Buscar

RESUMO DIREITO EMPRESARIAL I - SEGUNDA PARTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
DIREITO EMPRESARIAL: SEGUNDA PARTE.
4. ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Conceito: Lei Civil Italiana: “o complexo de bens organizados pelo empresário para o exercício da empresa”.
Rubens Requião: “instrumento da atividade do empresário. Complexo de meios materiais e imateriais, pelos quais o comerciante explora determinada espécie de comércio”.
Artigo 1142, Cód. Civil: “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário ou por sociedade empresária”.
Fábio Ulhoa: “o estabelecimento empresarial é a reunião dos bens necessários ao desenvolvimento da atividade econômica”.
Observações: O estabelecimento comercial é um dos institutos que instrumentaliza o direito de empresa.
Pode ser compreendido como o local físico da empresa, ressaltando que, é possível que o local “não seja físico”, como o exemplo de domínio de internet.
É considerado um bem do patrimônio do empresário, não se confunde assim com os bens que o compõem.
O estabelecimento empresarial é um ativo da pessoa jurídica.
Bens constituintes do estabelecimento: Elementos materiais: como as mercadorias, máquinas, instalações, tecnologia, prédio, etc.
Elementos imateriais: marca, patente, modelo de utilidade, desenho industrial.
Observações: Admite-se, até certo limite, que seus elementos componentes sejam desagregados do estabelecimento, sem que este tenha seu valor diminuído. Essa separação somente tem repercussões na hipótese de transferência do estabelecimento, mas não tem efeito em outros aspectos jurídicos obrigacionais, sobretudo em relação ao empresário individual.
O estabelecimento empresarial pode ser descentralizado, o empresário pode manter filiais, agências, depósitos em prédios isolados, etc. (o processo produtivo pode se dar em vários locais diferentes, ex: montadora de carros).
Proteção jurídica: Segundo o código Civil, o estabelecimento constitui-se em uma universalidade de fato, assim sendo, “a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária”, ou, como definição do Professor Renato “união de todos os elementos, todos os ativos do estabelecimento”. Os bens que compõe o estabelecimento tem proteção jurídica distinta e específica, podendo também serem alienados separadamente. (ex: se vende uma máquina, não vende o estabelecimento por inteiro).
Alienação do estabelecimento empresarial: O estabelecimento empresarial, por integrar o patrimônio do empresário é também garantia dos credores. Por esta razão há de se observar as cautelas específicas previstas em lei.
- Artigo 1144, CC: O contrato de alienação (contrato de trespasse) deve ser celebrado por escrito para que possa ser arquivado na Junta Comercial e publicado pela imprensa oficial. Enquanto não forem providenciadas essas formalidades, a alienação não produzirá efeitos perante terceiros.
- Artigo 1145, CC: A lei sujeita a alienação do estabelecimento à anuência dos credores. Esta pode ser expressa ou tácita, após 30 dias da notificação da alienação que o devedor deve lhe endereçar. Só no caso de restarem bens suficientes em seu patrimônio para solver a dívida, esta anuência não será observada.
Observações: Se o empresário não observar tais cautelas poderá ter sua falência decretada, e vindo a falir, a alienação será considerada ineficaz perante a massa falida, podendo o estabelecimento ser reivindicado das mãos do adquirente.
- Artigo 1146, CC: O passivo regularmente escriturado do alienante (os débitos) transfere-se ao adquirente do estabelecimento. O alienante continua responsável por esse passivo por 1 ano (da publicação do contrato para as obrigações vencidas antes do contrato; e contado da data de vencimento para as demais).
- Artigo 1147, CC: Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente nos 5 anos subsequentes.
Observações: 1) PODE: Podem as partes do contrato de alienação estipular que o alienante ressarcirá o adquirente, por uma ou mais obrigações.
2) NÃO PODE: A cláusula de não transferência de passivo não libera o adquirente, podendo este ser demandado pelo credor.
3) PODE SE TIVER RENÚNCIA: O credor do alienante somente perde o direito de cobrar do adquirente do estabelecimento, se expressamente renunciou ao direito quando anuiu com o contrato.
