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Direito penal I Resumo I (Rached)

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Rached Centeno 
 
1 
Resumo para Prova I – Penal I – Professor Ângelo Ilha da Silva -UFRGS 
Aluno: Rached da Silva Centeno 
 
PÁG 
2 PROPEDÊUTICA 
2 PRINCÍPIOS LIMITADORES DO IUS PUNIENDI 
4 INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA 
6 FONTES DO DIREITO PENAL 
6 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
7 BINDING X MAYER (NORMA PENAL) 
8 CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
13 QUESTÕES 
25 QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS E GABARITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rached Centeno 
 
2 
1. PROPEDÊUTICA 
1. Direito penal objetivo é o conjunto das normas penais propriamente ditas. Segundo Franz 
Von Liszt, direito penal objetivo é “ o conjunto das prescrições emanadas do estado que ligam 
ao crime como fato e a pena como consequência” - CFPC , ou ainda, no pensamento de Anibal 
Bruno, “ direito penal é o conjunto das normas jurídicas que regulam a atuação estatal nesse 
combate contra o crime através de medidas aplicáveis aos criminosos”. 
2. Direito penal subjetivo é o dever-poder do estado de punir, o Jus Puniendi. É a 
possibilidade do estado de criar e de executar as normas penais. A doutrina o classifica em 
positivo, atribuído ao poder legislativo para criação das normas penais, e negativo, de 
derrogação da legislação penal, especialmente atribuída ao STF. 
3. A principal função do direito penal é a de proteger, subsidiariamente, isto é, quando outro 
ramo do direito não o possa fazer, os bens jurídicos, materiais e imateriais, previamente 
definidos pelo poder competente. 
4. Alguns autores divergem acerca da função do direito penal, atribuindo-lhe tarefa diversa 
como: Função ético-social, de fomentar o respeito aos valores ético-sociais. Função de 
confirmação da vigência da norma, protegendo-a. Função de controle social. Função de 
manutenção da paz. Função promocional (transformação da sociedade). De acordo com 
Alessandro Baratta, o direito penal tem uma função simbólica, ou seja, de aplacar os ânimos 
sociais, mostrar que o direito está fazendo alguma coisa. Essas funções não são defendidas 
como complementares, pois é um tanto óbvio, por exemplo, a transformação ou influência 
que o direito penal exerce na sociedade, o que se discute não é isso, mas qual a função 
primordial do direito penal. 
2. PRINCÍPIOS LIMITADORES DO IUS PUNIENDI 
2.1. Princípio da dignidade da pessoa humana  Considerado por grande parte da doutrina 
como princípio basilar, não apenas do direito penal, mas do direito com um todo, deve ser 
observado na formação e aplicação das normas penais. 
2.2. Princípio da proporcionalidade  A norma penal deve ter aptidão para sua finalidade 
(adequação/idoneidade), só deve intervir quando necessário (necessidade/exigibilidade), 
deve fazer o prognóstico de justa medida entre o resultado e a medida coativa 
(proporcionalidade em sentido estrito). 
2.3. Princípio da ofensividade  Há três níveis de ofensa aos bens juridicamente protegidos, 
conforme Faria Costa, Lesão, concreto pôr-em-perigo e cuidado de perigo(abstrato). 
 Para Nilo Batista, a ofensividade tem quatro funções: 
 Proibir a incriminação de uma atitude interna ou não exteriorizada – como o 
pensamento, por exemplo. 
 Proibir a incriminação de condutas que não ultrapassem o âmbito do próprio agente, 
como a tentativa de homicídio. Nulla necessitas sine injuria. 
 Proibir a incriminação de simples estados ou condições, proibindo, por exemplo, que 
Rached Centeno 
 
3 
o indivíduo fique desocupado, e por fim, 
 Proibir que a incriminação de condutas que não atinjam qualquer bem jurídico, Nulla 
lex sine necessitate. 
4. Princípio da intervenção mínima ou do direito penal mínimo  Destaca o caráter 
subsidiário do direito penal, de agir apenas quando outro ramo não o seja capaz. Além disso, 
ressalta o direito penal apenas como mero fragmento, de menor proporção em relação aos 
outros ramos do mundo jurídico, portanto com uma esfera de atuação limitada. Direito penal 
como a ultima ratio. 
5. Princípio da adequação social  O direito penal não pode incriminar condutas socialmente 
aceitas ou adequadas. Nulla actio sine culpa. 
6. Princípio da insignificância O direito penal não deve se preocupar com todo e qualquer 
fato do cotidiano social (bagatelas). Afasta-se a tipicidade do furto de uma coisa de pequeno 
valor (R$ 0,50), por exemplo. Porém há casos que, independente do valor ou ação, a 
jurisprudência não aceita a aplicabilidade desse princípio, como no caso de falsificação de 
moedas e o contrabando. 
7. Princípio da igualdade  Os iguais devem ser tratados de forma igual e os desiguais de 
forma desigual na medida das suas desigualdades. 
8. Princípio do direito penal de fato  Em contraposição ao direito penal do autor, o agente 
deve ser julgado pelo que praticou e não pelo que é. O juiz não deve levar em consideração a 
atributos pessoais (condição econômica, sexo, gênero, idade...) do agente quando for julgá-lo, 
salvo se assim previsto em lei. 
9. Princípio da culpabilidade  Desse princípio podemos extrair: 
 O fundamento da pena: Se culpado, deve receber a pena. Se não culpado, não deve 
receber a pena. 
 O limite da pena: A pena deve ser determinada de acordo com o grau de 
responsabilidade (ou de culpabilidade). 
 A vedação da responsabilidade objetiva: O agente só será punido se agir com DOLO 
(intenção) ou CULPA. Um terceiro não pode responder pelo crime de outrem por ter 
com este alguma ligação. Um empresário, que se encontra em viajem para estudos em 
outro país, não pode responder por crime praticado por sócio de sua empresa 
simplesmente pelo vínculo jurídico que os une. 
 
 
 
 
 
Rached Centeno 
 
4 
3. INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL E ANALOGIA 
3.1 CRITÉRIOS DE INTERPRETAÇÃO DA LEI PENAL 
 
3.1.1 QUANTO AOS MEIOS EMPREGADOS (CRITÉRIOS CLÁSSICOS) 
 Interpretação Literal  Também chamada de gramatical. Busca o sentido da lei 
através da análise das palavras, seus significados e relações entre si. Nem sempre é 
suficiente e deve ceder espaço a outro meio de interpretação, quando com este 
colidente. 
 
 Interpretação Lógica  Busca a real vontade do legislador ao prescrever a norma 
jurídica, resolvendo eventuais antinomias. 
 
 Interpretação Sistemática  (ou sistêmica) considera o ordenamento jurídico como 
um todo, não analisando as normas de modo isolado. 
 
