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Entre a dança e a pintura

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UnP – UNIVERSIDADE POTIGUAR 
UNIDADE ROBERTO FREIRE 
 
 
 
Afonso Batista do Nascimento Filho 
Anissa Gabriela de Brito Araújo 
Joyce Emídio Rodrigues 
Lidia Lira Cerveira 
Luciana Rodrigues de Lima Barbosa 
Vanseslau Victor Gouveia Praxedes 
 
 
 
 
SEMINÁRIO DE HISTÓRIA DA ARTE 
O IMPRESSIONISMO DE CLAUDE MONET E A DANÇA MODERNA E 
CONTEMPORÂNEA DE MARTHA GRAHAM 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2016 
 
 
Afonso Batista do Nascimento Filho 
Anissa Gabriela de Brito Araújo 
Joyce Emídio Rodrigues 
Lidia Lira Cerveira 
Luciana Rodrigues de Lima Barbosa 
Vanseslau Victor Gouveia Praxedes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NATAL/RN 
2016 
1. INTRODUÇÃO 
Seminário apresentado à Unp – UNIDADE 
ROBERTO FREIRE, como requisito avaliativo 
para obtenção de nota da Unidade 1 para a 
disciplina de História da Arte e do Design. 
Docente: Gustavo Bittencourt 
 
