Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 1 R E C L A M A Ç Ã O T R A B A L H I S T A ESTRUTURA COMPLETA DA RECLAMATÓRIA TRABALHISTA A reclamatória trabalhista observará a seguinte estrutura: RECLAMAÇÃO TRABALHISTA I. Preliminar de Mérito; II. Mérito; III. Pedidos; IV. Requerimentos Finais. Segue estrutura geral para visualização da petição inicial: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA … VARA DO TRABALHO DE … . NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO ANEXA), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações ou notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito (...) em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I – PRELIMINAR DE MÉRITO A - TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO: - Idoso (art. 71, Lei 10741/2003 e art. 1.211-A, CPC) - Portador de doença grave (art. 1.211-A, CPC) - Dissídio que verse exclusivamente sobre salário ou empregador falido (art. 652, parágrafo único, CLT) www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 2 B – JUSTIÇA GRATUITA E ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA II – MÉRITO III – PEDIDOS (Repetição dos pedidos constantes no mérito da RT) IV - REQUERIMENTOS FINAIS O Reclamante requer a NOTIFICAÇÃO da Reclamada para apresentar resposta à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia. A PRODUÇÃO de todos os meios de PROVA em direito admitidos, em especial o depoimento pessoal do representante legal da Reclamada, a oitiva de testemunhas, prova pericial e juntada de novos documentos. Por fim, requer a PROCEDÊNCIA dos pedidos, com a condenação da Reclamada ao pagamento de todas as verbas postuladas, acrescidas de juros e correção monetária. Atribui-se à causa valor superior a 40 salários mínimos. Nestes Termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado OAB nº ANÁLISE DETALHADA DE CADA UM DOS ITENS DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ENDEREÇAMENTO A competência territorial é definida pelo art. 651 da CLT, sendo, em regra, o juízo do local da prestação dos serviços: Art. 651, CLT. A competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. § 1º. Quando for parte no dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e a esta o empregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Vara da localização em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. § 2º. A competência das Varas de Conciliação e Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 3 brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. § 3º. Em se tratando de empregador que promove realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. O endereçamento de uma reclamação trabalhista é simples e deve ser realizado da seguinte maneira: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA … VARA DO TRABALHO DE … Atenção! O último pontilhado deve ser preenchido com o local da prestação do serviço; se esta informação não estiver na proposta, devemos deixar o espaço em branco. Na comarca onde não houver juiz do trabalho, a lei poderá investir o juiz de direito da jurisdição trabalhista (art. 112, CF). Nesse caso, o endereçamento deve ser realizado da seguinte maneira: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CÍVEL DA COMARCA DE … QUALIFICAÇÃO DAS PARTES Normalmente, a Banca não informa todos os dados necessários para a qualificação completa das partes. Diante disso, o Examinando poderá utilizar a expressão “qualificação e endereço completos” ou utilizar o gênero destes dados (ex.: nacionalidade, estado civil, etc.). O candidato não deve criar dados, como por exemplo um endereço, sob pena de identificação de prova. Exemplo: NOME DO RECLAMANTE, qualificação e endereço completos, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, PROPOR: RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito ... em face de NOME DA RECLAMADA, qualificação e endereço completos, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. OU www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 4 NOME DO RECLAMANTE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade RG nº, inscrito no CPF sob nº e no PIS sob o nº, portador da CTPS nº, residente e domiciliado no endereço completo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado adiante assinado (PROCURAÇÃO EM ANEXO), com escritório profissional no endereço completo, onde recebe intimações e notificações, com fulcro no artigo 840 da CLT, propor: RECLAMATÓRIA TRABALHISTA, pelo rito... em face de NOME DA RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado (se for o caso), inscrita no CNPJ sob o nº, estabelecida no endereço completo, pelas razões de fato e de direito que passa a expor. Observação: caso a reclamação trabalhista seja proposta contra a massa falida, a inicial deve revelar o nome do síndico e o endereço onde receberá as notificações, uma vez que nos termos do art. 12, III, do CPC, a massa falida é representada pelo síndico. Na qualificação deve constar a razão social precedida da expressão “Massa Falida”. PRELIMINAR A) COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA (CCP) A passagem pela CCP era obrigatória em função do disposto no artigo 625-D da CLT. Contudo, o STF suspendeu, em caráter liminar (ADI 2139 e ADI 2160), a eficácia desse dispositivo, de modo que a tentativa conciliatória pela CCP é uma faculdade para o reclamante. Antes das decisões referidas, era importante mencionar na petição inicial que a passagem do Reclamante pela CCP era obrigatória, mas diante da suspensão da eficácia do art. 625-D da CLT, tal menção tornou-se desnecessária. Caso, ainda assim, o candidato opte por mencioná-la, deve fazê-lo na forma do exemplo a seguir: III. PRELIMINAR DE MÉRITO 01. Comissão de Conciliação Prévia O Reclamante esclarece que não passou pela Comissão de Conciliação Prévia, uma vez que esta é uma faculdade do autor, nos termos das liminares concedidas pelo STF nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade – ADIs.2139 e 2160. B) TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL DO FEITO www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 5 Assegura-se a tramitação preferencial do feito nas seguintes hipóteses: a) processos em que figurar como parte ou interessado idoso – pessoa com idade igual ou superior a 60 anos (art. 71, Lei10.741/2003); b) o dissídio versar exclusivamente sobre salário (art. 652, § ú, CLT); c) decorrer da falência do empregador (art. 652, § ú, CLT) e d) figurar como parte ou interessado portador de doença grave (art. 1211-A, 2ª parte, CPC). EM SÍNTESE: TRAMITAÇÃO PREFERENCIAL Idoso (art. 71, Lei 10.741/2003 e art. 1211-A, CPC); Dissídio sobre salário (art. 652, § ú, CLT); Dissídio originado pela falência do empregador (art. 652, § ú); Parte ou interessado portador de doença grave (art.1211-A, CPC). Observe a legislação referida: Art. 71, Lei 10.741/2003. É assegurada prioridade na tramitação dos processos e procedimentos e na execução dos atos e diligências judiciais em que figure como parte ou interveniente pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, em qualquer instância. § 1˚. O interessado na obtenção da prioridade a que alude este artigo, fazendo prova de sua idade, requererá o benefício à autoridade judiciária competente para decidir o feito, que determinará as providências a serem cumpridas, anotando-se essa circunstância em local visível nos autos do processo. § 2˚. A prioridade não cessará com a morte do beneficiado, estendendo-se em favor do cônjuge