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A Psicologia da Gestalt

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https://psicologado.com/abordagens/humanismo/gestalt-terapia-a-definicao-de-contato-e-a-relacao-conjugal
A Psicologia da Gestalt
Antes de discorrer sobre o tema, convém conhecer brevemente o conceito da Psicologia da Gestalt e sua história. Ela é considerada uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas, pois seus fundadores preocuparam-se em torná-la tanto em uma conjectura consciente quanto em uma metodologia forte, que garanta a sua consistência (SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, E., 2005).
Entre os principais fundadores, se destacam Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, baseando nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).
O mentor da Gestalt, Wolfgang Köhler em 1912, assumiu a posição de pai desta abordagem por ter sido o porta-voz do movimento, porém Wertheimer impulsionou a abordagem com o fenômeno Phi, sendo este a ilusão de dois focos de luz fixos, movimentando de um lado a outro. Kurt Lewin contribuiu com os conceitos de Teoria de Campo, o qual explica o comportamento da pessoa com base no seu círculo de influência, e também o Espaço Vital, que são as grandes experiências obtidas e acumuladas pela pessoa. Quanto a Bluma Zeigarnik, esta entrou para a história da Gestalt com o conceito Fenômeno Zeigarnik, se referindo ao recordar, onde a pessoa tende a se lembrar mais facilmente das tarefas incompletas ou não concluídas, do que das já realizadas (SCHULTZ, D. P.; SCHULTZ, E. 2005, p. 319-327).
A palavra Gestalt deriva-se do alemão e significa dar forma, dar uma estrutura significante, porém para alguns escritores esta palavra significa configuração e inteireza. Heidbreder (1933 apud SCHULTZ, D.; SCHULTZ, E., 2005, p. 327), afirma que:
A Psicologia da Gestalt tenta retomar a percepção simples, à experiência imediata [...] e insiste em afirmar que não encontra ali conjuntos de elementos, mas unidades completas; não massas de sensações, mas árvores, nuvens e céu. Essa afirmação convida todos à verificação, simplesmente abrindo os olhos e olhando apenas para o mundo de forma simples e cotidiana.
Portanto a abordagem gestáltica visa a percepção em um todo, e a tentativa de reduzi-la em elementos a destrói. A Gestalt se preocupa e foca na pessoa quanto ao seu presente, que pode em muitas ocasiões, estar vivenciando angústias do passado.
Teoria do Contato
A Gestalt foi por muito tempo, e ainda é considerada a terapia do contato. Atualmente é nomeada como Gestalt-Terapia, a qual teve como catedrático Fritz Perls em 1951, este adaptou os conceitos filosóficos da Gestalt para a prática de maneira simples e clara.  Ribeiro (1985, p.132) assegura que, “[...] a Gestalt-Terapia é uma proposta humanística de ver o homem em toda a sua plenitude, em pleno desenvolvimento de suas potencialidades”.
Dessa forma percebe-se que a Gestalt-Terapia, tem raízes na teoria holística e na fenomenologia. A primeira das teorias defende as mudanças do indivíduo, ou seja, a evolução procedente do contato, pois somente assim a pessoa se mantém viva. Já a fenomenologia, asseverada por Ribeiro (1985), consiste no processo pelo qual a realidade objetiva da pessoa é transposta para a mesma de tal modo que sua compreensão tenha também chegado à sua essência, isto é, faz tomar posse daquilo que de fato, o caracteriza como ser no mundo, um dado absoluto que individualiza e formaliza.
Com relação ao contato, Ribeiro (2007b, p. 11) enfatiza que; “[...] é pelo contato com o outro que me percebo como existente”, isso vem a significar que a terapia do contato está presente nas relações intra e interpessoais dos indivíduos enquanto seres existenciais. Para Ginger, S. e Ginger, A. (1995, p. 17, grifo do autor) acentua que: “[...] a Gestalt, para além de uma simples psicoterapia, apresenta-se como uma verdadeira filosofia existencial, uma arte de viver, uma forma particular de conceber as relações do ser vivo com o mundo”.
Portanto contato é a troca de experiências, de sentimentos e/ou de relação não apenas com o outro, mas consigo mesmo e com o mundo, pois é pelo contato com o outro que me percebo como existente. Ribeiro (1985) relata que a pessoa deve ser vista em seu comportamento e compreendida a partir de sua visão dentro de um determinado campo com o qual ela se encontra relacionando.
Por sua vez, Lopes (1987) descreve que mesmo em um momento inoportuno, ocorre contato, que provem de estímulos presentes. O que confere em modificações advindas do meio externo, que consequentemente altera o ser em seu aspecto biopsicossocioespiritual. Na teoria de Goodmam sobre o contato, este enfatiza quatro fases principais abordadas por Ginger, S. e Ginger, A. (1995, p.130-131) que são:
Pré-contato: fase de sensações, durante a qual a percepção ou excitação nascente em meu corpo, geralmente por um estímulo do meio, tornar-se-á a figura que solicita meu interesse.
Tomar contato: fase ativa, no decorrer da qual o organismo vai enfrentar o meio. Trata-se aqui, não do contato estabelecido, ou seja, de um estado, mais sim de um processo.
Contato final ou contato pleno: é o momento essencial de confluência saudável, de indiferenciação entre o organismo e o meio, entre o eu e o tu, momento de abolição da fronteira, unificação do aqui agora.
Pós-contato ou retratação: fase de assimilação, que favorece o crescimento.
Para Jaccard (1990) a fronteira de contato, relacionada ao contato final ou contato pleno, consiste no estudo da maneira como a pessoa funciona em seu meio social, sendo os seus pensamentos, ações e reações, comportamentos e mesmo as emoções. Já para Ginger, S. e Ginger, A. (1995), a fronteira é o ajustamento entre o organismo e o meio, assim a fronteira de contato ou limite, é a adequação da pessoa a uma determinada situação alocada.
Segundo Ribeiro (2007b, p. 13) “[...] todo contato implica uma relação. Primeiro eu existo, depois sinto, penso, faço e falo. Primeiro eu percebo a realidade fora de mim, depois eu percebo que percebi e percebo o que percebi”. Isso vem assegurar que o contato procede a partir da awareness, que é o ato de se ter consciência da própria consciência.
Fazer contato é indagar para onde as coisas correm naturalmente, é se ver projetado no amanhã. O contato só ocorre quando diferenças ocorrem. Ao ter uma percepção do outro já está havendo um contato, pois o outro lhe é referência, existindo no pensamento.
Não se deve esquecer que para a Gestalt só se aprende quando se compartilha experiências, Macedo (2002, não paginado) profere que “o simples fato de dizer não sei, já significa que o mesmo tem a capacidade de se conhecer, e compreendendo suas limitações está trocando informações, que seria contato intrapessoal”. Tal contato refere-se à troca perceptiva de experiências do eu para com o eu.
No entanto para Prette, Z. A. P. e Prette, A. D. (2009), todos utilizam de formas diferenciadas na troca das relações. Dessa forma a relação no cônjuge que tende, a ser uma expectativa de liberdade e transparência, nem sempre é presenciada, pois o casal se prende em fortes tabus, que não os permitem se aproximar um do outro acarretando conflitos, desgastes e infidelidades. Geralmente o vínculo amoroso consiste num desejo de que um seja o cúmplice do outro, onde o marido e a esposa se compreendam e aceite as suas desigualdades (diferenças) tais como são.
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