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DIREITO DO CONSUMIDOR
PROTEÇÃO CONTRATUAL E CLÁUSULAS ABUSIVAS
Livro Eletrônico
FABRÍCIO MISSORINO
É especialista em Defesa da Concorrência pela 
Fundação Getúlio Vargas (FGV-EDESP), possui 
graduação em Ciências Sociais pela Universi-
dade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 
(UNESP) e graduação em Direito pelo Centro 
Universitário de Araraquara (UNIARA). Atua 
na advocacia privada consultiva e contenciosa 
com foco nas relações de consumo. Atua como 
Consultor junto à Organização Pan-Americana 
da Saúde (OPAS), prestando serviços à Câma-
ra de Regulação do Mercado de Medicamentos 
(CMED), órgão responsável pela regulação do 
mercado de medicamentos. Atua como Consul-
tor Associado junto à ATIVACIDADE - Diálogo e 
implementação de políticas públicas, coletivo de 
profissionais que tem por objetivo atuar na ges-
tão de políticas, programas e projetos junto ao 
setor público. Tem experiência na área de edu-
cação à distância, educação superior em Direito 
e capacitação de profissionais do Sistema Na-
cional de Defesa do Consumidor, com atuação 
em iniciativas de formação de profissionais de 
atendimento que atuam em Procons, Ministé-
rios Públicos, Defensorias Públicas e Entidades 
Civis de Defesa do Consumidor, no ensino à dis-
tância de servidores públicos federais em par-
ceria com a Escola Nacional de Administração 
Pública (ENAP) e Escola Superior do Ministério 
Público da União (ESMPU), bem como no ensino 
universitário e projetos de extensão nas disci-
plinas Direito do Consumidor, Direito Agrário e 
Urbano, Direito Constitucional, Direitos Huma-
nos e Sociologia Jurídica.
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DIREITO DO CONSUMIDOR
Proteção Contratual e Cláusulas Abusivas
Prof. Fabrício Missorino 
Proteção Contratual e Cláusulas Abusivas ......................................................5
1. A Proteção Contratual no CDC ..................................................................5
2. Interpretação do Contrato em Favor do Consumidor ..................................12
3. Arrependimento e Desistência do Contrato ...............................................25
4. Da aplicação do CDC às Cláusulas Abusivas ..............................................31
4.1. O Rol Exemplificativo do Art. 51 do CDC ................................................36
4.2. Os Normativos que Estabelecem Cláusulas Abusivas nos Contratos de 
Consumo .................................................................................................59
5. Limites e Regras dos Contratos de Adesão ................................................67
5.1. Da Apresentação do Contrato de Adesão ...............................................68
5.2. Das Cláusulas Contratuais que Necessitam de Destaque ..........................69
6. Crédito e Financiamento ao Consumidor ..................................................71
6.1. Breves Considerações sobre as Situações de Superendividamento ............73
7. Contratos em Espécie: Contratos Bancários. Contrato de Transporte. 
Contrato de Seguro. Contrato de Planos de Saúde.........................................81
Resumo ...................................................................................................97
Questões Comentadas em Aula ................................................................ 109
Questões de Concurso ............................................................................. 131
Gabarito ................................................................................................ 143
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Proteção Contratual e Cláusulas Abusivas
Prof. Fabrício Missorino 
PROTEÇÃO CONTRATUAL E CLÁUSULAS ABUSIVAS
Meu(minha) caro(a), as aulas anteriores foram dedicadas ao estudo sobre o 
campo de aplicação da lei, os princípios e direitos básicos dos consumidores, a 
proteção à saúde e segurança dos consumidores, a responsabilidade dos fornece-
dores nos acidentes de consumo, a responsabilidade dos fornecedores nos vícios 
de produtos e serviços, as regras acerca da decadência e prescrição no CDC, a des-
consideração da personalidade jurídica no CDC, as regras de oferta e publicidade 
no CDC, as práticas comerciais abusivas, a cobrança de dívidas de consumo, bem 
como os bancos de dados e cadastros de consumo. Agora partimos para o deta-
lhamento da regra de proteção contratual prevista no CDC, com destaque para as 
regras de proteção do consumidor diante de cláusulas abusivas em contratos de 
consumo.
1. A Proteção Contratual no CDC
A garantia constitucional do acesso à informação, nos termos do art. 5º, inciso 
XIV, da Constituição Federal de 1988, certamente influenciou o legislador do Código 
de Defesa do Consumidor no tocante à construção de regras claras que garantis-
sem ao agente vulnerável da relação de consumo o acesso a todas as informações 
necessárias para a formação de seu livre convencimento acerca da escolha sobre a 
aquisição ou utilização de determinados produtos ou serviços.
Nesse sentido, podemos dizer que o Código de Defesa do Consumidor é um di-
visor de águas em relação ao direito à informação, eis que antes do CDC tínhamos 
uma legislação frágil e ineficiente para enfrentar a problemática da ausência de 
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dados relevantes para a livre escolha e o atendimento às justas expectativas do 
consumidor.
Seguindo a linha de raciocínio verificada na aula n. 4, a análise da proteção 
contratual no CDC tem como base os princípios da Política Nacional das Relações 
de Consumo expressos nos incisos I, III, IV e VI, do art. 4º, do CDC, reforçando 
as linhas norteadoras que garantem a proteção dos interesses econômicos dos 
consumidores; a transparência das relações de consumo; a melhoria da qualidade 
de vida dos consumidores; o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor; a 
boa-fé e o equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; a educação 
e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, 
com vistas à melhoria do mercado de consumo; bem como a coibição e repressão 
eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo que possam cau-
sar prejuízos aos consumidores.
Sob a luz dos direitos básicos dos consumidores, em especial aqueles expressos 
nos incisos II, III, IV, V e VIII e § único, do art. 4º, do CDC, a temática da prote-
ção contratual reforça-se à luz do direito à educação e divulgação sobre o consumo 
adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualda-
de nas contratações; do direito à informação adequada e clara sobre os diferentes 
produtos e serviços; da proteção contra métodos comerciais coercitivos ou desle-
ais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento 
de produtos e serviços; da modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatossupervenientes que 
as tornem excessivamente onerosas; bem como do direito à facilitação da defesa 
de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova.
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Ganha importância, nessa temática ainda com mais ênfase, o reconhecimento 
da vulnerabilidade do consumidor (inclusive como premissa de interpretação das 
regras do Código). Eis que ao fornecedor incumbe toda a responsabilidade por co-
locar à disposição do consumidor todas as informações necessárias à formação do 
seu livre convencimento, sendo aquele responsável por todas as assimetrias advin-
das de eventuais falhas no cumprimento desse dever de informar.
Vejamos como a banca a seguir abordou o direito prévio à informação:
Questão 1 (CESPE/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR FEDERAL/TRF-1ª RE-
GIÃO/2017) O contrato de compra e venda de um imóvel não residencial em cons-
trução, continha cláusula que determinava a perda total das parcelas pagas caso a 
compradora, que utilizaria o imóvel como sede empresarial, desistisse do negócio. 
O contrato foi firmado após a edição do Código de Defesa do Consumidor (CDC).
Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.
A obtenção de informações claras sobre o produto antes de firmar o contrato é um 
direito disponível.