Este trabalho acadêmico consiste no estudo de duas expressões artísticas, a pintura 
e a dança, e tem como principal objetivo colocar frente a frente essas duas artes e analisar 
suas convergências estudando nelas a Técnica, a Poética e a Estética. Para aprofundar a 
análise, como manifestação da pintura, escolhemos o Impressionismo representado por 
Claude Monet e suas principais obras, “As ninfeias“, “O lago das Ninfeias”, “Impressão, sol 
nascente”, “A estação Saint Lazare”, “Os feixes”, “Catedral de Rouen” e “O passeio” e, 
referente à dança, o Ballet Contemporâneo, representado por Martha Graham e sua obra 
“Lamentation”. 
No final do sec. XIX surge o Movimento Modernista como um contraponto as formas 
tradicionais nas artes em geral e na vida cotidiana, dando espaço a uma nova cultura. O 
cinema, a fotografia e os estudos da mente, entre outros, contribuíram para mudanças de 
pensamento e atitudes na sociedade. 
Deu-se então o surgimento da arte moderna que pode ser entendida como “tudo o 
que não é arte tradicional", figurativo e previsível. Através da arte moderna, artistas tentam 
desconstruir a ideia que se tem do belo. Eles impuseram a sua sensibilidade revolucionando 
códigos convencionais de cores, formas, aparências e espaço. 
Em sua acepção mais ampla, a pintura pode ser conceituada como uma 
“Representação visual através das cores” tendo sido uma das principais formas de 
representação de imagem dos povos medievais até o sec. XIX, perdendo espaço para as 
novas representações visuais criadas após a Revolução Industrial e o surgimento da 
fotografia. Na pintura, o Modernismo traz cores brilhantes, luminosas e vibrantes. 
Nesse contexto de ruptura com o tradicional, nasce o Movimento Impressionista na 
segunda metade do sec. XIX, influenciando a arte moderna a partir de 1900. 
A dança é uma das expressões artísticas mais antigas da história da humanidade. Na 
pré-história dançava-se pela vida, pela sobrevivência. Com a evolução do homem, a dança 
obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais. Na 
Grécia, a dança ajudava nas lutas e na conquista da perfeição do corpo, já na Idade Média 
se tornou profana, ressurgindo no Renascimento. A história da dança acompanha a 
evolução das artes visuais, da música e do teatro. 
Neste mesmo impulso, como forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica, 
surgem, por volta de 1950, os primeiros manifestos da Dança Contemporânea. Mais que 
uma técnica específica, a dança contemporânea é uma coleção de sistemas e métodos 
desenvolvidos a partir da dança moderna e pós-moderna. 
Os artistas, coreógrafos e bailarinos que ingressaram nessa nova “modalidade” da 
dança buscavam retratar com liberdade os sentimentos que permeiam os seres humanos 
segundo a segundo da vida na Terra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
O Impressionismo 
O Movimento Impressionista nasceu na França no final do século XIX. É um 
movimento pictórico que se opôs as várias correntes do século. É, na verdade, a escola do 
ar livre, em oposição ao trabalho de estúdio, muito embora não seja realmente uma escola, 
mas, uma tendência que irá influenciar toda uma geração de artistas e provocar as 
revoluções estilísticas do início do século XX. 
Sair dos estúdios fechados, quase sempre optando por pintar na cidade ou no campo, 
foi a mais importante das alterações realizadas pelos impressionistas na tradição. O 
abandono da pintura executada apenas em estúdio para uma pintura realizada ao ar livre 
rompeu com o engessamento que a arte acadêmica provocava na liberdade de expressão 
do artista. Eles desejam pintar a natureza, capturar as imagens no seu momento fugidio, 
com toda sua profusão de luz e cores provocada pela luz solar em toda a sua infinita 
mutabilidade. 
Claude Monet foi um dos mais obstinados na busca incessante dos espectros da luz 
na pintura, realizando séries inteiras de telas onde retratava a mesma imagem em diferentes 
horas do dia e diferentes estações do ano, para mostrar como um mesmo objeto pode se 
alterar significativamente sob a ação da luz e da atmosfera. Os futuros impressionistas vão 
crescer dentro de uma França dirigida pelo regime autoritário de Napoleão III, cuja política 
cultural, totalmente voltada para a grandeza do império, lhes é hostil. O Regime totalitário 
exalta a arte acadêmica e denigre a pintura realista. 
Em 1863, os pintores acadêmicos recusaram-se a exibir, entre outros, as obras de 
Édouard Manet no “Salon”, a exposição oficial. A essa recusa seguiu-se uma onda de 
agitação que levou as autoridades a expor todas as obras condenadas pelo júri numa mostra 
especial que recebeu o nome de “Salon des refusés”, A obra Le Déjeneur sur l’Herbe, de 
Manet, apresentada no Salão dos Recusados, causou um certo escândalo na época por 
trazer uma mulher nua entre dois homens vestidos. Foi o quadro mais controverso da 
exposição, suscitando protestos e críticas. O trabalho de Manet atraiu tremenda atenção e 
abriu as portas do mercado da arte para o movimento. 
 O grupo de jovens artistas independentes, formado por Monet, Pissarro, 
Sisley, Renoir e Degas, organizou a sua primeira exposição em maio 1874, no estudio do 
fotógrafo Nadar, baseado numa tendência estética, desafiando com essa mostra coletiva o 
establishment da época em Paris. 
 
Sobre a Técnica, a Estética e a Poética – Impressionismo 
Poética 
Ao contrário que pensavam os artistas acadêmicos, que a fotografia veio destruir a 
pintura, os artistas impressionistas preencheram as lacunas deixadas pela fotografia: 
apresentaram o mundo tal como ele parecia ser e colorido; permitindo romper com o 
passado, com o mito dos temas e estando livres para mostrar o que eles quisessem. E tudo 
isso, com uma visão subjetiva, mas dificilmente psicológica (não se faz um comentário sobre 
o que o espectador está vendo); pois, o olhar do artista é frio e impessoal, porque é 
fragmentação do real. A imagem não é focada em um assunto e nem numa narrativa, o que 
importa é o momento fugaz (já passou, foi embora e, portanto, teve movimentação). 
As obras impressionistas tem desejo de transmitir a realidade pura e fazer com que o 
observador perceba o mundo ao seu redor e como ele se transforma com o passar das 
horas. Através da percepção óptica, é possível indagar a realidade na qual estamos 
inseridos. Elas propunham que olhássemos e enxergássemos a realidade urbana e nos 
levava a sentir os mistérios do cotidiano através da representação da natureza e das ruas à 
nossa volta. 
 
