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s escorpiıes foram provavelmente os primeiros aracnídeos que surgiram.
Sªo habitantes de todos os continentes, exceto a AntÆrtida, tendo sido
introduzidos na Inglaterra, Nova Zelândia e ilhas menores muito
recentemente. Encontram-se em todas as latitudes de temperadas a
tropicais. Vivem em terra firme e em quase todos os ecossistemas terrestres, como desertos,
savanas, cerrados, florestas temperadas e tropicais. A maioria dos escorpiıes tem hÆbitos
noturnos, com alguns registros de hÆbitos diurnos. Das 1.500 espØcies conhecidas atualmente
no mundo, apenas 25 podem causar acidente mortal; destas, trŒs ocorrem no Brasil. Das nove
famílias existentes no mundo, quatro estªo representadas no Brasil, sendo que no estado de
Sªo Paulo aparecem duas delas, inclusive a família Buthidae, que Ø a maior e mais
amplamente distribuída no mundo e tambØm a mais importante família do ponto de vista
epidemiológico, pois a ela pertencem as espØcies consideradas perigosas para o homem.
No Brasil as espØcies perigosas sªo Tityus stigmurus, Tityus serrulatus e Tityus bahiensis, as duas
œltimas presentes e amplamente distribuídas em Sªo Paulo.
Sªo poucas as coleçıes científicas existentes no Brasil. As mais significativas estªo no
Instituto Butantan, em Sªo Paulo, com cerca de 2.400 lotes destes animais; na Universidade
Federal da Bahia, com 900 lotes; e na Universidade Estadual de Feira de Santana e no Museu
de CiŒncias Naturais da Fundaçªo Zoobotânica do Rio Grande do Sul, com cerca de 500
lotes cada uma. Em Sªo Paulo tambØm encontramos uma coleçªo representativa de escorpiıes
no Museu de Zoologia da Universidade de Sªo Paulo, com aproximadamente 600 lotes.
Nœmero de espØcies
No mundo: cerca de 1.500 espØcies
No Brasil: cerca de 80 espØcies
Estimadas no estado de Sªo Paulo: 16 espØcies
Conhecidas no estado Sªo Paulo: 13 espØcies
nomes populares: escorpiªo e lacrau
Filo Arthropoda
Subfilo Chelicerata
Classe Arachnida
Ordem Scorpiones
REINO ANIMALIA
ESCORPIÕESESCORPIÕES
Tityus bahiensisTityus bahiensis
ESCORPIÕES
DENISE MARIA CANDIDO
Laboratório de Artrópodes do Instituto Butantan
Av. Vital Brazil, 1500, Butantª, 05503-900 Sªo Paulo, SP
1. Introduçªo 
Os escorpiıes existem comprovadamente hÆ mais de 400 milhıes de anos (fósseis do Carbonífero), sendo,
portanto, considerados os aracnídeos mais antigos que se conhece e provavelmente os primeiros a habitar a terra
firme. Sua carapaça de quitina, de que Ø basicamente formado o seu exoesqueleto, foi um fator determinante
para esta passagem, pois ajuda a evitar a evaporaçªo excessiva do corpo. As espØcies atuais nªo diferem muito
das antigas na aparŒncia geral. Isto faz com que os escorpiıes sirvam como modelo para estudo de evoluçªo e
zoogeografia. Habitam todos os continentes, exceto a AntÆrtida, e encontram-se em todas as latitudes, de temperadas
a tropicais, vivendo em terra firme e em quase todos os ecossistemas terrestres, como desertos, savanas, florestas
temperadas e tropicais (Cruz, 1994). Encontram-se sob pedras, madeiras, troncos podres. Alguns enterram-se no
solo œmido das matas, outros na areia dos desertos. Vivem em bromØlias que crescem do chªo ou ainda a
grandes alturas nas Ærvores. VÆrias espØcies sªo habitantes de cavernas, outras vivem ao longo das praias e na
zona entre marØs. Estªo englobados aí os trŒs tipos de escorpiıes atuais no que se refere ao hÆbitat preferido
(psamófilos = vivem nas areias; litófilos = fendas, rochas, penhascos, fragmentos rochosos; fossoriais = galerias
e buracos), porØm ainda existe um quarto tipo de hÆbito, errante, adotado por escorpiıes que se movem ativamente
durante o forrageamento (Polis, 1990).
O comportamento dos escorpiıes pode ser estudado de forma melhor depois de observado que sªo
fluorescentes na presença de luz ultravioleta. Os imaturos adquirem esta característica somente após a primeira
troca de pele, ainda em cima da mªe. Observou-se tambØm que a fluorescŒncia do animal Ø solœvel em Ælcool,
ou seja, o Ælcool torna-se fluorescente quando um escorpiªo morto Ø aí colocado.