4) QUANDO O ADQUIRENTE NÃO RESPONDE: Não responde pelas obrigações do alienante se adquiriu o estabelecimento empresarial mediante lance dado em leilão judicial.
5) CLÁUSULA DE RESTABELECIMENTO: Não precisa ser expressa, o prazo de 5 anos é implícito.
6) VENDA DE QUOTAS E NÃO DO ESTABELECIMENTO: Faz-se uma alteração do contrato social retirando os antigos sócios e incluindo os novos. Tudo o que for ativo e passivo é transferido. A sociedade continua a mesma. Passarão a administrar o(s) estabelecimento(s). Podem eventualmente alterar o nome, mas não pode constar do contrato a venda do nome.
7) VENDA DO ESTABELECIMENTO E NÃO DA SOCIEDADE: Pode-se adquirir o estabelecimento sem se adquirir a sociedade. Pode haver neste caso cessão do uso da marca (franquias).
Ponto: Está entre os elementos do estabelecimento empresarial, compreende o local específico em que ele se encontra. Em função do ramo de atividade do empresário, a localização do estabelecimento pode agregar valor a ele.
Quanto à renovação compulsória do contrato de locação, a Lei de Locação determina alguns requisitos para que a locação seja considerada empresarial, e que assim, o empresário possa continuar tendo preferência sobre o ponto.
Título de estabelecimento: É elemento de identificação do estabelecimento, não se confundindo com Nome empresarial. A proteção do título de estabelecimento se faz por regras de responsabilidade civil e penal, na medida em que caracteriza concorrência desleal (LPI, arts. 195 V e 209).
6. REGISTRO
Finalidades: (Art. 1º, I, II e III. Lei 8934/94). 1) Dar garantia, publicidade, segurança e eficácia aos atos jurídicos das empresas mercantis.
2) Cadastrar as empresas nacionais e estrangeiras em funcionamento no Brasil e manter atualizadas as informações pertinentes.
3) Proceder a matrícula dos agentes auxiliares do comércio, bem como seu cancelamento.
Órgãos do registro: Artigo 1150, CC: Junta comercial: Sociedade empresária.
Cartório de registro civil das pessoas jurídicas: Sociedade simples.
Artigo 1152, CC: Cabe ao órgão incumbido do registro verificar a regularidade das publicações determinadas em lei, de acordo com os parágrafos deste artigo.
Observações: Art. 3º, Lei 8934/94: Os serviços do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins serão exercidos, em todo o território nacional, de maneira uniforme, harmônica e interdependente, pelo Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis (Sinrem), composto pelos seguintes órgãos:
I - o Departamento Nacional de Registro do Comércio, órgão central Sinrem, com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo;
II - as Juntas Comerciais, como órgãos locais, com funções executora e administradora dos serviços de registro.
Efeitos jurídicos do registro: 1) Torna públicos os atos inscritos no Registro de Empresa. 
2) Artigo 45, CC: começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
3) A não inscrição do empresário traz impedimentos ao exercício de sua atividade, acarretando-lhe a pecha de irregular e impondo-lhe inúmeras restrições previstas na legislação administrativa, processual e mercantil.
4) A autenticação dos livros empresariais (livro de registro de empregados, de contabilidade, etc.) só é possível ao empresário regularmente inscrito. Sem registro, o empresário, na hipótese de ser decretada sua falência sofrerápersecução penal por omissão de documentos contábeis obrigatórios.
Prazos: Artigo 1151, CC: O contrato deve ser levado para registro no prazo de 30 dias a partir da assinatura, da lavratura dos atos respectivos.
O registro será requerido pela pessoa obrigada em lei, e no caso de omissão ou demora, pelo sócio ou qualquer interessado.
Se for requerido além do prazo previsto, o registro só produzirá efeito a partir da data de sua concessão.
As pessoas obrigadas a requerer o registro responderão por perdas e danos em caso de omissão ou demora.
6.1 JUNTAS COMERCIAIS
Estrutura: Art. 9º, Lei 8934/94: A estrutura básica das juntas comerciais será integrada pelos seguintes órgãos:
I - a Presidência, como órgão diretivo e representativo;
II - o Plenário, como órgão deliberativo superior;
III - as Turmas, como órgãos deliberativos inferiores;
IV - a Secretaria-Geral, como órgão administrativo;
V - a Procuradoria, como órgão de fiscalização e de consulta jurídica.
