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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO - UNIFENAS JANDER HENRIQUE MACHADO BATISTA DA PUNIBILIDADE DO PSICOPATA NO DIREITO BRASILEIRO Alfenas – MG 2015 JANDER HENRIQUE MACHADO BATISTA DA PUNIBILIDADE DO PSICOPATA NO DIREITO BRASILEIRO Monografia apresentada à Universidade José do Rosário Vellano, como parte das exigências do Curso de Direito para a obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientadora: Prof. Nivalda de Lima Silva Alfenas – MG 2015 JANDER HENRIQUE MACHADO BATISTA DA PUNIBILIDADE DO PSICOPATA NO DIREITO BRASILEIRO Monografia apresentada como parte das exigências para a conclusão do Curso de Direito, da Universidade José do Rosário Vellano – Unifenas. Aprovado em ____/____/________. ______________________________________ Prof.(a) Orientador _______________________________________ Prof. (a) (Banca Examinadora) _______________________________________ Prof. (a) (Banca Examinadora) Dedico este trabalho a todos que me incentivaram na busca pelo conhecimento. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha orientadora, por dedicar tanto tempo e trabalho para que esta monografia se realizasse; Aos professores, pela dedicação e comprometimento ao transmitir com tanto empenho os conhecimentos adquiridos ao longo de sua jornada profissional; Aos colegas de curso, pelo companheirismo e pela força durante os anos de caminhada juntos; Aos familiares, pelo apoio e pela paciência que fizeram com que juntos pudéssemos vencer os obstáculos para que eu realizasse este sonho; Ao Deus Criador, pelo fôlego de vida que me vivificou e me capacitou na busca do meu ideal. “O homem superior atribui a culpa a si próprio; o homem comum, aos outros”. (Confúcio) RESUMO BATISTA, Jander Henrique Machado. Da punibilidade do psicopata no direito brasileiro. Esta pesquisa teve como objetivo realizar um estudo sobre autores de assassinatos em série no Brasil, seus comportamentos e as penalidades aqui aplicadas. Com o enfoque direcionado para os aspectos psicológicos e jurídicos, a pesquisa procurou expor as características destes homicidas e o que os difere de outros criminosos, assim como expor as medidas adotadas até agora para esse complexo indivíduo. Para a realização deste estudo foi usada a técnica de pesquisa bibliográfica nos seus diversos meios e na legislação nacional. O trabalho foi estruturado em três capítulos: o primeiro é um histórico sobre o criminoso serial e conta um pouco da história dos Serial Killers brasileiros; o segundo aborda características que diferenciam estes indivíduos situando-as dentro de aspectos psicológicos de transtornos de personalidade ou de doenças mentais; e o terceiro aborda aspectos jurídicos e a punibilidade desses sujeitos. Nos últimos dez anos tem havido um crescente interesse pelo assunto e pesquisadores e leigos acabam confundidos pela complexidade de teorias e informações existentes, e que no Brasil se faz urgente a criação de uma legislação que dê um tratamento adequado a essas pessoas. Palavras-Chave: Psicopatia; Assassinos Seriais; Doenças Mentais; Transtornos de Personalidade; Legislação Penal Brasileira. ABSTRACT BATISTA, Jander Henrique Machado. Of psychopathic criminality in Brazilian law. This study aimed to conduct a study on serial murders of writers in Brazil, their behavior and the penalties applied here. With the focus directed to the psychological and legal aspects, the survey sought to expose the characteristics of these murderers and what differs from other criminals, as well as exposing the measures taken so far to this complex individual. For this study we used the literature technique in its various media and in national legislation. The work was divided into three chapters: the first is a history of the serial criminal and tells a little of the history of Brazilian Serial Killers; the second addresses the characteristics that differentiate these individuals placing them into psychological aspects of personality disorders or mental illness; and the third deals with legal aspects and the criminality of these subjects. Over the past decade there has been increasing interest in the subject and researchers and lay people end up confused by the complexity of theories and existing information, which in Brazil is urgent to create legislation to give proper treatment to these people. Keywords: Psychopathy; Serial killers; Mental Illness; Personality Disorders; Brazilian Penal Law. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 8 2 NOÇÕES BÁSICAS DA PSICOPATIA E SEUS EFEITOS NOS SEXOS MASCULINO E FEMININO ...................................................................................... 10 2.1 Características dos psicopatas Serial Killers ................................................ 13 2.2 Crimes cometidos por psicopatas no Brasil ................................................. 15 3 A CULPABILIDADE DOS PSICOPATAS ............................................................ 18 3.1 Crime: definição ............................................................................................... 22 3.2 Da imputabilidade ............................................................................................. 24 3.3 Da inimputabilidade ......................................................................................... 25 3.4 Semi imputabilidade ......................................................................................... 26 3.5 Da execução da pena ....................................................................................... 28 4 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 30 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 31 8 1 INTRODUÇÃO Diante dos vários crimes bárbaros praticados por psicopatas na sociedade brasileira, fácil é perceber a necessidade de estudo de tal demência e quais os fatos necessários para se alcançar a semi-imputabilidade, uma vez que, embora grave, a psicopatia não é considerada doença mental, não configurando assim inimputabilidade do agente. Inúmeros delitos são praticados todos os dias, porém no que tange aos praticados pelos psicopatas, causam repúdio e enorme clamor de justiça emanado na sociedade, haja vista, na maioria das vezes, estarem presentes requintes de crueldade. Os psicopatas, quando se voltam à prática de crimes, têm como cunha algum trauma sofrido na infância, alucinações, vozes, entre outros tormentos que os levam à prática do fato criminoso. Assim, como o viciado pratica o uso do entorpecente, o psicopata para saciar o distúrbio pratica o crime. Neste contexto, observam-se vários psicopatas infratores que ganharam destaque nacional e internacional.Na presente monografia serão abordados três casos diagnosticados de psicopatia: “Chico Picadinho”, alcunha de Francisco da Costa Rocha, assassino de duas prostitutas no Rio de janeiro nos anos de 1966 e 1976 respectivamente, além de cometer estupro contra as vítimas, mutilava seus corpos, sendo motivado pelo fato de a mãe se prostituir em sua casa, encontra-se internado embora cumpridos os 30 anos de prisão. Pedro Rodrigues Filho, o “Pedrinho Matador”, matou pela primeira vez aos treze anos e hoje acumula mais de cem homicídios, incluindo o do próprio pai, sendo que 47 pessoas foram mortas dentro dos presídios pelos quais passou. Francisco de Assis Pereira, ou “Maníaco do Parque”, entre 1997 e 1998 o motoboy Francisco de Assis Pereira, estuprou, torturou e matou pelo menos 11 mulheres no Parque do Estado, situado na região sul da cidade de São Paulo. Embora os homicidas tenham agido de modo cruel, de maneiras e com vítimas diversas, o fator psicológico era de grande semelhança entre todos, pois os traumas vividos na infância que consequentemente ocasionaram a patologia, ou seja, a sina de matar. 