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1 
Lesões Fundamentais 
 
Conceito: São alterações morfológicas na pele ou mucosa bucal. Importância: Todo diagnóstico 
norteia-se pela história clínica da doença e pelas características clínicas da lesão, isto é da lesão 
fundamental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2 
Mancha ou Mácula 
 
São modificações das colorações normais da mucosa bucal sem que ocorra elevação ou depressão 
tecidual Apresentam cores , tamanhos e formas bastante variadas, podendo sua origem ser devido à 
presença de melanina e outras causas. Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo 
mancha podem se manifestar nas seguintes patologias: 
Pigmentação dos tecidos bucais e peribucais (Manchas) 
LESOES BENIGNAS ORIUNDAS DE MELANÓCITOS 
Pigmentação Fisiológica 
Melanose associada ao fumo 
Mácula melanótica bucal 
NEOPLASMAS 
Nevos 
Melanoma 
Tumor neuroectodérmico da infância 
PIGMENTAÇÕES CAUSADAS POR DEPÓSITOS EXÓGENOS 
Tatuagem por amálgama (Argirose Focal) 
Pigmentação por Metais pesados 
Pigmentação pela Minociclina 
 
 
 3 
 
Mácula alérgica 
 
 
 
As lesões por contato aparecem diretamente adjacentes ao agente causal. As lesões variam de 
eritematosas e ulcerativas. É uma alteração rara na boca, os agentes causais mais comuns são 
dentifrícios, colutórios, balas, chicletes, antimicrobianos tópicos, esteróides tópicos, iodo, óleos 
essenciais e materiais para base de dentadura. 
Embora o acrílico para dentaduras seja considerado freqüentemente responsável por reações 
alérgicas de contato no palato, tal interpretação é errônea. Essas lesões vermelhas são mais 
provavelmente relacionadas com a candidose crônica. 
Características histológicas 
O tecido epitelial e o conjuntivo apresentam alterações inflamatórias. No epitélio pode ser 
observado espongiose e vesiculação. No tecido conjuntivo, verifica-se um infiltrado perivascular de 
linfócitos e fagócitos. Os vasos sanguineos podem estar dilatados e às vezes, são observados 
eosinófilos. 
 
 
 
 4 
Diagnóstico 
Durante uma anamnese cuidadosa. Os exames de contato podem ajudar, mas devem ser feitos por 
um especialista em virtude da posibilidade de obter resultados falso-positivos, quando feitos na 
pele, e falso-negativos, quando tentamos na mucosa. 
Tratamento 
Primeiramente a eliminação do material responsável, quando for possível identificá-lo. Nos casos 
não-complicados, as lesões devem desaparecer em uma ou duas semanas. A aplicação tópica de 
esteróides pode acelerar a cura. 
 
 
Mácula Malanótica 
 
 
 
 5 
A Macula Melanótica é uma pigmentação plana e marrom da mucosa produzida pelo aumento 
localizado de melanina, e também possivelmente, pelo aumento de melanócitos. Sua causa ainda 
não foi esclarecida. 
Mas sabe-se que ela não depende da exposição ao sol, como as sardas extra orais. 
Pode ocorrer em qualquer idade, tanto em homens como em mulheres, tendo uma predileção para 
as mulheres de 2:1. A idade média dos pacientes é de 43 anos, na época do diagnóstico. 
A região mais acometida é o vermelhão do lábio inferior, seguida pela mucosa jugal, gengiva e 
palato. 
Características clínicas 
Apresenta uma forma oval ou arredondada, assintomática de coloração amarelo-acastanhada ou 
marrom escura, bem demarcada e única. Não há relatos no aumento de tamanho da lesão. 
Características histopatológicas 
Há um aumento na quantidade de melanina, nas células epiteliais estratificadas da camada basal, ou 
também pode estar livre no tecido conjuntivo subepitelial. 
Diagnóstico diferencial 
Tatuagem por amálgama, Nevo azul e Melanoma inicial. 
(Obs.: Quando temos muitas máculas, temos a hipótese diagnóstica de Síndrome de Peutz-Jegher ou a Doença 
de Adison.) 
Tratamento e prognóstico 
Geralmente é indicado apenas a proservação, fazer a remoção cirúrgica apenas se houver 
considerações estéticas. 
A mácula melanótica não tem tendência de malignidade, porém um melanoma inicial pode ser 
semelhante clinicamente à macula. Portanto, todas as máculas pigmentadas, grandes, com 
pigmentação irregular, duração desconhecida ou aumento de tamanho recente devem ser 
submetidos ao exame histológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 6 
Nevo pigmentado 
 
 
É uma anomalia de desenvolvimento originário da proliferação de células da crista neural, "células 
névicas". Podem ser encontradas no epitélio ou tecido conjuntivo, ou em ambos 
Características clínicas 
São lesões relativamente raras que podem ocorrer em qualquer idade, a maioria se apresenta como 
pápulas elevadas, sendo o palato o local mais atingido, os locais menos freqüente são a mucosa jugal 
(bochecha), mucosa labial, gengiva, processo alveolar e vermelhão do lábio. 
 
 
 
 7 
Características histológicas 
Há diversos subtipos de Nevus, a classificação depende da localização das células névicas 
Nevo juncional - quando as células estão na junção do tecido epitelial com o conjuntivo; 
Nevo composto - há acumulo de células névicas no epitélio e no conjuntivo; 
Nevo intramucoso - há acumulo de células névicas apenas no tecido conjuntivo (é o mais freqüente); 
Nevo azul- tem um formato de célula diferente (fusiforme) e estão no tecido conjuntivo, isso dá uma 
coloração azul da lesão. 
Diagnóstico 
Biópsia excisional (são lesões pequenas, normalmente) 
Diagnóstico diferencial: 
Melanoma, mácula bucal, tatuagem pelo amálgama, hemangioma e hematoma. 
Tratamento 
Remoção cirúrgica obrigatória, quando sofre mudança de coloração ou esteja em áreas de atrito 
crônico, como alça de sutiã, pois pode transformar-se em um melanoma. Há recorrência quando não 
é removido totalmente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Pigmentação fisiológica 
 
 
 
Este tipo de pigmentação é simétrico e persistente, e não altera a arquitetura normal, como o 
granulado gengival. Não tem predileção por sexo e nem faixa etária predominante. Pode ocorrer em 
qualquer tecido intrabucal, mas a gengiva é o tecido que mais é acometida. 
Características histológicas 
A pigmentação não é provocado pelo aumento fisiológico de melanócitos. e sim da produção de 
melanina. A melanina é encontrada à volta dos ceratinócitos basais e dos macrófagos subjacentes. 
 
 
 
 
 9 
Diagnóstico diferencial 
Melanose associada ao fumo, síndrome de Peutz-Jegher, a doença de Addison e malanoma. A 
biópsia deve ser realizada apenas se as características clínicas forem atípicas. 
 
 
Tatuagem pelo amálgama 
 
 
A tatuagem por amálgama ou argirose focal é uma lesão iatrogênica que ocorre após a implantação 
traumática de partículas de amálgama nos tecidos moles. 
Isso acontece usualmente após a extração dentária ou preparo de dentes com obturações antigas de 
amálgama ou restaurações fundidas de ouro. 
 
 
 
 
 
 10 
Características clínicas 
Esta é a pigmentação mais comum da cavidade bucal, e sua ocorrência é esperada nos tecidos 
contíguos a dentes restaurados com amálgama. 
Os pontos afetados com mais freqüência são a gengiva, mucosa jugal, palato e língua. Raramente 
são observados sinais de inflamação. As lesões são maculares e não se alteram de modo apreciável 
com o tempo. Poderão ser detectadas nas radiografias dos tecidos moles. 
Características histopatológicas 
As partículas de amálgama alinham-se tipicamente ao longo das fibras colágenas e à volta dos vasos 
sanguíneos. São encontrados poucos linfócitos e macrófagos. Podem ser encontradas células de 
corpo estranho multinucleadas. 
Diagnóstico diferencial 
Nevos e melanomas em início. 
Tratamentoe prognóstico 
Nenhum, pois não é patológico. Não necessita de remoção cirúrgica, caso a radiografia seja 
conclusiva (evidenciação de corpo radiopaco na área da lesão). 
 
 
Candidose 
 
 
 11 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidência clínica de 
infecção. 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
Candidose eritematosa 
- pode ser verificada em várias apresentações clínicas, a primeira é, candidose atrófica aguda, os 
pacientes queixam-se que sentem suas bocas como se tivessem tomado uma bebida quente. Em 
geral, a sensação de queimação é acompanhada pela perda das papilas filiformes da superfície 
dorsal da língua, resultando em língua avermelhada e "careca". 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina na superfície da lesão e 
alongamento das papilas epiteliais. Caracteristicamente, pode ser observado um infiltrado 
inflamatório crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio infectado. 
Freqüentemente, pequenas coleções de neutrófilos São leucócitos polimorfonucleares que fazem 
parte do sistema imunitário do corpo humano) são identificadas na camada de paraceratina e 
camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. são identificadas na camada de 
paraceratina e camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento para queilite angular porque essa 
droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol também é bem indicado 
nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incômoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas nos 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 12 
Placa 
 
São lesões elevadas em relação ao tecido, sua altura é pequena em relação à extensão, consistentes 
à palpação e a superfície pode ser rugosa, verrucosa, ondulada, lisa ou apresentar diversas 
combinações desses aspectos 
Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo placa podem se manifestar nas seguintes 
patologias: 
Lesões Brancas (placa) 
CONDIÇÕES HEREDITÁRIAS 
Leucoedema 
Nevo Branco Esponjoso 
Disceratose Intra-Epitelial Benigna Hereditária 
Ceratose Folicular 
LESÕES REACIONAIS 
Hiperceratose (Friccional) Focal 
Lesões Brancas Associadas ao Tabaco sem Fumaça 
Estomatite Nicotínica 
Queilite Solar 
OUTRAS LESOES BRANCAS 
Leucoplasia Idiopática 
Leucoplasia Pilosa 
Língua Pilosa 
Língua Geográfica 
Líquen Plano 
Escara Associada ao Uso de Dentifrícios 
LESÕES BRANCO-AMARELADAS NÃO-EPITELIAIS 
Candidíase 
Queimaduras Mucosas 
 
 
 
 
 13 
Fibroses submucosas 
Grânulos de Fordyce 
Tecido Linfóide Ectópico 
Cistos Gengivais 
Parúlide 
Lipoma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
Candidose 
 
 
 
 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidencia clínica de 
infecção. 
 
 15 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
Características clínicas 
Candidose pseudomembranosa 
- também conhecida como sapinho,a candidose pseudomembranosa é caracterizada pela presença 
de placas brancas aderentes na mucosa bucal, que lembram leite coalhado. As placas brancas são 
compostas por hifas emaranhadas, leveduras, células epiteliais descamadas e fragmentos de tecido 
necrótico. Estas placas podem ser removidas pela raspagem com um abaixador de língua ou pela 
fricção com uma compressa de gaze seca. A mucosa subjacente pode estar normal ou eritematosa. 
A candidose pseudomembranosa pode ser iniciada, pela exposição do paciente a antibióticos de 
amplo espectro, ou por estar debilitado o sistema imunológico do paciente. Os sintomas, se 
estiverem todos presentes, usualmente são relativamente leves, e consistem em sensação de 
queimação da mucosa bucal ou gosto desagradável na boca, descrito variavelmente como amargo 
ou salgado. 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina na superfície da lesão e 
alongamento das papilas epiteliais. Caracteristicamente, pode ser observado um infiltrado 
inflamatório crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio infectado. 
Freqüentemente, pequenas coleções de neutrófilos são identificadas na camada de paraceratina e 
camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia exfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento é eficaz no tratamento para 
queilite angular porque essa droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol 
também é bem indicado nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incomoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas os 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 16 
Leucoplasia 
 
 
 
A leucoplasia oral é definida pela organização mundial da saúde como uma placa branca que não 
pode ser caracterizada clinicamente ou patologicamente como qualquer outra doença. 
A definição de leucoplasia é incomum, por seu diagnósticonão depender tanto de aparências 
definidas, mas sim da exclusão de outras lesões que se apresentam como placas brancas na boca. 
Como por exemplo, líquen plano, mordiscatio, ceratose friccional, ceratose da bolsa de tabaco, 
estomatite nicotínica, leucoedema e nevo branco esponjoso, essas alterações devem ser 
descartadas antes que o diagnóstico de leucoplasia seja feito. 
A cor clínica resulta de uma camada de ceratina superficial espessada, ou uma camada espinhosa 
espessada, que mascara a vascularidade normal (vermelhidão) do tecido conjuntivo subjacente. 
Incidência e prevalência 
Embora ela seja considerada uma lesão pré-maligna, o uso deste termo (leucoplasia) não sugere que 
os aspectos de displasia estejam presentes em todas as lesões. 
Etiologia 
Tabaco - mais de 80% dos pacientes com leucoplasia são fumantes. Este hábito parece ser a maior 
associação com o desenvolvimento da leucoplasia. 
Álcool - que parece ter um forte efeito sinérgico com o tabaco com relação a produção do câncer 
bucal, porém este não tem sido relacionado à incidência de leucoplasia. 
 17 
Sanguinárias - as pessoas que usam cremes dentais ou colutórios contendo extratos de Herva 
sanguinária podem desenvolver uma leucoplasia verdadeira. Esse tipo de leucoplasia (ceratose 
associada à sanguinária) geralmente localiza-se no vestíbulo anterior ou na mucosa alveolar da 
maxila. Mais de 80% dos casos podem ter relação com o uso deste produto. 
Radiação ultravioleta - é aceita como um fator para leucoplasia no vermelhão do lábio inferior, o que 
geralmente é associado com a queilite actínica. 
Microorganismos - como o Treponema pallidum, produz glossite (é uma infecção da parte média do 
dorso lingual pelo fungo candida albicans) no estágio avançado da sífilis, Candida albicans pode 
colonizar camadas superficiais do epitélio da mucosa bucal, o exame pode mostrar alterações 
displásicas ou hiperplásicas histopatologicamente e o hpv, principalmente os tipos 16 e 18, são os 
mesmos subtipos que causam carcinoma cervical uterino, também estão presentes na cavidade 
bucal. 
Trauma - a irritação mecânica crônica pode produzir uma lesão branca com uma superfície 
ceratótica rugosa, denominada de ceratose friccional. Embora a lesão resultante seja clinicamente 
semalhante á leucoplasia verdadeira, atualmente acredita-se que esta lesão seja uma resposta 
hiperplásica. As ceratoses deste tipo são completamente reversíveis com a remoção deste trauma. 
Ocorre em uma faixa etária de 60 anos de idade, a prevalência aumenta com a idade, especialmente 
para homens. A média de idade das pessoas afetadas é semelhante à média de idade dos pacientes 
com câncer bucal. 
Aproximadamente 70% das leucoplasias orais são encontradas no vermelhão do lábio inferior, na 
mucosa jugal, e na gengiva. Entretanto, as lesões na língua, vermelhão dos lábios e assoalho da boca 
somam mais de 90% daquelas que indicam displasia ou carcinoma. As lesões individuais podem ter 
uma aparência clínica variada e tendem a mudar com o tempo. As lesões iniciais e brandas 
apresentam-se como placas cinza ou branco acinzentada levemente elevadas, que podem parecer 
um pouco translúcidas, fissuradas ou enrugadas, e são tipicamente moles e planas. Geralmente têm 
borda fortemente demarcadas, mas podem se misturar gradualmente com a mucosa normal. 
A leucoplasia inicial, apresenta-se como uma placa delgada branca, que raramente mostra displasia 
na biópsia, neste estágio ela pode desaparecer. Com a progressão da lesão ela se torna mais espessa 
e fissuras podem se aprofundar e se tornar mais numerosas, neste estágio é denominada de 
leucoplasia espessa ou homogênea. E estas podem regredir ou até desaparecer, poucos tornam-se 
graves, desenvolvendo irregularidades superficiais e passam a ser denominadas de leucoplasia 
granular ou nodular. 
Algumas ainda podem apresentar projeções agudas e são chamadas de leucoplasia verruciforme ou 
verrucosa. 
Há uma forma de risco elevado que é a leucoplasia verrucosa proliferativa (LVP), apresenta-se como 
várias placas intra-bucais que podem evoluir para uma forma exofítica e verrucosa. A medida que as 
lesões progridem, podem passar à um estágio no qual não podem ser distinguidas do carcinoma 
verrucoso, mas posteriormente transformam-se em carcinoma de células escamosas. Mesmo com 
tratamento as lesões do LPV dificilmente regridem, esta é uma variante incomum da leucoplasia, por 
ter forte predileção pelo sexo feminino e mínima associação com o tabaco. 
 
