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FÁRMACOS – RESUMO GERAL AGONISTAS MUSCARÍNICOS Pilocarpina: é um parassimpaticomimético (mimetiza os efeitos do sistema parassimpático). Faz a estimulação da secreção de glândulas, efeito fraco sobre o sistema gastrointestinal e coração. O aumento da secreção brônquica leva a dificuldade respiratória. ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS: diminuem secreção salivar e secreção brônquica, fazem broncodilatação. Atropina: bloqueia os efeitos da sinalização da acetilcolina nos receptores muscarínicos através da inibição dos mesmos. Causa discreta excitação do SNC e altera a frequência cardíaca (taquicardia mais frequente). É usado como pré-anestésico. Pode causar taquicardia, visão turva, confusão, inquietação. Ipratrópio: broncodilatador (DPOC) Escopolamina: antiespasmótico, eficaz contra cólicas, úlcera do estômago e úlcera duodenal. ANTAGONISTAS NICOTÍNICOS: são bloqueadores neuromusculares. Impedem a ligação da Ach nos receptores nicotínicos. São relaxantes musculares. Succinilcolina: relaxante muscular despolarizante. Não recomendado para ruminantes, por ter baixos níveis de colinesterases. D-tubocurarina: relaxante muscular não despolarizante. É contraindicado para cães. ANTICOLINESTERÁSICO Reversíveis: se ligam reversivelmente a acetilcolinesterase Neostigmina: pode causar bradicardia, aumento da salivação, micção e defecação. Fisostigmina: estimula receptores nicotínicos e muscarínicos. Tem os mesmo efeitos que a neostigmina. Irreversíveis: fosforilam irreversivelmente a acetilcolinesterase Organofosforados AGONISTAS ADRENÉRGICOS Não seletivos de ação direta Dobutamina: simpatomimético de ação direta. Mimetiza as ações da noradrenalina sob os receptores adrenérgicos. Aumenta a força de contração e facilita a passagem de impulso elétrico no coração. Causa hipertensão, arritmia fatal, angina. Por isso é pouco utilizado. É recomendado quando o animal apresenta sinais de baixo débito cardíaco. Adrenalina: simpatomimética de ação direta e é um neurotransmissor. Causa aumento da contração cadíaca, broncodilatação, vasoconstrição. Pode causar taquicardia. Receptor α – 2: localizados pré-sinapticamente, impedindo a liberação de noradrenalina (sua ausência causa vasodilatação) Xilazina: é um agonista de ação direta. Tem efeito tranquilante e hipotensor. É um relaxante muscular. Medetomidina: é mais potente que a xilazina. É mais seletiva que a xilazina, com maior potencia sedativa e analgésica. É utilizada como pré-anestésico e analgésico. Pode causa bradicardia, diminuir débito cardíaco. Depois de 5 a 10 minutos de aplicação, os animais podem ficar enjoados. Receptor β-2 na periferia (musculatura esquelética): vasodilatação; no pulmão, broncoconstrição. Salbutamol: diminui broncoespasmo. Pode causar tremores e taquicardia. Clembuterol: broncodilatador de ação rápida. Pode ocorrer taquicardia e espasmos musculares. Receptor β não seletivo Isoprenalina: usado para aliviar bradicardia, bloqueio cardíaco e asma (raramente). Geralmente associado com a N-acetilcisteína (expectorante mucolítico). Aumenta a força de contração do coração. Causa nervosismo, agitação e dor de cabeça. ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS Receptor α-2 Atenolol: É indicado para o controle da hipertensão arterial; controle de arritmias cardíacas; tratamento do infarto do miocárdio e na intervenção precoce e tardia após infarto do miocárdio. Efeitos adversos: fadiga; pode ocorrer broncoespasmo em pacientes com asma brônquica ou história de queixas asmáticas (incomum, mas recomenda-se não usar em asmáticos; hipotensão; bradicardia. Receptor β não seletivo: aumenta a força de contração do coração, causa vasodilatação dos vasos da periferia e broncodilatação. Propanolol: utilizado como antiarrítmico. Por conta da sua baixa seletividade, pode causar broncoconstrição. Contraindicado para asmáticos. Receptor β-1: aumenta a força de contração do coração e a frequência cardíaca Atipamezol: usado para reverter efeitos de anestesia e analgesia produzidos por α-2 adrenérgico. Seus efeitos colaterais são a hipertensão, excitação e taquicardia. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS Halotano: depressor não-seletivo do SNC. Efeitos colaterais: Hipotensão, ocorrência de miopatias, relaxamento da musculatura uterina (aborto), risco de lesão hepática. Isofluorano: anestésico geral inalatório, sofre pouca biotransformação, rápida indução e recuperação do estado anestésico. Pode produzir dano hepático. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS Barbitúricos: deprimem o SNC semelhantemente aos anestésicos inalatórios, aumentam a ação do GABA, um neurotransmissor inibitório do SNC. Pode causar morte por depressão respiratória e cardiovascular se administrado em excesso. Tiopental: usado principalmente anestesia e hipnose. Atravessa rapidamente a barreira hematoencefálica, levando à inconsciência. Rápida recuperação ao despertar. Pode causar hipotensão, apneia, náuseas, sonolência. Pentobarbital: tem curta duração e é utilizado como anestésico. Não deve ser utilizado em associação com outros inibidores do SNC para evitar efeitos aditivos. Derivados de fenciclidina Cetamina: É um anestésico, mas pode ser usado como um analgésico. Usada para induzir e manter a anestesia. É um broncodilatador. A cetamina é usada para a anestesia e para efeitos analgésicos em gatos, cães, coelhos, ratos e outros animais pequenos. Os veterinários usam a cetamina como fármaco sedativo para produzir uma anestesia e uma analgesia balanceada, de forma a prevenir a dor final. É usada para gerir a dor em animais de grande porte, com efeitos menos salientes em bovinos. É o agente anestésico intravenoso primário usado em cirurgia para equinos, em conjunto com outros fármacos. Tiletamina: é um anestésico. É associado com zolazepam. Não é administrado exclusivamente pela via intravenosa. Pode gerar excitação no retorno da anestesia dependendo da dose e da via de administração. ANESTÉSICOS LOCAIS Lidocaína: antiarrítmico de classe I e anestésico local. É um bloqueador dos canais de sódio no coração e nos nervos periféricos. Em superdose pode causar hipotensão, sensação de formigamento, convulsão. BENZODIAZEPÍNICOS Diazepam: é utilizado como ansiolítico, anticonvulsivante, relaxante muscular e sedativo. Não deve ser usado com outros depressores do SNC. Evitar o uso com anti-histamínico. Pode causar ataxia, coordenação anormal, sonolência, perda de peso e vertigens. Midazolam: sedativo, relaxante muscular, amnésico e anticonvulsivante. Aumenta a permeabilidade da membrana aos íons de cálcio devido ao aumento da afinidade do GABA pelo seu receptor. Menos tóxico e mais potente do que o diazepam. Zolazepam: é associado com a tiletamina. É um potente estimulador do GABA, gerando assim um efeito hipnótico/sedativo. Pode gerar excitação no retorno da anestesia dependendo da dose e da via de administração. BLOQUEADORES DE SECREÇÃO DE HCl Ranitidina: usado para o tratamento de úlceras gástricas. É um antagonista do receptor de H2, o que causa diminuição de HCl. Pode causar bradicardia, hipotensão, confusão e ansiedade. INIBIDORES DA ECA (ENZIMA CONVERSORA DA ANGIOTENSINA) Benazepril: Inibe a formação de angiotensina II em aldosterona e, portanto, diminui a reabsorção de água e a pressão arterial. Não é recomendado para gatos. Captopril: mesmo mecanismo do benazepril. ANTIARRÍTIMICOS DIGITÁLICOS Digoxina: aumenta a força de contração do coração. A digoxina tem efeitos menos adversos, tem menor tempo de meia vida e é melhor metabolizada pelo fígado. Digitoxina: aumenta a força de contração do coração. A digitoxina não deve ser usada por felinos por contade seu alto tempo de meia vida e por não ser metabolizada no fígado desses animais. Ela é duas vezes mais potente que a digoxina, e, portanto, causa toxicidade mais facilmente. OUTROS QUINIDINA: anestésico local, usado como antiarrítmico de classe I. Efeitos adversos: náuseas, vômito, diarreia, hipotensão. TRATO RESPIRATÓRIO N-Acetilcisteína: é um expectorante mucolítico (fluidifica o muco). Pode promover reflexo de broncoconstrição ANTIINFLAMATÓRIOS Não-esteroidais: caracterizam-se por inibir a atividade de subtipos da ciclo-oxigenase (COX), impedindo assim a síntese de eicosanoides pela via metabólica da cascata do ácido araquidônico. AAS: inibe a COX 1 (corpo inteiro – analgésico) e a COX 2 (efeito anti-inflamatório, contra dor e febre). Inibe a agregação plaquetária. Ao inibir a COX, o AAS desvia os metabólicos do ácido araquidônico