9 A presente pesquisa teve como objetivo explanar o que é a psicopatia e consequentemente a punibilidade dos psicopatas, buscando atingir os seguintes objetivos específicos: analisar de uma forma ampla a relação da psicopatia com a inimputabilidade e se esta patologia é uma característica da doença mental; os fatos que impulsionaram a prática do delito; e a ligação do crime com a crueldade e a repulsa social. Esta pesquisa buscou ainda verificar o conceito de psicopatia e se a mesma pode ser considerada uma doença mental que ocasionará a inimputabilidade, conhecer as modalidades de inimputabilidade, identificar quais os elementos causadores e permissivos para a declaração da inimputabilidade, caracterizar os conceitos de imputabilidade e inimputabilidade no direito penal, elementar para um melhor entendimento do assunto, esclarecer qual será a sanção imposta. A metodologia utilizada na pesquisa caracterizou-se como bibliográfico- documental, tendo sido realizada através do método dedutivo, uma vez que partiu da literatura existente a respeito do tema, para tanto foram utilizados livros, artigos e publicações para a tessitura da análise que levou ao resultado desta reflexão. 10 2 NOÇÕES BÁSICAS DA PSICOPATIA NOS SEXOS MASCULINO E FEMININO De acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a Psicopatia é definida como distúrbio mental grave em que o enfermo apresenta comportamentos antissociais e amorais sem demonstração de arrependimento ou remorso, incapacidade para amar e se relacionar com outras pessoas com laços afetivos profundos, egocentrismo extremo e incapacidade de aprender com a experiência (HOUAISS, 2001). Para Monteiro; Freitas; Soares (2013), é a anormalidade congênita da personalidade, especialmente nas esferas afetiva, volitiva e instintiva, podendo ser normal uma alteração das faculdades intelectuais. De acordo com Silva (2008), normalmente, a palavra psicopata leva a pensar em uma pessoa de caráter cruel, no entanto, esse pensamento é equivocado, pois nem todos os psicopatas são homicidas ou fisicamente violentos. Segundo o psicólogo canadense Robert Hare, em Diniz (2015, p.1): “Ninguém nasce psicopata. Nasce com tendências para a psicopatia. A psicopatia não é uma categoria descritiva, como ser homem ou mulher, estar vivo ou morto. É uma medida, como altura ou peso, que varia para mais ou para menos”. No âmbito médico e psiquiátrico, a psicopatia é definida como uma desordem de personalidade cuja característica principal é a falta de empatia, incapacidade de uma lealdade relevante com indivíduos, grupos e valores sociais, além da ausência de sentimentos genuínos como remorso ou gratidão; frieza; insensibilidade aos sentimentos alheios dentre outras características que serão vistas mais profundamente adiante. São irresponsáveis, impulsivos, incapazes de se sentirem culpados e de aprenderem algo com a experiência do castigo. Manipuladores e egocêntricos. Possuem uma extrema facilidade para mentir; seu nível de tolerância de frustrações é baixo; não sentem culpa, mas inclinam-se a culpar os outros ou a justificar de modo plausível sua própria conduta (SILVA, 2008). A psicopatia não é uma doença mental e os psicopatas tampouco são considerados loucos, visto que não apresentam nenhuma característica, dentro do padrão convencional da psiquiatria dos portadores de personalidade antissocial como a perda da consciência ou qualquer tipo de desorientação e muito menos 11 sofrem delírios ou alucinações, como na esquizofrenia, ou apresentam um intenso sofrimento mental e/ou emocional como no caso da depressão (SILVA, 2008). Segundo uma análise comparativa dos psicopatas, na infância as particularidades mais comuns são: isolamento social e/ou familiar, baixa autoestima, problemas relativos ao sono, pesadelos constantes, acessos de raiva exagerados, dores de cabeça constantes, mentiras crônicas, rebeldia, fugas, roubos, fobias, propensão a acidentes, possessividade compulsiva, problemas alimentares, convulsões e automutilações, além da masturbação compulsiva, dos devaneios diurnos, da destruição de propriedade, piromania (mania de atear fogo) e do abuso sádico de animais ou outras crianças (SILVA, 2008). Ocorre que este transtorno continua por toda a vida adulta, é muito mais frequente nos homens, podendo, nas mulheres, passar despercebido por muito tempo, pois, nelas, a psicopatia de alto grau é muito rara, sendo mais comum a psicopatia feminina de grau leve ou moderado. Além do mais, os crimes femininos, possuem uma publicidade muito inferior aos masculinos, além de que, a mulher psicopata tende a matar pessoas que ela conhece, fazendo com que as mortes, pareçam mortes naturais, como suicídio, acidente ou ataque cardíaco, sendo que na verdade foram causados por envenenamento (SILVA, 2008). Além disso, normalmente as mulheres cometem o crime em dupla e seu parceiro, normalmente, é um homem, o que faz com que a alegação da defesa seja sempre de que elas foram forçadas a matar, ou que mataram por amor ao parceiro, dando então ao crime uma conotação emocional muito grande e fazendo com que muitas psicopatas assassinas fiquem pouco tempo na cadeia e/ou fora de hospitais psiquiátricos (SILVA, 2008). A infância da mulher psicopata não é muito diferente da do homem, pois muitas sofreram abusos, maus-tratos, presenciaram cenas de violência doméstica, entre outros. A diferença é que a mulher psicopata, diferente do homem, é mais calma, mais controladora, persuasiva, influenciadora, além de muito sedutora. Ao longo da vida, elas, na maioria das vezes, apresentam comportamentos sexuais sinistros, possuem um histórico de relacionamentos breves e vários parceiros do mesmo ou de outro sexo e às vezes, simultaneamente (SILVA, 2008). A mulher psicopata normalmente é infiel. Namora por puro interesse e vê no sexo apenas mais uma das formas de manipulação, um meio a mais para alcançar 12 seus objetivos, acarretando assim a preferência por homens ricos e poderosos. Sobre o conceito de psicopatia, discorre Silva: A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego, psyche=mente; e pathos=doença). No entanto, em termos médicos- psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos, nem apresentam qualquer tipo de desorientação. Também não sofremde delírios ou alucinações (como a esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento