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Sondagem do Tipo SPT-T

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UDC – CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
SONDAGEM DO TIPO SPT-T
DIEGO HOU
EDUARDO MANOEL
PAMELLA TRINDADE
SILVIANE R. BARBOSA
FOZ DO IGUAÇU - PR
2016
DIEGO HOU
EDUARDO MANOEL
PAMELLA TRINDADE
SILVIANE R. BARBOSA
SONDAGEM DO TIPO SPT-T
Trabalho realizado para obtenção de nota parcial da disciplina de Fundações I do curso de Engenharia Civil do Centro Universitário Dinâmica das Cataratas (UDC), ministrado pelo Prof. Julio Filla.
FOZ DO IGUAÇU
2016
INTRODUÇÃO
As sondagens são um método de estudo de solos que consistem em perfurações realizadas nos terrenos onde serão executadas obras para determinação das características do solo como: espessura, estrutura, tipo do solo, profundidade, resistência, entre outras características. É com esse método de ensaio que, também, localiza-se o lençol freático
Para decidir o tipo de fundação a ser utilizada em determinas construções, necessita-se conhecer o solo que será trabalhado. Para isto, existem métodos para recolha e análise desses solos, como por exemplo sondagem a trado, sondagem tipo banca, soldagem a percussão e sondagem rotativa.
Esses ensaios são feitos in-loco, cada um com uma estratégia de estudo do solo, para que as características do mesmo, como o perfil de umidades e granulometria, densidade das partículas e deformabilidade, sejam conhecidas afim de evitar problemas futuros na estrutura pelo mau emprego de um tipo de fundação.
O presente trabalho apresentará características da Sondagem á Percussão, mais conhecida como SPT, que significa Standart Penetration Test ou Teste de Penetração Padrão, que é um método de investigação de solos na qual se coleta uma amostra inteira do solo de interesse para obter as características necessárias para as funções destinadas.
spt-t: Referencial teórico
DEINFRA (1994) define a sondagem a percussão como um método de investigação geológico – geotécnica de solos em que a perfuração é obtida através da percussão destes por peças de aço cortantes. É utilizada tanto para obtenção de amostras como de índices de penetração do solo.
Neste seguimento serão apresentados alguns métodos opcionais de sondagem para depois focar no método de sondagem à percussão, apresentando como é feito, como se interpretam os resultados, onde é aplicado e fatores que podem influenciar nos seus resultados.
MÉTODOS DE SONDAGEM
Segundo o DER/SP (2006), as sondagens são realizadas através de quatro métodos de perfuração distintos ou ainda pela combinação dos métodos: trado, percussão, rotativa ou barra mina. 
Sondagem a Trado
Conforme DER/SP (2006), é utilizada para determinar espessuras, tipo de solo e nível de água. Utiliza-se como equipamentos trados do tipo cavadeira e helicoidal, hastes metálicas, ponteira, medidor de nível de água, trena, recipientes para coletas de amostras e etiquetas. Coleta-se amostras de solo a cada metro, ou a critério dos ensaios.
Sondagem rotativa
Tem o objetivo de obter testemunhos para o reconhecimento, onde não é possível a avaliação do subsolo através das sondagens a trado ou percurssão, pois se tornou impenetrável através destas sondagens. (DER/SP, 2006). São utilizados como equipamentos tripé, sonda rotativa, bomba d’água, guincho, tubos de revestimentos, coroas diamantadas, luvas alargadoras, barriletes, retentores de testemunhos, obturadores de borracha, e hastes de perfuração.
Sondagem Barra – Mina
A sondagem Barra – Mina tem por finalidade a determinação da espessura e a área de abrangência de solos moles. (DER/SP, 2006).
Sondagem á Percussão