Observações: Procuradoria: trata dos assuntos da própria junta (não presta serviço jurídico).
Secretaria: suporte administrativo e logística.
Turmas e Plenário: Tomada de decisões. Plenário é o órgão recursal da junta, órgão revisor. Cabe pedido de reconsideração de decisão à turma, no caso de pedido complexo que será analisado por ela. Depois instaura-se o recurso junto ao plenário.
Técnicos: Alguns atos devem ser analisados pelos técnicos, que são como conselheiros (ex: incorporações, fusões). Não compõem a estrutura das juntas. Podem analisar os atos constitutivos, cabe pedido de reconsideração à eles também.
Presidência: órgão diretivo e representativo
Atos do registro: 
	MODALIDADE
	A QUE SE DESTINA
	MATRÍCULA
	Matrícula de profissionais como:
Leiloeiros
Tradutores públicos e intérpretes comerciais
Trapicheiros
Administradores de armazéns-gerais
	ARQUIVAMENTO
	Constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas individuais, sociedades e cooperativas.
Os atos relativos a consórcio e grupo de sociedades previstos em lei especial.
Os atos relativos a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil.
As declarações de microempresa.
Os atos e documentos que possam interessar ao empresário ou à empresa mercantil.
	AUTENTICAÇÃO
	Instrumentos de escrituração das empresas (livros mercantis).
As cópias dos documentos assentados.
Recursos: Art. 44, Lei 8934. O processo revisional pertinente ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins dar-se-á mediante:
I - Pedido de Reconsideração;
II - Recurso ao Plenário;
III - Recurso ao Ministro de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo.
Observações: Pedido de reconsideração é feito à turma ou ao técnico, que irá rever sua decisão. Mais singelo. Se há nova reprovação, é feito o recurso ao plenário. Após o plenário, pode-se fazer recurso ao ministro, que é a instância administrativa superior. É preciso que se esgotem os recursos possíveis dentro da junta antes de acionar o judiciário.
5. NOME EMPRESARIAL
Natureza jurídica: 1) 1ª Teoria: O nome empresarial é direito personalíssimo e por isso não pode ser objeto de transação, estaria portanto fora do comércio. (Corroborada pelo artigo 1164, CC)
2) 2ª Teoria: Vê o nome empresarial não como algo com que se identifica o empresário, mas também o qualifica (ex: Carrefour – identifica e qualifica), por isso seria direito patrimonial. Poderia então ser objeto de comércio. (o título de estabelecimento nesta perspectiva também pode ser negociado) (O judiciário tem dado força à esta tese. Enunciado 72 das Jornadas de D.C., no CC).
Espécies: Firma: É o nome empresarial utilizado por empresários individuais e sociedades simples no geral.
Denominação: Se presta a identificar sociedades que os sócios limitam sua responsabilidade.
Artigo 1156, CC: O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviação, aditando-lhe se quiser, designação mais precisa de sua pessoa ou do gênero da atividade. (ex: “Antonio S. Pereira”, “S. Pereira Livros técnicos”).
Artigo 157, CC: As sociedades onde os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações adotam a palavra final “companhia”. (ex: “Antonio S. & Cia.”) 
Artigo 1158, CC: Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final “limitada” ou sua abreviatura. Se optar por denominação é obrigatória a identificação do ramo da atividade. (ex: “Silva & Pereira Ltda.”, “A. Silva & Pereira, Livros técnicos Ltda.”, “Alvorada Comércio de Livros Técnicos Ltda.”).
Artigo 1160, CC: A Sociedade anônima só pode adotar denominação social, sendo obrigatório o uso da locução “Sociedade anônima” ou “Companhia”. (ex: “S/A Alvorada – Livros Técnicos”, “Companhia Editora de Livros Técnicos Alvorada”).
Artigo 1161, CC: A sociedade em comandita por ações pode adotar firma ou denominação. Na denominação exige-se referência ao objeto social. Será obrigatória a locução “comandita por ações”. (ex: “Alvorada Livros Técnicos C.A.”).
