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Exercícios de Concordância Verbal e Nominal

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PORTUGUÊS EM EXERCÍCIOS PARA POLÍCIA FEDERAL 
PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA 
Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1
A aula 6 é sobre sintaxe de concordância. Essa expressão 
pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como regra geral, 
entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral 
adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo 
de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula 
como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal. 
Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo 
esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de exercícios que 
expressam o que a banca vem cobrando. 
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente 
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os 
primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 
4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem 
gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, 
 fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...] 
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e 
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 
1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência 
da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A 
imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros. 
Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e acontecimentos 
que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É isso mesmo! 
Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou” tem como núcleo o 
substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito era o substantivo 
singular “variedade”. Tal transformação deve levar o verbo a flexionar-se em 
terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocorreu. 
Resposta – Item errado. 
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2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento 
apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S. 
Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. 
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas 
previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o 
maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em 
2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão 
atingir outros países. 
Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há 
concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a forma 
verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma correta: 
“o maior mercado da Europa sofrerá”. 
Resposta – Item errado. 
[...] Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa 
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um 
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão 
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e 
 comércio global superior a US$ 300 bilhões. 
 [...] 
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008. 
3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11) 
está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10). 
Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão de 
Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser 
representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a forma 
verbal “mostram” está no plural. 
Resposta – Item errado. 
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4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é 
adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o 
quanto à correção gramatical. 
A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente 
pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição 
de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora 
obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados, 
impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa. 
Comentário – Conseguiu encontrar o erro? É a forma verbal “põem”, 
flexionada incorretamente na terceira pessoa do plural. O sujeito “Internet” 
(simples e no singular) obriga o verbo pôr (note a manutenção do acento 
circunflexo para diferenciá-lo da preposição por) a se flexionar na terceira 
pessoa do singular: “a Internet põe”. O examinador tentou tirar proveito da 
semelhança existente nas pronúncias de põe e põem. 
Resposta – Item errado. 
5. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação 
às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe 
sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos 
investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho 
feito nos hospitais’, afirma.” 
Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após 
‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no 
plural. 
Comentário – Vejamos como ficaria: O aumento das operações de 
transplante... Então, qual é o núcleo desse termo? O substantivo singular 
aumento, certo? Sendo assim, o verbo ser deve continuar flexionado na 
terceira pessoa do singular. 
Resposta – Item errado. 
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[...] 
6. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que 
resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da 
forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração. 
Comentário – Note a concordância entre sujeito e verbo: “O fato [...] tem
[...]”. O grande detalhe fica por conta da ausência do acento circunflexo na 
forma verbal. Lembre-se de que somente no plural o acento deve ser 
empregado. Exemplo: “Os fatos [...] têm [...]”. 
Resposta – Item certo. 
[...] 
[...] 
7. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal 
“completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a 
expressão “duas décadas”. 
Comentário – Como regra geral, o verbo deve concordar em número e pessoa 
com o sujeito. O termo “duas décadas” funciona como adjunto adverbial 
(expressa circunstância de tempo). Então a concordância que o examinador 
indicou é completamente errada. O sujeito da forma verbal “completa” é o 
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termo “o processo de amadurecimento do cérebro”, cujo núcleo (em negrito) 
está no singular. 
Resposta – Item errado. 
[...] 
8. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção 
gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são. 
Comentário – Você entendeu o que leu? Notou que a banca disse “correção 
gramatical”? Então, nada de “viajar na maionese”! Analise apenas a correção 
gramatical. 
Qual o sujeito da locução verbal “têm sido”? É todo o trecho 
“Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do 
controle privado comercial”. Qual é o núcleo desse sujeito? O termo “Meios”, 
no plural. É por isso que o verbo “têm” recebeu acento. Portanto a troca pela 
forma verbal “são” – também no plural – está correta, respeita a concordância. 
Resposta – Item certo. 
 [...] 
7 A participação popular e o controle popular do poder 
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e 
racional,com vistas à conquista de algum bem. A política 
10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. 
A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de 
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder 
13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas 
e executadas de modo legítimo. [...] 
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Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência 
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações). 
9. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela 
estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a 
afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9). 
Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural 
(“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação popular 
e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que afirma o 
examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender que é 
verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e racional”. 