Estética 
Os impressionistas constataram que uma paisagem muda de acordo com o tempo, 
estação e clima, eles trabalham ao ar livre observando as mudanças de luz e suas 
variações, o verdadeiro sujeito de suas pinturas é a luz e suas infinitasvariações. Eles 
mudaram a forma de mistura de pigmentos, estas já não são mais fabricadas na paleta, mas 
pela justaposição na própria tela. A tonalidade das telas impressionistas, ao contrário da 
pintura tradicional, era construída com cores puras, diretamente sobre o branco da tela, 
obtendo-se assim uma intensidade e uma vibração de cor muito maior. Tecnicamente, os 
impressionistas tendiam a abandonar o que pregava a tradição e o ensino acadêmico para a 
realização da pintura, aplicavam a cor fazendo questão que suas pinceladas ficassem 
visíveis. O aspecto final da obra era o de algo inacabado, fragmentado, de forma que se 
reconstituíam apenas na visão. 
 
Técnica 
As sombras nas pinturas impressionistas eram elaboradas de modo diverso ao da 
tradição. Eles utilizavam de pares de cores complementares para representar a luz e a 
sombra em suas telas. Para o pintor acadêmico a obtenção da cor correta de um objeto era 
uma ciência realizada com inteligência e sensibilidade, com a mistura de cores quentes e 
frias complementares. Os impressionistas, ao contrário, obtinham as cores em suas telas 
pela aplicação de pequenas e rápidas pinceladas de cores semelhantes justapostas e com 
diferentes tonalidades que, quando olhadas de certa distância, a retina tendia a misturá-las, 
produzindo, apenas a percepção da cor escolhida pelo pintor. Essa técnica impressionista 
de justaposição de tons ficou conhecida como “divisão dos tons”. 
A obra deve mostrar as tonalidades que os objetos adquirem ao refletir a luz do sol 
num determinado momento, pois as cores da natureza mudam constantemente, 
dependendo da incidência da luz do sol. É também, com isto, uma pintura instantânea (capta 
o momento), recorrendo, inclusivamente à fotografia. As figuras não devem ter contornos 
nítidos, pois o desenho deixa de ser o principal meio estrutural do quadro passando a ser a 
mancha/cor. 
As sombras devem ser luminosas e coloridas, tal como é a impressão visual que nos 
causam. O preto jamais é usado em uma obra impressionista plena. 
Os contrastes de luz e sombra devem ser obtidos de acordo com a lei das cores 
complementares. Assim, um amarelo próximo a um violeta produz um efeito mais real do 
que um claro-escuro muito utilizado pelos academicistas no passado. Essa orientação viria 
dar mais tarde origem ao pontilhismo. 
É o observador que, ao admirar a pintura, combina as várias cores, obtendo o 
resultado final. A mistura deixa, portanto, de ser técnica para se tornar óptica. É preferência 
dos pintores representar uma natureza morta do que um objeto. 
Entre os principais expoentes do Impressionismo estão Claude Monet, Edouard 
Manet, Edgar Degas e Auguste Renoir Poderemos dizer ainda que Claude Monet foi um dos 
maiores artistas da pintura impressionista da época. 
 
