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CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 1 Apresentação do Curso Bibliografia Bibliografia principal Bibliografia complementar No curso de Eletricidade, você foi introduzido às leis elementares que regem os circuitos elétricos: a Lei de Ohm e as Leis de Kirchhoff. Além disso, foram estudadas as principais técnicas de análise de circuitos resistivos. Já na cadeira de Circuitos Elétricos I, os circuitos elétricos estudados passaram a apresentar, além de resistores, dois novos componentes: o indutor e o capacitor. Assim, analisou-se o comportamento de circuitos simples contendo indutores ou capacitores. A resposta desses circuitos era determinada pela resolução de equações diferenciais ordinárias. E o que veremos na cadeira de Circuitos Lineares II? Continuaremos a analisar os circuitos com resistores, capacitores e indutores. Todavia, estudaremos ferramentas matemáticas que nos permitirão uma interpretação frequencial do circuito, a qual complementará a visão temporal com a qual estamos acostumados. Como veremos durante o curso, isto nos fornecerá um entendimento mais aprofundado do funcionamento dos circuitos elétricos lineares, além de nos proporcionar uma metodologia para a análise de circuitos maiores e mais complexos. Entre as diversas aplicações dos circuitos elétricos, o conhecimento que adquirirmos nos permitirá entender os circuitos que realizam a filtragem de sinais, os chamados filtros. James W. Nilsson Susan A. Riedel, Circuitos Elétricos, 8a Edição Pearson Education Robert L. Boylestad Introdução à Análise de Circuitos, 10a Edição, Pearson Education. Charles M. Close Circuitos Lineares, 1a Edição, LTC Editora CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 2 Tópico 01 – Resposta Senoidal e Fasor 1.1. Circuito Elétrico: um Sistema Dinâmico Para começarmos, é bom relembrar que os problemas em Engenharia podem ser enquadrados em problemas de análise e de síntese: Cada tipo de componente elétrico representa um sistema físico com diferentes características: Chamamos de linear toda função/sistema que obedece ao Princípio da Superposição, o qual compreende duas propriedades: Aditividade e Homogeneidade ( ) ( ) ( )2121 vfvfvvf +=+ ( ) ( )11 ** vfKvKf = Por exemplo, o resistor e o indutor são lineares para a relação entre tensão e corrente: Resistor: ( ) ( ) ( ) ( )21212121 ivivRiRiiiRiiv +=+=+=+ (aditividade) ( ) ( ) ( ) ( )1111 iKvRiKKiRKiv === . (homogeneidade) Indutor: ( ) ( ) ( ) ( )21212121 ivivdt diL dt diL dt iidLiiv +=+=+=+ (aditividade) ( ) ( ) ( )1111 iKvdt diKL dt KidLKiv === . (homogeneidade) Dizemos que um sistema é dinâmico quando sua resposta depende do que lhe aconteceu anteriormente e até aquele momento. Ou seja, a resposta do sistema em um determinado instante é determinada não só pelo valor atual da excitação, mas também Hipóteses simplificadoras modelo matemático conjunto de equações sistema físico real Análise Estudo do sistema resolução das equações Síntese intervenção no sistema técnicas de projeto lineares não-lineares instantâneos dinâmicos possuem “memória” resistor diodo, transistor capacitor, indutor ? CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 3 pelo valores passados da excitação. Significa dizer que, de alguma forma, o sistema possui uma capacidade de “memória”, que lhe permita guardar esse histórico. Já o sistema instantâneo apresenta uma resposta que é função apenas do valor atual da excitação. Por exemplo, um circuito puramente resistivo é um sistema instantâneo, pois a tensão ou a corrente em qualquer resistor do circuito depende apenas da tensão ou corrente que está sendo injetada no circuito naquele momento. E, como o nome indica, qualquer variação na entrada aparece instantaneamente na saída. Já um circuito com indutores ou capacitores apresenta efeito memória e, consequentemente, é um sistema dinâmico. Mas por que o circuito com capacitor apresenta memória? Lembre-se que a relação entre corrente e tensão no capacitor é dada por uma integral: ( ) ( )∫= dttiCtv 1 , que nada mais é que um somatório/acúmulo (memória) de informações anteriores. 