 Teleológica  Supera a lógica formal e busca a real finalidade da norma, voltando a 
atenção para o bem tutelado. 
3.1.2 QUANTO AO SUJEITO QUE EMANA 
 Autêntica  Feita pelo próprio legislador. Pode ser: 
o Contextual  Realizada no mesmo momento da edição da norma. Quando lei 
determina ou esclarece algum conceito em seu próprio texto. 
o Posterior  Surge para afastar eventuais dúvidas, após a edição da norma em 
questão. Quando é editada outra lei detalhando ou conceituando algo que não 
Critérios de 
interpretação da 
lei penal 
Quanto aos meios 
empregados 
(Critérios 
clássicos) 
Literal 
Lógica 
Sistemática 
Teleológica 
Quanto ao sujeito 
que emana 
Autêntica 
Judicial 
Doutrinária 
Quanto aos 
resultados 
Declaratória 
Extensiva 
Restritiva 
Rached Centeno 
 
5 
ficou claro o suficiente. 
 Judicial  Realizada pelos juízes e tribunais nos casos concretos. 
 Doutrinária  Realizada especialistas em ciência penal. 
3.1.3 QUANTO AOS RESULTADOS 
 Declaratória  Intérprete não amplia nem restringe o alcance da norma, apenas 
declara a vontade da lei. 
 Restritiva  O alcance da lei é limitado, “o legislador disse mais do que pretendia 
dizer”. 
 Extensiva  O alcance da lei é alargado, para que se conheça sua real amplitude. 
3.2 INTERPRETAÇÃOANALÓGICA 
 Decorre da natural impossibilidade jurídica de prever todos os casos que podem 
ocorrer no cotidiano da sociedade. Interpretação analógica é uma FÓRMULA que o legislador 
cria, com a finalidade de servir de auxílio ao intérprete, para que este, ao deparar-se com 
casos semelhantes porém não previstos expressamente (nos termos exatos), possa ter um 
norte na aplicação ou não da norma. 
 Exemplo: 121, § 2º , III, CP  § 2º Se o homicídio é cometido: III - com emprego de 
veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum. 
 Nesse caso, o legislador determina o termo “insidioso ou cruel” através de exemplos 
do que é considerado “insidioso ou cruel”, dada impossibilidade de descrever todas as 
condutas insidiosas ou cruéis. 
 
 
Interpretação analógica não se confunde com a interpretação extensiva. Enquanto aquela trás 
um rol exemplificativo para orientar o intérprete, se necessário em casos futuros, a 
interpretação extensiva apenas amplia o alcance da norma sem seguir um modelo ou padrão 
pré-estabelecido. 
3.3 ANALOGIA 
 Segundo o artigo 4º da Lei de introdução ao direito brasileiro (LINDB – DL 4627/42): 
“Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os 
princípios gerais de direito”. Analogia não é método de interpretação e sim de integração. 
Decorre do princípio da inafastabilidade da jurisdição, o qual determina que o poder judiciário 
não pode deixar de apreciar um caso alegando falta de norma. O juiz decidirá por analogia 
quando, diante de omissão legislativa, aplica disposição legal que regula caso semelhante. 
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA FÓRMULA 
Rached Centeno 
 
6 
 Porém, em direito penal, tudo que não for expressamente proibido é permito, logo 
há restrições para o uso da analogia. Essa restrição consiste na proibição de sua aplicação em 
prejuízo do réu. O juiz poderá usar a analogia diante de lacuna legal, em benefício do réu, 
somente. 
 
4. FONTES DO DIREITO PENAL 
 Material ou substancial  ESTADO. Só o Estado pode editar tipos penais 
 Formal: 
o Imediata: LEI 
o Mediata: COSTUMES E PRINCÍPIOS GERIAS DO DIREITO. 
 Só a lei (em sentido estrito) pode estabelecer crimes e cominar penas 
5. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
nullum crimen, nulla poena sine praevia lege 
 É o principal princípio do direito penal, fundamental em um estado de direito. Está 
previsto no artigo 1º do código penal: 
Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal. 
E também expressamente na constituição federal, artigo 5º, XXXIX: 
Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 
Tem como principais funções: A) Proporcionar segurança jurídica. B) Proteger os indivíduos de 
ações abusivas do estado (limitação do poder) 
5.1 DESDOBRAMENTOS/ COROLÁRIOS / FUNÇÕES DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
 nullum crimen nulla poena sine lege praevia 
 nullum crimen nulla poena sine lege scripta 
 nullum crimen nulla poena sine lege stricta 
 nullum crimen nulla poena sine lege certa 
 nullum crimen nulla poena sine lege praevia  Proíbe a retroatividade de lei penal, salvo 
Analogia 
 in bonam partem Beneficía o réu Permitida 
 in malam partem Prejudica o réu Proibida 
Rached Centeno 
 
7 
em benefício do réu. Isso quer dizer que, em regra, a lei penal só atinge fatos posteriores a sua 
vigência. Este princípio busca estabelecer segurança jurídica, pois os indivíduos precisam 
saber com antecedência o que podem ou não fazer. 
Cabe ressaltar a vedação constitucional prevista no artigo 62, § 1º, b: “É vedada a edição de 
medidas provisórias sobre matéria: direito penal (...).” 
Somente a lei em sentido estrito, ordinária ou complementar (esta em casos excepcionais), 
pode criar tipos penais ou cominar penas. 
 Exceções a retroatividade: (pode retroagir) 
o Lex mitior  Mais benéfica ao réu 
o Abolitio Criminis  Determinada conduta deixa de ser considerada crime. 
 nullum crimen nulla poena sine lege scripta  Proíbe a admissão costume em desfavor do 
destinatário. O costume não pode: A) Criar crime; B) Piorar a situação do réu. 
 nullum crimen nulla poena sine lege stricta Proíbe a admissão da analogia in malam 
partem. 
 nullum crimen nulla poena sine lege certa Trata da taxatividade da lei penal. A lei penal 
precisa ser clara e precisa, não trazendo conceitos vagos, indeterminados ou que demandem 
conhecimentos demasiadamente técnicos. (Princípio da reserva legal). 
PORTANTO, 
 
 
6. A NORMA PENAL - BINDING X MAYER 
6.3 MAYER 
“Adere à teoria de Binding e a complementa, formulando a teoria das normas de cultura, 
segundo a qual o delinquente, com sua ação, infringe ditas normas que são aceitas e 
reconhecidas pelo estado. Tais normas de cultura compreendem todas as normas de ordem 
religiosa, ética, estética, material, econômica, política, técnica, científica... E toda sorte de 
A LEI PENAL 
Não retroage 
Não admite 
Costume 
Não admite 
Analogia 
Deve ser taxativa 
Salvo em 
benefício do 
réu 
Rached Centeno 
 
8 
formas orientadoras do convívio social” 
6.2 BINDING 
“ O delinquente realiza o tipo penal da lei, ou seja, não viola a lei, mas sim a norma (que se 
encontra por trás da lei “. Binding distingue a norma da lei da seguinte maneira: 
 
 
 
 
 
 AGENTE 
 
6.4 ESTRUTURA LÓGICA DA NORMA PENAL (Doutrina espanhola e italiana) 
 
 
 
7. CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
7.1 REGRAS GERAIS TEMPUS REGIT ACTUM – O TEMPO REGE O ATO 
A) Os atos jurídicos são regidos pela lei do momento em que ocorreram. 
B) A lei mais grave não retroage 
C) A mais benéfica retroage e é ultrativa. 
 