Errado.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá levar em consideração a 
importância do acesso e da qualidade da informação ao consumidor no momento 
pré-contratual, principalmente no tocante à indisponibilidade dos direitos previstos 
no Código de Defesa do Consumidor (art. 1º).
Nesse contexto, a vulnerabilidade do consumidor mostra-se ainda mais sensível 
no campo contratual, eis que o consumidor tem pouquíssima chance de influenciar 
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o conteúdo e a redação das cláusulas contratuais, fazendo com que sua vontade 
tenha que obrigatoriamente ser direcionada a um modelo pronto de direitos e obri-
gações contratuais já formatados pelo fornecedor.
Questão 2 (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – XXII – 1ª FASE/OAB/2017) 
Mário firmou contrato de seguro de vida e acidentes pessoais, apontando como 
beneficiários sua esposa e seu filho. O negócio foi feito via telemarketing, com 
áudio gravado, recebendo informações superficiais a respeito da cobertura com-
pleta a partir do momento da contratação, atendido pequeno prazo de carência 
em caso de morte ou invalidez parcial e total, além do envio de brindes em caso 
de contratação imediata. Mário contratou o serviço na mesma oportunidade 
por via telefônica, com posterior envio de contrato escrito para a residência do 
segurado. Mário veio a óbito noventa dias após a contratação. Os beneficiários 
de Mário, ao entrarem em contato com a seguradora, foram informados de que 
não poderiam receber a indenização securitária contratada, que ainda estaria 
no período de carência, ainda que a operadora de telemarketing, que vendeu o 
seguro para Mário, garantisse a cobertura.
Verificando o contrato, os beneficiários perceberam o engano de compreensão da 
informação, já que estava descrito haver período de carência para o evento morte 
“nos termos da lei civil”.
Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.
a) A informação foi clara por estar escrita, embora mencionada superficialmente 
pela operadora de telemarketing, e o período de carência é lícito, mesmo nas rela-
ções de consumo.
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b) A fixação do período de carência é lícita, mesmo nas relações de consumo. 
Todavia, a informação prestada quanto ao prazo de carência, embora descrita 
no contrato, não foi clara o suficiente, evidenciando, portanto, a vulnerabilidade 
do consumidor.
c) A falta de informação e o equívoco na imposição de prazo de carência não são 
admitidas nas relações de consumo, e sim nas relações genuinamente civilistas.
d) O dever de informação do consumidor foi respeitado, na medida em que estava 
descrito no contrato, sendo o período de carência instituto ilícito, por se tratar de 
relação de consumo.
Letra b.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar quanto à im-
portância da qualidade da informação repassada ao consumidor no momento 
pré-contratual.
Atualmente, é praticamente impossível encontrar no mercado de consumo um 
contrato que tenha sido previamente discutido com o consumidor, cláusula por 
cláusula, que tenham sido apresentadas todas as ponderações acerca das conse-
quências de sua assinatura. A regra geral de mercado impõe cada vez mais o con-
trato de adesão, elaborado unilateralmente pelo fornecedor, deixando pouquíssima 
margem para alteração de suas condições, cabendo ao consumidor apenas assinar 
e aderir ao que foi estabelecido pelo empresário.
Como o conteúdo do contrato é feito apenas pelo fornecedor, é natural que suas 
condições sejam mais vantajosas para a empresa, afetando o necessário equilíbrio 
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de obrigações entre consumidores e fornecedores, sem falar na utilização de técni-
cas de redação que induzem ao erro o consumidor, com terminologias complicadas, 
extremamente técnicas, de difícil entendimento, em total desconformidade com o 
espírito das normas de defesa do consumidor.
Em razão desse quadro de desigualdade, com fundamento na linha norteadora 
que exige transparência nas relações de consumo, o legislador do CDC dedicou 
especial atenção às regras de proteção contratual, pautando-as em fundamentos 
como lealdade, acesso à informação e equilíbrio entre consumidores e fornece-
dores. Dessa forma, as práticas comerciais que impliquem a inserção de cláu-
sulas contratuais obscuras, contraditórias ou inverídicas representam uma fraude 
na contratação, tendo como consequência lógica o enriquecimento sem causa por 
parte do fornecedor.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema:
Questão 3 (FGV/ANALISTA DE GESTÃO-ADVOGADO/COMPESA/2016) Pedro re-
solve iniciar um comércio especializado na venda e instalação residencial de artigos 
eletrônicos de imagem e som. Preocupado com a sua responsabilidade perante os 
seus futuros consumidores, contrata um advogado para redigir um instrumento 
contratual padrão, que deverá reger todos os negócios que vierem a ser celebrados 
por ele, medianteassinatura dos respectivos consumidores.
Observando tratar-se de contrato por adesão, será válida a cláusula contratual que, 
redigida de forma clara e em destaque, contando com manifestação expressa do 
consumidor, estipular que
a) Pedro só será responsável por eventuais defeitos de quaisquer produtos se o 
defeito puder ser identificado no momento da instalação do produto.
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b) a responsabilidade civil de Pedro por danos sofridos por consumidores se cir-
cunscreve àqueles decorrentes de instalação indevida dos equipamentos, não 
abrangendo quaisquer outros.
c) em contratos de valor total superior a dez mil reais, eventual litígio deverá, ne-
cessariamente, ser submetido a arbitragem.
d) Pedro, em caso de defeito de qualquer produto, terá o prazo de noventa dias 
para providenciar o conserto, só se submetendo à sua substituição ou à restituição 
do preço se o defeito não puder ser reparado nesse interregno.
e) o atraso do consumidor no pagamento de qualquer parcela do preço importará 
incidência de multa de 10% do valor da parcela em atraso.
Letra d.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar para os aspectos 
gerais de elaboração de contratos de consumo, previstas nos artigos 46 e seguintes 
do CDC, assim como deverá recordar das regras do Código atinentes ao sanea-
mento do vício de qualidade do produto e sua implicação nos prazos decadenciais 
expressos no artigo 27 do CDC.
Pois bem, após essas considerações gerais sobre o tema, passemos à análise 
das regras específicas da proteção contratual do consumidor, com especial ênfase 
para o dever de informar, estabelecido pelo legislador como um divisor de águas 
nas relações envolvendo a compra e venda de produtos e a contratação de serviços.
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2. Interpretação do Contrato em Favor do Consumidor
Considerando a posição de superioridade do fornecedor em relação ao consu-
midor na relação de consumo, é direito desse último ser protegido contra todo e 
qualquer tipo de abuso de direito cometido pelo fornecedor, seja no momento pré-
-contratual (oferta, publicidade, cláusula contratual etc.), no momento contratual 
(práticas abusivas, métodos coercitivos ou desleais), bem como no momento pós-
-contratual (garantia, pós-venda, cobrança de dívidas etc.).
Esse direito básico reforça a proteção do consumidor contra a imposição de con-
dições contratuais injustas nos contratos de consumo, notadamente a inserção de 
cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços, entenden-
do-se como abuso a conduta de quem extrapola o exercício de um direito, de uma 
faculdade, ultrapassando os limites da normalidade, do costume e do bom senso.
Nessa linha, ganha importância o alerta constante do consumidor no momento 
pré-contratual, no qual será alvo de várias e sofisticadas técnicas de marketing 
para atraí-lo, seja de maneira verbal, de forma escrita, com conteúdo publicitário 
etc. Frisa-se que, nos termos do CDC, praticamente tudo que é dito e anunciado no 
momento pré-contratual vincula diretamente o fornecedor.
