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ELETROMAGNETISMO CAMPO ELÉTRICO E MAGNÉTICO Conteúdo 1 A natureza do eletromagnetismo; 2 A força gravitacional; 3 Campo elétrico; 4 Campo magnético; 5 Lei de Biot Savart 6 Relutância 7 Lei de Ohm para Circuitos Magnéticos 8 Histerese 9 Bibliografia 1 A natureza do Eletromagnetismo Nosso universo físico é governado por quatro forças fundamentais da natureza: • A força nuclear é a mais forte das quatro, porém está limitada a sistemas submicroscópicos (núcleos dos átomos); • A força eletromagnética, cuja intensidade é da ordem de 10-2 da força nuclear, é a força dominante em sistemas microscópios, tais como átomos e moléculas; • A força de interação fraca,cuja intensidade é da ordem de 10-14 da força nuclear, desempenha um papel na interação que envolve partículas radioativas; • A força gravitacional é a mais fraca da quatro, porém é a força dominante em sistemas macroscópicos, tal como o sistema solar. 2 A Força Gravitacional: Uma Analogia Útil Lei da Gravidade de Newton: (Newtons) R mmGRFg 2 12 21 12 ^ 21 −= r - Este fenômeno criou o conceito de campos: R mGRg 2 1 ^ −= r (N) R mmGRmgFg 2 12 21 12 ^ 221 −== rr O conceito de campo pode ser generalizado pela definição de campo gravitacional gr em qualquer ponto do espaço de forma que, quando uma massa m de teste for colocada em um ponto do campo, a força gF r que atua em m está relacionada a gr por: m F g g r r = A força gF r pode ser devida a uma massa ou a distribuição de várias massas. 3 Campo Elétrico - A força eletromagnética consiste em uma força elétrica Fe e uma magnética Fm. A força elétrica Fe é similar à força gravitacional, porém com uma diferença importante: a força do campo gravitacional é a massa e a força do campo elétrico é a carga elétrica; - A carga elétrica pode ter polaridade positiva ou negativa, ao passo que a massa não apresenta tal propriedade; - Sabemos pela física atômica que o átomo é constituído por nêutrons, prótons, carga positiva e elétrons, carga negativa; - A quantidade de carga fundamental corresponde a carga de um elétron, que é representado pela letra e; )(106,1 19 Cxe −= Acarga é um único elétron é eqe −= e um próton tem carga igul em módulo mas com polaridade oposta eq p = . Os experimentos de Coulomb demonstraram que: (1) duas cargas semelhantes (De mesmo sinal ) se repelem, enquanto que duas de polaridade oposta se atraem; (2) A força age ao longo de uma linha que une as cargas; (3) A intensidade da força é proporcional ao produto dos módulos das duas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas. Estas propriedades constituem a Lei de Coulomb, que podem ser expressas pela seguinte equação: )( 4 2120 21 12 ^ 21 livre espaço no (N) R qqRFe piε = r Onde 12eF r é a força elétrica que age na carga 2q em função da carga 1q . 12R é a distância entre as duas cargas, ^ 12R é um vetor unitário que aponta da carga 1q para a carga 2q e 0ε é uma constante universal denominada por permeabilidade elétrica do espaço livre ))/(/10854,8( ^ 12 0 mF mFaradx − =ε . Considera-se que as duas cargas estejam no espaço livre(vácuo) e isoladas de todas as outras cargas. A força 12eF r age na carga 1q devido à carga 2q e é igual ao módulo da força 21eF r porém na direção oposta : 2112 ee FF −= . Por analogia ao campo gravitacional podemos definir intensidade de campo elétrico E : )(/ 4 20 ^ livre espaço no m)(V R q RE piε = r - Uma carga elétrica exibe duas propriedades importantes. A primeira é a lei da conversão carga elétrica,que diz que a carga elétrica(resultante)não pode ser criada nem destruída. Se um volume contém prótons e elétrons, então a carga total é: (C) nnenenq epep )( −=−= - A segunda propriedade importante de uma carga elétrica é o princípio da superposição linear, que diz que o vetor campo elétrico resultante em um ponto do espaço devido a um sistema de cargas pontuais é igual à soma dos vetores dos campos elétricos devido às cargas individuais no referido ponto. - Polarização de um átomo: • Vamos considerar uma situação em que coloco