1.2. Resposta Senoidal Até aqui, estudamos principalmente circuitos com fontes de alimentação (tensão ou corrente) constantes. Em CE-II estaremos interessados em fontes variantes no tempo, mais especialmente nas fontes senoidais ou harmônicas. Um dos motivos da importância do estudo de fontes senoidais é que a geração, transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica são realizados sob condições senoidais em estado estacionário. Na verdade, sinais senoidais são especialmente importantes porque: 1o) Em circuitos lineares invariantes no tempo (LIT) a resposta terá sempre a mesma frequência da excitação de entrada, 2o) Qualquer sinal no tempo pode ser decomposto/concebido como uma soma infinita de contribuições frequenciais amortecidas (Transformada de Laplace). Considere uma fonte de tensão senoidal ( ) ( )φ+= wtVtv m cos . Repare que esse sinal é completamente descrito pelas três grandezas: Amplitude máxima Vm: ( ) ( )( ) ( )( ) mmm VwtVwtVtv =+=+= φφ cosmaxcosmax)(max . Freqüência angular T fw 122 pipi == . Ângulo de fase φ . Vamos aplicar essa fonte de tensão senoidal em um circuito RL série, com ( ) 00 =Li : ( ) ( )φ+= wtVtv m cos Fig 1.1 – Circuito RL série com excitação senoidal i(t) + - L R CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 4 Queremos determinar a corrente i(t) passando sobre o resistor. Aplicando a LKT: 0=−− RL vvv ∴ vRidt diL =+ ∴ ( )φ+=+ wtVRi dt diL m cos A solução i(t) da equação diferencial é dada pela soma da solução homogênea iH(t) com a solução forçada iF(t). Assim, ( ) ( ) ( )φφ ++++=+= − wtKwtKeKtititi LRtFH sencos)()()( 321 ( ) ( ) ( )θφθφ −+ + +− + −= − wt LwR V e LwR V ti mL Rtm coscos)( 222222 , com R wL arctan=θ Fig 1.2 – Resposta à excitação ( ) ( )φ+= wtVtv m cos , com 0=φ À medida que o tempo passa, o primeiro termo tende a zero, e a corrente pode ser representada por ( )θφ −+ + ≈ wt LwR V ti mss cos)( 222 A resposta nessa condição, em que os termos exponenciais tornam-se desprezíveis, é conhecida como reposta em estado estacionário. Por outro lado, chamamos de transiente ou transitório o período no qual esses termos exponenciais ainda são relevantes, e a resposta está em fase de transição para o estado estacionário. Na análise desse circuito, devemos destacar dois pontos: 1o) A resposta a uma excitação senoidal em estado estacionário também é senoidal. 2o) A resposta possui a mesma frequência da excitação de entrada. Isso sempre acontece em circuitos lineares invariantes no tempo, que são circuitos RLC onde os valores de R, L e C não variam com tempo. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -0.8 -0.6 -0.4 -0.2 0 0.2 0.4 0.6 0.8 Tempo Am pl itu de iH iF i estado estacionário transiente CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 5 Podemos, assim, concluir que para obtermos a resposta do circuito a uma excitação senoidal, basta determinarmos apenas as duas variáveis aindadesconhecidas: a amplitude máxima mI e o ângulo de fase θφφ −=I da resposta, que sabemos será senoidal e com a mesma frequência que a excitação. 1.3. Fasor Acabamos de ver que a resposta será da forma ( ) ( )im wtIti φ+= cos , sendo que as únicas informações desconhecidas são mI e iφ . É interessante, então, desenvolvermos uma ferramenta matemática que trabalhe diretamente apenas com essas duas variáveis relevantes. É aqui que se encaixa a representação fasorial, ou os fasores. A identidade de Euler estabelece que: θθθ sencos je j +=± . Então, podemos conceber que ( )θθ jeRecos = e ( )θθ jeImsen = . Assim sendo, nosso sinal senoidal pode ser visto como: ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )jwtjmjjwtmwtjmm eeVeeVeVwtVtv θθφφ ReReRecos ===+= + Chamamos de fasor o número complexo θj meVV = , que corresponde à porção de )(tv que carrega toda a informação de que precisamos ( mV e φ ). Além da forma polar acima, o fasor (como qualquer número complexo) também pode ser representado na forma retangular φφθ sencos mmjm jVVeVV +== . A propriedade a seguir é primordial para entendermos a importância dos fasores: “Se em um circuito temos uma soma de tensões senoidais de mesma frequência dada por ( ) ( ) ( ) ( )tvtvtvtv n+++= ...21 , então o fasor dessa soma de tensões é dado por nVVVV +++= ...21 , que representa uma soma fasorial.” Assim, através do uso de fasores, poderemos analisar circuitos utilizando álgebra de números complexos, ao invés de identidades trigonométricas no tempo. CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 6 Tópico 02 – Impedância 2.1. Elementos Passivos no Domínio da Frequência RESISTOR Vamos supor que temos uma corrente ( ) ( )im wtIti θ+= cos passando por um resistor. A tensão sobre este resistor será ( )im wtRItRitv