Trata-se do princípio expresso no art. 30 do CDC, denominado “princípio da 
vinculação da oferta e da publicidade”, deixando claro que o fornecedor não pode 
se afastar do que foi prometido em momento anterior à celebração do contrato 
propriamente dito, em especial as declarações de vontade constantes de escritos 
particulares, recibos e pré-contratos, que automaticamente se vinculam ao forne-
cedor, nos termos do art. 48 do CDC.
O princípio da vinculação, portanto, atinge todas as informações prévias repas-
sadas ao consumidor a respeito de preço, condições de pagamento, qualidade do 
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produto, garantia, garantindo-se ao consumidor, em caso de descumprimento à 
oferta ou publicidade, as três opções previstas no artigo 35 do CDC, quais sejam, 
exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação 
ou publicidade; aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; ou res-
cindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, 
monetariamente atualizada, bem como indenização por perdas e danos.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema:
Questão 4 (MPE-RS/PROMOTOR DE JUSTIÇA – REAPLICAÇÃO/MPE-RS/2017) As-
sinale a alternativa INCORRETA quanto ao Direito do Consumidor.
a) O direito de arrependimento na relação de consumo é de origem legal, e o prazo 
de arrependimento é de sete dias no caso de compras realizadas pela internet ou 
por catálogo.
b) Aplica-se o princípio da conservação contratual ao contrato de consumo, ou 
seja, considera-se somente a cláusula como nula, aproveitando-se todo o restante 
do contrato.
c) Nos contratos de consumo será nula por abusividade a cláusula que impõe a 
utilização compulsória da arbitragem.
d) Determinado fornecedor ofereceu mediante publicidade vários objetos de con-
sumo, estabelecendo o respectivo preço. O consumidor efetuou a compra, pagando 
o preço das mercadorias anunciadas. Posteriormente, o ofertante desonrou a pro-
posta e recusou-se a cumprir o anunciado. O consumidor pode, no caso, somente 
demandar a tutela específica da obrigação nos termos da oferta.
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e) A publicidade é enganosa por comissão quando o fornecedor faz uma afirmação, 
parcial ou total, não verdadeira sobre o produto ou serviço, capaz de induzir o con-
sumidor a erro.
Letra d.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar à regra prevista 
no CDC acerca do descumprimento de oferta por parte do fornecedor.
A aplicação desse princípio forma uma das bases que a doutrina consumerista cha-
ma de “nova teoria contratual”, segundo a qual, na relação de consumo, não mais 
se aplica a visão tradicional do contrato, denominada “teoria contratual clássica”, 
com fundamento na liberdade de contratar (decorrente da ideia de autonomia da 
vontade com mínima ou nenhuma intervenção estatal) e na força vinculante dos 
contratos (decorrente da ideia de que o pactuado “faz lei entre as partes”, comu-
mente conhecida por meio do brocardo latino pacta sunt servanda – “acordos de-
vem ser mantidos” –, obrigando as partes ao fiel cumprimentode seu conteúdo), 
deixando para o Estado apenas o uso de sua força para garantir a execução dos 
acordos firmados.
Na “nova teoria contratual”, adotada pelo CDC, impõe-se uma análise diferenciada 
dos princípios contratuais clássicos, fazendo-os conviver com balizadores como a 
boa-fé objetiva, o equilíbrio econômico e a função social do contrato. Em tese, o 
contrato não passa a ser mais visto apenas como instrumento de satisfação de in-
teresses individuais, mas sim a sua potencialidade de risco à saúde ou segurança 
do consumidor, a possibilidade de gerar eventual vantagem exagerada ou enri-
quecimento sem causa ao fornecedor, adequando-se, portanto, aos interesses da 
coletividade, e não apenas dos indivíduos contratantes.
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Meu(minha) caro(a), a respeito da potencialidade de risco de um contrato gerar 
vantagem exagerada, vale registrar um entendimento do Superior Tribunal de 
Justiça reiterado em alguns julgamentos e recentemente publicado por meio da 
Súmula n. 595:
As instituições de ensino superior respondem objetivamente pelos danos supor-
tados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não reconhecido pelo 
Ministério da Educação, sobre o qual não lhe tenha sido dada prévia e adequada 
informação. (Súmula n. 595, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 25/10/2017, DJe 
06/11/2017).
A respeito dos fatos, trata-se de instituição de ensino que não providenciou, duran-
te o curso, a regularização de curso superior junto ao MEC, tornando-se responsá-
vel pelo dano moral causado a aluno que, a despeito da colação de grau, não pode 
se inscrever no Conselho Profissional respectivo e, assim, exercer o ofício para o 
qual se graduou.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema:
Questão 5 (FGV/AGENTE FISCAL/PREFEITURA DE OSASCO-SP/2014) Celebrado 
um contrato constitutivo de uma relação jurídica de consumo, é correto afirmar que:
a) não é mais possível revisar suas cláusulas em virtude do princípio da obrigato-
riedade dos contratos;
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b) não é mais possível revisar suas cláusulas em virtude do princípio da relativida-
de dos contratos;
c) é possível a revisão de suas cláusulas se houver onerosidade excessiva em de-
corrência de fato superveniente;
d) é possível a revisão de suas cláusulas se houver fato superveniente imprevisível;
e) somente é viável a revisão de suas cláusulas mediante concordância de forne-
cedor e consumidor.
Letra c.
Na análise dessa questão, o(a) candidato(a) deverá levar em consideração aspectos 
gerais da nova teoria contratual adotada pelo CDC, pela qual o contrato não passa 
a ser mais visto apenas como instrumento de satisfação de interesses individuais, 
mas sim a sua potencialidade de risco à saúde ou segurança do consumidor, a pos-
sibilidade de gerar eventual vantagem exagerada ou enriquecimento sem causa ao 
fornecedor, adequando-se, portanto, aos interesses da coletividade, e não apenas 
dos indivíduos contratantes.
Questão 6 (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-RS/2014) Sobre a proteção contratual do 
consumidor no Sistema Nacional de Proteção ao Consumidor, é correto afirmar que
a) a concepção clássica do contrato, fundada nos princípios da autonomia privada, 
da força obrigatória dos contratos e da relatividade das convenções foi revista, dan-
do lugar à nova teoria contratual fundada na cláusula geral da boa-fé objetiva e no 
princípio do equilíbrio econômico.
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b) é possível ao magistrado declarar a nulidade de determinada cláusula conside-
rada abusiva inserida em contrato de adesão e afastar completamente seus efeitos, 
mas não lhe será possível integrar o referido contrato, modificando o seu conteúdo.
c) somente as hipóteses previstas no artigo 51 do Código de Defesa do Consumidor 
– CDC podem ser consideradas abusivas, sendo descabida a utilização de critérios 
abertos para a aferição da abusividade de determinada cláusula.
d) a limitação da multa de mora decorrente de inadimplemento de obrigação no 
seu termo a 2% do valor da prestação restringe-se aos contratos que envolvam 
outorga de crédito ou concessão de financiamento ao consumidor.
e) o fornecedor poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que 
sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde 
ou segurança, desde que comunique o fato imediatamente às autoridades compe-
tentes e aos consumidores.
Letra a.