uma carga pontual positiva, em um material composto de átomos; • Na ausência de uma carga pontual, o material é eletricamente neutro, onde qualquer ponto do material não ocupado por um átomo, o campo elétrico E é zero; • Tal átomo polarizado é chamado de dipolo elétrico e o processo de polarização; m)(V R qRE / 4 212 ^ piε = r Normalmente ε é expresso na forma a seguir: 0εεε τ= Onde : -ε é a permissividade do material (farad/m); - rε é a permissividade relativa ou constante dielétrica ( grandeza adimensional); - 0ε é a permissividade do vácuo (farad/m). - Além da intensidade de fluxo elétrico definimos densidade de fluxo elétrico D : )2(C/m E D ε= - Essas duas grandezas elétricas DE e , são fundamentais constituem um par de grandezas fundamentais do campo eletromagnético. 4 CAMPO MAGNÉTICO - Por volta de 800 a.C., os gregos descobriram que certos tipos de pedras apresentam uma força que atraem pedaços de ferro. Estas pedras são conhecidas como magnetita )( 43OFe e o fenômeno que elas apresentam é o magnetismo. -Determinados materiais apresentam propriedades magnéticas. Por propriedade magnética se entende a capacidade que um objeto tem de atrair outros objetos; - Na interação entre dois objetos feitos de materiais magnéticos há também a possibilidade de repulsão entre eles. Os materiais que naturalmente apresentam propriedades magnéticas são chamados de ímãs. - Em geral, propriedades elétricas ou magnéticas estão associadas a classes de materiais diferentes; - Outra forma de distinguir o tipo de fenômeno é conhecendo-se um dos materiais envolvidos. Sabemos que um ímã natural possui propriedades magnéticas: então todos os materiais que ele atrair ou repelir também terão propriedades magnéticas; - As propriedades básicas observadas em materiais magnéticos são explicadas pela existência de dois pólos diferentes no material. A esses pólos se dão os nomes de pólo norte e sul. Pólos de mesmo tipo se repelem e pólos de tipos opostos se atraem. A esta configuração de dois pólos dá-se o nome de "dipolo magnético". O dipolo magnético é a grandeza que determina quão forte é o ímã e sua orientação espacial pode ser representada por uma flecha que aponta do pólo sul para o pólo norte. -As propriedades magnéticas dos materiais tem sua origem nos átomos, pois quase todos os átomos são dipolos magnéticos naturais e podem ser considerados como pequenos ímãs, com pólos norte e sul; - Isto é algo que decorre de uma somatória de dipolos magnéticos naturais dos elementos básicos da matéria (o "spin") com o movimento orbital dos elétrons ao redor do núcleo (pois este movimento cria um dipolo magnético próprio - Para cada material, a interação entre seus átomos constituintes determina como os dipolos magnéticos dos átomos estarão alinhados. Sabe-se que dois dipolos próximos e de igual intensidade anulam seus efeitos se estiverem alinhados anti- paralelamente; somam seus efeitos se estiverem alinhados paralelamente. - Assim, teremos os seguintes casos: • Se os dipolos, sob qualquer condição, permanecerem desalinhados, apontandoem direções aleatórias, há um cancelamento geral dos efeitos dos dipolos e o material não apresenta nenhuma propriedade magnética macroscopicamente observável (material não-magnético); • No caso dos dipolos estarem todos alinhados, temos um material chamado ferromagnético permanente (ímã natural); • Se os dipolos somente se alinharem na presença de um outro ímã, temos três casos: � material ferromagnético: o ímã externo, ao atrair um dos polos de cada um dos átomos do material ferromagnético, termina por alinhar todos os dipolos magnéticos deste. Com todos os seus dipolos magnéticos alinhados, o ferromagnético, para todos os efeitos comporta-se como um ímã natural. O resultado final é que o material ferromagnético é atraído pelo ímã natural. O ferro, o níquel e o cobalto são alguns exemplos de materiais ferromagnéticos; � material paramagnético: o alinhamento é similar ao caso ferromagnético, porém de intensidade aproximadamente 1000 vezes menor. Por isso também não é de