Prévia do material em texto
Vivências de uma Família Disléxica Beto é um menino de 12 anos, que está na 6ª série e agora consegue acompanhar os estudos, mesmo com dificuldade. Beto nos conta: "Somos 4 irmãos e meus dois irmãos mais velhos sofreram muito no colégio. Eu me lembro que quando era pequeno, eu dizia em casa: - Estou ouvindo, mas não entendo! Mesmo agora tenho que fazer um grande esforço para entender o que dizem na escola. Até em casa, não consigo acompanhar bem as estórias da Televisão! Meu irmão mais velho vive perguntando à mulher dele o que aconteceu no programa de TV. E por isso eu não me sinto tão burro pois eu sei que meu irmão não é burro! Antigamente eu pensava que eu era idiota e não me relacionava bem com meus colegas. Eles me chamavam de "burro". E claro que era mais fácil me relacionar com os adultos. Agora, que estou mais velho, eu já consigo me dar bem com outras crianças. Na 2ª série eu comecei a receber ajuda – fui para a fono e comecei a perceber que eu podia aprender, só que meu tempo era maior. Precisei de muita ajuda para aprender a ler. Meu irmão de 21 anos ainda tem problemas com a leitura e a escrita (ortografia), mas ele é muito vivo para outras coisas. Ele compreende tudo quando ele ouve e, aprende rapidinho. Ele é melhor do que eu nessa parte. Eu tive também aulas de computador, o que me ajudou muito no meu trabalho escolar. Todos meus livros, exceto matemática e gramática, estão gravados em fitas. Preciso, ainda, de muita ajuda em casa: minha mãe é, para mim, uma professora muito especial! Conto também com a ajuda da FONO! Aliás, toda nossa família é especial – fora do comum! Nós três temos problemas com a aprendizagem, mas todos os meus irmãos estão indo bem na faculdade, embora tenham ingressado mais tarde. Um dos meus irmãos tem uma colega que anota tudo para ele, pois ele não consegue ler o que escreve! Nas matérias com muita leitura, minha mãe faz resumos digitados no computador. Pouco a pouco também vou me sentindo bem. Sei que meus irmãos são legais. Nós rimos muito das nossas besteiras; por exemplo, quando meu irmão mais velho se perde dirigindo, ou também, quando ele anota ao contrário o número do prédio que procura. Aliás, meu irmão é igual a minha mãe. Quando dirige, vive se perdendo... Bem, o mais importante é que estamos todos juntos, no mesmo barco, lutando para conseguir VENCER. Sinais Comuns de Dislexia Na Educação Infantil Falar tardiamente Dificuldade para pronunciar alguns fonemas Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário Dificuldade para rimas Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas Dificuldade na habilidade motora fina Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa Dificuldade para lembrar nomes e símbolo Na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino Fundamental Dificuldade em aprender o alfabeto Dificuldade no planejamento motor de letras e números Dificuldade para separar e sequenciar sons (ex: p – a – t – o ) Dificuldade com rimas (habilidades auditivas) Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (p-b, t-d, f-v, k-g, x-j, s-z) Dificuldade em seqüência e memória de palavras Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano) Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima...) Dificuldade na execução da letra cursiva Dificuldade na preensão do lápis Dificuldade de copiar do quadro Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental Nível de leitura abaixo do esperado para sua série Dificuldade na sequenciação de letras em palavras Dificuldade em soletração de palavras Não gostar de ler em voz alta diante da turma Dificuldade com enunciados de problemas matemáticos Dificuldade na expressão através da escrita Dificuldade na elaboração de textos escritos Dificuldade na organização da escrita Podem ter dificuldade na compreensão de textos Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas Dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas Dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas Dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo Dificuldade na compreensão da linguagem não verbal Dificuldade em memorizar a tabuada Dificuldade com figuras geométricas Dificuldade com mapas Ensino Médio Leitura vagarosa e com muitos erros Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas Dificuldade em planejar e fazer redações Dificuldade para reproduzir histórias Dificuldade nas habilidades de memória Dificuldade de entender conceitos abstratos Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes Vocabulário empobrecido Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade Adultos Permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva Dificuldade em planejamento e organização Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem) Falta do hábito de leitura Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas) Características Gerais Associadas A emissão oral é comparativamente muito melhor que do a escrita Atenção limitada e dificuldade em manter-se na tarefa. O que Fazer? Na Educação Infantil Mediante uma dificuldade específica de leitura e escrita, deve-se procurar profissionais especializados na área, para que sejam realizadas avaliações pertinentes a um caso de dislexia. Na busca de um diagnóstico preciso e do planejamento para uma intervenção e remediação, um completo diagnóstico diferencial deve ser administrado, considerando a totalidade da síndrome da dislexia. É necessário verificar se é uma dislexia propriamente dita, ou se é um atraso no desenvolvimento da leitura decorrente de fatores adversos como uma deficiência sensorial ou atraso cognitivo. No entanto, há casos em que podem ocorrer comorbidades, ou seja, mais de um transtorno ao mesmo tempo. Um exemplo disso é a presença da dislexia associada a um