θ+== cos)()( . O fasor relativo a ( )tv será im j m RIeRIV i θθ == . Observando que o fasor para corrente é imjm IeII i θθ == , na verdade temos que RIV = Analisando esse resultado, podemos destacar que: • O resistor não altera o ângulo de fase da resposta, de modo que não há desvio de fase. • A amplitude da resposta ( )mRI é independente da frequência da excitação. Fig 2.1 – Tensão X Corrente sobre Resistor INDUTOR Seja novamente ( ) ( )im wtIti θ+= cos , cujo fasor é imjm IeII i θθ == . Agora, ( ) ( )o90cossen)()( −+−=+−== imim wtwLIwtLwIdt tdiLtv θθ O fasor para a resposta será ( ) ( ) ( )( ) ( )oooo 90909090 +===−−=−=−= −− imimjmjmjjmjm wLIIwLejwLIjewLIeewLIewLIV iiii θθθθθθ que representa jwLIV = Analisando esse resultado, podemos destacar que: • O indutor introduz um desvio de fase de + 90o: ( )o90+iθ ; • A amplitude da resposta ( )mwLI é dependente da frequência da excitação. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -2 -1 0 1 2 Tempo Am pl itu de i(t) v(t) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -2 -1 0 1 2 Tempo Am pl itu de i(t) v(t) CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 7 Fig 2.2 – Tensão X Corrente sobre Indutor CAPACITOR Seja novamente ( ) ( )im wtIti θ+= cos , cujo fasor é imjm IeII i θθ == . Agora, ( ) ( ) ( )o90cos1sen111)( −+=+== ∫ imim wtIwCwtIwCdttiCtv θθ O fasor para a resposta será ( ) ( ) ( )oo oo 909011 1111 9090 −= −== = === −− i m im j m j m jj m j m wC II wC eIjwC jeIwCeeIwCeIwCV i iii θθθ θθθ que significa que IjwCV 1 = Analisando esse resultado, podemos destacar que: • O capacitor introduz um desvio de fase de – 90o: ( )o90−iθ ; • A amplitude da resposta wC Im é dependente da frequência da excitação. Fig 2.3 – Tensão X Corrente sobre Capacitor 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -2 -1 0 1 2 Tempo Am pl itu de 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -4 -2 0 2 4 Tempo Am pl itu de i(t) v(t) i(t) v(t) 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -1 -0.5 0 0.5 1 Tempo Am pl itu de 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 -1 -0.5 0 0.5 1 Tempo Am pl itu de i(t) v(t) i(t) v(t) CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 8 2.2. Impedância e Reatância Vimos a relação entre os fasores de entrada e de saída nos componentes passivos. De fato, para todos é obedecida a forma ZIV = Esse número complexo Z chamamos de impedância, cuja unidade é o Ohm (Ω). Reparar no quadro abaixo, que a impedância do resistor é independente da frequência, enquanto que a do capacitor e a do indutor são dependentes da frequência. Resistor Indutor Capacitor RIV = jwLIV = IjwCV 1 = RZ = ( ) jwLwZ = ( ) jwCwZ 1 = À amplitude da parte imaginária da impedância nós chamamos de reatância. Assim, o resistor não possui reatância, enquanto que indutor e capacitor são reatâncias puras. Exemplo 2.1: Seja um capacitor de 0,2µF submetido a uma diferença de tensão de ( )o5010cos40 5 −t V. Determine: i-ii) Impedância e Reatância A impedância do capacitor é ( ) jwCwZ 1 = , de modo que ( ) Ω−=== − 5050 10*2.0*10* 110 65 5 jjjZ Assim a reatância é de -50Ω. iii-iv) Fasor I e iss(t) Sabemos que ZIV = . Logo, ( )( ) A Z VI ooo o o 408.09050 50 40 9050 5040 =−−−= − − == A partir de I é fácil determinarmos que ( ) ( )Attiss o4010cos8.0 5 += . 2.3. Leis de Kirchhoff no Domínio da Frequência Lei de Kirchhoff das Tensões (LKT) Vamos supor que aplicamos a LKT em um circuito operando em estado estacionário senoidal. Para n quedas de tensão presentes na malha temos ( ) ( ) ( ) 0...21 =+++ tvtvtv n ou ( ) ( ) ( ) 0cos...coscos 2211 =++++++ nmmm wtVwtVwtV n φφφ . CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 9 Utilizando a identidade de Euler temos que ( ) ( ) ( ) 0Re...ReRe 21 21 =+++ jwtjmjwtjmjwtjm eeVeeVeeV nn θθθ { } 0...Re 21 21 =+++ jwtjmjwtjmjwtjm eeVeeVeeV nn θθθ ( ){ } 0...Re 21 21 =+++ jwtjmjmjm eeVeVeV nn θθθ Como 0≠jwte , concluímos a LKT para fasores 0...21 =+++ nVVV “O somatório algébrico de fasores de tensões em uma malha fechada é igual a zero”. Lei de Kirchhoff das Correntes (LKC) Por um raciocínio análogo, podemos derivar a LKC para fasores. Em um nó do circuito onde temos ( ) ( ) ( ) 0...21 =+++ tititi n . Podemos afirmar que 0...21 =+++ nIII “O somatório algébrico de fasores de correntes que entram em saem de um nó é igual a zero”. Exemplo 2.2 Em um nó de um circuito entram 4 correntes: i1, i2, i3 e i4. Se ( ) ( )o25cos1001 += wtti , ( ) ( )o145cos1002 += wtti e ( ) ( )o95cos1003 −= wtti , determine i4(t). Solução Pela LKC, ( )∑ ∑ == 0Iti . Os fasores são ooo 95100,145100,25100 321 −=== III ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) 095sen95cos100145sen145cos10025sen25cos100 4 =+−+−++++ Ijjj oooooo ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ( )( ) 0951452510095cos145cos25cos100 4 =+−+++++ Isensensenj oooooo ( ) ( ) ( ) AtiAjI 0001000100 44 =∴=−−= CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 10 Tópico 03 – Associações de Impedâncias 3.1. Impedâncias em Série Seja a associação em série a seguir, Pela LKT, ( )IZZZIZIZIZVVVV nnnab +++=+++=+++= ......... 