As espØcies dos desertos sªo noturnas, refugiando-se durante o dia sob pedras, troncos, buracos e fendas.
O hÆbito noturno Ø o preferido pela maioria das espØcies, enquanto o diurno Ø o adotado por algumas espØcies
que vivem em grutas, florestas tropicais e zona litorânea. Acredita-se que o hÆbito noturno desses animais pode
representar uma resposta à predaçªo e às condiçıes climÆticas (Polis, 1990). Os escorpiıes sªo mais ativos
durante os meses mais quentes do ano, porØm, nos trópicos, permanecem ativos durante todo o ano.
Os escorpiıes alimentam-se principalmente de insetos e aranhas. Pequenos vertebrados tambØm sªo bem
aceitos. O canibalismo pode ocorrer em conseqüŒncia da competiçªo pelo espaço e Ø freqüentemente observado
em cativeiro, quando o alimento Ø pouco e o espaço tambØm; contudo, se forem bem alimentados e o substrato
oferecido for abundante, o canibalismo dificilmente ocorrerÆ. TambØm possuem inimigos, ou seja, nªo estªo
livres de parasitas, como vírus, riquØtsias, fungos, nematóides, Æcaros etc. (Matthiesen, 1984 e Cruz, 1994).
Dentre seus predadores estªo camundongos, quatis, macacos, sapos, lagartos, corujas, seriemas, galinhas, algumas
aranhas, formigas, escolopendras e os próprios escorpiıes. O grande inimigo, todavia, tem sido o homem, atravØs
da utilizaçªo de agrotóxicos, fogo, desmatamento, crescimento urbano explosivo etc. Certos índios comem
escorpiıes assados e alguns sªo sacrificados para o preparo de produtos afrodisíacos e terapŒuticos. A utilizaçªo
de soluçıes de escorpiıes em Ælcool, para ser aplicado em compressas no local da picada, ainda Ø muito
praticada (Matthiesen, 1988), apesar de estar comprovado que esse remØdio nªo produz nenhum efeito.
Muitas lendas e crendices, baseadas quase sempre em fatos mal interpretados, salientam a malignidade
33
D.M. Candido26
desses animais, contribuindo para que eles permaneçam mal vistos atØ os dias de hoje. A principal justificativa
do medo que estes escorpiıes inspiram Ø o fato de serem peçonhentos, isto Ø, de produzirem uma substância
tóxica que pode envenenar o homem. O que diferencia animais perigosos ou nªo Ø a composiçªo do seu veneno
e a açªo dele no homem. Atualmente estima-se que existam 1500 espØcies conhecidas no mundo, das quais
apenas 25 podem causar acidente mortal, trŒs delas ocorrendo no Brasil. Do ponto de vista biológico, a ordem
dos escorpiıes representa um importante grupo de animais predadores eficientes de grande nœmero de insetos e
outros pequenos animais, às vezes nocivos ao homem.
2. Morfologia 
O corpo do escorpiªo Ø dividido em duas partes: cefalotórax (prossoma) e abdômen (opistossoma). O
revestimento dorsal Ø chamado de tergito; as membranas laterais, de pleuritos; e o revestimento ventral, de
esternito.
A face dorsal do cefalotórax Ø constituída por uma carapaça quitinosa nªo segmentada, apresentando, em
geral, um par de olhos medianos e de trŒs a cinco pares de olhos laterais. Existem seis pares de apŒndices
ligados a esta regiªo (ventralmente): um par de quelíceras, que sªo pequenas e providas de pinças denteadas; um
par de pedipalpos com cinco segmentos (coxa, trocanter, fŒmur, tíbia e mªo), cujos artículos terminais formam
as mªos com um dedo fixo e um dedo móvel, usados como pinças para apreender as presas e durante o
acasalamento. Ainda nos pedipalpos estªo presentes as tricobótrias, que sªo cerdas especiais sensíveis ao tato e
ao deslocamento de ar; e, finalmente, os quatro pares de pernas com sete segmentos (coxa, trocanter, fŒmur,
tíbia, prØtarso, basitarso e telotarso).