para a via da lipo-oxigenase. Isso leva à queda dos níveis de prostaglandinas e aumento da síntese de leucotrienos, levando a broncoconstrição. Ninesulida: inibe preferencialmente a COX 2. Utilizado contra inflamação, dor e febre. Tem um menor tempo de meia vida que o AAS. Cromoglicato de sódio: utilizado no tratamento da asma e na prevenção de ataques agudos de asma. Ele estabiliza a membrana dos mastócitos e inibe a liberação de histaminas. Pode causar tosse, irritação na garganta, boca seca. Dipirona: é um AINE com baixa atividade anti-inflamatória. É um analgésico e antipirético. Inibe a COX 3. Tem efeito de curta duração (é rapidamente biotransformada) e alivia principalmente dores viscerais. Pode causar choque anafilático se administrado por via IV. Paracetamol: junto com a dipirona, é um AINE com baixa atividade anti-inflamatória. Inibidor não seletivo. É um analgésico e antipirético. É tóxico principalmente para gatos, pois estes não realizam bem a conjugação da enzima hepática necessária para a correta eliminação deste anti-inflamatório (glicuronil-transferase). ESTEROIDAIS Corticóides: hormônios produzidos nas supra-renais que tem função anti-inflamatória. Beclometazol: fármaco utilizado no tratamento da asma crônica. Diminui os níveis de cortisona e assim, as reações alérgicas. Tem atividade anti-inflamatória e antialérgica. Age nos brônquios reduzindo o edema e hipersecreção. Inibe o broncoespasmo. Pode causar tosse e congestão nasal. ANTIBIÓTICOS: podem causar choque anafilático, penetrando na hemácia, e juntamente com o O2, formam radicais livres. Ocorre uma resposta dos mastócitos que provoca a resposta anafilática. Sulfas: bacteriostática em concentrações terapêuticas e bactericida em grandes concentrações. É um análogo estrutural do ácido para-amino-benzoico (PABA), uma substância essencial para a síntese de ácido fólico nas bactérias. Portanto, impede o desenvolvimento e crescimento de bactérias, ao inibir competitivamente a incorporação do PABA, afetando assim, a síntese do ácido fólico essencial para a proliferação dos microorganismos. Sulfisoxazol Sulfadiazina Sulfaquinoxalina: pode ser utilizada como anticoccidiostático. Penicilinas: antibióticos β lactâmicos, ou seja, interferem na síntese de parede celular bacteriana. O principal mecanismo de resistência de bactérias às penicilinas baseiam- se na produção de β-lactamases, enzimas que degradam as penicilinas impedindo sua ação. Inibem enzimas autolíticas na parede celular. Isto dá, como resultado, a lise celular. Penicilina Ampicilina Amoxicilina Cefalosporinas: antibióticos beta-lactâmicos, ou seja, interferem na síntese de parede celular bacteriana. Cefalotina Inibidores de β lactamase: β-lactamases são enzimas produzidas por algumas bactérias e são responsáveis por sua resistência a antibióticos β -lactâmicos como as penicilinas e as cefalosporinas. Os inibidores de β lactamase são um mecanismo usado contra essas bactérias. Houve a modificação da estrutura do antibiótico de forma que não haja mais substrato para a enzima hidrolisar, e depois pela inibição da enzima por um composto que seja estruturalmente relacionado ao substrato beta- lactâmico . Pouco eficiente isoladamente, usado geralmente com penicilina, protegendo-a. Sulbactam Tazobactam Ácido clavulânico Fluoroquinolonas: são inibidores da enzima bacteriana DNA girase. São bactericidas. Possuem uma vasta onda de efeitos colaterais debilitantes e, portanto, não devem ser usadas como primeira linha de tratamento. Norfloxacina: recomendada para infecções urinárias. AMINOGLICOSÍDEOS: bactericidas, inibidores de síntese proteica das bactérias. Ligam-se à subunidade 30S do ribossomo bacteriano, impedindo a leitura correta do RNA mensageiro e síntese da proteína correspondente. Seus efeitos adversos incluem ototoxicidade e nefrotoxicidade. Gentamicina: contraindicado para felinos, por conta do seu efeito ototoxico e nefrotóxico. TETRACICLINAS: atuam na subunidade 30S do ribossomo bacteriano. Há algumas estirpes resistentes por um de dois mecanismos, que adquirem através de genes em plasmídeos de outras bactérias. Um desses genes codifica uma proteína que ativamente expulsa a tetraciclina da célula. O outro codifica uma proteína que se liga ao ribossomo não permitindo a ação do