212121 Concluímos, então, que a impedância equivalente para impedâncias em série é dada pela soma das impedâncias: nT ZZZZ +++= ...21 Exemplo 3.1: Voltandoao circuito RL série, vamos determinar iss(t) por fasores. ( ) ( )φ+= wtVtv m cos Solução Podemos determinar I fazendo TZ VI = . Para esse circuito série, temos ( )θφφφ − + = + = + == 222222 arctan LwR V R wlLwR V jwLR V Z VI mmm T onde = R wL arctanθ . Logo, ( )θφ −+ + = wt LwR V ti mss cos)( 222 que é o mesmo resultado que encontramos no Tópico 01 resolvendo a equação diferencial. Importante! utilizamos o fato de que um número complexo na forma retangular pode ser reescrito na forma polar segundo +=+ a bbajba arctan22 . 3.2. Impedâncias em Paralelo Seja agora a associação em paralelo abaixo: I ... + Vab - ZnZ2Z1 i(t) + - L R I ... + Vab - ZnZ2Z1 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 11 Pela LKC, +++=+++=+++= n ab n ababab n ZZZ V Z V Z V Z VIIII 1...11...... 2121 21 Como, T ab T ab Z V Z VI 1== , concluímos que nT ZZZZ 1 ... 111 21 +++= O inverso da impedância também é um número complexo, chamado de admitância. jBG Z Y +== 1 Sua unidade é o siemen (S). A parte real G é a condutância, enquanto que a amplitude B da parte imaginária é a susceptância. Assim, descobrimos que resistor possui uma admitância que é uma condutância pura, enquanto que capacitor e indutor representam susceptâncias puras. Cuidado: susceptância não é inverso de reatância. b j ajba 111 +≠ + Utilizando o mesmo procedimento da cadeira de Eletricidade, é fácil demonstrar que as equações do Divisor de Tensão e do Divisor de Corrente também se aplicam ao cálculo fasorial: Divisor de Tensão: 21 1 1 ZZ ZVV s + = Divisor de Corrente: 21 2 1 ZZ ZII s + = Exemplo 3.2 Determine vo para o circuito abaixo, se ( ) ( )Attig 4000cos8.0= . Solução As impedâncias na frequência de 4000 rad/s são: Ω=== − 7010*5.17*4000* 3 jjjwLZL e Ω−==−= − 40 10*25.6*4000 11 6 jjwCjZC Por divisor de corrente, ( ) ( ) Aj j jj jII g oooo o oo 908.0901*08.0 87,3650 13,535008.0 3040 403008.0 70104030 4030 2 −=−= − = + − = ++− − = Logo, ( )VttvVIZV oLo 4000cos56)(056908.0*90702 =∴=−== ooo Graças aos fasores, escapamos de resolver uma EDO de 2a ordem! vo I2I1 Ig 30 10 -40j 70j 30 10 6.25uF 17.5mH ig CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 12 3.3. Transformação ∆∆∆∆-Y As fórmulas para a transformação ∆-Y também são válidas quando tratamos de impedâncias: cba cb ZZZ ZZZ ++ =1 , cba ac ZZZ ZZZ ++ =2 , cba ba ZZZ ZZZ ++ =3 Para a transformação inversa, as fórmulas também são análogas ao caso resistivo: 1 133221 Z ZZZZZZZa ++ = , 2 133221 Z ZZZZZZZb ++ = , 3 133221 3 Z ZZZZZZZ ++= Exemplo 3.3 Determine I para o circuito abaixo. Solução Para esse circuito, uma transformação ∆-Y permite que se resolva o problema apenas com associações de impedâncias. Assim, inicialmente calculamos o56,26902,552550155040 =+=−+=++ jjjZZZ cba i) Ω−−=−= − = ++ = 12657,116565,26 56,26902,55 9015*050 1 jZZZ ZZ Z cba cb o o oo Ω−=−= − = ++ = 8,46,956,26733,10 56,26902,55 9040*9015 2 jZZZ ZZ Z cba ac o o oo Ω+=−= = ++ = 321644,63777,35 56,26902,55 050*9040 3 jZZZ ZZ Z cba ba o o oo II o136|0o136|0 + - + - 14 Z1 10 Z3 40 Z2 14 Zc -15j 10 Zb 50 40 Za 40j Zb Za Zc Z2 Z1 Z3 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 13 ii) Ω+=++=Ω+ 3256403216403 jjZ Ω−=+−−=Ω+ 12410126101 jjZ iii) ( ) ( ) ( )( ) Ω−= −++ −+ =++ 2,114,6 1243256 124325610//40 13 jjj jjZZ iv) Ω−=Ω−=−+−+= o07,283416302,114,68,46,914 jjjZT Finalmente, A Z VI T o o o 07,284 07,2834 0136 = − == 3.4. Conversão de Fontes Assim como nos circuitos resistivos, a conversão de fontes permite simplificar bastante a análise de vários circuitos. O procedimento para a conversão é análogo no caso frequencial: Exemplo 3.4 Vamos voltar ao Exemplo 3.2. Queremos