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APOSTILA PREPARO PERIÓDICO DO SOLO

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA 
ÁREA DE MECANIZAÇÃO 
 
 
 
 
 
NOTAS DE AULA 
 
 
 
 
ASSUNTO: PREPARO PERIÓDICO DO SOLO 
 
 
 
 
 
 
 
DISCIPLINA ENG 116 – MÁQUINAS E 
IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS I 
 
PROF. NILSON SALVADOR 
 
 
 
 
 
 
JANEIRO/2012 
2 
 
PREPARO PERIÓDICO DO SOLO 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Segundo literatura específica, a prática do preparo do solo começou a ser praticado 
na Mesopotânea, há cerca de 2000 anos antes de Cristo. Inicialmente, era praticado o 
preparo manual, com o passar do tempo, ele foi substituido pela tração animal, onde se 
utilizava para isso ferramentas do tipo haste com formato apropriado, construidas 
primeiramente de madeira e posterormente de ferro. Um grande avanço no preparo foi 
quando, em 1760, foi inventado na Escócia o arado de aiveca metálico. Atualmente, o 
preparo periódico é mundialmente, praticado quase que na sua totalidade usando o trator 
como fonte de potência. 
 Um terreno com sua vegetação natural conserva por si só a sua fertilidade. Esta 
fertilidade premanente é dedido ao grande nímero de classes de plantas que crescem 
umas junto a outras e que em conjunto cobrem o solo, protejindo-o dos maiores 
inimigos da fertilidade: a radiação solar direta e o impacto de gotas. O primeiro 
contribui para a mineralização do solo, e o segundo tráz como consequência a erosão. 
O cultivo da terra é necessário para o fornecimento de alimentos e fibras aos seres 
humanos e outros animais, porém isso tem proporcionado: o culrivo de apenas um tipo 
de planta; a retirada da parte mais rica em nutrientes das plantas na colheita; a exposição 
da superfície do solo à luz e à chuva por períodos prolongados. A fertilidade do solo se 
baseia fundamentalmente na atividade das bactérias, algas e demais organismos do solo, 
que tranforman de tal maneira os materiais nutritivos em conteudos que podem ser 
diretamente absorvidos pelas raízes das plantas. 
A radiação solar direta mata as bactérias. Por isso, nos solos nús as partículas de 
terra da camada superficial se desfazem. A água capilar se evapora e a superfície do 
terreno fica seca. Os elementos menores são arrastados pela água das chuvas e 
conduzidas para as camadas inferiores do solo, entupindo os macroporos, impedindo a 
circulaçào de ar e a retirada do gás carbônico, prejudicando, desta forma, a vida dos 
microorganismos. 
A agricultura tem buscado compensar essas perdas por meio da rotação de 
culturas e da adubação. Um bom solo é aquele que, normalmente, é constituido de 50% 
em volume de materiais térreos; uns 25% de vazios maiores, capazes de permitirem a 
circulação do ar e; 25% de condutos capilares específicos para a circulação de água. 
Durante o preparo, uma série de variáveis são modificadas com a passagem das 
ferramentas ativas. Essas variáveis modificadas podem ser agrupadas em; 
a) Edáficas – caracterizam o tipo e o estado do solo. Dentro deste grupo 
encontram-se: a textura, a estrutura, o teor de matéria orgânica, fertilidade do terreno, 
porosidade, densidade, umidade, etc.; 
b) Mecânicas – somente se manifestam quando o terreno é submetido à ação do 
preparo. Dependem fundamentalmente das variáveis edáficas e também do teor de água 
no solo. São elas: - esfosço cortante (caracterizado pela coesão e ângulo de atrito 
interno); - resistência a compressão; - deformação, - adesão; etc.; 
c) De desenho das ferramentas – definem a morfologia das ferramentas de 
trabalho. Suas características geométricas influenciam grandemente na qualidade final 
do trabalho executado e no requerimento energético. Incluem-se neste item: curvaturas, 
ângulos de posição e de ataque, larguras, comprimentos, rugosidade do material de 
trabalho, etc.. 
3 
 
d) Globais – caracterizam-se no estado final do trabalho executado, tendo por base 
os objetivosdo mesmo, assim como das forças que atuam sobre as ferramentas ativas. 
Representam o resultado da inter-relação dos três grupos anteriores. Entre os mais 
importantes, temos: tamanho, forma e distribuição de agregados, rugosidade da 
superfície e afofamento. 
 A mobilização do solo, obtida através do preparo periódico, surge da 
necessidade que se tem de dar condições, as mais próximas às ideais, para que a 
cultura a ser implantada venha a desenvolver-se adequadamente. Entende-se por Solo – 
todo o meio material sobre o qual se baseia a produção de alimentos para a humanidade 
e é constituido por um complexo conjunto de fatores bióticos e abióticos que 
possibilitam a germinação de sementes, o desenvolvimento e a produção de vegetais. 
 Inicialmente as razões de se realizar o preparo periódico do solo foram para: 
melhorar a temperatura do solo; melhorar a absorção e a retenção de água; melhorar a 
fertilidade do solo e; reduzir o impedimento mecânico. Com o tempo, outras razões 
foram acrescentadas, tais como: controlar plantas daninhas; incorporar plantas e 
resíduos vegetais; controlar insetos e doenças; preparação de leito de semeadura; 
incorporar fertilizantes e corretivos; configurar a superfície do terreno para permitir a 
execução de determinadas operações, tais como: plantio, irrigação, colheita mecanizada, 
etc. e; reduzir a erosão do solo por meio da execuçào das operações seguindo as curvas 
de nível do terreno e também por deixar a superfície com sulcos perpendiculares ao 
escorrimento das águas. 
 
1.1 Efeitos do preparo periódico do solo sobre 
 Busca-se com o preparo periódico do solo, proporcionar um ambiente favorável á 
germinação, crescimento, desenvolvimento e produção de uma determinada espécie 
vegetal, o que será possível melhorando-se as condições do solo no que diz respeito a 
sua capacidade de absorção e retenção de água, seu arejamento, e sua fertilidade, a qual 
pode ser traduzida por uma adequada atividade biológica. Essas condições ideais serão 
obtidas a partir do momento em que através da mobilização do solo, sejam controladas 
as plantas que concorrerão com a cultura em termos de luminosidade, umidade, 
nutrientes e espaço. Isso é considerado, principalmente, pelo corte da vegetação 
presente, incorporação de suas partes aéreas e exposição do seu sistema radicular, 
permitindo que elas também sirvam como adubação verde, o que proporciona a 
reestruturação do solo, melhoria de suas condições de arejamento e umidade, nutrientes 
e espaço. Pois, se o solo foi peparado corretamente, ele passará a ter mais macroporos e 
com os poros melhor distribuidos. Consequentemente com maior capacidade de 
armazenamento de água, ar e nutrientes, com mais ação microbiana, proporcionando 
também a melhoria da fertilidade. Da mesma forma, a resistência á penetração das 
raízes das plantas é minimizada, permitindo que elas venham a se deslocar mais 
facilmente absorvendo, assim, uma maior qualidade dos nutrientes presentes no solo. 
É evidente que o preparo do solo feito erroneamente acarreta problemas, de tal 
forma que mesmo os solos mais férteis poderão torna-se improdutivos. Os problemas de 
um mau preparo são trazidos pela sua desestruturação, a qual proporciona dificuldades 
ao desenvolvimento radicular da planta, encharcamento rápido e formação de uma 
camada de solo compacta a uma determinada profundidade, chamada pe-de-arado ou 
pe-de-grade. Esses fatores facilitam o processo erosivo e dificultam muitas vezes o 
desenvolvimento do sistema radicular de plantas. 
4 
 
 O pe-de-arado origina-se pela passagem do arado sempre a uma mesma 
profundidade de trabalho ao longo de vários anos. Sua formação faz com que o solo 
tenha diminuída sua capacidade de retenção e absorçãode água, saturando-se 
rapidamente, já que a água é impedida de atingir as camadas mias profundas. Isso faz 
com que as plantas sejam prejudicadas por falta de ar, pois os poros passam a ser 
ocupados por água. Da mesma forma, o rápido encharcamento do solo facilita, em casos 
de chuva intensa, o escorrimento da camada superficial do solo, a qual é, geralmente, a 
mais fértil. 
 O excesso de preparo secundário faz com que o solo fique totalmente 
desestruturado superficialmente, ocasionando menor aeração e menor capacidade de 
absorção, devido a microporosidade. Isso facilita a ação dos agentes erosivos, chuva e 
vento, e propicia maior compactação do solo, visto que, muitas vezes na ocasião de 
ocorrência de chuvas, forma-se uma crosta compacta na sua superfície, dificultando que, 
nas próximas chuvas, a água venha á penetra-lo. Quando isto ocorrer, poderá haver, 
também uma maior dificuldade para a emergência das plântulas, caso já se tenha feito a 
semeadura. Concomitantemente, abaixo da profundidade de trabalho dos discos da 
grade, na camada subsuperficial, forma-se uma zona compactada, reduzindo a 
infiltração de água no solo, fazendo com que ele fique rapidamente saturado, 
ocasionando os mesmos problemas verificados anteriormente. Portanto, o preparo 
periódico do solo tem efeito no: 
 Consumo energético, tempo de operação e capacidade de trabalho das máquinas; 
 Rugosidade superficial; 
 Cobertura do solo; 
 Densidade, resistência a penetração e porosidade; 
 Fertilidade; 
 Propriedades hídricas; 
 - Infiltração; 
 - Retenção; 
 - Evaporação; 
 Temperatura do solo; 
 Agregados; 
- Distribuição dos tamanhos 
- Estabilidade 
 Germinação e emergência; 
 Incidência de plantas daninhas; 
 Produtividade das culturas. 
 
