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Direito Administrativo - Controle (Apostila 6)

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1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO PADRE ANCHIETA – CURSO DE DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO I 
PROFA. MS. SIMONE ZANOTELLO DE OLIVEIRA 
 
APOSTILA 6 – CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
 
Esta apostila foi elaborada com base no resumo das principais obras de Direito 
Administrativo sobre o tema, destacando: 
CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27. ed. São 
Paulo : Atlas, 2014 
DI PIETRO, Maria Sylvia. Direito administrativo. 27. ed. São Paulo : Atlas, 2014. 
GASPARINI, Diogenes. Direito administrativo. 13. ed. São Paulo : Saraiva, 2008. 
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 39. ed. São Paulo : Malheiros, 
2013. 
 
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 29. ed. São Paulo : 
Malheiros, 2012. 
 
 
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
Todas as atividades da Administração Pública, discricionárias ou vinculadas, estão 
subordinadas à lei, e por essa razão estão sujeitas a controle. 
Conceito da Administração Pública - é a atribuição de vigilância, orientação e correção de 
certo órgão ou agente público sobre a atuação de outro ou de sua própria atuação, visando 
a confirmá-la ou desfazê-la, conforme seja ou não legal, conveniente, oportuna e eficiente. 
 
ESPÉCIES DE CONTROLE 
1. Em relação ao órgão que o exercita: 
a) controle administrativo 
b) controle legislativo 
c) controle judiciário 
2. Quanto ao objeto: 
a) controle de legalidade – verifica a conformação, ou não, da atuação 
administrativa com a ordem jurídica – pode ser realizado pela Administração e 
pelo Judiciário. 
 
 
2 
 
b) controle de mérito – verificar a conformação, ou não, da atuação administrativa 
com a conveniência, a oportunidade e a eficiência – somente pode ser realizado 
pela Administração (não cabe ao Judiciário). 
3. Em relação à pertinência do órgão controlador à estrutura do controlado: 
a) controle interno – quando realizado pela própria entidade controlada 
b) controle externo – quando realizado por entidade estranha à controlada 
 
CONTROLE ADMINISTRATIVO 
Também chamado de autocontrole, é o exercido pelo Executivo e por órgãos de 
administração do Legislativo e do Judiciário sobre suas próprias atividades administrativas, 
visando a confirmá-las ou desfazê-las. É controle interno, porque o órgão controlador bem 
como o controlado integram a mesma organização. 
O fundamento do controle administrativo está no dever-poder de autotutela. 
 
INSTRUMENTOS DE CONTROLE ADMINISTRATIVO 
1. Direito de petição – art. 5º., inc. XXXIV, a, da CF – é reconhecido às pessoas 
para defender seus direitos ou interesses ou interesses difusos. É exercitável por 
petição escrita e assinada, por qualquer pessoa física ou jurídica. 
 
2. Direito de representação – embora tenha o mesmo fundamento constitucional 
do direito de petição, é destinado para denúncia escrita, datada e subscrita por 
qualquer pessoa, sobre irregularidades ou abuso de poder ocorrentes no âmbito 
da Administração Pública. 
 
3. Representação perante o Tribunal de Contas – art. 74, § 2º.,da CF – qualquer 
cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma 
da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da 
União. 
 
4. Pedido de reconsideração – é solicitação dirigida pelo interessado à autoridade 
responsável, autora do ato, para que o retire do ordenamento jurídico ou o 
modifique segundo suas pretensões. Prescreve em um ano, se outro prazo não 
for estabelecido em lei. Há leis que regulam especificamente esse instituto, como 
é o caso da Lei de Licitações. 
 
5. Reclamação administrativa – é oposição escrita e assinada, a ato ou atividade 
pública que afete direitos ou interesses legítimos do reclamante (ex. para 
impugnar lançamento tributário / para impugnar medida punitiva). Extingue-se em 
um ano o prazo para reclamar, se outro prazo não for fixado em lei. 
 