 
 
Ao contrário das demais normas do ordenamento jurídico (salvo caso de repristinação), as 
Doutrina 
Espanhola 
MATAR 
ALGUÉM 
PENA - X 
Doutrina 
Italiana 
MATAR 
ALGUÉM 
PENA - X 
Art 131 CP  Matar alguém 
Pena: reclusão, de 6 (seis) a 20 
(vinte) anos. 
NÃO MATARÁS 
LEI NORMA 
AGE DE ACORDO VIOLA 
SUPORTE FÁTICO CONS. JURÍDICA PRECEITO SANSÃO 
BRASIL 
RETOATIVIDADE DA LEI PENAL ULTRATIVIDADE DA LEI PENAL 
Rached Centeno 
 
9 
leis penais podem ter eficácia mesmo após sua revogação por lei posterior. A retroatividade 
só poderá ser usada para beneficiar o réu, contudo a ultratividade poderá prejudicar o réu 
nos casos de lei temporária ou excepcional (ponto 7.2.5). 
7.2 CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO 
7.2.1 Abolitio criminis: Quando determinado fato ou conduta deixa ser considerado crime, 
por se considerar não mais necessária a proteção de determinado bem jurídico. O abolitio 
criminis está previsto no artigo 2º do código penal: 
Art. 2º Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, 
cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória. 
Os efeitos do abolitio criminis surtem tanto nas fases policiais quanto nas fases 
judiciais, mas após sentença transita em julgado seu reconhecimento cabe ao juízo das 
execuções (juiz de execução). Ainda que tenha ocorrido a exclusão da tipicidade penal, os 
efeitos civis não são alcançados pela abolição do crime. Se, por exemplo, alguém emitir 
cheque sem fundo e tal conduta deixar de ser considerada crime (estelionato), os efeitos da 
obrigação civil perante o credor permanecem. 
 7.2.2 Novatio legis incriminadora: Ocorre nos casos em que determinada conduta não tinha 
previsão legal que a caracterizasse como crime, e o ordenamento jurídico, por entender 
necessário, a tipifica. A regra da não retroatividade, nesse caso, é absoluta. Não há exceções,pois a retroatividade sempre prejudicaria o réu (a situação jurídica do réu já é a melhor 
possível). 
 Exemplo: Lei 12.737/2012 (Lei Carolina Dieckmann) 
7.2.3 Novatio legis In pejus: Nesse caso a lei penal já prevê a incriminação de tal conduta, 
porém a consequência jurídica (pena) é agravada. Como não age em benefício do réu, a 
irretroatividade é a regra a ser adotada. 
7.2.4 Novatio legis In mellius ou Lex mitter: A situação do agente é melhorada. Alcança os 
fatos ocorridos anteriormente a sua vigência (retroatividade), mesmo os que já produziram 
coisa julgada, ou seja, aqueles em que o agente já está cumprindo sua pena. Só não será 
aplicada se o agente, com a nova lei, já tiver cumprido a pena integralmente. Além de retroagir 
a Lex mitter é ultrativa, alcançando fatos posteriores a sua revogação por lei mais gravosa. Se 
o agente comete crime no dia 2 de fevereiro de 2015 , sob a vigência da lei A, que prevê pena 
de 1 a 2 anos, e no dia 5 de fevereiro de 2015 a lei A é revogada pela lei B, mais gravosa, 
prevendo pena de 3 a 5 anos para o mesmo crime, a lei A será ultrativa, pois está revogada 
mas será a lei que julgador deverá ter por base em sua decisão. 
7.2.5 Leis excepcionais ou temporárias: Lei excepcional é fruto de situação incomum, 
extraordinária, como por exemplo, durante período de guerra, calamidade pública, período de 
seca... Já lei temporária é criada para ter vigência durante período certo, com data de início e 
de término predeterminados, a exemplo da lei Lei 12.663/12 (Lei geral da copa), a qual trouxe 
alguns tipos penais com vigência até o dia 31 de dezembro de 2014. 
Rached Centeno 
 
10 
Independente de ser temporária ou excepcional, as mesmas regras são aplicadas para 
solução do conflito no tempo. Esse é caso mais especial, pois foge a regra de que lei penal 
não pode ser ultrativa em prejuízo do réu. Leis excepcionais ou temporária possuem 
ultratividade ainda que para agravar a situação do réu. 
 Para ilustrar, uma lei temporária é criada com a finalidade de controlar forçosamente 
a inflação, determinando que em dados períodos as mercadorias não poderão sofrer X 
aumento. De Janeiro a fevereiro não poderá ocorrer aumento algum, de março a agosto 
aumento máximo de 15% e de setembro a dezembro aumento máximo de 20%. Paulo possui 
uma mercearia e, em agosto do ano de vigência da lei, aumenta seus produtos em 17 %. A 
pergunta é Paulo será punido, mesmo que no próximo mês o aumento de seus produtos seja 
permitido? SIM. E se Paulo aumentasse seus produtos no mês de dezembro em 21%? Seria 
punido mesmo que no mês seguinte a lei perdesse a sua vigência? SIM. Em ambos os casos 
Paulo sofreria a cominação de tal lei, pois o que importa é o momento da prática. Se praticou 
determinada conduta no dia X, é com base na lei vigente nesse exato dia X que o julgador 
deverá tomar sua decisão. 
 
 
 
 
 
 
 
Independente da data do julgamento, se no período de setembro a dezembro ou mesmo após 
a vigência da lei, a pena de Paulo será de 3 a 4 meses. 
 
 
 
 
 
7.3 TEMPO DO CRIME 
Três teorias tratam do tema relativo ao tempo do crime: A) Teoria do resultado; B) Teoria da 
atividade; C) Teoria da ubiquidade. Conforme a teoria do resultado, o crime é praticado no 
momento da consumação dos resultados, assim, se um agente dispara contra uma pessoa 
causando-lhe ferimentos no dia 1º de março e a vítima vem a falecer no dia 30 de março, é 
JAN – FEV 
VEDADO 
AUMENTO 
PENA 1 A 2 MESES. 
 