 18 
A leucoplasia pode se tornar displásica e até invasiva sem nenhuma modificação em sua aparência 
clínica, mas algumas apresentam placas avermelhadas espalhadas, é chamada de eritroplasia, possui 
áreas que são incapazes de produzir ceratina. Os locais de biópsia devem ter a aparência clínica e 
lesional com parte de tecido sadio e tecido leucoplásico. 
Características histopatológicas 
Aumento da espessura da camada espinhosa (acantose); 
Hiperparaqueratina; 
Vasos sanguineos; 
Infiltrado inflamatório crônico; 
Tecido conjuntivo. 
É caracterizada por uma camada de ceratina mais espessa no epitélio superficial. Algumas podem 
apresentar hiperceratose superficial, mas mostram atrofia ou adelgaçamento do epitélio subjacente. 
Freqüentemente, um infiltrado crônico de células inflamatórias é percebido no tecido conjuntivo 
subjacente. A camada de ceratina pode consistir em ortoceratina, paraceratina, ou uma combinação 
de ambas. 
A LVP inicial aparece como uma hiperceratose benigna, que não pode ser distinguida de outras 
lesões leucoplásicas simples. Com o tempo, a condição progride para uma proliferação exofítica e 
papilar semelhante a lesões localizadas de leucoplasia verrucosa. Em estágios avançados, essa 
proliferação papilar possui uma proliferação descendente de epitélio escamoso bem diferenciado, 
com cristas epiteliais largas e embotadas. Tal epitélio apresenta invasão para a lâmina própria 
subjacente, neste estágio não pode ser diferenciado do carcinoma verrucoso. E nos últimos estágios 
o epitélio se torna menos diferenciado, tornando-se um carcinoma de células escamosas. 
A maioria das leucoplasias não apresentam displasia, mas quando presentes, comumente iniciam na 
região basal e parabasal do epitélio. As alterações histopatológicas das células epiteliais das 
displásicas são semelhantes àquelas do carcinoma de células escamosas e incluem: 
Núcleos de células aumentadas; 
Nucléolos grandes e proeminentes; 
Aumento da razão núcleo/citoplasma; 
Núcleos hipercromáticos; 
Núcleos e células pleomórficos; 
Disceratose; 
Aumento da atividade mitótica; 
Figuras mitóticas anormais; 
Além disso, as alterações histomorfológicas do epitélio displásico são evidentes no maior aumento, 
incluindo: 
Cristas epiteliais bulbosas ou em forma de gota; 
Perda de polaridade; 
 19 
Pérolas de ceratina ou epiteliais; 
Perda da coesão celular típica. 
Quando há displasia epitelial, o patologista utiliza um adjetivo descritivo relacionado à sua 
"gravidade". A displasia epitelial branda refere-se a alterações limitadas a camada basal e parabasal. 
A displasia epitelial moderada envolve desde a camada basal até a porção média da camada 
espinhosa. A displasia epitelial grave apresenta alterações desde a camada basal até um nível acima 
da porção média do epitélio. Quando toda a espessura do epitélio está envolvida, o termo 
carcinoma in situ é usado, este é definido como células epiteliais displásicas que se estendem da 
camada basal à superfície da mucosa bucal. Pode estar presente ainda uma camada de ceratina na 
superfície, e o epitélio pode ser hipertrófico ou atrófico. 
Esta lesão é considerada por muitos autores como uma lesão pré-cancerígena, o aspecto importantedo carcinoma in situ é que nenhuma invasão ocorreu, apesar das células epiteliais atípicas 
mostrarem-se exatamente como no carcinoma de células escamosas. A formação de pérolas de 
ceratina é rara no carcinoma in situ e pode indicar a presença de uma foto de carcinoma de células 
escamosas invasivo no tecido adjacente. Quando a displasia ductal ocorre, a taxa de recorrência 
aumenta. 
Tratamento e prognóstico 
Como a leucoplasia é apenas um termo clínico, o primeiro passo no tratamento é chegar a um 
diagnóstico histopatológico definitivo. A biópsia é obrigatória para guiar o curso do tratamento. A 
leucoplasia com displasia epitelial moderada ou cada vez pior exige uma completa destruição ou 
remoção, se possível. 
O procedimento em relação à leucoplasia, que apresenta mudança menos grave, é guiado pelo 
tamanho da lesão e pela resposta a medidas mais conservadoras, como o abandono do fumo. A 
remoção completa pode ser conseguida, com a mesma eficácia, por excisão cirúrgica, eletrocautério, 
criocirurgia ou ablação a laser. É importante o acompanhamento por longo período, por que as 
recorrências são frequentes e porque podem surgir outras leucoplasias. 
A leucoplasia que não apresenta displasia frequentemente não é removida, mas a avaliação clinica a 
cada seis meses é recomendada por causa da possibilidade de progressão para a displasia epitelial. 
De forma geral, 4% das leucoplasias bucais tornam-se carcinomas de células escamosas após o 
diagnóstico, de acordo com os exames de acompanhamentos (NEVILLE, 2004). 
As investigações de acompanhamento têm demonstrado que a transformação carcinomatosa 
costuma ocorrer dentro de dois a quatro anos após o aparecimento da placa branca, mas pode 
acontecer depois de meses ou depois de décadas. A transformação parece não depender da idade 
do paciente afetado. 
A leucoplasia delgada raramente se torna maligna sem demonstrar alguma mudança clínica. A 
leucoplasia espessa homogênea sofre transformação maligna em 1 a 7% dos casos. Uma vez que a 
superfície se torna granular ou verrucosa, o potencial de transformação maligna passa para 4 a 15%. 
A eritroplasia tem uma média de potencial de transformação de 28%, mas as taxas têm variado de 
18 a 47% em diferentes investigações. Quanto maior a gravidade clínica, maior a chance de displasia 
significativa e a transformação maligna. 
 20 
Geralmente os locais mais envolvidos são assoalho da boca e ventre da língua, estes locais tem 
mostrado transformação maligna em 16 a 39% dos casos e em 47% daqueles ocorridos em 
mulheres. 
 
 
Queilite actínica 
 
 
A queilite actínica é uma alteração pré-maligna do vermelhão do lábio inferior, que resulta da 
exposição excessiva ou por longo período ao componente ultravioleta da radiação solar. Atinge 
predominantemente pessoas de pele clara com tendência a se bronzear facilmente. A ocupação ao 
ar livre está claramente associada a este problema. 
Características clínicas 
Atinge pessoas com mais de 45 anos, tem forte predileção pelo sexo masculino (10:1). É uma lesão 
que se desenvolve vagarosamente, as mudanças clínicas iniciais incluem atrofia da borda do 
vermelhão do lábio inferior, caracterizada por uma superfície lisa e áreas pálidas com erupções. O 
escurecimento da margem entre o vermelhão e a porção cutânea do lábio é tipicamente visto. 
Conforme a lesão progride, áreas ásperas e escamosas desenvolvem-se nas porções mais ressecadas 
do vermelhão, e podem assemelhar-se a lesões leucoplásicas. 
 
 21 
Com o avanço da progressão, pode desenvolver-se ulceração, elas podem durar meses, 
frequentemente pode sugerir progressão para um carcinoma de células escamosas em fase inicial. 
Características histopatológicas 
1 - Elatose solar 
Caracteriza-se por um epitélio escamoso estratificado atrófico, freqüentemente apresenta 
acentuada produção de ceratina. Há também displasia epitelial, um discreto infiltrado inflamatório 
crônico está normalmente presente subjacente ao epitélio displásico. O tecido conjuntivo mostra 
uma faixa de alteração basofílica, acelular e amorfa, conhecida como elastose solar. 
Tratamento e prognóstico 
Os pacientes devem usar protetor solar labial com fator de proteção solar mínimo 30, a fim de evitar 
danos adicionais. Áreas endurecidas, espessas, com ulceração ou leucoplasia, devem ser submetidas 
à biópsia, para descartar a possibilidade de carcinoma. Em casos mais graves sem malignidade 
podemos remover uma fina fatia do lábio (vermelhectomia). O acompanhamento a longo prazo é 
recomendado. 
 
 
Líquen Plano 
 
 
 
 22 
Características clínicas 
É uma doença dermatológica relativamente comum que freqüentemente afeta a mucosa bucal. 
Alguns medicamentos podem provocar alterações semelhantes ao líquen, estas são melhor 
denominadas de mucosite liquenóide. A relação do estresse ou da ansiedade com o 
desenvolvimento de líquen plano é controversa. Pode ser que o estresse não esteja relacionado com 
a patogênese do líquen plano. Alguns pacientes podem responder com a evolução da doença devido 
ao aumento do nível de estresse e outros já não respondem da mesma maneira. 
Atinge na maioria dos casos, adultos de meia idade, com maior freqüência as mulheres são mais 
acometidas (3:2), a prevalência do líquen plano está entre 0,1 a 2,2%. 
O líquen apresenta-se de três formas, líquen plano reticular, erosivo e bolhoso. O líquen plano 
reticular é assintomático e é o mais comum; o líquen plano erosivo, as lesões são geralmente 
sintomáticas, clinicamente observam-se áreas eritematosas atróficas com graus variáveis de 
ulceração central. A periferia das regiões atróficas em geral é circundada por finas estrias brancas 
irradiadas. 
Em tais casos, um espécime de biópsia do tecido perilesional deve ser obtido para estudos de 
microscopia óptica e de imunofluorescência, visto que o penfigóide cicatricial e o pênfigo vulgar 
podem apresentar aspecto clínico semelhante. 
Características histopatológicas 
Graus variáveis de ortoceratose, paraceratose, podem estar presentes na superfície do epitélio. A 
espessura da camada espinhosa também pode ser variável. As cristas epiteliais podem ser ausentes 
ou hiperplásicas, mas classicamente elas são pontiagudas ou têm forma de "dente de serra". 
A destruição da camada basal do epitélio (degeneração hidrópica) também é evidente. Isto é 
acompanhado por um intenso infiltrado semelhante a uma faixa, predominantemente de linfócitos T 
imediatamente abaixo do epitélio. Ceratinócitos em degeneração podem ser observados em áreas 
do epitélio e na interface do tecido conjuntivo e são chamadas corpos colóides, citóides, hialinos, ou 
de Civatte. 
As características imunopatológicas do líquen plano não são específicas. A maioria das lesões 
mostram a deposição de uma banda desalinhada de fibrinogênio na zona da membrana basal. 
Diagnóstico 
O diagnóstico do líquen plano reticular é clínico, pois as características clínicas são bem típicas. As 
estrias brancas entrelaçadas que aparecem bilateralmente na região posterior da mucosa da 
bochecha são patognomônicas. O diagnóstico pode ser dificultado caso a candidose esteja presente 
sobre o líquen. 
Já o líquen plano erosivo é algumas vezes de difícil diagnóstico, freqüentemente a biópsia é 
necessária para afastar a hipótese de outras doenças ulcerativas ou erosivas, como o lúpus 
eritematoso ou uma entidade recentemente descrita a estomatite ulcerativa crônica que apresenta-
se como gengivite descamativa ou como ulcerações da língua e da mucosa da bochecha. 
 
 
 
 23 
Tratamento e prognóstico 
O líquen plano reticular geralmente não produz sintomas, e o tratamento não é necessário. 
Ocasionalmente a candidose pode estar sobrepostae causar sensação de queimação, é necessária a 
terapia antifúngica nesses casos. 
O líquen plano erosivo freqüentemente incomoda o paciente devido a dor na cavidade bucal. Como 
a condição é imunologicamente mediada, recomenda-se o uso de corticosteróides, podemos utilizar 
corticóides tópicos, aplicados várias vezes ao dia, por exemplo, flucinonida, betametasona, e dentro 
de uma a duas semanas o caso está resolvido. A possibilidade de candidose iatrogênica associada 
com o uso de corticosteróides deve ser monitorada. 
Alguns autores sugerem que pacientes com líquen plano erosivo devem ser avaliados a cada três 
meses, principalmente se as lesões não forem típicas. 
 