Resposta – Item errado. 
10. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é 
adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o 
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. 
Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são 
fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de 
responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos, 
tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos 
financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue. 
Comentário – Do último período, vamos destacar a oração “...tanto os 
governos estaduais como a União não poupou recursos...”. Estamos diante de 
sujeito composto cujos núcleos (“governos” e “União”) estão ligados pela 
expressão correlativa “tanto... como”. A norma gramatical estabelece que o 
verbo vá para o plural quando os núcleos do sujeito composto estiverem 
ligados por essa ou por outras expressões afins. Exemplos: 
a) “Não só a nação mas também o príncipe estariam
pobres.” (Alexandre Herculano” 
b) “Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto 
inocentes.” (Alexandre Herculano) 
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c) Tanto ele quanto ela parecem guardar segredo. 
Resposta – Item errado. 
11. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos 
diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As 
novas questões e os eventos que surgem no horizonte social 
frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que 
busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já 
conhecemos.” 
O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a 
relação desse verbo com “novas questões e os eventos”. 
Comentário – O sujeito composto “novas questões e os eventos” foi 
explicitado na oração principal do período (“As novas questões e os eventos... 
frequentemente exigem”). Na oração subordinada “por nos afetarem de 
alguma maneira”, a concordância do verbo leva em consideração esse termo. 
Resposta – Item certo. 
[...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade 
vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 
13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a 
fluidez das relações interpessoais. [...] 
Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial. 
In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações). 
12. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13) 
está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância 
com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior. 
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sujeito 
Comentário – Esse verbo concorda atrativamente com o núcleo (em negrito) 
mais próximo do sujeito composto “a flexibilidade do mundo do trabalho e a 
fluidez das relações interpessoais”. 
Resposta – Item errado. 
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no 
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava 
quatrocentas e noventa. [...] 
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra 
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, 
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no 
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.1). 
Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo 
ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no sentido 
de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses verbos no 
que diz respeito à concordância verbal. 
Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o 
que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e 
pessoa. 
 Existem bons alunos neste curso. 
Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito 
anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é 
empregado com o sentido de existir. 
 Há bons alunos neste curso. 
obj. direto 
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Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode 
ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não possuir, 
deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir. 
O aluno não teve aula. – conforme a norma culta 
Não tem aula. – desvio da norma culta 
Não há aula. – conforme a norma culta. 
Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi 
empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal, 
cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo 
“vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo. 
Resposta – Item errado. 
14. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é 
adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o 
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. 
O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70% 
no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 
2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil 
casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número 
de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a 
31.510 pessoas. 
Comentário – Observe atentamente a oração “onde haviam 50 mil casos 
registrados”. Notou a flexão do verbo haver? Como ele foi usado com a 
sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito e deve se manter na terceira 
pessoa do singular (“havia”). 
Resposta – Item errado. 
sujeito
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15. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz 
tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores — 
crescimento econômico e emprego.” 
Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma 
verbal “faz” deveria ser substituída por fazem. 
Comentário – Nas indicações de tempo, fazer é outro verbo impessoal, sem 
sujeito, devendo ser mantido invariavelmente na terceira pessoa do singular. 
Então, mesmo que a palavra “tempo” fossesubstituída pela expressão dois 
anos, a forma verbal “faz” não sofreria variação. 
Resposta – Item errado. 
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao 
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande 
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de 
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca 
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem 
 eliminar. [...] 
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 
16. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4) 
seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do 
período. 
Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora. 
Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva 
analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância 
estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo fazer
mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com “eleição”, 
antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz representar na 
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função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado (eleições), o verbo 
deveria ser empregado também no plural. 
Resposta – Item errado. 
1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois 
níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. 
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que 
classificar por extremos não reflete a complexidade de classes 
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...] 
Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São 
Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações). 
17. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se 
trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo 
“um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os 
argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no 
plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no 
plural: se tratam. 
Comentário – O verbo tratar-se é, quanto à regência, transitivo indireto e 
possui sujeito indeterminado. Portanto o termo “de um corte epistemológico” é 
o objeto dele e nenhuma concordância entre eles deve ser mantida. 
Resposta – Item errado. 
[...] Os meus pupilos não são os 
31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um 
povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das 
nações seculares. [...] 