É um ensaio pelo qual se determina o índice de resistência à penetração no solo. Tem o objetivo de determinar os tipos de solos e suas profundidades de ocorrência e índices de resistência à penetração do solo, e obter a posição do nível d’água (DER/SP, 2006). Segundo Câmara e Pereira (2005), esse método consiste no recurso experimental mais utilizado no mundo para a realização de sondagens geotécnicas e, o conhecimento dos resultados deste ensaio de campo, representa um fator importante dentro do processo de concepção e projeto das obras em geral. 
Os equipamentos utilizados são tripé, hastes, tubos de revestimento, amostradores, peso para cravação do conjunto haste e amostrador, bomba d’água, baldinho, válvula de pé, trepano de lavagem, motor com guincho, macacos ou saca tubos, medidor de nível de água, trado do tipo cavadeira ou espiral, trena, recipientes para coletas de amostras, etiquetas e caixa d’ água.
Segundo ABPv (2002), os objetivos para a execução das sondagens á percussao são:
Determinação do perfil do terreno por meio de identificação dos solos e/ou rochas que formam as camadas ou estratos na subsuperfície;
Determinação da resistência das camadas, à cravação de um barrilete padrão, nos solos (SP, SM);
Determinação do nível d’água;
Determinação da cota de ocorrência do embasamento rochoso, tipo e grau de sanidade da rocha;
Existência de matacões nas camadas de solos; 
Cubagem de jazidas de solos e rochas;
Coleta de amostras.
ORIGEM DO SPT
A história do SPT passou por algumas fases, sendo iniciada em 1902, onde começa a utilização do amostrador. Já em 1940, houve a publicação do livro em 1948, Terzaghi & Peck, que, conforme Carvalho (2012) contribuiu com a utilização do SPT. Mostrou as primeiras correlações entre o índice de resistência à penetração do ensaio, apresentando a importância da compacidade, consistência e resistência do solo, e também deu recomendações quanto ao equipamento e os procedimentos de ensaio. No ano de 1970 é marcado pelas tentativas da normalização do ensaio, mas só em 1977 que aumenta a preocupação com a qualidade de informações e as técnicas utilizadas.
Segundo Belincanta (1998), em 1902 o engenheiro Charles R. Gow começou nos Estados Unidos a obter de amostras do solo através de processos dinâmicos de cravação. Antes dessa data os processos de identificação do solo eram por base de perfurações com circulação de água e abertura de poços com diâmetros grandes, para se obter as amostras e seus resultados. O solo com esse processo acabava se descaracterizando, prejudicando a identificação das propriedades e do tipo de solo. Com esse problema, o engenheiro Charles R. Gow propôs um processo que na cravação dinâmica a seco com um tubo oco metálico de 25,4mm de diâmetro e aproximadamente 450 mm de comprimento, e o impacto era com a ajuda de um martelo. Esse processo melhorou a qualidade das amostras.
Na época não registraram como faziam as cravações do tubo, o intervalo das cravações, a altura que o martelo alcançava, quantos golpes, etc. Segundo Fletcher e Mohr, apud Carvalho (2012), só se começaram a registrar a partir da segunda metade da década de 1920.
O autor relata que em 1927, Raymond Concrete Pilee e The Gow Company, utilizou os trabalhos de campo de Fletcher e pesquisas de Harry A. Mohr, para desenvolverem um amostrador com três partes (cabeça, corpo principal bipartido e sapata biselada). O amostrador tinha 51 mm diâmetros externo e 35 mm de interno.
Após a cravação no solo era necessário apenas que fosse retirada as duas extremidades rosqueadas (sapata cortante e cabeça), sendo possível ver a amostra inteiramente e fazer a sua coleta, avançando ainda mais a obtenção de amostra com qualidade, sendo preservada boa parte do solo em seu estado natural.