 
Claude Monet e sua obra 
 
Claude Monet nasce em Paris em 1840, inicia sua carreira como caricaturista em Le 
Havre, onde vive sua infância e juventude ao lado da família. Em 1859 Monet visita o 
primeiro Salon de sua vida e sua paixão se volta para a pintura de paisagens. Em Paris, 
inscreve-se na escola independente de Glayre, onde conhece Alfred Sisley, Auguste Renoir 
e Fréderic Bazille, jovens artistas que viriam a ser seus amigos por um longo período. 
Estimulados por Gleyre, eles iniciam o estudo ao ar livre e a observação direta da natureza. 
Em 1865 suas obras são aceitas no Salon pela primeira vez e, no ano seguinte, Paris 
recebe a Exposição Universal, cujas escolhas geraram grande descontentamento entre os 
artistas de tendência modernista. O Salon neste ano recusa dois mil artistas, dos três mil 
inscritos. Todos os artistas de vanguarda ficam de fora, o que leva Monet a tentar organizar 
uma contra exposição, que não acontece por falta de recursos. 
No ano de 1867, sua companheira Camille Doncieux, dá a luz o primeiro filho do 
casal, Jean. Camille e Monet se casam em 1870 e nesse mesmo ano eles se mudam para 
Londre, fugindo da guerra Franco-Prussiana. Em 1871 eles seguem para a Holanda e ao 
final desse ano retornam a França, se estabelecendo em Argenteuil, onde permanece por 
vários anos, seguindo depois de breve passagem por Paris para Vétheuil, onde, em 1879, 
morre Camille, sua mulher. 
Argenteuil, situada nos arredores da capital era, por suas regatas dominicais, o 
passeio preferido dos parisienses. Considerada um templo ao divertimento e ao lazer, Monet 
produz aqui inúmeros dos seus quadros, aprimorando cada vez mais sua técnica 
impressionista das pinturas “en plein air”, muito embora que parte das pinturas seja realizada 
no ateliê. 
Mais tarde, após a morte de Camille, Monet se liga a Alice Hoschedé e em 1883 
muda-se para Giverny, onde permanecerá por 43 anos, até sua morte em dezembro de 
1926. 
O Jardim de água criado por Monet no terreno em volta da casa de Giverny foi palco 
da produção das séries de Ninféias feitas no cavalete. Elas retratam a ponte japonesa e o 
jardim aquático, tendo como principal característica a sua concepção como unidades 
orgânicas, mantidas integradas por uma densa rede de relações internas. 
A relação de continuidade torna as séries uma obra única, em que o aspecto 
individual do quadro muda. Elas apontam uma mudança significativa no trabalho de Monet 
onde o sentimento do tempo se faz mais profundo em detrimento ao momentâneo efeito 
luminoso da cena que ele perseguia nos trabalhos anteriores. 
, Nos anos mais criativos da última parte de sua vida, Monet dedica-se quase que 
exclusivamente ao seu paraíso aquático de Giverny, o jardim de água com as ninfeias o 
absorve quase que integralmente. 
Em 1914, por encomenda do estimado amigo e político Georges Clemenceau, Monet 
produzirá as Ninfeias do Orangerie. Monumental obra composta de 22 enormes painéis, que 
consumiram suas energias nos últimos 12 anos de sua vida. 
 
 
 
 
 