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra 
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 
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18. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal “formam” 
(L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a idéia 
de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa. 
Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a ideia 
de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei acima, esse 
não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira pessoa do 
plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que funciona 
sintaticamente como seu sujeito. 
A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim 
como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância 
verbal. 
Resposta – Item errado. 
[...] A reação dos 
indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à 
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa 
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. 
 [...] 
Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações). 
19. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a 
maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural — 
apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a 
prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa 
natureza, deve ser feita com o termo “maioria”. 
Comentário – Quando o sujeito é representado por expressões partitivas (a 
maioria de, um grande número de, por exemplo) seguido de substantivo no 
plural, o verbo pode flexionar-se no singular ou no plural. 
Resposta – Item errado. 
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7 [...] Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa 
o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos 
 negócios. [...] 
Veja, 20/8/2008 (com adaptações). 
20. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto 
permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca de 
dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os 
argumentos. 
Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que a 
banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios na 
Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo 
dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem fazer outras 
modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria ser, agora, 
flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo sítios. 
Resposta – Item errado. 
[...] Não precisamos usar a 
22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é 
parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da 
realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 
25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade. 
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. 
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 
21. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige” 
(L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela” 
(L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22). 
Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao substantivo 
“superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o pronome relativo 
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“que”, representante semântico da expressão “parte do mundo”, que – por 
encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer também no singular. 
Resposta – Item errado. 
 [...] 
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais 
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações 
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma 
unificação que levou milênios para ser atingida. 
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e 
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 
22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias 
no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das 
coisas” (L.13). 
Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a 
assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de 
concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas 
evoluíram... Note que o núcleo do sujeitofaz-se representar pela terceira 
pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente 
em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o 
verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”, 
de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas 
gramaticais. 
Resposta – Item errado. 
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[...] O que há são relações de 
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder 
é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
 [...] 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
23. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão 
gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída por 
existe. 
Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo 
existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem sujeito) 
e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em numero e 
pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a forma “há”, 
você precisa identificar que termo funcionará como sujeito daquele verbo. 
Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a regra gramatical 
que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o antecedente do relativo: 
o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira pessoa do singular. 
Resposta – Item certo. 
24. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é 
adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o 
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. 
Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do 
tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é 
inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados 
anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos 
encarregados do combate a dengue. 
Comentário – Antecipo a você que meu comentário, aqui, se restringirá ao 
que diz respeito à concordância, em virtude do propósito desta aula. 
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Observe o segmento “são fatores que determina o aumento”. 
Agora atente para a oração (subordinada adjetiva restritiva) iniciada pelo 
pronome relativo “que”: “que determina o aumento”. Responda-me qual é o 
sujeito da forma verbal “determina”. Sua resposta deve ter sido o pronome 
relativo “que”, certo? O que diz mesmo a regra de concordância quando o 
sujeito for o pronome relativo que? Ela diz que, nesse caso, a concordância 
deve ser feita com o antecedente do relativo: o substantivo plural “fatores”. 
Portanto o verbo determinar deve ser flexionado na terceira pessoa do plural: 
“são fatores que determinam o aumento” 
Resposta – Item errado. 
 [...] 
13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa 
cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os 
EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 
16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias. 
 [...] 
Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O 
Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 
25. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem 
no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15). 
Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”, 
semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”. 
Resposta – Item errado. 
1 Vale a apena rever certas crenças que se têm 
multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...] 
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). 
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26. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm” 
(l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas 
preserva sua coerência e correção gramatical. 
Comentário – Primeiramente, vamos entender o porquê do acento na forma 
original. Pergunte-se o que tem sido multiplicado: “certas crenças”. Esse termo 
é substituído pelo pronome relativo “que”, o qual exerce a função sintática de 
sujeito do verbo ter. Já disse anteriormente que, nos casos semelhantes, a 
concordância deve ser feita com o antecedente do relativo. Como o 
antecedente está no plural, o verbo ter também vai para o plural. O plural
desse verbo é indicado pelo acento circunflexo (que foi mantido pelo novo 
Acordo) para diferenciar da forma singular: (ele) tem. Portanto a troca 
sugerida pela banca (“certas crenças que se tem multiplicado”) traz prejuízos 
ao texto. 