supérstite, companheiro ou companheira, com união estável, maior de 60 (sessenta) anos. § 3˚. A prioridade se estende aos processos e procedimentos na Administração Pública, empresas prestadoras de serviços públicos e instituições financeiras, ao atendimento preferencial junto à Defensoria Publica da União, dos Estados e do Distrito Federal em relação aos Serviços de Assistência Judiciária. § 4˚. Para o atendimento prioritário será garantido ao idoso o fácil acesso aos assentos e caixas, identificados com a destinação a idosos em local visível e caracteres legíveis. Art. 652, CLT. Compete às Varas do Trabalho: Parágrafo único. Terão preferência para julgamento os dissídios sobre pagamento de salário e aqueles que derivarem da falência do empregador, podendo o Presidente da Vara, a pedido do interessado, contrair processo em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 6 Art. 1.211-A, CPC. Os procedimentos judiciais em que figure como parte ou interessado pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, ou portadora de doença grave, terão prioridade de tramitação em todas as instâncias. Parágrafo único. (vetado) C) JUSTIÇA GRATUITA O benefício da justiça gratuita implica apenas a isenção do pagamento de despesas processuais previstas no art. 3º da Lei 1060/50. Nesse sentido, Carlos Henrique Bezerra Leite leciona; “a justiça gratuita pode ser concedida por qualquer juiz de qualquer instância a qualquer trabalhador, independentemente de estar sendo patrocinado por advogado ou sindicato, que litigue na Justiça do Trabalho, desde que perceba salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal ou que declare que não está em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento do próprio ou de sua família”. Os requisitos para a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita estão previstos no art. 790, § 3º, CLT. Observe: Art. 790, CLT. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá às instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do Trabalho. ... § 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ou declararem, sob as penas da lei, que não estão em condições de pagar as custas do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. Art. 2º, Lei 1060/50. Gozarão dos benefícios desta Lei os nacionais ou estrangeiros residentes no país, que necessitarem recorrer à Justiça penal, civil, militar ou do trabalho. Parágrafo único. - Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 7 Art. 3º, Lei 1.060/50. A assistência judiciária compreende as seguintes isenções: I - das taxas judiciárias e dos selos; II - dos emolumentos e custas devidos aos Juízes, órgãos do Ministério Público e serventuários da justiça; III - das despesas com as publicações indispensáveis no jornal encarregado da divulgação dos atos oficiais; A declaração da situação econômica do reclamante pode ser realizada pelo advogado, na própria petição inicial (OJ 304, SDI-1, TST), sendo Desnecessária a outorga de poderes especiais ao patrono da causa para firmar declaração de insuficiência econômica, destinada à concessão dos benefícios da justiça gratuita (OJ 331, SDI-1, TST). Os benefícios da justiça gratuita devem ser requeridos em preliminar, sempre que o examinador indicar que o reclamante recebe salário igual ou inferior a dois salários mínimos ou que não tem condições de arcar com as despesas do processo. Segue exemplo: Justiça Gratuita O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo. Nos termos do art. 790, § 3º da CLT e art. 2º, parágrafo único, da Lei 1060/50 o reclamante faz jus aos benefícios da justiça gratuita. Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios previstos no art. 3º da Lei 1060/50. D) ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA São requisitos para assistência judiciária gratuita: a) tratar-se de reclamante beneficiário da justiça gratuita e b) a assistência por advogado de sindicato (219 e 329, TST, OJ 305, SDI-1, TST, art. 14, Lei 5584/70). Nesses casos, o reclamante terá direito as isenções previstas no art. 3º da Lei 1060/50 e também a assistência gratuita por advogado de sindicato. O beneficiário da assistência judiciária gratuita faz jus as isenções previstas no art. 3º, da lei 1060/50 e também aos honorários sucumbenciais. Segue exemplo: Assistência Judiciária Justiça Gratuita O reclamante encontra-se desempregado, sem condições de arcar com as despesas do processo, sendo assistido por advogado vinculado ao sindicato. Nos termos do art. 14 da Lei 5584/70, súmulas 219 e 219 do TST e OJ 305 da SDI-1 do TST faz jus aos benefícios da assistência judiciária gratuita o empregado que preencher os requisitos da justiça gratuita e estiver assistido pelo sindicato. Diante do exposto, requer a concessão dos benefícios da assistência judiciária gratuita. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 8 MÉRITO No mérito, sugerimos que o Candidato destine o primeiro tópico ao contrato de trabalho, mencionando, quando se tratar de relação de emprego, apenas os seguintes dados: admissão, função, último salário e data de demissão. Os demais tópicos devem ser nominados de acordo com os demais pedidos que serão formulados pelo autor. Após o título, o reclamante deve incluir o fato, o fundamento e o pedido. A) RECONHECIMENTO DO VÍNCULO DE EMPREGOQuando o Examinador mencionar que o reclamante foi contratado como autônomo, apesar de presentes os requisitos da relação de emprego (pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação), o Candidato deve postular o reconhecimento do vínculo de emprego (arts. 2º e 3º, CLT), bem como, a anotação da CTPS do Reclamante (art. 29, CLT). Segue exemplo: I – MÉRITO 01. Reconhecimento do vínculo de emprego O Reclamante foi admitido como trabalhador autônomo na empresa Reclamada, entretanto, viu-se obrigado a prestar os serviços pessoalmente, obedecendo ao horário de trabalho (de segunda à sexta-feira das 8h00 às 17h00), bem como, às ordens do gerente do seu setor, que o orientava, punia e remunerava. (Fato) O trabalho foi prestado com a presença de todos os requisitos da relação de emprego, previstos nos arts. 2º e 3º da CLT, quais sejam: pessoalidade, onerosidade, não eventualidade e subordinação. A subordinação comprova-se na medida em que a reclamada dirigia a prestação de serviços do Reclamante, orientando-o e punindo-o. A não eventualidade também estava presente, pois o Reclamante prestava os serviços, de segunda à sexta-feira, das 8h00 às 17h00. Este não podia se fazer substituir por outro trabalhador, evidenciando-se, assim, a pessoalidade. Por fim, o reclamante recebia a importância fixa mensal de R$ 1000,00 como contraprestação pelos serviços prestados, demonstrando a onerosidade. Restam, portanto, comprovados todos os requisitos legais exigidos pelos arts. 2º e 3º da CLT para configuração do vínculo de emprego. (Fundamento) Diante do exposto, requer o reconhecimento do vínculo empregatício e que a Reclamada seja compelida a realizar as devidas anotações na CTPS do Reclamante, nos termos do art. 29 da CLT. (Pedido) Obs.: As referências entre parênteses, a Fato, Fundamento e Pedido ao final dos parágrafos busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. ATENÇÃO MÁXIMA! A Lei 12.551/2011 inseriu o art. 6º na CLT estabelecendo que não se distingue o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado à distância, desde que caracterizados os pressupostos da relação de emprego. A subordinação www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 9 jurídica verifica-se também quando o controle e a supervisão ocorrem por meios telemáticos e informatizados. Observe o teor do art. 6º da CLT: Art. 6º, CLT. Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego. Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio. B) SALÁRIO E REMUNERAÇÃO ► SALÁRIO E REMUNERAÇÃO - DEFINIÇÃO O salário é a retribuição dos serviços prestados pago diretamente pelo empregador, enquanto a remuneração caracteriza-se pela soma dos salários pagos pelo empregador, incluindo outras importâncias auferidas de terceiros em decorrência do contrato de trabalho, por exemplo, as gorjetas. Nesse sentido é o art. 457 da CLT. Observe: Art. 457, CLT. Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. § 1º. Integram o salário não só a importância fixa estipulada, como também as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador. § 2º. Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedem de cinquenta por centro do salário percebido pelo empregado. § 3º. Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas a qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados. A distinção entre os institutos é relevante, tendo em vista que algumas verbas trabalhistas são calculadas sobre o valor da remuneração (FGTS, férias, 13º salário, etc.); outras, em contrapartida, são calculadas sobre o valor do salário, como o adicional de periculosidade (Súmula 191, TST) ou sobre o salário mínimo, como o adicional de insalubridade etc. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 10 Depreende-se dos artigos 457 e 458 da CLT que a REMUNERAÇÃO do empregado é composta das seguintes verbas: • salário pago diretamente pelo empregador, incluindo o salário base e os sobressalários (salário in natura, gratificações, adicionais, comissões, diárias de viagem que ultrapassem a 50% (cinquenta por cento) do salário do empregado e os abonos pagos pelo empregador etc.) e • verbas pagas por terceiro, como as gorjetas, as gueltas (trata-se de pagamento indireto que visa estimular as vendas ou a produção) e etc. Juntas, tais parcelas compõe a remuneração do empregado para cálculo das verbas que incidem sobre esta parcela. Ressalte-se que as gorjetas tem natureza jurídica de remuneração, matéria cobrada pela FGV no IX Exame de Ordem Unificado. ► REFLEXOS Observe passo a passo o procedimento de pensamento que deve ser adotado para identificação e formulação do pedido de reflexos: 1º Passo 2º Passo 3º Passo 4º Passo 5º Passo Formular o pedido principal. Verificar se a parcela postulada tem natureza salarial + Habitualidade DSR? Lembrar que o DSR é devido SEMPRE que preenchido o 2º passo. Destaque-se que o legislador quer que o empregado receba quando está descansando o mesmo que recebe quando está trabalhando. OLHAR para o pedido formulado: • se o DSR já estiver incluído no pedido (parcela mensal ou quinzenal) = não pedir reflexos nele. • se o DSR não estiver incluído no pedido (parcela por hora, dia ou produção) = pedir reflexos nele. Pedir reflexos no “Pacote básico (verbas contratuais e resilitórias)”: • aviso prévio; • 13º integral e proporcional; • Férias integrais e proporcionais + 1/3; • FGTS (depósitos + multa de 40%; Não tem natureza salarial, dentre outras, as seguintes: o veículo fornecido pelo empregador para o trabalho (Súmula 367, I/TST), a alimentação ou o vale alimentação fornecido em decorrência dos Programas de Alimentação do Trabalhador (art. 3º da Lei 6.321/76 e OJ 133, SDI-1, TST), o vale- transporte (artigo 2º da Lei 7.418/85), as férias indenizadas, o aviso prévio indenizado, a indenização adicional (art. 9º da Lei 7238/84), a indenização por rescisão antecipada do contrato por prazo www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 11 determinado (art. 479 da CLT), a participação nos lucros (art. 7º, inciso XI, da Constituição Federal), a multa e o depósito do FGTS, ajudas de custo, as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinquenta por cento) do salário percebido pelo empregado e as utilidades fornecidas pelo empregador ao empregado para o trabalho (art. 458, § 2º, da CLT). EM SÍNTESE: • Parcela postulada mensal ou quinzenal: desnecessário postular reflexo em DSR. Basta requerreflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional, e FGTS (depósitos e multa de 40%). São exemplos: adicional de periculosidade, adicional de insalubridade, equiparação salarial, salário in natura, etc. • Parcela postulada variável (pagas por dia, hora ou produção): requerer a condenação da reclamada ao pagamento de reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DRS, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). São exemplos: hora extra, sobreaviso, intervalos, adicional noturno, comissões, etc. Os quadros abaixo apresentam alguns exemplos da forma do pedido das verbas trabalhistas e seus reflexos. • Adicional de periculosidade ADICIONAL DE PERICULOSIDADE PEDIDO DE ADICIONAL DE PERICULOSIDADE CALCULADO SOBRE O SALÁRIO-BASE (parcela mensal) DSR INCLUÍDO NO PEDIDO PRINCIPAL CONCLUSÃO: desnecessário requerer reflexos em DSR. Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade, no importe de 30% do salário-base do reclamante, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). • Horas extras HORAS EXTRAS HABITUAIS PEDIDO DE HORAS EXTRAS CALCULADA SOBRE O VALOR DA HORA DSR EXCLUÍDO DO PEDIDO PRINCIPAL www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 12 CONCLUSÃO: necessário requerer reflexos em DSR. Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de horas extras, assim consideradas as excedentes a oitava diária e a quadragésima quarta semanal, acrescidas de 50%, como estabelecem os arts. 7º, XVI da CF e art. 59, § 1º, da CLT, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). • Equiparação salarial EQUIPARAÇÂO SALARIAL PEDIDO DE DIFERENÇAS HABITUAIS MENSAIS DSR INCLUÍDO NO PEDIDO PRINCIPAL CONCLUSÃO: desnecessário requerer reflexos em DSR. Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das diferenças salariais, BEM COMO, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). C) DURAÇÃO DO TRABALHO ► HORAS EXTRAS Vários doutrinadores distinguem as expressões: jornada de trabalho e horário de trabalho. Alice Monteiro de Barros leciona que “jornada é o período, durante um dia em que o empregado permanece à disposição do empregador, trabalhando ou aguardando ordens (art. 4°, CLT). Já o horário de trabalho abrange o período que vai do início ao término da jornada, como também os intervalos que existem durante o seu cumprimento”. O art.4º estabelece que se considera como de serviço o período em que o empregado estiver à disposição do empregador, aguardando o ou executando ordens. Observe: Art. 4, CLT. Considera-se como de serviço o período em que o empregado esteja à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada. O limite da jornada de trabalho é de 8 (oito) horas diárias (art. 7º, XIII, CF e art. 58, CLT) e 44 horas semanais, conforme o (art. 7º, XIII, da CF). Extrapolados quaisquer desses limites, as horas excedentes www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 13 devem ser postuladas como horas extras, acrescidas do adicional de 50% , nos termos do art. 7º, XVI, da CF e art. 59, § 1º, da CLT. Observe a legislação referida: Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho[...] XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do normal; [...] Art. 58, CLT. A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite. Art. 59, CLT. A duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não excedente de duas, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, ou mediante contrato coletivo de trabalho. § 1º. Do acordo ou do contrato coletivo de trabalho deverá constar, obrigatoriamente, a importância remuneração da hora suplementar, que será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora normal. Segue exemplo de pedido de horas extras: I – MÉRITO 01. Horas extras Durante todo o pacto laboral laborou de segunda a sábado, das 08h00 às 22h00, sem receber pelas horas extras trabalhadas. (Fato) Nos termos do art. 7º, XIII, da CF e do artigo 58 da CLT, é direito do trabalhador a duração máxima do trabalho de 8 horas diárias e 44 horas semanais, os quais foram extrapolados no curso da relação de trabalho. (Fundamento) Diante do exposto, postula-se a condenação da reclamada ao pagamento das horas extraordinárias, assim consideradas todas as horas excedentes da 8ª diária e 44ª semanal, acrescidas do adicional de 50%, nos termos do art. 7º, XVI, CF e art. 59, § 1º, da CLT, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%) (Pedido). www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 14 Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. ► INTERVALO INTRAJORNADA O intervalo intrajornada é concedido para alimentação e repouso durante a jornada de trabalho. Quando esta ultrapassar 6 (seis) horas diárias, o intervalo deverá ser de no mínimo 1 (uma) e no máximo 2 (duas) horas, salvo acordo ou convenção coletiva de trabalho que poderão elastecer o intervalo. O intervalo intrajornada não é computado na jornada de trabalho (art. 71, § 2º, CLT), salvo quando não estiver previstos em lei (súmula 118, TST) ou quando a mesma estabelecer que deva ser computado. Seguem exemplos em que o próprio legislador estabelece que os intervalos serão computados na jornada de trabalho: • empregados que atuam no serviço permanente de mecanografia e digitação: 10 minutos de intervalo para cada 90 minutos t\rabalhados consecutivamente (art. 72 da CLT e Súmula 346, TST); • empregados que trabalham em câmaras frias: 20 minutos de descanso para cada 1 hora e 40 minutos de trabalho (art. 253, CLT); • empregados que trabalham em minas e subsolo tem direito a intervalo de 15 minutos para cada 3 horas de trabalho (art. 298, CLT). Mesmo que a jornada contratual detrabalho do empregado seja de 6 (seis) horas, se extrapolada habitualmente, é devido intervalo de no mínimo (uma) 1 hora. Nesse sentido é a súmula 437, IV, TST. O empregador que não conceder o intervalo intrajornada fica obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71, § 4º, CLT e Súmula 437, I, TST). Mesmo que a supressão do intervalo seja parcial (concessão de intervalo de 45 minutos, quando devido no mínimo uma hora de intervalo), o empregador será obrigado a remunerar ao empregado o valor correspondente ao período integral do repouso, ou seja, deverá pagar uma hora acrescida de 50%. Isso porque a supressão do intervalo intrajornada, ainda que parcial, inviabiliza a sua finalidade, que é a de garantir ao empregado o tempo adequado para alimentação e repouso. Portanto, o empregador deverá remunerar a hora “cheia” acrescida do adicional de 50%. Súmula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 ... IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 15 Art. 71, CLT. Em qualquer trabalho contínuo cuja duração exceda de seis horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será no mínimo, de uma hora e, salvo acordo ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de duas horas. § 1º. Não excedendo de seis horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de quinze minutos quando a duração ultrapassar quatro horas. § 2º. Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho. § 3º. O limite mínimo de uma hora para repouso e refeição poderá ser REDUZIDO por ato do Ministério do Trabalho, quando, ouvido o Departamento Nacional de Segurança e Higiene do Trabalho, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências concernentes à organização dos refeitórios e quando os respectivos empregados não estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares. § 4º. Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% (CINQÜENTA POR CENTO) SOBRE O VALOR DA REMUNERAÇÃO DA HORA NORMAL DE TRABALHO. Ressalte-se que o intervalo tem natureza salarial, nos termos da súmula 437, III, do TST. Observe o disposto na súmula 437 do TST: Súmula 437, TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E ALIMENTA-ÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (conversão das Orientações Jurisprudenciais nºs 307, 342, 354, 380 e 381 da SBDI-1) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - Após a edição da Lei nº 8.923/94, a não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva jornada de labor para efeito de remuneração. II - É inválida cláusula de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação coletiva. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 16 III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no cálculo de outras parcelas salariais. IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art. 71, caput e § 4º da CLT. Em razão disso, sempre que o examinando postular a condenação da reclamada ao pagamento do intervalo intrajornada deve postular também os reflexos. Segue exemplo de pedido do intervalo: II - Mérito 01. Intervalo Intrajornada O Reclamante cumpria a jornada de 7 horas diárias, usufruindo apenas 30 minutos para repouso e alimentação. (Fato) Nos termos do art. 71 da CLT o empregado que trabalho mais de 6 horas diárias faz jus a, no mínimo, 1 hora de intervalo intrajornada para descanso e alimentação. (Fundamento) Diante da exposição, requer a condenação da reclamada ao pagamento da hora cheia do intervalo acrescida do adicional de 50%, nos termos do art. 71, § 4º, da CLT e súmula 437, I, do TST, bem como, reflexos, uma vez que o intervalo tem natureza salarial nos termos da súmula 437, III do TST, em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. ► INTERVALO INTERJORNADAS O intervalo interjornada refere-se ao intervalo entre um dia e outro de trabalho, isto é, entre duas jornadas de trabalho. A duração do intervalo interjornada é, em regra, de pelo menos 11 horas consecutivas. Observe o art. 66 da CLT. Art. 66, CLT. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 17 Caso entre uma jornada de trabalho e a seguinte, o período de descanso seja de apenas 8 horas, por exemplo, o empregado fará jus a 3 horas acrescidas do adicional de 50%, por aplicação analógica do art. 71, § 4º da CLT e súmula 110 do TST (OJ 355, SDI-1, TST). OJ 355, SDI-1, TST. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA. HORAS EX-TRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART. 66 DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT. DJ 14.03.2008. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, devendo- se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. Súmula 110, TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivaspara descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. Observe o exemplo: I – MÉRITO 01. Intervalo Interjornadas Durante todo o período contratual o reclamante lavorava nas segundas-feiras das 9h às 18h00, iniciando sua jornada de trabalho nas terças-feiras, às 2h, ou seja, usufruindo apenas 8 horas de intervalo interjornadas. (Fato) Nos termos do art. 66 da CLT, entre 2 (duas) jornadas de trabalho deverá haver um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas para descanso, o qual não foi observado. O desrespeito ao intervalo interjornadas previsto no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na Súmula nº 110 do TST, ou seja, a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional. (Fundamento) Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento das horas faltantes para completar as 11 horas de descanso, acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. ► DESCANSO SEMANAL REMUNERADO www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 18 Nos termos do art. 7º, XV, da CF e 67 da CLT, todo trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remunerado, o qual deve ser concedido preferencialmente aos domingos. O art. 1º da lei 605/49 também estabelece que todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de 24 horas consecutivas, preferentemente aos domingos, e ao descanso remunerado nos feriados civis e religiosos. Para fazer jus ao descanso semanal remunerado os requisitos são assiduidade e pontualidade (art. 6º, Lei 605/49). Nesses casos, o empregado perderá tão somente a remuneração do dia de descanso e não o direito de não trabalhar. O trabalho prestado em domingos e em feriados, não compensado, deve ser pago em dobro (súmula 146, TST). Nesse sentido seguem os dispositivos referidos: Art. 7, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... XV - repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; Art. 67, CLT. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte. Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização. Art. 1º, Lei 605/49. Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e religiosos, de acordo com a tradição local. Art. 6º, Lei 605/49. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho. § 1º São motivos justificados: a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho; b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento; c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho; www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 19 d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento; e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho; f) a doença do empregado, devidamente comprovada. § 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que estiver filiado o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua escolha. Súmula 146, TST. O trabalho prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal. OJ 410, SDI-1, TST. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010) Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro. 1I – MÉRITO 01. Descanso Semanal Remunerado Durante todo o período contratual o reclamante jamais usufruiu de descanso semanal remunerado. (Fato) Nos termos do art. 7º, XV da CF, 67 da CLT e art. 1º da Lei 605/49, tal descanso, preferencialmente aos domingos, trata-se de direito dos trabalhadores. Sua inobservância implica o pagamento em dobro do período correspondente, nos termos da súmula 146 do TST. (Fundamento) Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento dos dias de descanso semanal remunerado em dobro. (Pedido) Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. ► INTERVALO INTERJORNADAS E DESCANSO SEMANAL REMUNERADO Há uma peculiaridade no que concerne ao intervalo interjornadas e ao descanso semanal remunerado. Quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 24 www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 20 horas, este deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas. Quando o empregado termina sua jornada de trabalho no sábado, retornando a trabalhar apenas na segunda-feira, por exemplo, por se tratar o domingo de dia de descanso semanal remunerado, o empregado deve usufruir de 35 horas de descanso entre o término da jornada no sábado e o início da seguinte, na segunda-feira, sendo 11 horas relativas ao intervalo interjornada e 24 em razão do DSR. As horas faltantes para completar as 35 deverão ser pagas como horas extras acrescidas do adicional de 50%. Segue exemplo: I – MÉRITO 01. Intervalo Interjornadas e Descanso Semanal Remunerado Durante todo o período contratual, uma vez por mês, o reclamante laborava aos sábados até às 22h00 e iniciava sua jornada na segunda-feira subsequente às 06h00. (Fato) Nos termos do art. 66 da CLT, entre duas jornadas de trabalho deve ser observado um intervalo mínimo de descanso de 11 horas consecutivas de descanso e, conforme estabelece o art. 7º, XV da CF, 67 da CLT e art. 1º da Lei 605/49, o trabalhador tem direito a um dia de descanso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos. Assim, quando entre uma jornada de trabalho e outra estiver o repouso semanal remunerado, de 24 horas, este deve ser somado ao intervalo interjornadas de 11 horas, totalizando um período de descanso de 35 horas. Períodoeste que não foi observado, uma vez que entre uma jornada e outra de trabalho decorreu apenas 32 horas. (Fundamento) Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento de 3 horas extras acrescidas do adicional de 50%, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3 e FGTS (depósito e multa de 40%). (Pedido) Obs.: As referências entre parênteses, Fato, Fundamento e Pedido ao final do parágrafo busca apenas orientar o leitor, entretanto, não devem ser incluídas na prova. ► ADICIONAL NOTURNO O horário noturno, no meio urbano, é das 22h00 às 05h00. A hora noturna não corresponde a 60 minutos, mas sim a 52 minutos e 30 segundos. Ao trabalho no período noturno, assegura-se um acréscimo de 20% sobre o valor da hora diurna. No meio rural, o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7º da Lei 5889/73, o qual estabelece que se considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 às 05h00 e, na pecuária, das 20h00 às 04h00. A hora noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%. O art. 73 da CLT afasta o direito ao adicional noturno dos empregados que trabalham em turnos ininterruptos de revezamento. Tal disposição, entretanto, não foi recepcionada pela Constituição de 1998, que em seu art. 7º, IX, CF, assegura a todos indistintamente o direto ao adicional noturno (súmula 213, STF). Art. 7º, CF. São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: ... www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 21 IX - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno; Súmula 213, STF. É devido o adicional de serviço noturno, ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento. Art. 73, CLT. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. § 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos. § 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. § 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será calculado sobre o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já acrescido da percentagem. § 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos. § 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo. Em síntese, nos termos do art. 73 da CLT, tem-se que: a) considera-se noturno, para efeitos desse artigo, o trabalho urbano executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. b) o adicional noturno é de, no mínimo, 20% (vinte por cento) sobre o valor da hora diurna. c) a hora de trabalho noturna será computada como sendo de 52 minutos e 30 segundos. Destaca-se acerca do adicional noturno a Súmula 60 do TST. Observe: Súmula 60, TST. I - O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para todos os efeitos. II - Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5º, da CLT. Segue o exemplo: www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 22 II – MÉRITO 01. Adicional noturno A jornada do reclamante iniciava-se às 22 horas e encerrava-se às 5 horas do dia seguinte, quando chegava o outro empregado da reclamada. Apesar de trabalhar no período noturno, o reclamante sempre recebeu o mesmo salário que o empregado que laborava no período diurno. (Fato) Nos termos do art. 7º, IX da Constituição Federal, o trabalho prestado no período noturno terá remuneração superior ao do período diurno. O art. 73 da CLT estabelece que o adicional deve ser de 20% sobre o valor da hora diurna. Adicional este que jamais foi pago ao reclamante. (Fundamento) Diante do exposto, requer a condenação da reclamada ao pagamento do adicional noturno, no importe de 20% do valor da hora diurna, em relação às horas trabalhadas no período noturno, bem como, reflexos em verbas contratuais e resilitórias, em DSR, aviso prévio, décimo terceiro salário integral e proporcional, férias integrais e proporcionais acrescidas do terço constitucional e FGTS (depósitos e multa de 40%). (Pedido) É possível transferir o empregado do período noturno para o diurno, retirando-lhe o adicional noturno, por se tratar de alteração contratual mais benéfica para a saúde do trabalhador (art. 468 da CLT e súmula 265, TST). Súmula 265, TST. A transferência para o período diurno de trabalho implica a perda do direito ao adicional noturno. Acerca do adicional noturno é importante destacar: ● É vedado ao menor o trabalho noturno (art. 7º, XXXIII, CF). ● Súmula 214, STF: a duração legal da hora de serviço noturno (52 minutos e 30 segundos) constitui vantagem suplementar, que não dispensa o salário adicional. ● OJ 97, SDI – 1, TST: o adicional noturno integra a base de cálculo das horas extras prestadas no período noturno. ● Súmula 402, STF: o vigia noturno tem direito a salário adicional. ● Advogados – art. 20, §3, Lei 8906/94: o trabalho noturno é o compreendido entre às 20h00 e 05h00 e o adicional é de 25%. ● No meio rural: o trabalho noturno é disciplinado pelo art. 7º da Lei 5889/73, o qual estabelece que se considera noturno, na lavoura, o trabalho executado das 21h00 às 05h00 e, na pecuária, das 20h00 às 04h00. A hora noturna é de 60 minutos e o adicional é de 25%. D) VERBAS RESCISÓRIAS As verbas rescisórias são provenientes da extinção do contrato de trabalho, ou seja, são as parcelas que devem ser pagas pelo empregador na ocasião darescisão contratual. Seguem relação de verbas rescisórias devidas nas principais formas de extinção do contrato de trabalho: www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 23 CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO INDETERMINADO Forma de Extinção Verbas Rescisórias Devidas tDispensa sem justa causa - saldo de salário; - aviso prévio (art. 7º, XXI, CF, art. 487, § 1º, CLT); - décimo terceiro proporcional; - férias vencidas e proporcionais + 1/3; - multa de 40% do FGTS (art. 18, caput e § 1º, Lei 8036/90); - guias: CD/SD (seguro desemprego – súmula 389, TST) e para liberação do FGTS. Pedido de demissão - saldo de salário; - décimo terceiro proporcional; - férias vencidas e proporcionais + 1/3 (súmula 261, TST); Aviso prévio: caso não cumprido pelo empregado, o empregador pode descontar o valor correspondente a ele (art. 487, § 2º CLT); O empregado NÃO tem direito de receber: aviso prévio, multa de 40% do FGTS, guias para recebimento do seguro desemprego e levantamento do FGTS e perde a proteção das garantias de emprego. Dispensa por JustaCausa (falta grave do empregado) - saldo de salário; - férias vencidas; O empregado NÃO tem direito de receber: aviso prévio, multa de 40% do FGTS, guias para percepção do seguro desemprego e levantamento do FGTS e perde a proteção das garantias de emprego. Rescisão (falta grave do empregador) - saldo de salário; - aviso prévio; - décimo Terceiro proporcional; - férias vencidas e proporcionais + 1/3; www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 24 - multa de 40% do FGTS; - guias: CD/SD (seguro desemprego – súmula 389, TST) e para liberação do FGTS. CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO Forma de Extinção Verbas Rescisórias Devidas No prazo - saldo de salário; - décimo Terceiro proporcional; - férias vencidas e proporcionais + 1/3; - guia: para liberação do FGTS. O empregado NÃO tem direito de receber: aviso prévio, multa de 40% do FGTS e guia para percepção do seguro desemprego. Dispensa antecipada por ato empresarial • sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada: - saldo de salário; - multa do art. 479 da CLT; - décimo terceiro proporcional; - férias vencidas e proporcionais + 1/3; - multa de 40% do FGTS (há divergência, mas devemos pedir na petição inicial); - guia para levantamento do FGTS e percepção do seguro desemprego (súmula 389, TST). O empregado NÃO tem direito de receber aviso prévio. • com cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada - são devidas as mesmas verbas do contrato de trabalho por prazo indeterminado em que o empregado é dispensado sem justa causa. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 25 Dispensa antecipada por ato do empregado • sem cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada: - saldo de salário; - multa do art. 480, CLT; - décimo terceiro proporcional; - férias vencidas e proporcionais + 1/3. O empregado NÃO tem direito às guias para liberação do FGTS e percepção do seguro desemprego. • com cláusula assecuratória de direito recíproco de rescisão antecipada - são devidas as mesmas verbas do contrato de trabalho por prazo indeterminado em que o empregado pede demissão. Segue exemplo: II – MÉRITO 01. VERBAS RESILITÓRIAS O reclamante foi dispensado sem justa causa pela reclamada no dia…, e não recebeu suas verbas rescisórias. (Fatos) Diante disso, requer a condenação da reclamada ao pagamento de todas as verbas rescisórias provenientes da dissolução do contrato de trabalho, quais sejam: saldo de salário, aviso prévio, décimo terceiro salário proporcional, férias proporcionais acrescidas do terço constitucional vencida e proporcional e multa de 40% do FGTS. Ademais, requer a guia para levantamento do FGTS e a guia para percepção do seguro desemprego (súmula 389 do TST), bem como a baixa da CTPS. (Pedido) Cuidado! O art. 7º, XXI da CF assegura aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei. A lei 12.506/2011 entrou em vigor na data de sua publicação, em 13/10/2011, regulamentando o aviso prévio proporcional previsto no art. 7º, XXI, CF, assegurando-o na proporção de 30 dias aos empregados com menos de 1 ano de serviço na mesma empresa, acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa quando completarem um ano e assim sucessivamente, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Assim, tais regras se aplicam aos contratos extintos após 13/10/2011. Ressalte-se, entretanto, que há decisões isoladas do STF considerando devido o aviso prévio proporcional mesmo no caso de contratos concluídos antes desta data. Segue a lei: www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 26 LEI Nº 12.506, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011 Dispõe sobre o aviso prévio e dá outras providências A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1o O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias. Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 11 de outubro de 2011; 190o da Independência e 123o da República. DILMA ROUSSEFF José Eduardo Cardozo Guido Mantega Carlos Lupi Fernando Damata Pimentel Miriam Belchior Garibaldi Alves Filho Luís Inácio Lucena Adams Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.10.2011 O Ministério do Trabalho expediu Nota Técnica nº 184/2012 tratando da aplicabilidade na nova lei. Em síntese, conforme resumo constante na própria Nota Técnica: “III. Conclusão Em síntese, estes são os entendimentos que se submete à consideração superior para fins de aprovação: • a lei não poderá retroagir para alcançar a situação de aviso prévio já iniciado; • a proporcionalidade de que trata o parágrafo único do art. 1º da norma sob comento aplica-se, exclusivamente, em benefício do empregado; • o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa; • a jornada reduzida ou faculdade de ausência no trabalho, durante o aviso prévio, prevista no art. 488 da CLT, não foram alterados pela Lei 12.506/11; • A projeção do aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os fins legais; • Recaindo o término do aviso prévio proporcional nos trinta dias que antecedem a data base, faz jus o empregado despedido à indenização prevista na lei nº 7.238/84; e, www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 27 • As cláusulas pactuadas em acordo ou convenção coletiva que tratam do aviso prévio proporcional deverão ser observadas, desde que respeitada a proporcionalidade mínima prevista na Lei nº 12.506, de 2011. O Ministério do Trabalho e Emprego, na referida Nota Técnica, apresenta o seguinte quadro: Tempo de Serviço (anos completos) Aviso Prévio Proporcional ao Tempo de Serviço (nº de dias) 0 30 1 33 2 36 3 39 4 42 5 45 6 48 7 51 8 54 9 57 10 60 11 63 12 66 13 69 14 73 15 75 16 78 17 81 18 84 19 87 20 90 www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 28 Atenção! Caso o examinador forneça dados suficientes, o Candidato deve indicar o número de dias do saldo de salário postulado e a proporcionalidade das férias e décimo terceiro. E) ESTABILIDADE – REINTEGRAÇÃO – INDENIZAÇÃO O empregado que possui estabilidade provisória no emprego somente pode ser despedido por justa causa. A dispensa sem justa causa enseja-lhe o direito de postular sua reintegração no emprego e, sucessivamente, indenização substitutiva. Segue análise das principais hipóteses de estabilidadesprovisórias: ► MEMBROS DA CIPA (COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTE) A CIPA será composta por representantes da empresa e dos empregados, sendo os primeiros indicados pelo empregador e os últimos eleitos pelos empregados. Somente os membros eleitos pelos empregados serão detentores de estabilidade. Art. 164, CLT. Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único anterior. § 1º. Os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por ele designados. § 2º. Os representantes dos empregados, titulares e suplentes, serão eleitos em escrutínio secreto do qual participem, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados. § 3º. O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração de 1 (um) ano, permitida uma reeleição. § 4º. O disposto no parágrafo anterior não se aplicará ao membro suplente que, durante o seu mandato, tenha participado de menos da metade do número de reuniões da CIPA. § 5º. O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o Presidente da CIPA e os empregados elegerão, dentre eles, o Vice-Presidente. A estabilidade provisória está assegurada nos arts. 10, II, “a”, ADCT e no art. 165 da CLT. O artigo 10, II, “a”, ADCT, estabelece que até a promulgação de lei complementar, a que se refere o art. 7º, I da CF, fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do empregado eleito para o cargo de direção das Comissões Internas de Prevenção de Acidente (CIPA), desde o registro de sua candidatura até 1 (um) ano após o final do seu mandato. Art. 10, ADCT. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7º, I, da Constituição: www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 29 II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: a) do empregado eleito para cargo de direção de comissões internas de prevenção de acidentes, desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu mandato; Art. 165, CLT - Os titulares da representação dos empregados nas CIPA (s) não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Ressalte-se que apenas os membros da CIPA representantes dos empregados são eleitos; os representantes do empregador são simplesmente indicados, não gozando de estabilidade. O empregador designará, anualmente, dentre os seus representantes, o presidente da CIPA, enquanto os empregados elegerão, dentre eles, o vice-presidente, de acordo com o artigo 164, §5° da CLT. Portanto, apenas o vice-presidente da CIPA é detentor de estabilidade provisória no emprego. O TST entende que o suplente do empregado eleito para a CIPA também goza da estabilidade prevista no art. 10, II, “a”, ADCT. Esse Tribunal também se posiciona no sentido de que a extinção do estabelecimento torna possível a dispensa dos representantes dos empregados, sem direito à indenização. Observe a súmula 339 do TST: Súmula 339, TST. CIPA. SUPLENTE. GARANTIA DE EMPREGO. CF/1988. I - O suplente da CIPA goza da garantia de emprego prevista no art. 10, II, "a", do ADCT a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988. II - A estabilidade provisória do cipeiro não constitui vantagem pessoal, mas garantia para as atividades dos membros da CIPA, que somente tem razão de ser quando em atividade a empresa. Extinto o estabelecimento, não se verifica a despedida arbitrária, sendo impossível a reintegração é indevida a indenização do período estabilitário. ► MEMBROS DA CCP (COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA) Assim como na CIPA, o empregador indicará os seus representantes para compor a Comissão de Conciliação Prévia, enquanto os empregados elegerão os seus. A estabilidade provisória atinge apenas os membros eleitos pelos empregados (art. 625-B, § 1º, da CLT), sendo que o período dessa estabilidade é de até 1 ano após o final do seu mandato. Esse benefício visa garantir um desempenho adequado dos representantes dos empregados no exercício de suas funções na comissão. Art. 625-B, CLT. A Comissão instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros, e observará as seguintes normas: www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 30 I - a metade de seus membros será indicada pelo empregador e a outra metade eleita pelos empregados, em escrutínio secreto, fiscalizado pelo sindicato da categoria profissional; II - haverá na Comissão tantos suplentes quantos forem os representantes titulares; III - o mandato dos seus membros, titulares e suplentes, é de um ano, permitida uma recondução. § 1º. É vedada a dispensa dos representantes dos empregados membros da Comissão de Conciliação Prévia, titulares e suplentes, até um ano após o final do mandato, salvo se cometerem falta grave, nos termos da lei. § 2º. O representante dos empregados desenvolverá seu trabalho normal na empresa, afastando-se de suas atividades apenas quando convocado para atuar como conciliador, sendo computado como tempo de trabalho efetivo o despendido nessa atividade. ► DIRIGENTE SINDICAL O dirigente sindical também é detentor de estabilidade provisória, a qual vigora a partir do registro de sua candidatura até 1 ano após o seu mandato, caso eleito. Ocorrendo o registro da candidatura durante o aviso prévio o empregado não terá estabilidade no emprego. Além da estabilidade