 
a) O consumo de energia, tempo de operação e capacidade de trabalho. 
- compactação; 
- tipo de equipamento; 
- número de operações; 
- seqüência das operações; 
- sistema de preparo; 
- regulagens. 
 
b) A rugosidade superficial do solo. 
- profundidade de operação ou de mobilização; 
5 
 
- tipo de ferramenta utilizada; 
- tipo de equipamento; 
- sistema de preparo. 
 
c) A cobertura do solo 
- tipo de equipamento; 
- regulagens; 
- número de operações secundárias; 
- sistema de preparo do solo; 
- profundidade de operação. 
- 
d) A densidade, resistência à penetração e porosidade. 
- textura; 
- estrutura; 
- teor de matéria orgânica; 
- preparo em anos anteriores; 
- práticas de manejo. 
A densidade do solo influi na disponibilidade de oxigênio, na compactação e na 
resistência mecânica. A densidade expressa a relação entre a massa e o volume total de 
uma amostra de solo seco. Para a maioria das plantas cultivadas, o volume limitante de 
aeração é de 10%. O preparo reduz a densidade, a resistência à penetração e aumenta a 
porosidade. A densidade e resistência são cíclicas, isto é, diminuem com o preparo e 
posteriormente seus valores voltam a aumentar, devido a desagregação dos agregados e 
ao rearranjamento das partículas, em função do ressecamento das mesmas. 
- 
d) A fertilidade 
- disponibilidade de nutrientes; 
- superfície de contato dos agregados; 
- suprimento de água; 
- incorporação de fertilizantes; 
- incorporação de calcário. 
 
e) As propriedades hídricas 
- na infiltração 
- na retenção 
- na evaporação 
 
f) A temperatura - A temperatura é uma das características mais importantes solo, 
devido aos seus efeitos sobre o crescimento e desenvolvimento de vegetais. 
Diretamente, afeta a germinação, a emergência, o crescimento radicular, a absorção de 
nutrientes e o desenvolvimento de plantas. Indiretamente, afeta o teor de água, a 
aeração, a estrutura, a disponibilidade de nutrientes e decomposição de resíduos 
vegetais, (WIERENGA et al, 1982). 
A temperatura do solo depende de condutividade térmica e da capacidade de calor 
volumétrica, bem como da quantidade de calor que incide e que é emitida na superfície 
do solo (BEAUMER & BAKERMANS, 1973). Neste sentido, a rugosidade e a 
cobertura com resíduos são importantes. 
6 
 
Em geral a germinação é melhor em solos onde a temperatura se encontra entre 18 e 
24
o
C. A temperatura mínima que pode ocorrer a germinação é muito variável em função 
da cultura, como exemplo, para a cevada e o trigo é de 3,5
o
C e para o milho é de 9
o
C. Já 
o crescimento de plantas é melhor para temperaturas próximas de 25
o
C. 
A temperatura do solo depende da insolação que recebe e absorve. A temperatura do 
solo depende da condutividade térmica do solo (densidade e umidade); do calor 
específico do solo (umidade e composição do solo) e; da radiação recebida (ângulo de 
incidência dos raios solares, natureza da cobertura superficial e altitude). 
 
g) Os agregados - De acordo com JORGE (1986), a estrutura do solo, proveniente 
da agregação dos componentes sólidos, influencia os vegetais de diversas maneiras, 
regulando a aeração, o suprimento de água, a penetração das raízes, a disponibilidade de 
nutrientes, a atividade biológica e a temperatura do solo. Segundo OJENIYI & 
DEXTER (1979), o conteúdo de água ótimo para produzir maior número de agregados 
pequenos e a mínima quantidade de poros grandes, nas operações de preparo primário, 
está em torno de 90% do limite plástico inferior. 
O solo deve ser preparado quando sua consistência se encontra no estado de 
sazão. Em geral, isso acontece nos solos argilosos quando os teores de água estão em 
torno de 70% da capacidade de campo, isto é de, aproximadamente, 25%. 
Neste item é importante: A distribuição dos tamanhos e a estabilidade dos 
agregados. 
 
h) A germinação e a emergência de plântulas- A germinação somente é obtida 
quando o suprimento de água e oxigênio, além da luz e temperatura forem apropriados. 
A perda de água, o contato solo-semente, a presença desuniforme de resíduos na 
superfície do solo afeta a profundidade de semeadura e a germinação naqueles sistemas 
de preparo que mobiliza ao mínimo o solo como o conservacionista, o que compromete 
a produtividade das culturas. Por outro lado, esse preparo ajuda na produtividade em 
anos de baixa precipitação, haja vista a maior retenção de água proporcionada pela 
presença de resíduos vegetais na superfície do solo. 
O manejo conervacionista, mesmo que em anos chuvosos afete a produtividade, 
pode ser vantajoso por contribuir na redução das perdas de solo por erosão, redução no 
custo de produção pela redução do número de equipamentos e de operações, bem como 
na redução dos gastos com combustível. 
Em anos chuvosos, com a cultura bem conduzida a produtividade, no sistema de 
preparo conservacionista, pode superar à obtida no sistema convencional em até 30%. 
Para ARNDT (1965), a energia proveniente do impacto das gotas de chuva ou de 
irrigação, causa a ruptura das ligações entre as partículas na superfície do solo, 
provocando a redução do diâmetro dos agregados, seu deslocamento para as depressões 
do microrelevo e sua compactação. Conseqüentemente, a superfície do solo tende a 
tornar-se mais nivelada e coberta por uma camada contínua de partículas finas e 
compactadas, denominada crosta superficial. Esta conduz a diversos problemas, como a 
redução da taxa de infiltração de água e do volume de água armazenado no solo, 
maiores perdas de solo por erosão e redução da taxa de difusão de gases, o que pode 
afetar a respiração das sementes em germinação e das plântulas emergentes. A crosta 
representa impedimento mecânico para a germinação das plântulas, retardando a 
emergência e reduzindo a densidade de plantas na lavoura. 
7 
 
O excessivo destorroamento do solo, aliado ao tipo de solo e variações térmicas epresença de precipitações afetam consideravelmente o encrostamento. 
 
i) As plantas daninhas - Os sistemas de preparo podem interagir com as 
condições ambientais e interferir na dinâmica das populações de plantas daninhas, 
resultando em alterações do comportamento das comunidades infestantes. As operações 
de preparo superficiais, segundo SEGUY et al (1984), colocam as sementes de plantas 
daninhas em condições ideais de germinação, enquanto que o preparo profundo dificulta 
a germinação por deixar o banco de sementes em condições desfavoráveis. O sistema, a 
profundidade de preparo e a rotação e manejo de culturas têm grande importância no 
controle das infestações, assim como na eficiência dos herbicidas (PPI e pré-
emergentes). 
 
j) A produtividade das plantas -VIEIRA (1984) relata que os efeitos do sistema de 
preparo sobre o desenvolvimento e produtividade das culturas variam muito, 
dependendo das condições edafoclimáticas, e que entre sistemas de preparo com 
revolvimento do solo as diferenças não têm sido significativas. 
 
1.2 Conceito de Preparo periódico do solo - pode ser definido como a manipulação 
física, química ou biológica do solo, buscando atingir as condições para a germinação 
de sementes, emergência de plântulas, bem como para o estabelecimento e para o 
desenvolvimento de plantas cultivadas. Segundo Mialhe (1974) o preparo peródico do 
solo pode ser distinguido em: preparo primário e; preparo secundário. 
 Preparo primário: São as operações iniciais de mobilização da camada de 
solo na qual se desenvolverão as raízes das plantas, visando a criação de melhores 
condições físicas e químicas para o crescimento e produção da cultura. Essa operação, 
normalmente, é executada por arados (de aivecas ou discos), escarificadores, enxadas 
rotativas e grades agrícolas pesadas. 
 Preparo secundário: Trata-se do nivelamento e destorroamento da camada de 
solo que já sofreu o preparo primário, a fim de que se tenha facilitada a semeadura; é 
indicado que seja executado pouco tempo antes da semeadura. Os equipamentos 
utilizados neste tipo de operação são principalmente, as grades (de dentes ou discos)e, 
em alguns casos, os rolos destorroadores e enxadas rotativas. 
 
1.3 Sistemas de preparo - O tipo de equipamento utilizado, o número e a sequência 
das operações caracterizam o sistema de preparo. Os sistemas de preparo são: 
Convencional; 
Mínimo ou reduzido; 
Conservacionista e; 
Semeadura direta. 
 O sistema de preparo convencional é caracterizado, em quase todo o país, como 
aquele realizado com uma aração (preparo primário) e duas gradagens (preparo 
secundário), conforme ilustra a figura 1. 
 
8 
 
 
FIGURA 1 – Solo preparado pelo sistema convencional. 
 
 O sistema de preparo conservacionista, caracteriza-se pela pouca mobilização do 
solo, de forma que dos resíduos existentes, seja mantido após o preparo, pelo menos 
30% na superfície do terreno, para ajudar na proteção e manutenção das boas condições 
do solo, figura 2. Esse sistema de preparo, normalmente é ralizado com escarificadores, 
os quais não fazem a inversão do solo e, nem tampouco tem grande capacidade de 
incorporação de resíduos vegetais, como os arados. Para AMBROSI & ZENTNER 
(1991), o sistema de preparo conservacionistas contribui para manter ou até 
aumentar a produtividade e amenizar os riscos ambientais, enquanto que a rotação de 
culturas contribui para diminuir o risco econômico. 
 
 
FIGURA 2 - Preparo de solo no sistema conservacionista, usando escarificador. 
9 
 
 
 O sistema de preparo de cultivo mínimo ou reduzido caracteriza-se pela mínima 
atividade de mobilização do solo, de forma a procurar fazer um preparo primário não 
muito intenso, sendo que, muitas vezes, numa mesma passada, executam-se o preparo 
primário e o secundário, figura 3, a fim de se evitar problemas de erosão, tanto eólica 
quanto hídrica, compactação superficial e a desagregação total do solo, que se deve, 
principalmente, ao excesso de preparo. 
 