O abdômen (opistossoma) Ø dividido em duas partes características: o prØ-abdômem (mesossoma) e o pós-
abdômen (metassoma). O mesossoma Ø formado por sete segmentos. Em quatro deles aparecem as aberturas
dos órgªos respiratórios, tambØm chamados de estigmas; o esterno, cuja forma Ø importante na classificaçªodas
famílias; a abertura genital e um par de pentes que desempenham vÆrias funçıes, como, por exemplo, detectar as
vibraçıes do solo. Os pentes tambØm sªo utilizados durante o acasalamento, para varrer o solo antes da cópula,
e, em algumas espØcies, como as do gŒnero Rhopalurus, podem ser usados para emissªo de sons. O metassoma,
tambØm chamado de cauda, Ø formado por cinco segmentos. Na extremidade hÆ um artículo, chamado de tØlson
ou vesícula, que termina em um ferrªo. O tØlson contØm um par de glândulas de veneno que desembocam em
dois orifícios situados de cada lado da ponta do ferrªo. O orifício anal fica localizado entre o quinto segmento da
cauda e o tØlson.
Respiram por meio de órgªos denominados filotraquØias, tambØm chamadas de pulmıes, que sªo formados
por uma sØrie de lâminas dispostas como as pÆginas de um livro (book-lungs). Entre as folhas encontramos
“pilares” de sustentaçªo que nªo permitem que uma lâmina grude na outra. O ar Ø entªo expelido e renovado. O
consumo de oxigŒnio Ø muito baixo e varia conforme a necessidade. Possuem a capacidade de fechar os estigmas
quando as condiçıes ambientais forem desfavorÆveis. Alguns podem permanecer com apenas um estigma aberto
durante muito tempo. É o sangue que transporta o oxigŒnio pelo corpo. Existe um grande sistema de vasos e
lacunas que partem do coraçªo, que Ø um órgªo tubiforme e bem desenvolvido, localizado no mesossoma.
Durante o período de acasalamento, o macho procura a fŒmea caminhando e, quando a localiza, segura-a
com os palpos. Se ela nªo for receptiva, reagirÆ contra. Caso seja receptiva, ele a segura e caminham bastante,
procurando um local adequado para a deposiçªo e fixaçªo do espermatóforo (em um substrato com uma Ærea
aproximada de 10 a 12 cm de raio), que Ø colocado com o macho levantando o metassoma. Em seguida, ele puxa
a fŒmea, fecundando-a. Depois, eles se separam (Matthiesen, 1966).
Os escorpiıes sªo divididos em dois grupos quanto ao desenvolvimento embrionÆrio: os CatoicogŒnicos,
cujos ovos sªo grandes e ricos em vitelo e o desenvolvimento dos embriıes se completa dentro do ovariœtero;
e os ApoicogŒnicos, cujos ovos sªo pequenos, com pouco vitelo, a fertilizaçªo e o desenvolvimento ocorrem
dentro de divertículos do ovariœtero, para onde os embriıes passam quando estiverem perto do nascimento. O
período de gestaçªo Ø muito variado. Em geral, para os Tityus Ø de 3 meses e para Pandinus, de 9 meses
(Lourenço, 1992). Durante o parto, a fŒmea eleva o corpo sobre as pernas e faz um cesto com as dianteiras,
Escorpiıes 27
apoiando-se nas pernas posteriores. Os filhotes recØm-nascidos sobem no dorso da mªe atravØs do “cesto”. Ali
permanecem por alguns dias quando, entªo, sofrem a primeira troca de pele. Passados mais alguns dias, eles
abandonam o dorso da mªe e passam a ter vida independente. O período entre o nascimento e a dispersªo dos
filhotes varia bastante. Para Tityus bahiensis e Tityus serrulatus Ø de aproximadamente 14 dias. Os escorpiıes trocam
de pele periodicamente, assim como a maioria dos artrópodes. O processo de muda Ø denominado ecdise e a
pele abandonada Ø a exœvia. Passam por um nœmero limitado de mudas atØ a maturidade sexual, quando entªo
param de crescer.
Fazem parte do sistema sensorial os olhos medianos e laterais, as fendas sensoriais, tricobótrias, assim
como outras cerdas sensoriais e os pentes.
A visªo Ø pouco desenvolvida, capaz de distinguir apenas luz e sombra EspØcies que vivem em cavernas
podem ser cegas. As fendas sensoriais estªo presentes nas pernas e percebem a movimentaçªo do solo. As
tricobótrias sªo cerdas especiais, localizadas principalmente nos pedipalpos, muito sensíveis à movimentaçªo do
ar e ao tato, usadas na localizaçªo de presas e inimigos. Os pentes desempenham vÆrias funçıes: percebem as
vibraçıes do solo evitando os inimigos e detectando presas: no acasalamento sªo utilizados para procurar um
substrato adequado para a fixaçªo do espermatóforo: e tambØm possuem funçªo quimiorreceptora e
mecanorreceptora.