 
Estomatite nicotínica 
 
 24 
 
Está relacionado ao cigarro, está mais relacionado ao calor dos produtos do fumo do que com as 
propriedades carcinogênicas, e às bebidas quentes (chimarrão). (Neville, 2004). Segundo Regezzi, 
2000 a combinação dos elementos carcinogênicos do tabaco e o calor de sua queima intensificam-se 
pelo hábito de fumar invertido, comum em países como a Índia aumentando significativamente o 
risco de conversão maligna. 
Características clínicas 
Atinge homens, na maioria das vezes, por volta de 45 anos de idade, a lesão se forma ao longo do 
tempo (agressão crônica). 
Ocorre na mucosa palatina, a mucosa palatina torna-se difusamente cinza ou branca com pápulas 
levemente elevadas com centro vermelho pontilhado, pode haver áreas leucoplásicas no palato. A 
cor marrom ou negra pode estar presente nos dentes. 
Características histopatológicas 
A estomatite nicotínica caracteriza-se geralmente por um epitélio espessado, com acantose 
moderada e aumento significativo da espessura da ortoceratina, suprajacente. As glândulas salivares 
menores podem mostrar alteração inflamatória em grau variado. Os ductos excretores podem 
apresentar metaplasia, e o tecido glandular contem células de inflamação crônica e certa fibrose. 
(Regezzi, 2000) 
Diagnóstico 
É clinico e através da anamnese. 
Tratamento 
É reversível e com a remoção do hábito, em torno de duas semanas, a mucosa volta a sua total 
normalidade. Pode estar associado com a leucoplasia. Obs. Se a lesão branca permanecer, tratar 
como leucoplasia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 25 
Erosão 
 
A erosão representa perda parcial do epitélio sem exposição do tecido conjuntivo subjacente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26 
Candidose 
 
 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidência clínica de 
infecção. 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
Outra forma pode ser a atrofia papilar central da língua, clinicamente, pode apresentar-se como 
uma área eritematosa bem demarcada, localizada posteriormente na linha média da superfície 
dorsal da língua, freqüentemente assintomática. Ocorre perda das papilas filiformes, a lesão 
costuma ser simétrica, de superfície variando de plana e lobulada. As lesões regridem com o uso de 
antifúngicos. Podemos ter também a candidose multifatorial crônica, em que além da superfície 
lingual, a junção entre palato mole e palato duro e as comissuras labiais são outros locais que podem 
ser acometidos. 
 
 
 27 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina, na superfície da lesão e 
alongamento das papilas epiteliais. Característicamente, pode ser observado um infiltrado 
inflamatório crônico no tecido conjuntivo logo abaixo do epitélio infectado. Freqüentemente, 
pequenas coleções de neutrófilos são identificadas na camada de paraceratina e camada de célula 
espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento é eficaz no tratamento para 
queilite angular porque essa droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol 
também é bem indicado nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incomoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas os 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
Lingua geográfica / eritema migratório
 
 29 
É uma alteração comum que afeta principalmente a língua, constituindo uma alteração da 
normalidade e não uma patologia. Geralmente é detectada no exame clínico de rotina. As lesões 
ocorrem de 1 a 3% da população. As mulheres são mais afetadas que os homens (2:1). 
Características clínicas 
As lesões características do eritema migratório são observadas nos dois terços anteriores da 
superfície dorsal da língua. Apresentam-se como áreas bem marcadas de eritema, concentradas nas 
pontas ou nas bordas da língua. Esse eritema se deve a atrofia das papilas filiformes da língua, essas 
áreas freqüentemente apresentam um alo amarelo-esbranquiçado ao redor. São lesões migratórias, 
ou seja, aparecem em um lugar e em alguns dias reaparecem em outro lugar da língua. 
Geralmente as lesões iniciam como uma pequena placa branca, que em seguida desenvolve uma 
zona central atrófica eritematosa e aumenta centrifugamente. Em geral são assintomáticas, mas 
pode ocorrer sensação de queimação ou sensibilidade a alimentos quentes ou condimentos quando 
as lesões estão ativas. 
Características histológicas 
São observadas hiperceratose, espongiose, acantose e alongamento das cristas epiteliais. Além 
disso, coleção de neutrófilos são observadas dentro do epitélio. Linfócitos e neutrófilos, envolvem a 
lâmina própria. O intenso infiltrado neutrofílico pode ser responsável pela destruição da porção 
superficial do tecido epitelial, o que faz com que a mucosa fique atrófica e avermelhada conforme a 
progressão da lesão. 
Diagnóstico 
Geralmente essas lesões não provocam sintomas e podem ser identificadas como áreas 
eritematosas circundadas por uma borda amarelo-esbranquiçada recortada e serpenteada. Essas 
características são valiosas no diagnóstico diferencial com outras condições, como a candidose ou a 
eritroplasia. 
Tratamento e prognóstico 
Não é indicado nenhum tratamento, deve-se explicar ao paciente que é uma alteração da 
normalidade e é inteiramente benigna. Infrequentemente os pacientes se queixam de sensibilidade 
ou sensação de queimação. Em tais casos corticosteróides tópicos como a fluocinonida ou 
betametasona gel, propiciam um alívio quando aplicados sobre as áreas lesionadas.30 
Úlcera ou Ulceração 
 
São lesões que ocorrem solução de continuidade do epitélio com exposição do tecido conjuntivo 
subjacente. 
Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo úlcera podem se manifestar nas seguintes 
patologias: 
Condições Ulcerativas 
LESOES REACIONAIS 
INFECÇOES BACTERIANAS 
Sífilis 
Gonorréia 
Tuberculose 
Lepra 
Actinomicose 
Noma 
DOENÇAS FÚNGICAS, MICOSES 
Micoses Profundas 
Micoses Subcutâneas - Esporotricose 
Micoses Oportunistas - Ficomicose 
CONDIÇOES ASSOCIADAS À DISFUNÇAO IMUNOLÓGICA 
Úlceras Aftosas 
Síndrome de Behçet 
Síndrome de Reiter 
Eritema Multiforme 
Lúpus Eritematoso 
Reações a Medicamentos 
Alergia por Contato 
Granulomatose de Wegener 
Granuloma Mediano 
Doença Granulomatosa Crônica 
Neutropenia Cíclica 
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NEOPLASMAS 
Carcinoma de Células Escamosas 
Carcinoma do Seio Maxilar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 32 
Candidose 
 
 
 
A infecção pelo cândida albicans é denominada de candídiase ou também candidose. É uma infecção 
muito comum no homem, e por apresentar diversas manifestações clínicas muitas vezes é difícil 
fazer o diagnóstico. A C. albicans pode ser um componente normal da microbiota bucal, e 30 a 50 % 
das pessoas simplesmente possuem os microrganismos em suas bocas, sem evidencia clínica de 
infecção. 
Como resultado desta infecção complexa entre hospedeiro e microrganismo, a infecção por cândida 
pode variar desde o leve envolvimento da superfície mucosa, observada na maioria dos pacientes, a 
uma doença fatal quando disseminada em pacientes gravemente imunodeprimidos. 
O envolvimento do ângulo da boca é caracterizado por eritema, fissuração e descamação. Algumas 
vezes, esta condição é um componente da candidose multifatorial crônica, porem muitas vezes 
ocorre isoladamente, especialmente em pessoas idosas com dimensão vertical reduzida e sulcos 
acentuados nos cantos da boca. A saliva tende a acumular nessas áreas, retendo muita umidade e 
favorecendo uma infecção por leveduras. 
 
 33 
Características histopatológicas 
As hifas de Candida e leveduras podem ser identificadas pelo método de coloração com ácido 
periódico de Schiff (PAS). O método PAS cora os carboidratos que existem em abundância na parede 
celular dos fungos. Freqüentemente, as hifas são acompanhadas por um número variável de 
leveduras, células epiteliais escamosas e células inflamatórias. 
Comumente são encontrados aumento da espessura de paraceratina. Com a paraceratina não existe 
camada de células granulares e os núcleos epiteliais ficam retidos na camada de ceratina, na 
superfície da lesão e alongamento das papilas epiteliais. Caracteristicamente, pode ser observado 
um infiltrado inflamatório crônico de células inflamatórias no tecido conjuntivo logo abaixo do 
epitélio infectado. Freqüentemente, pequenas coleções de neutrófilos, são identificadas na camada 
de paraceratina e camada de célula espinhosa próximo aos microrganismos. 
Diagnóstico 
É feito pelos sinais clínicos e exame de citologia esfoliativa. 
Tratamento e prognóstico 
A primeira escolha é a Nistatina 100.000 UI, suspensão oral, pastilha, ou gel. Também pode ser 
indicado, o creme de Clotrimazol também é eficaz no tratamento é eficaz no tratamento para 
queilite angular porque essa droga possui propriedades antifúngicas e antibacteriana. O Itraconazol 
também é bem indicado nesses casos. 
Na maioria dos casos, a candidose oral é incomoda infecção superficial resolvida com tratamento 
antifúngico. Se a infecção recorrer após o tratamento, pode ser necessária uma investigação 
meticulosa dos fatores que possam predispor a candidose, como a imunossupressão. Apenas os 
pacientes mais gravemente comprometidos a candidose provoca doença profundamente invasiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 34 
Herpes simples 
 
 
O vírus herpes simples é um vírus DNA e um membro da família do herpesvírus humano, o que pode 
ocasionar lesões na cavidade bucal é o tipo 1 (HSV-1 ou HHV-1). Ele é predominantemente 
disseminado pela saliva infectada ou de lesões periorais ativas. Os locais mais atingidos são, faringe, 
áreas intra-orais, lábios, olhos e pele acima da cintura. 
A exposição inicial é denominada de infecção primária, atinge faixas etárias jovens, é assintomática, 
o vírus progride através dos nervos sensitivos e é transportado para os gânglios autônomos. Com a 
infecção oral o vírus coloniza o gânglio trigêmeo, e o vírus permanece em latência. 
A infecção pelo HSV-1 secundário ou recorrente, ocorre com a reativação do vírus, muitos pacientes 
podem apenas apresentar infecção assintomática do vírus na saliva. As recorrências sintomáticas são 
comuns e afetam o epitélio inervado pelo gânglio sensitivo. 
 
 
 
 
 
 35 
Características clínicas 
Gengivoestomatite herpética aguda - a maioria dos casos ocorre entre os seis meses e cinco anos. O 
início da infecção é abrupta e frequentemente acompanhado por linfadenopatia cervical anterior, 
calafrios, febre, náusea, anorexia, irritabilidade e lesões orais dolorosas. 
Inicialmente as lesões são diversas vesículas puntiformes, que rapidamente se rompem e formam 
inúmeras lesões pequenas e avermelhadas. Essas lesões iniciais aumentam um pouco de tamanho e 
desenvolvem áreas centrais de ulceração, recobertas por uma fibrina amarelada. As ulcerações 
podem coalescer e formar ulcerações maiores rasas e irregulares. Pode atingir qualquer local da 
mucosa e o número das lesões é altamente variável. Pode atingir também a pele adjacente ao 
vermelhão do lábio. Geralmente o caso se resolve em 5 dias, mas os casos mais graves se resolvem 
em torno de até duas semanas. 
Características histopatológicas 
O vírus exerce seus principais efeitos nas células epiteliais que mostram a denominada degeneração 
balonizante, que caracteriza-se pela acantólise e núcleo claro aumentado, essas células acantolíticas 
são denominadas de células de Tzanck. Ocorre fragmentação nuclear com condensação da 
cromatina ao redor da periferia do núcleo, pode ocorrer fusão entre as células. O edema que ocorre 
entre as células leva à formação de uma vesícula intra-epitelial. 
As vesículas localizadas na pele persistem e desenvolvem infiltração secundária por células 
inflamatórias. A partir do rompimento, as lesões mucosas apresentam uma membrana 
fibrinopurulenta na superfície. 
Diagnóstico 
Podem ser confundidas com outras doenças, e a confirmação laboratorial é necessária. A biópsia do 
tecido e o esfregaço citológico são os dois dos procedimentos diagnósticos mais usados, sendo o 
estudo citológico o menos invasivo e o de melhor custo benefício. O vírus produz alterações 
histológicas distintas dentro do epitélio infectado. 
Tratamento e prognóstico 
A gengivo estomatite herpética primária, se a infecção é diagnosticada no início, os medicamentos 
antivirais podem ter um impacto significativo. Os pacientes devem ser instruídos a restringir o 
contato com as lesões ativas, para prevenir a disseminação para outros locais e pessoas. 
O aciclovir é muito bem indicado nesses casos, pode-se indicar solução para bochecho. Os 
antiinflamatórios não esteroidais também ajudam a aliviar o desconforto. 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
Herpes recorrente 
 
 
 
Pode ocorrer nos mesmos locais da infecção primária, porem a localização mais comum é na borda 
do vermelhão e pele adjacentes dos lábios. O aparecimento das lesões vem seguidas de dor, 
ardência, prurido, pontadas, calor localizado ou eritema no epitélio envolvido, estes sinais e 
sintomas são denominados de sinais prodominais,que aparecem de seis a 24 horas antes do 
desenvolvimento das lesões . 
Desenvolvem-se inicialmente múltiplas pápulas de 1 a 3 milímetros, pequenas e eritematosas, que 
formam grupos de vesículas preenchidas por líquido. As vesículas rompem e formam crostas em dois 
dias. A cicatrização usualmente ocorre entre sete e 10 dias. 
Características histológicas 
O vírus exerce seus principais efeitos nas células epiteliais que mostram a denominada degeneração 
balonizante, que caracteriza-se pela acantólise e núcleo claro aumentado, essas células acantolíticas 
são denominadas de células de Tzanck., e núcleo claro aumentado. Ocorre fragmentação nuclear 
com condensação da cromatina ao redor da periferia do núcleo, pode ocorrer fusão entre as células. 
O edema que ocorre entre as células leva à formação de uma vesícula intra-epitelial. 
 
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As vesículas localizadas na pele persistem e desenvolvem infiltração secundária por células 
inflamatórias. A partir do rompimento, as lesões mucosas apresentam uma membrana 
fibrinopurulenta na superfície. 
Diagnóstico 
Podem ser confundidas com outras doenças, e a confirmação laboratorial é necessária. A biópsia do 
tecido e o esfregaço citológico são os dois dos procedimentos diagnósticos mais usados, sendo o 
estudo citológico o menos invasivo e o de melhor custo benefício. O vírus produz alterações 
histológicas distintas dentro do epitélio infectado. 
Tratamento e prognóstico 
Os pacientes devem ser instruídos a restringir o contato com as lesões ativas, para prevenir a 
disseminação para outros locais e pessoas. 
O aciclovir é muito bem indicado nesses casos, pode-se indicar solução para bochecho. Os 
antiinflamatórios não esteroidais também ajudam a aliviar o desconforto. 
 