 A semeadura direta é uma técnica que vem aumentando expressivamente no Brasil 
e, que por sua vez, busca mobilizar o mínimo possível o solo e obter uma maior 
economia de combustível, na qual, normalmente, faz-se a implantação de uma cultura 
para se proteger o solo (cobertura) e após a aplicação de produtos químicos 
(dessecantes) ou após o corte do mato através da passagem de um rolo-faca ou roçadora, 
cria-se as condições para a semeadura, que neste caso, é realizada com semeadora 
específica, figura 4. 
 Pelo exposto, a escolha dos equipamentos, do número de operações e, 
consequentemente do sistema de preparo periódico a ser adotado, permitirá partir de 
uma condição inicial e chegar numa condição final, desejável para o desenvolvimento 
produtivo da cultura que se está sendo implantanda, figura 5. Se escolhido e realizado 
corretamente, inúmeras vantagens serão obtidas, caso contrário, prejuízos incalculáveis 
poderão advir. 
 
 
FIGURA 3 – Preparo do solo no sistema de cultivo mínimo, com aração e 
destorroamento conjuntamente. 
 
10 
 
 
FIGURA 4 – Cultivo de soja em sistema de semeadura direta. 
 
 
 
FIGURA 5 – Caracterização da operação de aração com aivecas. 
 
 
1.3 Classificação das máquinas e implementos de preparo do solo 
 Pode-se classificar as máquinas e implementos de preparo do solo da seguinte 
maneira: 
 
a) Quanto á fonte de potência 
 Tração animal: São as máquinas ou implementos de preparo do solo que utilizam, 
como fonte de potência, animais de tração. 
 Tração mecânica: São as máquinas ou implementos de preparo do solo que 
utilizam fonte de potência mecânica. 
 
b) Quanto ao engate á fonte de potência 
 De arrasto: São máquinas ou implementos de preparo do solo cujo acoplamento à 
fonte de potência ocorre através de um único ponto. No caso de usar-se um trator como 
elemento tracionante, este acoplamento dá-se por meio da barra de engate para tração. 
11 
 
 Montados: são máquinas e implementos de preparo do solo nos quais a união ao 
elemento tracionante dá-se por meio de três pontos. A união à fonte de potência (trator) 
é feita pelo sistema de engate de três pontos do trator. 
 Semimontados: são máquinas ou implementos de preparo do solo nas quais o 
acoplamento à fonte de potência ocorre em dois pontos. Em tratores, este acoplamento 
dá-se através dos dois braços inferiores de sistema de engate de três pontos, sendo que a 
parte traseira do equipamento é sustentada por uma ou mais rodas. 
 
c) Quanto à aplicação 
 Máquinas e implementos para preparo primário do solo: são aqueles destinados 
à realização das operações iniciais de mobilização do solo. Como exemplos destes 
equipamentos, pode-se citar: arados, grades agrícolas de discos pesadas e 
intermediárias, escarificadores, enxadas rotativas e subsoladoras. 
 Máquinas e implementos para preparo secundário do solo: são equipamentos 
cuja função principal é nivelar e destorroar o solo mobilizado pelas máquinas e/ ou 
implementos de preparo primário. São elas: grades agrícolas de discos intermediárias ou 
médias, grades agrícolas de discos leves, grades agrícolas de dentes e enxadas rotativas. 
 Máquinas e implementos para sistematização e conservação do solo: são as 
máquinas e implementos agrícolas utilizados para realização dos trabalhos 
complementares de preparo do solo, que vem, em muitos casos, também visam a sua 
conservação. São exemplos destes equipamentos: sulcadores, valetadoras, plainas, 
lâminas, rolos compactadores e entaipadoras. 
 
 
1.4Teoria geral da aração 
 A fim de seja possível identificar-se e diferenciar-se o que vem a ser preparo do 
solo do que seja a aração, torna-se necessário o conhecimento da Teoria geral da 
aração, a qual se baseia em alguns princípios, que são: 
 
- necessidade de reestruturação da camada arável; 
- melhoria da aeração e umidificação do solo; 
- homogenização das condições de fertilidade do solo; 
- controle das plantas concorrentes com a cultura a ser implantada, principalmente 
através do enterrio de suas partes aéreas; 
- controle de insetos, seus ovos, larvas e ninhos. 
 
A teoria geral da aração prevê que o arado deverá cortar uma fatia de solo 
(leiva) de secção retangular, elevá-la, fraturá-la e volteá-la até uma nova posição, que 
deverá formar em ângulo de aproximadamente, 135º com a sua posição inicial, 
conforme se observa na figura 6. É evidente que na prática essa posição será variável, 
tendo-se em conta a relação existente entre a largura e profundidade de trabalho do 
arado, a velocidade de deslocamento do conjunto trator/arado, dentre os outros. 
 O valor de 135º para o ângulo de inversão da leiva é desejado porque vêm a ser 
aquele que permite uma maior faixa de exposição desta aos agentes externos, que 
permitirão uma melhor decomposição de uma matéria orgânica, além de facilitarem a 
quebra do solo através das diferenças de temperatura ocorridas entre o dia e a noite, bem 
como através da ação do impacto da gota da chuva sobre ele. 
 
12 
 
 
FIGURA 6 – Maneira como se processa o tombamento lateral da leiva, conforme a 
Teoria Geral da Aração. 
 
 A aração portanto, preconiza a mobilização do solo, de forma a invertê-lo 
parcialmente, criando assim, condições adequadas à aeração, umidificação , 
homogeneização da fertilidade e combate as plantas concorrentes e insetos prejudiciais. 
Dessa forma, nota-se que toda a aração vem a ser um preparo de solo, mas nem todo 
o preparo de solo é uma aração. Está idéia é importantíssima, pois, muitas vezes, estes 
conceitos são confundidos, o que leva a maioria das pessoas, quase que sempre, a falar 
em fazer-se uma aração mesmo quando são utilizados outros implementos ou máquinas 
de preparo do solo, que não os arados. 
 
 
1.5 ARADOS 
 O arado é a máquina ou implemento agrícola
1
 constituído de um ou mais órgãos 
ativos capaz, de executar, simultaneamente, corte, elevação, fraturamento e inversão 
parcial da leiva. É sua função realizar as operações primárias de preparo do solo. 
Portanto, com a utilização dos arados, busca-se controlar as plantas que concorrerão 
com a cultura a ser implantada em termos de espaço, fertilidade, umidade e 
luminosidade, bem como propiciar, ao solo, melhores condições de aeração, infiltração, 
armazenamento de água e homogeneização da fertilidade. 
 
1.5.1 Classificação 
 Os arados podem ser classificados segundo vários aspectos, que são: 
 
a) Quanto ao tipo de órgão ativo 
 Arados de aivecas: São os implementos agrícolas cujo o corpo de arado é 
constituído por relha, aivecas e costaneira, fixadas a uma coluna, devendo 
apresentar facão ou sega circular. 
 Arados de discos: São máquinas agrícolas cujo corpo de arado é constituído 
por disco e cubo fixados a uma coluna, possuindo roda estabilizadora. 
 
b) Quanto à fixação dos órgãos ativos 
 
1
 Segundo Mialhe (1974), o termo máquina agrícola refere-se a um conjunto de órgãos constrangidos em 
seus movimentos por obstáculos fixos de resistência suficiente para transmitir o efeito de forças e 
transformar energia( arado de disco, semeadora, trator, motor,etc.); enquanto que implemento agrícola é 
um conjunto constrangido de órgãos que não apresentam movimentos relativos, não tendo capacidade de 
transformar energia e sendo, seu único movimento o de deslocamento (arado de aiceca, sulcador, grade de 
dentes,cultivador de enxadinhas,etc.). Ferramentas são elementos que compõemuma máquina ou 
implemento (disco, aiveca, relha,rastro, ponteira, facas, etc.) ou apetrechos manuais (enxada, 
foice,martelo, Chade de fenda, etc.). 
13 
 
 Independentes: São arados cujo o corpo é acoplado, individualmente, ao 
chassi, formando ângulo horizontal com a direção de deslocamento e ângulo 
vertical diferente de zero. 
 Interdependentes: São arados compostos de um conjunto porta discos, 
formando ângulo horizontal com a direção de deslocamento e ângulo vertical 
igual a zero. 
 
c) Quanto à reversibilidade 
 Arado fixo: arado no qual os corpos de ardo são fixos movimentando a leiva 
somente para a direita. 
 Arado reversível: arado no qual os corpos de ardo são reversíveis, 
movimentando a leiva tanto para a direita quanto para a esquerda. 
 
2. Arados de aivecas 
 Os arados de aivecas são implementos agrícolas constituídos por uma superfície 
torcida (aivecas), uma borda afilada (relha) e uma extensão inferior (costaneira). As 
quais são fixadas a uma coluna, devendo possuir, também um facão ou sega circular. 
Desde que bem projetado e construído este implemento é capaz de realizar um trabalho 
de preparo do solo (aração) de excelente qualidade, dentro do que preconiza a Teoria 
Geral da Aração, já que é capaz de cortar, fraturar e inverter, parcialmente, a porção de 
solo, denominada de “leiva”. 
 