O aparelho digestivo Ø dividido em trŒs partes: a anterior, onde estÆ a cavidade prØ-oral, formada pela parte
ventral das quelíceras, parte lateral das bases dos palpos e parte ventral da base das pernas I e II; a mØdia, que Ø
bastante desenvolvida e de onde saem lateralmente canalículos que sªo providos de dilataçıes que servem para
o acœmulo de alimento; causando um aumento no volume do corpo do animal, o que permite que ele fique
bastante tempo sem se alimentar; e, por œltimo, a parte posterior, por onde passam as fezes, que vªo atØ o ânus
e daí para o exterior. Uma vez capturada a presa, ele pode ou nªo utilizar o ferrªo para imobilizÆ-la, dependendo
da resistŒncia oferecida. A presa Ø entªo levada às quelíceras, que a trituram e, ao mesmo tempo, Ø umidecida
com suco digestivo, iniciando assim a digestªo, que vai terminar no intestino mØdio.
3. Taxonomia 
Segundo o catÆlogo de escorpiıes, publicado por Kraepelin em 1899, existiam no mundo 6 famílias, 56
gŒneros e 283 espØcies. Atualmente, segundo Stockmann (1991), os escorpiıes estªo divididos em nove famílias:
Bothriuridae (com 11 gŒneros e 80 espØcies); Buthidae (com 48 gŒneros e mais de 500 espØcies); Chactidae
(com 11 gŒneros e 140 espØcies); Chaerilidae (com 1 gŒnero e 23 espØcies); Scorpionidae (com 7 gŒneros e 137
espØcies); Ischnuridae (com 7 gŒneros e 19 espØcies); Vaejovidae (com 12 gŒneros e 130 espØcies); Iuridae
(com 5 gŒneros e 19 espØcies); e Diplocentridae (com 7 gŒneros e 70 espØcies).
No Brasil, estªo presentes quatro das nove famílias: Bothriuridae, com 4 gŒneros; Chactidae, com 4
gŒneros; Buthidae, com 5 gŒneros; e Ischnuridae, com apenas 1 gŒnero (Cruz, 1994).
Pelo levantamento feito da Coleçªo de Escorpiıes do Instituto Butantan, em Sªo Paulo, os escorpiıes
estªo representados por apenas duas famílias: Bothriuridae e Buthidae. Dentro da família Bothriuridae, temos
2 gŒneros: Bothriurus, com representantes de 5 espØcies, e Thestylus, com uma œnica espØcie. No Brasil ocorrem
cinco gŒneros de Buthidae (Isometrus, Ananteris, Microtityus, Rhopalurus e Tityus). Em Sªo Paulo, estªo presentes
apenas trŒs destes gŒneros, que sªo Ananteris e Isometrus, representados apenas por uma espØcie, e Tityus.
4. Distribuiçªo no estado de Sªo Paulo 
O estado de Sªo Paulo registra espØcies de escorpiıes de duas famílias, como jÆ foi dito. Na família
Bothriuridae, temos dois gŒneros, que sªo Bothriurus, com representantes de 5 espØcies (B. araguayae, B. signatus, B.
bonariensis, B. rubescens e B. moojeni), e Thestylus, com representantes de uma œnica espØcie, Thestylus glasioui. Na
família Buthidae, temos representantes de trŒs gŒneros, que sªo Ananteris, com uma œnica espØcie (A. balzani);
Isometrus, tambØm representado apenas por (I. maculatus); e Tityus, este sim com vÆrias espØcies conhecidas:
D.M. Candido28
T. bahiensis, T. serrulatus, T. costatus, T. trivittatus e T. acutidens, alØm de algumas espØcies que ainda nªo foram
determinadas.
O gŒnero Thestylus Ø bastante abundante nªo só na cidade de Sªo Paulo, mas em todos os municípios que
fazem parte da chamada Grande Sªo Paulo. Existe em coleçıes um expressivo nœmero de registros nos municípios
de Campo Limpo Paulista, Sªo Roque, Piedade, Campos do Jordªo, NazarØ Paulista, Piracicaba e TremembØ,
entre outros. Bothriurus Ø um gŒnero amplamente distribuído dentro do estado de Sªo Paulo, encontrado, inclusive,
na capital e nos municípios da Grande Sªo Paulo, tendo sido coletado em cavernas na cidade de Apiaí, no Vale
do Ribeira (Pinto-da-Rocha, 1995). As cidades mais bem representadas em coleçªo sªo Ribeirªo Preto, Sªo
Pedro, Sªo Carlos, Santa Rita do Passa Quatro, Piracicaba, Araraquara, Sªo JosØ do Rio Preto, Rio Claro, Sªo
Manoel, Registro, Dois Córregos, Iguape, Teodoro Sampaio, Araçatuba, Itu e Jaboticabal.