Na análise dessa questão, mais uma vez o(a) candidato(a) deverá levar em con-
sideração aspectos gerais da nova teoria contratual adotada pelo CDC, pela qual 
o contrato não passa a ser mais visto apenas como instrumento de satisfação de 
interesses individuais, mas sim a sua potencialidade de risco à saúde ou segurança 
do consumidor, a possibilidade de gerar eventual vantagem exagerada ou enri-
quecimento sem causa ao fornecedor, adequando-se, portanto, aos interesses da 
coletividade, e não apenas dos indivíduos contratantes.
Em síntese, meu(minha) caro(a), o CDC pretende que as relações contratu-
ais sejam pautadas pela lealdade e transparência, observando-se os princípios 
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da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual, com base nos artigos 4º, 6º, V; 
39, V; e 51, IV, do CDC, com definição clara dos direitos e deveres das partes, 
e, também, que o contrato não seja utilizado para obtenção de vantagem exa-
gerada por parte do fornecedor.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema:
Questão 7 (FGV/TÉCNICO SUPERIOR JURÍDICO/DPE-RJ/2014) Vitor celebrou um 
contrato de consumo com determinada prestadora de serviços na área de telefonia 
móvel. A celebração ocorreu por meio da assinatura de um instrumento elaborado 
pelo fornecedor.
No caso em questão, é correto afirmar que Vitor
a) está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão do princípio da 
relatividade dos contratos.
b) está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão do princípio da 
obrigatoriedade dos contratos.
c) está totalmente vinculado a essa relação contratual em razão dos princípios da 
relatividade dos contratos e da obrigatoriedade.
d) não tem obrigações contratuais, em virtude do que determina o Código de De-
fesa do Consumidor.
e) está vinculado ao contrato,mas protegido pelos princípios da função social e da 
boa-fé e pela mitigação dos princípios contratuais.
Letra e.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) atenção quan-
to aos aspectos gerais da proteção contratual no CDC, com relações contratuais 
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pautadas pela lealdade e transparência, observando-se os princípios da boa-fé ob-
jetiva e do equilíbrio contratual, nos termos dos artigos 4º, 6º, V; 39, V; e 51, IV, 
todos do CDC.
Questão 8 (CESPE/JUIZ/TJ-DFT/2016) De acordo com as normas que regulam a 
proteção contratual do consumidor no CDC e, ainda, conforme entendimento juris-
prudencial atual e prevalente do STJ, assinale a opção correta.
a) É considerada abusiva a cláusula contratual que preveja a cobrança de juros 
compensatórios (“juros no pé”), pela incorporadora (promitente vendedora), em 
contrato de promessa de compra e venda de imóvel em construção, antes da en-
trega das chaves.
b) É válida a cláusula inserida em contrato de plano de saúde que limita o tem-
po de cobertura, quando se tratar, especificamente, de internação psiquiátrica 
prolongada.
c) A diferenciação de preços praticada por lojista para as hipóteses de pagamento 
em dinheiro, cheque ou cartão de crédito caracteriza prática abusiva no mercado 
de consumo, por ser considerada nociva ao equilíbrio contratual.
d) Não se mostra abusiva a cláusula contratual que determina a restituição dos 
valores devidos de forma parcelada, na hipótese de resolução de contrato de pro-
messa de compra e venda de imóvel, quando o desfazimento tenha sido causado 
pela desistência do consumidor comprador.
e) Aplicam-se, na relação entre o franqueador e o franqueado, os princípios e as 
normas protetivas do CDC, sendo, por força da presumida hipossuficiência do con-
sumidor aderente (franqueado), nula a cláusula de eleição de foro, estipulada em 
favor do franqueador, em contrato de franchising firmado por adesão.
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Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar à influência dos 
princípios da boa-fé objetiva e do equilíbrio contratual na análise das cláusulas em 
contratos de consumo.
O resultado dessa preocupação do legislador se mostra expresso na redação dos 
artigos 46 e 47 do CDC, que preveem, respectivamente, a não obrigatoriedade de 
observância, por parte do consumidor, de regras contratuais das quais não tenha 
conhecimento prévio de seu conteúdo, ou ainda se os respectivos instrumentos 
contratuais forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e 
alcance, vejamos:
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consu-
midores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu 
conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a 
compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao 
consumidor.
Percebe-se claramente na redação desses artigos a preocupação do legislador 
com o modo de apresentação do instrumento contratual, independente da comple-
xidade ou não dos produtos ou serviços envolvidos. Assim, os contratos devem ser 
legíveis, além de utilizar termos claros e de fácil compreensão, impondo-se que as 
cláusulas que estabelecem as principais obrigações do consumidor devem ser redigi-
das com destaque, utilizando letras em tamanho maior, maiúsculas, em negrito etc.
Além da preocupação com clareza, transparência e lealdade, o CDC considera a 
possibilidade de se constatarem cláusulas nulas no contrato, tornando-as sem ne-
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nhum valor jurídico, cabendo ao juiz promover a revisão do seu conteúdo ou sim-
plesmente negar eficácia a essas cláusulas, mantendo-se as demais e garantindo a 
integralidade do contrato.
Acerca da necessidade de lealdade nas práticas comerciais, vale destacar um 
recente julgado do Superior Tribunal de Justiça (REsp n. 1.362.084-RJ, j. 
16/05/2017), de relatoria do Ministro Luis Felipe Salomão, pelo qual firmou-se 
o entendimento de que as prestadoras de serviço de TV a cabo (assim como 
as demais prestadoras de serviços de telecomunicações) são obrigadas a 
calcular a multa fidelidade proporcionalmente ao valor do benefício con-
cedido e ao período restante para o decurso do prazo mínimo estipulado. 
De acordo com o entendimento, firmado com base no sistema protetivo do CDC e 
na Resolução ANATEL n. 632/2014, a cobrança integral da multa, sem computar o 
prazo de carência parcialmente cumprido pelo consumidor, coloca o fornecedor em 
vantagem exagerada, caracterizando conduta iníqua, incompatível com a equida-
de, consoante disposto no § 1º e inciso IV, do artigo 51, do CDC.
Sendo assim, infere-se que o custo arcado pelo prestador do serviço é, efetivamen-
te, recuperado a cada mês da manutenção do vínculo contratual com o tomador, 
não sendo razoável a cobrança da mesma multa àquele que incorre na quebra do 
pacto no início do prazo de carência e àquele que, no meio ou ao final, demonstra 
o seu desinteresse no serviço prestado.
Questão 9 (CS-UFG/PROCURADOR/AL-GO/2015) Para a regulamentação dos pre-
ceitos constitucionais que reconheceram a defesa do consumidor como direito fun-
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damental e princípio da ordem econômica, foi promulgada a Lei n. 8.078, em 11 de 
setembro de 1990, conhecida como Código de Defesa do Consumidor. Esse código 
prevê como direito básico do consumidor a
a) revisão das cláusulas contratuais em razão de fatos supervenientes, imprevisí-
veis e extraordinários, que as tornem excessivamente onerosas.
b) inversão do ônus da prova em benefício do consumidor, no processo civil, desde 
que presentes simultaneamente os requisitos da verossimilhança da alegação e da 
hipossuficiência do consumidor, segundo as regras ordinárias da experiência do juiz.
c) informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com es-
pecificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos 
incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
d) resolução do contrato que contenha cláusulas que estabeleçam prestações des-
proporcionais.Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar à importância do 
direito à informação no contexto da proteção contratual do consumidor.
