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CONTRATOS DE ADESÃO SOB A VISÃO DO CDC

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CONTRATOS DE ADESÃO SOB A VISÃO DO CDC[1: Artigo apresentado como requesito parcial para obtenção de nota. 5º Período N02 do Curso de Graduação em Bacharelado de Direito. Faculdade de Ciências e Educação de Rubiataba (FACER – UniEvangélica) 2016. ]
 Douglas Marques de Souza [2: Graduando em Bacharelado de Direito na Faculdade de Ciências e Educação (FACER – UniEvangelica). E-mail: douglasm1918@live.com. ]
 Márcio Lopes Rocha (Orientador) [3: Mestre em Direito Márcio Lopes Rocha. Professor da Faculdade de Ciências e Educação (FACER – UniEvangélica). E-mail: marciolopesrocha@gmail.com.]
RESUMO
O presente trabalho visa expor de maneira concisa as características do contrato de adesão sob a visão do código de defesa do consumidor. Foi empregada a metodologia qualitativa, embasada em teorias de Direito do Consumidor. Demonstrado que como o contrato de adesão é formulado apenas pelo fornecedor, o Código de Defesa do Consumidor através do seu Art. 54 regulamentou o contrato de adesão, criando requisitos básicos, para que o aderente (consumidor), não ficasse desamparado, ocorrendo o risco de ser lesado.
Palavras-Chave: Contratos de adesão. Artigo 54 do Código de Defesa do Consumidor.
INTRODUÇÃO
O uso do contrato, com o passar do tempo, foi expandido, evoluindo e adaptando-se. Dessa forma com a massificação do consumo, principalmente pela revolução industrial, surgindo à necessidade de que as contratações fossem mais céleres e eficientes, nascendo no mundo jurídico novos métodos de contratação, nesse contexto surgiu o contrato de adesão.
O contrato de adesão trouxe ao mundo contratual a agilidade; possibilidade de representação à longa distância física do ofertante; possibilidade de atendimento rápido de uma grande massa de pessoas; padronização administrativa e jurídica no tratamento dos contratos; baixo custo operacional; e praticidade.
Contrato de adesão foi primeiramente denominado por Raymond Saleilles em 1901:
Sem dúvidas, há contratos e contratos e estamos longe da realidade desta unidade de tipo contratual que supõe o Direito. Será necessário, cedo ou tarde, que o Direito se incline diante das nuanças e divergências que as relações sociais fizeram surgir. Há supostos contratos que tem do contrato apenas o nome, e cuja construção jurídica esta por fazer; para os quais em todo caso, as regras de interpretação judicial deveriam se submeter, sem dúvidas, a importantes modificações; poderiam ser chamados, na ausência de termo melhor, de contratos de adesão, nos quais a predominância exclusiva de uma única vontade, agindo como vontade individual, que dita sua lei não mais a um indivíduo, mas a uma coletividade indeterminada, obrigando antecipada e unilateralmente, admitindo-se apenas a adesão daqueles que desejarem aceitar a lei do contrato. (SALEILLES, 1901 apud GARMS, 1997).
O termo contrato de adesão foi trazido ao ordenamento jurídico brasileiro pelo Código de Defesa do Consumidor, sendo posteriormente, reafirmado pelo Código Civil de 2002.
Conceito
Segundo o Art. 54 do CDC/1990: 
Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
Conforme Fabrício Bolzan de Almeida (2013, p. 844) “nos termos da definição legal, contrato de adesão é aquele em que o consumidor não pode discutir nem modificar substancialmente o contrato, pois as cláusulas contratuais já foram aprovadas ou elaboradas por outrem”.
Para Gaggioli (2014) o contrato de adesão trata-se de:
[...] negócio jurídico bilateral ou plurilateral, no qual apenas uma das partes – proponente ou estipulante –, decide, previamente, quais as cláusulas serão efetivamente inseridas no contrato, de modo que, a outra parte – aderente –, apenas anui ou não, com aquilo já estabelecido, ficando esta impedida de modificar substancialmente as condições do contrato.