antibiótico. Seu efeito é reduzido ao se consumir suplementos vitamínicos ou minerais, antiácidos e laxantes. Outros Trimetoprima: é um bacteriostático, bloqueador da síntese do ácido tetraidrofólico e diidrofólico por competição com a diifrofolato redutase. A associação com as sulfas é vantajosa, a ação dos dois fármacos passa a ser bactericida, e são raramente usados sozinhos. A associação com sulfas tem efeito sinérgico, pois as sulfas e trimetoprima atuam em etapas diferentes na formação do ácido fólico. Outra vantagem dessa associação é a menor incidência de resistência bacteriana. ANTIFÚNGICOS Cetoconazol: inibe a biossíntese de ergosterol (é um componente celular da membrana dos fungos, exercendo funções semelhantes às do colesterol em células animais) no fungo e altera a composição de substâncias lipídicas na membrana. É eficiente contra Candida albicans. Anfotericina B: tem como alvo o ergosterol. Liga-se ao ergosterol e cria um poro polar nas membranas. Isso faz com que íons e diversas moléculas saiam da célula, provocando sua morte. Em geral, atua como fungiostático (inibe o crescimento dos fungos, mas não os mata), embora em concentrações próximas aos limites superiores de tolerância possa ser fungicida (mata o fungo). É mais comumente utilizado para infecções sistêmicas. Não é bem absorvida por via oral, sendo restrito o seu uso nesta via somente em casos de infecções do sistema gastrointestinal. Em infecções sistêmicas deve-se administrar por via intravenosa. O efeito indesejado mais comum e mais grave é toxicidade renal, observada principalmente em cães. Este efeito é consequente do decréscimo da taxa de filtração glomerular, resultante no efeito vasoconstritor produzido pela Anfotericina B nas arteríolas aferentes. ANTICOCCIDIANOS Nicarbazina: age principalmente como coccidiostático, mas em algumas etapas pode ser coccidicida. O medicamento atua na fase de esquizonte de segunda geração, inibindo o NAD+, atrapalhando a fosforilação oxidativa, interrompendo o ciclo de formação e desenvolvimento dos merozoitos, interferindo no metabolismo mitocondrial. Sua forma de atuação não permite que haja ativação de linfócitos T quando as aves são acometidas pela infecção, com isso, não é um medicamento eficiente para o tratamento de Coccidiose, pois há paralisia do coccidio, mas não é eliminado, devido à ausência dos linfócitos T. Até hoje não foram detectados altos índicesde resistência. Amprolio: Atua inibindo a absorção de tiamina pela coccidia, que é essencial para o metabolismo energético de glicose, e assim o protozoário não produz energia. O amprolio age nos esquizontes de primeira geração e merozoitos. As associações de amprolio com etopabato/sulfaquinoxalina não são recomendadas para aves de postura em produção. ANTIPARASITÁRIOS Tiabendazol: inibe a fumarato redutase, o parasita morre por inanição, já que o fármaco interferiu sua síntese de energia (inibem absorção ou metabolismo da glicose). Pirantel: desacoplador da fosforilação oxidativa, o parasita morre por inanição, por não formar ATP. Usado no controle de estágios adultos e imaturos de nematódeos gastrointestinais, especialmente em equinos e cães. Niclofolam: agonista nicotínico, bloqueador neuromuscular, gera paralisia estática do verme, por meio da ativação prolongada dos receptores nicotínicos na musculatura. OUTROS FÁRMACOS Enoximone: inibidor da fosfodiesterase, que é quem hidrolisa o AMPc, inativando-o. E como o AMPc é quem faz a lipólise, ele inativado, isso não ocorre. Já que esse fármaco é inibidor da fosfodiesterase, logo, os níveis de AMPc aumentam e com isso, a lipólise também. Aumenta a contractilidade cardíaca. Glipizida: utilizada no tratamento de diabetes não dependente de insulina. Estimula a liberação das células β no pâncreas. Aumenta a sensibilidade à insulina. Furosemida: diurético da alça de henle. Eleva o volume da urina e causa hipopotassemia (pouca K+ e agem inibindo a reabsorção ativa de Na+ e Cl-, aumentando também a excreção de K+ e H+). São bem absorvidos por via oral e também intravenosamente (aumentam a salurese e diurese). Felinos são mais sensíveis à furosemida, e pode levar a desidratação. A Furosemida potencializa o efeito ototoxico e nefrotoxico.
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