determinar vo para o circuito abaixo, com ( ) ( )Attig 4000cos8.0= . Solução Vamos transformar o circuito série-paralelo em um circuito apenas série. i) 4030 jZ s −= e o08,0 == gs II : ( ) VjjIZV sss 32248,0*4030 −=−== ii) ( ) o o o o 056 87,3650 907013,5340 3040 703224 70104030 70 = −= + −= ++− = j jjjj jVV so ( ) ( )Vttvo 4000cos56=∴ Vs=Zs*Is Is=Vs/Zs b a Zs b a Zs + - V Is vo + - Vs 6.25uF 17.5mH ig 30-40j 10 70j 30 10 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 14 Tópico 04 – Equivalentes Thévenin e Norton Método dos Nós 4.1. Equivalentes Thévenin e Norton Assim como na análise temporal, o Teorema de Thévenin para impedâncias diz que qualquer porção do circuito contendo impedâncias e fontes pode ser substituída por seu equivalente Thévenin. O procedimento para encontrar o equivalente Thévenin é exatamente o mesmo: ZTH – resistência vista entre os terminais com as fontes em repouso. VTH – queda de tensão medida entre os terminais em aberto. Exemplo 4.1 Vamos encontrar o equivalente Thévenin para a porção de circuito mostrada abaixo. Solução 1o) determinação de VTH. Para facilitar, vamos fazer uma conversão de fonte no circuito original, transformando a fonte de corrente em uma fonte de tensão: VZIV sss 20040*5 === . O novo circuito será: Observando a impedância de 40+50j, podemos dizer que ( ) ( ) AIjI IjIIj I xx xxx x o o 4522 45250 2005050200 504010200 5040 10200 −= =∴+=∴ +=−∴= + − Agora, por divisor de tensão podemos determinar a tensão entre a e b: Vj jIVV xabTH oo o o 9020 4525 90545220 55 510 −= − − −= − − == 5|0o Ix + - 10Ix a b -5j 550j 40 200|0o Ix+ - Vs + - 10Ix a b -5j 540+50j CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 15 2o) determinação de ZTH. Com a fonte em repouso, obtemos o circuito abaixo. Lembre que fontes controladas não entram em repouso! Com fontes controladas, o procedimento é aplicar uma tensão Vt entre os terminais e mediar a corrente It fluindo. Contudo, isso aqui não será necessário. Pela LKT, temos ( )5040*10 jII xx += , o que é só é verdadeiro se 0=xI , ou seja, se a fonte controlada representar um curto. Assim, a impedância vista pelo terminal é dada por 5Ω//-j5Ω Ω−=−=−= − − = − − =−= 5,25,2 2 2 2 5 2 2 2 545 2 5 4525 9025 55 255//5 jjj jjZTH oo o O procedimento para encontrar o equivalente Norton também é análogo: ZN – resistência vista entre os terminais com as fontes em repouso. IN – corrente medida entre os terminais em curto. Exemplo 4.2 Vamos encontrar o equivalente Nortonpara a porção de circuito mostrada abaixo. Solução 1o) determinação de IN. Com os terminais em curto, a elevação da fonte controlada aparece sobre as impedâncias em paralelo de 1Ω e de j2Ω. Assim, 2*4 jII bb = o que é só é verdadeiro se 0=bI , ou seja, se a fonte controlada representar um curto. Logo, não passa corrente por nenhuma das duas impedâncias, e o05=NI . Ix + Vt - It + - 10Ix a b -5j 550j 40 5|0o Ib +- 4Ib a b 2j1 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 16 2o) determinação de ZN. Com a fonte em repouso, obtemos o circuito abaixo. Lembre que fontes controladas não entram em repouso! Com fontes controladas, o procedimento é aplicar uma tensão Vt entre os terminais e mediar a corrente It fluindo. Por divisor de corrente, temos que, 2121 1 j I jII t tb + = + = Pela LKT, ( ) ( )24 21 24024 jj IjIVIjIV tbtbbt + + =+=∴=−− Logo, ( ) ( )( )( )( ) Ω−= − = + +−+ = −+ −+ =+ + == 2,16,1 5 68 41 4824 2121 212424 21 1 jjjjjj jjjjI V Z t t N 4.2. Método dos Nós O Método dos Nós é uma poderosa ferramenta de análise de circuitos, e também pode ser empregado diretamente para a análise de circuitos com impedâncias. É o que veremos no exemplo abaixo. Exemplo 4.3 Vamos utilizar o método dos nós para determinar v(t) no circuito abaixo. São dados: ( ) ( )wttis cos10= , ( ) ( )wttvs sen100= e skradw /50= . + Vt - It Ib +- 4Ib a b 2j1 + v - is 9uF 100uH 5 20 + - vs CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 17 Solução O primeiro passo é encontrar as impedâncias na frequência dada. Ω=== − 510*100*10*50* 63 jjjwLZ L e Ω−=−=−= − 45 100 10*9*10*50 11 63 jjwCjZC O circuito na frequência é dado abaixo. Definimos a tensão no nó inferior como sendo o nosso referencial (GND), de modo que, por conseqüência, o nó superior está na tensão V. Pela LKC no nó superior: ( ) 05 205100 45 5 100 20 100 5 45 1005 100 =−−−+−∴=−−−− − −−∴=∑ j V j V j VVjV j V j VVI ( ) o57,7162,313010 2 5105104 1 5104 510 4 1 4 10 5 1 