 2.1 - Classificação dos arados de aiveca 
 Os arados de aiveca podem ser classificados da seguinte forma: 
a) Quanto a fonte de potência: 
- tração animal, (figura 7); 
- tração mecânica, (figura 8). 
Considerando a disponibilidade de equipamentos no mercado para aplicação na 
agropecuária, as facilidades atuais para aquisição desses equipamentos, o baixo 
rendimento da tração animal, entre outros fatores, a tração animal vem sendo praticada 
somente em situações bem específicas ou em pequenas áreas de exploração agrícola, 
principalmente naqueles locais onde a tração mecânica é dificultada em função da 
declividade. O rendimento da tração mecânica é bem maior, quando comparado a tração 
animal de mesma faixa de potência, e devido à capacidade trativa da tração mecânica 
pode-se produzir muito mais trabalho na unidade de tempo, com melhor qualidade, 
menor custo/benefício e maior rapidez. 
14 
 
 
FIGURA 7 – Arado de aiveca tração animal: 1- rabiças; 2- timão ou apo; 3- aiceca; 4- 
roda de profundidade e; 5- cabeçlho. 
 
 
b) Quanto ao acoplamento: 
- arrasto; 
- montado; 
- semi-montado. 
 Os arados montados, são também chamados de arados integrais, haja vista que 
ele e a fonte de potência operam como uma só unidade. Esses arados operam 
hidrailicamente, são fáceis de ser manejados ou operados, principalmente em áreas 
pequenas. 
 Os arados de arrato, são presos ao trator apenas por um pino da barra de tração, 
conferindo-lhes maior independência da fonte de potência em relação aos arados 
montados. Embora sejam fáceis de oprar, devido a esta independência, exigem mais 
conhecimento do operador para proceder as regulagens normais. Para o seu 
abaixamento e levantamento durante as manobras de cabeceira, os arados mais atuais 
são equipados com sistema hidráulico de engate rápido e de cilindros externos. Possuem 
maior número de corpos, têm maior comprimento, principalmente quando se consirera o 
conjunto trator-arado, o que dificulta o seu transporte e requer mais área para manobras 
de cabeceira. Por essas razões e por possuir maior capacidade de trabalho, são indicados 
para trabalhos em grandes áreas. 
 Os arados semi-montados são um mixto entre os montados e de arrasto. São 
acoplados ao trator somente pelas duas barras delevante do sistema hidráulico de três 
pontos, onde buscou-se reunir, nesse equipamento, as vantagens do arado montado e do 
arado de arrasto. Com isso, trata-se de um arado de capacidade de trabalho 
intermediária. É pouco usado no Brasil. Durante as manobras de cabeceira, a parte da 
frente do arado é erguida pelos braços de levante do sistema hidráulico do trator , 
enquanto a parte traseira desliza verticalmente para cima sobre o eixo de sustentação da 
roda traseira. 
15 
 
 
 
 
FIGURA 8 – Arado de aiveca de tração mecânica, reversível e de arrasto. 
 
FIGURA 9 – Arado de aiveca de tração mecânica, fixo e semi-montado. 
 
 c) Quanto ao movimento do orgão ativo: 
- fixo; 
- reversível. 
Os arados fixos tombam a leiva somente para uma direção, normalmente para a direita. 
Os arados reversíveis têm os corpos dispostos de tal forma que após serem manejados 
para tombar a terra para um lado numa passada , são manejados novamente ao iniciar a 
passada de volta, de forma os corpos do arado mudem de posição para que possam 
tombar a leiva para o mesmo lado, permitindo dessa forma que na aração de uma área se 
tenha as leivas tombadas apenas para um lado. 
 
d) Quanto ao número de orgãos ativos: 
- monocorpo; 
- multicorpos. 
 
16 
 
O número de corpos do arado determina sua capacidade de trabalho, em termos de 
produção. Normalmente, o arado com apenas um corpo (monocorpo) é usado para 
pequenos tratores, onde a potência disponível é limitada ou então, para traç 
 
2.2 – Constituição dos arados de aiveca 
Os arados de aiveca montados são constituidos de: chassi; dispositivos de 
acoplamento; coluna; corpo (aiveca, relha, rastro ou costaneira); mecanismos de 
segurança e de regulagens e; acessórios (sêga, mini-aiveca, roda de controte de 
profundidade, extensão posterior da aiveca, extensão superior da aiveca, cobridor de 
hervas, cortador de raizes e diopositivos de segurança). 
O chassi é a parte estrutural e mais resistente do arado de aiveca, que serve para 
dar sustentação a todos componentes que integram o arado. As colunas unem o corpo 
do arado ao chassi. Os arados de arrasto são constituidos, além dos itens já mencionados 
para os arados montados, de roda de direção, roda de sulco e roda de terra. Nesses, o 
dispositivo de acoplamento se trata de um cabeçlho que se prende à barrade tração do 
trator. Os dispositivos de regulagens e nivelamentos encontram-se no próprio arado ( 
placa vertical, barra transversal, barra de direcionamento, manivelas para regulagem de 
profundidade e de nivelamentos). 
As categorias de engate do arado ao trator, encontradas no mercado são: 
Categoria I (para arados com até 3 corpos); categoria II e III (para arados com 4 ou 
mais corpos). 
. Quando bem projetado não necessita de peso adicional para penetrar no solo, 
devido ao formato do corpo do arado e à chamada “sucção vertical”, a qual lhe confere 
excelente capacidade de penetração. 
 
FIGURA 10 – Arado de aiveca com seus componentes. 
 
17 
 
 
 
FIGURA 11 – Corpo de arado de aivecas: A) relha; B) aiveca; C)rastro ou costaneira; 
D) talão do rastro ou costaneira; E) suporte. 
 
 
 
 
2.2.1 – Aiveca 
Estes arados são caracterizados por uma superfície torcida, denominada aiveca 
(figura 12), a qual é responsável pela continuidade da elevação e da torção iniciada pala 
relha, fraturamento e a inversão parcial da leiva, colocando-a laterlmente em sua 
posição definitiva. Pode-se caracterizar a aiveca através de dois setores. O inicial que é 
responsável pela continuação da elevação e fragmentação da leiva, iniciada pela relha, 
denominado de “frente”, já o setor final, denominado de “ala” , tem a função de 
concluir a inversão parcial e o fraturamento da leiva, depositando-a lateralmente em 
sulco contiguo. A forma da ala da aiveca e a velocidade de deslocamento influenciarão 
fortemente no aiveca cumprimento principal da aiveca, que é a inversão e o 
lançamento lateral da leiva, de forma mais ou menos suave. Além do corte, elevação 
inversão da leiva, também tem sido objeto de preocupação para o projeto da aiveca, o 
fácil deslizamento do prisma de terra sobre sua superfície, a boa cobertura dos restos 
vegetais, a velocidade operacional e o grau de inversão, entre outos. 
 
 Tipos de aiveca 
A qualidade da inversão provocada na leiva caracteriza o formato da aiveca. Não 
obstante a diversidade existente de tipos, pode-se reunir as aivecas usadas no Brasil, 
Figura 8, em: cilindrica, helicoidal e as cilindrica-helicoidal. Essas aivecas, segundo 
Ortiz-Cañavate & Hernanz (1998), possuem uma relação comprimento (L)/altura (H), 
Figura 9. 
 
 
 
 
18 
 
FIGURA 12 – Vistas lateral e superior dos diversos tipos de formatos de aivecas. A) 
cilíndrica; B) helicoidal; C) mista. 
 
 
 Cilíndricas – As aivecas deste formato iniciam o giro da leiva, sendo ele 
completo devido a força da gravidade e devido a isso ocorrem várias tensões no prisma 
de solo, provocando o seu maior fraturamento, o que proporciona uma boa porosidade e 
capacidade de armazenamento de água, além de deixar a superfície do terreno com 
menor rugosidade. Este tipo de aiveca adapta-se bem a solos leves, haja vista seu menor 
tempo gasto em todo o processo de aração, isto é, do corte à liberação da leiva invertida. 
Nos solos leves, a inversão e liberação da leiva deve ocorrer rapidamente devido ao 
risco de fragmentação do prisma de terra e do mesmo voltar a ocupar seu lugar no sulco. 
Daí a razão das aivecas cilindricas terem maior largura em relação a altura, com grande 
ângulo de liberação da leiva (45° e 47°), comparativamente aos demais tipos 
mencionados e serem indicadas para baixas velocidades. 
 
 Helicoidais – As aivecas deste formato fazem com que a leiva de um giro 
completo, proporcionando sua inversão parcial. São indicadas para solos pesados ou 
compactados e úmidos, onde o excesso de água da chuva possa ocasionar problemas de 
encharcamente e naqueles casos em que se faz necessário um maior enterrio da 
cobertura vegetal. A grande coesão superficial existente nesses solos permite um maior 
tempo de contato da leiva com a superfície da aiveca sem risco de fragmentação. Daí a 
razão da largura de seu corpo ser bem menor que o seu comprimento, o que possibilita 
uma inversão mais suave do prisma de terra. Essa aiveca produz leivas de arestas mais 
vivas, ficando o solo com uma maior superfície exposta ao sol, facilitando a secagem 
rápida dessa superfície. O ângulo de liberação da leiva é menor (24° a 28°) e a 
velocidade operacional pode chegar a 9 km/h. Prara operar a maiores velocidades de 
deslocamento tem-se diminuido o ângulo de liberação da leiva, no projeto do arado. 
Nesse caso, o conjunto relha e aiveca resulta num triedro com ângulos pequenos ou 
pronunciados (α e β), onde o lado inferior forma uma cunha (vista superior); o lado 
lateral oposto ao de tombamento da leiva forma outra (vista lateral) e; interligando estas, 
tem-se uma superfície que pode ser obervada laterlmente do lado da terra já arada. 
Relacionando a largura (l) com o comprimento (L) do corpo do arado, observa-se que 
esse resultado é menor para a aiveca helicoidal, haja vista seu menor ângulo de 
liberação ou de saída da leiva, figura 13. 
19 
 
 
 
 
FIGURA 13– Aração a tração animal, com aiveca helicoidal e,distância necessária para 
inversão da leiva com as aivecas helicoidal e cilindrica. 
 