Artigo 1162, CC: A sociedade em conta de participação, por sua natureza de sociedade secreta, está proibida de adotar nome empresarial de denuncie sua existência.
Proteção: Se dá no âmbito da Junta Comercial registradora daquele nome. Depende então de registro na junta. 
Se a sociedade empresária ou empresário individual quiser proteção no âmbito nacional, deverá se cadastrar nas juntas de cada Estado, pois a proteção é estadual. (Artigo 1166, CC).
O contrato social só prevê o nome empresarial, sendo apenas este tutelado pelo Direito Empresarial. O título de estabelecimento não é protegido. Quando este é palpável, reconhecido como direito patrimonial, aconselha-se incluí-lo no contrato social. Esta simples menção fará com que se possa reivindicar direitos de outrem que usar o título de estabelecimento em fraude, causando-lhe prejuízo. A tutela do titulo de estabelecimento se dá no âmbito do Direito Civil, direito privado.
Observações: Artigo1163, CC: O nome de empresário deve ser único. Se o empresário tiver nome igual ao de outros já inscritos deverá acrescentar designação que o distinga.
Artigo 1165, CC: Se o sócio falecer/ for excluído/ se retirar, seu nome não pode continuar na firma social.
Artigo 1167, CC: Cabe ao prejudicado a qualquer tempo ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou contrato.
Artigo 1168, CC: Inscrição cancelada no caso de cessar a atividade para qual foi adotado, ou ocorrer liquidação da sociedade.
7. ESCRITURAÇÃO
Governança Corporativa: 1) Expressão cunhada em 80/90, na perpectiva de dar mais visibilidade, transparência, contorno, fiscalização mais efetiva da atividade empresarial. É um método que tem como objetivo em síntese, melhorar em todos os sentidos as decisões corporativas.
2) A GC busca melhorar as decisões tomadas na alta administração das sociedades (Assembleia/Diretoria). Melhorar o nível das decisões é melhorar o relacionamento entre pessoas que ocupam estes órgãos e dos órgãos com terceiros relacionados (compradores, empregados, etc.)
3) A GC produziu uma série de documentos que são os seus marcos civis, muito importantes:
O Relatório CadBury: standard em matérias de boas práticas para a empresa;
IBGC/1995: inicialmente constituído por administradores e acabou por produzir um código de boas práticas corporativas. É usado como critério de análise de empresas para saber se esta aplica políticas de boa governança (não é lei!).
Lei de S.A/1976: possui muitos artigos tratando de GC.
4) Princípios da GC:
Transparência: inicialmente pressupõe que as decisões corporativas sejam tomadas com o conhecimento de todos os interessados, de forma democrática, regularmente, com deliberações válidas e registradas. Ainda, todos os sócios devem tomar conhecimento das assembleias (a lei manda publicar em jornal de grande circulação ou DOU). É preciso também que haja veracidade nos documentos societários, como atos e atas de reunião.
Prestação de contas: significa que as pessoas às quais competea administração dos atos diários da sociedade precisam prestar contas desses atos aos sócios, que são quem os indicou a administradores. As contas são prestadas em sociedade pela ESCRITURAÇÃO.
Equidade: pressupõe um tratamento igualitário dos sócios não importando a participação deles no capital.
Responsabilidade corporativa: é a responsabilidade que se cobra das empresas de cumprir o ordenamento jurídico previsto àquela sociedade. Também há a vertente de responsabilidade ambiental ligada à responsabilidade corporativa.
5) Mecanismos de Governança: 
Internos: conselho de administração, comitês, códigos de ética, códigos de governança.
Externos: investidores institucionais (fundos de pensão, fundos de investimento, etc., só investem em empresas que possuem boa governança), legislação especializada em direito societário.
Funções da escrituração: 1) Gerencial: se relaciona com a análise dos resultados econômicos da sociedade. Se bem feita, esta análise entra no conceito de GC.
2) Documental: função de comprovar esta atividade, estes resultados a terceiros (o mercado). Em razão desta função de documentação que se fez necessária a criação adequada de técnicas de escrituração. Métodos de contabilidade geralmente aceitos no mercado, só são aceitos por serem regidos por órgãos competentes (ex: IASB, IFRS).