Contrato de adesão nada mais é, que aquele cujo já está definido todas as cláusula pelo fornecedor, de produtos ou serviços, em que o consumidor apenas o adere. 
Características do contrato de adesão no CDC
As características do contrato de adesão estão elencadas no caput e parágrafos do Art. 54 do CDC:
não participação do consumidor na sua elaboração;
inserção de clausula não desfigura o contrato de adesão;
resolução alternativa de escolha exclusiva do consumidor;
clausulas com termos claros, caracteres ostensíveis e legíveis, forte não inferior ao corpo 12 de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor;
clausulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque.
A não participação do consumidor como característica do contrato de adesão
O contrato de adesão é redigido unilateralmente, somente pelo fornecedor, para atender um grande numero pessoas, sem distinção alguma. Desse modo, é percebido que como característica do contrato de adesão é a não participação do consumidor no momento da elaboração das cláusulas.
O contrato de adesão e a possibilidade de inserção de cláusula
Conforme o Art. 54, §1º do Código de Defesa do Consumidor, “inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato”. Dessa forma, mesmo que inserido novas cláusulas no contrato, sejam ate mesmo manuscritas, não descaracterizaria o contrato de adesão (ALMEIDA, F.B., 2013).
Nunes (2012) fortalecendo esta idealização manifesta acerca do assunto: 
[...] ainda que uma ou outra (ou algumas) cláusula seja inserida no contrato de adesão, que estava previamente definido e escrito, tal fato não desfigura sua característica de adesão. E isso vale quer essa cláusula adicional tenha sido negociada por meio de discussões, quer não tenha sido precedida de negociação. 
Não há duvidas quanto à pacificação acerca da inserção de novas cláusulas no contrato de adesão. João Batista de Almeida (2003, p. 122), também compartilha que:
O contrato de adesão, em regra, consta de formulário impresso, nada impedindo a inserção ou acréscimo de novas cláusulas, manuscritas ou datilografadas, no mesmo formulário, sem que tal circunstância desfigure a natureza do contrato. Aliás, em caso de dúvida, prevalecem as insertas ou acrescidas, em detrimento das impressas.
Segundo Fabrício Bolzan de Almeida (2013), “[...] cláusula sobreposta deverá prevalecer sobre eventual disposição do contrato padrão em sentido contrário, em razão de aquela ter sido originada da convenção entre as partes”.
A resolução alternativa de escolha exclusiva do consumidor como característica do contrato de adesão
Art.54, §2º: “nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo à escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior”.
Cláusula resolutória é naquela que admite o fim do contrato. Dessa maneira, cláusula dessa natureza, pode ser adicionada pelo fornecedor, porém cabe exclusivamente ao consumidor a incidência ou não ao caso concreto (ALMEIDA, F.B., 2013).
Segundo Nunes (2012) a “cláusula contratual que envolva possibilidade de resilição somente terá validade se permitir, a critério do consumidor, a escolha entre continuar na relação jurídica estabelecida no contrato e dá-la por terminada”.
Como disposto no Art. 54, §2º, é admitida cláusula resolutória, ressalvando-se o disposto do §2º do Art. 53, isto é, a devolução das quantias pagas, descontados eventuais prejuízos e vantagens.
As características das informações das cláusulas no contrato de adesão
Art.54, §3º, “os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanhoda fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor”.
Nos estudos de Fabrício Bolzan de Almeida (2013), em relação a informações das cláusulas no contrato de adesão:
[...] considerar como claras as cláusulas cuja informação pode ser entendida de imediato e com facilidade pelo consumidor, sem abreviaturas que dificultem a sua compreensão, e sem o abuso na utilização de linguagem técnica e inacessível ao vulnerável da relação jurídica de consumo.