 Cilindróide – Também chamada de universal, mista ou cilindrico-helicoidal. 
trata-se da união entre uma aiveca deformato cilíndrico na sua porção inicial com outra, 
de formato helicoidal na sua parte final. É o modelo mais utilizado para tração motora. 
 
 
FIGURA 14– Características de uma aração com aivecas cilindricas. 
20 
 
 
 
 
 
FIGURA 15 – Relação comprimento (L)/altura (H) da aiveca: - cilindrica L/H=0,7 a 
0,8; - helicoidal L/H=1,1 a 1,4 e; - cilindroide L/H=0,8 a 1,0. 
 
 O comprimento total do corpo do arado acompanha a relação L/H, isto é, para 
um maior valor de de L/H tem-se um maior comprimento de corpo. Já a largura do 
corpo do arado, normalmente, diminui à medida que a relação L/H aumenta. 
 Existem, ainda, aivecas de formatos especiais para trabalhos a grandes 
velocidades e em solos com alto teor de argila e umidade, extremamente pegajosos. 
Para este último caso, recebem o nome de aivecas de lâminas ou de superfície 
descontínua. Como o prisma de terra argiloso e úmido é mais aderente sobre a 
superfície da aiveca ele fica, com isso, mais tempo deslizando sobre a superfície. Por 
outro lado, sabe-se que grande parte do esforço tratório deve-se ao atrito so solo com a 
superfície da aiveca. Sabendo-se que a leiva constituida de solo pegajoso é capaz de 
ficar mais tempo em contato com a superficie sem se desfazer e com e com grande 
possibilidade de aderir à mesma, aliada a necessidade de redução do esforço tratório 
surgiu a aiveca descontínua. Como nesse tipo de aiveca a área de contato com o solo é 
menor, o esforço de tração reduz,e a adesão solo/metal também diminui, sem que o 
prisma de terra se desfaça. Todavia, a maior pressão de contato do solo na superfície 
aumenta, o desgaste da peça também aumenta, necessitando com isso mais manutenção. 
 
 
FIGURA 16 - Aivacas: contínua, com a parte frontal substituível e; descontínua. 
 
 
Como a aiveca vem a ser a parte mais importante do arado e responsável pela 
correta inversão da leiva, talvez seja o componente mais estudado. Apesar disso, não 
existe uma aiveca que trabalhe bem em todos os tipos de solo, já que cada solo possui 
condições próprias. Desta forma, existe sempre um tipo específico de aivéca, que atende 
melhor as especificidades do terreno em conformidade com a qualidade do trabalho 
desejado. 
21 
 
 
 Perfil da aiveca 
A medida que a leiva vai deslizando sobre a aiveca sua inversão vai se concretizando. A 
suavidade e qualidade dessa inversão, como dito anteriomente é influenciada pela forma 
e velocidade de deslocamento da aiveca. Além disso, os maiores ângulos da parte 
posterior da ala tem papel importante. No perfil da aiveca existem quatro partes 
fundamentais, cujas funções são: 
 ÓA – bordo da parede do sulco. Esta linha deve estar próximo da parede do sulco. 
Os corpos de arado que não possuem sêga, o corte certical da leiva é realizado nessa 
parte, constituindo asim numa zona de grande desgaste. 
 AC – perfil superior. Constitui o guia do prisma de terra sobre a aiveca,segundo ses 
valores máximos de largura, profundidade e velocidade de deslocamento, evitando 
assim que o prisma de terra caia no fundo so sulco de onde foi retirado. 
 CD – bordo do sulco. Trata-se do perfil mais importante da aiveca, que pode ser reto 
ou curvo dependendo do tipo de aiveca. Constitui a última parte da inversão da leiva, 
considerando o ângulo do talude do prisma de terra ou leiva, o qual deve ficar a uma 
distância de, aproximadamente, 2cm da leiva anterior de modo a não tocar ou se arrastar 
no “canto” do prisma liberado e com isso, aumentar o esforço de tração. 
 DÓ – Trata-se da linha de união da relha com a aiveca. Deve ser perfeitamente reta 
para que haja uma boa união das ferramentas mencinadas. A superfície de unão da relha 
para a aiveca deve também estar sempre no mesmo plano e adaptado à curvatura do 
corpo do arado, evitando com isso, o acúmulo de terra entre o que prejudica o trabalho 
final do arado, haja vista o atrito solo/solo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 17 – Partes que compõem o perfil da aiveca, com destaque do tombamento da 
leiva. 
 
22 
 
 Para obter um tombamento ou inversão da leiva adequado, deve-se, observar a 
relação largura de corte(b)/profundidade de corte(d), conforme mostra a figura 18, 
lembrando-se que ao arar, tombando para cima, um terreno com declive deve-se 
considerar o ângulo de inclinação do terreno e a relação b/d para obter o ângulo de 
inversão desejado (α). Observa-se que para que haja a inversão num terreno plano a 
largura da leiva tem que ser 1,27 vezes maior que a profundidadeessa. 
 Considera-se que uma boa aração seja aquela que: - resulta numa boa 
desagregação; deixa a matéria orgânica prese entre as leivas consecutivas; deixa o 
microrelevo variando de 5 a 10 cm; seja feita em velocidade compativel com o projeto 
do arado, obedecendo seus ângulos e curvaturas; faça boa inversão da leiva. A inversão 
mais recomendada é com: ângulo de 45°, tendo em vista o uso da velocidade de 
deslocamento correta, o uso da aiveca adequada para o serviço, adequada relação 
profundidade largura de corte e’arado nivelado. A inversão com ângulo de 70° é 
considerada ruim, devido a: velocidade de deslocamento baixa; uso de aiveca com 
pouca curvatura; profundidade de aração muito elevada; arado desnivelado 
transversalmente com pendente para o lado do terreno não arado e; arado desnivelado 
com pendente para frente. Já a inversão com ângulo de 35°, também é considerada 
ruim, devido: uso de velocidade de deslocamento muito alta; uso de aiveca com 
curvatura excessiva; profundidade de aração muito baixa e; arado desnivelado 
tranversalmente com pendente para o terreno arado. O ângulo de inversão da leiva pode 
ser determinado pela expressão . Senα = d/b 
 
 
 
FIGURA 18 – Reelação profundidade de corte (d) / largura de corte (b), no ângulo de 
inversão da leiva. 
2.2.2 – Relha 
 À frente da aiveca, encontra-se a relha (A), com a função de cortar, 
horizontalmente, o prisma de solo ou leiva, iniciando ao mesmo tempo, seu 
levantamento. Aparte mais importante da relha e que sofre maior desgaste é a ponta, 
pois é ela que penetra no solo mais duro, onde o esforço é maior. Em razão do desgaste 
que estão sujeitas as relhas, estas devem ser resistentes a impactos, daí a importância de 
seu material de fafricação. Normalmente, a relha tem duas camadas, a superior 
resistentes a abrasão e a inferior resistente às cargas nela impostas ou impactos, o que 
requer durezas Brinell de 500 a 700 e 300, respectivamente. São muito utilizados aço 
23 
 
carbono-manganês, com a seguinte composição: C (0,34 a 0,43); Mn (0,7 a 1,0); Si (0,7 
a 0,9); P (máx. de 0,045%) e; S (máx. de 0,05%). 
 
 Tipos de relha 
Existem, basicamente, três tipos de formato de relhas, (figura 19), utilizadas, 
principalmente, em função do tipo de solo a ser trabalhado. 
 Relha normal (reta) – Sua utilização dá-se em solos leves é médios, istó é, 
naqueles fáceis de se trabalhar, onde o esforço necessário ao corte inicial da leiva não 
seja muito elevado, portanto, não produzido um excessivo desgaste nesta peça. 
Para aumentar a sua vida útil, ela apresenta, na parte posterior da ponta, material 
de reserva, a fim de que , após ocorrido o desgaste,esta ponta venha a ser novamente 
conformada através de um trabalho de ferreiro. 
Relha pontiaguda (bico de pato) – É caracterizada pelo formato de sua ponta. 
Apresenta a vantagem de romper melhor o solo, sendo, por esse motivo, mas utilizada 
atualmente em tração mecânica e em condições de solo onde a penetração do arado 
reserva abaixo da ponta, a fim de que, após desgastada, ela possa vir a ser novamente 
conformada. 
Relha com formão – É utilizada, principalmente, em condições de solos duros e 
abrasivos. O formão é a parte que penetra inicialmente no solo, preparando-o para o 
corte da relha. Esta peça é regulável, isto é, a relha pode apresentar a ponta maior ou 
menor, dependendo do solo que será trabalhado, bem como pode ser ajustado de acordo 
com o desgaste sofrido. Possui, também, a possibilidade de ser invertida, dobrando-se, 
portanto, a sua vida útil. 
 
 
FIGURA 19 – Vista frontal dos diversos formatos de relha. A) normal; B) pontiaguda; 
C)com formão. 
 
 Ângulos da relha 
 
Ângulo Horizontal da relha (α) – É o ângulo formado entre a linha que contém 
a borda da relha e a linha de deslocamento do arado. Quando maior este ângulo, maior a 
largura de corte da relha, figura 20. A fim de reduzir a força necessária à tração do 
arado, a relha é colocada inclinada com relação alinha de deslocamento, sendo que, 
segundo Conti (1950), as melhores condições são obtidas com o ângulo horihontal que 
varia de 35º a 50º. As relhas com ângulo de 35º são indicadas para solos compactados e 
as de50º para solos soltos. O ângulo mais frequente é o de 45º, indicado para solos de 
textura media. 
 