3) Fiscal: apresentar ao fisco o balanço patrimonial da sociedade. 
Princípios da escrituração: 1) Uniformidade: uniformização das regras de contabilidade/escrituração do mundo para ajudar/facilitar relações internacionais.
2) Sigilo dos livros: As informações, a princípio, importam a quem a produz. A empresa pode se valer dos documentos que produziu para se defender em juízo, quando a escrituração for regular, fazendo prova a favor do comerciante, se corroborada com outros elementos/documentos.
* Exibição de livros: PJ faz a contabilidade, para efeitos de prova é prova unilateral.
* O fisco pode ter acesso à contabilidade.
* “Due dilligence”: exibição de livros, quando duas empresas querem se unir, uma abre os livros para a outra fazer análise, e vice versa.
3) Individualização: cada operação realizada pelo empresário deve ser escriturada individualmente (desde celebração de contrato até demissão de empregados). Cabe ao contador a responsabilidade de fazer registros de regularidade intrínseca e extrínseca. Se fizer registro sem a prova documental, cabe a ele a responsabilidade pela fraude fiscal.
Observações: Artigo1180, CC: Além dos demais livros de escrituração exigidos por lei é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração eletrônica.
Artigo 1181, CC: Os livros obrigatórios, e se for o caso as fichas, antes de postos em uso devem ser autenticados no Reg. De Empre. Mercantis.
Artigo 1182, CC: A escrituração será feita por contabilista legalmente habilitado.
Artigo 1183, CC: Idioma e moeda nacional, forma contábil, ordem cronológica, sem intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras, emendas, etc.
Artigo 1184, CC: Técnico em ciências contábeis habilitado e empresário ou sociedade empresária tem que assinar o balanço patrimonial.
8. PROPRIEDADE INDUSTRIAL
Requisitos para que uma invenção seja patenteada: 1) Novidade: não basta, para a obtenção do direito industrial que a invenção ou modelo sejam originais. É necessário que a criação seja desconhecida pela comunidade científica, técnica ou industrial. Ou, a criação não poderá estar compreendida no estado da técnica. (LPI, art. 11).
2) Atividade inventiva: a lei define que a invenção apresenta inventividade quando não é uma decorrência obvia do estado da técnica (LPI, art. 13). Em outros termos, a invenção deve despertar no espírito dos técnicos da área o sentido de um real progresso.
3) Aplicação industrial: somente a invenção ou modelo suscetível de pode ser patenteado (LPI, art. 15)
4) Não impedimento: a lei proíbe, por razões técnicas ou por atendimento ao interesse público, a patenteabilidade de determinadas invenções ou modelos. (LPI, art. 18).
Quais propriedades industriais são patenteáveis: Invenção e Modelo de utilidade (LPI, art. 2, I).
O que é uma invenção: Tudo aquilo que se inventa, que se cria, que pode ser explorado economicamente, excetuando aquilo disposto no artigo 10 da LPI e seus incisos. É o ato original do gênio humano. Há de se observar os requisitos do artigo 8 da LPI.
O que é estado da técnica: Segundo o artigo 11, § 1º da LPI, o estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao publico antes da data de deposito do pedido da patente, por escrito ou oral, por uso de qualquer outro meio, no Brasil ou exterior, ressalvando o disposto no artigo 12, 16 e 17 da LPI.
O que é direito de prioridade: O direito Brasileiro reconhece o direito de prioridade segundo os artigos 16 e 17 da LPI, pelo qual é possível a qualquer cidadão de país signatário da União de Paris, reivindicar prioridade da patente, no prazo de 6 meses para modelo ou desenho industrial, marca ou sinal de propaganda, ou 12 meses para invenção ou modelo de utilidade. Equivale na prática à eliminação das fronteiras nacionais, para fim de proteção da propriedade.
Prazo de vigência das patentes de invenção: 20 anos para invenção, contados do depósito do pedido de patente (data que o pedido foi protocolado no INPI). Para garantir ao inventor pelo menos um tempo razoável de utilização da invenção, o prazo não poderá ser inferior a 10 anos contados da expedição da patente (LPI, art. 40). Atendidas essas regras não haverá prorrogação de prazo de duração da patente.