 
 
 
3 
 
6. Recurso administrativo ou hierárquico – é o pedido de reexame de ato ou 
decisão de agente ou órgão que o recorrente faz a agente ou órgão superior, 
visando ao seu desfazimento ou modificação. Deverá ser escrito e veiculado por 
petição. Possui sempre efeito devolutivo, pois devolve ao órgão ou agente a que 
se recorre o conhecimento da matéria em debate. Também pode ter efeito 
suspensivo, ou seja, o de suspender a execução da decisão ou ato recorrido 
enquanto não decidido. Esse efeito suspensivo é exceção, e sua aplicação 
deverá estar previsto em lei. 
O recurso administrativo deverá ser interposto nos prazos previstos nas normatizações 
específicas, sob pena de preclusão. 
O recurso administrativo poderá ser próprio ou impróprio: 
- próprio – quando dirigido a órgão ou autoridade de hierarquia superior à que emanou a 
decisão. 
- impróprio – quando dirigido a órgão ou autoridade estranha à hierarquia da que expediu 
a decisão. Só é admissível se houver previsão na norma jurídica. 
Na decisão do recurso administrativo, o órgão ou autoridade competente tem amplo poder 
de revisão, podendo, em relação ao ato impugnado, confirmá-lo, desfazê-lo ou modificá-lo. 
Importante – o recurso administrativo, julgado em última instância administrativa, faz coisa 
julgada em relação à Administração Pública que o decidiu. No entanto, essa decisão não é 
definitiva e pode ser combatida pelo Judiciário. 
 
Prescrição – o direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram 
efeitos favoráveis aos destinatários decai em 5 anos. 
As ações indenizatórias, cabíveis contra qualquer de seus agentes, servidores ou não, que 
causem prejuízo ao erário, são imprescritíveis. 
 
CONTROLE LEGISLATIVO 
Também chamado de controle parlamentar, é o desempenhado pelo Poder Legislativo em 
relação a determinados atos da Administração Pública. É exercida pelo Congresso 
Nacional, Senado Federal, Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa, Câmara 
Distrital e Câmara dos Vereadores (conforme cada esfera de competência). 
 
MEIOS DE CONTROLE 
1. Comissão Parlamentar de Inquérito – objetiva a apuração, em profundidade, de 
fato determinado ocorrido na Administração Pública Direta ou Indireta. É dotada de 
poderes de investigação iguais ou próprios das autoridades judiciais, além de outros 
constantes nos seus regimentos. Suas conclusões, se for o caso, serão levadas ao 
 
 
4 
 
Ministério Público, para promover a responsabilidade civil e criminal dos infratores, 
ou às próprias Casas Legislativas, para a punição dos envolvidos. 
 
2. Pedido de informação – deverá ser sempre por escrito e encaminhado à 
Administração Pública, por meio da autoridade responsável e competente para 
prestar as informações. O não atendimento do pedido no prazo estabelecido pode 
ensejar crime de responsabilidade. 
 
3. Convocação de autoridades – consiste na convocação de certas autoridades para 
prestarem informações sobre assuntos que lhes são afetos. A ausência injustificada 
pode ensejar crime de responsabilidade. 
 
4. Participação na função administrativa – a Constituição Federal, em algumas 
passagens, outorga ao Legislativo competência para participar da função 
administrativa que é realizada pelo Poder Executivo, cabendo a eles atos de 
aprovação ou autorização. Ex. Congresso Nacional precisa aprovar a intervenção 
federal ou o estado de sítio / Senado Federal precisa aprovar a escolha de Ministros 
do Tribunal de Contas da União. 
 
5. Função jurisdicional – ao Congresso Nacional cabe julgar anualmente as contas 
do Presidente da República. Ao Senado Federal foi outorgada competência para 
processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de 
responsabilidade. 
 
6. Fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial– 
cabe ao Poder Legislativo, com o auxílio do Tribunal de Contas. Essa fiscalização 
compreende exames de legalidade, legitimidade e economicidade. É controle 
externo. 
 
7. Sustação dos atos normativos do Executivo – ao Congresso Nacional cabe 
sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar 
ou dos limites de delegação legislativa – art. 49, V, da CF. 
 