24 
 
 
 
FIGURA 20 – Vista superior – ângulo horizontal da relha (AH) 
 
 Ângulo de corte da relha, também denominado de ângulo vertical (β) – É o 
ângulo formado pelo plano de corte que contém a base da relha e a linha que une a 
ponta da relha ao centro de resistência da aiveca, Figura 21. A superfície côncava da 
parte inferior da relha, isto é, a que esta em contato com o fundo do sulco no sentido 
longitudinal, é utilizada para definir o ângulo de corte da relha ou vertical, formado pela 
horizontal inferior e a linha que, partindo de sua ponta é tangente a sua superfície 
convexa ou superior ou, a linha que une a ponta da relha ao centro de resistência do 
corpo do arado. Este ângulo varia de 15º a 25º. O ângulo menor, isto é, de 15º , é uasado 
em relhas apropriadas para solos compactados, enquanto o de 25º é indicado para 
condições opstas. 
 
 
 
 
 
FIGURA 21 – Vista lateral – ângulo de corte da relha, onde: AC – Ângulo de corte e 
CR – Centro de resistência do corpo de arado. 
 
 Independente da influência que o ângulo β possa ter sobre o esforço de tração 
total exigido pelo arado, deve-se levar em conta que um solo compactado permite uma 
inversão mais lenta do prisma de terra que um solo solto, que pelas suas características 
tem maior risco de não completar sua inversão pela desestruturação prematura, em 
razão da escassa aderência entre suas partículas. È aí que o ângulo β, definido também 
como ângulo de penetração da relha, evidencia sua importãncia com o comprimento 
total do arado e com a velocidade na qual este pode deslocar. 
 A existência dos ângulos α e β explica o fato da relha do arado ser como uma 
dupla cunha; a primeira pode ser visualizada quando ela esta apoiada e a olhamos de 
cima, isto é, vista superior, aparecendo assim a magnitude de α. A segunda, quando se 
observa lateralmente, no sentido solo arado, a relha na posição de trabalho, destacando-
se assim o ângulo β. 
 
 Largura de corte da relha 
25 
 
 Normalmente, a largura de corte da relha é dada em polegada, e as mais comuns 
encontradas são: 10” (0,254m); 12” (0.305m); 14” (0.356m) e; 16” (0.406m). As duas 
primeiras são recomendadas para uso em tração animal, enquanto as dua últimas são 
recomendadas para uso em tração mecânica. 
 A projeção do fio de corte da relha sobre a ’’soleira’’ ou plano disposto na 
direção de deslocamento condiciona a largura de corte (L) da mesma. Nas relhas de de 
bordo cortante reto, a largura de corte é obtida multiplicando-se o comprimento do fio 
de corte pelo ângulo α antes mencionado. Nas relhas côncavas, o comprimento do fio 
de corte, para determinação da largura de corte, é obtido projetando-se seus extremos 
sobre um plano. Para obter a largura de corte do arado basta multiplicar a largura de 
corte de uma relha pelo número de relas existentes no arado.Portanto, o comprimento do 
fio de corte da relha, esta condicionado aos seguintes fatores: a) a relacão pretendida de 
entre a largura e a profundidade de corte da leiva; b) ao ângulo de ataque da relhas, 
segundo a natureza do solo. O ângulo (α) de inclinação da leiva é função da relação 
profundidade/largura de corte, sendo que a inversão aumenta com aumento da largura 
de corte, figura 22. 
 
 
 Considerando, o segundo fator citado (letra b), um exemplo desenvolvido para o 
trabalho de apenas uma relha de 16 polegadas (tração mecânica), o comprimento do fio 
de corte da relha é: 
 
 Solo compactado – α = 35º - comprimento do fio de corte = 0,406 m = 0.71m 
 Sen35º 
 Solo médio – α = 45º - comprimento do fio de corte = 0,406 m = 0.57m 
 Sen45º 
 Solo solto – α = 50º - comprimento do fio de corte = 0,406 m = 0.53m 
 Sen50º 
 
FIGURA 22 – Largura de corte da aiveca, em função do ângulo horizontal (α) e do 
comprimento do fio de corte 
 
 A diferença de comprimento no fio de corte das relhas condicioa, por sua vez, 
diferença no resto do corpo, principalmente na aiveca. Considerando a velocidade de 
deslocamento igual, o comprimento do fio de corte da relha é maior ao arar um solo 
compactado do que ao arar um solo solto. Em se tratando do fator custo da aração, 
26 
 
deve-se fixar a velocidade operacional inferior limite para um determinado arado e a 
partir desta o comprimento ideal do corpo do arado, de forma a não provocar a 
desagregação da leiva antes de sua inversão. Esse comprimento ideal ciondiciona o 
comprimento do bordo anterior da aiveca sobre o qual se adapta a relha. Fixada assim 
esse comprimento o fio de corte da relha pode ter diferentes medidas para uma mesma 
aiveca, dando origem assim as relhas: de corte estreito; de corte regular e; de corte 
completo, figuras 23 e 24. 
 As relhas de corte curto ou estreito, efetuam um corte horizontal do solo 0,1m 
menor do que a largura de corte do corpo do arado, as de corte regular 0,05m menor, 
enquanto as do corte completo não têm diferença em relação à largura de corte do corpo 
do arado. As de corte estreito são indicadas para uso em condições de solo bem 
favoráveis e desprovidos de raízes; as de corte regular em condições intermediárias, 
enquanto as de corte completo são indicadas para solos com bastante vegetação, onde a 
presença de raízes poderia dificultar o rompimento do solo nas faixas de 0.05m 
(regular) ou 0,1m (estreita), apenas pela elevação da leiva após o seu corte horizontal. 
. 
 
 FIGURA 23 – Relhas de corte: regular; curto ou estreito e; completo. 
 
 Partes da relha 
 As partes da relha são: ponta, fio de corte e ala. A primeira parte da relha é a mais 
importante e a que sofremaior desgaste. Nas relhas, onde o fio de corte é côncavo, o 
desgaste da ponta é muito pronunciado e com maiores consequências para a qualidade 
do trabalho e manejo do arado, uma vez que a ponta passa a ficar “rombuda” e terá 
dificuldades para penetrar no solo e o fio de corte vai assumindo gradativamente a 
forma retilínea, até chegar o momento em que necessita ser substituida. As relhas de fio 
de corte reto, quando muito gasta, necessitam de ser substituda ou reconstituida. Neste 
caso de reconstrução, o trabalho para deslocar o excesso de material localizado em sua 
prate inferior para a ponta e fio de corte é feito por ferreirro. O desgaste da ponta e do 
fio de corte da relha contribuem para aumentar a base de sustentação do arado no solo, 
todavia, dificulta o corte inferior da leiva e a penetração da ponta no solo. Nos arados 
de aiveca mais modernos apenas as partes da relha que sofrem maior desgaste, ponta e 
fio de corte, são substituiveis, não necessitando, portanto, de trocar toda a peça, como é 
feito com as lâminas de corte em tratores de esteira. 
 Independentemente do tipo de relha e da forma como sua manutenção é feita, há 
necessidade de manter sempre afiada s as partes que entram em contato com o solo para 
realizar o corte horizontal ou de base do prisma de terra, tendo em vista a participação 
da relha na quantidade de energia requerida e, consequentemente no custo horário da 
27 
 
aração. Para solos soltos ou com reduzida resistência à penetração recomenda-se deixar 
4 mm de folga entre plano de apoio do bordo cortante da relha e aquele em que se 
assenta a ponta da mesma. Para solos francos 7 mm e para solos compactados 9 mm. 
 
 
FIGURA 24 – Largura de corte de relha: A- Relha de corte completo; B- Relha de 
cortecurto ou estreito e; C- Relha de corte regular. 
 . 
2.2.3 – Rastro ou costaneira 
Devido a função que executa o corpo do arado, surge uma força de reação que 
empurra o arado contra a soleira do sulco, devido ao peso e, contra a parede vertical do 
sulco, devido à inversão do prisma de terra, respectivamente. Para que o arado trabalhe 
de maneira estável, isto é, sem a tendência de deslocar-se para o lado do solo não arado, 
permanecendo na profundidade necessária ao trabalho, existe o rastro ou costaneira, 
28 
 
cujo formato é o de uma cantoneira ou prancheta. Ele permite ao arado apoiar-se contra 
a parede e o fundo do sulco, sustentando, assim as forças exercidas pelo solo sobre a 
aiveca. Sua superfície deve ser grande o suficiente para permitir essa estabilidade, sem 
entretanto, pressionar, demasiadamente, a parede e o fundo do sulco, evitando, dessa 
forma, que se tenha um aumento no esforço de tração. Alguns arados, podem apresentar 
na parte final do rastro uma pequena peça chamada talão, a qual tem a função de 
proteger a costaneira do desgaste. A presença de rastro nos corpos dos arados assumem 
maior importancia nos solos argilosos úmidos e nos solos compactados, bem como nos 
últimos corpos dos arados, onde o efeito das forças se tornam mais pronunciadas. 
 
 
 
FIGURA 25 – Elementos que compoem o corpo do arado. 
 
 
 Sucção no corpo do arado 
Os arados de aivecas apresentam alguns parâmetros, adiante relacionados, de 
grande importância para seu adequado funcionamento. Muitas vezes por não terem tais 
parâmetros observados, tanto pelos fabricantes quanto pelos usuários, estes 
implementos podem ser mal construídos ou regulados, o que impede que venham a 
executar seu trabalho de forma adequada. 
Sucção vertical (SV) - É o espaço compreendido entre as faces inferiores da 
relha e costaneira e o plano horizontal do fundo do sulco. É verificado deixando-se 
arado numa superfície plana, com a ponta encostando no solo, e medindo-se a distância 
entre o talão da costaneira e o solo. Esse espaço deve ser de 1,2cm (1/2”) 
aproximadamente, figura 26. Valores superiores causariam uma maior tendência de 
aprofundamento do arado e vice-versa. 
 
29 
 
 
FIGURA 26 – Vista lateral da sucção vertical (SV) no corpo do arado. 
 