A obrigatoriedade de interpretação mais favorável ao consumidor tem cabimento 
tanto em razão de contratos que contêm cláusulas obscuras e/ou contraditórias, 
como também em razão de contratos que contenham cláusulas claras, sem maio-
res dificuldades em sua aplicação, diferentemente da disciplina do Código Civil, que 
restringe a interpretação mais favorável ao aderente apenas quando houver no 
contrato cláusulas ambíguas ou contraditórias.
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Sendo assim, meu(minha) caro(a), quando a análise das cláusulas permitir duas 
ou mais interpretações, deve prevalecer a que for mais vantajosa ao consumidor, 
esse é o espírito que o legislador do CDC imprimiu às relações de consumo, dando 
uma mensagem direta aos fornecedores quanto à importância da qualidade da in-
formação repassada aos consumidores.
Um exemplo muito direto dessa regra aparece com frequência nas aquisições 
de móveis ou produtos entregues no domicílio do consumidor, constando no 
contrato a promessa de que a mercadoria será entregue em 30 dias. Ora, se 
consta a mensagem “30 dias”, não pode o fornecedor aplicar um prazo de 30 
dias úteis para entrega do bem sob a alegação de que não constava “30 dias 
corridos”, pois essa interpretação seria prejudicial ao consumidor. Se não cons-
tava a informação sobre dias corridos, também não constava a informação 
sobre dias úteis. Nesse caso, na dúvida, aplica-se a interpretação mais favorá-
vel ao consumidor.
Questão 10 (FGV/AGENTE FISCAL/PREFEITURA DE OSASCO-SP/2014) As cláusu-
las contratuais, em hipótese de relação jurídica de consumo:
a) serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor;
b) serão interpretadas de maneira mais favorável ao fornecedor;
c) não têm regra específica de interpretação;
d) serão interpretadas sempre de forma equilibrada;
e) submete-se exatamente às mesmas condições de interpretação de um con-
trato comum.
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Letra a.
Trata-se de questão fácil, exigindo do(a) candidato(a) conhecimento acerca da re-
gra geral de interpretação das cláusulas dos contratos de consumo de maneira mais 
favorável ao consumidor, nos termos do art. 47 do CDC.
Questão 11 (FCC/JUIZ/TJ-CE/2014) NÃO se inclui entre os direitos contratuais do 
consumidor
a) a interpretação mais favorável das cláusulas contratuais.
b) o recebimento imediato pelo consumidor do valor eventualmente pago pelo pro-
duto, monetariamente atualizado, após o exercício do direito de arrependimento.
c) a redação clara e compreensível das cláusulas contratuais, em vernáculo pátrio.
d) o pagamento em cheque, a ser sempre aceito pelo fornecedor do produto ou 
serviço por se tratar de ordem de pagamento à vista.
e) o efetivo conhecimento do conteúdo do contrato, com a clara especificação dos 
direitos e deveres de ambas as partes.
Letra d.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar às regras gerais 
que norteiam a proteção contratual do consumidor, bem como à regulação do CDC 
quanto às práticas comerciais abusivas.
A importância dessa regra é tamanha, que levou o legislador a fixar, inclusive, 
a obrigatoriedade de cumprimento, por parte do fornecedor, dos termos da oferta 
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ou publicidade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos, vincu-
lando a declaração de vontade ali contida ao contrato que vier a ser celebrado, nos 
termos do artigo 48 do CDC:
As declarações de vontade constantes de relativos às relações de consumo vinculam o 
fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
Vale lembrar, por fim, que as cláusulas que apresentem redações que contra-
riam os termos da oferta ou publicidade realizada pelo fornecedor devem ser con-
sideradas nulas, nos termos da regra prevista no art. 51, IV, do CDC, não havendo 
margem para interpretação, e sim para total afastamento, vejamos:
Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao 
fornecimento de produtos e serviços que:
(...)
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumi-
dor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade;
Pois bem, o ponto-chave da análise é verificar se a mensagem publicitária ou a 
oferta trazem todas as informações necessárias e obrigatórias para o livre conven-
cimento e a livre escolha do consumidor, pois só assim estará obrigado ao cumpri-
mento de seus termos. Dito isso, partimos agora para uma regra também de suma 
importância trazida pelo legislador do CDC, o direito de arrependimento do consu-
midor e suas consequências.
3. Arrependimento e Desistência do Contrato
O legislador do CDC, atento às diferenças de conduta dos fornecedores em re-
lação às práticas comerciais realizadas diante da presença do consumidor ou nas 
hipóteses de compra à distância, estabeleceu uma regra de suma importância para 
o dia a dia das relações de consumo: o direto de arrependimento.
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Previsto no art. 49 do CDC, o direito de arrependimento garante ao consumidor 
que realiza uma compra à distância o direito de se arrepender da aquisição em um 
prazo de sete dias contados do recebimento do produto ou da contratação do servi-
ço, desde que a aquisição ou contratação ocorra fora do estabelecimento comercial, 
especialmente por telefone, pela internet, a domicílio etc.
Nesses casos, a desistência do contrato pode ocorrer dentro do prazo de sete 
dias e, no caso de o consumidor ter eventualmente pago algum valor, este deverá 
ser devolvido de imediato, monetariamente atualizado.
A ideia é tutelar a possibilidade de que o consumidor tenha liberdade de fazer 
uma escolha livre, com a reflexão adequada, evitando qualquer prejuízo causado 
nos casos de compras por impulso por telefone ou pela internet, até mesmo nos 
casos em que o consumidor recebe em seu domicílio ou trabalho a visita de ven-
dedores, muitas vezes não tendo condições de avaliar adequadamente, naquele 
momento, as vantagens e desvantagens daquela compra oucontratação.
A intenção do legislador também se concentrou nas hipóteses em que o con-
sumidor não está na presença do bem, em contato direto, podendo tocá-lo, testá-
-lo etc. Eis que uma imagem em uma foto de catálogo ou na internet dificilmente 
substitui a percepção da qualidade do produto proporcionada pelo contato direto, 
pelo toque.
É importante salientar que o direito de arrependimento pode ser exercido inde-
pendentemente da existência de vício no produto ou no serviço, bastando ao con-
sumidor o encaminhamento, diretamente ao fornecedor, de sua manifestação de 
vontade de cancelar a compra do produto ou a contratação do serviço, reforçando 
que a contagem do prazo de sete dias deverá ocorrer da maneira mais benéfica ao 
consumidor, a partir da inteligência do art. 47 do CDC.
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Questão 12 (FGV/FISCAL DA RECEITA ESTADUAL/SEAD-AP/2010) Adalberto ad-
quiriu uma máquina de lavar roupa pela Internet da empresa Linha Branca S.A. 
Após receber a mercadoria na sua residência, Adalberto constatou que tinha outras 
expectativas em relação ao produto adquirido.