 
 
Úlcera aftosa recorrente 
 
 
 38 
As úlceras aftosas recorrentes são muito comuns e sem causa definida. Apesar de não haver um 
único agente etiológico responsável pela alteração patológica, a destruição da mucosa parece 
representar uma reação imunológica mediada pelas células T (linfócitos). 
Etiologias - as possíveis causas podem ser, alergias; predisposição genética; deficiências nutricionais, 
anormalidades hematológicas, influências hormonais, agentes infecciosos, trauma e estresse. 
As três variações clínicas da estomatite aftosa são: 
1 Úlceração aftosa menor; 
2 Úlceração aftosa maior; 
3 Úlceração aftosas herpetiformes. 
Úlceração aftosa menor - têm uma menor taxa de recorrência, e menor tempo de duração, e se 
desenvolvem quase que exclusivamente em mucosa não-ceratinizada (mucosa jugal e labial). As 
lesões podem ser precedidas por sintomas prodrômicos como queimação, prurido, pontadas e o 
aparecimento de máculas eritematosas. A mácula progride para uma ulceração, recoberta por uma 
membrana fibrinopurulenta, removível, branco-amarelada, circunscrita por um halo eritematoso. 
Medem em torno de 3 a 10 mm e duram de 7 a 14 dias. Não deixam cicatrizes. Pacientes do sexo 
feminino são mais afetadas, e geralmente surge durante a infância ou na adolescência. 
Úlceração aftosa maior - apresentam-se mais extensas que as aftas menores, e episódios de maior 
duração, pode surgir de 1 a 10 lesões. São lesões mais profundas, medem cerca de 1 a 3 cm de 
diâmetro, levam cerca de duas a seis semanas para regredir e pode deixar cicatriz. Qualquer 
superfície pode ser afetada, mas a mucosa labial, o palato mole e as fauces tonsilares são os locais 
mais acometidos. Geralmente inicia na puberdade e pode ter recorrências por até 20 anos ou mais. 
Úlceração aftosas herpetiformes - possuem um número mais alto de lesões e com uma alta 
frequencia de recorrência. As lesões podem medir 1 a 3 mm de diâmetro, devido ao pequeno 
tamanho e a alta quantidade, as lesões podem se mostrar semelhantes a infecção primária do 
herpes virus, devido a isso elas são denominadas de herpetiformes. Cicatrizam-se em sete a 10 dias, 
há uma predileção pelo sexo feminino e pela mucosa não ceratinizada bucal. 
Características histopatológicas - não possui padrão histopatológico específico, porém as úlceras 
iniciais apresentam o centro ulcerado com uma membrana fibrinopurulenta, o tecido conjuntivo 
apresenta uma alta vascularização e infiltrado inflamatório misto, composto de linfócitos, histiócitos 
e leucócitos polimorfonucleares. As margens da lesão apresentam epitélio com espongiose e 
numerosas células mononucleadas no terço basilar. 
Diagnóstico 
é clínico e é importante investigar a história médica do paciente, e por não ter padrão 
histopatológico específico, a biópsia é necessária para o diagnóstico diferencial. 
Tratamento e prognóstico 
 a maioria dos pacientes com aftas brandas não requer tratamento, se necessário apenas 
tratamento tópico, com corticosteróides, para minimizar a frequencia e intensidade dos ataques. 
Para os pacientes com aftas menores disseminadas ou herpetiformes pode ser indicados o xarope de 
betametasona ou o elixir de dexametasona a 0,01%, usado como bochecho. Para úlceras localizadas 
pode-se usar dipropionato de betametasona a 0,05% ou com o gel de fluocinonida a 0,05%. Nos 
casos mais resistentes ao tratamento tópico, podemos indicar o uso de corticosteróides sistêmicos. 
 39 
 
Úlcera traumática 
 
 
 
 
Etiologia 
Como o próprio nome sugere, é um trauma agudo ou crônico, pode ocorrer devido à alimentos 
cortantes ou mordidas acidentais durante a mastigação, escovação excessiva, conversação ou 
mesmo dormindo. Podem permanecer por longos períodos de tempo, mas a maioria geralmente 
regenera em poucos dias. 
Causada por mordida e por acidente. 
Características clínicas 
 ocorrem mais frequentemente na língua, lábios e mucosa jugal, as quais podem ser lesionadas pela 
dentição. Podem ocorrer lesões na gengiva, palato e fundo de sulco vestibular por outras fontes de 
irritação, como pela escovação excessiva. Geralmente são lesões individuais com uma área 
eritematosa que circunda uma membrana removível, central, amarela, fibrinopurulenta. A lesão 
pode desenvolver um alo esbranquiçado hiperceratótico, adjacente à área de ulceração. 
 40 
 
Características histopatológicas 
 as ulcerações traumáticas possuem uma membrana fibrinopurulenta que consiste 
microscopicamente em fibrina misturada com neutrófilos. O epitélio adjacente pode apresentar-se 
normal ou com hiperplasia leve com ou sem hiperceratose. A base da úlcera consiste em um tecido 
de granulação que possui linfócitos, histiócitos , neutrófilos e ocasionalmente plasmócitos. 
Tratamento e prognóstico 
para ulcerações traumáticas que tenham uma óbvia fonte de injúria, a causa deve ser removida. O 
cloridrato de diclonina ou películas de hidroxipropil celulose podem ser aplicados para alívio da dor. 
Se a causa não é obvia ou se o paciente não responde ao tratamento, é indicada a biópsia. 
 
 
Carcinoma Epidermoide 
 
 
 
 
 41 
Na grande maioria o carcinoma vem dos ceratinócitos epidérmicos que foram danificados pela luz 
solar. Possui significativo potencial de metastatizar-se para os linfonodos regionais e para além 
destes. A mais alta incidência deste tumor é entre pessoas de pele clara, após longa exposição à luz 
solar. Além disso, os carcinogênicos, como o alcatrão, óleos, e arsênico; a exposição aos raios X; 
presença de doenças na pele que causam cicatrizes; assim como queimaduras acentuadas e lúpus 
eritematoso discóide também predispõem a transformação maligna do epitélio. 
Características clínicas 
Forma-se uma úlcera com bordas elevadas, levemente duras e eritematosa circunjacente. As lesões 
podem se apresentar como placas ou pápulas. As áreas freqüentemente afetadas são, o lábio 
inferior, a ponta da orelha e as regiõesinfra orbitais, assim como o dorso do nariz. 
Características histológicas 
O tumor consiste em ceratinócitos, atípicos que invadem a derme e mais além. Assim como no 
carcinoma espinocelular, as características citológicas são: uma razão núcleo-citoplasma aumentada, 
hipercromasia nuclear, ceratinização de células individuais, células gigantes tumorais, figuras atípicas 
de mitose e aumento da taxa de mitose. 
Tratamento e prognóstico 
A base da terapêutica é a excisão. O modo de excisão, entretanto, depende do tamanho e 
localização da lesão. Na maioria dos casos com lesões avançadas associa-se quimioterapia e/ou 
radioterapia à terapêutica. A taxa de cura em 5 anos é de aproximadamente 90%. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 42 
Penfigóide Cicatricial 
 
 
 
 
Representa o grupo de doenças bolhosas auto-imunes crônicas, nas quais auto-anticorpos unidos 
aos tecidos são direcionados contra um ou mais componentes da membrana basal. Autores 
acreditam que ele seja duas vezes menos comum que o pênfigo vulgar. 
Características clínicas 
Geralmente acomete adultos com idade entre 50 e 60 anos, as mulheres são afetadas mais 
freqüentemente do que os homens (2:1). As lesões geralmente acometem a mucosa bucal, mas 
podem também atingir as mucosas conjuntival, nasal, esofágica, laríngea e vaginal, a pele também 
pode estar envolvida. As lesões bucais se inicial como vesículas ou bolhas. 
As bolhas no penfigóide cicatricial se formam em localização subeptelial, formando uma bolha com 
teto mais espesso e resistente do que a bolha do pênfigo vulgar. Posteriormente essas bolhas se 
rompem formando extensas áreas de ulcerações superficiais, essas lesões são dolorosas e duram de 
semanas a meses quando não tratadas. 
Atinge principalmente a gengiva, esse envolvimento produz uma reação que é chamada de gengivite 
descamativa. A complicação mais significativa do penfigóide é o envolvimento ocular, que quando 
não tratado pode levar a perda da visão. O estágio final de envolvimento ocular também pode ser 
caracterizado pela união entre as pálpebras superior e inferior. 
 
 
 43 
Características histopatológicas 
1 - Fenda entre o tecido epitelial e tecido conjuntivo. 
A biópsia da mucosa perilesional revela uma divisão entre o epitélio da superfície e o tecido 
conjuntivo subjacente. Um discreto infiltrado de células inflamatórias crônicas está presente na 
submucosa superficial. Para um diagnóstico preciso, deve ser obtido o tecido perilesional, e não a 
própria lesão ulcerada. Outra alternativa para diagnóstico é a imunofluorescência direta. 
Tratamento e prognóstico 
O paciente deve ser encaminhado ao oftalmologista que se já familiarizado com as lesões oculares 
desta condição para um exame detalhado da mucosa conjuntival. 
Não existe um único tratamento ideal para todos os pacientes, o tratamento deve ser 
individualizado, dependendo da disposição das lesões, da atividade da doença e da resposta 
terapêutica de cada indivíduo. Podemos utilizar os agentes corticosteróides tópicos, caso as lesões 
sejam restritas a cavidade bucal, com aplicação de uma a 3 vezes ao dia sobre as lesões. Caso as 
lesões regridam, pode se diminuir a dose gradativamente até cessar por completo a administração. 
Caso os corticosteróides tópicos sejam insatisfatórios, podemos indicar os sistêmicos associado a um 
agente imunossupressor, se o paciente não tiver restrição médica. Este tipo de tratamento é muito 
bem indicado nos casos de envolvimento ocular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 44 
 
Vesícula e bolha 
 
 
(bolha) 
 45 
 
(Pústula) 
 
(Vesículas) 
 
 46 
São elevações do epitélio contendo líquido no seu interior 
A membrana de revestimento pode ser fina ou espessa, conforme a lesão esteja localizada sub ou 
intra epitelial. São consideradas vesículas aquelas que não ultrapassem 3 mm no seu maior 
diâmetro, sendo o restante considerado bolha Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do 
tipo Vesiculobolhosas podem se manifestar nas seguintes patologias: 
Doenças vesiculobolhosas 
DOENÇAS VIRÓTICAS 
Infecções pelo Virus do Herpes Simples 
Infecções pelo Vírus da Varicela-Zoster 
Doença das Mãos, Pés e Boca 
Herpangina 
Sarampo (Rubéola) 
CONDIÇÕES ASSOCIADAS A DEFEITOS IMUNOLÓGICOS 
Pênfigo Vulgar 
Penfigoide Cicatricial 
Penfigoide Bolhoso 
Dermatite Herpetiforme 
DOENÇAS HEREDITÁRIAS 
Epidermólise Bolhosa 
LESÕES REACIONAIS (NÃO-INFECCIOSAS) 
Extravasamento de muco 
Cisto de retenção de muco 
Rânula 
Mucocele do Seio Maxilar 
Cisto e Pseudocisto de retenção do Seio Maxilar 
Sialometaplasia Necrosante 
Patologia das Glândulas Salivares Induzida por Radiação 
Hiperplasia Adenomatóide 
 47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 48 
Hemangioma 
 
 
 
Hemangioma, é uma alteração típica da infância, são mais comuns em mulheres e pessoas 
leucodermas. Em 60 % dos casos atinge a região de cabeça e pescoço. (NEVILLE, 2004). 
Podem ser confundidas clinicamente com mal formações vasculares, pois as características se 
sobrepõem; (REGEZI, 2000); 
Geralmente aparecem por volta da época do nascimento. Essa lesão pode apresentar um período de 
evolução, e vários anos depois, apresentar períodos de involução. Já as mal formações vasculares, 
geralmente não involuem; 
Os hemangiomas são classificados em capilar e cavernoso, o que os diferencia essencialmente, é o 
diâmetro dos vasos sangüíneos. 
Características histológicas 
Seta - Grande quantidade de vasos calibrosos 
 
 
 
 
 49 
Diagnóstico 
O diagnóstico é clinico, e podemos usar alguns métodos para auxiliar na confirmação do diagnóstico, 
como por exemplo: 
Diascopia - vitropressão; 
RX - quando se tem suspeita de acometimento ósseo; 
Punção e biópsia (superficiais); 
Ultra-sonografia, tomografia, ressonância, angiografia, caso a lesão seja muito grande. 
Tratamento e prognóstico 
Em lesões pequenas, devemos fazer apenas o acompanhamento, sendo que geralmente em crianças 
e adolescentes há remissão desses hemangiomas. Em lesões maiores podemos optar por cirurgia 
excisional, tratamento com laser, criocirurgia. E em lesões superficiais podemos fazer a esclerose 
com Ethamolin (Oliato de Etalolamina). 
Em casos mais agressivos, em que a lesão não regride, podemos fazer a corticoterapia, juntamente 
com acompanhamento médico. Nesse caso optamos por remoção total do hemangioma. 
 
 
 
 
 
 
 50 
Mucocele
 
Mucocele é o termo clínico que abrange o fenômeno de extravasamento de muco e o cisto de 
retenção do muco. A justificativa de serem considerados separadamente reside no fato de 
apresentarem microscopia e patogenia distintas. 
O lábio inferior é a sede mais freqüente do fenômeno, a mucosa jugal, a superfície ventral da língua, 
o assoalho da boca e a região retro molar são, comumente, afetados. 
São usualmente indolores e de superfície regular, com coloração ou transparência azulada, tendo 
uma localização mais superficial. Seu diâmetro varia de alguns poucos milímetros a uns poucos 
centímetros. Adolescentes e crianças são afetados mais comumente, ocorrendo cerca da metade 
dos casos relatados abaixo dos 21 anos de idade e mais de um quarto entre os 11 e 20 anos. 
Pode diminuir de tamanho pela ruptura ou reabsorção do depósito de mucina. O tamanho máximo 
geralmente é alcançado ao cabo de alguns dias depois da injúria e, quando se tenta fazer aspiração, 
encontra-se um material viscoso. 
Extravasamento de muco 
A etiologia de extravasamento de muco está relacionadacom o trauma mecânico ao ducto excretor 
da glândula salivar menor, produzindo sua transecção ou ruptura. O extravasamento de muco é em 
estroma do tecido conjuntivo, contendo inicialmente neutrófilos, seguido por macrófagos. 
Segue-se uma resposta tipo tecido de granulação, resultando na formação de uma parede em volta 
do depósito de mucina. 
 