MAR – AGO 
AUMENTO 
MÁXIMO 10% 
PENA 3 A 4 MESES 
SET – DEZ 
AUMENTO 
MÁXIMO 20% 
PENA 5 A 6 MESES. 
 
PAULO AUMENTA SEUS 
PREÇOS EM 17%. 
 
CP Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante 
sua vigência 
Rached Centeno 
 
11 
esta última data que deverá ser considerada como tempo do crime. Já teoria da atividade, 
adotada pelo código penal brasileiro, considera tempo do crime o exato momento da ação 
ou omissão tipificada. No mesmo exemplo acima, ainda que a vítima viesse a falecer dias após 
a ação, para a teoria da atividade, o tempo do crime seria 1º de março. Por fim, a teoria da 
ubiquidade considera tempo do crime tanto o momento da ação ou omissão quando o 
momento da consumação dos resultados. 
 
 
 
 
 
Todavia, ainda que o tempo do crime seja o momento da ação ou omissão, uma consequência 
posterior pode agravar a pena. 
7.4 CRIME PERMANENTE e CRIME CONTINUADO 
CP, Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais 
crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras 
semelhantes, devem os subseqüentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-
lhe a pena de um só dos crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em 
qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
 Crime permanente  A consumação se estende no tempo. Exemplo: Sequestro. 
 Crime continuado  O gente comente diversas infrações, que se assemelham no 
tempo, modo e lugar, gerando aparência de continuação. Exemplo: Diversos roubos 
de carros no mesmo parque durante o mesmo mês. 
 No crime permanente, será aplicada a lei mais gravosa que entre em vigor durante 
sua execução. Ainda no mesmo exemplo, se um sequestro ocorre segunda-feira, prolongando-
se até domingo, e uma lei entrar em vigor agravando a pena de tal crime no sábado (ou 
qualquer outro dia da mesma semana), será aplicada ao caso em questão. 
 Com o crime continuado a situação é semelhante. Caso a lei venha a agravar a 
consequência jurídica de determinada conduta, que está sendo praticada continuamente, será 
aplicada ao caso, salvo se a prática cessar antes da entrada em vigência da lei mais gravosa. 
Assim, se diversos roubos de carros no mesmo parque, alguns sob a vigência de uma lei e 
outros sob a vigência de outra, mais gravosa, esta última será aplicada, se, sob sua vigência, ao 
menos um roubo tenha ocorrido. 
“Se o paciente praticou a série de crimes sob o império de duas leis, sendo mais 
grave a posterior, aplica-se a nova disciplina penal a toda ela, tendo em vista 
que o delinquente já estava advertido da maior gravidade da sanção e persistiu 
O código penal Brasileiro adota a TEORIA DA ATIVIDADE relação ao TEMPO do crime 
(Art 4º) 
Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o 
momento do resultado 
Rached Centeno 
 
12 
na prática da conduta delituosa" (STF - HC 76680 – 1ª Turma – Rel. Min. Ilmar 
Galvão -DJU de 12/6/1998)” 
Súmula 711 do STF: "A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado e 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência". 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rached Centeno 
 
13 
8. QUESTÕES 
 
1. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TCU Prova: Auditor Federal de Controle 
Externo - Conhecimentos Gerais) Em consequência da fragmentaridade do 
direito penal, ainda que haja outras formas de sanção ou outros meios de 
controle social para a tutela de determinado bem jurídico, a criminalização, 
pelo direito penal, de condutas que invistam contra esse bem será adequada 
e recomendável. 
Conforme princípio da fragmentaridade do direito penal, este só deve agir quando não 
houver outro mecanismo capaz de proteger os bens jurídicos dignos de maior 
proteção. É uma decorrência do princípio da intervenção mínima, que o considera o 
direito penal ultima ratio. Se há outras formas de sansão capazes de proteger o bem 
jurídico,a criminalização pelo direito penal não será adequada nem recomendável. 
Errado 
2. (Ano: 2014 Banca: UFMT Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) No que 
concerne ao princípio da insignificância, Seu reconhecimento exclui a 
tipicidade material da conduta. 
O princípio da insignificância aponta que o direito penal não deve se preocupar com 
bagatelas. Afasta a tipicidade MATERIAL da conduta, ou seja, o ato praticado deixa de 
ser considerado crime, tendo por consequência a absolvição do réu e não a simples 
diminuição ou substituição da pena. 
Por fim, são requisitos para aplicação desse princípio: 
 mínima ofensividade da conduta do agente; 
 nenhuma periculosidade social da ação; 
 reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; 
 inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
Certo 
3. (Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: Analista Judiciário - Direito) O 
princípio da insignificância autoriza o afastamento da tipicidade material. 
O direito penal não deve se preocupar com bagatelas, assuntos insignificantes 
juridicamente. Princípio da insignificância afasta a tipicidade material de determinadas 
condutas que não merecem a sua proteção. 
Rached Centeno 
 
14 
Certo 
 
4. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias ) No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do 
STJ, do STF e da doutrina dominante, o princípio da insignificância deve ser 
analisado em correlação com os postulados da fragmentariedade e da 
intervenção mínima do direito penal para excluir ou afastar a própria 
tipicidade da conduta. 
"O princípio da insignificância - que deve ser analisado em correlação com os 
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do direito penal - tem o 
sentido de excluir ou afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de 
seu caráter material." 
HC 92.463/RS, rel Min. Celso de Mello, 2ª Turma, j. 16.10.2007 Informativo 348, STJ 
Certo 
5. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público) O Estado, 
para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas 
aquelas ações que se refiram, de maneira imediata, só a quem as realize, das 
quais derive lesão aos direitos dos outros, isto é, que atinjam sua liberdade e 
propriedade, sem o seu consentimento ou contra ele, ou das que haja de 
temê-las provavelmente; probabilidade na qual haverá de considerar a 
dimensão do dano que se quer causar e a importância da limitação da 
liberdade produzida por lei proibitiva. 
Wilhem Von Humboldt. Los límites de la acción del estado. 1792, p. 122 (com 
adaptações). 
Com relação ao fragmento de texto acima, aos princípios de direito penal e às 
teorias do bem jurídico, julgue o item a seguir. 
o fragmento em questão, seu autor, há já mais de duzentos anos, se referia 
ao que hoje se entende como princípios jurídico-penais da intranscendência e 
da fragmentariedade. 
A trecho acima vai de encontro princípio da fragmentariedade quando afirma que “O 
Estado, para garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas 
aquelas ações que se refiram, de maneira imediata (...)” 
O princípio em questão busca restringir a esfera de atuação do direito penal, limitando 
a sua atuação àquelas condutas que mereçam tal proteção, e, além disso, que não 
Rached Centeno 
 