mental (como a depressão ou pânico, por exemplo) (SILVA, 2008.p.37). Verifica-se que se entrelaçam a personalidade psicopata com a sua formação desde a existência do indivíduo e o decorrer da sua formação por elementos extrínsecos. Porém, os psicopatas não têm sido considerados portadores de mentes doentes, mas sim dotados de um raciocínio frio e calculista, somado a uma total incapacidade de lidar com as outras pessoas como seres providos de pensamentos e sentimentos. Trindade, Behegaray e Cunea (2009) corroboram com Silva (2008) quando conceituam psicopatia: A psicopatia não é um transtorno mental como a esquizofrenia ou a depressão, mas um transtorno de personalidade devido a forma devastadora de comportamento destes indivíduos perante a sociedade, nos levam a crer que os psicopatas são os mais severos predadores da espécie humana, não obstante, constroem uma verdadeira carreira de crimes que se iniciam na infância até atingirem a vida adulta, desenvolvendo maior grau de perversidade a cada crime cometido (TRINDADE, BEHEGARAY e CUNEA, 2009, p.129). Para o psiquiatra Hare (apud Araújo 2011) o que impulsionou a discussão sobre o diagnóstico da psicopatia foi a Segunda Guerra Mundial, uma vez que surgiu a necessidade, por parte do exército, de identificar, diagnosticar e tratar indivíduos perigosos que pudessem ameaçar a estrutura militar. E também, face às revelações das atrocidades nazistas cometidas, onde, na época, levantou-se o questionamento quanto ao comportamento perverso de pessoas aparentemente normais, contra outros seres humanos. Robert Hare também identificou os critérios que atualmente são aceitos para diagnosticar os portadores de psicopatia, através de uma escala que, além de medir os graus de psicopatia, servia para avaliar a personalidade da pessoa. Quanto mais 13 alta a pontuação, mais problemática ela pode ser, por isso costuma ser utilizada em pesquisas clínicas forenses para avaliar o risco que um determinado indivíduo representa para a sociedade. Como podem ser identificados em escalas, podem também ser classificados de maneiras diversas, pois há inúmeros psicopatas que, embora portadores do transtorno, não se voltam à prática de crimes (ARAÚJO, 2011). 2.1 Características dos psicopatas serial killers De acordo com a especialista Ilana Casoy, pode-se classificar um indivíduo como serial killer quando “se comete uma série de homicídios durante algum tempo, com pelo menos alguns dias de intervalo entre esses homicídios” (CASOY, 2004, p. 18).O intervalo entre um crime e outro os diferencia dos assassinos de massa. A falta de motivo para o crime é um dos fatores mais importantes para a definição de assassinos seriais, pois são raras as vezes em que o assassino conhece a vítima. Raramente se percebe algum ganho material com o assassinato, visto que a finalidade é ter prazer com a conduta ilícita. O assassino procura exercer seu poder sobre a vítima e sua motivação é ódio, desejo, vingança ou humilhação da vítima (CASOY, 2004). O serial killer tem uma natureza psicopata e não sabe sentir compaixão ou remorso. Costuma imitar pessoas normais, mas apresenta incapacidade plena de sentir empatia por alguém, usando a arte da manipulação para colocar suas vítimas em armadilha (CASOY, 2004). Uma coisa comum aos assassinos seriais é que todos tiveram uma infância cheia de abusos e maus tratos. Isso faz com que eles não saibam lidar tão facilmente com a frustração. Muitos seriais tiveram histórico de crueldade com animais antes de começar a matar pessoas, como é o caso de “Chico Picadinho” (CASOY, 2004). Outro comportamento agressivo comum na infância desses assassinos é a crueldade com outras crianças, como é o caso de “Pedrinho Matador”, que matou pela primeira vez aos 13 anos, sendo a vítima seu próprio primo. São promíscuos 14 sexualmente, e muitos não conseguem manter um relacionamento por longo período de tempo, como é o caso do “Maníaco do Parque” (CASOY, 2004). Embora a maioria dos casos conhecidos seja dos Estados Unidos da América, um número cada vez maior de serial é preso em todo o mundo. Na América do Sul, os números vêm crescendo de forma alarmante (CASOY, 2004). Psicopatas detêm um quociente de inteligência acima da média e, mesmo sem letramento ou semi-analfabetos, são muito perspicazes. Não lidam muito bem com a frustração. São luxuriosos e, muitas vezes, a forma de matar caracteriza uma satisfação de um desejo sexual, geralmente cercado de sadismo. Especialistas acreditam que a faca, usada com frequência, seja um símbolo fálico, pois significa penetrar alguém. Citam-se os exemplos do lendário “Jack, o Estripador” na Inglaterra e de “Chico Picadinho”, no Brasil (CASOY, 2004). São pessoas eloquentes, capazes de encantar multidões com suas palavras, carregando um carisma que atrai. Usam essas características como engodo, pois agem visando à atração de vítimas ou à sua proteção. Tudo calculadamente pensado (CASOY, 2004). Caracterizam-se também pelo egocentrismo e narcisismo exagerados, apresentando autoestima tão elevada que chegam a crer não existirem pessoas no mundo tão especiais quanto eles. Dessa forma, conforme ensina Casoy (2004), sentem-se o “centro do universo”. Por esse motivo, não se obrigam a seguir as normas aplicadas a toda a sociedade, pois, como seres superiores, não precisam submeter-se aos seres inferiores. Na verdade, os seres na terra estão aí para serem controlados e para servi-los. Quando exprimem algum remorso, eles apenas estão tentando manipular as pessoas e continuar com a máscara de pessoa boa. São mentirosos tão talentosos que podem convencer muitas pessoas de suas “boas intenções ou do seu azar”. Assim, quando pegos pela justiça, os assassinos seriais psicopatas assumem repentinamente uma atitude insana para poder se passar por portadores de personalidades múltiplas, esquizofrenias, psicose ou qualquer coisa que possa tirar deles a responsabilidade do crime. Mesmo no momento em que estão diante de autoridades policiais, estão ainda desempenhando papéis de doentes mentais. Não gostam que sua verdadeira personalidade apareça (CASOY, 2004). Um psicopata não sente empatia pelas vítimas porque ele não consegue se colocar no lugar dos outros, sua deficiência em ver os outros como seres racionais e 15 dignos torna suas vítimas apenas um objeto que saciará suas necessidades. Se matar o satisfaz, ele o faz de forma dolorosa para sentir todo o prazer advindo do ato (CASOY, 2004). Toda emoção exposta pelo psicopata é superficial, como ele não tem sentimentos, tampouco os entende, ele os repete como num teatro. Um assassino como Leonardo de Pádua, assassino de uma atriz, na frente das câmaras chorava compulsivamente e, logo depois, mostrava um semblante calmo e frio. É uma emoção estudada já que eles não conseguem sentir qualquer emoção. Os psicólogos John e Quay chegaram a dizer que o psicopata “conhece as palavras, mas não a música”, para descrever que conhecem os termos usados para cada sentimento, mas não sabem o que realmente eles significam e trazem à vida (CASOY, 2004). 