provisória, o artigo 543 da CLT assevera que o empregador não pode transferir o dirigente sindical. Inclusive, há previsão expressa na CLT para concessão de medida liminar visando reintegrar dirigente sindical afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador (art. 659, X, CLT). Nesse sentido, cita-se a OJ 65, SDI – 2 do TST, segundo a qual não cabe mandado de segurança contra decisão liminar que ordena a reintegração do dirigente sindical, pois tal decisão não fere direito líquido e certo, em face da previsão do inciso X do artigo 659 da CLT, ressalvada a hipótese de falta grave (art. 494 da CLT). A estabilidade provisória do dirigente sindical está prevista nos seguintes dispositivos: Art. 8, CF. É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: [...] VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente, até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei. Art. 543, CLT. O empregado eleito para cargo de administração sindical ou representação profissional, inclusive junto a órgão de deliberação coletiva, não poderá ser impedido do exercício de www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 31 suas funções, nem transferido para lugar impossível o desempenho das suas atribuições sindicais. § 1º. O empregado perderá o mandato se a transferência for por ele solicitada ou voluntariamente aceita. § 2º. Considera-se de licença não remunerada, salvo assentimento da empresa ou cláusula contratual, o tempo em que o empregado se ausentar do trabalho no desempenho das funções a que se refere este artigo. § 3º. Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir do momento do registro de sua candidatura acargo de direção ou representação de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 (um) ano após o final do seu mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave devidamente apurada nos termos desta Consolidação. § 4º. Considera-se cargo de direção ou representação sindical aquele cujo exercício ou indicação decorre de eleição prevista em lei. § 5º. Para os fins deste artigo, a entidade sindical comunicará por escrito à empresa, dentro de 24 (vinte e quatro) horas, o dia e a hora do registro da candidatura do seu empregado e, em igual prazo, sua eleição e posse, fornecendo, outrossim, a este, comprovante no mesmo sentido. O Ministério do Trabalho fará no mesmo prazo a comunicação no caso da designação referida no final do § 4º. § 6º. A empresa que, por qualquer modo, procurar impedir que o empregado se associe a sindicato, organize associação profissional ou sindical ou exerça os direitos inerentes à condição de sindicalizado, fica sujeita à penalidade prevista na letra (a) do Art. 553, sem prejuízo da reparação a que tiver direito o empregado. Súmula 369, TST. I - É indispensável a comunicação, pela entidade sindical, ao empregador, na forma do § 5º do art. 543 da CLT. II - O art. 522 da CLT, que limita a sete o número de dirigentes sindicais, foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do sindicato para o qual foi eleito dirigente. IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 32 V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto que inaplicável a regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho. O dirigente sindical só perderá a estabilidade se cometer falta grave, que deverá ser comprovada por meio de inquérito judicial para apuração de falta grave (súmula 379, TST e 197 do STF). Súmula 197, STF. Empregado com Representação Sindical - Despedida - Inquérito em que se Apure Falta Grave O empregado com representação sindical só pode ser despedido mediante inquérito em que se apure falta grave. Súmula 379, TST. O dirigente sindical somente poderá ser dispensado por falta grave mediante a apuração em inquérito judicial, inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT. Atenção! Não tem estabilidade provisória no emprego: a) membro do conselho fiscal do sindicato, pois, conforme o artigo 522, § 2º, da CLT, o mesmo não possui qualquer cargo de direção, limitando-se a atuar na gestão financeira do sindicato (OJ 365 da SDI-1 do TST e art. 522, § 2º, CLT). b) delegados sindicais, cuja função restringe-se a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e às empresas, exceto nas situações em que mediante procuração, os delegados representem a diretoria do sindicato (OJ 369, SDI-1, TST). Art. 522, CLT. A administração do Sindicato será exercida por uma diretoria constituída, no máximo, de 7 (sete) e, no mínimo, de 3 (três) membros e de um Conselho Fiscal composto de 3 (três) membros, eleitos esses órgãos pela Assembleia Geral. § 1º. A diretoria elegerá, dentre os seus membros, o Presidente do Sindicato. § 2º. A competência do Conselho Fiscal é limitada à fiscalização da gestão financeira do Sindicato. § 3º. Constituirão atribuirão exclusiva da Diretoria do Sindicato e dos Delegados Sindicais, a que se refere o Art. 523, a representação e a defesa dos interesses da entidade perante os poderes públicos e as empresas, salvo mandatário com poderes outorgados por procuração da Diretoria, ou associado investido em representação prevista em lei. www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 33 ► GESTANTE O art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias veda a demissão sem justa causa da empregada gestante desde a confirmação (concepção) da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto. A Súmula 244, III, do TST assegura à gestante estabilidade provisória mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. Art. 10, ADCT. Até que seja promulgada a lei complementar a que se refere o Art. 7º, I, da Constituição: II - fica vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses após o parto. Súmula 244, TST. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res. 185/2012 – DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012 I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art. 10, II, "b" do ADCT). II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período de estabilidade. III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato por tempo determinado. ► ACIDENTE DO DE TRABALHO Esta estabilidade abrange, exclusivamente, os acidentes de trabalho e os acidentes de trabalho por equiparação. Por exemplo, o acidente sofrido no percurso do trabalho para casa e vice-versa é considerado acidente de trabalho por equiparação (art. 21, Lei 8213/91). O empregado acidentado só gozará dessa estabilidade provisória diante do cumprimento de dois requisitos legais: a) permanecer mais de 15 dias afastado do serviço e b) perceber auxílio-doença acidentário do INSS. O período de estabilidade do empregado acidentado é de, no mínimo, 12 meses após a cessação do auxílio doença acidentário, portanto, o prazo começará a fluir somente a partir do retorno ao emprego. Art. 118, Lei 8213/91. O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na empresa, após a www.cers.com.br OAB XIV EXAME – 2ª FASE Processo do Trabalho Aryanna Manfredini 34 cessação do auxílio doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente. Art. 21, Lei 8213/91. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei: I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação; II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de: a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho; c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho; d) ato de pessoa privada do uso da razão; e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos
Compartilhar