 
 51 
Características histopatológicas 
Uma cavidade bem-circunscrita envolta por tecido de granulação contendo mucina livre. Há um 
grande número de neutrófilos, macrófagos, linfócitos e, ocasionalmente, células plasmáticas. 
Tratamento e prognóstico 
O tratamento preferido para o fenômeno de extravasamento de muco é a excisão cirúrgica. A 
remoção das glândulas salivares menores, associada com muco acumulado, é necessária para evitar 
a recidiva. 
 
 
 
Rânula 
 
 
Rânula é um termo usado para os mucoceles que ocorrem no soalho da boca. Embora a fonte do 
extravasamento de mucina seja usualmente a glândula submandibular, as rânulas podem originar-se 
do ducto submandibular ou, possivelmente, das glândulas salivares menores do soalho da boca. 
 
 
 52 
Características clínicas 
A rânula apresenta-se como uma tumefação azulada, flutuante, com a forma de cúpula no soalho da 
boca. As lesões mais profundas podem ter coloração normal. As rânulas tendem a ser maiores do 
que os mucoceles, podem atingir muitos centímetros de diâmetro, ocupar todo o soalho da boca e 
elevar a língua. Geralmente ela se localiza lateralmente à linha média. 
Assim como as mucoceles, as rânulas podem romper-se e liberar o conteúdo mucoso. 
Características histopatológicas 
Glândula salivar 
Vasos sanguineos 
Presença de macrófagos no interior da luz/bolha 
Material mucóide 
A mucina extravasada é circundada por tecido de granulação reacional que caracteristicamente 
contém histiócitos espumosos (macrófagos). 
Tratamento e prognóstico 
O tratamento da rânula consiste na remoção e/ou marsupialização da glândula sublingual. A 
marsupialização requer a remoção do teto da lesão intra-oral, permitindo assim o ducto da glândula 
sublingual restabeleça a comunicação com a cavidade oral. No entanto, este procedimento, é 
freqüentemente mal sucedido. O mais efetivo é a remoção da glândula envolvida, assim será 
prevenido a recidiva da rânula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 53 
 Pápula Verrucosa 
As lesões deste grupo relativamente pequeno apresentam-se como excrescências das mucosas. Elas 
variam de lesões insignificantes, de crescimento limitado, ao carcinoma verrucoso. 
Segundo Regezzi, 2000, as lesões fundamentais do tipo pápula verrucosa podem se manifestar nas 
seguintes patologias: 
Lesões Verrucosas-Papilares (Pápulas) 
LESÕES REACIONAIS 
Hiperplasia papilar 
Condiloma plano 
Papiloma Escamoso/Verruga Vulgar Bucal 
Condiloma Acuminado 
Hiperplasia Epitelial Focal 
NEOPLASMAS 
Ceratoacantoma 
Carcinoma Verrucoso 
ETIOLOGIA DESCONHECIDA 
Pioestomatite Vegetante 
Xantoma Verruciforme 
 
 
 54 
Papiloma 
 
 
 
É um crescimento papilar e verrucoso formado por epitélio benigno e pequenas quantidades de 
tecido conjuntivo de sustentação. É a lesão papilar mais comum da mucosa bucal, constituindo 
aproximadamente 2,5% das lesões da boca. Em alguns papilomas bucais, foi demonstrada a 
associação com o subtipo do mesmo vírus do papiloma humano (HPV). Outros papilomas bucais têm 
sido associados a diferentes subtipos do HPV. 
Etiologia 
Um suposto agente etiológico dos papilomas do trato aéreo digestivo superior é um membro do 
grupo dos papilomavírus, chamado atualmente de HPV. É um vírus DNA contendo uma única 
molécula de cadeia dupla do DNA. A replicação do HPV ocorre no núcleo das células epiteliais em 
conseqüência da estimulação da síntese do DNA celular. 
 
 
 
 
 
 55 
 
Características clínicas 
Podem ser encontrados no vermelhão dos lábios e na mucosa da boca, com predileção pelo palato 
duro, palato mole e úvula. Essas três últimas localizações constituem aproximadamente um terço 
das lesões encontradas. Em geral medem menos do que 1cm na maior dimensão e aparecem como 
alterações exofíticas da superfície, entre granulares e semelhantes a couve-flor. As lesões são 
comumente solitárias e assintomáticas. 
Características histopatológicas 
Proliferação do epitélio pavimentoso estratificado paraqueratinizado 
Espessamento da camada de ceratina (hiperparaqueratina) 
Atipia coilocitótica (células alteradas pelo vírus) 
Tecido muscular 
Tecido conjuntivo 
Crescimento exagerado do epitélio escamoso normal. Da superfície livre do epitélio, partem 
extensões sustentadas por um estroma de tecido conjuntivo bem vascularizado. As células epiteliais 
da parte superior podem apresentar coilocitose. Vários subtipos de HPV podem ser demonstrados 
nas referidas lesões. 
Diagnóstico diferencial 
Quando solitário, inclui o xantoma verruciforme, hiperplasia papilar e condiloma acuminado. 
Tratamento e prognóstico 
Apesar de muitos papilomas escamosos parecerem ser causados por vírus, a infecciosidade do HPV 
deve ser muito baixa. Nas lesões bucais, a via de transmissão do vírus é desconhecida, embora seja 
considerado o contato direto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Pápulas 
São pequenas lesões sólidas, circunscritas, elevadas, cujo diâmetro não ultrapassa 5 mm. 
Podem ser únicas ou múltiplas; 
Quando aglomeradas constituem um a placa papilomatosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 57 
Hiperplasia papilar inflamatória 
 
 
É um crescimento tecidual reacional, que usualmente desenvolve-se por baixo da dentadura. 
Embora a patogênese exata seja desconhecida, mais freqüentemente a condição parece estar 
relacionada a: 
Má adaptação da dentadura; 
Câmara de sucção; 
Má higienização da dentadura; 
Uso diário da dentadura durante 24 horas. 
Características clínicas 
Ocorre no palato duro, abaixo da base da dentadura. Menos freqüentemente, esta hiperplasia 
desenvolve-se no rebordo alveolar mandibular edêntulo ou na superfície de uma epúlide fissurada 
(hiperplasia fibrosa inflamatória). 
A mucosa apresenta-se eritematosa e apresenta uma superfície papilar ou pedregosa. Muitos casos 
estão associados com a "queimação" na boca por dentadura, por estar geralmente associada à 
candidose. 
A mucosa exibe numerosos crescimentos papilares na superfície, cobertos por epitélio escamoso 
estratificado hiperplásico. Nos casos avançados, esta hiperplasia tem aspecto pseudo-epitélio-
matoso. O tecido conjuntivo pode variar de frouxo e edematoso a densamente colagenizado. 
Usualmente observa-se infiltrado de células inflamatórias crônicas, que consiste em linfócitos e 
plasmócitos. Podem estar presentes leucócitos polimorfonucleares. Se as glândulas salivares 
subjacentes estão presentes, freqüentemente mostram sialoadenite esclerosante. 
 58 
 
Tratamento e prognóstico 
Para as lesões muito iniciais de hiperplasia papilar inflamatória, a remoção da dentadura pode 
permitir a diminuição do eritema e edema, e o tecido pode readquirir a aparência normal. A 
condição pode melhorar com o uso de antifúngicos sistêmicos ou tópico, para as lesões mais 
avançadas e colagenizadas recomenda-se a plastia das lesões (excisão com bisturi da espessura 
parcial ou total da lesão. 
Após a cirurgia, a prótese em uso deve ser revestida com material temporário que atue como 
curativo palatino, nesse caso utilizamos cimento cirúrgico. 
Nos casos que a prótese tem câmara de sucção, primeiro optamos por reembasar a prótese com 
RAAQ (resina acrílica ativada quimicamente),de forma progressiva a cada sessão, até a lesão 
regredir totalmente e após isso confeccionar uma prótese nova. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 59 
Nódulos 
São lesões sólidas , circunscritas, de localização superficial ou profunda e formadas por tecido 
epitelial, conjuntivo ou misto. Podem ser pediculados , quando seu maior diâmetro é superior ao da 
base de implantação, ou séssil, quando o da base é maior. Segundo Regezzi, 2000, as lesões 
fundamentais do tipo nódulo podem se manifestar nas seguintes doenças : 
Tumefações Submucosas (por região) (Nódulos) 
TUMEFAÇÕES GENGIVAIS 
Focais 
 Granuloma Piogênico 
 Granuloma Periférico de Células Gigantes 
 Fibroma Periférico 
 Parúlide 
 Exostose 
 Cisto Gengival 
 Cisto de Erupção 
 Epúlide Congênita do Recém-Nascido 
Hiperplasia generalizada 
 Gengivite Hiperplasia Inespecífica 
 Hiperplasia Induzida pelo Dilatin 
 Hiperplasia Induzida pelos Hormônios 
 Hiperplasia induzida pela Leucemia 
 Hiperplasia Fibrosa Idiopática 
 
 60 
Granuloma piogênico 
 
 
É um crescimento comum da cavidade bucal semelhante a um tumor, considerado de natureza não 
neoplásica. Considera-se que o granuloma piogênico representa uma reação tecidual exuberante a 
uma irritação local ou trauma. 
Características clínicas 
Variam em tamanho, podendo apresentar apenas alguns milímetros, a lesões maiores. A massa é 
indolor, embora com frequência, sangra facilmente devido à sua extrema vascularização. Apresenta 
crescimento rápido. Em 75% ocorre na gengiva (mais na face vestibular), os lábios, língua e mucosa 
jugal são outras localizações mais comuns. A história de trauma antes do desenvolvimento da lesão 
não é incomum. 
É comum em crianças e adultos jovens, com predileção pelo sexo feminino, possivelmente devido às 
alterações hormonais. 
Características histopatológicas 
Há uma proliferação altamente vascular, que lembra o tecido de granulação. Numerosos canais 
pequenos e grandes, revestidos por endotélio, são formados, estando obliterados por hemácias. 
Algumas vezes, estes vasos são organizados em agregados lobulares, e alguns patologistas se valem 
deste arranjo para elaborar o diagnóstico (hemangioma capilar lobular). Usualmente, a superfície é 
ulcerada e substitui por uma membrana fibrinopurulenta espessa. Um infiltrado celular inflamatório 
 61 
misto de neutrófilos, plasmócitos e linfócitos. Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou 
linfócitos B. Os linfócitos tem um papel importante na defesa do corpo.) é evidente. 
Tratamento e prognóstico 
Consiste na excisão cirúrgica conservadora da lesão, usualmente curativa. Para as lesões gengivais, a 
excisão deve se estender abaixo do periósteo e os dentes adjacentes devem ser raspados 
eficazmente, a fim de remover qualquer fonte de irritação contínua. Ocasionalmente as lesões 
recidivam. 
 
 
Hiperplasia fibrosa inflamatória 
 
 
Se desenvolve em associação com as bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada. 
Características clínicas 
Pode também ser denominada de epúlide fissurada. Apresenta-se como uma única ou múltiplas 
pregas de tecido hiperplásico no vestíbulo alveolar. Geralmente a massa é firme e fibrosa, embora 
algumas lesões sejam eritematosas e ulceradas, semelhantes ao Granuloma Piogênico. Seu tamanho 
pode variar de 1 cm até lesões grandes que envolvem a maior parte do comprimento vestibular. 
Freqüentemente se desenvolve na face vestibular. 
Acomete mais adultos e idosos, e está associada ao uso de prótese. A região anterior dos maxilares é 
atingida com maior frequência. 
 
 62 
Características histopatológicas 
Paraqueratina 
Epitélio pavimentoso estratificado paraqueratinizado 
Tecido conjuntivo fibroso denso; 
Infiltrado inflamatório crônico discreto. 
Há uma hiperplasia do tecido conjuntivo fibroso. Muitas vezes o epitélio é hiperceratótico. Um 
infiltrado inflamatório crônico variável esta presente, algumas vezes pode-se observar eosinófilos e 
folículos linfóides. 
Tratamento e prognóstico 
Remoção cirúrgica da lesão com exame microscópico. A prótese mal adaptada deve ser refeita ou 
corrigida para evitar a recorrência da lesão. 
 
 
 
 
 
 
 
 63 
Lesão periférica de células gigantes
 
Também pode ser denominado de granuloma periférico de células gigantes. É um crescimento 
semelhante a um tumor relativamente comum na cavidade bucal. É uma lesão reacional, provocada 
por agentes irritantes locais de trauma. 
Características clínicas e radiográficas 
Ocorre exclusivamente em gengiva ou no rebordo alveolar edêntulo, apresentando-se como uma 
massa nodular vermelha ou vermelho-azulada. Geralmente tem menos que 2 cm de diâmetro, mas 
geralmente pode ocorrer lesões maiores.Clinicamente é semelhante ao granuloma piogênico. 
Pode ocorrer em qualquer idade, mas prevalece na 5ª e 6ª década de vida. Aproximadamente 60% 
dos casos são em mulheres. Pode ocorrer na região anterior ou posterior, sendo a mandíbula 
ligeiramente mais afetada que a maxila. 
Embora seja uma lesão de tecidos moles, algumas vezes Pode ser observada uma reabsorção em 
forma de taça no osso alveolar subjacente. 
Características histopatológicas 
Há a presença de células gigantes multinucleadas em meio a muitas células mesenquimais ovóides 
fusiformes. As figuras mitóticas são comuns em meio às células mesenquimais. 
Há hemorragia abundante em toda a massa, que freqüentemente resulta no depósito de 
hemossiderina, especialmente na periferia da lesão. Em 50% dos casos a mucosa de recobrimento 
encontra-se ulcerada. Freqüentemente células inflamatórias agudas e crônicas adjacentes estão 
presentes. 
 64 
 
Tratamento e prognóstico 
Consiste na excisão cirúrgica local, abaixo do osso subjacente. Os dentes adjacentes devem ser 
raspados (com curetas periodontais), para eliminar qualquer foco de irritação e minimizar o risco de 
recidiva. Em aproximadamente 10% dos casos ocorre recidiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 65 
 
