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DELINEAMENTO EM BLOCOS CASUALIZADOS Os experimentos em blocos ao acaso surgiram na área agrícola. O campo era dividido em blocos, e os blocos eram divididos em parcelas. Então, o termo bloco designava, originalmente, uma faixa de terra de mesma fertilidade. Se a fertilidade do solo variava ao longo da encosta, isto é, se os solos da parte mais baixa eram os mais ricos, cada faixa que acompanhava uma curva de nível deveria formar um bloco. O pesquisador só deve optar por experimentos inteiramente ao acaso quando dispuser de número suficientemente grande de unidades experimentais similares. Como isso dificilmente acontece na prática, é preciso um delineamento que permita comparar, adequadamente, os tratamentos, mesmo que as unidades apresentem certa heterogeneidade. Os blocos são formados por unidades similares, sendo o sorteio dos tratamentos feito dentro de cada bloco. Se o número de unidades similares, que constitui o bloco, é sempre igual ao número de tratamentos, cada tratamento aparece, em cada bloco, uma única vez. Não teria sentido organizar blocos se não houvesse variabilidade entre eles. Mas, quem decide se a variabilidade entre as unidades justifica, ou não, a formação de blocos, é o pesquisador, não o estatístico. O bloco pode ser uma faixa de terra, uma ala da estufa, um período de tempo, uma ninhada, uma partida de produtos industriais, uma faixa de idade, tudo depende do que está em experimentação. O essencial é que os blocos reúnam unidades similares, que se distingam apenas pelo tratamento que recebem, e que haja variabilidade entre blocos. Se um pesquisador instala o seu experimento segundo o DBC, o efeito do fator perturbador é controlado sendo portanto possível quantificar o seu efeito e eliminar tal efeito na análise estatística dos dados experimentais. Caso o pesquisador não controle o efeito do fator perturbador por meio da formação de blocos de unidades experimentais homogêneas e controle na casualização, o efeito do fator perturbador é absorvido pelo erro experimental. Tal absorção tende a provocar um aumento no valor do QME, o que pode acarretar em não identificar nenhuma diferença nos efeitos dos tratamentos, quando de fato uma ou mais diferenças possam existir. No entanto, a instalação de um experimento no DBC quando o mesmo não é necessário, pode implicar na perda de eficiência do experimento, pois quando se instala um experimento no DBC com J blocos, quando na verdade o DIC seria suficiente, são perdidos (J-1) graus de liberdade para o resíduo. No DBC o número de graus de liberdade para o resíduo é menor. Consequente o F tabelado é maior. Portanto maior deverá ser a diferença entre os efeitos dos níveis do fator para que tais diferenças atinjam significância estatística. Vantagens: 1) controla as diferenças que ocorrem nas condições ambientais, de um bloco para outro; 2) permite, dentro de certos limites, utilizar qualquer número de tratamentos e blocos; 3) conduz a uma estimativa mais exata para a variância residual, uma vez que a variação ambiental entre os blocos é isolada; 4) a ANOVA é simples, apresentando apenas a diferença de possuir uma causa a mais de variação. Desvantagens: 1) há uma redução dos graus de liberdade do resíduo; 2) a exigência de homogeneidade das parcelas dentro de cada bloco limita o número de tratamentos, que não pode ser muito elevado. Exemplo: Considere um experimento para a avaliação de 5 variedades de batatinha numa propriedade que apresente 4 tipos de inclinação de relevo. Considere ainda que cada tratamento terá 4 repetições. Uma possível distribuição de parcelas é a esquematicamente mostrada na figura a seguir: Quadro de tabulação dos dados Quadro de tabulação dos dados Modelo Estatístico ij i j ijY b i - efeito do particular tratamento i no valor observado i im jb - efeito do bloco j no valor observado j jb m 2~ 0,ij N Análise de Variância Para realizar a análise dos dados obtidos de um experimento instalado segundo o DBC, deve-se decompor a variação total que existe entre todas as observações nas partes que a compõe. Neste tipo de delineamento, a decomposição é feita da seguinte forma: SQTotal = SQTratamentos + SQBlocos + SQErro Análise de Variância A hipótese para o teste F da análise de variância para tratamentos é: H0 : médias de tratamentos, são estatisticamente iguais, ao nível de probabilidade que foi executado o teste. Análise de Variância O teste F para blocos, ou seja, comparação entre blocos, geralmente é desnecessária, pois ao instalar o experimento no DBC, o pesquisador utilizou os blocos para controlar uma causa de variação conhecida. Nos casos em que a variação entre blocos é duvidosa, o pesquisador pode realizar o teste F para blocos, para servir como orientação para a instalação de futuros experimentos. Análise de Variância Análise de Variância Contrastes O estudo de contrastes é muito importante na Estatística Experimental, principalmente quando o experimento em análise é composto por mais do que dois tratamentos. Com o uso de contrastes é possível ao pesquisador estabelecer comparações, entre tratamentos ou grupos de tratamentos, que sejam de interesse. Contrastes Contrastes Contrastes – Medida de dispersão Contrastes Ortogonais Em algumas situações desejamos testar um grupo de contrastes relacionados com o experimento em estudo. Alguns tipos de testes indicados para este objetivo, necessitam que os contrastes, que compõem o grupo a ser testado, sejam ortogonais entre si. Contrastes Ortogonais A ortogonalidade entre os contrastes indica independência linear na comparação estabelecida por um contraste com a comparação estabelecida pelos outros contrastes. Contrastes Ortogonais Para um experimento com o mesmo número de repetições, satisfazendo as mesmas pressuposições (médias independentes e homogeneidade de variâncias), a condição de ortogonalidade se resume a: Contrastes Ortogonais Para um experimento com I tratamentos, podem ser formados vários grupos de contrastes ortogonais, no entanto cada grupo deverá conter no máximo (I-1) contrastes ortogonais, o que corresponde ao número de graus de liberdade para tratamentos. Dentro de um grupo de contrastes ortogonais, todos os contrastes tomados dois a dois, serão também ortogonais.
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