O gŒnero Ananteris, da família Buthidae, Ø bem representado nas regiıes de Boituva, Itu, Sorocaba, Salto,
`guas de Santa BÆrbara,Mairinque, Itapetininga, Araçoiaba da Serra, Indaiatuba, Sªo Roque, Mairiporª, Valinhos,
Araraquara, Juquitiba, alØm da cidade de Sªo Paulo. Ainda desta mesma família, temos o gŒnero Tityus, que Ø o
mais encontrado no estado. Tityus costatus, pode-se observar atravØs dos registros da coleçªo de escorpiıes do
Instituto Butantan, Ø um animal coletado com muita freqüŒncia em cidades que estªo localizadas na regiªo
litorânea de Sªo Paulo ou próximo a ela, tais como, Registro, Juquitiba, Ilha Bela, Sªo Sebastiªo e CananØia; sendo
tambØm presente na regiªo da capital.
Tityus serrulatus Ø hoje uma espØcie muito bem distribuída pelo estado de Sªo Paulo. Anteriormente só era
encontrada na regiªo do Vale do Paraíba e em alguns pontos isolados do estado (Bücherl, 1969). Atualmente estÆ
amplamente distribuída por praticamente toda a capital do estado e cidades do interior. Em localidades nas quais
antes eram encontrados apenas Tityus bahiensis, hoje predomina T. serrulatus, o que pode ser observado, tambØm,
pelo aumento no nœmero de acidentes nestas regiıes. Segundo Lourenço & Cuellar (1995), este fato talvez tenha
sua explicaçªo no fato de T. serrulatus reproduzir-se por partenogŒnese, facilitando, assim, sua proliferaçªo. Tityus
bahiensis tambØm estÆ muito bem distribuído pelo estado, principalmente na capital. Apesar da invasªo do T.
serrulatus, T. bahiensis continua sendo o maior causador de acidentes na cidade de Sªo Paulo. Estes dados e mais a
completa distribuiçªo destas duas espØcies no estado de Sªo Paulo estªo registrados no trabalho de Eickstedt et
al.(1996).
5. Coleçıes 
Segundo o informativo “Papo de Aranha”, boletim de divulgaçªo dos aracnólogos do Brasil, nœmero 3, de
fevereiro de 1997, sªo oito as instituiçıes que possuem um nœmero significativo de exemplares em suas coleçıes
científicas. A maior delas estÆ no Instituto Butantan, em Sªo Paulo, com aproximadamente 2.400 lotes de animais
jÆ catalogados e cerca de 500 que em processo de tombamento. Esta coleçªo teve seu início nos primeiros anos
deste sØculo, pelas mªos do fundador do Instituto, Dr. Vital Brasil (Bücherl, 1959b). AtØ o ano de 1959, a
coleçªo abrangia 6 famílias, 38 gŒneros e cerca de 125 espØcies. Atualmente, ela contØm um nœmero significativo
de exemplares, que abrangem representantes de 32 países, distribuídos entre 9 famílias, 49 gŒneros e
aproximadamente 192 espØcies. Destes exemplares, destacamos 40 tipos de 7 gŒneros, com 20 diferentes espØcies.
A Universidade Federal da Bahia possui a segunda maior coleçªo brasileira, com cerca de 900 lotes, seguida
pelas coleçıes do Museu de CiŒncias Naturais da Fundaçªo Zoobotânica do Rio Grande do Sul (560 lotes); do
Museu de Zoologia da Universidade de Sªo Paulo, na qual, segundo o seu curador, Ricardo Pinto da Rocha,
estªo depositados cerca de 550 lotes, com 90 espØcies, incluindo 5 tipos; do Universidade Estadual de Feira de
Santana, na Bahia, (500 lotes); do Museu Nacional do Rio de Janeiro (350 lotes); do Museu de CiŒncias Naturais
da PUC do Rio Grande do Sul; e do Museu de História Natural “Capªo de Imbuia”, em Curitiba, ambas com 100
lotes cada uma. Dentro do estado de Sªo Paulo, devemos destacar, alØm da coleçªo do Instituto Butantan, a
coleçªo do Museu de Zoologia da USP.