O autor ainda salienta que no processo de cravação do amostrador no solo, abaixo do nível de água, dependendo do tipo de solo e a velocidade da execução, geravam poro pressões no seu interior, por sobre a amostra. Por essa razão, criaram outro modelo de amostrador. Esse novo amostrador tinha um corpo inteiriço, com diâmetro externo da sapata maior do que o diâmetro do corpo.
Desde essa época, o SPT tem tido uma evolução contínua em alguns aspectos, quanto ao mecanismo de levantamento e soltura do martelo, mas a configuraçãodo amostrador universalmente ainda hoje apresenta as mesmas características do amostrador do tipo Raymond.
O ano de 1945, de acordo com Carvalho (2012), é um marco para a história do SPT, foi quando houve a substituição das hastes de 25,4 mm (32 N/m) por hastes mais rígidas de 56 N/m usadas nas sondagens rotativas. As hastes com diâmetro pequeno aparentavam ser flexíveis demais, podendo ter perdas de energia durante o impacto do martelo. 
Posteriormente em 1949, Cumings chegou à conclusão que a perda de energia devido a movimentos transversais das hastes é pequena, em sondagens de até 30 metros de profundidade utilizando hastes de 25,4mm e revestimentos de 63,5 mm. Mas, a mesma afirmação não pode ser feita para perfurações maiores do que 60 metros.
Broms e Flodim, apud Carvalho (2012) relata que a expressão “Standard Penetration Test” foi usada pela primeira vez por Karl Terzaghi em 1947, na realização do VII Texas Conference on Soil Mechanics and Foundation Engineering. Posteriormente teve uma publicalçao de um trabalho com o título: “The Dynamic Penetration Test: A Standad that is not Standardized”.
As primeiras tentativas oficiais de padronização do ensaio começaram na década de 1950. Fletcher, citado por Carvalho (2012) afirma que esse processo inicia-se com James D. Parson, em 1954, que registrou o número de golpes para cada um dos três intervalos de 152 mm de penetração do amostrador. Durante os anos de 1950 e 1960 houve muitas discussões sobre a importância do intervalo de assentamento do amostrador. Mas, os pesquisadores se inclinaram ao registro do número de golpes para cada um dos três intervalos de penetração, igual como ao primeiro desses intervalos de 152 mm como sendo de assentamento. Esse processo de normalização do ensaio se enrolou até a década de 1970, quando se instaurou uma trégua sobre o assunto.
SPT NO BRASIL
Belincanta (1998) relata que o SPT chegou ao Brasil em 1939. Para Vargas apud Carvalho (2012), começou com a criação da “Seção de Estruturas e Fundações” do IPT (Instituto Paulista de Tecnologia) no ano de 1935. Após um ano, o engenheiro Odair Grillo foi à Universidade de Havard, participou de um curso feito pelo Prof. H. A. Mohr, que acreditava na medição de resistência à penetração dinâmica em sondagens com amostradores de 51 mm e 63,5 mm.
De acordo com o referido autor, Odair Grillo, influenciado por Mohr, trouxe para o IPT, a criação da Seção de Solos de Fundações. Nesse período as sondagens eram feitas usando um revestimento de 51 mm, que coletava amostradas de argilas para serem analisadas táctilmente e visualmente, para determinar sua consistência. Com a chegada do processo de sondagem permitiu obter alguma característica de resistência à penetração e correlacioná-la com a compacidade das areias. 