2.2 Crimes cometidos por psicopatas no brasil Os casos concretos citados a seguir servem apenas para mostrar as diversas formas de agir da mente humana, indivíduos denominados, pelos especialistas brasileiros, como psicopatas. Francisco Costa Rocha, “O Chico Picadinho”: Nascido em 27 de abril de 1942 na cidade de Vila Velha, EspíritoSanto, Francisco Costa Rocha é o fruto de uma relação extraconjugal. Ele sempre sofreu com a rejeição do pai, o qual, inclusive, já havia forçado sua mãe a fazer dois abortos, além de tê-la ameaçado de morte antes de seu nascimento (CASOY, 2004). Ele apanhava bastante e quase perdeu a mão, ao ser punido com lambadas dadas com as costas de uma faca que o acertou com o lado errado. Na infância, matava gatos para testar suas sete vidas e no colégio era briguento, desatento, dispersivo, irrequieto, indisciplinado e displicente (CASOY, 2004). Aos 16 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro com a mãe e o, até então, companheiro dela. E aos 23, foi para São Paulo, para trabalhar como corretor de 16 imóveis, onde ganhava bem e, como não tinha horário fixo, divertia-se em bares (CASOY, 2004). Seu primeiro assassinato foi em agosto de 1966, em seu apartamento da Rua Aurora, no centro de São Paulo. A vítima era a bailarina austríaca Margareth Suida, uma conhecida dos amigos de Chico. Pelas evidências, Margareth ficou nua por vontade própria, mas antes de ser morta, ela foi violentamente agredida (CASOY, 2004). Chico confessou o crime a um amigo, que o entregou à policia. Foi condenado a 18 anos de prisão, mas sua pena posteriormente foi substituída por 14 anos, 4 meses e 24 dias. Mas Francisco permaneceu preso por apenas 8 anos, quando foi solto, voltando a cometer outro crime e sendo novamente preso e condenado a mais 22 anos. Devia ter sido solto em 1998 (CASOY, 2004). A justificativa para o seu “pseudônimo” é que, após matar suas vítimas, ele retirava as partes moles, vísceras e tudo o que ele conseguisse picar (CASOY, 2004). De acordo com laudos psiquiátricos feitos desde 1994, Francisco é sádico, e de personalidade psicótica. E, com base nisso, a Justiça recorreu à “interdição civil”, que permite que, quando comprovada uma/ou a deficiência mental, que impeça o criminoso de discernir seus atos, ele seja encaminhado para um hospital médico psiquiátrico (CASOY, 2004). Francisco de Assis Pereira, O “Maníaco do Parque”: Entre 1997 e 1998 o motoboy Francisco de Assis Pereira, também conhecido como o “maníaco do parque”, estuprou, torturou e matou pelo menos 11 mulheres no Parque do Estado, situado na região sul da cidade de São Paulo. Após ser capturado pela polícia, o que mais impressionou as autoridades foi como um homem feio, pobre, de pouca instrução e que não portava armas conseguiu convencer várias mulheres – algumas instruídas e ricas – a subir na garupa de uma moto e ir para o meio do mato com um sujeito que elas tinham acabado de conhecer (CASOY, 2004). No interrogatório, com fala mansa e pausada, Francisco relatou que era muito simples: bastava falar aquilo que elas queriam ouvir. Ele as cobria de elogios, identificava-se como um fotógrafo de moda, oferecia um bom cachê e convidava as 17 moças para uma sessão de fotos em um ambiente ecológico. Dizia que era uma oportunidade única, algo predestinado, que não poderia ser desperdiçado (CASOY, 2004). Com igual tranquilidade, o réu confesso também narrou como matou suas vítimas: com o cadarço dos sapatos ou com uma cordinha que às vezes levava na pochete. “Eu dava meu jeito”, complementou. Nos vários depoimentos, frases do tipo “Matei. Fui eu”, “Sou ruim, gente. Ordinário” ou “Não venha comigo... Não aceite meu convite... Se você vier vai se dar mal” fizeram com que o país mergulhasse na mente de um assassino brutal (CASOY, 2004). Em 2002, o serial killer foi condenado a mais de 260 anos de reclusão, no entanto, como reza a lei, ele cumprirá no máximo trinta anos. Atualmente Francisco está no presídio de segurança máxima de Itaí, na região de Avaré, interior de São Paulo. Francisco, que já foi professor de patinação, tinha tudo para passar despercebido: “era afável e simpático, adorado pelas crianças e fazia o estilo ‘boa praça’ ou ‘gente fina’. ‘Disfarce puro!’ Por detrás das aparências se escondia um matador cruel e irrefreável”. (SILVA, 2008, p.130-131) Pedro Rodrigues Filho, “O Pedrinho Matador”: Pedrinho matou pela primeira vez aos treze anos e hoje acumula mais de cem homicídios, incluindo o do próprio pai, sendo que 47 pessoas foram mortas dentro dos presídios pelos quais passou (CASOY, 2004). Na cidade de Mogi das Cruzes, Estado de São Paulo, executou o próprio pai numa cadeia da cidade, depois que ele matou sua mãe com 21 golpes de facão. A vingança do filho foi cruel: além das facadas, arrancou o coração do pai e comeu um pedaço. Tatuou no braço a frase que definiria sua escolha de vida: mato por prazer (grifo nosso). Em 2003, Pedrinho deveria ter sido solto, por já ter cumprido 30 anos de prisão. O juiz achou uma brecha na lei e, acusando-o dos crimes na cadeia, aumentou sua pena até 2017. Entretanto, em 2007, foi libertado depois de 34 anos preso. Ao sair da prisão disse que trabalharia num matadouro, pois matar era a única coisa que sabia fazer, foi preso novamente em Blumenau, Estado de Santa Catarina, acusado por porte ilegal de arma (CASOY, 2004). 18 3 A CULPABILIDADE DOS PSICOPATAS Na Antiguidade, Aristóteles sedimentou a noção da responsabilidade penal ao esclarecer que somente existe responsabilidade do comportamento, ou imputabilidade, quando o infrator, no momento em que cometeu a infração, tinha a real capacidade de reconhecer a natureza e as consequências da mesma. Nos casos diversos o infrator deve ser considerado inimputável, ou seja, não responsável criminal nem civilmente por seu comportamento. Pelo que não deve ser atribuída nenhuma pena judicial, já que se trata de um doente a ser acompanhado pelas estruturas da psiquiatria e saúde mental por parte do Estado. De acordo com Cordeiro: Enquanto na Idade Média os doentes mentais eram considerados possessos e castigados, a partir da Renascença, muito lentamente e devido à influência dos árabes, mais avançados neste domínio, os doentes mentais começam, progressivamente, a ser considerados doentes. Mas só em 1784, em França, Pinel separa definitivamente, os presos de direito comum dos doentes mentais, dando a estes o direito a tratamento. (CORDEIRO, 2003, p. 19) A punibilidade é uma das condições para o exercício da ação penal, conforme reza o artigo 43, inciso II do Código de Processo Penal e pode ser definida como a possibilidade jurídica de o Estado aplicar a sanção penal ou medida de segurança ao autor do ilícito. Ocorre que, para que se alcance a punibilidade, necessita que o autor seja imputável. A Imputabilidade nada mais é que a capacidade do agente infrator de reconhecer a ilicitude do ato praticado (CORDEIRO, 2003). Desta feita, conforme ensinamento de Mirabete, que descreve o que se entende por imputabilidade, podemos ter um melhor conhecimento sobre tal assunto: De acordo