Escorpiıes 29
6. Especialistas 
Poucos sªo os pesquisadores que apresentam trabalhos significativos sobre este grupo de animais no
Brasil. Em primeiro lugar, nªo se pode deixar de citar H. R. Maurano, que, jÆ em 1915, escreveu a sua “These
Dissertaçªo do Escorpionidismo”, onde fala sobre lendas, identificaçªo, venenos, acidentes e distribuiçªo de
escorpiıes (Maurano, 1915). Depois dele, podemos destacar quatro pesquisadores: Cândido de Mello-Leitªo,
que publicou, nos Arquivos do Museu Nacional do Rio de Janeiro, em 1945, o volume “Escorpiıes Sul-
Americanos”, no qual, alØm de características gerais do grupo, apresenta uma chave de classificaçªo atØ hoje,
utilizÆvel. Wolfgang Bücherl, grande pesquisador, que trabalhou durante muitos anos no Instituto Butantan e
publicou inœmeros trabalhos dentro e fora do Brasil. Entre as suas publicaçıes, podemos destacar vÆrios
trabalhos que receberam como título “Escorpiıes e Escorpionismo no Brasil”, tendo sido publicados ao longo
da dØcada de 50, com vÆrios subtítulos, dentro das “Memórias do Instituto Butantan” (Bücherl, 1953a, 1953b,
1955/6a, 1955/6b, 1955/6c, 1957/8a, 1957/8b, 1957/8c, 1959a, 1959b) e o memorÆvel livro “Acœleos que Matam”.
FÆbio Aranha Matthiesen, pesquisador da Universidade Estadual de Sªo Paulo (UNESP) em Rio Claro, publicou
inœmeros trabalhos, principalmente sobre biologia e desenvolvimento pós-embrionÆrio das espØcies Tityus serrulatus
e Tityus bahiensis (Matthiesen, 1960, 1961, 1968, 1971a, 1971b), inclusive o trabalho a respeito da partenogŒnese de
Tityus serrulatus (Matthiesen, 1962). Entre suas maiores publicaçıes, podemos destacar sua tese de doutoramento
“Aspectos Morfológicos e Biológicos dos Escorpiıes”, em 1966, e o livro “O Escorpiªo”, em 1976, da Coleçªo
Cientistas de Amanhª; Vera R. D. von Eickstedt, foi pesquisadora do Instituto Butantan que tambØm colaborou
nos estudos destes animais em vÆrias Æreas, como, por exemplo, a sistemÆtica de Tityus costatus, que Ø uma espØcie
abundante na Mata Atlântica, e foi estudada juntamente com outro pesquisador (Lourenço & Eickstedt, 1988).
Publicou importantes trabalhos sobre escorpionismo, participando, inclusive, da elaboraçªo de um manual para o
controle de escorpiıes no estado de Sªo Paulo (Secretaria de Estado da Saœde de Sªo Paulo, 1994); Wilson
Lourenço, hoje trabalhando em Paris, Ø o pesquisador que mais trabalhos publicou sobre escorpiıes no Brasil,
tendo tambØm publicado notas sobre estes animais de vÆrios lugares do mundo. Um de seus mais significativos
trabalhos trata do complexo Tityus trivittatus (Lourenço, 1980 e 1993); em outro, faz uma revisªo do gŒnero
Ananteris (Lourenço, 1982); e continua contribuindo com publicaçıes relevantes e muito œteis.
Podemos citar ainda, S. de Toledo Piza Junior, que publicou clÆssicos como, por exemplo, “Estudos
anatômicos em escorpiıes brasileiros” (Piza,1939a e 1939b).
Da AmØrica do Sul, destacam-se trŒs grandes pesquisadores: O primeiro Ø M.A. GonzÆles-Sponga, que,
entre outros, publicou o livro “Escorpiones de Venezuela” (GonzÆles-Sponga, 1984), com uma œtil chave de
classificaçªo dos animais daquele país. Mais recentemente, publicou um importante guia para identificaçªo de
escorpiıes da Venezuela (GonzÆles-Sponga, 1996). O segundo Ø Emílio A. Maury, um argentino que publicou
trabalhos em sistemÆtica da família Bothriuridae (Maury, 1975 e 1981). E o terceiro Ø Luis Eduardo Acosta, que,
mais recentemente, vem descrevendo novas espØcies desta mesma família (Acosta, 1997).
Fora do Brasil e AmØrica do Sul, alguns pesquisadores vŒm trabalhando nos mais diversos grupos. Alguns
exemplos sªo os trabalhos de Max Vachon, baseados na tricobotriotaxia (Vachon, 1973); e S. C. Willians, que
publicou “Scorpion Bionomics” (1987); Herbert L. Stahnke, sobre comportamento, nomenclatura e uma chave
de identificaçªo para a família Buthidae (Stahnke, 1966, 1970 e 1972). Gary A. Polis aparece nesta lista, com seu
importante livro “The Biology of Scorpions” (1990), e W. David Sissom, trabalhando no Texas, Estados Unidos,
com vÆrios grupos, principalmente Vaejovidae (Sissom, 1989 e 1993). TambØm trabalhando no Texas, temos
Oscar F. Francke, que publicou uma chave de classificaçªo para Iuridae (Francke & Soleglad, 1981).