Em 1944, por meio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo começou a se usar o amostrador padrão, cujo diâmetro externo foi vinculado ao diâmetro interno do revestimento (51mm). Porém, melhor seria se o diâmetro interno do amostrador fosse o maior para conseguir uma amostra com dimensões maiores. O problema era a resistência mecânica que o amostrador deveria ter para aguentar o processo dinâmico de cravação. Com um tempo chegaram à conclusão que o material mais adequado um determinado tipo de tubo utilizado em caldeiras de alta pressão, que possuía 46 mm e 38,1 mm de diâmetros externo e interno. O amostrador possuía de três partes (cabeça, corpo de 420 mm de comprimento e sapata biselada)). A resistência à penetração era dava através do número de golpes necessários à cravação desse amostrador por 300 mm no solo. A altura da queda do martelo, cravação por sua vez, era 750 mm, e o martelo pesava 0,59 KN.
Um amostrador de 41,3 mm e 25,4 mm de diâmetros externo e interno, foi introduzido pela Geotécnica S.A, no ano de 1944 por seus fundadores Odair Grillo, Otelo Machado e Raimundo D’Araujo Costa. Por ter sido importado dos Estados Unidos pelo engenheiro H. A. Mohr, ele recebeu no Brasil o apelido de amostrador Mohr Geotécnica. (TEIXEIRA apud CARVALHO, 2012).
Usando esse tipo de amostrador, a resistência à penetração era calculada através da quantidade de golpes necessários para cravar 30 cm no solo, com um peso de 0,64 kN caindo a 75 cm de uma altura, e com a hastes de 1” de diâmetro. A resistência obtida através desse barrilete amostrador passou a ser chamado IRP (Índice de resistência à penetração). 
A Geotécnica escolheu usar esse tipo de amostrador por possuir paredes mais espessas do que o modelo utilizado pelo IPT, ou seja, mais durável. Em 1945 o Prof. Milton Vargas publicou o primeiro trabalho no meio geotécnico brasileiro sobre o SPT. De acordo com Carvalho (2012) o trabalho virou referência básica para a consolidação do método de ensaio.
A NORMALIZAÇÃO DO SPT NO BRASIL
Conforme Carvalho (2012), a fase de normatização brasileira do SPT começa na data da chegada em nosso país dos processos de certificação tais como: o CCQ e a Qualidade Total. Por causa da falta de padronização da metodologia e do aparelhagem no início, o ensaio de SPT sofria muitas críticas no Brasil. Em 1974, a comunidade geotécnica começou a discorrer em congressos, por exemplo o 5º Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos, realizado na época em São Paulo, sobre os o destino do SPT no Brasil.
A discussão foi reforçada no 1º Simpósio de Prospecção do Subsolo realizado em Recife no ano de 1977. Nessa oportunidade Teixeira, segundo Carvalho (2012), apresentou o trabalho “Sondagens, Metodologia, Erros mais Comuns, Novas Normas de Execução” que foi quem abriu a porta para a elaboração da primeira norma oficial brasileira.
Em 1977 a Associação Brasileira de Mecânica de Solos (ABMS) discute com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a aprovação da proposta da norma do SPT. Em 1970 se torna oficial a primeira norma brasileira sobre SPT, com o nome “Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos”, MB 1211/79, se tornando em 1980, NBR 6484. Em 2001 a NBR 6484 foi revisada e incorporada a ela a NBR 7250 – Identificação e descrição de amostras de solos obtidas em sondagens de simples reconhecimento de solos. (NBR 6484, 2001),
SPT-T: COMO É FEITO
Conforme DEINFRA (1994), os equipamentos e ferramentas padrões compõe-se dos seguintes elementos: tripé com roldanas; guincho mecânico ou com moitão; trado concha e espiral; hastes e luvas de aço; alimentador d’água; cruzeta; trépano e “T” de lavagem; barriletes amostradores e peças para cravação destes: martelo ou peso de bater com 65kg e guia; tubos de revestimento; bomba d’água; abraçadeiras para revestimentos; abaixadores e alçadores para hastes; saca-tubos; baldinho com válvula de pé; chaves de grifo; metro ou trena; recipientes herméticos para amostras tipo copo; parafina, sacos plásticos, etiquetas para identificação; medidor de nível d’água.
