. [...] Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência & Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações). 9. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9). 10. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos, tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue. 11. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As novas questões e os eventos que surgem no horizonte social frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos.” O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a relação desse verbo com “novas questões e os eventos”. [...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 41 13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a fluidez das relações interpessoais. [...] Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial. In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações). 12. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13) está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava quatrocentas e noventa. [...] Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.1). 14. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a 31.510 pessoas. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 42 15. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores — crescimento econômico e emprego.” Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma verbal “faz” deveria ser substituída por fazem. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem eliminar. [...] Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 16. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do período. 1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que classificar por extremos não reflete a complexidade de classes da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...] Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações). 17. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo “um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 43 argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no plural: se tratam. [...] Os meus pupilos não são os 31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das nações seculares. [...] Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 18. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal “formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa. [...] A reação dos indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. [...] Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações). 19. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural — apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa natureza, deve ser feita com o termo “maioria”. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 44 7 [...] Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos negócios. [...] Veja, 20/8/2008 (com adaptações). 20. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os argumentos. [...] Não precisamos usar a 22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade. Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 21. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22). [...] Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais primitivo, e que evoluíram por meio das especulações filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma unificação que levou milênios para ser atingida. José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 45 22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das coisas” (L.13). [...] O que há são relações de 10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder é, portanto, uma prática social constituída historicamente. [...] Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 23. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (l.9) for substituída por existe. 24. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos encarregados do combate a dengue. [...] 13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias. [...] Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). PORTUGUÊSEM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 46 25. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15). 1 Vale a apena rever certas crenças que se têm multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...] Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). 26. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm” (l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas preserva sua coerência e correção gramatical. [...] [...] 27. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome relativo “que”, refere-se a “fontes”. [...] Além 16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 47 19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou espiritual do humano. Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 28. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam” reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”, empregando-se o referido verbo no singular. 29. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.” A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo pelo uso do verbo no singular: corresponde. O que é o que é? 1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? [...] Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 30. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” (L.4), tendo como resultado como se chamam [...]. PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 48 [...] 16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do 19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil; a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise 22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de hedge. [...] O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro. 23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações). 31. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem manteria a correção gramatical do texto. 32. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.” Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”. 1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se 4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia, com sua experiência de democracia primária ou de assembleia, 7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 49 inviabilizadores da participação política direta: número de cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais 10 modificada diante dos avanços tecnológicos). Diante da impossibilidade de reunião de todos os envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os 13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a 16 democracia representativa, com seus prós e contras. A rigor, em uma sociedade composta de milhares de pessoas, apenas mediante a representação por um grupo 19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem 22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a ter representantes, ficando alguns alijados do processo decisório. Um governo que se propõe como democrático busca 25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert 28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo, muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor, 31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos representantes com os representados, obrigam as elites a “manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado 34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição periódica de representantes é a única viável nos Estados contemporâneos. Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para a inclusão social rumo à concretização do estado democrático e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações). PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 50 33. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à concordância. A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto. B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como inviabilizadores” (l.7-8). C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural, a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular. D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não interfere na correção gramatical do período. E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com “eleições periódicas” (l.31). 1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso da técnica, com transformações profundas das noções de espaço e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse 4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o
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