 
A Dança Moderna e Contemporânea 
A partir do surgimento do Renascimento a dança passa a ser apreciada pela nobreza 
adquirindo um aspecto social e tornando-se mais complexa. Passa a ter estudos específicos 
feitos por pessoas e grupos organizados sendo conhecida como balé. 
Até essa época a dança era algo improvisado. Somente a partir deste momento 
histórico passa de atividade lúdica, de entretenimento, para uma forma mais disciplinada, 
surgindo coreografias e repertórios de movimentos estilizados. Os nobres diziam que 
somente a parcela da sociedade com mais poder aquisitivo ou com mais bagagem 
acadêmica era capaz de apreciar o balé clássico. O uso do termo balé, na época “balleto”, 
significava “um conjunto de ritmos e passos”. A moda do “balleto” na Itália se espalhou 
também pela França durante o século XVI. 
O século XVII é considerado o grande século do balé, saindo dos salões e 
transferindo-se para os palcos, provocando mudanças na maneira de se apresentar. Desde 
então, surgiram os espetáculos de dança. 
A partir do século XVIII o balé passa a ser executado nos palcos dos teatros por 
verdadeiros profissionais de ambos os sexos. A dança adquire todo o seu esplendor com 
ricos e belos cenários e figurinos. O balé passa a contar uma história com começo, meio e 
fim, ou seja, a se integrar fortemente ao teatro e à interpretação através dos movimentos da 
dança. 
Na segunda metade do século XIX uma mulher novamente revolucionou toda a 
dança, era Isadora Duncan, provocando uma imensa renovação com uma dança mais livre, 
mais solta, mais ligada à vida real. 
Depois de um período de intensas inovações e experimentações, que muitas vezes 
beiravam a total desconstrução da arte, finalmente - na década de 1950 - a dança 
contemporânea começou a se definir, desenvolvendo uma linguagem própria como uma 
forma de protesto ou rompimento com a cultura clássica. 
Os novos movimentos quebram com os movimentos clássicos. Os da dançamoderna 
modifica o espaço, usando não só o palco como local de referência. 
A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino 
escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. Os temas 
refletem a sociedade e a cultura nas quais estão inseridos, uma sociedade em mudança, 
são diversificados, abertos e pressupõem o diálogo entre o dançarino e o público numa 
interação entre sujeitos comunicativos. O corpo é mais livre, pois é dotado de maior 
autonomia. 
A dança moderna e contemporânea é uma circulação de energia: ora explosiva, ora 
recolhida. Representada tão expressivamente pela respiração, pela alternância da tensão e 
do relaxamento em Martha Graham, pelo desequilíbrio e o jogo do corpo com a gravidade de 
Doris Humphrey e E.Decroux faz trabalhar o diálogo da pele e do espaço retornando às 
origens do movimento. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, 
todos os tipos de pessoas podem praticá-la. 
A arte contemporânea é complicada de se compreender. Por quê? É algo que não é 
previsível, é o novo, é a ruptura com aquilo que conhecemos como arte clássica. Na dança, 
a contemporaneidade fica mais evidente, pois ela deixa de ter uma estrutura clara, 
preocupando-se mais com a transmissão de conceitos, ideias e sentimentos do que com a 
estética. 
 
 
Sobre a Técnica, a Estética e a Poética – Dança Contemporânea 
 
Técnica 
A dança contemporânea é uma coleção de sistemas e métodos desenvolvidos a partir 
da dança moderna e pós-moderna, não se define em técnicas ou movimentos específicos, 
pois o intérprete/bailarino ganha autonomia para construir suas próprias partituras 
coreográficas a partir de métodos e procedimentos de pesquisa que trazem instrumentos 
para que o intérprete crie suas composições a partir de temas relacionados a questões 
políticas, sociais, culturais, autobiográficas, comportamentais e cotidianas, como também a 
fisiologia e a anatomia do corpo. Aliado a isso, a pesquisa teórica para complementação da 
prática. 
A prática começa a levar quase um ano inteiro de treinamento constante, onde os 
alunos começam a experimentar inventando seus próprios movimentos filtrados da natureza 
ou de temas subjetivos dando forma através de uma linguagem mais universal e rompendo 
com o estabelecido para dar maior ênfase aos valores humanos. 
Devido à naturalidade da expressão, exercita a correta posição do corpo, o equilíbrio, 
a elasticidade, a utilização do andar para os movimentos e denomina o eixo central do 
esquema corporal como fonte de energia. 
As coreografias são criadas com liberdade, muitas vezes influenciadas apenas pela 
música, cenário ou sentimento retratado na dança. O improviso é uma das técnicas mais 
presentes na dança contemporânea. 
 
Estética 
Na dança contemporânea a dinâmica do corpo provém da energia do bailarino 
fazendo com que o movimento atinja a cada parte do corpo. O espaço é utilizado como uma 
via natural de expressão através da cada gesto e do dinamismo do movimento. 
Influenciada por diferentes estilos que foram desenvolvidos durante o último século na 
América e Europa, só um deles é permanente na dança contemporânea de hoje: a 
liberdade. 
Sua execução não só se desenvolve em posição vertical, é tão rica que pode ser 
executada em diferentes posições e níveis. A sua forma é sempre caraterizada pela 
simplicidade e elegância de sua técnica. 
A dança contemporânea é a fusão de destreza física, estilo através de formas 
determinadas e propostas de movimentos pessoais para obter maior expressividade. Flui a 
exatidão dramática e alimenta-se de diferentes aspectos de alguns outros estilos de dança 
espanhola, clássica, moderna e a atuação dramática. 
São movimentos originais que transmitem a emoção interna do bailarino. A soma de 
todos estes elementos dá, como resultado, a intensidade na interpretação cênica. A 
versatilidade é outro elemento na composição ou no desenho corporal e, nos passos, a 
técnica contemporânea mostra com o movimento que o caracteriza, uma sequência lógica 
do corpo. 
 