A NBR 6484 (ABNT, 2001) detalha como deve ser feito todo o procedimento. A cada metro de perfuração da sondagem é feito um ensaio de cravação de um barriletes, tubo oco de 45 cm, no fundo do furo, para medida de resistência do solo e coleta de amostra pouco deformada. O solo é manualmente perfurado até aproximadamente 1 metro, sendo então revestido com esse tubo metálico. Assim o amostrador-padrão, conectado ao sistema de hastes é colocado na guia e suspenso numa cabeça de bater, e posicionado no furo de sondagem. O martelo, que é conectado a uma haste guia, é suspenso pela corda de cisal, por uma roldana, e é solto em queda livre a uma altura de 75 cm sobre a cabeça de bater, fazendo com que o amostrador-padrão penetre no solo. O amostrador é cravado em 45 cm de solo, e contando-se quantos golpes são necessários para cravar em cada 15 cm do solo. Começa a considerar a cravação a partir dos 30 cm, que é denominado de índice de resistência a penetração, NSPT.
Conforme Ferreira (2009), o resultado do teste SPT corresponde à quantidade de golpes necessária para fazer penetrar, no fundo do furo, o barriletes amostrador nos seus últimos 30 cm. Estenúmero de golpes (NSPT) mostra a resistência do solo à penetração do amostrador-padrão.
O amostrador-padrão é circular e de parede grossa, podendo retirar o solo deformado a cada metro de profundidade. As amostras são levadas para o laboratório para a análise visual-táctil, e se for de interesse, para ensaios de caracterização. 
Ferreira (2009) afirma que o ensaio SPT foi melhorado através da medida da torção necessária para girar o barrilete cravado no fundo do furo que o SPT faz, conseguindo assim melhores parâmetros de resistência do material investigado. Sendo esse ensaio denominado SPT-T. 
Para vencer o atrito do amostrador-padrão com o solo, Ranzini, apud Silva (2008) sugeriu a medição do Torque, sendo feito depois do ensaio do SPT, para se obter um parâmetro à estimativa da resistência lateral das fundações por estacas. O aparelho usado é o torquímetro, usado juntamente com os equipamento do SPT. Acopla-se o torquímetro à haste, e então ele é girado manualmente fazendo a leitura do Torque Máximo e do Torque Residual necessário ao movimento rotacional. O autor acima citado, diz que a medida de torque no ensaio SPT, traz uma vantagens na estimativa do atrito lateral no projeto de fundações por estacas. 
INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO SPT
Para saber que fundação escolher em uma determinada obra, é necessário conhecer as reações que o solo terá ao receber as cargas que uma estrutura possui. Para isso, é de suma importância conhecer alguns itens como: altura do Lençol Freático; os tipos de solo existentes na locação da obra; a profundidade de cada tipo de solo; a capacidade de v carga do subsolo, em diversas profundidades, entre outras informações. De acordo com a Fundesp (2002), para obter estes tipos de informação o teste mais econômico e elucidativo é o ensaio SPT. A partir dele o projetista de fundações poderá solicitar exames mais específicos, caso ache necessário.
O SPT tem o propósito de obter índices de resistência à penetração do solo. A pressão admissível a ser transmitida por uma fundação direta ao solo depende da importância da obra e também da experiência acumulada na região, podendo ser estabelecida em função de índice correlacionado com a consistência ou compacidade das diversas camadas do subsolo. (FUNDESP, 2014). Esse índice foi estabelecido por Terzaghi-Peck e é apresentado na seguinte tabela:
	Relação entre tensão admissível e número de golpes (SPT)
	Tipo de Solo
	Consistência
	SPT
	Tensão admissível (Kg/cm²)
	