com a teoria da imputabilidade moral (livre-arbítrio), o homem é um ser inteligente e livre, podendo escolher entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, e por isso a ele se pode atribuir a responsabilidade pelos ilícitos que praticou. Essa atribuição é chamada imputação, de onde provém o termo imputabilidade, elemento (ou pressuposto) da culpabilidade. Imputabilidade é, assim, a aptidão para ser culpável. (MIRABETE, 1999, p. 28) 19 Sobre o meio probante da imputabilidade, Rogério Greco esclarece que: No âmbito do Direito Penal, a perícia psiquiátrica tem por objetivo estabelecer diagnóstico e auxiliar o juiz a estabelecer a culpabilidade. Dessa maneira, mostra-se a impossibilidade de atribuir culpabilidade para um indivíduo portador de transtornomental que comete algum ilícito, após diagnosticada a sua insanidade psíquica por meio de perícia. Nesse contexto, existe o reconhecimento de que essa pessoa apresenta incapacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se conforme este entendimento, não podendo ser estereotipado como criminoso. (GRECO, 2008, p.14) A inimputabilidade no direito penal brasileiro é explanada de três maneiras, sendo elas a Menoridade, Desenvolvimento Mental Incompleto ou Retardado, e a Doença Mental. No que tange à menoridade, esta é amparada pelo artigo 228 da carta magna, como também no artigo 101 do Estatuto da Criança e Adolescente, na qual menores de 18 anos são imunes a pena, sendo submetidos a medidas sócio- educativas. Sobre o desenvolvimento mental reduzido e retardado, a luz do entendimento de Mirabete (1999), podemos afirmar que: O desenvolvimento mental incompleto, pode ter como exemplo o Silvícola, ou seja o índio, desde que não adaptado a civilização. Já no desenvolvimento mental retardado estão os oligofrênicos, os quais se dividem em faixas de acordo com a capacidade de entendimento e, se ficar patente que o indivíduo se encontra no nível de debilidade mental limítrofe, seja por questões culturais ou orgânicas, é irrecusável o reconhecimento da culpabilidade diminuída. (MIRABETE, 1999, p.40) Assim, o Código Penal brasileiro de 1940, em seu artigo 26, traz consigo as causas de isenção de pena, ou seja, a inimputabilidade: Art. 26: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Outrossim, Mirabete (1999) esclarece o artigo 26 do Código Penal brasileiro no que tange à inimputabilidade: Trata-se da primeira hipótese de causa de exclusão da imputabilidade. Menciona a lei a doença mental. Embora vaga e sem maior rigor científico, a expressão abrange todas as moléstias que causam alterações mórbidas à saúde mental. Entre elas, há as chamadas psicoses funcionais: a esquizofrenia (sobretudo a de forma paranoide, em que são comuns os 20 impulsos em que o sujeito agride e mata por ser portador de mentalidade selvagem e primitiva, sujeita a explosão de fúria, mas que não escolhem nenhuma classe de delitos e cometem mesmo os que demandam meditação e refinamento da execução). A psicose maníaco-depressiva (em que existe uma desorganização da sociabilidade e, eventualmente, da personalidade, provocando isolamento e condutas antissociais). (MIRABETE, 1999, p.62) Nesse diapasão, impreende destacar o entendimento de Mirabete que aduz o que vem a ser a semi-imputabilidade, prevista no artigo 26, § 1º, da lei penal: Embora se fale, no caso, de semi-imputabilidade, semirresponsabilidade ou responsabilidade diminuída, as expressões são passíveis de críticas. Na verdade, o agente é imputável e responsável por ter alguma consciência da ilicitude da conduta, mas é reduzida a sanção por ter agido com culpabilidade diminuída em consequência de suas condições pessoais. O agente é imputável, mas para alcançar o grau de conhecimento e de autodeterminação é lhe necessário maior esforço. Se sucumbe ao estímulo criminal, deve ter-se em conta que sua capacidade de resistência diante dos impulsos passionais é, nele, menor que em sujeito normal, e esse defeito origina uma diminuição da reprovabilidade e, portanto, do grau de culpabilidade. [...] Os psicopatas, por exemplo, são enfermos mentais, com capacidade parcial de entender o caráter ilícito do fato. (MIRABETE, 1999, p. 48) Importante observar que se verificou, segundo a Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (CID 10), que as pessoas portadoras de Psicopatia são cientificamente conceituadas como portadoras de “transtornos específicos da personalidade”, que apresentam “perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo, usualmente envolvendo várias áreas da personalidade e quase sempre associada a considerável ruptura pessoal e social. No que tange à psicopatia, há entendimentos sedimentados, esclarecendo que esta não está no rol das doenças mentais que acarretam a inimputabilidade. Desta feita, podemos observar a entrevista concedida à revista Época, pela psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, esclarecendo que: O psicopata não é um doente mental da forma como nós o entendemos. O doente mental é o psicótico, que sofre com delírios, alucinações e não tem ciência do que faz. Vive uma realidade paralela. Se matar, terá atenuantes. O psicopata sabe exatamente o que está fazendo. Ele tem um transtorno de personalidade. É um estado de ser no qual existe um excesso de razão e ausência de emoção. Ele sabe o que faz, com quem e por quê. Mas não tem empatia, a capacidade de se pôr no lugar do outro. Vale lembrar que 21 a psicopatia não tem cura, é um transtorno da personalidade e não uma fase de alterações comportamentais momentâneas. No mesmo seguimento esclarece Jorge Trindade, o qual também não considera a Psicopatia como um transtorno mental: A psicopatia não é um transtorno mental como a esquizofrenia ou a depressão, mas um transtorno de personalidade e devido a forma devastadora de comportamento destes indivíduos perante a sociedade, nos levam a crer que os Psicopatas são os mais severos predadores da espécie humana, não obstante, constroem uma verdadeira carreira de crimes que se iniciam na infância até atingirem a vida adulta, desenvolvendo maior grau de perversidade a cada crime cometido. Sobre o estudo da psicopatia, Silva (2008) volta a esclarecer como diagnosticar um psicopata: Os psicopatas nascem com um cérebro diferente. Os seres humanos têm o chamado sistema límbico, a estrutura cerebral responsável por nossas emoções. É uma espécie de central emocional, o coração da mente. Em 2000, dois brasileiros, o neurologista Ricardo Oliveira e o neurorradiologista Jorge Moll, descobriram a prova definitiva dessa diferença da mente psicopata, por meio da chamada ressonância magnética funcional, que mostra como o cérebro funciona de acordo com diferentes atividades. Nesse exame, mostraram imagens boas (belezas naturais, cenas de alegria) e outras chocantes (morte, sangue, violência, crianças maltratadas). Nas pessoas normais, o sistema límbico reagia de forma diversa. Nos psicopatas, não há diferença. O sistema límbico dessas pessoas não funciona. O pôr do sol ou uma criança sendo espancada geram as mesmas reações. Da mesma