Neoplasias
 
 66 
 
 
 67 
 
 
A classificação dos tumores em benignos e malignos baseia-se nos efeitos que eles têm sobre o 
organismo do hospedeiro. Os tumores benignos são de crescimento lento, expansivo, e são bem 
tolerados pelo organismo do hospedeiro. Os tumores malignos têm crescimento rápido, de tipo 
infiltrativo, e produzem efeitos nocivos importantes, podendo, frequentemente, levar à morte. 
Outra das características no que se refere à diferença entre tumores malignos e tumores benignos 
está no seu grau de diferenciação; os tumores malignos são pouco diferenciados ou indiferenciados, 
enquanto que os tumores benignos são bem diferenciados. Conhecidos estes fatos é fácil 
compreender as principais diferenças morfológicas entre neoplasias benignas e malignas. Por fim, os 
tumores malignos dão metástases e os benignos não o fazem. 
Os tumores benignos, bem diferenciados são constituídos por células semelhantes às células do 
tecido de origem. Estas células se dispõem de forma harmônica em relação ao estroma e, no 
conjunto, a arquitetura do tumor lembra a arquitetura do tecido de origem. Como o crescimento é 
expansivo, os seus limites são nítidos quando crescem em superfície, fazem-no sob a forma de 
massas salientes de limites nítidos; quando crescem no interior de um órgão, assumem o aspecto de 
massas arredondadas, cujos limites também são nítidos, Tendo crescimento lento e sendo providas 
de estroma bem constituído, asneoplasias benignas raramente são sujeitas a processos 
degenerativos importantes, necrose ou hemorragia. O mesmo não acontece com os tumores 
malignos, nos quais a proporção parênquima/estroma nem sempre é a ideal, o que favorece 
degeneração, necrose e hemorragia. 
Devido ao fato de os tumores benignos serem constituídos por tecidos, cuja estrutura é muito 
semelhante à dos tecidos de origem, é frequente que suas células sejam funcionantes. O resultado é 
que tumores benignos glandulares secretam, e existe tendência a que a secreção se acumule, pois, 
embora a arquitetura do tumor seja semelhante à do tecido original, nem sempre os tumores são 
providos de ductos excretores eficientes. O acúmulo de secreções no interior de tumores benignos 
de glândulas determina a formação de cistos e esta é uma característica estrutural que pode ser 
muito importante. Menos frequentemente, também os tumo¬res malignos podem ser císticos pelas 
mesmas razões. 
O exame histológico é o método ideal para que se distingam tumores benignos de malignos. Embora 
os caracteres macroscópicos acima referidos sejam importantes, é necessário enfatizar que somente 
por meio da histologia é que é pos¬sível diferenciar de maneira segura tumores benignos e tumores 
malignos. Ao exame microscópico, as diferenças de grau de diferenciação entre as células benignas e 
malignas são claras. Os tumores benignos são constituídos por células bem diferenciadas, 
semelhantes às células do tecido de origem, com núcleo relativamente pequeno, citoplasma 
abundante e raras mitoses; seus limites com os tecidos adjacentes são precisos e frequentemente é 
possível identificar uma pseu¬docápsula. As células que compõem os tumores malignos são menos 
diferenciadas e, portanto, menos parecidas com as do tecido de origem; estas células têm variações 
importantes de forma e volume, seus núcleos são também diferentes; há núcleos volumosos, 
bizarros, de limites imprecisos; a cromatina é densa, irregular; há nucléolos proeminentes e são 
frequentes as figuras de mitoses típicas e atípicas ou anômalas. 
Os limites entre o tecido tumoral e o tecido normal são imprecisos; é possível observar a invasão da 
cápsula e dos interstícios do tecido normal pelas células do tumor. Com certa frequência é possível 
 68 
identificar células tumorais no interior de vasos linfáticos e sanguíneos, sendo também frequente a 
observação de acúmulos de células tumorais em linfáticos perineurais dos tecidos vizinhos. 
Os tumores benignos permanecem localizados no ponto em que se originaram e nunca dão 
metástases. Os tumores malignos podem dar metástases, isto é, têm tendência a se disseminar para 
outros locais. 
Embora as diferenças estruturais sejam as mais importantes na distinção de tumores benignos e 
malignos, não podemos deixar de lembrar que não é apenas o grau de diferenciação que faz com 
que o tumor seja maligno. Algumas vezes, a sua localização desempenha papel muito importante no 
que se refere aos efeitos que ele pode ter sobre o hospedeiro. Como exemplo, podemos citar 
tumores benignos que se localizam na parede do aqueduto de Silvius, ou ainda tumores benignos 
que produzem excesso de hormônios. Em ambos os casos, o tumor benigno produzirá efeitos graves 
sobre o hospedeiro, podendo mesmo levá-Io à morte. 
Enquanto que para a maioria dos casos o exame microscópico permite distinguir com segurança 
benigno de maligno, esta regra tem exceções. De fato, há tumores que mesmo com o mais acurado 
exame histológico não é possível de se afirmar com segurança se ele vai comportar-se como benigno 
ou como maligno. Para estes tumores, foram criadas designações especiais como: tumores de 
malignidade duvidosa, tumores de comportamento incerto ou ainda tumores borderline. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 69 
HEMOGRAMA 
 
No nosso sangue circulam três tipos básicos de células, todas produzidas na medula óssea. São estas 
células que estudamos através do hemograma: 
– Hemácias (glóbulos vermelhos). 
– Leucócitos (glóbulos brancos). 
– Plaquetas. 
Os atuais valores de referência do hemograma foram estabelecidos na década de 1960, após 
observação de vários indivíduos sem doenças. O considerado normal é, na verdade, os valores que 
ocorrem em 95% da população sadia. 5% das pessoas sem problemas médicos podem ter valores do 
hemograma fora da faixa de referência (2,5% um pouco abaixo e outros 2,5% um pouco acima). 
Portanto, pequenas variações para mais ou para menos não necessariamente indicam alguma 
doença. Obviamente, quanto mais afastado um resultado se encontra do valor de referência, maior 
a chance disto verdadeiramente representar alguma patologia. 
Não vou me ater muito em valores específico, uma vez que os laboratórios atualmente fazem essa 
contagem automaticamente através de máquinas, e os valores de referência sempre vêm impressos 
nos resultados. Cada laboratório tem o seu valor de referência próprio e, em geral, são todos muito 
semelhantes. 
A- ERITROGRAMA 
Hemograma completo 
Exemplo de Hemograma – Parte do eritrograma 
O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos vermelhos, ou seja, das 
hemácias, também chamadas de eritrócitos. 
Vejam esse exemplo fictício ao lado. Lembre-se que os valores de referência podem variar entre os 
laboratórios. 
Os três primeiros dados, contagem de hemácias, hemoglobina e hematócrito, são analisados em 
conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo número de glóbulos vermelhos no 
sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias circulantes. 
O hematócrito é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um hematócrito de 45% 
significa que 45% do sangue é compostos por hemácias. Os outros 55% são basicamente água e 
todas as outras substâncias diluídas. Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue 
é, na verdade, composto por células vermelhas. 
Se por um lado a falta de hemácias prejudica o transporte de oxigênio, por outro, células vermelhas 
em excesso deixam o sangue muito espesso, atrapalhando seu fluxo e favorecendo a formação de 
coágulos. 
 
 70 
A hemoglobina é uma molécula que fica dentro da hemácia. É a responsável pelo transporte de 
oxigênio. Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma 
anemia. 
O volume globular médio (VGM) ou volume corpuscular médio (VCM), mede o tamanho das 
hemácias. Um VCM elevado indica hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes. VCM 
reduzidos indicam hemácias microcíticas, isto é, de tamanho diminuído. 
Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por carência de ácido 
fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que anemias por falta de ferro se apresentam com 
hemácias pequenas. Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal. 
Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia. 
O CHCM (concentração de hemoglobina corpuscular média) ou CHGM (concentração de 
hemoglobina globular média) avalia a concentração de hemoglobina dentro da hemácia. 
O HCM (hemoglobina corpuscular média) ou HGM (hemoglobina globular média) é o peso da 
hemoglobina dentro das hemácias. 
Os dois valores indicam basicamente a mesma coisa, a quantidade de hemoglobina nas hemácias. 
Quando as hemácias têm poucas hemoglobinas, elas são ditas hipocrômicas. Quando têm muitas, 
são hipercrômicas. 
Assim como o VCM , o HCM e o CHCM também são usados para diferenciar os vários tipos de 
anemia. 
O RDW é um índice que avalia a diferença de tamanho entre as hemácias. Quando este está elevado 
significa que existem muitas hemácias de tamanhos diferentescirculando. Isso pode indicar 
hemácias com problemas na sua morfologia. É muito comum RDW elevado, por exemplo, na 
carência de ferro, onde a falta deste elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando 
à formação de uma hemácia de tamanho reduzido. 
Excetuando-se o hematócrito e a hemoglobina, que são de fácil entendimento, os outros índices do 
eritrograma são mais complexos e pessoas sem formação médica dificilmente conseguirão 
interpretá-los de forma correta. É preciso conhecer bem todos os tipos de anemia para que esses 
dados possam ser úteis. 
B- LEUCOGRAMA 
O leucograma é a parte do hemograma que avalia os leucócitos. Estes são também conhecidos como 
série branca ou glóbulos brancos. São as células de defesa responsáveis por combater agentes 
invasores. 
Os leucócitos são, na verdade, um grupo de diferentes células, com diferentes funções no sistema 
imune. Alguns leucócitos atacam diretamente o invasor, outros produzem anticorpos, outros apenas 
fazem a identificação, e assim por diante. 
O valor normal dos leucócitos varia entre 4000 a 11000 células por microlitro (ou milímetros 
cúbicos) 
 
 
 71 
Existem cinco tipos de leucócitos, cada um com suas particularidades, a saber: 
1) Neutrófilos 
O neutrófilo é o tipo de leucócito mais comum. Representa, em média, de 45% a 75% dos leucócitos 
circulantes. Os neutrófilos são especializados no combate a bactérias. Quando há uma infecção 
bacteriana, a medula óssea aumenta a sua produção, fazendo com que sua concentração sanguínea 
se eleve. Portanto, quando temos um aumento do número de leucócitos totais, causado 
basicamente pela elevação dos neutrófilos, estamos provavelmente diante de um quadro infeccioso 
bacteriano. 
Os neutrófilos têm um tempo de vida de aproximadamente 24-48 horas. Por isso, assim que o 
processo infeccioso é controlado, a medula reduz a produção de novas células e seu níveis 
sanguíneos retornam rapidamente aos valores basais. 
Neutrofilia = é o termo usado quando há um aumento do número de neutrófilos. 
Neutropenia = é o termo usado quando há uma redução do número de neutrófilos. 
2) Segmentados e bastões 
Os bastões são os neutrófilos jovens. Quando estamos infectados, a medula óssea aumenta 
rapidamente a produção de leucócitos e acaba por lançar na corrente sanguínea neutrófilos jovens 
recém-produzidos. A infecção deve ser controlada rapidamente, por isso, não há tempo para esperar 
que essas células fiquem maduras antes de lançá-las ao combate. Em uma guerra o exército não 
manda só os seus soldados mais experientes, ele manda aqueles que estão disponíveis. 
Normalmente, apenas 4% a 5% dos neutrófilos circulantes são bastões. A presença de um percentual 
maior de células jovens é uma dica de que possa haver um processo infeccioso em curso. 
No meio médico, quando o hemograma apresenta muitos bastões chamamos este achado de 
“desvio à esquerda”. Esta denominação deriva do fato dos laboratórios fazerem a listagem dos 
diferentes tipos de leucócitos colocando seus valores um ao lado do outro. Como os bastões 
costumam estar à esquerda na lista, quando há um aumento do seu número diz-se que há um desvio 
para a esquerda no hemograma. Portanto, se você ouvir o termo desvio à esquerda, significa apenas 
que há um aumento da produção de neutrófilos jovens. 
Os neutrófilos segmentados são os neutrófilos maduros. Quando o paciente não está doente ou já 
está em fase final de doença, praticamente todos os neutrófilos são segmentados, ou seja, células 
maduras. 
3) Linfócitos 
Os linfócitos são o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos. Representam de 15 a 45% dos 
leucócitos no sangue. 
Os linfócitos são as principais linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento de 
tumores. São eles também os responsáveis pela produção dos anticorpos. 
Quando temos um processo viral em curso, é comum que o número de linfócitos aumente, às vezes, 
ultrapassando o número de neutrófilos e tornando-se o tipo de leucócito mais presente na 
circulação. 
 
 72 
Os linfócitos são as células que fazem o reconhecimento de organismos estranhos, iniciando o 
processo de ativação do sistema imune. Os linfócitos são, por exemplo, as células que iniciam o 
processo de rejeição nos transplantes de órgãos 
Os linfócitos também são as células atacadas pelo vírus HIV. Este é um dos motivos da AIDS (SIDA) 
causar imunossupressão e levar a quadros de infecções oportunistas. 
Linfocitose = é o termo usado quando há um aumento do número de linfócitos. 
Linfopenia = é o termo usado quando há redução do número de linfócitos. 
Obs: linfócitos atípicos são um grupo de linfócitos com morfologia diferente, que podem ser 
encontrados no sangue. Geralmente surgem nos quadros de infecções por vírus, como 
mononucleose, gripe, dengue, catapora, etc. Além das infecções, algumas drogas e doenças auto-
imunes, como lúpus, artrite reumatoide e síndrome de Guillain-Barré, também podem estimular o 
aparecimento de linfócitos atípicos. Atenção, linfócitos atípicos não têm nada a ver com câncer. 
4) Monócitos 
Os monócitos normalmente representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes. São ativados tanto 
em processos virais quanto bacterianos. Quando um tecido está sendo invadido por algum germe, o 
sistema imune encaminha os monócitos para o local infectado. Este se ativa, transformando-se em 
macrófago, uma célula capaz de “comer” micro-organismos invasores. 
Os monócitos tipicamente se elevam nos casos de infecções, principalmente naquelas mais crônicas, 
como a tuberculose. 
5) Eosinófilos 
Os eosinófilos são os leucócitos responsáveis pelo combate de parasitas e pelo mecanismo da 
alergia. Apenas 1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos. 
O aumento de eosinófilos ocorre em pessoas alérgicas, asmáticas ou em casos de infecção intestinal 
por parasitas. 
Eosinofilia = é o termo usado quando há aumento do número de eosinófilos 
Eosinopenia = é o termo usado quando há redução do número de eosinófilos 
6) Basófilos 
Os basófilos são o tipo menos comum de leucócitos no sangue. Representam de 0 a 2% dos glóbulos 
brancos. Sua elevação normalmente ocorre em processos alérgicos e estados de inflamação crônica. 
Conclusão 
Quando os leucócitos estão aumentados, damos o nome de leucocitose. Quando estão diminuídos 
chamamos de leucopenia. A leucocitose pode ser causada por uma linfocitose ou por uma 
neutrofilia, por exemplo. Já a leucopenia pode surgir devido a uma linfopenia ou neutropenia. 
Quando notamos aumento ou redução dos valores dos leucócitos é importante ver qual das seis 
linhagens descritas anteriormente é a responsável por essa alteração. Como neutrófilos e linfócitos 
são os tipos mais comuns, estes geralmente são os responsáveis pelo aumento ou diminuição da 
concentração dos leucócitos. 
 