Argila
	Muito Mole
	<2
	<0.25
	
	Mole
	2 a 4
	0.25 a 0.5
	
	Média
	4 a 8
	0.5 a 1
	
	Rija
	8 a 15
	1 a 2
	
	Muito Rija
	16 a 30
	2 a 4
	
	Dura
	> 30
	>4
	
Areia
	Fofa
	<=4
	<1
	
	Pouco Compacta
	5 a 10
	1 a 2
	
	Medianamente Compacta
	11 a 30
	2 a 4
	
	Compacta
	31 a 50
	4 a 6
	
	Muito Compacta
	> 50
	> 6
 Vale ressaltar que os valores obtidos por tabelas ou até mesmo por fórmulas conhecidas não apresentam resultados muito precisos. Para se determinar com precisão o melhor valor para a resistência do solo, deve ser feita uma análise criteriosa da sondagem por um técnico especializado.
Os dados colhidos na sondagem são mostrados na forma de perfil individual do furo, ou seja, um desenho que traduz o perfil geológico do subsolo na posição sondada, baseado na descrição dos “testemunhos”, aquelas amostras colhidas durante a perfuração. A descrição dos testemunhos é feita a cada manobra e inclui: 
1 -- Classificação litológica – Cor, tonalidade e dados sobre formação geológica, mineralogia, textura e tipo dos materiais. 
2 -- Estado de alteração das rochas – Trata-se de um fator que faz variar extraordinariamente suas características. As descrições do grau de alteração das rochas, embora muito informativas, são até certo ponto subjetivas por se basearem normalmente na opinião do autor da classificação. 
3 -- Grau de fraturamento – Uma das maneiras de avaliar o grau de fraturamento da rocha é através do número de fragmentos por metro, obtido dividindo-se o número de fragmentos recuperados em cada manobra pelo comprimento da manobra. (FUNDESP, 2002)
COMO INTERPRETAR OS ENSAIOS
A NBR 6484 (ABNT 2001) detalha a identificação das amostras e e elaboração do perfil geológico – geotécnico da sondagem, onde as amostras devem ser examinadas procurando identificar no mínimo a sua granulometria, plasticidade, cor e origem.
Inicia-se o processo de identificação de granulometria separando as amostras, a partir de exame tátil-visual, em solos grossos e solo finos. Solos com grãos maiores que 2 mm são classificados como pedregulhos, grãos com espessura entre 2 mm e 0.01 mm são classificados como areias e grãos menores que 0.01 mm são chamados de argilas ou siltes.
É contatado proporção de fração de cada tipo de solo existente na amostra para definir-se a nomenclatura.
A nomenclatura deve acompanhar a indicação da cor e a designação da origem dos solos.
APLICAÇOES
O ensaio SPT, segundo Câmara e Pereira (2005), consiste no recurso experimental para a realização de sondagens geotécnicas, o conhecimento dos resultados deste ensaio de campo representa um fator importante dentro do processo de concepção e projeto das obras em geral. 
De acordo com a ABPv (2002), estes ensaios podem ser executados por diversos processos, de todos, o processo mais frequente nas obras de construção civil – Sondagem à Percussão – como é chamada corretamente. São aplicadas em: 
Projetos de prédios e residências de um pavimento 
Projetos de estradas 
Projetos de barragens 
Projetos de fundações de várias naturezas 
Projetos portuários. 
Ainda conforme autor, a topografia estabelece os limites e a conformação das áreas, as cotas e as orientações geográficas. A prospecção do solo permite conhecer:
Tipo de terreno (rochoso, arenoso, argiloso, etc);
As camadas que constituem o solo; 
A resistência destas camadas; 
O nível do lençol freático; 
A ABPv (2002) relata que o conhecimento de tais características nos permitirá definir o tipo de fundação e a cota de implantação da mesma. As prospecções podem ser efetuadas por diversos processos, é importante a escolha levando em conta: o tempo de realização, a precisão das respostas e os custos. Lembrando que para se obter uma resposta confiável, nunca poderá ser executada uma única prospecção, a não ser em situações particulares, como implantação de torres de telefonia ou de energia elétrica. 
De acordo com o autor acima citado a complementação das sondagens à percussão pode ser feita com: sondagens rotativas, sondagem por eletrorresistividade ou sondagem por sísmica de refração. As sondagens são procedimentos de engenharia que tem como objetivo a obtenção de informações de subsuperfície de uma área na terra, ou na água. Sondagem à Percussão são executadas para: 
Perfil geológico das camadas do subsolo; 
Determinação da capacidade de carga das diferentes camadas do subsolo;
Coleta de amostras das diversas camadas; 
Determinação do nível do lençol freático; 
Determinação da compacidade ou consistência das camadas do subsolo em solos arenosos ou argilosos, e também para a determinação de eventuais linhas de ruptura que possam ocorrer em subsuperfície. 