forma, não há repercussão no corpo. Eles não têm taquicardia, não suam de nervoso. Por isso passam tranquilamente num detector de mentiras. (SILVA, 2008, p.26) Porém, nem sempre todo psicopata tem o desejo sádico de matar, podendo levar a vida de maneira natural, segundo Trindade, Behegaray e Cunea (2009), é impossível afirmar que o psicopata nasce criminoso, porém a psicopatia pode se manifestar a partir da infância: Não se pode afirmar que o psicopata nasce criminoso, senão com certa predisposição para atuar de maneira violenta diante de determinadas circunstâncias sociais. Traços psicopáticos podem se manifestar desde a infância e a adolescência, fases em que o 22 comportamento anti-social costuma aparecer progressivamente (TRINDADE, BEHEGARAY e CUNEA, 2009, p.129). O fator que leva o indivíduo psicopata a se tornar um serial killer se dá pelo fato de o mesmo não reconhecer o caráter da pena, reincidindo novamente no crime específico, conforme explana Trindade; Behegaray e Cunea (2009,p.129): Alguns estudos já constataram que prisioneiros identificados como psicopatas, estão duas vezes mais inclinados à reincidência criminal do que os demais prisioneiros, além de manifestarem refratariedade ao tratamento e maior quantidade de registros por indisciplina. Há diferença entre o serial killer e o assassino em massa, pois a maneira de agir de cada um é completamente diferente conforme esclarece Ilana Casoy: Aceitamos como definição que serial killers são indivíduos que cometem uma série de homicídios durante algum período de tempo, com pelo menos alguns dias de intervalo entre eles. O espaço de tempo entre um crime e outro os diferencia dos assassinos de massa, indivíduos que matam várias pessoas em questão de horas. (CASOY, 2004, p. 28) A autora especifica ainda que: A grande maioria dos serial killers (cerca de 82%) sofreu abusos na infância. Esses abusos foram sexuais, físicos, emocionais ou relacionados à negligência e/ou abandono. Não é fácil identificar um abusador de crianças. Gente de todas as raças, religiões, profissões, classes sociais, etc. está representada entre eles. Em sua maioria, são homens, entre a adolescência e a meia-idade. (CASOY, 2004, p.33) Tradicionalmente, o comportamento psicopata é consequência de fatores familiares ou sociológicos, havendo também as diferenças cerebrais entre psicopatas e pessoas normais que não podem ser descartadas. 3.1 Crime: definição Dentre os diversos doutrinadores que conceituam o Direito Penal, vale ressaltar as definições dadas por Mirabete e Fabbrini (2014, p.3): 23 Direito Penal é o conjunto de normas jurídicas que o Estado estabelece para combater o crime, através das penas e medidas de segurança”; é “o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, tendo em vista os fatos de natureza criminal e as medidas aplicáveis a quem os pratica”; é “o conjunto de normas que ligam ao crime, como fato, a pena como consequência, e disciplinam também as relações jurídicas daí derivadas, para estabelecer a aplicabilidade de medidas de segurança e a tutela do direito de liberdade em face do poder de punir do Estado”; é “o conjunto de normas e disposições jurídicas que regulam o exercício do poder sancionador e preventivo do Estado, estabelecendo o conceito do crime como pressuposto da ação estatal, assim como a responsabilidade do sujeito ativo, e associando à infração da norma uma pena finalista ou uma medida de segurança. (MIRABETE e FABBRINI, 2014, p.3): O conceito de crime está inserido na Lei de Introdução ao Código Penal, Decreto-Lei nº 3914, de 9 de dezembro de 1941, em seu artigo 1º: Art. 1º: Considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. O crime é um fato típico, antijurídico e culpável. Só é punido aquele que pratica fato contrário à lei. Para haver punição, deve haver um nexo causal entre a conduta do agente, fato típico e antijurídico e o resultado, desde que não estejam amparados pelas causas de exclusão inseridas no artigo 23 da lei penal: “Não há crime quando o agente pratica o fato: I- em estado de necessidade; II- em legítima defesa; III- em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular do direito” Portanto, se houver algumas das causas de exclusão de ilicitude, o fato será típico, mas não antijurídico, daí não há que se falar em crime, pois falta um elemento essencial para configurá-lo. Desse modo, conclui-se que tudo aquilo que não é proibido é permitido. Mirabete e Fabbrini (2014, p.81), sob o aspecto formal, citam os seguintes conceitos de crime: “Crime é o fato humano contrário à lei”; “Crime é qualquer ação legalmente punível”; "Crime é toda ação ou omissão proibida pela lei sob ameaça de pena”; “Crime é uma conduta (ação ou omissão) contrária ao Direito, a que a lei atribui uma pena. ” Baseado no art. 5º, inciso XXXIX da Constituição Federal, que diz: “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. ” 24 Greco (2008, p.1) explica o princípio da legalidade e aduz que: É o princípio da legalidade, sem dúvida alguma, um dos mais importantes do Direito Penal. Conforme se extrai do art. 1º do Código Penal, bem como do inciso XXXIX do art. 5º da Constituição Federal, não se fala na existência de crime se não houver uma lei definindo-o como tal. A lei é a única fonte do Direito Penal quando se quer proibir ou impor condutas sob a ameaça de sanção. Tudo o que não for expressamente proibido é lícito em Direito Penal. Sendo assim, uma vez definido o que seja crime perante o Código Penal brasileiro, é possível passar à analise da aplicação de penas cabíveis, em se tratando do tema proposto, a psicopatia. 3.2 Da imputabilidade De acordo com Trindade, Beheregaray e Cunea (2009, p.124): Imputabilidade é a capacidade que o indivíduo possui de entender o caráter ilícito do fato e de conduzir-se de acordo com esse entendimento. Em outras palavras, é o conjunto de atributos inerentes à pessoa dotada de capacidade intelecto-volitiva. O juízo de culpabilidade pressupõe um juízo de imputabilidade. A imputabilidade é, portanto, elemento – pressuposto, juízo de valor ou requisito – da culpabilidade. No Código Penal, o conceito de imputabilidade é fornecido de maneira indireta pelo de inimputabilidade. Em outras palavras, a culpabilidade não é definida pelo Código Penal, mas sim as causas de sua exclusão, ou tipos permissivos exculpantes ou dirimentes. Imputável é o sujeito mentalmente sadio, capaz de entender o caráter ilícito do fato e determinar-se de acordo com este entendimento. Portanto, para haver imputabilidade, há necessidade de haver integridade da cognição e de volição. (TRINDADE, BEHEREGARAY e CUNEA, 2009, p. 124) O psicopata na maioria das vezes é considerado imputável justamente por ter plena consciência de seus atos e das consequências as quais poderá ser submetido, mas isso não o intimida e nem diminui sua capacidade de cometer ilícitos. Isso ocorre porque são seres sem nenhum tipo de sentimento de culpa, remorso, compaixão, medo, angústia ou sofrimento: A psicopatia não é um transtorno mental da mesma ordem da esquizofrenia ou da depressão. O psicopata apresenta ausência de afetividade; egoísmo; narcisismo e um tipo particular de 25 exibicionismo. Não tem consciência crítica e é incapaz de se colocar no lugar do outro para julgar seu comportamento” (TRINDADE, BEHEREGARAY e CUNEA, 2009, p.59). Para Mirabete e Fabbrini (2014, p.207), a imputabilidade ocorre quando: O sujeito é capaz de entender a ilicitude de sua conduta e de agir de acordo com esse entendimento. Só é reprovável a conduta se o sujeito tem certo grau de capacidade psíquica que lhe permita compreender a antijuridicidade do fato e também a de adequar essa conduta a sua consciência. Quem não tem essa capacidade de entendimento e de determinação é inimputável, eliminando-se a culpabilidade. Portanto, considera-se passível de pena, conforme visto, aquele cuja consciência dos atos se faz presente, ainda que os mesmos se justifiquem, em determinado entendimento, pela doença mental que o acomete. 