Resposta – Item errado. 
[...] 
[...] 
27. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a 
flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome 
relativo “que”, refere-se a “fontes”. 
Comentário – Aplicação simples da regra. Quando o sujeito é o pronome 
relativo que, a concordância é feita com o termo referente (ou substituído). 
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Resposta – Item certo. 
 [...] Além 
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas 
teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos 
fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma 
19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou 
espiritual do humano. 
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a 
ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo 
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 
28. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância 
com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam” 
reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria 
gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”, 
empregando-se o referido verbo no singular. 
Comentário – a flexão de plural em “fundamentam” decorre da concordância 
com “essas teorias políticas e individuais”, sujeito da forma verbal. A 
expressão “cada uma das ideologias” concorda com o verbo “constitui”. 
Resposta – Item errado. 
29. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras 
pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha 
com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.” 
A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se 
estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e 
coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo 
pelo uso do verbo no singular: corresponde. 
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Comentário – Novamente entrou em cena a expressão cada um. Como ela 
não integra o sujeito da oração e constitui o objeto indireto do verbo 
“correspondem”, é impossível a concordância com ela. Se você reescrever o 
período na ordem direta (sujeito, verbo e objeto), notará melhor as relações 
entre os termos da oração: Maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus 
social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de 
sua personalidade, correspondem a cada um deles. Parece que em 2010 a 
banca “brincou” com essa expressão (repare a questão anterior). 
Resposta – Item errado. 
O que é o que é? 
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa 
de quem não gosto — como se chama oque sinto? Uma 
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? [...] 
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 
30. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no 
plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” 
(L.4), tendo como resultado como se chamam [...]. 
Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz passiva 
sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa passagem 
equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é chamada 
essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz passiva possui 
sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba que a expressão 
“essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da forma verbal 
“chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são substantivos 
sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em concordância 
atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para concordar com todos 
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os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse rancor?” ou “como são 
chamados essa mágoa e esse rancor?”. 
Resposta – Item certo. 
31. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os 
transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.” 
Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece 
que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser 
alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”. 
Comentário – Em muitas situações, o verbo ser deixa de concordar com o 
sujeito para concordar com o predicativo; em outras, pode concordar com um 
ou com outro, de acordo com o termo que se quer enfatizar. Vou refrescar sua 
mente apontando para você as possibilidades de concordância do verbo ser: 
a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto. 
Maria era as esperanças de todos. 
O mundo são os homens. 
b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome. 
Os culpados éramos nós. 
“O Estado sou eu”. 
c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro 
pronome. 
Quem és tu? 
Tudo são flores. 
ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos pronomes 
tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a 
concordância com o pronome. 
Tudo é flores. 
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d) O plural tem precedência sobre o singular. 
A casa eram umas folhas. 
A sua paixão eram filmes de terror. 
e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas expressões 
que indicam preço, valor, medida, peso. 
Dois quilos é pouco. 
Vinte mil cruzeiros é demais. 
Três metros é mais do que preciso. 
f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará com 
estas. 
Da Tijuca à Barra são oito quilômetros. 
Era uma hora e cinquenta e nove segundos. 
Hoje são 21 de maio. 
Notou a explicação contida na letra “d”? Ela sustenta nossa 
resposta. 
Resposta – Item errado. 
 [...] 
16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala 
mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de 
biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do 
19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o 
aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil; 
a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise 
22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento 
dos preços de alimentos em fundos de hedge. 
[...] 
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O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro. 
23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações). 
32. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que levou 
investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de 
hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem manteria a 
correção gramatical do texto. 
Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração é 
assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles professores 
ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo. 
I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na 
mesma oração em que surge o verbo no infinitivo. 
Não é necessário [vocês chegarem cedo]. 
II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o 
infinitivo para evitar ambiguidade. 
Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?) 
Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho]. 
III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da 
oração anterior, também ocorrerá a flexão. 
[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente]. 
IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa. 
[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os 
problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós. 
V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A + 
INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão. 
O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem 
sujeito 
sujeito
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VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória. 
As tarefas a serem feitas são essas. 
Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o 
item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira 
pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo 
diante da preposição “a”. 