 73 
Grandes elevações podem ocorrer nas leucemias, que nada mais é que o câncer dos leucócitos. 
Enquanto processos infecciosos podem elevar os leucócitos até 20.000-30.000 células/mm3, na 
leucemia estes valores ultrapassam facilmente as 50.000 cel/mm3. 
As leucopenias normalmente ocorrem por lesões na medula óssea. Podem ser por quimioterapia, 
por drogas, por invasão de células cancerígenas ou por invasão por micro-organismos. 
C- PLAQUETAS 
As plaquetas são fragmentos de células responsáveis pelo início do processo de coagulação. Quando 
um tecido de qualquer vaso sanguíneo é lesado, o organismo rapidamente encaminha as plaquetas 
ao local da lesão. As plaquetas se agrupam e formam um trombo, uma espécie de rolha ou tampão, 
que imediatamente estanca o sangramento. Graças à ação das plaquetas, o organismo tem tempo 
de reparar os tecido lesados sem que haja muita perda de sangue. 
O valornormal das plaquetas varia entre 150.000 a 450.000 por microlitro (uL). Porém, até valores 
próximos de 50.000, o organismo não apresenta dificuldades em iniciar a coagulação. 
Quando os valores se encontram abaixo das 10.000 plaquetas/uL há risco de morte, uma vez que 
pode haver sangramentos espontâneos. 
Trombocitopenia é como chamamos a redução da concentração de plaquetas no sangue. 
Trombocitose é o aumento. 
A dosagem de plaquetas é importante antes de cirurgias e para avaliar quadros de sangramentos 
sem causa definida. 
Considerações finais 
Quando temos redução de duas das três linhagens de células do sangue, chamamos de bicitopenia. 
Quando os três tipos de células estão reduzidos, damos o nome de pancitopenia. Doenças que 
cursam com inflamação crônica, como o lúpus, por exemplo, podem se apresentar com redução de 
uma, duas ou das três linhagens. Na verdade, qualquer agressão à medula óssea, seja por 
medicamentos, infecções ou doenças, pode causar diminuição da produção das células do sangue. 
Não é preciso nenhuma preparação, nem estar em jejum, para se colher sangue para o hemograma. 
O termo hemograma completo é apenas um preciosismo, já que não existe hemograma incompleto. 
Se o médico quiser apenas saber o valor do hematócrito e da hemoglobina, ele solicita um 
eritrograma. Se quiser ver apenas o valor dos leucócitos, é só pedir um leucograma. Se o alvo for 
apenas as plaquetas, solicita-se um plaquetograma. Quando se pede um hemograma, está implícito 
que o médico quer a avaliação das três linhagens (hemácias, leucócitos e plaquetas). 
 
 
 
 
 
 
 
 74 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 Os exames complementares fornecem informações necessárias para a realização do 
diagnóstico de uma determinada alteração ou doença. Vale ressaltar que a realização ou 
solicitação de um exame complementar devem ser direcionar levando-se em consideração os 
dados obtidos através da anamnese e exame físico, sabendo exatamente o que pretende-se obter 
e conhecendo corretamente o valor e limitações do exame solicitado. 
 
EXAMES DE IMAGEM 
RADIOGRAFIA 
 É de uso comum em todas as especialidades e de uso freqüente em odontologia. Para 
avaliação de lesões bucais é principalmente utilizada quando afetam tecido ósseo, 
principalmente maxila e mandíbula. Em determinadas situações, a radiografia será conclusiva, 
como na detecção de corpos estranhos, dentes retidos, anadontias parciais, fraturas radiculares 
e anomalias de posição. 
SIALOGRAFIA 
 É o exame radiográfico das glândulas salivares maiores após a injeção de substância 
como meio de contraste, revelando detalhadamente o seu sistema excretor. É usada no estudo 
anatômico e funcional das glândulas parótidas e submandibulares com suspeita de anomalias 
como síndrome de Sjögren, sialoadenites crônicas e tumores. 
ULTRASONOGRAFIA 
 A ultrasonografia (US) ou ecografia é um método exclusivamente anatômico, 
propiciando a realização da "macroscopia patológica" in vivo através de vibrações de alta 
freqüência 7-10MHz que se refletem nas interfaces de tecidos de diferentes densidades. Nas 
intensidades utilizadas para fins diagnósticos não produz alterações nos tecidos que atravessa. 
A ultrasonografia é utilizada principalmente nas patologias das glândulas tireóide e 
paratireóide, glândulas salivares e massas cervicais. 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
A tomografia computadorizada (TC) foi descoberta em 1972 na Inglaterra por Godfrey 
Hounsfield e James Ambrose. O aparelho de TC consiste basicamente de um tubo de raios X 
que emite raios em intervalos, enquanto roda 180o 
 em torno da cabeça do paciente. A grande 
 75 
vantagem da TC sobre os outros métodos radiográficos é que num mesmo estudo avalia as 
estruturas ósseas e os componentes de partes moles, usando dose de irradiação menor para o 
paciente do que uma planigrafia linear ou multidirecional. 
RESSONÂNCIA NUCLEAR MAGNÉTICA 
É considerada com um dos maiores avanços da medicina em matéria de diagnóstico 
por imagem neste século. Seus princípios são bastante complexos e envolvem 
conhecimentos nas mais diversas áreas das ciências exatas. A grande vantagem da RNM 
está segurança, já que não usa radiação ionizante. Os prótons dos tecidos são submetidos a 
um campo magnético e tendem a alinharem-se contra ou a favor desse campo. O Contraste 
da imagem em RNM é baseado nas diferenças de sinal entre distintas áreas ou estruturas que 
comporão a imagem. A RNM tem a capacidade de mostrar características dos diferentes 
tecidos do corpo com um contraste superior a Tomografia Computadorizada (TC) na 
resolução de tecidos ou partes moles. Apesar de grande aplicabilidade a RNM tem algumas 
desvantagens. Por utilizar campos magnéticos de altíssima magnitude, é potencialmente 
perigosa para aqueles pacientes que possuem implantes metálicos em seus organismos, 
sejam marcapassos, pinos ósseos de sustentação, clips vasculares e etc. Esses pacientes 
devem ser minuciosamente interrogados e advertidos dos riscos de aproximarem-se de um 
magnético e apenas alguns casos, com muita observação, podem ser permitidos. Outra 
desvantagem está na pouca definição de imagem que a RNM tem de tecidos ósseos normais, 
se comparada à TC, pois esses emitem pouco sinal. 
EXAMES LABORATORIAIS \ EXAMES HEMATOLÓGICOS 
 A maioria das doenças hematológicas determina o aparecimento de significativas 
manifestações bucais. Muitas vezes estas são as primeiras manifestações clínicas da doença 
fazendo com que, em muitas ocasiões, o dentista seja o primeiro profissional a suspeitar ou 
mesmo diagnosticar graves doenças sistêmicas de natureza hematológica. 
 Na anamnese, o dentista deve interrogar sobre a ocorrência de hemorragias, analisando 
fatores importantes como: local, duração e a gravidade da perda de sangue, causa aparente de 
hemorragia, aparecimento de hematoma e os antecedentes familiares de hemorragia. Ao 
suspeitar de condição hemorrágica, o profissional deverá solicitar os exames adequados. Caso 
os exames revelem alterações de normalidade, o paciente deve ser encaminhado ao 
hematologista para que o tratamento seja efetuado. 
 76 
 A nível odontológico, a verificação do tempo de coagulação (TC), tempo de 
sangramento (TS) e realização do teste de fragilidade capilar (FC), são exames simples, 
realizáveis no próprio consultório, de fácil interpretação e suficientes para verificar a presença 
de alterações significativas na hemostasia. 
 O hemograma é uma bateria de exames complementares. Consiste na contagem de 
glóbulos vermelhos e brancos, dosagem de hemoglobina, determinação do valor globular 
médio, contagem específica de leucócitos e, eventualmente, na contagem de plaquetas. O 
hemograma está indicado nos processos infecciosos agudos, nos infecciosos supurativos ou 
não, nos alérgicos específicos, nas moléstias leucopênicas e nas moléstias próprias do aparelho 
hematopoiético. A interferência na série vermelha é pequena nestes processos. Entretanto, o 
hemograma fornece informações precisas nos estados anêmicos, evidenciando o número, 
forma, tamanho e coloração das hemácias, proporcionando melhor identificação das anemias. 
EXAME DE URINA 
 A urina é o resultado da filtração de plasma pelo glomérulo e dos processos de 
reabsorção e excreção exercidos pelos túbulos renais. O exame de urina é outro componente 
laboratorial valioso na rotina do complexo pré-operatório. É um dos demonstradores das 
numerosas manifestações de doenças sistêmicas. Os elementos de maior importância no exame 
de urina e que devem ser analisados são: densidade, volume, cor, aspecto, pH, glicosúria, 
acetonúria, piúria, hematúria e bile. 
OUTROS EXAMES 
O dentista pode ainda solicitar outros tipos de exames laboratoriaiscomo: reação do 
Machado-Guerreiro, na doença de Chagas; reação de Montenegro, que é uma prova 
intradérmica, para diagnóstico de Leishmaniose brasiliense; reação de Sabin e Feldman, na 
toxoplasmose; reação de Mantoux, na tuberculose; reação de Mitsuda na hanseníase (lepra). 
 Além dos anteriormente mencionados, podem ter aplicação na clínica odontológica a 
taxa de glicemia e exames sorológicos para lues. São bem conhecidos os problemas que podem 
aparecer no tratamento odontológico de um paciente diabético. O dentista deve estar sempre 
atento, a fim de detectar sinais e sintomas que possam sugerir a presença de tal afecção. A 
dificuldade de cicatrização, hálito cetônico, xerostomia, história de poliúria e sede excessiva 
são dados que indicam a requisição da determinação da taxa de glicemia. Se esta apresentar alta 
dosagem, estará confirmada a hipótese clínica de diabetes e o paciente deve ser encaminhado 
 77 
ao médico para tratamento. A presença de úlceras e placas na mucosa bucal, o clínico deve 
pensar na possibilidade de etiologia luética e requisitar, quando julgar necessário, os exames 
complementares específicos que irão ou não confirmar tal suspeita. 
CITOLOGIA ESFOLIATIVA 
 É um método laboratorial que consiste basicamente na análise de células que descamam 
fisiologicamente da superfície. Não é um método recente e sua utilização é anterior à metade 
do século XIX. Deve-se a Papanicolaou & Traut, em 1943, com a apresentação e valorização 
dos achados citológicos em colpocitologia, a aceitação universal do método no diagnóstico do 
câncer da genitália feminina. Em 1951, Muller e col. utilizaram a citologia na mucosa bucal. 
Folson e col., em 1972, justificaram bem a razão do método útil e válido: 
 -sob condições normais, existe uma forte aderência entre as camadas mais profundas do 
epitélio, o que dificulta a sua remoção. 
 - nas lesões malignas e em alguns processos benignos, essa aderência ou coesão celular é 
bastante frágil, o que permite facilmente sua remoção. 
 - nos processos malignos, as células apresentam alterações características especiais que as 
diferenciam das células normais, tais como: núcleos irregulares e grandes, bordas 
nucleares irregulares e proeminentes, hipercromatismo celular, perda da relação núcleocitoplasma, 
nucléolos proeminentes e múltiplos, discrepância de maturação em conjunto de 
células, mitoses anormais e pleomorfismo celular. 
 - cerca de 90% dos tumores malignos de boca são de origem epitelial, o que vem favorecer o 
uso de citologia esfoliativa. 
 A fidelidade da citologia esfoliativa na detecção do câncer bucal foi demonstrada em 
diversos trabalhos. Entre eles, ressalta o resultado de um estudo citológico e histopatológico 
realizado com 118.194 indivíduos no programa "Oral Exfoliative Cytology Veteranis 
Administration Cooperative Study, Washington, D.C." publicados por Sandler em 1963. Em 
592 lesões encontradas na amostra, os resultados citológicos e histopatológicos foram 
semelhantes em 577 casos, o que conferiu à citologia uma fidelidade de 97%. 
 Valor de citologia esfoliativa no diagnóstico de lesões benignas de boca, é revelado por 
sua aplicação na confirmação de diagnóstico de outras entidades como pênfigos, herpes, 
paracoccidioidomicose, candidose, lesões císticas por aspiração do conteúdo líquido e 
esfregaço do material obtido. 
 78 
Vantagens 
 - método simples e praticado sem anestesia 
- rápida execução 
- não leva paciente ao estado de ansiedade provocado, às vezes pela biópsia 
- barato 
 Limitações 
 -evidencia apenas lesões superficiais 
 - o diagnóstico geralmente não é fundamentado num resultado positivo para malignidade, pois 
neste caso a biópsia será indispensável para confirmação definitiva 
-em caso de malignidade sempre indica a necessidade de uma biópsia, e em caso de resultado 
negativo pode permanecer a dúvida. 
 Indicações 
 -infecções fúngicas (candidose, paracoccidioidomicose) 
 -doenças auto-imunes (pênfigo) 
 -infecções virais (herpes primária, herpes recorrente) 
 
 Contra-indicações 
 -lesões profundas cobertas por mucosa normal 
 -lesões com necrose superficial 
 -lesões ceratóticas 
 Procedimento 
 O exame fundamenta-se na raspagem das células superficiais de uma determinada lesão, 
confecção do esfregaço sobre a lâmina de vidro, fixação, coloração e exame microscópico. O 
resultado da citologia esfoliativa é fornecido de acordo com o código de classificação de 
esfregaço apresentado por Papanicolaou & Traut e modificado por Folson e col. 
 classe 0 - material inadequado ou insuficiente para exame 
 classe I - células normais 
 classe II - células atípicas, mas sem evidências de malignidade 
 classe III - células sugestivas, mas não conclusivas de malignidade 
 classe IV - células fortemente sugestivas de malignidade 
 classe V - células indicando malignidade 
 79 
 Sempre que o resultado estiver enquadrado nas classes III, IV e V se faz necessária a 
biópsia para confirmar resultado. Atualmente os patologistas preferem descrever a alteração, 
isto é, presença ou ausência de células malignas. 
 A citologia esfoliativa da mucosa bucal não teve um desenvolvimento acentuado, 
talvez em decorrência do número de resultados falsos negativos que podem ocorrer, 
principalmente pela deficiência, na coleta do material e de citopatologistas experientes. 
 Considera-se que a citologia esfoliativa não é um método que propicie o diagnóstico 
definitivo de uma lesão mas, é de grande valia para orientação diagnóstica, o que eqüivale a 
afirmar que deve ser feita, mas nunca em detrimento da análise histopatológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 80 
BIÓPSIA 
 