3.3 Inimputabilidade O Código Penal traz a inimputabilidade em seu art. 26 da seguinte forma: Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimentomental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. A redução de pena é abordada no Parágrafo único: A pena é reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. O art. 26 isenta de pena o agente doente psíquico, aquele que tem o desenvolvimento psíquico incompleto e também o desenvolvimento psíquico atrasado. Essas situações bastam para que o agente acusado seja isento de pena. E, como não tem pena, essa não pode ser reduzida e nem modificada, mas, sim, o que acontece em casos de crimes praticados por doentes psíquicos é a verificação de sua insanidade diretamente junto ao acusado, realizada através de perícia por 26 psiquiatra especializado, levando o agente, a partir de laudo psiquiátrico, a realizar tratamento em local adequado (MIRABETE, 1999). Na doutrina, a inimputabilidade é a falta da capacidade de um indivíduo para entender a ilicitude de um fato, não sendo entendido e/ou percebido pelo agente que praticou um crime de se arrepender por ter feito o mal para si e para outras pessoas. Nas palavras de Bitencourt: Todas as pessoas adultas com o psiquismo normal têm a capacidade de entender. Se essa capacidade de entendimento não for demonstrada pela pessoa é porque ela não existe, e isso quer dizer que a constituição psíquica da pessoa é incompleta; existe então a “falta de capacidade de discernir, de avaliar os próprios atos, de compará-los com a ordem normativa” (BITENCOURT, 2002, p. 305). Já Mirabete esclarece que: Excluída a imputabilidade por incapacidade total de entendimento da ilicitude do fato ou de autodeterminação, o autor do fato é absolvido e aplicar-se-á obrigatoriamente a medida de segurança de internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado. (MIRABETE 1999, P. 210-211). A imputabilidade por incapacidade total de entendimento não exclui a aplicação de medida, sendo esta a internação em hospital psiquiátrico. 3.4 Da semi-imputabilidade Para Trindade, Beheregaray e Cunea (2009, p.130-131): A semi imputabilidade não exclui a culpabilidade, sendo tão- somente uma causa especial de diminuição de pena. O grau da redução deve levar em conta a gravidade do fato e o vulto da perturbação mental ou da eficiência mental do réu, responsável pela diminuição da capacidade de entendimento ou autodeterminação. Dessa forma, quando houver dúvida quanto à integridade psíquica do autor de um crime, deve ser realizado um exame, que se instrumentaliza através do incidente de insanidade mental, nos termos dos artigos 149 a 151 do Código de Processo Penal. Esse exame psiquiátrico pode ser solicitado em qualquer etapa do procedimento criminal, ou seja, tanto na fase inquisitorial, quanto na fase processual executória. Assim, a capacidade de imputação é avaliada pela perícia, mas a 27 responsabilidade penal é de competência da jurisdição. Ao perito cabe auxiliar o juiz sempre que houver suspeita de insanidade mental, avaliando se, no momento da prática criminosa, havia supressão do entendimento ou da vontade, em decorrência de doença mental ou desenvolvimento mental retardado. E ainda complementam Trindade, Beheregaray e Cunea: Ao juiz caberá dizer se o agente deverá ou não ser responsabilizado, de acordo com o seu livre convencimento, não estando vinculado ao laudo apresentado. Atualmente, os semi imputáveis são regidos pelo sistema vicariante ou monista, que consiste na possibilidade de se estabelecer pena ou medida de segurança, ao contrário do sistema anterior, o duplo binário, no qual se determinava pena e medida de segurança. (TRINDADE, BEHEREGARAY E CUNEA, 2009, p. 130-131) O parágrafo único, do art. 26 do Código Penal, prevê que: A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. No entanto, segundo Greco (2008), há uma diferença entre o caput do art. 26 e seu parágrafo único. A seguir: A diferença básica entre o caput do art. 26 e seu parágrafo único reside no fato de que neste último o agente não era inteiramente incapaz de entender a ilicitude do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Isso quer dizer que o agente pratica um fato típico, ilícito e culpável. Será, portanto, condenado, e não absolvido, como acontece com aqueles que se amoldam ao caput do art. 26. Contudo, o juízo de censura que recairá sobre a conduta do agente deverá ser menor em virtude de sua perturbação da saúde mental ou de seu desenvolvimento mental incompleto ou retardado, razão pela qual a lei determina ao julgador que reduza a sua pena entre um a dois terços. (GRECO, 2008, p. 115) Importante ressaltar a visão de Trindade, Beheregaray e Cunea, quanto à culpabilidade do psicopata: Embora a jurisprudência considere os psicopatas como pertencentes à categoria da culpabilidade diminuída, contemplada no parágrafo único do art. 26 do Código Penal, que prevê redução da pena em função do que a doutrina denomina semi imputabilidade, semi responsabilidade responsabilidade diminuída, do ponto de vista científico e psicológico a tendência é considerá-los plenamente capazes, uma vez que mantém intacta a sua percepção, incluindo as funções do pensamento e da 28 sensopercepção, que, em regra, permanecem preservadas. Isso significa que o agente não apresenta alucinações, como no caso das esquizofrenias, nem delírios, como costuma acontecer nas perturbações paranoides. A semi-imputabilidade aplica-se a impulsos mórbidos, ideias prevalentes e descontrole impulsivo somente quando os fatos criminais se devem, de modo inequívoco, a comprometimento parcial do entendimento e da autodeterminação. Nos delitos cometidos por psicopatas – convém registrar – verifica-se pleno entendimento do caráter ilícito dos atos e a conduta está orientada por esse entendimento (premeditação, escolha de ocasião propícia para os atos ilícitos, deliberação consciente e conduta sistemática). Portanto, do ponto de vista psicológico-legal, psicopatas devem ser considerados imputáveis. (TRINDADE, BEHEREGARAY E CUNEA, 2009, p. 133) Neste sentido é entendimento de Mirabete e Fabrini (2014): Embora se fale, no