1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas 
cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de 
decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se 
4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por 
exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia, 
com sua experiência de democracia primária ou de assembleia, 
7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como 
inviabilizadores da participação política direta: número de 
cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais 
10 modificada diante dos avanços tecnológicos). 
Diante da impossibilidade de reunião de todos os 
envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os 
13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais 
urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se 
a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a 
16 democracia representativa, com seus prós e contras. 
A rigor, em uma sociedade composta de milhares de 
pessoas, apenas mediante a representação por um grupo 
19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam 
presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem 
sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem 
22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a 
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ter representantes, ficando alguns alijados do processo 
decisório. Um governo que se propõe como democrático busca 
25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo 
as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões 
políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert 
28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo, 
muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária 
para decisões de importância extraordinária.”. Segundoo autor, 
31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos 
representantes com os representados, obrigam as elites a 
“manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado 
34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição 
periódica de representantes é a única viável nos Estados 
 contemporâneos. 
Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para 
a inclusão social rumo à concretização do estado democrático 
e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações). 
33. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as 
estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à 
concordância. 
A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter 
um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto. 
B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo 
gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como 
inviabilizadores” (l.7-8). 
C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural, 
a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular. 
D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não 
interfere na correção gramatical do período. 
E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com 
“eleições periódicas” (l.31). 
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Comentário – Alternativa A: a forma verbal em negrito agora foi usada no 
infinitivo pessoal, por isso ela se flexionou para concordar em número e pessoa 
com o sujeito “as elites” (l. 32). Sobre a flexão do infinitivo, leia o que eu disse 
no item V do comentário da questão anterior. Conclui-se, então, que não há 
prejuízo sintático para o texto. 
Alternativa B: O verbo existir é pessoal (diferentemente do 
verbo haver usado no mesmo sentido). Sendo assim, ele tem sujeito, com o 
qual deve concordar em número e pessoa. Conforme a proposta da banca 
examinadora, esse sujeito é o termo “alguns fatores inviabilizadores” (terceiras 
pessoa do plural = eles). Isso leva o verbo existir a flexionar-se da seguinte 
maneira: “existiam” (terceira pessoa do singular). Portanto a opção está 
errada. 
Alternativa C: o verbo identificar está na voz passiva 
sintética, auxiliado pelo pronome apassivador “se”. Toda voz passiva possui 
sujeito (mas pode não possuir agente da passiva). No texto, o substantivo 
“necessidade” é o núcleo desse termo sintático. A pluralização dele deve levar, 
também, o verbo para o plural: “identificaram-se as necessidades”. Com a voz 
passiva analítica, é mais fácil perceber a necessidade de concordância entre 
sujeito e verbo: “as necessidades foram identificadas”. Logo o item está 
errado. 
Alternativa D: estamos às voltas com a voz passiva, mas 
agora é a analítica (verbo auxiliar flexionado + verbo principal no particípio): 
“sejam garantidas”. O verbo auxiliar flexiona-se em número é pessoa para 
concordar com o sujeito; o verbo principal flexiona-se em gênero e número 
pelo mesmo motivo. Repare bem: “...sejam garantidas... as possibilidades...”. 
Talvez, a posposição do sujeito ao verbo tenha dificultado sua análise. É bom 
ficar atento! A alteração indicada pelo Cespe causa incorreção gramatical. 
Alternativa E: sim, nada mais natural do que a concordância 
de número e pessoa entre sujeito e verbo. 
Resposta – E 
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1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso 
da técnica, com transformações profundas das noções de espaço 
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse 
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no 
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento 
de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. [...] 
Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto 
Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia 
das Letras, p. 14-5 (com adaptações). 
34. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de “dominar no homem” 
(l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de 
“humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e 
a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois 
de “humanismo”. 
Comentário – Eis o que o examinador propôs: “...vemos o encolhimento das 
fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o 
humanismo, dominar no homem”. 
Estariam preservadas as relações de significação e a correção 
gramatical se a vírgula não fosse inserida. Se você está se perguntando se o 
verbo “dominar” deveria ir para o plural, esclareço-lhe que: 
a) é facultativa a flexão do infinitivo (“dominar”) se o sujeito 
não for representado por pronome átono (“o encolhimento das fronteiras éticas 
e o esquecimento de algumas ideias essenciais”) e se o verbo da oração 
determinada pelo infinitivo (“vemos”) for causativo (mandar, deixar, fazer) ou 
sensitivo (ver, ouvir, sentir). Veja um exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei 
saírem os alunos. 
b) flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for 
diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem 
sensitivo. Veja um exemplo: Esperei saírem todos. 