 
Sucção horizontal (SH) – É o espaço compreendido entre as faces laterais da 
relha e costaneira e o plano vertical da parede do sulco, figura 27. Este espaço, medindo 
no talão da costaneira deve ser de 1,2cm (1/2”) a 1,8cm (3,4”). Valores inferiores 
levariam o arado a não apresentar regularidade quanto à largura de corte; valores 
maiores tenderiam a desloca-lo para a terra não lavrada. 
No caso de arados de tração animal, tanto a sucção vertical quanto a sucção 
horizontal vêm a ser curvaturas encontradas na parte inicial da costaneira, próximas à 
união desta peça com a relha. 
 
 
 
 
FIGURA 27 – Vista superior da sucção horizontal (SH) no corpo do arado. 
 
2.2.4 Mecanismos de segurança do arado 
 A presença de um mecanismo de segurança do arado é muito importante,haja 
vista o formato de cunha do corpo e da possibilidade de exsitência de obstáculos no 
solo trabalhado. Esse dispositivo de segurança, evita que demais componentes do arado 
venham ser danificados quando a relha encontrar resistências, como pedras, raizes, etc., 
além do que reduz as perdas de tempo durante a araçao para reparações no implemento. 
Os mecanismos de segurança mais comuns, são: 
 - proteção com mola; 
 - proteção com retorno automático e; 
 - proteção com pino fusível. 
30 
 
 
FIGURA 28 – Mecanismo de segurança de mola. 
 
 FIGURA 29 – Mecanismo de segurança de mola, automático, com movimento de 
rotação independente. 
 
 
 
 FIGURA 30 – Mecanismo de segurança com pino fusível. 
 
 
2.2.5 Acessórios 
 
 Sêga 
 Nos arados de aivecas bem construídos, à frente de cada corpo de arado, encontra-
se um facão ou sega circular, figura 31, cuja função é promover o corte vertical da 
porção de solo. O facão apresenta forma de lâmina, devendo possuir inclinação de 30º 
com relação à vertical, e sua ponta deve situar-se ligeiramente em direção ao solo não 
lavrado e acima da ponta da relha. É mais indicado em situações de trabalho a maiores 
profundidades e em direção ao solo não lavrado e acima da ponta da relha. É mais 
31 
 
indicado em situações de trabalho a maiores profundidades e em solos que possuam 
pedras ou tocos. 
Já a sega circular apresenta o formato de um disco com a borda afiada, capaz de 
girar sobre um eixo central. Isso faz com que o esforço necessário à tração seja menor 
que o exigido pelo facão. Pode possuir formato liso, estriado ou recortado. O elemento 
de corte vertical no formato de sega circular não é indicado para solos pedregosos ou 
que apresentam tocos, pois possui a tendência de rolar sobre eles. 
 
Posicionamento da sêga no arado - Seguindo a recomendação de alguns autores, a 
sêga deve estar regulada, no sentido vertical, para realizar o corte de 50% da 
profundidade ou ficar com aparte inferior de seu bordo inferior de 2 a 5 cm acima da 
relha, Figura 32. A sêga deve, também deve ser posicionada. A profundidade de corte 
da sêga deve ser inferior ao seu raio, tendo em vista o seu mancal. No sentido lateral e 
do lado da terra não arada, cerca de 20mm, paralelamente à linha de deslocamento do 
arado. Com relação à sua posição no sentido longitudinal, recomenda-se deixar o 
centro da sêga coincidindo com a ponta da relha ao trabalhar um solo nas condições 
normais; cerca de 5 cm adiantado em relação a ponta da relha para solos soltos e; cercade 5 cm recuado, em relação a ponta da relha ao arar solos compactados e duros. 
Mediante essas informações, espera-se que o chassi do arado ofereça condições para 
proceder essas regulagens. 
 
 
 
 
FIGURA 31 – Vista esquemática do posicionamento lateral, vertical e longitudinal da 
sêga circular, em relação ao corpo do arado. 
32 
 
 
 
FIGURA 32 – Regulagens do arado: 1- posição do centro da sêga em relaçãoà ponta da 
relha e linha de tração (plano longitudinal); 2 – profundidade (plano vertical); 3e4 – 
regulagem do aprumo (ângulos); 5 – regulagem do alinhamento longitudinal e; 6 – 
posicionamento correto da sêga. 
 
 Diâmetro da sêga – Outro fator importante é o diâmetro da sêga. Recomenda-se usar 
sêga com diâmetro de 18 polegadas (45.7cm) ao se trabalhar em solos com restros de 
vegetação e em arados, cuja largura de corte é de 16 polegadas. O diâmetro de 15 
polegadas (38,0cm) ao se trabalhar em solos com restos de vegetação. No caso de solos 
compactados e com grande quantidade de restos vegetais, recomenda-se usar sêga de 
bordos recortados. Em muitos arados, não são encontrados nem a sega circular nem o 
facão, sendo que o corte vertical do prisma do solo, neste caso, é feito pela borda frontal 
da aiveca, o que causa um aumento significativo do esforço de tração do arado. Ao se 
trarar do diâmetro de sêga, cabe ressaltar que sua capacid da sêga com a superfície do 
terreno, conforme figura 33. Assim sendo, pode-se concluir que quanto maior o 
diâmetro da sêga menor é o ângulo no ponto de interseção mencionado e, 
consequentemente melhor é o seu trabalho. 
 
FIGURA 33 – Influência do diâmetro da sêga no ângulo de corte: bordo cortante & 
superfície do terreno. 
 
 
 
 Mini-corpo 
É normal a presença de plantas daninhas entre as arestas sucessivas e expostas dos 
prismas de terra, quando se ara um terreno com vegetação. Essas plantas daninhas, 
podem ser roblemas para as operações posteriores, tais como: embuchamento, aumento 
33 
 
no tempo das operações de gradagens e desuniformidade na profundidade de 
semeadura, principalmente quando esta é feita logo após a aração. Com o objetivo de 
evitar tais incovenientes, faz-se o uso desse acessório, que tem por finalidade arar uma 
pequena secção de terra (aproximadamente de 10cm x 3cm), sobre a aresta superior 
esquerda da leiva antes que ela seja invertida, conforme figuras 34 e 35. Durante a 
inversão da leiva, a pequena secção de solo cortada, também invertida, é lançada no 
fundo do sulco, ocupando parte do vazio de secção triangular, enquanto a duperfície do 
terreno arado fica sem nenhuma vegetação aparente. O mini-corpo é posicionado junto a 
sêga. 
 
 
FIGURA 34 – Corpo de arado de aiveca com sêgas do tipo facão e circular, 
identificando o posicionamento da mini-aiveca. 
 
FIFURA 35 – Aração em superfície com vegetação: A- sem mini-aiveca e; B- com 
mini-aiveca. 
 
 
 
 
 
 Cobridor de ervas 
34 
 
Trata-se de um acessório, constituido de uma ou mais peças (vergalhão) de aço flexível 
que é posicionado entre a sêga e o corpo do arado, que tem por finalidade ajudar na 
cobertura da vegetação presente na área trabalhada, de forma que a superfície arada 
fique limpa ou desprovida dessa vegetação. O cobridor de ervas inclina e direciona a 
vegetação para o fundo do sulco, imediatamente antes de completar a inversão da leiva, 
à medida que o arado é deslocado. 
 
 
FIGURA 36 – Arado de aiveca equipado com cobridor de ervas. 
 
FIGURA 37 – Aração : A- sem o cobridor de ervas e; B- com o cobridor cobridor de 
ervas. 
 Extensão posterior da aiveca 
Posicionando-se na parte posterior de um corpo de arado em operação e olhando o 
mesmo na direção de avanço, observa-se que a leiva vai sendo invertida gradualmente, 
até que a aresta em contato com a superfície da aiveca fique totalmente na vertical, 
completando-se assim uma inversão de 90°. Se a partir desse ponto a aiveca não 
existisse mais, a leiva poderá voltar a sua posição anterior ou, então, somente a inércia 
provocada por uma velocidade mais alta poderá complementar os 45°de inversão, 
35 
 
totalizando assim 135°. Para evitar isso, pode ser utilizado uma extensão da superfície 
posterior da aiveca, de forma a acompanhar a inversão da leiva nos 45° restantes, 
todavia a exigência de tração aumenta em razão da maior superfície de deslizamento 
solo/metal. A presença da extensão da aiveca pode ser condicionada a estabilidade da 
leiva, devido principalmente a relação largura/profundidade, a altura e densidade da 
vegetaçào presente. 
 
FIGURA 38 – Aiveca com extensão posterior. 
 
 Extensão superior da aiveca 
Nos solos aderentes, onde o destorroamento não é feito com facilidade e por outro lado, 
existe uma vegetação que dificulta a inversão da leiva, pode-se adicionar a parte 
superior da aiveca uma extensão com superficie, a qual tem por função ajudar na 
inversão total da leiva, evitando assim que ela ultrapasse a parte superir da aiveca e caia 
no sulco. 
 
FIGURA 39 – Aiveca com extensão superior. 
 
Os arados de aivecas podem apresentar, ainda, uma peça denominada extensão de 
aiveca, figura 39, que se localiza na parte superior ou posterior da aiveca. Quando 
localizada na parte superior, sua função é fazer que uma cobertura vegetal alta, presente 
no solo que se está trabalhando, seja totalmente depositada no fundo do sulco. Já 
quando localizada na parte posterior da aiveca, tem com função permitir que a leiva 
sofra um melhor tombamento em arações rápidas. 
 
 Roda 
Alguns arados montados são equipados com roda, aqual fica localizada na parte 
posterior do arado. Essa roda pode ter a função de limitar, apenas, a profundidade de 
corte ou de absorver as forças laterais impostas ao arado em substituição ao rastro. Nos 
arados de arrasto, a presença de rodas tornam-se necessárias para sustentação em geral e 
direcionamento do arado. 
 