 É um procedimento cirúrgico simples, rápido e seguro, em que parte da lesão ou toda a 
lesão de tecido mole ou ósseo é removida, para estudo de suas características microscópicas. A 
biópsia permite fazer uma correlação entre os achados clínicos e histopatológicos 
determinando, na grande maioria dos casos, o diagnóstico definitivo. 
 Indicações 
 - toda lesão cuja história e características clínicas não permitam elaboração do diagnóstico e 
que não apresente evidência de cura dentro de um período não superior a duas semanas 
 - em tecidos retirados cirurgicamente, quando ainda não se tem um diagnóstico prévio 
 - lesões intra-ósseas que não possam ser positivamente identificadas através de exames de 
imagem 
 Contra-indicações 
 - tumores encapsulados (para não provocar difusão para tecidos vizinhos) Ex. Adenoma 
pleomórfico em glândula parótida 
- em lesões angiomatosas (Ex. hemangioma), a indicação de biópsia deve ser criteriosa e 
quando realizada deve seguir normas de segurança evitando complicações, principalmente 
hemorragia. 
A realização de biópsia em lesões pigmentadas da mucosa oral não necessita de margem de 
segurança. Atualmente sabe-se que uma lesão pigmentada que foi biopsiada e diagnosticada 
como melanoma não tem seu prognóstico alterado por ter sido biopsiada previamente à 
cirurgia. 
Não biopsiar áreas de necrose porque não há detalhes celulares. 
 Tipos de biópsia 
 Biópsia incisional - apenas parte da lesão é removida. É indicada em caso de lesões 
extensas ou de localização de difícil acesso. 
 Biópsia excisional - toda a lesão é removida. É indicada em lesões pequenas e de fácil 
acesso. 
 A amostra deve ser enviada ao laboratório para exame histopatológico sempre 
acompanhada de um relatório onde são discriminados os seguintes dados: data da biópsia, 
nome, idade e sexo do paciente, nome do operador, local da biópsia, descrição breve dos 
 81 
aspectos clínicos da lesão e hipóteses diagnósticas. Em casode biópsia óssea enviar 
radiografia. 
 Seqüência de biópsia 
 - infiltração da solução anestésica na periferia da lesão ou usar-se de anestesia regional. 
 - incisão do tecido a ser biopsiado (bisturi ou punch) 
 - preensão da peça com pinça "dente de rato" 
 - corte ou remoção da peça com tesoura ou mesmo bisturi 
 - colocação do tecido removido em vidro com formol 10% 
 - sutura da região quando necessário 
 - relatório do espécime e envio ao laboratório 
Biópsia incisional com uso de punch 
 O punch é um instrumento cilíndrico oco, de extremidade afiada, biselada, com vários 
diâmetros, sendo os mais utilizados de 4,5 e 6 mm. A outra extremidade é o cabo que irá 
auxiliar a pressão e a rotação do instrumento sobre o tecido a ser biopsiado. A peça em forma 
cilíndrica é liberada seccionando-se com um tesoura e tracionando-a com auxílio de uma pinça 
"dente de rato". Os espécimes são de muita boa qualidade, não macerados, facilitando o 
trabalho do patologista. 
Biópsia incisional com uso de saca-bocados 
 Os saca-bocados são pinças com parte ativa em ângulo e com a ponta em forma de 
concha que ao ser fechada corta o fragmento de tecido. Por macerarem demasiadamente os 
tecidos, esses instrumentos são empregados com muita raridade. São utilizados em lesões de 
difícil acesso, especialmente na borda lateral posterior da língua e na orofaringe. 
Complicações das biópsias 
 Variam de acordo com localização, tamanho e relação destas com órgãos vizinhos. As 
complicações mais freqüentes são: hemorragias, infecções e má cicatrização. 
 Principais causas de erros e falhas das biópsias 
 - falta de representatividade do material colhido 
 - manipulação inadequada da peça 
 - fixação inadequada 
 - introdução de anestésico sobre a lesão 
 - uso de substâncias anti-sépticas corantes 
 82 
 - informações deficientes 
 - troca de material pelo clínico ou pelo laboratório 
BIÓPSIA ASPIRATIVA COM AGULHA FINA 
É um método utilizado para análise citológica de material obtido através da aspiração 
por agulha fina. Exige preparação para a realização do procedimento e principalmente para a 
interpretação do material colhido. A coleta do material é realizada a nível ambulatorial 
dispensando a internação do paciente, com o mínimo de desconforto e sem a necessidade de 
anestesia em lesões superficiais. Em lesões profundas pode ser realizada anestesia somente na 
área onde a agulha será introduzida. A principal indicação é para diferenciar tumores benignos 
de malignos. No entanto, em várias situações o diagnóstico final pode ser estabelecido. De 
acordo com estudos estatísticos, a punção é concordante com o diagnóstico final em 85 a 100% 
das histologias, sendo utilizada em alguns casos como único recurso diagnóstico para 
planejamento do tratamento. 
A punção pode ser utilizada em praticamente todas as regiões do corpo. Entretanto, tem 
maior indicação em locais de difícil acesso, onde a biópsia convencional provocaria maior 
dificuldade para realização. A tireóide e a mama são os dois principais órgãos que mais são 
investigados pela técnica da punção aspirativa, pois freqüentemente apresentam tumorações 
com aumento de volume. Na região de cabeça e pescoço, além da tireóide, é utilizada 
principalmente em massas cervicais e glândulas salivares maiores.. 
Em algumas situações, lesões pequenas não palpáveis, são observadas apenas através de 
exames de imagem como ultrassonagrafia, mamografia e tomografia computadorizada. Nestes 
casos, a biópsia aspirativa dirigida por ultrassom ou tomografia é muito importante. Nos órgãos 
internos como pulmão, fígado e próstata, a punção também pode ser guiada por exames de 
imagem, principalmente a ultrasonografia e tomografia computadorizada. 
 Para a realização do exame utiliza-se o cito-aspirador, que é um aparelho onde acoplase 
uma seringa de l 0 ml com uma agulha de 2,0 cm, calibre 24. Após a fixação do nódulo a 
agulha é introduzida e movimentada rapidamente com pressão negativa. O material aspirado é 
colocado em laminas de vidro que posteriormente serão examinadas. 
 O exame praticamente não provoca nenhum dano tecidual importante e as 
complicações são raras, limitando-se a pequenos hematomas e discreta dor local que cessa em 
geral em algumas horas. Nos casos de biópsia de lesões profundas em órgãos como fígado, 
 83 
pâncreas, pulmões, onde se utiliza agulha mais longa e mais calibrosa, torna-se necessária 
observação médica e repouso. 
EXAME DE CONGELAÇÃO 
É realizado durante o ato cirúrgico quando houver a necessidade de se definir a 
natureza da lesão (benigna ou maligna) ou para avaliar se as margens de ressecção cirúrgica 
estão livres ou comprometidas pela neoplasia. É realizado através do congelamento do 
fragmento a ser analisado, que é cortado e corado em uma lâmina de vidro que será estudada 
pelo patologista para obter as informações necessárias. Este é um procedimento preliminar 
com indicações precisas uma vez que apresenta restrições devido a limitações próprias do 
método. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 84 
Anomalias dentárias em Radiografia 
 
 
Macrodontia: caracteriza-se pelo aumento do dente
 
 
 
 
 85 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Microdontia: caracteriza-se pela diminuição do volume do dente. 
 
 
 
 
 
 
 
 86 
 
 
 
Cúspide supranumerária: É composta de esmalte e dentina normais. A fissura existente entre um 
cíngulo aumentado e a face lingual, é mais susceptível à cáries (restauração profilática) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 87 
 
 
 
Geminação: É a divisão do germe dentário, durante o período de evolução dando lugar à formação 
de uma coroa dupla com um conduto radicular único. 
 
 
 
 88 
 
 
Fusão: É uma condição na qual dois germes dentários encontram-se unidos dando aspecto 
radiográfico de dois condutos e duas raizes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 89 
Concrescência: É uma condição na qual dois ou mais dentes estão unidos pelo cemento, após a 
formação da coroa. 
* Pode ser devido à trauma ou quando da formação dos dentes, acontecer uma reabsorção do osso 
interdental e ocorrer uma deposição de cemento fusionando as raízes destes dentes. 
* É mais comum entre o 2º e o 3º Molar superior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 90 
Dens in dente (Dens invaginatus): Aparece com maior freqüência na região do cíngulo dos dentes 
incisivos superiores. 
- Radiograficamente nota-se uma segunda cavidade próxima da polpa, em forma de pêra invertida. 
- É uma invaginação do esmalte da superfície coronária ou radicular do dente. 
 
 
 
 
 
 
 
 91 
Hipoplasia de esmalte: Ocorre quando o esmalte dentário apresenta-se com desenvolvimento 
incompleto ou defeituoso, podendo ser devida a fatores locais, sistêmicos ou hereditários. 
 
 
 
Dentinogênese imperfeita: Afeta o desenvolvimento do tecido dentinário e possui uma característica 
hereditária (dominante). 
- Aspecto clínico: geralmente a coroa apresenta uma translucidez de tom opalescente ou cinzenta. 
- O esmalte é destacado com facilidade 
 
 
 
 92 
Dentes de Hutchinson: São anomalias congênitas verificadas nos dentes incisivos permanentes e nos 
molares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 93 
Dilaceração: Trata-se de uma curvatura brusca da direção, principalmente da raiz e as vezes, da 
coroa de um dente. Pode ocorrer devido ao traumatismo durante a formação do dente.94 
Taurodontismo: 
- Caracteriza-se por um aumento da câmara pulpar. 
- Pode afetar a dentição decídua ou a permanente.(mais comum) 
- É mais frequente nos molares e pode ocorrer nos pré-molares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 95 
Pérola de Esmalte 
-É uma pequena masssa de esmalte, localizada usualmente na área de furca. 
-Pode ser difícil distinguir uma pérola de esmalte de um pequeno supranumerário fusionado com a 
raiz. 
-São mais frequentes nos dentes superiores, usualmente na mesial ou distal do 2º e 3º Molar 
superior. ---Na mandíbula aparece comumente por lingual ou vestibular. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 96 
Alterações de número 
-Displasia ectodérmica 
-Displasia Cleidocranial 
-Anodontia: refere-se à ausência da formação do germe dentário. 
-Dentes supranumerários Dentes extranumerários ou supranumerários são considerados alterações 
de desenvolvimento dentário”alterações de número”. Qualquer dente que exceda o número normal 
de dentes é denominado extranumerário. 
 
 
 
-Dentição pré-decídua 
-Raízes supranumerárias 
 
 
 
 
 
 
 
 97 
 
Displasia ectodérmica 
- É um distúrbio hereditário de estruturas derivadas do ectoderma (caráter recessivo) 
- Caracteriza-se pela ausência das glândulas sudoríparas (total ou parcial), pêlos em quantidade 
reduzida, pele seca, fina e lisa e anodontia total ou parcial (dentes de forma cônica) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 98 
Displasia Cleidocranial 
- Presença de múltiplos supranumerários não irrompidos e ausência da Clavícula. 
 
 
 99 
Anodontia 
Ausencia da formação do germe dentário. 
- Total: é rara e está ligada a displasia ectodérmica. 
- Parcial 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 100 
Dentes supra-numerários e acessórios 
- São considerados dentes: 
- Supra-numerários: quando possuem a forma normal. 
- Acessórios: quando a forma não lembra a anatomia dos dentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 101 
 
Raízes Supranumerárias 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 102 
Dentição Pré-decídua 
- São dentes que precedente a dentição decídua, normalmente na região dos incisivos. 
- São estruturas cornificadas, sem raízes (capuz de esmalte e dentina ou apenas esmalte) 
- Mais na região de incisivos inferiores. São dentes mal implantados e com mobilidade intensa, 
existindo perigo do bebê degluti-lo ou aspirá-lo. Geralmente hipoplásicos. Podem dificultar 
amamentação (enfermidade de Riga Fede). 
 
 
 
Alterações de erupção 
- Dentes inclusos 
- Dentes impactados 
- Extrusão 
- Inclinação 
- Migração 
- Transposição 
 
 
 
 103 
 
Dentes inclusos 
- São aqueles que por falta de força eruptiva, não conseguem erupcionar.
 
 
Dentes impactados 
- São aqueles impossibilitados de erupcionar devido a existência de uma barreira física em sua via de 
erupção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 104 
 
 
Inclinação 
- Pode ocorrer inclinação dos dentes: 
- Mesial 
- Distal 
- Vestibular 
- Lingual ou Palatina 
Migração 
- É a erupção de um dente em região distante ou diferente da de origem. 
- É comum nos 2º Pré-Molares inferiores após a perda precoce do 1º Molar inferior. 
Transposição 
- É a alteração na posição dos dentes na arcada. 
Anomalias Maxilares 
- Fenda Palatina 
- Macrognatia 
- Micrognatia 
- Tórus 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 105 
Fenda Palatina 
- É a falta de fusão dos dois processos entre si. 
- Pode ser uni ou bi-lateral, completa ou parcial (fator hereditário)
 
 
Macrognatia 
É uma anomalia em que o desenvolvimento dos ossos , ultrapassa o normal. 
 
 106 
 
Micrognatia 
Pode ser congênita (caráter dominante), ou adquirida, e é decorrente da alteração de 
desenvolvimento dos côndilos, originando uma mandibula de tamanho menor que o normal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 107 
Torus 
- São exostoses ósseas que ocorrem na superfície perióstica da maxila ou mandíbula em locais 
definidos. 
- Clinicamente são elevações planas ou globuladas , recobertas por mucosa normal e duras à 
palpação. 
- Radiograficamente apresenta uma radiopacidademaior que a do osso adjacente. 
-Podemos encontrar na: 
-Maxila: Torus Palatino 
-Mandíbula: Torus Mandibular 
Torus Palatino: Palatino: é frequentemente encontrado na linha mediana do palato 
Tórus Mandibular:É comumente encontrado na face lingual e nas áreas de 
dentes pré-molar e molar.

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