100 45 20 1 5 1510 −=−= −−− = + − =∴ −= +∴= −− +−− jjjj jV jjVjVVj Então, podemos afirmar que ( ) ( )o57,7110*50cos62,31 3 −= ttv V. 100|-90 o10|0 o + V - V + - 20 ZL Zc5 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 18 Tópico 05 – Método das Malhas, Teorema da Superposição e Diagrama Fasorial 5.1. Método das Malhas Assim como o Método dos Nós, o Método das Malhas pode ser aplicado de forma idêntica em circuitos fasoriais, com a diferença principal de que os sistemas de equações lineares resultantes envolvem coeficientes complexos. Exemplo 5.1 Vamos utilizar o método das malhas para determinar V1, V2 e V3 no circuito abaixo. Solução 1a Malha Pela LKT: ( ) ( )( ) ( ) ( ) 150161214130161221150 21211 =+−+−∴=−−−+− jIjIIIjIj (1) 2a Malha Pela LKT: ( )( ) ( ) 039311612 212 =−+−−−− xIIjIIj Mas, ( )21 III x −= . Logo, ( )( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 013261627039311612 2121212 =−−++∴=−−+−−−− jIjIIIIjIIj (2) As duas equações representam um sistema de equações linear 2x2: ( ) ( ) ( ) ( ) = −−+ +−− 0 150 13261627 16121413 2 1 I I jj jj , que pode ser resolvido diretamente por ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) −− −− = −−+ +−− = − 5824 5226 0 150 13261627 16121413 1 2 1 j j jj jj I I , ou por outros métodos para sistemas de equações lineares, como por exemplo, por substituição. Uma vez determinadas as correntes, podemos encontrar as tensões desejadas: ( ) VjIjV 1047821 11 −=+= ( )( ) VjIIjV 104721612 212 +=−−= ( ) VjIjV 13015031 23 −=+= Poderíamos conferir pela LKT: ( ) ( ) 01047210478150150 21 =+−−−=−− jjVV OK! + V2 - + V1 - + V3 - 150|0 Ix o + - 3j11 12 + - 39Ix 2j -16j CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 19 5.2. Teorema da Superposição Exemplo 5.2 Vamos voltar ao Exemplo 4.3, resolvendo-o pelo Teorema da Superposição. São dados: ( ) ( )wttis cos10= , ( ) ( )wttvs sen100= e skradw /50= . Solução Havíamos determinado as impedâncias na frequência dada: Ω=== − 510*100*10*50* 63 jjjwLZ L e Ω−=−=−= − 45 100 10*9*10*50 11 63 jjwCjZC 1a Contribuição: da fonte de corrente 100°°°° Com a fonte de tensão em repouso, o circuito se reduz a A tensão V pode ser facilmente encontrada por ( )jjZIV T 5//920//20//5*10* −== A impedância equivalente é dada por: ( ) ( ) ( )Ω−=−=∴+=+−= − +++= jjZSjjj jjZ T T 12 2 141 4 1 20 9 5 1 4 1 9 20 1 5 1 20 1 5 11 Logo, ( ) VjjZIV T 202012*10* −=−== 2a Contribuição: da fonte de tensão 100-90°°°° Com a fonte de corrente em repouso, o circuito se reduz a + v - is 9uF 100uH 5 20 + - vs 100|-90 o10|0 o + V - V + - 20 ZL Zc5 + V - 10|0o 20 5j -20/9j5 100|-90o + V - + - 20 5j -20/9j5 CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 20 A tensão V pode ser facilmente encontrada por divisor de tensão ( ) 205//920//5 5//9 20//5 * +− − = jj jj VV s onde, ( ) ( ) Ω+=∴ + =+=+−= − ++ jZS jjjj jj T 54 20 20 54 4 1 5 1 20 9 5 1 5 1 9 20 1 5 1 5 1 Logo, ( ) ( ) ( ) Vjjjjjjjj jjV 1010 50 55100 55 100 541 1100 2054 20 54 20 *100 −−=−−= + −= ++ −= ++ + −= Soma das contribuições Somando as duas contribuições temos, VjjjV o57,7162,31301010102020 −=−=−−−= Então, podemos afirmar que ( ) ( )o57,7110*50cos62,31 3 −= ttv V, exatamente como determinamos no Exemplo 4.3. 5.3. Diagramas Fasoriais Todo número complexo V pode ser representado como um vetor em ℜ2, uma vez que ele é determinado por duas grandezas: (Re{V}, Im{V}). Assim, os diferentes fasores presentes em um circuito elétrico também podem ser representados graficamente, no que chamamos de diagrama fasorial. Embora o diagrama fasorial não tenha atualmente uma utilidade quantitativa, ele pode ser uma ferramenta útil para que possamos entender, qualitativamente, o que acontece em um dado circuito. Vejamos o exemplo a seguir. Exemplo 5.3 Para o circuito abaixo, queremos analisar qual o efeito de se colocar um capacitor em paralelo com a carga, supondo que desejemos manter a tensão na carga VL com amplitude fixa. + VL - L2 L1 R2 R1 + - Vs α β α sen(β) α cos(β) carga CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 21 Solução Vamos supor que a nossa referência zero para a fase é dada por VL. Sabemos que a corrente sobre o resistor R2estará em fase com VL, enquanto que a corrente sobre o indutor L2 estará defasada de 90º, pois o90 = wL V I LL . Assim, A corrente I saindo da fonte corresponde a I=IR+IL. Logo, Também sabemos que a tensão sobre R1 estará em fase com corrente I, enquanto que a tensão sobre L1 estará adiantada 