O CDC “consagrou o princípio da legibilidade das cláusulas contratuais” (NERY JR., apud ALMEIDA, F.B., 2013). Buscando evitar a utilização de letras miúdas capazes de gerar dificuldades no momento da leitura do contrato pelo consumidor.
O destaque da cláusula limitativa de direito do consumidor como característica do contrato de adesão
Em relação às características do contrato de adesão, art. 54, § 4º, do CDC dispõe que: “As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão”.
Embasado na Lei consumerista, João Batista de Almeida (2003) denota que:
Ao contratar, o consumidor deverá estar informado de todos os termos da avença, inclusive restrições e limitações, estipulados unilateralmente pelo fornecedo-disponente. Impõe-se, assim, que as cláusulas restritivas sejam impressas com destaque, para que chamem a atenção do consumidor para o fato e permitam uma avaliação real e correta, sem induzimento a erro por falha na compreensão.
A doutrina de Fabrício Bolzan de Almeida (2013), da ênfase ao:
 Destaque na cláusula limitativa tem por objeto, mais uma vez, conceder ao consumidor o acesso material e efetivo do conteúdo do contrato em maior grau de evidência, justamente em razão de se tratar de uma restrição ao seu direito, por exemplo, a cláusula que exclui a responsabilidade da empresa de seguros caso os danos sejam decorrentes de condutor embriagado.
Contudo, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça já concluiu que não basta estar em negrito a cláusula restritiva de um direito do consumidor: “O fato de a cláusula restritiva estar no meio de outras, em negrito, não é suficiente para se atender à exigência do art. 54, § 4º, do CDC. A lei não prevê — e nem o deveria — o modo como tais cláusulas deverão ser redigidas. Assim, a interpretação do art. 54 deve ser feita com o espírito protecionista, buscando sua máxima efetividade” ( ALMEIDA, F.B., 2013 Apud REsp 774.035/MG, Rel. Ministro Humberto Gomes de Barros, 3ª T., DJ 5-2-2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O legislador observou a vulnerabilidade do aderente do contrato, pois toda e qualquer cláusula do contrato de adesão eram criadas pelos fornecedores, desse modo poderia agir de má fé com o consumidor, ainda mais pelo fato de muitos serem leigos e não compreenderem nomenclaturas e siglas. Assim o legislador regulamentou normas a cerca do contrato de adesão, para que o consumidor não fosse lesado.
Vale ressaltar que nem todo contrato de consumo é de adesão e nem todo contrato de adesão é de consumo.
MEMBERSHIP CONTRACTS UNDER CDC VISION
ABSTRACT
This study aims to explain concisely the accession contract characteristics under the consumer protection code view . It was used a qualitative methodology , based on Consumer Law theories. It is shown that as the membership contract is made ​​only by the supplier , the Consumer Protection Code through its Art . 54 regulates the adhesion contract , creating basic requirements , so that the adhesive ( consumer) , would not be helpless, with the risk to be injured. 
Keywords: Adhesion contracts. Article 54 of the Consumer Protection Code.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, João Batista de. Manual de direito do consumidor / João Batista de Almeida. – São Paulo: Saraiva, 2003.
ALMEIDA, Fabrício Bolzan de. Direito do consumidor esquematizado / Fabrício Bolzan de Almeida. – São Paulo: Saraiva, 2013.
GAGGIOLI, Sthefane. O contrato de adesão. Revista Jus Navigandi, Teresina, Out. 2014. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/33114>. Acesso em: 08 mar. 2016.
GARMS, Ana Maria Zauhy. Cláusulas abusivas nos contratos de adesão à luz do Código do Consumidor. Revista Jus Navigandi, Teresina, ano 2, n. 18, 24 ago. 1997. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/707>. Acesso em: 08 mar. 2016.
NUNES, Luis Antonio Rizzatto. Curso de direito do consumidor / Rizzatto Nunes. – 7. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2012.
Vade Mecum OAB e concursos / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Livia Céspedes e Juliana Nicoletti. 3. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014.

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