Considerando a disciplina jurídica das relações de consumo, assinale a alternativa 
que indique a providência que Adalberto pode tomar.
a) Nenhuma, pois a legislação brasileira quanto às relações de consumo veda o 
direito de arrependimento.
b) No prazo de 07 dias do recebimento da máquina de lavar roupa, Adalberto pode 
desistir da compra e receber o valor pago.
c) No prazo de 07 dias do recebimento da máquina de lavar roupa, Adalberto pode 
desistir da compra e terá direito, obrigatoriamente, a escolher outra mercadoria da 
empresa Linha Branca S.A.
d) Adalberto tem 30 dias para pensar sobre a sua compra e procurar a empresa 
para receber a devolução do dinheiro ou outra mercadoria.
e) A situação deverá ser negociada entre Adalberto e a empresa Linha Branca, pois 
o Código de Defesa do Consumidor não traz nenhuma disciplina específica para 
esta situação.
Letra b.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar às regras estabe-
lecidas pelo CDC quanto ao direito de arrependimento do consumidor, nos termos 
do art. 49 do CDC.
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Questão 13 (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – VII – 1ª FASE/OAB/2012) A 
telespectadora Maria, após assistir ao anúncio de certa máquina fotográfica, ligou 
e comprou o produto via telefone. No dia 19 de março, a câmera chegou ao seu 
endereço. Acerca dessa situação, assinale a alternativa correta.
a) A contar do recebimento do produto, a consumidora pode exercer o direito de 
arrependimento no prazo prescricional de quinze dias.
b) Mesmo que o produto não tenha defeito, se Maria se arrepender da aquisição e 
desistir do contrato no dia 25 de março do mesmo ano, os valores eventualmente 
pagos, a qualquer título, deverão ser devolvidos, monetariamente atualizados.
c) Se, no dia 26 de março do mesmo ano, a consumidora pretender desistir do 
contrato, não poderá fazê-lo, pois, além de o prazo decadencial já ter fluído, os 
contratos são regidos pelo brocardo pacta sunt servanda.
d) Após o prazo de desistência, que é decadencial, Maria não poderá reclamar de 
vícios do produto ou de desconformidades entre a oferta apresentada e as caracte-
rísticas do bem adquirido, a não ser que exista garantia contratual.
Letra b.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar às regras estabe-
lecidas pelo CDC quanto ao direito de arrependimento do consumidor, previstas no 
art. 49 do Código, por se tratar, especificamente, de compra realizada à distância 
(por telefone).
Questão 14 (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO – V – 1ª FASE/OAB/2011) Quan-
do a contratação ocorre por site da internet, o consumidor pode desistir da compra?
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a) Sim. Quando a compra é feita pela internet, o consumidor pode desistir da com-
pra em até 30 dias depois que recebe o produto.
b) Não. Quando a compra é feita pela internet, o consumidor é obrigado a ficar 
com o produto, a menos que ele apresente vício. Só nessa hipótese o consumi-
dor pode desistir.
c) Não. O direito de arrependimento só existe para as compras feitas na própria 
loja, e não pela internet.
d) Sim. Quando a compra é feita fora do estabelecimento comercial, o consumidor 
pode desistir do contrato no prazo de sete dias, mesmo sem apresentar seus mo-
tivos para a desistência.
Letra d.
Na resolução dessa questão, mais uma vez o(a) candidato(a) deverá se atentar às 
regras estabelecidas pelo CDC quanto ao direito de arrependimento do consumidor, 
previstas no art. 49 do Código, por se tratar, especificamente, de compra realizada 
à distância.
Questão 15 (FCC/JUIZ/TJ-CE/2014) Tatiana adquire um sistema de som nas Ca-
sas Ceará e, sete dias depois, considera o aparelho como de pouca potência e pro-
cura devolvê-lo, arguindo o prazo de reflexão previsto no CDC. Casas Ceará:
a) não será obrigada a aceitar o aparelho de som de volta, pois o prazo de arrepen-
dimento previsto em lei é de cinco dias, apenas.
b) será obrigada a aceitar o aparelho de som de volta, mas oferecendo outro de 
maior potência em troca, já que a compra se deu em seu estabelecimento.
c) não será obrigada a aceitar o aparelho de som de volta, uma vez que o prazo de 
reflexão não se aplica às mercadorias adquiridas no próprio estabelecimento.
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d) será obrigada a aceitar o aparelho de som de volta, pois o prazo de reflexão 
previsto no CDC aplica-se a qualquer aquisição de bens de consumo, mesmo no 
próprio estabelecimento.
e) será obrigada a aceitar o aparelho de som de volta, pois para Tatiana o aparelho 
tinha pouca potência, o que caracterizou defeito do produto.
Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar às regras estabe-
lecidas pelo CDC quanto ao direito de arrependimento do consumidor, previstas no 
art. 49 do Código, por se tratar, especificamente, de compra realizada no próprio 
estabelecimento, afastando a sua aplicação.
Ainda a respeito da importância da informação nessa temática da proteção con-
tratual, cumpre aqui salientar que o legislador, no art. 50 do CDC, ao estabelecer 
que a garantia contratual seria complementar à legal e conferidamediante termo 
escrito, chamou atenção para a importância do objeto da garantia, ou seja, em que 
consistiria a garantia, sua forma, seu prazo e o lugar e como poderia ser exercita-
da, bem como o ônus a cargo do consumidor e a obrigatoriedade de ser entregue 
já devidamente preenchido pelo fornecedor.
Como se trata de garantia que depende da vontade do fornecedor, é possível 
estabelecer condições, ônus e limites ao consumidor, de acordo, obviamente, com 
a razoabilidade e com a especificidade de cada produto ou serviço. A garantia con-
tratual poderá ser parcial, com abrangência apenas de algumas peças do produto 
ou itens específicos da prestação do serviço, sempre ressaltando que as informa-
ções devem ser repassadas ao consumidor de maneira prévia, para que este possa 
formar seu livre convencimento e exercer seu direito de escolha.
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Ressalta-se, por fim, que essa temática em especial (relação entre a garantia con-
tratual e a garantia legal) foi abordada em nossa aula 3, especificamente no item 6.1.
Vejamos como a banca a seguir abordou esse tema:
Questão 16 (FCC/JUIZ SUBSTITUTO/TJ-RR/2015) A respeito da proteção ao con-
sumidor, é correto afirmar que
a) os contratos obrigam o consumidor ainda que não lhe seja dada oportunidade 
de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo.
b) inexiste direito de arrependimento nas relações de consumo, ainda que a com-
pra tenha ocorrido fora do estabelecimento, somente se podendo realizar troca de 
bem em razão de vício do produto.
c) as declarações constantes de recibos e pré-contratos não vinculam o fornecedor.
d) as cláusulas contratuais, quando claras e precisas, são interpretadas de maneira 
mais favorável ao fornecedor.
e) a garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo 
escrito.
Letra e.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar às regras esta-
belecidas pelo CDC quanto à relação entre a proteção contratual e o instituto da 
garantia ao consumidor, nos termos do art. 50 do Código.
4. Da aplicação do CDC às Cláusulas Abusivas
Até o momento, um dos pontos bem destacados da nossa aula diz respeito 
ao fato de que o CDC oferece uma tutela efetiva ao consumidor, ultrapassando a 
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exigência de lealdade e transparência nas relações de consumo e atingindo dire-
tamente, por exemplo, o conteúdo das mensagens publicitárias ou até mesmo a 
conduta do fornecedor no tocante à elaboração de cláusulas contratuais.