Poética 
A dança contemporânea nos propõe um relacionamento profundo do homem com o 
todo. Tanto com as sensações, quanto com os lugares, as experiências de vida e a 
realidade enxergada a partir do olhar do coreógrafo ou do bailarino. 
No surgimento da dança contemporânea, a sede dos revolucionários dessa arte era 
fugir das regras e da fantasia que a arte clássica retratava. Queriam transmitir a realidade do 
mundo, permitir que os espectadores sentissem fortemente o que a coreografia dizia 
respeito. Utilizavam dos recursos em palco como a luz, os figurinos, cores e fabricações e, 
principalmente, da versatilidade do corpo humano para dizer ao público: “O nosso corpo 
fala.”. 
 
 
Martha Graham e “Lamentation” 
“Martha Graham foi um dos grandes nomes da dança moderna e 
contemporânea norte-americana. Bailarina, coreógrafa e professora, ela rompeu com as 
rígidas convenções do balé e desenvolveu uma técnica que compreendia uma profunda 
relação entre respiração e movimento – extensão e relaxamento [...], gestos amplos e 
contato com o chão, abandonando, desta forma, alguns dos princípios básicos da dança 
tradicional.” (GONÇALVES, 2009 p. 9). 
Nasceu em Allgheny, Pennsylvania, em 1894. Assistiu a seu primeiro espetáculo de 
dança em 1911. Passeando pelas ruas de Santa Bárbara (cidade em que morava desde 
1908), ficou maravilhada com um cartaz anunciando o espetáculo de dança da companhia 
Denishawn, na qual Ruth Saint-Denis aparecia magnificamente vestida como uma deusa. 
Após assistir o espetáculo, ela sabia que seu destino havia sido traçado. Diz: "―Meu destino 
foi selado. 
Em 1916 entra para a escola fundada por Ruth St. Denis e seu marido Ted Shawn 
para ensinar técnicas de dança americana e mundial. Para St. Denis, a dança era um 
autêntico ato religioso. Durante oito anos, tanto como estudante quanto professora, Graham 
fez da Denishawn sua casa. 
Em 1923, quando lhe ofereceram para dançar, como solista, no Greenwich Village 
Follies, um teatro popular que combinava música, dança e cenários que frequentemente 
satirizavam os valores contemporâneos. Se muda para Nova Iorque e lá foi capaz de 
conceber e coreografar suas próprias danças. Embora este trabalho lhe desse alguma 
independência econômica e artística, ela ainda procurava por alguma coisa maior. 
 Foi então que ela ocupou uma posição na Eastman School of Music, onde estava 
livre dos condicionalismos de apresentação pública. Na Eastman, a Graham foi dado o 
controle completo sobre suas aulas e sobre todo o programa de dança. Ela viu isso como 
uma oportunidade de envolver os alunos na experiência da dança que estava começando a 
criar. Após ter experimentado algumas danças solo, realizou seu primeiro trabalho em grupo, 
Heretic de 1929. 
Entre 1959 e 1969, última década que atuou, Graham criou dez novos papéis para si 
mesma e mais oito novas danças para sua companhia, das quais não participou. Bastava 
estar trabalhando para se sentir feliz. Dentre esses trabalhos podem-se citar Acrobats of 
God (uma espécie de mistério sobre os padres do deserto, chamados por ela de "os atletas 
de Deus") e Alcestis de 1960, Phaedra (princesa cretense que se apaixona tragicamente por 
seu jovem enteado – um retorno à mitologia grega) de 1962, Circe de 1963, The Witch of 
Endor (a profetisa que anunciou ao rei Saul sua derrota e morte) de 1965. 
Ao final da década de sessenta, o público esperava que Martha não pudesse mais 
dançar, mas ela se recusa a desistir e surpreende mais uma vez criando um novo papel para 