7. Escorpionismo 
A família Buthidae Ø a maior e mais amplamente distribuída, nªo só no Brasil mas em todo o mundo, e,
tambØm, a mais importante do ponto-de-vista epidemiológico, pois a ela pertencem as 25 espØcies consideradas
perigosas para o homem. Representa 60% da fauna escorpiônica neotropical, incluídas aí as espØcies perigosas
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do Brasil. Os principais relatos de acidentes com escorpiıes sªo de Tityus serrulatus, T. bahiensise T. stigmurus,
sendo que este œltimo somente ocorre na regiªo Nordeste do país, porØm quase todas as espØcies deste gŒnero
possuem veneno ativo sobre o homem.
O problema com envenenamento em humanos por escorpiıes Ø conhecido desde a Antigüidade. As
espØcies perigosas sªo encontradas nos desertos ou regiıes semi-Æridas. No continente americano aparecem no
Sudeste dos Estados Unidos, MØxico, AmØrica do Sul e Ilhas do Caribe. TambØm sªo encontradas no Norte e no
Sul da `frica, Oriente MØdio, Norte do Mediterrâneo, Irª, `sia e ˝ndia (Polis, 1990).
As espØcies de importância mØdica pertencem a Buthidae, aos seguintes gŒneros: Androctonus, Buthacus,
Buthus e Leiurus (`frica e Oriente MØdio); Centruroides (AmØrica do Norte e MØxico); Mesobuthus (˝ndia); Parabuthus
(`frica); e Tityus (AmØrica do Sul e Caribe) (Polis, 1990).
Assim como em outros locais do mundo, o acidente por escorpiıes no Brasil Ø considerado de grande
importância, mesmo sendo restrito a algumas poucas regiıes do país, ainda que com grande freqüŒncia. A
presença e proliferaçªo de escorpiıes em Æreas ocupadas pelo homem deve ser rigorosamente controlada, por
serem peçonhentos e porque sua picada pode provocar a morte de seres humanos e de animais domØsticos. A
princípio, os dados existentes sobre escorpionismo no Brasil restringiam-se às cidades de Sªo Paulo, Ribeirªo
Preto e Belo Horizonte. A partir da implantaçªo do sistema de notificaçªo dos acidentes no país, em 1988, vem
se verificando um aumento significativo no nœmero de casos. Dados da Fundaçªo Nacional de Saœde (1998)
indicam a ocorrŒncia de cerca de 8000 acidentes por ano, com um coeficiente de incidŒncia de aproximadamente
3 casos por 100.000 habitantes. O maior nœmero de notificaçıes vem dos estados de Minas Gerais e Sªo Paulo,
responsÆveis por 50% do total, apesar do aumento significativo de registros dos estados da Bahia, Alagoas e
CearÆ.
Durante muitos anos, foi aceito que apenas um nœmero limitado de espØcies (Tityus serrulatus, T. bahiensis e
T. stigmurus) poderia ser perigosa para o homem, porØm Lourenço et al. (1996) acreditam que este nœmero seja
muito maior na natureza, ou seja, existem espØcies que nunca tiveram contato com o homem, por exemplo na
regiªo amazônica, e, com a rÆpida expansªo da colonizaçªo desta regiªo e a conseqüente destruiçªo do meio
ambiente, tais espØcies começaram a causar acidentes. Desde entªo, casos isolados de acidentes fatais tŒm sido
registrados por T. metuendus, T. cambridgei e Tityus sp. A implantaçªo do sistema da Fundaçªo Nacional de Saœde
tambØm vem possibilitando um melhor conhecimento do agravamento do problema em âmbito nacional e
possibilitou consideraçıes com enfoque macro-regional (Cardoso et al., 1995):
• Regiªo Norte: óbitos por Tityus metuendus na Amazônia (1,4% do total das notificaçıes);
• Regiªo Nordeste: elevada letalidade na Bahia e alta incidŒncia no Rio Grande do Norte e Alagoas,
atribuídas ao Tityus stigmurus (26,4%);
• Regiªo Sudeste: elevada letalidade em Minas Gerais e expansªo e letalidade de acidentes por Tityus
serrulatus em Sªo Paulo (62,1%); e
• Regiªo Sul: sem casos letais (4,6%).