O legislador do CDC, atento às práticas comerciais perpetradas por fornecedo-
res no mercado de consumo, estabeleceu a possibilidade de reconhecimento da 
abusividade do conteúdo de cláusulas contratuais, definindo no próprio texto legal 
(art. 51) o comando que permite ao julgador nos âmbitos administrativo e judicial 
a declaração de nulidade de determinada cláusula, estendendo, a depender do caso 
concreto, a nulidade para o restante do contrato.
Em regra, a nulidade da cláusula não afeta todo o contrato, mas, se a exclusão da 
cláusula gerar ônus excessivo para qualquer das partes, todo o contrato deve ser 
invalidado, nos termos do § 2º, do art. 51, do CDC:
A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto quando 
de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus excessivo a qualquer 
das partes.
A respeito das sanções cabíveis, vale ressaltar que, além da declaração de nu-
lidade da cláusula, avaliada e aplicada pelo juiz no caso concreto e cujos efeitos 
ex tunc retroagem até a data de celebração do contrato, vale ressaltar que a sim-
ples existência de cláusulas abusivas é capaz de configurar infração, permitindo a 
aplicação de sanções administrativas ou decisões judiciais, independentemente da 
ocorrência efetiva de danos aos consumidores.
Questão 17 (FGV/JUIZ/TJ-MS/2008) As cláusulas abusivas nas relações de consu-
mo previstas no art. 51 do CDC:
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a) são ineficazes, mas por sua natureza especial dependem da provocação do con-
sumidor para seu reconhecimento.
b) são tidas por inexistentes.
c) são nulas de pleno direito.
d) dependem de provocação do Ministério Público, já que a declaração de sua ocor-
rência interessa à coletividade.
e) dependem de provocação do consumidor para serem reconhecidas, pois são 
anuláveis.
Letra c.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) atenção quan-
to ao comando expresso do CDC acerca da nulidade de pleno direito das cláusulas 
contratuais abusivas, nos termos do caput, do art. 51, do CDC.
Questão 18 (FGV/ADVOGADO/DPE-MT/2015) A respeito das cláusulas abusivas, 
assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa.
( ) A nulidade de uma cláusula contratual abusiva não invalida o contrato, exceto 
quando de sua ausência, apesar dos esforços de integração, decorrer ônus exces-
sivo a qualquer das partes.
( ) No fornecimento de produtos ou serviços que envolva outorga de crédito ou 
concessão de financiamento ao consumidor, o fornecedor deverá, entre outros re-
quisitos, informar-lhe prévia e adequadamente sobre a soma total a pagar, com e 
sem financiamento.
( ) As multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo 
poderão ser superiores a dois por cento do valor da prestação.
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As afirmativas são, respectivamente,
a) F, F e V.
b) V, V e F.
c) V, F e F
d) F, V e V.
e) F, V e F.
Letra b.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) atenção quan-
to ao princípio da integridade do contrato, materializado, no tocante aos contratos 
de consumo, no § 2º, do art. 51, do CDC. A questão ainda exige conhecimento 
acerca das regras gerais dos contratos de financiamento ou outorga de crédito, 
previstas no art. 52 do CDC.
Questão 19 (VUNESP/PROCURADOR/IPSMI/2016) Nos contratos de consumo, as 
cláusulas abusivas
a) transferem responsabilidade a terceiros.
b) impõem a conclusão do negócio.
c) são nulas de pleno direito.
d) invalidam o contrato por inteiro.
e) estabelecem a inversão do ônus da prova.
Letra e.
Trata-se de questão relativamente fácil, exigindo do(a) candidato(a) atenção quan-
to ao comando expresso do CDC acerca danulidade de pleno direito das cláusulas 
contratuais abusivas, nos termos do caput, do art. 51, do CDC.
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É importante salientar que o CDC aborda a questão da nulidade de cláusula 
abusiva a partir de três vetores de análise, quais sejam:
I – a declaração de nulidade de determinada cláusula contratual, por exemplo, 
na hipótese de limitação de indenização do consumidor em razão de um acidente 
de consumo (art. 51, I), fazendo com que toda cláusula que limite essa indenização 
tenha sua incidência afastada;
II – a possibilidade de alteração do conteúdo da cláusula contratual, importando 
na revisão dos contratos, com fundamento no direito básico do consumidor previs-
to no artigo 6º, V, do CDC, que prevê a modificação das cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos super-
venientes que as tornem excessivamente onerosas. Esse vetor de análise abrange 
tanto os contratos instantâneos como os de longa duração, desde que seu prolon-
gamento no tempo crie uma situação de onerosidade ao consumidor; e
III – a definição de linhas norteadoras de análise do caso concreto, nos casos 
em que cláusulas contratuais de diferentes setores do mercado estabeleçam obri-
gações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvan-
tagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou equidade, nos exatos 
termos do art. 51, IV, do CDC.
A partir dessa premissa, que deixa margem para a interpretação do juiz a res-
peito da redação das cláusulas contratuais e seu potencial lesivo, considerando a 
característica de norma cogente do CDC (art. 1º), pode o juiz declarar a nulidade 
de uma cláusula contratual independentemente de pedido da parte?
Aproveitando, por analogia, a racionalidade utilizada pelo legislador do Código 
Civil, as nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do negócio 
jurídico ou de seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-
-las, ainda que a requerimento das partes, nos exatos termos do § único, do art. 
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168, do CC. Consequentemente, o reconhecimento da abusividade e a declaração 
de nulidade de uma cláusula contratual deve, sim, ser conhecida de ofício pelo juiz, 
independentemente de qualquer pedido das partes.
Meu(minha) caro(a), muita atenção para dois pontos específicos a respeito desse tema:
I – a atuação de ofício por parte do juiz representa uma exceção à regra de que “o 
juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes”, nos exatos termos do art. 
141 do Código de Processo Civil;
II – a atuação de ofício por parte do juiz a respeito desse tema não se aplica aos 
contratos firmados no âmbito dos serviços bancários, conforme entendimento su-
mulado pelo Superior Tribunal de Justiça:
Nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer, de ofício, da abusivi-
dade das cláusulas (Súmula STJ n. 381).
4.1. O Rol Exemplificativo do Art. 51 do CDC
Como dito anteriormente, o legislador do CDC, atento às práticas comerciais 
perpetradas pelos fornecedores, estabeleceu uma regra aberta no tocante às cláu-
sulas abusivas, no mesmo espírito da regra atinente às práticas abusivas.
Nesse sentido, o art. 51 do CDC apresenta um rol de incisos que se traduzem 
em exemplos concretos de cláusulas consideradas abusivas, permitindo que outras 
cláusulas também irregulares sejam identificadas dentro da infinidade de cláusulas 
existentes ou que ainda poderão surgir no mercado. Para tanto, o “gatilho” utilizado 
pelo legislador é a expressão “entre outras” constante do caput do art. 51, abrindo 
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a possibilidade de que outras cláusulas consideradas abusivas no mercado de con-
sumo figurem dentro do escopo de proteção do CDC.