Mas a tal vírgula causou separação indevida entre o sujeito e o 
verbo. Por isso a proposição está errada. 
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Resposta – Item errado. 
[...] Em comunicado, o grupo 
considerou a medida como parte complementar do corte 
anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em 
7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do 
petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. [...] 
O Globo, 18/12/2008. 
35. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6) 
concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino 
singular. 
Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se 
comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em gênero 
e número para concordar com o substantivo a que se referem. É possível os 
verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos (auxiliares), 
formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os verbos auxiliares 
(ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa, número, tempo e modo. 
Exemplos: 
Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado) 
Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado) 
...[sujeito: as visitas diurnas] 
...[núcleo do sujeito: visitas] 
...[visitas: substantivo feminina plural] 
Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado) 
Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado) 
...[sujeito: o valor das moedas locais] 
...[núcleo do sujeito: valor] 
...[valor: substantivo masculino singular 
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Resposta – Item certo. 
Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre 
adjetivo-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. 
Eis abaixo outras questões semelhantes. 
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo 
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica, 
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a 
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de 
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e 
analiticamente o mundo das superfícies. [...] 
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 
36. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de feminino 
em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica” 
(L. 2). 
Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo- 
-particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo do 
sujeito “Toda a questão do conhecimento”. 
Resposta – Item errado. 
37. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às 
exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado a 
seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br. 
A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme 
adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de 
ações semelhantes e a multiplicação de processos para 
apreciação em todos os níveis de jurisdição. 
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Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado nas 
regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial. Portanto, 
o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular para concordar 
com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A consolidação de 
precedentes ou de entendimento uniforme”. 
Resposta – Item errado. 
[...] Como nada ainda deu certo no planeta, a 
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem 
duas premissas. [...] 
Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas 
para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações). 
38. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção gramatical 
e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a expressão “se 
cumprirem” (L.7) por forem cumpridas. 
Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o 
verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas 
premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal 
(verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”) 
assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda em 
gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”, feminino 
plural. 
Resposta – Item certo. 
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[...] 
[...] 
39. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos 
“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente, 
com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%” 
e “8,76%”. 
Comentário – Notou que as duas formas verbais são exemplos de particípio? 
A primeira delas concorda com o substantivo “patamar” (no singular), núcleo 
da expressão “o patamar de 0,05%”. A segunda forma verbal concorda com 
“8,76%”, núcleo da expressão “8,76% da despesa” e tradutora de plural. 
Resposta – Item errado. 
1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao 
 Estado brasileiro institucionalizar a atividade de inteligência, 
mediante ações de coordenação do fluxo de informações 
4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao 
aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às 
ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da 
7 sociedade e do país. [...] 
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações). 
40. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo 
“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do 
texto. 
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Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias” qualifica o 
substantivo “informações”. Note que ambos concordam em gênero (feminino) 
e número (plural). A substituição sugerida pela banca examinadora muda a 
referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de informações necessário”). 
Apesar de causar leve desvio na linha argumentativa do texto, a alteração não 
traz prejuízo à correção gramatical do texto. 
Resposta – Item certo. 
41. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Faz-se necessário frisar que o imaginário 
social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o 
rompimento dos costumes fortemente arraigados.” 
A flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse 
termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação, 
essa relação sintática enfatiza “imaginário social” como o primeiro termo 
na comparação com “evolução”. 
Comentário – Aqui, a situação é um pouquinho diferente: o adjetivo 
“necessário” faz parte de uma expressão formada por VERBO + ADJETIVO 
(“Faz-se necessário”). Nesse caso, ele se mantém no masculino singular se o 
substantivo com o qual concorda possui sentido genérico (não é precedido de 
artigo). A referência dele é a oração subordinada substantiva subjetiva 
reduzida de infinitivo “frisar”; é com ela que a concordância é estabelecida. 
Veja outro exemplo: É necessário atentar para algumas exceções à regra.