Tais informaçıes mostram que o problema do escorpionismo no país deve levar em conta suas peculiaridades
regionais quando se falar em controle.
A maioria dos casos tem curso benigno, registrando-se a letalidade em 0,58%. Os óbitos tŒm sido associados,
com maior freqüŒncia, a acidentes causados por Tityus serrulatus, sendo mais comuns em crianças menores de 14
anos. O problema do escorpionismo nªo pode deixar de ser associado, na maioria das vezes, às condiçıes sócio-
econômicas, seja pelo aumento das condiçıes de abrigo ou alimento nas Æreas urbanas, seja pela dificuldade
implantar projetos e mØtodos preventivos, inclusive em Æreas fora das regiıes urbanas. Como todo animal, o
escorpiªo apresenta um papel importante na manutençªo do equilíbrio ecológico, pois Ø predador de insetos e
outros pequenos animais. O crescimento desordenado de centros urbanos propicia condiçıes cada vez mais
favorÆveis à proliferaçªo desses animais. Os escorpiıes sªo difíceis de localizar, pois permanecem imóveis e
escondidos em lugares escuros durante o dia, por vezes aparentando estar mortos. Tal comportamento Ø uma
das causas freqüentes de acidentes. O manuseio inadequado de materiais de construçªo e entulho aumenta as
chances de um acidente. Dentro de casas, ocorre algo semelhante, pois escondem-se entre roupas e dentro de
calçados.
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Os altos índices de infestaçªo por escorpiıes em certas regiıes do estado de Sªo Paulo tŒm originado
grandes problemas, principalmente decorrentes da invasªo de habitaçıes humanas, o que causa ansiedade e
pavor na populaçªo. O controle destes animais passa a ser fundamental, mas tal atividade deve ser conduzida
atravØs da associaçªo de órgªos pœblicos municipais e estaduais, e sua eficÆcia depende de uma açªo multidisciplinar,
que envolve tambØm a comunidade e o manejo ambiental para tornar desfavorÆveis as condiçıes de permanŒncia
e proliferaçªo dos escorpiıes. Tal açªo jÆ foi desenvolvida, com sucesso, na cidade de Aparecida, no Vale do
Paraíba, em Sªo Paulo, regiªo considerada endŒmica de Tityus serrulatus, onde alØm de serem estudadas a presença
de focos do animal no campo e na cidade, alteraçıes ambientais perifØricas à zona urbana, novos ambientes de
procriaçªo e dispersªo, foram analisados os problemas bÆsicos de infra-estrutura. Após os estudos, foram propostas
algumas medidas educativas e uma sØrie de medidas preventivas associadas ao uso de predadores naturais no
combate (Cruz et al., 1995).
O acidente por escorpiªo vem se tornando cada vez mais freqüente em Sªo Paulo, principalmente no meio
urbano. O aumento expressivo de escorpiıes encontrados pela populaçªo estÆ relacionado, principalmente, a
campanhas realizadas para aumentar a produçªo de soros anti-venenos e à crescente atuaçªo das regionais da
SUCEN (SuperintendŒncia do Controle de Endemias) junto às prefeituras municipais. Registros mostram a
presença de Tityus bahiensis e de Tityus serrulatus em localidades nªo incluídas na Ærea conhecida de distribuiçªo
geogrÆfica das duas espØcies, bem como detectam a dispersªo do Tityus serrulatus no estado (Eickstedt et al.,1996).
Na regiªo metropolitana, o Tityus bahiensis tem sido identificado como o principal causador de acidentes de
menor gravidade, quando comparados aos acidentes por Tityus serrulatus. Estudos revelam um aumento na
freqüŒncia dos acidentes por Tityus serrulatus na regiªo da Grande Sªo Paulo. Espera-se, portanto, que o
escorpionismo nessa regiªo apresente um maior potencial de gravidade e letalidade (Fan et al., 1995). Levantamentos
de prontuÆrios do Hospital Vital Brasil, do Instituto Butantan, no período de 1988-1993, revelam que a distribuiçªo
dos acidentes nªo ocorre de maneira homogŒnea, detectando-se alguns bairros com maior incidŒncia, em especial
nas zonas leste e sudoeste da cidade, incluindo-se tambØm os municípios de Osasco e Carapicuiba, que fazem
parte da regiªo metropolitana de Sªo Paulo (Eickstedt et al., 1996).
8. Agradecimentos 
A Sylvia M. Lucas e Pedro Ismael da Silva Jœnior, pelas valiosas sugestıes para a realizaçªo deste trabalho,
e Ricardo Pinto-da-Rocha, que, alØm de fornecer sugestıes, cedeu a foto publicada.
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