90º em relação à corrente. Então, Pela LKT, Vs é dado pela soma das tensões na malha: LLRS VVVV ++= 11 . Agora, vamos voltar ao circuito e acrescentar um capacitor em paralelo com a carga, e vamos analisar qual a influência do capacitor sobre a tensão Vs, mantida a tensão de carga VL com a mesma amplitude. VL IR IL VL IR IL I VL IR IL I VL1 VR1 VL IR IL I VL1 VR1 Vs + VL - C L2 L1 R2 R1 + - Vs CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 22 O capacitor drena mais corrente da fonte, de forma que I agora é diferente: Reparar que a amplitude da corrente I diminuiu. Prosseguindo com o raciocínio, A importante conclusão que tiramos olhando o diagrama fasorial é que conseguimos diminuir a amplitude da tensão de fonte mantendo a mesma amplitude de tensão de carga, graças à compensação introduzida pelo capacitor. Esse é a razão pela qual se utiliza bancos de capacitores na indústria para compensar a presença de motores e outras máquinas que são de natureza indutiva, diminuindo-se, assim, o consumo de energia (relacionado à amplitude de Vs). VL IR IL I IC VL IL I IC VL1 Vs CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 23 Tópico 06 – Transformadores em Circuitos Fasoriais Nesse tópico vamos analisar o transformador em circuitos fasoriais. O primeiro passo será analisarmos o modelo linear para um transformador. Em seguida, veremos que em certos casos poderemos utilizar um modelo ideal de transformador. 6.1. Transformador Linear A figura abaixo mostra um circuito com o modelo linear para um transformador, onde R1: resistência do enrolamento primário; R2: resistência do enrolamento secundário; L1: auto-indutância do enrolamento primário; L2: auto-indutância do enrolamento secundário; M: indutância mútua, 21LLkM = , onde k é um coeficiente de acoplamento. Figura 6.1 – Transformador acoplando carga à fonte A presença da indutância mútua M implica que a corrente no secundário irá provocar uma diferença de potencial no secundário, e vice-versa. Aliás, é pela indutância mútua que aparece o acoplamento entre o secundário e o primário do transformador. Os pontos no modelo do transformador servem para indicar o sentido da corrente que irá surgir em um rolamento por causa da corrente passando pelo outro. O critério utilizado é o seguinte: “Uma corrente crescendo positivamente entrando na extremidade com o ponto de um enrolamento induz uma tensão no outro enrolamento que é positiva na extremidade com o ponto.” Vamos analisar o circuito acima utilizando o método das malhas. Pela LKT: Malha 1: 0211111 =+−−− jwMIIjwLIRIZV SS Repare que a impedância relativa à indutância mútua aparece multiplicando a corrente no secundário. Além disso, como I2 está saindo do ponto, a tensão que ela gera no primário é negativa em relação ao ponto neste. Na malha 2 temos, Malha 2: 0222122 =−−+− IZIRjwMIIjwL L As duas equações se reduzem a ( ) SS VjwMIIjwLRZ =−++ 2111 (1) ( ) 02221 =++− IZRjwLjwMI L (2) Se resolvermos o sistema, encontraremos: ( )( ) SLS L V MwZjwLRjwLRZ ZjwLR I 22 2211 22 1 +++++ ++ = ( )( ) 1222222112 IZjwLR jwMV MwZjwLRjwLRZ jwMI L S LS ++ = +++++ = I2 I1 jwL2jwL1 + - Vs ZL Zs R2R1 jwM transformador linear fonte carga CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 24 A impedância vista pela fonte de tensão é pSsT ZZI VZ +== 1 , onde Zp é a impedância equivalente nos terminais do primário. Logo, ( )Lp ZjwLR MwjwLRZ ++ ++= 22 22 11 . O último termo corresponde à impedância de carga refletida no primário. Repare que se a carga ZL fosse conectada diretamente sem o transformador, teríamos Zp = ZL . Assim, podemos ver como o transformador altera o valor da impedância de carga a ser percebido pela fonte. Exemplo 6.1 Um transformador linear é usado para acoplar uma carga constituída por um resistor de 360Ω em série com um indutor de 0,25H a uma fonte de tensão senoidal. A fonte de tensão tem uma impedância interna de 184Ω e uma tensão máxima de 245,20V, e opera com uma frequência angular de 800 rad/s. Os parâmetros do transformador são R1=100Ω, L1=0,5H, R2=40Ω, L2=0,125H e k=0,4. Queremos determinar a impedância refletida, a corrente no primário e a corrente no secundário. Solução O circuito do exercício é exatamente o da Figura 6.1. Inicialmente precisamos calcular a indutância mútua 1,0125,0*5,04,021 === LLkM Precisamos das impedâncias na frequência dada: Ω== 4005,0*8001 jjZ , Ω== 100125,0*8002 jjZ e Ω== 20025,0*800 jjZ Ls Vimos que a