fácil observação. O resultado final é que o material paramagnético é muito fracamente atraído pelo ímã natural. O vidro, o alumínio e a platina são alguns exemplos de materiais paramagnéticos; � material diamagnético: além de causas diferentes, macroscopicamente é o caso oposto do paramagnético. O resultado final é que o material diamagnético é muito fracamente repelido pelo ímã natural. No fundo, todo material é diamagnético; só que na maioria dos casos o ferromagnetismo (permanente ou não) ou o paramagnetismo são mais fortes que o diamagnetismo. A água, a prata, o ouro, o chumbo e o quartzo são alguns exemplos de materiais diamagnéticos. - Convém ressaltar que o alinhamento nunca é total, nem em número de dipolos e nem na direção de cada um deles; trata-se de médias. De acordo com um dos primeiros pesquisadores do magnetismo, Michael Faraday, o campo magnético é a região do espaço na qual se realiza a interação magnética entre dois objetos que apresentam propriedades magnéticas. E as linhas de campo são as linhas imaginárias que mapeiam o sentido deste campo em torno dos objetos. Ou seja, elas indicam a direção da atração ou repulsão magnética num ponto do espaço sob a influência de objetos magnetizados. As linhas de campo apontam do pólo norte para o pólo sul. - Essa força de atração-repulsão é similar à força elétrica entre cargas elétricas, exceto por uma diferença importante: cargas elétricas podem ser isoladas, porém pólos magnéticos sempre existem aos pares; - Se um imã permanente é cortado em dois pedaços, não importando o tamanho, eles sempre terão um pólo sul e norte. - Linhas de campo magnético implicam na existência de um campo magnético denominado densidade de fluxo magnético Β ; -Um campo não existe apenas em torno do imã permanente, mas pode também ser criado por uma corrente elétrica. Essa relação entre eletricidade e magnetismo foi descoberta em 1820 pelo cientista dinamarquês Hans Oersted ( 1777-1851). 5 Lei de Biot Savart (T) r IB pi µφ 2 0 ^ = r Onde: Β : densidade do fluxo magnético dado em tesla(T); r : é a distância radial a partir da corrente; ^φ : é um vetor azimutal indicando o fato de que uma direção do campo magnético é tangente ao círculo em torno da corrente, como mostrado na figura acima; 0µ : é a permeabilidade magnética do espaço livre, sendo análoga a permissividade elétrica. A φ φ metro porhenri 10.4 70 − = piµ - Considerando que r piµ 2/0 pode ser uma constante, o módulo do campo densidade magnética é diretamente proporcional ao módulo da corrente que o gerou. Define-se também o campo densidade magnética como sendo: Onde: Material ferromagnético A B φ= - slas (T )dado em Temagnética densidade B → ; - )()( Wb webersem dado campo do linhas de número magnético fluxo→φ ; - 2m em dado ticoferromagné material do ltransversa seçãoda áreaA → - A maioria dos materiais naturais é não magnética, significando que apresentam uma permeabilidade 0µµ = . Para materiais ferromagnéticos, como o ferro e níquel, µ pode ser muito maior que 0µ . A permeabilidade magnética µ explica as propriedades de magnetização do material. - Em analogia a permeabilidade magnética µ de um determinado material pode ser definida por : (H/m) 0µµµ τ= Onde rµ é a permeabilidade magnética relativa ( grandeza adimensional); Dissemos anteriormente que D e E constituíam um dos pares de grandezas do campo eletromagnético. O segundo par é B densidade do campo magnético e H , intensidade do campo magnético, que são intercalados através de µ . (Tesla) T HB )(µ= mA H )/( 6 Relutância A resistência de um material ao fluxo de carga (corrente elétrica) é da dada pela equação: )(Ω= A lR ρ Onde: )( ).