caso, de semi-imputabilidade, semi-responsabilidade ou responsabilidade diminuída, as expressões são passíveis de críticas. Na verdade, o agente é imputável e responsável por ter alguma consciência da ilicitude da conduta, mas é reduzida a sanção por ter agido com culpabilidade diminuída em consequência de suas condições pessoais. O agente é imputável, mas para alcançar o grau de conhecimento e de autodeterminação é-lhe necessário maior esforço. Se sucumbe ao estímulo criminal, deve ter-se em conta que sua capacidade de 17 resistência diante dos impulsos passionais é, nele, menor que em um sujeito normal, e esse defeito origina uma diminuição da reprovabilidade e, portanto, do grau de culpabilidade. Observa-se que o semi-imputável tem algum grau de conhecimento sobre o que praticou e por isso, é-lhe imputada algum tipo de pena. (MIRABETE; FABBRINI, 2014, p. 211) Deste modo, é possível relacionar todos os psicopatas com base na afirmação deCasoy (2004), uma vez que todos eles sofreram abusos ou foram submetidos a situações que influenciaram de maneira crucial para o desenvolvimento de sua patologia. Porém, não se pode alegar sofrimentos da infância como excludente de ilicitude, e nesse aspecto entende-se que o psicopata, que muitas vezes é taxado como indivíduo portador de doença mental, deve ser considerado imputável quando de sua condenação por crime, tendo em vista que este age com juízo crítico de seus atos e mostra-se, por vezes, bem mais perigoso que o criminoso comum. 3.5 Da execução da pena 29 De acordo com Alexandra Lopes de Carvalho Oliveira (2012), o Judiciário brasileiro ainda não está preparado para utilizar as técnicas da Psicologia Forense e as experiências neurocientíficas que tornam possível diagnosticar o criminoso psicopata, devido a custos com os peritos qualificados, máquinas de ressonância, capacitação dos aplicadores destas, ou qualquer outra forma de aplicação das técnicas existentes para esse fim. Ainda que houvesse a possibilidade da realização de tais exames, verificando a psicopatia in casu, a relevância prática de tal diagnóstico é quase nula, conforme pontua Oliveira (2012, p. 80): Conforme debatemos, a semi-imputabilidade é ainda tema questionável, poucos juízes teriam as formações necessárias para julgar o caso e chegar ou não à conclusão se houve ou não julgamento moral feito pelo indivíduo. Assim, certamente, boa parte Dops criminosos psicopatas seria condenada comumente, conforme preceitua o Código Penal, e seriam encarcerados em prisões juntamente com outros criminosos comuns. A autora ainda chama a atenção para dois pontos importantes decorrentes de tais afirmações, sendo o primeiro a fixação da pena: Os juízes que acreditarem não ser possível a aplicação da semi- imputabilidade nos casos de psicopatas podem, ao contrário, entender uma maior periculosidade desses indivíduos, aumentando o mínimo legal na primeira fase de dosimetria da pena. Logo, mesmo que o crime de um psicopata tenha sido perfeitamente correspondente a um crime de um sujeito comum, a pena do primeiro seria elevada no mínimo legal, no que tange à sua personalidade, a título de punição – questiona-se, então, se isso seria de alguma maneira eficaz para punir o psicopata, e prevenir outros crimes. (OLIVEIRA, 2012, p.81) A necessidade de aplicação de uma pena decorre da informação que se tem a respeito de diagnóstico da psicopatia, conforme pontua Terezinha Pereira de Vasconcelos: Diz respeito ao diagnóstico do indivíduo portador deste distúrbio, tendo em vista que eles não têm crises como os doentes mentais, sendo o transtorno constante ao longo da vida, além de não terem funções cerebrais como a capacidade de raciocínio afetadas. Uma das características mais marcantes para se chegar ao diagnóstico é o hábito de mentir, a ausência da culpa, este último atributo-chave, e justamente por achar que não fazem nada errado é que repetem seus erros. (VASCONCELOS, 2012, p.8) 30 Os psicopatas reincidem três vezes mais que os criminosos comuns além de acharem que são imunes a punições de qualquer situação. Nesse sentido analisa-se a falha do sistema penitenciário brasileiro, o qual não possui um procedimento de diagnóstico para os presos que pedem redução de pena, tendo em vista que países que o aplicam têm a reincidência dos criminosos diminuída em dois terços, já que mantém mais psicopatas longe das ruas, como afirma Vasconcelos, (2012). Nesse sentido posiciona-se pelo afastamento do psicopata do convívio social. 31 4 CONCLUSÃO A tessitura desta pesquisa buscou a análise da psicopatia, revelando suas facetas e exemplos concretos, levando à tentativa de defini-la enquanto crime passível de sanção criminal, conforme o Código Penal. Frente a tais considerações verificou-se a relevância do assunto e a dificuldade da sociedade em poder conviver com tais indivíduos em vista da periculosidade. Além disso o Judiciário tem a sua frente uma grande responsabilidade, ao mesmo tempo em que enfrenta a inércia, tendo em vista a dificuldade do diagnostico e os meios de se verificar o transtorno, que estão um tanto quanto escassos no Brasil. A punição deve levar em conta fatores que o psicopata não controla, porém o mesmo tem algum discernimento sobre os seus atos. Pelo fato de o cérebro estar danificado, a capacidade de sentir remorso também fica danificada. Desta forma, pode- se afirmar que um portador deste transtorno pode até saber que está errado, a diferença é que ele não consegue sentir que está errado. Do ponto de vista penal, existe o dilema, amplamente discutido, sobre se uma personalidade doente é imputável, especialmente se é de origem psicopática. Mesmo que se trate de uma personalidade doente, há tendência para sustentar que há urna punição correspondente, dado que, mesmo doente, a pessoa mantém consciência dos seus atos e pode evitar cometê-los. O direito penal usa como formas de classificar a capacidade mental do agente: o entendimento por parte do agente se o ato que ele cometeu é ilegal e se, mesmo sabendo que é ilegal, consegue se autodeterminar, ou seja, consegue não cometer o ato. Os psicopatas, no entanto, muitas vezes conseguem entender que seus atos são errados, porém não conseguem se autodeterminar com relação ao seu entendimento. Ocasionando, com isso, os crimes bárbaros, e na maioria das vezes, podem tornar-se assassinos em série. É preciso considerar a sua culpabilidade e, principalmente, o perigo a que expõe a sociedade, devendo o poder Judiciário dispor de formas de aplicação de penas, para que este tipo de indivíduo, tão nocivo quanto ao direito à vida do cidadão comum, seja impedido de reincidir em seus crimes. 32 REFERÊNCIAS ARAÚJO, Fabíola dos Santos. O Perfil do Criminoso Psicopata. Conteudo Juridico. Brasilia-DF: 23 jul. 2011. Disponivel em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.32921&seo=1>. 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Disponível em http://www.iunib.com/revista_juridica/2013/02/22/responsabilidade-penal-do-psicopata/. Acesso em 03 nov. 2015.
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