si em “Time of snow” (em que aborda o romance de Abelardo e Heloise na França medieval) 
de 1968. Em 1969, porém, aos setenta e cinco anos, faz sua última performance em “The 
Lady of the house of sleep” e relutantemente anuncia suaaposentadoria. Em 1975 faz 
Lúcifer, para Margot Fonteyn e Rudolf Nureyev. 
Desde a criação de sua pequena companhia, em 1926 fundou, ainda, uma escola que 
ficou conhecida no mundo todo e chamada Martha Graham and Dance Group até sua 
grande companhia The Martha Graham Dance Company. 
Coreografou mais de duzentas danças, dentre elas muitas obras primas, porém mais 
do que deixar obras primas, Martha é reconhecida por descobrir um novo caminho para os 
movimentos, se não belos, eram significantes e suas descobertas e inovações elevaram o 
discurso da dança, ampliando significativamente essa linguagem. 
O ponto de referência central da técnica explorada por Martha Graham é o ato da 
respiração. Esta como processo fisiológico, implica inteiramente a parte central do corpo: 
tórax e abdômen. A região abdominal é fonte de energia quanto à zona de conexão das 
duas forças fundamentais criadoras de vida: o sexo e a respiração. É por isto que o corpo do 
bailarino, para chegar a ser plenamente expressivo, deve fazer visível todo gesto 
proveniente dessa zona central, rica em energia. 
Não se deve esquecer que, durante o relaxamento, não se perde o domínio do corpo. 
É justamente o domínio da zona abdominal que permite ao bailarino ter um equilíbrio em 
qualquer posição e um centro do qual se desprende toda a energia. Este centro permite 
incorporar-se em cada movimento sem aparente ponto de apoio. 
Outra caraterística é o constante contato com o chão. O pé estica-se desde o 
calcanhar, elemento extraído de outras culturas, fundamentalmente indígenas. Os espirais (o 
corpo torce sobre si mesmo) também eram muito presentes. 
Em "Lamentation", Graham usa todos os meios possíveis para convidar o público a 
perceber a personificação de tristeza e agonia. Em suas palavras para seus dançarinos: "A 
sua performance é o seu único meio de comunicação com o público" (Graham, 1953, p 24). 
A intenção do artista é estabelecer uma interrelação de harmonia e unidade entre 
música e movimento. A maneira que Graham interrelaciona as "vertentes da maneira de 
dançar" revela suas escolhas pessoais e artísticas, contribuindo assim para o estilo e 
significado do trabalho. 
Além disso, Graham estabelece uma ligação morfológica evidente para um ritua de 
lamento, onde o movimento é removido do comportamento cotidiano, e o espaço é usado 
com limites claros em vez de simbólicos. Ela leva todo o processo um passo a frente, 
ativando e provocando percepção. 
Emoções e instintos básicos são estimulados, para que possam motivar os 
telespectadores a recordar a sua experiência pessoal. Como Neumann (1972, p 292) afirma: 
"todo processo mágico pressupõe um ritual, e cada ritual pressupõe uma transformação da 
personalidade humana, o que o torna receptivo ao ritual e dota-o com poderes que não são 
normalmente de seu comando". 
De acordo com Graham (citado em Butler, 1941, p 24). 
“A dança moderna como a conhecemos hoje, surgiu depois da Primeira Guerra 
Mundial. Este período após a guerra exigiu vitalidade suficiente para renascer e rehabitar o 
homem. Como resultado, conjuntos inteiramente contemporâneos de técnicas evoluíram [...] 
isso porque se basearam na coordenação inata do corpo, que é atemporal. Com esta 
linguagem aprimorada, e o instrumento mais vital organizado, o corpo, estamos preparados 
para uma profunda e agitada comunicação criativa.” 
 