15 
possam recebê-la de outro ramo jurídico. 
Errado 
6. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-PB Prova: Juiz Substituto) Depreende-se 
do princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível. 
O princípio da lesividade orienta o legislador na determinação de quais condutas NÃO 
poderão sofrer os rigores da lei penal. 
Segundo Nilo Batista (int. ao estudo do direito penal brasileiro, p92-94), o princípio da 
lesividade possui quatro funções: 
a) proibir a incriminação de uma atitude interna; (Ex. Pensamento) 
b) proibir a incriminação de uma conduta que não exceda o âmbito do próprio 
autor; (Ex. AUTOLESÃO) 
e) proibir a incriminação de simples estados ou condições existenciais (Ex.: Alguém que 
não quer trabalhar) 
d) proibir a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem 
jurídico. (Por condutas desviadas entende-se aquelas que a sociedade trata com certo 
desprezo) 
A autolesão, via de regra, não é punível, pois não excede o âmbito do próprio autor. 
Certo 
7. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal 
Substituto) Embora o princípio da legalidade proíba o juiz de criar figura típica 
não prevista na lei, por analogia ou interpretação extensiva, o julgador pode, 
para beneficio do réu, combinar dispositivos de uma mesma lei penal para 
encontrar pena mais proporcional ao caso concreto. 
O Juiz não pode, ainda que para beneficiar o réu, combinar dispositivos de uma mesma 
lei, pois isso seria criar uma terceira norma. Deve, contudo, aplicar a lei que mais 
beneficie o réu. 
Errado 
8. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal 
Substituto) O princípio do ne bis idem está expressamente previsto na CF e 
preconiza a impossibilidade de uma pessoa ser sancionada ou processada 
duas vezes pelo mesmo fato, além de proibir a pluralidade de sanções de 
natureza administrativa sancionatórias. 
Rached Centeno 
 
16 
Ne Bis in Idem  Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato 
 Não está expressamente prevista na CF. 
 Tem natureza penal e não administrativa. 
Errado 
9. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-P Prova: Auxiliar Judiciário) Artigo 1.º 
do Código Penal Brasileiro: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não 
há pena sem prévia cominação legal.” O dispositivo legal ora transcrito 
explicita, dentre outros, o princípio da taxatividade. 
O artigo primeiro do CP nos trás dois importantes princípios: 
Primeira parte  Não há crime sem lei anterior que o defina. (anterioridade) 
Segunda parte  Não há pena sem prévia cominação legal (Legalidade) 
Cabe lembrar que o princípio da legalidade se subdivide em: Legalidade estrita e 
taxatividade (a lei deve ser precisa, clara). Certo 
10. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) O princípio 
da adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua 
interpretação e dele excluindo as condutas consideradas socialmente 
adequadas e aceitas pela sociedade. 
O direito penal não pode incriminar condutas socialmente aceitas e adequadas 
(princípio da adequação social). 
Certo 
11. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) Nenhuma 
pena passará da pessoa do condenado, não podendo a obrigação de reparar o 
dano e a decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores. 
Art. 5º ,CF: 
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de 
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, 
estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do 
patrimônio transferido; 
Errado 
12. (Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PC-ES Prova: Escrivão de Polícia) Pode-se 
afirmar que a interpretação teleológica provém do próprio órgão do qual 
emana a lei, podendo ser no próprio texto (contextual) ou posterior, ou seja, 
Rached Centeno 
 
17 
por meio de uma lei nova. 
A interpretação que provém do próprio órgão que emana é a interpretação autêntica, 
que pode ser contextual ou posterior. 
Errado 
13. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A 
interpretação analógica não é admitida em direito penal porque prejudica o 
réu. 
Interpretação analógica é diferente de analogia. Ocorrer interpretação analógica 
quando o magistrado faz usode “fórmula” pré-determinada pelo legislador. Essa 
fórmula expressa a “ideia” a ser seguida pelo julgador, dada impossibilidade de prever 
todos os casos. O legislador anuncia um rol exemplificativo de condutas, do qual se 
extrai uma espécie de “gênero” fórmula casuística que se aplique a casos análogos. 
Errado 
14. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A 
interpretação teleológica consiste em extrair o sentido e o alcance da norma 
de acordo com a posição da palavra na estrutura do texto legal. 
A interpretação que busca o alcance da norma de acordo com a posição da palavra na 
estrutura do texto legal é a interpretação gramatical e não teleológica, que busca 
justamente não se ater a mera análise gramatical e encontrar os fins da norma. 
Errado 
15. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei 
penal admite a realização de interpretação analógica pelo legislador, como, 
por exemplo, ao dispor que os crimes serão qualificados se cometidos com o 
emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso 
ou cruel. 
Artigo 121, § 2º , III, CP. O legislador buscou estabelecer através de uma fórmula 
casuística o que seria considerado meio insidioso e cruel, para servir de norte ao 
intérprete na aplicação do citado dispositivo. (Interpretação analógica) 
Certo 
16. (Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: MPE-ES Prova: Agente de Promotoria – 
Assessoria) A lei penal posterior ao fato criminoso se mais benéfica ao 
agente, aplica-se-lhe, a menos que o fato tenha sido praticado durante 
vigência de lei excepcional ou temporária 
Rached Centeno 
 
18 
Como regra, a lei penal não retroage. Como exceção temos a retroatividade para 
beneficiar o réu. Essa exceção não é observada nas leis excepcionais ou temporárias, 
onde sempre se observará a lei em vigência no momento da ação ou omissão 
tipificada, independente de lei posterior mais benéfica ou mesmo revogação da lei 
tipificadora. 
Certo 
17. (Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público) A analogia, 
método pelo qual se aplica a lei de algum caso semelhante ao que estiver 
sendo analisado, é classificada como fonte formal mediata do direito penal. 
Analogia não é fonte do direito penal e sua aplicação é restrita a casos que beneficia o 
réu. São fontes do direito penal: 
MATERIAL  Estado 
FORMAL: Imediata  Lei. FORMAL mediata  Costumes e princípios gerais do direito. 
Errado 
18. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-DF Prova: Titular de Serviços de Notas e de 
Registros) Os costumes não são considerados pela doutrina como fonte 
formal do direto penal. 
Assim como a lei (imediata) e os princípios gerais do direito, os costumes figuram no 
rol de fontes formais do direito. 
Errado 
19. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei 
penal posterior ao fato criminoso 
A analogia in bonam partem (que beneficia o réu) é permitida. 
Certo 
20. (Ano: 2012 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia) o criminoso 
na realidade não viola a lei penal, e sim a proposição que lhe prescreve o 
modelo de sua conduta, que é um preceito não escrito. 
A banca adotou como correta a teoria de binding, a qual encontra divergências 
doutrinárias. Binding afirma que o agente não viola a lei, mas age de acordo com a sua 
proposição (ex.: Não matar), violando o seu preceito, extraível da lei (norma – ex.: Não 
matarás). 
Rached Centeno 
 