Questão 20 (FAURGS/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TJ-RS/2016) Acerca da pro-
teção do consumidor, assinale a alternativa correta.
a) Uma vez declarada a nulidade de determinada cláusula contratual, que tenha 
sido identificada como abusiva, isto necessariamente implica a nulidade de todo o 
contrato, uma vez tenha este sido celebrado com o consumidor.
b) No âmbito do CDC, acerca da desconsideração da personalidade jurídica 
da pessoa jurídica fornecedora, é contemplada apenas a “teoria maior”, se-
gundo a qual o juiz somente poderá aplicar esta medida quando, em detri-
mento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração 
da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. Esta 
desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de 
insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica, provocados 
por má administração.
c) O rol de cláusulas abusivas previsto no artigo 51 do CDC é do tipo aberto, per-
mitindo que outras situações que não estejam nele elencadas sejam também repu-
tadas ilícitas, recebendo o mesmo tratamento.
d) Conforme jurisprudência sumulada pelo Superior Tribunal de Justiça, em se 
tratando de contratos bancários havidos com consumidores, é cabível a revisão de 
ofício, pelo magistrado, de cláusulas abusivas.
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e) As informações negativas, relativas a inadimplemento de débitos por parte dos 
consumidores, não poderão ser fornecidas após o prazo de 3 (três) anos a contar 
da respectiva inscrição.
Letra c.
Na resolução dessa questão, o(a) candidato(a) deverá se atentar às regras gerais 
estabelecidas pelo CDC quanto à proteção contratual do consumidor, notadamente 
em relação às cláusulas contratuais abusivas.
Vejamos algumas das hipóteses que motivaram o legislador do CDC a já consi-
derá-las abusivas per se, fixando-as nos incisos do art. 51.
4.1.1. Do Impedimento de Indenização ao Consumidor
O inciso I, do artigo 51, do CDC, estabelece a nulidade de pleno direito das cláu-
sulas contratuais que impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do 
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem 
renúncia ou disposição de direitos, estabelecendo, ainda, que nas relações de con-
sumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica a indenização poderá ser 
limitada, em situações justificáveis.
A abusividade na limitação ou exoneração do dever deindenizar decorre, em 
primeiro lugar, naturalmente da característica cogente das normas do CDC, ou 
seja, do fato de serem normas “de ordem pública e interesse social”, sendo, por-
tanto, inafastáveis em virtude de qualquer disposição contratual.
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Um exemplo claro desse tipo de cláusula se mostra recorrente em contratos de 
compra e venda de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, no qual constam dizeres 
no sentido de que a troca do produto, mesmo em se tratando de vício, somente se 
dará no prazo de 48 horas ou de 03 dias após a data da venda, desconsiderando 
por completo as regras legais, portanto de ordem pública, atinentes à responsabi-
lidade pelo vício do produto e do serviço.
No tocante ao consumidor pessoa jurídica, a norma possibilita a limitação da 
indenização, desde que em situações justificáveis, levando em consideração o caso 
concreto, como, por exemplo, quando o consumidor apresentar, perante o forne-
cedor, uma condição patrimonial mais vantajosa, fazendo com que a limitação da 
indenização se atente ao equilíbrio dos contratantes na relação de consumo.
4.1.2. Da Retirada da Opção de Reembolso ao Consumidor
O inciso II, do artigo 51, do CDC, estabelece a nulidade de pleno direito das 
cláusulas contratuais que subtraiam do consumidor a possibilidade de reembolso 
da quantia por ele já paga.
A aplicação direta dessa regra se dá com frequência nos contratos que envol-
vem aquisição ou contratação de produto ou serviço à distância, nos moldes do § 
único, do art. 49, do CDC, que estabelece a possibilidade de o consumidor reaver os 
valores pagos a qualquer título, durante o prazo de reflexão (7 dias). O mesmo se 
aplica às hipóteses de restituição da quantia paga, monetariamente utilizada, nos 
casos envolvendo a responsabilidade pelo fato e por vício do produto e do serviço, 
nos termos dos artigos 18, § 1º, II; 19, IV e 20, II, todos do CDC.
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Sendo assim, qualquer cláusula contratual que de alguma maneira retire 
do consumidor a possibilidade de reaver a quantia já paga nos contratos de 
consumo, será considerada totalmente nula, não obrigando o consumidor no 
contrato celebrado.
4.1.3. Da Transferência de Responsabilidade a Terceiros
O inciso III, do artigo 51, do CDC, estabelece a nulidade de pleno direito das 
cláusulas contratuais que prevejam de alguma forma a transferência de respon-
sabilidades a terceiros, eis que a relação de consumo se desenvolve com base na 
confiança entre consumidor e fornecedor, na qualidade ou segurança de determi-
nados produtos ou serviços, sendo absolutamente injustificável a transferência de 
responsabilidade a terceiros.
Por óbvio, essa previsão não abarca as situações em que o fornecedor necessita 
contratar um seguro para o desenvolvimento de suas atividades, podendo a segu-
radora, de acordo com a maioria da doutrina consumerista, ser chamada a partici-
par de eventual processo judicial com vistas à garantia de indenização em virtude 
de lesão a direito do consumidor.
A aplicação direta dessa regra pode ser constatada em contratos que envolvem o 
transporte aéreo, sendo comum o estabelecimento de parcerias entre empresas 
aéreas para a realização do transporte dos consumidores. Entretanto, essa parceria 
fechada para aquele determinado trecho aéreo deve ser informada no momento da 
aquisição da passagem aérea, ficando claro ao consumidor que a empresa parceira 
é quem realizará o transporte, mesmo tendo adquirido a passagem do fornecedor 
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de sua confiança. Essa comunicação prévia permite ao consumidor a liberdade de 
escolha na contratação ou não daquele serviço, eis que a informação acerca do 
prestador direto do serviço estará disponível de forma clara.
Sendo assim, eventual cláusula inserida no contrato de consumo que permita à 
empresa indicar outro fornecedor para cumprir sua obrigação deverá ser conside-
rada nula, não obrigando o consumidor aos seus termos.
4.1.4. Das Cláusulas Incompatíveis com a Boa-Fé e com o Equilíbrio 
Econômico do Contrato
O inciso IV, do artigo 51, do CDC, estabelece a nulidade de pleno direito das 
cláusulas contratuais que estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, 
que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada ou sejam incompatíveis 
com a boa-fé ou a equidade.
A racionalidade desse inciso se completa com a inteligência do § 1º, do art. 51, 
do CDC, que define os limites do que o legislador considerou como vantagem exa-
gerada do fornecedor em relação ao consumidor, vejamos:
§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:
I – ofende os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertence;
II – restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de 
tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;
III – se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e 
conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Dessa forma, os princípios fundamentais a que se refere o legislador são repre-
sentados pela boa-fé objetiva, a equidade e o equilíbrio econômico dos contratos, 
pilares fundamentais da proteção contratual no CDC.
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Na análise da existência ou não de boa-fé objetiva na redação da cláusula con-
tratual, o julgador utilizará, além de critérios hermenêuticos, da verificação se de-
terminada cláusula tem o condão de criar deveres anexos e/ou limitar o exercício 
de direitos por parte do consumidor, sendo que, diante de qualquer um desses 
critérios na análise da cláusula, ficará evidenciada a sua abusividade.
Em relação ao necessário equilíbrio econômico dos contratos de consumo, é de 
suma importância destacar o posicionamento da 3ª Turma do Superior Tri-
bunal de Justiça no julgamento do REsp n. 1321655/MG, de relatoria do 
Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, no qual firmou-se o entendimento de que 
é abusiva a cláusula penal de contrato de pacote turístico que estabele-
ça, para a hipótese de desistência do consumidor, a perda integral dos 
valores pagos antecipadamente.
No mencionado julgamento, o Tribunal firmou entendimento de que não é possível 
falar em perda

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