CONCLUSÃO 
O Impressionismo de Claude Monet x A Dança Moderna e Contemporânea de Martha 
Graham 
Neste seminário tratamos de duas manifestações artísticas, a Pintura, com o 
Impressionista Claude Monet e a Dança Contemporânea com Martha Graham. Analisamos 
que entre estas artes existem divergências e convergências. 
Dentre as características do Impressionismo, vimos que ele retrata a sociedade, o 
cotidiano, que não usa o estúdio como um local de referência, e como técnica a ausência de 
regras e linhas, logo converge com a Dança Moderna e Contemporânea na medida em que 
os temas escolhidos por esta refletem a sociedade e a cultura na qual estão inseridas, que 
não só o palco é a referência, permitindo que o bailarino dialogue com o público, 
desenvolvendo linhas livres. 
A Dança Moderna e Contemporânea converge de maneira implícita e sutil com o 
Impressionismo quanto retratam as diferentes impressões ao passar das horas (O 
Impressionismo) e transmitindo diversos tipos de sentimentos simultaneamente (A Dança 
Moderna e Contemporânea). 
Concluímos com o objetivo que nos foi proposto. Sendo este trabalho muito 
importante para o nosso conhecimento, visto que todas nossas pesquisas nos 
acrescentaram, permitindo-nos conhecer melhor sobre os temas escolhidos, e a Arte no 
geral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Grandes Mestres: Monet. São Paulo: Abril, 2011. 
 
GONÇALVES, Maria da Graça Giradi. Martha Graham: Dança, Corpo e 
Comunicação. Dissertação de Mestrado. Uniso. Sorocaba-SP: 2009. 
 
GRAHAM, Martha. Memória de Sangue. São Paulo: Siciliano, 1903. 
 
REFERÊNCIAS ONLINE 
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em:<http://www.academia.edu/11763870/MARTHA_GRAHAM_S_LAMENTATION_A_
CONTEMPORARY_REVIVAL>. 
Acesso em 12 de março de 2016. 
 
Arte – fonte de conhecimento, Almoço na Relva (1863) - Édouard Manet 
Disponível em: 
<http://artefontedeconhecimento.blogspot.com.br/2012/08/almoco-na-relva-1863-
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Acesso em 05 de março de 2016. 
 
Dia a dia educação, História da Dança. Disponível em: 
<http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=102> 
Acesso em 10 de março de 2016. 
 
Mon IPAG, L’impressionnisme : une ruptureavecl’artacadémique. Disponível 
em: <http://monipag.com/alice-caniac/2010/05/17/limpressionnisme-une-
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Acesso em 05 de março de 2016. 
 
Musée d’Orsay, obras. Disponível em: <http://www.musee-orsay.fr/>. 
Acesso em 9 de março de 2016. 
 
Point da Arte, A história da pintura. Disponível em: 
<http://pointdaarte.webnode.com.br/news/a-historia-da-pintura1/>. 
Acesso em 4 de março de 2016. 
 
Resumos e trabalhos, Dança contemporânea. Disponível em: 
<http://www.resumosetrabalhos.com.br/danca-contemporanea.html>. 
Acesso em 10 de março de 2016. 
 
Resumo- história da dança contemporânea. Disponível em: 
<http://ciabarlavento.blogs.sapo.cv/resumo-historia-da-danca-contemporanea-3959>. 
Acesso em10 de março de 2016. 
 
Sua pesquisa.com, Arte Moderna. Disponível em: 
<http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/artemoderna/>. 
Acesso em 4 de março de 2016. 
 
Travessia Poética, Impressionismo: introdução e características. Disponível em: 
<http://valiteratura.blogspot.com.br/2013/08/impressionismo-introducao-e_3.html>. 
Acesso em 5 de março de 2016. 
 
Wiki dança net, Martha Graham. Disponível em: 
<http://wikidanca.net/wiki/index.php/Martha_Graham>. 
Acesso em 10 de março de 2016.

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