impedância na entrada do transformador é dada por: ( )Lp ZjwLR MwjwLRZ ++ ++= 22 22 11 ( ) ( )68,724,10400100 25 3464400100 34 64400100 300400 6400400100 20036010040 1,0800400100 22 jjjjjj jjjjj −++= − ++= + ++= + ++= +++ ++= onde a impedância refletida corresponde à parcela Ω− 68,724,10 j . A corrente no primário pode ser facilmente determinada por ( ) o o o 13,535,0 13,53488 02,245 32,39224,290 2,245 68,724,10400100184 2,245 1 −= = + = −+++ = + = jjjZZ VI pS s Logo, ( ) ( )Atti o13,53800cos5,01 −= . Para determinar a corrente no secundário, basta lembrar que ( ) oo 13,535,0 3040 813,535,0 20036010040 80 1 22 2 −+ =− +++ = ++ = j j jj jI ZjwLR jwMI L Aoo o o 008,013,535,0 87,3650 908 =− = Logo, ( ) ( )Atti 800cos08,02 = . CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 25 Vamos supor, agora, que a fonte de tensão Vs está fornecendo uma tensão de valor constante, ou seja, w=0. A corrente no primário será dada por ( )( ) 121 2 1 RZ VV ZRRZ ZRI S S S LS L + = ++ + = . Repare, então, que os elementos do secundário do transformador não são vistos no primário. Se observarmos a corrente no secundário, 00 1 2 2 =+ = I ZR I L , veremos que não existe corrente na malha do secundário, o que quer dizer que a fonte de tensão não é vista pelos elementos do secundário. Caracterizamos, assim, uma propriedade importante dos transformadores: eles bloqueiam (ou filtram) sinais DC (w=0). Na verdade, isto já era esperado, uma vez que o acoplamento entre primário e secundário é realizado via indutância mútua, que possui impedância nula para valores DC. 6.2. Transformador Ideal Sob certas condições, o modelo linear pode ser substituído pelo modelo de transformador ideal. Essas condições representam as hipóteses: 1a – o coeficiente de acoplamento k é unitário. 2a – as auto-indutâncias L1 e L2 são infinitas. 3a – As perdas R1 e R2 nos enrolamentos são desprezíveis. Transformadores de núcleo ferromagnético aproximam-se bastante desse modelo ideal. Pode-se demonstrar que, a impedância equivalente Zp nos terminais do primário em um transformador ideal se reduz aLp ZN NZ 2 2 1 = , onde N1 é o número de espiras no primário e N2 é o número de espiras no secundário. Analisando esta equação, percebemos que a impedância de carga é refletida para o primário segundo o quadrado da relação entre o número de espiras do transformador. A relação entre as auto-indutâncias é dada por 2 2 1 2 1 = N N L L , de modo que não será necessário conhecer o valor das auto-indutâncias, apenas a razão entre elas. A relação entre o número de espiras também determina a relação entre as tensões e entre as correntes do primário e do secundário. 1o) Se as tensões foram ambas positivas ou ambas negativas nos pontos: 2 1 2 1 N N V V = . No caso contrário, 2 1 2 1 N N V V −= . 2o) Se as ambas as correntes entrarem nos pontos ou se ambas saírem: 1 2 2 1 N N I I −= . No caso contrário, 1 2 2 1 N N I I = . CCiirrccuuiittooss EEllééttrriiccooss IIII 26 Assim, teremos os casos possíveis: 2 1 2 1 N N V V = , 1 2 2 1 N N I I −= 2 1 2 1 N N V V −= , 1 2 2 1 N N I I = 2 1 2 1 N N V V = , 1 2 2 1 N N I I = 2 1 2 1 N N V V −= , 1 2 2 1 N N I I −= Como a impedância de carga é vista no primário como ( ) Lp ZNNZ 221= , o transformador pode ser utilizado para alterar o módulo de uma impedância. O ângulo de fase, contudo, continuará o mesmo. Um exemplo de aplicação para o transformador é no casamento de impedância para uma máxima transferência de potência. Exemplo 6.2 Queremos determinar V2 e I2 para o circuito abaixo. Solução Podemos resolver o circuito pelo método das malhas. Entretanto, vamos trabalhar com a impedância refletida no primário: ( ) 900025004,144 1 25 2 2 2 1 jjZ N NZ Lp −=− = = . No primário, a corrente I1 será dada por: ( ) mAjj kjkkjkkjkI 3410916 3425 34 25 95,265,1 25 3 1 +=+ + = − = −++ = − Pela definição das correntes e pela posição dos pontos, temos que mAAjII N NI N N I I o13,1431257510025 11 2 1 2 1 2 2 1 −=−−=−=−=∴−= Para V2, basta fazer ( ) VkmjIV ooo 39,14287,148,7495,14*13,1431254,14422 =−−=−= Se calcularmos a potência P=VI no secundário do transformador ideal, teremos 111 2 1 1 1 2 1222 PIVN NI N NVIVP == == , confirmando que o transformador ideal não dissipa energia. N1 N2 + V1 - + V2 - I1 I2 I2I1 + V2 - + V1 - N2N1 I2 N1 N2 + V1 - + V2 - I1 I2 I1 + V2 - + V1 - N2N1 + V2 - + V1 - o 25|0 I2 25:1 I1 4 + - 6jk -14,4j 1,5k
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