Resposta – Item errado. 
 [...] 
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais 
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações 
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 
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16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma 
unificação que levou milênios para ser atingida. 
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e 
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 
42. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um nível 
mais profundo de síntese” (l. 16), a expressão “uma unificação que” 
(l. 16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a argumentação 
ou a correção gramatical do texto. 
Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o 
referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada 
semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” – 
feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo gênero 
e número. 
Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela 
banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou 
milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como 
referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é representado 
pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a expressão “um nível 
mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo masculino singular 
“nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo “atingida” seja 
empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu, houve prejuízo. 
Resposta – Item errado. 
[...] Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente 
10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo 
por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta, 
a qualquer hora do dia e por mais de um leitor 
13 simultaneamente. 
Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In: 
L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e 
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gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações). 
43. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em “haja 
vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”. 
Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no 
singular, independentemente de o termo a quese refere estar no singular ou 
no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial o 
faz ubíquo”. 
É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a flexão 
é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância verbal, o 
segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável. Parece-me 
que a banca examinadora tentou confundir os candidatos induzindo-os a 
raciocinar em função da concordância nominal que envolve o emprego da 
expressão “a olhos vistos”. 
Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável: 
Haja vista o silêncio. 
Haja(m) vista os barulhentos. 
Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra 
“vistos” concorda com o substantivo a que se refere: 
Ela cresce a olhos vistos. 
Ela cresce a olhos vista. 
Resposta – Item errado. 
Nossos exercícios se encerram aqui. Até a próxima aula. 
Bons estudos e que Deus o abençoe! 
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Pontos Importantes da Matéria 
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Lista das Questões Comentadas 
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente 
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os 
primeiros homens em contato com a natureza. A imensa 
4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem 
gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo, 
 fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. [...] 
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e 
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 
1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a coerência 
da argumentação e a correção gramatical do texto ao se substituir “A 
imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros. 
2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento 
apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de S. 
Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical. 
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas 
previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o 
maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em 
2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a recessão 
atingir outros países. 
[...] Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa 
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um 
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de 
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão 
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e 
 comércio global superior a US$ 300 bilhões. 
 [...] 
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Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008. 
3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11) 
está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10). 
4. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é 
adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o 
quanto à correção gramatical. 
A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente 
pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição 
de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora 
obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados, 
impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa. 
5. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação 
às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe 
sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos 
investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho 
feito nos hospitais’, afirma.” 
Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após 
‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no 
plural. 
[...] 
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6. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que 
resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da 
forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração. 
[...] 
[...] 
7. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal 
“completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a 
expressão “duas décadas”. 
[...] 
8. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção 
gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são. 
 [...] 
7 A participação popular e o controle popular do poder 
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e 
racional, com vistas à conquista de algum bem. A política 
10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto. 
A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de 
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder 
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13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas 
e executadas de modo legítimo. [...] 
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência 
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações). 
9. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela 
estrutura verbal “guardam a ideia” (l.8) cria o pressuposto de ser falsa a 
afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9). 
10. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é 
adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o 
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. 
Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são 
fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de 
responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos, 
tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos 
financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue. 
11. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos 
diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As 
novas questões e os eventos que surgem no horizonte social 
frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que 
busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já 
conhecemos.” 
O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a 
relação desse verbo com “novas questões e os eventos”. 
[...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade 
vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade 
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13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a 
fluidez das relações interpessoais. [...] 
Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial. 
In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações). 
12. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13) 
está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância 
com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no 
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava 
quatrocentas e noventa. [...] 
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra 
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1, 
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no 
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas” (L.1). 
14. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é 
adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o 
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. 
O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70% 
no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 
2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil 
casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número 
de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a 
31.510 pessoas. 
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15. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz 
tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores — 
crescimento econômico e emprego.” 
Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma 
verbal “faz” deveria ser substituída por fazem. 
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao 
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande 
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de 
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca 
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem 
 eliminar. [...] 
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. 
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 
16. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4) 
seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do 
período. 
1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois 
níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada. 
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de 
4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que 
classificar por extremos não reflete a complexidade de classes 
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...] 
Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São 
Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações). 
17. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se 
trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo 
“um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os 
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argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no 
plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no 
plural: se tratam. 
[...] Os meus pupilos não são os 
31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um 
povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das 
nações seculares. [...] 
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra 
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8. 
18. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal “formam” 
(L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar com a idéia 
de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa. 
[...] A reação dos 
indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram 
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à 
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa 
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta 
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre. 
 [...] 
Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações). 
19. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a 
maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural — 
apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a 
prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa 
natureza, deve ser feita com o termo “maioria”. 
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7 [...] Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa 
o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos 
 negócios. [...] 
Veja, 20/8/2008 (com adaptações). 
20. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto 
permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca de 
dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os 
argumentos. 
[...] Não precisamos usar a 
22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é 
parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da 
realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode 
25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade. 
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. 
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações). 
21. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal “exige” 
(L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o pronome “ela” 
(L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão, “superfície” (L.22). 
 [...] 
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que 
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais 
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações 
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as 
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma 
unificação que levou milênios para ser atingida. 
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e 
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). 
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22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das ideias 
no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento das 
coisas” (L.13). 
[...] O que há são relações de 
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder 
é, portanto, uma prática social constituída historicamente. 
 [...] 
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações 
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações). 
23. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e coesão 
gramatical do texto se a forma verbal “há” (l.9) for substituída por existe. 
24. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é 
adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o 
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão. 
Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do 
tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é 
inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados 
anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos 
encarregados do combate a dengue. 
 [...] 
13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa 
cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os 
EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do 
16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias. 
 [...] 
Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O 
Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações). 
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25. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16) vem 
no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15). 
1 Vale a apena rever certas crenças que se têm 
multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...] 
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações). 
26. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm” 
(l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas 
preserva sua coerência e correção gramatical. 
[...] 
[...] 
27. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a 
flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome 
relativo “que”, refere-se a “fontes”. 
 [...] Além 
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas 
teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos 
fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma 
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19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou 
espiritual do humano. 
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a 
ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo 
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações). 
28. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância 
com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam” 
reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria 
gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”, 
empregando-se o referido verbo no singular. 
29. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras 
pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha 
com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.” 
A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se 
estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e 
coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo 
pelo uso do verbo no singular: corresponde. 
O que é o que é? 
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa 
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma 
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da 
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? [...] 
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199. 
30. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no 
plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” 
(L.4), tendo como resultado como se chamam [...]. 
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 [...] 
16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala 
mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de 
biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do 
19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o 
aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil; 
a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise 
22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento 
dos preços de alimentos em fundos de hedge. 
[...] 
O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro. 
23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações). 
31. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que levou 
investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em fundos de 
hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem manteria a 
correção gramatical do texto. 
32. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os 
transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.” 
Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece 
que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser 
alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”. 
1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas 
cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de 
decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se 
4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por 
exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia, 
com sua experiência de democracia primária ou de assembleia, 
7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como 
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inviabilizadores da participação política direta: número de 
cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais 
10 modificada diante dos avanços tecnológicos). 
Diante da impossibilidade de reunião de todos os 
envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os 
13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais 
urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se 
a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a 
16 democracia representativa, com seus prós e contras. 
A rigor, em uma sociedade composta de milhares de 
pessoas, apenas mediante a representação por um grupo 
19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam 
presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem 
sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem 
22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a 
ter representantes, ficando alguns alijados do processo 
decisório. Um governo que se propõe como democrático busca 
25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo 
as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões 
políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert 
28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo, 
muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária 
para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor, 
31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos 
representantes com os representados, obrigam as elites a 
“manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado 
34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição 
periódica de representantes é a única viável nos Estados 
 contemporâneos. 
Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para 
a inclusão social rumo à concretização do estado democrático 
e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações). 
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33. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as 
estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à 
concordância. 
A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter 
um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto. 
B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo 
gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como 
inviabilizadores” (l.7-8). 
C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural, 
a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular. 
D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não 
interfere na correção gramatical do período. 
E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com 
“eleições periódicas” (l.31). 
1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso 
da técnica, com transformações profundas das noções de espaço 
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse 
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no 
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento 
de algumas ideias essenciais que fundam o

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