19 
Certo 
21. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, será 
aplicada aos fatos anteriores, desde que não decididos por sentença 
condenatória transitada em julgado. 
Art. 2º Parágrafo único  A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado 
Errado 
22. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias) Segundo o disposto no Código Penal (CP), a lei posterior que, 
de qualquer modo, favorecer o agente se aplica aos fatos anteriores, ainda 
que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Trata-se do 
princípio da novatio legis in mellius. 
CP , Art. 2º, Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o 
agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
novatio legis in mellius: 
 Não incrimina novas condutas 
 Diminui a pena do tipo 
 Favorável ao réu. (MELhora a situação do réu) 
Certo 
23. (Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TCM-RJ Prova: Auditor-Substituto de 
Conselheiro) Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. Pena: a ser 
fixada livremente pelo juiz de acordo com as circunstâncias do fato". Para 
um fato cometido após a sua vigência, é correto afirmar que a referida 
lei fere os princípios da legalidade e da anterioridade. 
A referida lei não fere o princípio da anterioridade  CP, Art. 1º - Não há crime 
sem lei anterior que o defina. (primeira parte), pois que a lei foi aplicada a caso 
ocorrido após a sua vigência. 
Todavia, fere o princípio da legalidade, pois deveria trazer a possível pena em seu 
próprio texto ou apontar outro dispositivo que a contenha. 
Rached Centeno 
 
20 
 Art. 1º -. Não há pena sem prévia cominação legal. (segunda parte) 
Errado 
24. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária 
e Administrativa) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena 
sem prévia cominação legal. 
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
Certo 
25. (Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TCE-SP Prova: Procurador) O princípio 
constitucional da legalidade em matéria penal exige a taxatividade da lei 
incriminadora, admitindo, em certas situações, o emprego da analogia. 
 nullum crimen nulla poena sine lege certa  exigência de taxatividade da lei penal, 
que deve ser clara e precisa. 
 nullum crimen nulla poena sine lege stricta  Proíbe o uso da analogia in malam 
partem, mas permite sua aplicação para beneficar o réu. 
 
Certo 
 
26. (Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Titular de Serviços de Notas e 
de Registros - Provimento) Pode-se afirmar que o princípio da legalidade tem 
índole constitucional e tem por finalidade proteger o cidadão contra o 
arbítrio do poder punitivo estatal, já que deve haver perfeita correspondência 
entre a conduta praticada e a previsão legal. 
O princípio da legalidade está previsto no artigo 5º, XXXIX, da CF, com dispositivo 
quase idêntico no artigo 1º do código penal. Tem por finalidades: proporcionar 
segurança jurídica e limitação do arbítrio estatal, estabelecendo que a lei penal deve 
ser anterior ao crime, não admite em prejuízo ao réu nem a analogia nem os costumes, 
devendo ser clara e precisa, só podendo ser aplicada com perfeita correspondência 
entre a conduta praticada pelo agente e a tipificada. 
Certo 
27. (Ano: 2008 Banca: FAE Órgão: TJ-PR Prova: Juiz) NÃO constitui situação de 
violação do princípio de legalidade a incriminação com base em analogia. 
 nullum crimen nulla poena sine lege stricta: Proíbe a admissão da analogia in malam 
partem. 
Rached Centeno 
 
21 
Portanto a incriminação com base em analogia viola o princípio da legalidade. 
Errado 
28. (Ano: 2011 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-AM Prova: Defensor 
Público) pelo princípio da legalidade compreende-se que ninguém responderá 
por um fato que a lei penal preveja como crime e, pelo princípio da 
anterioridade compreende-se quealguém somente responderá por crime 
devidamente previsto em lei que tenha entrado em vigor um ano 
anteriormente à prática da conduta; 
Dois erros: 
1. Pelo princípio da legalidade compreende-se que ninguém responderá por um fato 
que a lei penal NÃO preveja. 
2. Não há tempo mínimo de vigência da lei para que possa alcançar fatos posteriores. 
Errado 
 
29. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Agente de Polícia 
Federal) Sob a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou 
a viger a lei Y, que, além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais 
fatos, Lauro foi levado a julgamento pelo cometimento do citado delito. 
Nessa situação, o magistrado terá de se fundamentar no instituto da 
retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei X, por ser esta menos 
rigorosa que a lei Y. 
O magistrado deverá aplicar a lei X por ser menos gravosa que a lei Y, todavia é o 
instituto da ULTRATIVIDADE (lei com vigência para caso posterior a sua revogação) e 
não da RETROATIVIDADE (lei com vigência para caso anterior a sua vigência), como 
afirma a questão. 
Errado 
30. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei 
posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplicará aos 
fatos anteriores, desde que condenado por sentença condenatória transitada 
em julgado. 
Art. 2º Parágrafo único  A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, 
 aplica-se aos fatos anteriores, 
 ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
Rached Centeno 
 
22 
Errado 
31. (Ano: 2015 Banca: VUNES PÓrgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência, ainda que decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a determinaram. 
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração 
ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante 
sua vigência. 
Certo 
32. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: Analista de Promotoria) 
para os crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa, pois 
é considerado tempo do crime todo o período em que se desenvolver a 
atividade criminosa. 
Súmula 711 do STF “a lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao 
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência” 
Certo 
33. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias) Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina 
dominante acerca do direito penal, as leis temporárias, diversamente das leis 
excepcionas, têm ultra-atividade. 
Ambas possuem ultratividade. 
Lei temporária  Termo final explicitamente previsto (calendário) 
Lei excepcional  Tem duração enquanto durar período excepcional ou anormalidade 
determinada. (ex.: guerra, catástrofe) 
Art. 3º –> A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência. 
Errado 
34. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei 
temporária aplicar-se-á ao fato praticado durante sua vigência, desde que 
dentro do período de sua duração. 
Rached Centeno 
 
23 
CP, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência. 
Se assim não fosse, bastaria o agente se esconder até que o período de vigência da lei 
cessasse. 
Errado 
 
35. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária 
e Administrativa) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o 
período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, 
aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
CP, Art. 3º  A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado 
durante sua vigência. 
Certo 
36. (Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: PC-RN Prova: Delegado de Polícia) Bira, 
auxiliado por Giovane, sequestrou sua própria vizinha. Ocorreu que, em 
virtude de a família da vítima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de 
15 dias desde o início do cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o período 
em que a vítima esteve sob a custódia dos réus, foi publicada lei nova (com 
vigência e eficácia imediata), aumentando a pena do crime em questão. 
Nessa situação, de acordo com a posição sumulada do STF, não será aplicada a lei 
nova em virtude da obrigatória aplicação da lei mais benéfica. 
Aplicação da súmula 711 do STF “A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado 
ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da 
permanência.” 
O sequestro em questão trata-se de crime permanente, logo, a lei nova, ainda que 
mais gravosa, aplicar-se-á ao caso de Bira e Giovane. 
Errado 
37. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal adotou a teoria mista 
ou da ubiquidade. 
Quanto ao tempo do crime, o código penal adotou a teoria da atividade e não da 
Rached Centeno 
 
24 
ubuiquidade (teoria adotada para determinar o lugar do crime – art. 6º ). 
Errado 
38. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) Considera-se praticado o crime no momento do resultado. 
 Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que 
outro seja o momento do resultado. 
O Brasil adotou a teoria da atividade considerando o crime praticado no momento da 
ação ou omissão. 
Errado 
39. (Ano: 2015Banca: CESPE Órgão: TRE-GO Prova: Analista Judiciário - Área 
Judiciária) A revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a 
abolitio criminis, ainda que seus elementos passem a integrar outro tipo 
penal, criado pela norma revogadora. 
Esse é fenômeno da continuidade típico-normativa, onde a lei é revogada mas passa a 
integrar outro tipo penal – o CP , por exemplo, e não abolitio criminis. 
Errado 
40. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-ES Prova: Auditor Fiscal da Receita 
Estadual) A abolitio criminis configura exceção ao princípio da 
irretroatividade da lei penal. 
Qualquer retroatividade da lei é exceção ao princípio da irretroatividade (regra). Logo 
a abolição do abolitio criminis configura tal exceção. 
Cabe ressalvar que o abolitio criminis exclui a punibilidade, com permanência dos 
efeitos civis. 
Certo 
41. (Ano: 2008 Banca: FMP-RS Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) A 
edição de lei caracterizadora de abolitio criminis faz cessar os efeitos penais e 
os efeitos civis da sentença condenatória. 
Abolitio criminis faz cessar apenas os efeitos penais, pois os civis permanecem. 
Errado 
42. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária 
e Administrativa) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de 
Rached Centeno 
 
25 
considerar crime, se já houver sentença penal definitiva. 
CP, Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença 
condenatória. 
Trata-se do abolitio criminis 
Errado 
8. QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS 
1. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TCU Prova: Auditor Federal de Controle Externo - 
Conhecimentos Gerais) Em consequência da fragmentaridade do direito penal, ainda 
que haja outrasformas de sanção ou outros meios de controle social para a tutela de 
determinado bem jurídico, a criminalização, pelo direito penal, de condutas que 
invistam contra esse bem será adequada e recomendável. 
2. (Ano: 2014 Banca: UFMT Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) No que 
concerne ao princípio da insignificância, Seu reconhecimento exclui a tipicidade 
material da conduta. 
3. (Ano: 2013 Banca: FGV Órgão: TJ-AM Prova: Analista Judiciário - Direito) O princípio 
da insignificância autoriza o afastamento da tipicidade material. 
4. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias ) No que se refere ao direito penal, segundo entendimento do STJ, do 
STF e da doutrina dominante, o princípio da insignificância deve ser analisado em 
correlação com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do 
direito penal para excluir ou afastar a própria tipicidade da conduta. 
5. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: DPE-PE Prova: Defensor Público) O Estado, para 
garantir a segurança dos cidadãos, deve proibir ou restringir todas aquelas ações que 
se refiram, de maneira imediata, só a quem as realize, das quais derive lesão aos 
direitos dos outros, isto é, que atinjam sua liberdade e propriedade, sem o seu 
consentimento ou contra ele, ou das que haja de temê-las provavelmente; 
probabilidade na qual haverá de considerar a dimensão do dano que se quer causar 
e a importância da limitação da liberdade produzida por lei proibitiva. 
Wilhem Von Humboldt. Los límites de la acción del estado. 1792, p. 122 (com adaptações). 
Com relação ao fragmento de texto acima, aos princípios de direito penal e às teorias do 
bem jurídico, julgue o item a seguir. 
o fragmento em questão, seu autor, há já mais de duzentos anos, se referia ao que hoje se 
entende como princípios jurídico-penais da intranscendência e da fragmentariedade. 
6. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TJ-PB Prova: Juiz Substituto) Depreende-se do 
Rached Centeno 
 