( );( );( 2 Ω→ Ω→ → → aresistênciR m material do aderesistivid m reta ltransversa seçãoda áreaA m condutor do ocompriment l ρ A relutância de um material à tentativa de se estabelecer um fluxo magnético é dada por: )/( WbAou rels A l µ =ℜ Onde: ))/( )/( );( );( 2 WbAou rels relutância mH material do magnética dadepermeabili m reta ltransversa seçãoda áreaA m magnético caminho do ocompriment l →ℜ → → → µ 7 Lei de Ohm para Circuitos Magnéticos )(Wb ℜ ℑ =φ - Força magneto motriz ℑ é a força necessária para estabelecer um fluxo magnético no interior do material. - A propriedade que se opõe ao fluxo magnético é a relutância (ℜ ); - A Força magneto motriz ℑ é proporcional ao produto no número de espiras em torno do núcleo pela intensidade da corrente que atravessa o enrolamento: espiras ampéres AespirasNI )(=ℑ - Força magneto motriz ℑ por unidade de comprimento é chamada de Força magnetizante e é dada por: )/( mAe l H ℑ= - substituindo: )/( mAe l NIH = Sendo: A l µ =ℜ e ℜ ℑ =φ Substituindo, tem-se: l A Al µ µ φ ℑ=ℑ= / Mas: NI=ℑ : l ANIµφ = e l NIH = então: AHµφ = µφ H A = µHB = Exemplo: Considere um núcleo com =N 20 espiras, onde circula pela mesma uma corrente AI 2= e comprimento médio de 0,2m. Calcular a força magnetizante ( H ) mAe m Aespiras l NIH /200 2,0 2.20 === Observações: • A força magnetizante )(H é independente do tipo de material do núcleo; • A força magnetizante )(H é função apenas do número de espiras, da intensidade da corrente elétrica e do comprimento do núcleo; • A força magnetizante )(H tem um efeito pronunciado na permeabilidade resultante µ do material magnético. À medida que a força magnetizante )(H aumenta a permeabilidade aumenta até a um valor máximo para então cair para um valor mínimo; • A equação acima nos permite concluir que para um valor particular da força magnetizante )(H , quanto maior a permeabilidade )(µ maior a quantidade de densidade de fluxo induzido no material )(B . 8 Histerese - Usando um arranjo experimental como o da figura abaixo pode-se obter a curva HB − : - Inicialmente o núcleo não está magnetizado e a corrente I é nula; -Se a corrente I aumentar , a força magnetizante H aumentará para um valor dado por: - O fluxo φ e a densidade de fluxo B )/( AB φ= também aumentam à medida que H e I aumentam; - Se o material não tem nenhum magnetismo residual e a força magnetizante H aumentar dezero para um certo valor aH , a curva de HB − descreve a trajetória a−0 , mostrado na figura abaixo; - Se continuarmos a aumentar H até ao valor de saturação SH a curva continua até o ponto b . Qualquer aumento adicional da corrente I , aumentando l NIH = resulta em acréscimo desprezível de B . - Se a força magnetizante H for reduzida a zero, diminuindo gradualmente o valor da corrente , a curva segue a trajetória de c até b ; - A densidade de fluxo RB , quando a a força magnetizante H for zero é denominada de densidade de fluxo residual.É ela que torna possível a criação de ímãs permanentes; - Se o sentido da corrente I for invertido , causando o aparecimento de uma força magnetizante ( H− ), a densidade de fluxo diminuirá á medida que corrente aumentar; - A densidade de fluxo B atingirá o valor zero quando a força magnetizante dH− (trecho da curva d c − ) for alcançada; - A curva completa representada pela trajetória bcdefb é denominada de Curva de Histerese. Bibliografia 1- Eletromagnetismo para Engenheiros Autor: Fawwaz T. Ulaby Bookman Cia Editora 2- Eletromagnetismo Autor:Hayt W.H.Jr Livros técnicos e Científicos 3- Eletromagnetismo- Curso de Física Básica Vol.III Autor: Nussenzveig M.H. Editor Blücher 4-Eletricidade e Eletromagnetismo Autor: Tipler T. Livros técnicos e Científicos 5- Introdução a Circuitos Elétricos Autor: Robert L. Boylestad Editora Pearson , 2004 6 Apostila: Força Magnetizante, Histerese e Perdas Magnéticas Autor: Prof. Clóvis Antônio Petry Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina Nome do arquivo: campo eletrico e magnetico Diretório: C:\Users\MACIEL\Documents Modelo: C:\Users\MACIEL\AppData\Roaming\Microsoft\Modelos\Nor mal.dotm Título: Assunto: Autor: MACIEL Palavras-chave: Comentários: Data de criação: 15/02/2014 20:38:00 Número de alterações: 8 Última gravação: 11/03/2014 00:18:00 Salvo por: MACIEL Tempo total de edição: 257 Minutos Última impressão: 11/03/2014 00:18:00 Como a última impressão Número de páginas: 17 Número de palavras: 2.697 (aprox.) 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