36 
 
 Cortador de raizes 
Alguns fabricantes de arado disponibilizam como acessório o cortador de raízes, que é 
adaptado no rastro e serve para auxiliar no corte de raízes naqueles terrenos, cuja 
vegetação existente possui sistema radicular abundante, como é o caso da alfafa. 
 
 
FIGURA 40 – Cor[po de um arado de aiveca equiparo com cortador de rizes. 
 
 
2.3 – Centro de resistência do corpo da aiveca e do arado. 
As forças que atuam em um arado que desloca à velocidade uniforme, são: 
 - Peso do equipamento; 
 - Esforço de tração necessário ao seu movimento; 
 - Reação do solo. 
Tem-se adotado os seguintes significados para as diferentes forças: 
 - R = resistência ao corte, destorroamento, elevação e inversão da leiva, segundo os 
eixos x, y e z.; 
 - L = componente direcional de R, dando origem a Rh: 
 - M = momento resultante, em função das componente R x ; Ry e Rz ; 
 - G = ponto de aplicação das forças; 
 - E = ponto de engate do arado. 
 Resultados de ensaios tem mostrado que S equivale a cerca de 24% de L. Mostram 
ainda que a relação S/L foi, aproximadamente, duas vezes superior em um solo arenoso 
(areia fina) em relação a solos argilosos. Os componentes R, L, V e S aumentan de 
intensidade com o incremento da velocidade. 
 
FIGURA 41 – Sistema de forças que atuam sobre o arado e que se reduzem a resultante 
localizada em G e que passa pelo ponto de engate. 
 
37 
 
O Centro de Resistência ( CR ) é o ponto no equipamento, onde a força resultante, em 
função de todas as componentes mencionadas, atuam. A localização do CR num corpo 
dearado de aiveca em operação é: 
a) No sentido horizontal – 30 cm posterior a ponta da relha (figura 42 C); 
b) No sentido vertical – alguns autores consideram a 5 cm a partir da soleira do 
sulco, enquanto outros a 50% da profundidade de corte ( figura 42 C); 
c) No sentido lateral – alguns autores consideram a 7,6 cm a partir da parede 
vertical do sulco, enquanto outros a ¼ x a (a= largura de corte da leiva) a partir, 
também, da parede vertical do sulco (figuras 42 A e B); 
A distância (d) do Centro de Resistência do arado, em relação a face interna da roda 
direita do trator (figuras 42 D e E) é dada pela expressão: 
 
 d = [0,75 + (N – 1) x 0,5] x a 
 
Onde: N = número de corpos do arado; 
 a = largura de corte da leiva. 
 
 
2.4 – Exigência de Potência 
A força na barra de tração (FBT) requerida por um arado para trabalhar determinado 
solo numa dada velocidade, depende de alguns fatores, tais como: resistência específica 
do solo (valor tabelado); da secção de solo mobilizada; da velocidade de deslocamento 
e; do estado em que o solo se encontra. A resistência do solo é influênciada pelo tipo de 
solo, grau de consolidação, umidade, presença de materia orgânica e de raízes e, tipo de 
ferramenta usada, enquanto a secção mobilizada é influenciada pela largura e 
profundidade de corte da leiva. A potência (P), por sua vez, está condicionada a força de 
tração requerida e à velocidade operacional. 
 
Para estimar a força na barra de tração é usando as equacões: 
 
FBT = n ( a x p x µ ) 
µ = µ0 + λ x V
2 
 
Sendo: n = número de corpos do arado; 
 a = largura de corte, (cm); 
 p = profundidade de corte, (cm); 
 µ = coeficiente de resistência específica operacional, (N/cm
2
); 
 µ0 = coeficiente relativo ao solo; 
 V = velocidade de deslocamento, (km/h). 
Em geral, para V menor que 1,0 m/s, µ = µ0. 
 
Segundo a ASAE os valores médios de resistência específica para vários solos, são: 
 
FBT = 7 + 0,049V
2
 , para solo argila siltosa; 
FBT = 3 + 0,032V
2
 , para solo silte arenoso; 
FBT = 3 + 0,020V
2
 , para solo franco; 
FBT = 3 + 0,053V
2
 , para solo franco argiloso; 
FBT = 2,8 + 0,013V
2
 , para solo franco arenoso. 
38 
 
FBT = 2 + 0,013V
2
 , para solo arenoso. 
 
PBT (cv)= FBT x V 
 K 
K = constante: para V em m/s, K = 75 e; para V em km/h, K = 270. 
 
 Recomenda-se realizar a aração quanto a umidade do solo se encontrar próximo do 
limite de plasticidade, preferencialmente no estado friável, tendo em vista que a a a 
resistência do solo aumenta com o aumento da coesão molecular, como também 
aumenta à medida que aumenta a adesão solo/interface, em função do aumento da 
coesão e ainda devido ao aumento da massa do prisma de terra. Em resumo, a aração e 
 
 
 
39 
 
 
FIGURA 42 – posição do Centro de Resistência no corpo de um arado de aiveca 
segundo diferentes autores. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 43 – Ajuste da bitola do trator, em função da largura de corte do arado. 
 
 
40 
 
FIGURA 44 – Linha de tração , unindo o Centro de Gravidade - CG do trator com o 
Centro de Resistência do arado – CR, estando o trator com as roras direitas dentro do 
sulco. 
 
 
FIGURA 45 – Linha de tração , unindo o Centro de Gravidade - CG do trator com o 
Centro de Resistência do arado – CR, estando o trator com as roras direitas fora do 
sulco. 
 
e mesmo qualquer outra operação de preparo periódico do solo deve ser realizada, 
preferencialmente, na faixa de umidade, onde a resistência dos torrões não é muito 
grabde e nem tampouco a resistência da massa de solo seja elevada, o que permite 
reduzir a deterioração do solo, render o trabalho e diminuir o requerimento energético. 
Já um aumento de 0,1 g/cm
3
 na densidade aparente pode aumentar a força de tração em 
10%. 
 
Considera-se também que 46% da energia requerida pelo arado de aiveca é assim 
distribuido: 4% devido a resistência ao rolamento; 17% devido a fricção do solo com o 
rastro e; 25% devido a fricção do solo com a aiveca. Os 54% restantes da potência, são 
assim distribuidos: 20% devido ao corte horizontal da leiva; 11% devido ao empuxe e 
aceleraçào e; 23% devido a ruptura, deformação e fricção soso/solo. 
 
2.5 Métodos de aração 
 Arados fixos - Os métodos de aração, mais comumente utilizados com arados 
fixos em geral são: - aração de fora para dentro e; - aração de dentro para fora. 
Independentemente de cada uma delas recomenda-se variar a profundidade do sulco e 
alternar o sentido de aração a cada ano, de forma a dificultar a formação do pé-de-
arado e de formar no centro do terreno depressão (aração de fora para dentro) ou 
camalhão (aração de dentro para fora), o que altera a comformação da superfície do 
terreno. 
 Para fazer a aração de fora para dentro, deve-se iniciar a aração num ponto do 
terreno, onde o tombamento da leiva se dá para fora ou para o lado direito do 
deslocamento do conjunto trator-arado, de forma a contornar toda a área a ser arada de 
fora para dentro. Em se tratando de talhões de forma retangular ou quadrada, no final de 
cada “tiro” deve-se erguer o arado ou corpos do arado do solo para proceder a manobra 
de cabeceira e voltando a abaixá-lo quando o conjunto se encontrar na posição 
adequada. Esse procedimento deve ser continuado, até chegar no centro do terreno, 
onde as as leivas de cada uma das duas últimas passadas, em função do sentido de 
tombamento das leivas, deixam uma depressão no centro da área. 
41 
 
 
FIGURA 46 – Dois sistemas de aração de fora para dentro. 
 
 A aração de dentro para fora deve ser iniciada no centro do terreno, de forma a 
tombar as leivas para dentro e continuar a operação até que se chegue nas extremidades 
do terreno. As leivas das duas primeiras passadas sendo tombadas para dentro, tendem a 
formar um camalhão. Se na aração anterior foi deixado no centro do terreno uma 
depressão, nessa aração ela é coberta, acertando assim o superfície do terreno. 
 
 Arados reversíveis – Esses arados, independentemente da forma de acoplamento à 
fonte de potência, possibilitam realizar a aração com o sentido de tombamento desejado, 
uma vez permite a reversão do corpa do arado nas manobras de cabeceiras. Cabe aqui, 
as mesmas recomendações feitas para arados fixos, com relação a variação da 
profundidade de trabalho e sentida de tombamento da leiva, ressaltando ainda que as 
arações devem ser realizadas seguindo as curvas de nível ou perpendicular ao sentido de 
caminhamento das águas e, se possível sempre no sentido do maior comprimento de 
“tiro”. 
 
 
 
FIGURA 47 – Aração com arado reversível. 
42 
 
 
 
3 – Arado de disco 
Estes arados surgiram da tentativa de se reduzir o atrito entre a superfície ativa 
da aiveca e o solo e, conseqüentemente seu esforço de tração, através da substituição à 
aiveca por um disco. Procurava-se, dessa forma, obter um maior rendimento ou 
eficiência nos trabalhos de preparo do solo. Entretanto, a diminuição do atrito 
conseguida devido ao rolamento do disco é compensada pelo maior peso necessário 
para que o arado possa aprofundar-se no terreno. Nesse tipo de arado, fica, difícil 
definir-se que vêm a ser a parede e o fundo do sulco, já que o corte provocado pelos 
discos apresenta o formato semicircular, Figura 48. A massa desses arados varia, 
normalmente, da seguinte forma: arados de arrasto – de 300 a 1000 kg/disco; arados 
semi-montados – de 200 a 300 kg/disco; arados montados – de 120 a 175 kg/disco.

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