26 
princípio da lesividade que a autolesão, via de regra, não é punível. 
7. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto) 
Embora o princípio da legalidade proíba o juiz de criar figura típica não prevista na 
lei, por analogia ou interpretação extensiva, o julgador pode, para beneficio do réu, 
combinar dispositivos de uma mesma lei penal para encontrar pena mais 
proporcional ao caso concreto. 
8. (Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TRF - 5ª REGIÃO Prova: Juiz Federal Substituto) O 
princípio do ne bis idem está expressamente previsto na CF e preconiza a 
impossibilidade de uma pessoa ser sancionada ou processada duas vezes pelo 
mesmo fato, além de proibir a pluralidade de sanções de natureza administrativa 
sancionatórias. 
9. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-P Prova: Auxiliar Judiciário) Artigo 1.º do 
Código Penal Brasileiro: “Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena 
sem prévia cominação legal.” O dispositivo legal ora transcrito explicita, dentre 
outros, o princípio da taxatividade. 
10. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) O princípio da 
adequação social restringe a abrangência do tipo penal, limitando sua interpretação 
e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela 
sociedade. 
11. (Ano: 2014 Banca: ACAFE Órgão: PC-SC Prova: Agente de Polícia) Nenhuma pena 
passará da pessoa do condenado, não podendo a obrigação de reparar o dano e a 
decretação do perdimento de bens ser estendidas aos sucessores. 
12. (Ano: 2013 Banca: FUNCAB Órgão: PC-ES Prova: Escrivão de Polícia) Pode-se afirmar 
que a interpretação teleológica provém do próprio órgão do qual emana a lei, 
podendo ser no próprio texto (contextual) ou posterior, ou seja, por meio de uma lei 
nova. 
13. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A 
interpretação analógica não é admitida em direito penal porque prejudica o réu. 
14. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A 
interpretação teleológica consiste em extrair o sentido e o alcance da norma de 
acordo com a posição da palavra na estrutura do texto legal. 
15. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei penal 
admite a realização de interpretação analógica pelo legislador, como, por exemplo, 
ao dispor que os crimes serão qualificados se cometidos com o emprego de veneno, 
fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel. 
16. (Ano: 2013 Banca: VUNESP Órgão: MPE-ES Prova: Agente de Promotoria – 
Assessoria) A lei penal posterior ao fato criminoso se mais benéfica ao agente, 
aplica-se-lhe, a menos que o fato tenha sido praticado durante vigência de lei 
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excepcional ou temporária 
17. (Ano: 2011 Banca: CESPE Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público) A analogia, 
método pelo qual se aplica a lei de algum caso semelhante ao que estiver sendo 
analisado, é classificada como fonte formal mediata do direito penal. 
18. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: TJ-DF Prova: Titular de Serviços de Notas e de 
Registros) Os costumes não são considerados pela doutrina como fonte formal do 
direto penal. 
19. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: TRF - 2ª REGIÃO Prova: Juiz Federal) A lei penal 
posterior ao fato criminoso 
20. (Ano: 2012 Banca: UEG Órgão: PC-GO Prova: Delegado de Polícia) o criminoso na 
realidade não viola a lei penal, e sim a proposição que lhe prescreve o modelo de sua 
conduta, que é um preceito não escrito. 
21. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) A lei posterior, que de alguma forma favorecer o agente, será aplicada 
aos fatos anteriores, desde que não decididos por sentença condenatória transitada 
em julgado. 
22. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias) Segundo o disposto no Código Penal (CP), a lei posterior que, de 
qualquer modo, favorecer o agente se aplica aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória transitada em julgado. Trata-se do princípio 
da novatio legis in mellius. 
23. (Ano: 2015 Banca: FCC Órgão: TCM-RJ Prova: Auditor-Substituto de Conselheiro) 
Determinada lei dispõe: “Subtrair objetos de arte. Pena: a ser fixada livremente pelo 
juiz de acordo com as circunstâncias do fato". Para um fato cometido após a sua 
vigência, é correto afirmar que a referida lei fere os princípios da legalidade e da 
anterioridade. 
24. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária e 
Administrativa) Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia 
cominação legal. 
25. (Ano: 2011 Banca: FCC Órgão: TCE-SP Prova: Procurador) O princípio constitucional 
da legalidade em matéria penal exige a taxatividade da lei incriminadora, admitindo, 
em certas situações, o emprego da analogia. 
26. (Ano: 2012 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: Titular de Serviços de Notas e de 
Registros - Provimento) Pode-se afirmar que o princípio da legalidade tem índole 
constitucional e tem por finalidade proteger o cidadão contra o arbítrio do poder 
punitivo estatal, já que deve haver perfeita correspondência entre a conduta 
praticada e a previsão legal. 
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27. (Ano: 2008 Banca: FAE Órgão: TJ-PR Prova: Juiz) NÃO constitui situação de violação 
do princípio de legalidade a incriminação com base em analogia. 
28. (Ano: 2011 Banca: INSTITUTO CIDADES Órgão: DPE-AM Prova: Defensor Público) 
pelo princípio da legalidade compreende-se que ninguém responderá por um fato 
que a lei penal preveja como crime e, pelo princípio da anterioridade compreende-se 
que alguém somente responderápor crime devidamente previsto em lei que tenha 
entrado em vigor um ano anteriormente à prática da conduta; 
29. (Ano: 2014 Banca: CESPE Órgão: Polícia Federal Prova: Agente de Polícia Federal) Sob 
a vigência da lei X, Lauro cometeu um delito. Em seguida, passou a viger a lei Y, que, 
além de ser mais gravosa, revogou a lei X. Depois de tais fatos, Lauro foi levado a 
julgamento pelo cometimento do citado delito. Nessa situação, o magistrado terá de 
se fundamentar no instituto da retroatividade em benefício do réu para aplicar a lei 
X, por ser esta menos rigorosa que a lei Y. 
30. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei posterior, 
que de qualquer modo favorecer o agente, não se aplicará aos fatos anteriores, 
desde que condenado por sentença condenatória transitada em julgado. 
31. (Ano: 2015 Banca: VUNES PÓrgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) A lei excepcional ou temporária aplica-se ao fato praticado durante sua 
vigência, ainda que decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias 
que a determinaram. 
32. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: MPE-SP Prova: Analista de Promotoria) para os 
crimes permanentes, aplica-se a lei nova, ainda que mais severa, pois é considerado 
tempo do crime todo o período em que se desenvolver a atividade criminosa. 
33. (Ano: 2015 Banca: FUNIVERSA Órgão: SEAP-DF Prova: Agente de Atividades 
Penitenciárias) Segundo entendimento do STJ, do STF e da doutrina dominante 
acerca do direito penal, as leis temporárias, diversamente das leis excepcionas, têm 
ultra-atividade. 
34. (Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: TJ-PA Prova: Auxiliar Judiciário) A lei temporária 
aplicar-se-á ao fato praticado durante sua vigência, desde que dentro do período de 
sua duração. 
35. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária e 
Administrativa) A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua 
duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
36. (Ano: 2009 Banca: CESPE Órgão: PC-RN Prova: Delegado de Polícia) Bira, auxiliado 
por Giovane, sequestrou sua própria vizinha. Ocorreu que, em virtude de a família da 
vítima se negar a pagar o resgate, passaram-se mais de 15 dias desde o início do 
cativeiro. Nesse termo, ou seja, durante o período em que a vítima esteve sob a 
custódia dos réus, foi publicada lei nova (com vigência e eficácia imediata), 
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aumentando a pena do crime em questão. 
Nessa situação, de acordo com a posição sumulada do STF, não será aplicada a lei nova em 
virtude da obrigatória aplicação da lei mais benéfica. 
37. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) Quanto ao tempo do crime, o Código Penal adotou a teoria mista ou da 
ubiquidade. 
38. (Ano: 2015 Banca: VUNESP Órgão: Câmara Municipal de Itatiba – SP Prova: 
Advogado) Considera-se praticado o crime no momento do resultado. 
39. (Ano: 2015Banca: CESPE Órgão: TRE-GO Prova: Analista Judiciário - Área Judiciária) A 
revogação expressa de um tipo penal incriminador conduz a abolitio criminis, ainda 
que seus elementos passem a integrar outro tipo penal, criado pela norma 
revogadora. 
40. (Ano: 2013 Banca: CESPE Órgão: SEFAZ-ES Prova: Auditor Fiscal da Receita Estadual) 
A abolitio criminis configura exceção ao princípio da irretroatividade da lei penal. 
41. (Ano: 2008 Banca: FMP-RS Órgão: MPE-MT Prova: Promotor de Justiça) A edição de 
lei caracterizadora de abolitio criminis faz cessar os efeitos penais e os efeitos civis 
da sentença condenatória. 
42. (Ano: 2014 Banca: FCC Órgão: TJ-AP Prova: Técnico Judiciário - Área Judiciária e 
Administrativa) Pode-se ser punido por fato que lei posterior deixe de considerar 
crime, se já houver sentença penal definitiva. 
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