Direitos decorrentes da patente: O empresário titular da patente tem direito de explorar economicamente o objeto correspondente com inteira exclusividade. Para que uma pessoa explore bem industrial patenteado, ela necessita de autorização do titular. 
O titular tem o direito de impedir que terceiros não autorizados façam uso, vendam, coloquem a venda, produzam ou importem produto objeto de patente ou produto ou processo obtido diretamente por processo patenteado (LPI, art. 42, I, II). 
Ainda tem direito de impedir que terceiros contribuam para que outros exerçam os atos acima (LPI, art. 42, § 1º). Por fim tem direito de obter indenização pela exploração indevida de seu objeto, inclusive no período de tempo do pedido e da concessão da patente. (LPI, art. 44).
Nulidade de patente: Art. 46, LPI: é nula a patente concedida contrariando as disposições da LPI, e neste contexto, pode-se pleitear a nulidade da patente se houver qualquer vicio formal, ou nas hipóteses de matérias excluídas da proteção (art. 10 e 18).
Art. 47, LPI: possibilidade de nulidade parcial da patente, o que pode ocorrer nos casos em que haja matéria patenteável nas reivindicações que subsistirem. Ou seja, a patente pode ser considerada nula, mas outras reivindicações se tiverem objeto patenteável continuam válidas. (se as reivindicações forem dependentes, a nulidade da reivindicação materna implicará em sua invalidade).
Art. 48, LPI: se houve vicio no procedimento administrativo que concedeu a patente a declaração de nulidade retroagirá ate a data do depósito do pedido.
Art. 49, LPI: se houver usurpação da invenção ou modelo, ou seja, se a patente for depositada por parte ilegítima, pode o verdadeiro inventor requerer a nulidade.
Desenho industrial: diz respeito a forma dos objetos, e serve tanto para conferir-lhe um ornamento harmonioso como para distingui-lo de outros do mesmo gênero. Segundo o art. 95, LPI, considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa e que possa servir de tipo de fabricação industrial.
Espécies de marca: 1) Marca de produtos e serviços: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.
2) Marca de certificação: usada para atestar a conformidade de um produto ou serviçocom determinadas normas ou especificações técnicas quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada.
3) Marca coletiva: usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade.
Marca de alto renome: é aquela marca que é reconhecida por consumidores pertencentes a diversos segmentos de mercados diferentes daquele mercado que corresponde aos produtos ou serviços protegidos por esta marca. Além desta característica, a marca de alto renome possui “goodwill”, ou seja, ganhou grande reconhecimento e goza de boa reputação perante os consumidores, pois estes reconhecem que os produtos ou serviços identificados pela marca são de excelente qualidade. Ainda à marca de alto renome é assegurada proteção especial em todos os ramos de atividade (Art. 125, LPI).
Como se adquire propriedade da marca: Sistema atributivo de direitos. Se adquire por meio de registro no INPI, consoante a letra expressa do artigo 129 da LPI, que diz: “A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional, observado quanto às marcas coletivas e de certificação o disposto nos arts. 147 e 148.”
Prazo de vigência do registro da marca: o registro tem duração de 10 anos a partir da sua concessão (art. 133, LPI). Este é prorrogável por períodos iguais e sucessivos, devendo o interessado pleitear a prorrogação sempre no ultimo ano de vigência do registro. O registro de marca caduca, salvo força maior, se sua exploração econômica não tiver inicio no Brasil em 5 anos consecutivos, ou na alteração substancial da marca.
Indicação de procedência: A LPI considera indicação geográfica como indicação de procedência. Segundo o artigo 177 da LPI, “considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado produto ou de prestação de determinado serviço”.
Patente de software: Regra: não é patenteável (art. 10, V, LPI). Exceção: 03/2015: INPI abriu consulta publica sobre os critérios para concessão e registro de patente. Projeto de mudança de lei das patentes: já foi concedida patente de software a empresas como Lenovo, Ericsson, etc. Documento emitido pelo INPI: verificar.

Outros materiais