FATORES QUE INFLUENCIAM NOS RESULTADOS DO SPT
O SPT-T é um ensaio de laboratório e, como qualquer outro ensaio, podem haver fatores que influenciem nos resultados, disponibilizando conclusões não precisas, o que poderá acarretar numa má interpretação de dados e decisões errôneas para o projetista.
Palacios (1977) apud Carvalho (2012) detalha os principais fatores que podem resultar em conclusões erradas, nos ensaios de SPT:
Fatores relacionados ao solo:
· Resistência;
· Compacidade relativa ou consistência;
· Permeabilidade;
· Grau de saturação;
· Sensibilidade (argilas);
· Forma, distribuição e tamanho dos grãos (areias).
Fatores relacionados aos procedimentos:
· Avanço, limpeza e estabilidade do furo;
· Profundidade relativa do furoe do revestimento;
· Intervalo de tempo entre a perfuração e a amostragem;
· Espaçamento entre amostragens subseqüentes;
· Profundidade de penetração do amostrador.
Fatores ligados ao amostrador:
Diâmetro;
· Razão da área projetada;
· Rugosidade externa e interna (uso ou não de líner);
· Forma e estado da sapata cortante;
· Alargamento externo e interno (clearance);
· Área e forma das aberturas de alívio de pressão ou ventosas (vents).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O resultado que o ensaio SPT nos traz é o perfil geológico das camadas do subsolo, determinação da capacidade de carga das diferentes camadas do subsolo, determina o nível do lençol freático, determina a compacidade ou consistência das camadas do subsolo em solos arenosos ou argilosos, e também as eventuais linhas de ruptura que possam ocorrer em subsuperfície. 
O SPT foi melhorado através do SPT-T, feito depois do ensaio do SPT, que, faz a leitura do Torque Máximo e do Torque Residual necessário ao movimento rotacional. O SPT pode ser influenciado pelo solo que vai se avaliar, os procedimentos necessários para a operação do aparelho, e também pelas condições do amostrador. 
O solo colhido é classificado litológica, o estado de alteração das rochas e o grau de fraturamento. O ensaio trouxe melhorias para a sondagem, sendo importantes pra engenharia, tornando possível uma avaliação mais precisa para a fundação.
Pode-se concluir que é notável as evoluções da sondagem a percussão (SPT) e das medidas de torque (SPT-T). Há também a importância na padronização no ensaio conforme as normas da NBR 6484/80. 
O amostrador retira uma parte do solo sem alteração das camadas e suas profundidades. As amostras são levadas para um laboratório, que fará a análise visual-táctil, para posterior ensaios de caracterização. 
A sondagem SPT e SPT-T é muito utilizada na engenharia por fornecer vários dados e por proporcionar ao engenheiro condições melhores para execução em seus projetos. Garante uma precisão do solo, tornando possível uma confiabilidade no resultado da obra.
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484:2001. Solo – Sondagens de Simples Reconhecimento com SPT – Método de Ensaio. Rio de Janeiro. Publicada em fev/2001.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PAVIMENTAÇÃO - ABPv. Curso de sondagem à percussão de simples reconhecimento. Rio de Janeiro, 2002.
BELINCANTA, A. Energia Dinâmica no SPT: Resultados de Uma Investigação Teórico – Experimental. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica – USP. São Paulo – SP, 1985.
BELINCANTA, A. Avaliação de Fatores Intervenientes no Índice de Resistência a Penetração do SPT. Tese de Doutorado. Escola de Engenharia de São Paulo, USP. São Carlos – SP, 1998.
CÂMARA, K. R. R.; PEREIRA, A. C. Análise de perfis de sondagem SPT e caracterização geotécnica de solos do município de Natal. CEFET, Natal, 2005.
CARVALHO, I. S. Proposta para certificação das empresas de sondagens à percussão – tipo SPT. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Mato Grosso, 2012.
DEINFRA – Secretaria do Estado da Infra-Estrutura de Santa Catarina. Instruções Normativas para Execução de Sondagens. Florianópolis, 1994.
DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DE SÃO PAULO. Sondagens: Especificações Técnicas. Emitida em out/2006.
FERREIRA, M. M. Estudo de fundação: execução de sapata de grande dimensão. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Anhembi Morumbi, 2009.
FUNDESP – Fundações Especiais. Curso de Sondagem ä Percussão de Simples Reconhecimento. São Paulo, 2014.
SILVA, D. F. Mapeamento geoestatístico dos parâmetros Nspt e torque máximo de solos em parte da Bacia do Ribeirão Cambezinho em Londrina/PR. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual de Londrina(UEL), 2008.

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