 
CONTROLE JURISDICIONAL 
É o controle de legalidade das atividades e atos administrativos do Executivo, do Legislativo 
e do Judiciário por órgão dotado de poder de solucionar, em caráter definitivo, os conflitos 
de direito que lhe são submetidos. 
O controle jurisdicional é externo, provocado e direto. 
Sua atuação é normalmente repressiva, pois incide sobre medidas que já produziram ou 
estão produzindo efeitos. Excepcionalmente poderá ter caráter preventivo. 
 
 
5 
 
O objetivo do controle jurisdicional é o exame da legalidade do ato ou atividade 
administrativa, confirmando-as, se legais, ou desfazendo-as, se contrárias ao Direito. Não 
cabe ao Judiciário qualquer apreciação de mérito, ou seja, de conveniência, oportunidade 
ou economicidade. 
 
INSTRUMENTOS DE CONTROLE JURISDICIONAL 
1. Mandado de segurança – medida jurídico-constitucional posta à disposição de 
pessoa física ou jurídica, para defesa de direito líquido e certo, individual ou 
coletivo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, lesado ou em vias de 
lesão por ilegalidade ou abuso de poder praticado por qualquer autoridade 
pública ou por quem lhe faça as vezes. Somente cabe contra ato concreto ou lei 
de efeitos concretos. Não cabe contra lei em tese. Pode ter caráter preventivo ou 
suspensivo. É ação civil de rito sumário especial e não admite a produção de 
provas. O prazo para impetrar o mandado é de 120 dias contados da data do ato 
a ser impugnado, não havendo necessidade de esgotamento da via 
administrativa. Admite pedido de liminar. É tratado pela Lei 12.016/2009. 
 
2. Ação Popular – é instrumento judicial posto à disposição de qualquer cidadão 
para anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico 
e cultural. A legitimidade para propor a ação é somente do cidadão (pessoa física 
brasileira no gozo dos direitos políticos) – não cabendo para pessoas jurídicas. 
Seu ajuizamento deverá ocorrer no prazo de 5 anos, sob pena de prescrição. É 
ação de rito ordinário, podendo haver suspensão liminar do ato lesivo impugnado. 
É tratada pela Lei 4.717/65. 
 
3. “Habeas data” – previsto no art. 5º, LXXII, da CF – para garantir ao impetrante 
o direito de conhecer, em relação a sua pessoa, informações constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público 
e, se for o caso, de retificá-los. Pode ser impetrado por qualquer pessoa física ou 
jurídica, nacional ou estrangeira. A impetração só é cabível quando a informação 
ou retificação for negada pelo órgão. 
 
4. Mandado de Injunção – previsto no art. 5º., LXXI, da CF – ação civil 
constitucional de natureza mandamental - conceder-se-á mandado de injunção 
sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos 
direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania. O impetrante pode ser pessoa física 
ou jurídica e o impetrado é o Poder Público que deveria ter promovido a 
regulamentação e não o fez. 
 
 
 
6 
 
A execução da sentença faz-se por meio de comunicação ao Poder, órgão ou 
autoridade competente para cumpri-la. No entanto, o Judiciário não tem como 
obrigar o órgão a fazer e nem pode ele mesmo elaborar a norma faltante. 
 
5. Ação Civil Pública – ação para reprimir ou impedir danos a direitos, bens e 
interesses da coletividade – meio ambiente, consumidor, bens e direitos de valor 
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. A ação deve ser proposta pelo 
Ministério Público, União, Estados, Municípios, autarquia, empresa pública, 
fundação, sociedade de economia mista ou associação. Pessoa física não pode 
propor esse tipo de ação, mas poderá provocar o Ministério Público para fazê-la. 
Seu rito é ordinário e admite liminar quando solicitada pelo autor. É regulada pela 
Lei 7.347/85 
 
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM JUÍZO 
Em juízo, a Administração Pública recebe a denominação de Fazenda Pública. De regra, 
tem foro próprio e juízo privativo. É representada em juízo pelos procuradores da Fazenda 
Pública. 
Sendo contrária à Fazenda Pública a decisão proferida, seu prolator há de recorrer de 
ofício, para submetê-la ao duplo grau de jurisdição – art. 475, II, CPC. Ela tem prazos em 
dobro para recorrer e quádruplo para contestar.

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