quadro de Transtorno de Déficit de Atenção (mais comumente conhecido pelo frequente sintoma da hiperatividade). Nesses casos, uma avaliação médica faz-se necessária. Além de verificar os sinais clássicos (se reportar à janela Dislexia de A à Z deste site), devem ser investigadas áreas referentes a: capacidades de linguagem capacidades oral e escrita (em termos de processamento - o mecanismo da leitura e da escrita; e de uso em contexto - interpretação ou elaboração de textos). funções cognitivas superiores como a atenção, memória e percepção (sobretudo auditiva e visual). aspectos psicomotores e grafomotores (relacionados, por exemplo, aos sintomas como dificuldade de orientação ou lateralidade e às alterações gráficas da escrita). histórico familiar (há estudos que relatam alterações linguísticas diversas, alcoolismo, problemas de tireóide, e outras, em ascendentes de disléxicos). Estas áreas são utilizadas nas avaliações de fonoaudiologia, e se complementam com as avaliações neuropsicológica e de psicologia cognitiva. Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico de Dislexia, maiores serão as chances de tratamento especializado ou adequado, minimizando, assim, as conseqüências das dificuldades escolares e/ou sociais. Entretanto, a intervenção pode ser iniciada em qualquer idade, o que certamente tem muito a contribuir para o sucesso do indivíduo disléxico. Como os Pais podem Ajudar? Seu filho não está indo bem na escola. Ele é o primeiro a saber, mas não sabe o que fazer e como explicar o que acontece. Quanto mais o tempo passar sem que ele tenha ajuda,maiores serão suas dificuldades. Seja positivo Descubra tudo que você puder sobre o desempenho de seu filho e os melhores caminhos para ele. Procure o profissional adequado para ajuda-lo. Pai e mãe devem participar juntos desta tarefa. Seja paciente e perseverante Tente desenvolver um bom relacionamento com seus professores e discuta se possível o problema com eles. Sempre se pergunte: “O que eu estou fazendo: estou ajudando meu filho ou somente estou dando vazão à minha frustração?” Tente ficar calmo ao receber alguma notificação escolar. Ensine seu filho a fazer coisas por si próprio, dando-lhe autonomia. Ensine a ele como se organizar, usando seu tempo da melhor maneira. Seja paciente com os progressos que ele fizer, quando estiver tendo atendimento apropriado. Não vão acontecer milagres. Tudo isto leva tempo. É necessário muita determinação e esforço. Seja atento Ele poderá ter muitos desapontamentos como: ser chamado de bobo ou preguiçoso, chegar atrasado em compromissos, ter frustrações nos trabalhos escolares. Mas vocês como pais podem ajudá-lo a vencer a maioria deles, desde que percebam a tempo. Preste atenção nos sinais de stress, como enurese ou introversão. Não pense que necessariamente todos esses sinais são por causa da dislexia. Seu filho está crescendo e pode ter problemas como qualquer adolescente. Tem que haver uma intervenção gentil, mas com firmeza. Vários professores, psicólogos, clínicos e outros profissionais, de alguma maneira compreendem e são solidários aos disléxicos. Não o deixe desistir. Ele poderá ficar tão cansado com o esforço que faz na escola, que precisará, eventualmente, ter um dia mais folgado. Sua criança é disléxica e depende muito de sua atenção. Mas não dê mais atenção a ela do que aos outros membros da família. Nunca compare crianças. Você pode se tornar neurótico(a) ou super protetor(a), o que é um perigo. Seja Prático Qualquer que seja a idade de seu filho, leia para ele. Muitos disléxicos não compreendem o que estão lendo e é quando você deve agir. Digite suas anotações escolares. Algumas matérias podem ser gravadas em fita cassete. Desenvolva o interesse dele por arte de um modo geral ( teatro, música, arte e música ). Assista TV, vídeos com ele e depois converse sobre o que viram. Incentive as atividades livres. Elogie, motive, informe e estimule sua auto confiança e sua auto-estima. Botões e Laços Não é simples ensiná-los a amarrar cordões em sapatos e a abotoar. Sapatos sem cadarços com elástico, ou velcro, podem diminuir o problema, apesar não o resolver. Uma pessoa canhota, exercita tarefas de maneira diferente da pessoa destra. Por isso se você e seu filho não usam o mesmo lado das mãos (a mesma lateralidade), você deve ensinar essas tarefas em frente a ele. Caso vocês usem o mesmo lado, isto é, ambos são destros ou ambos são canhotos, você deve ficar atrás dele para ensiná-lo. Para ensinar a abotoar, sempre comece da parte inferior do botão e não em cima, pois fica embaixo de seu queixo e ele não poderá ver bem. Explique à criança o que você está fazendo, enquanto está executando a tarefa. Sugestões para os Professores A escola tem papel fundamental no trabalho com os alunos que apresentam dificuldades de linguagem. Destacamos algumas sugestões que consideramos importantes para que ele se sinta seguro, querido e aceito pelo professor e pelos colegas. O Disléxico tem uma história de fracassos e cobranças que o fazem sentir-se incapaz. Motivá-lo, exigirá de nós mais esforço e disponibilidade do que dispensamos aos demais; Não receie que seu apoio ou atenção vá acomodar o aluno ou fazê-lo sentir-se menos responsável. Depois de tantos insucessos e auto-estima rebaixada, ele tende a demorar mais a reagir para acreditar nele mesmo; Melhorando a auto-estima: Incentive o aluno a restaurar o confiança em si próprio, valorizando o que ele gosta e faz bem feito; Ressalte os acertos, ainda que pequenos, e não enfatize os erros; Valorize o esforço e interesse do aluno; Atribua-lhe tarefas que possam fazê-lo sentir-se útil; Evite usar a expressão "tente esforçar-se" ou outras semelhantes, pois o que ele faz é o que ele é capaz de fazer no momento; Fale francamente sobre suas dificuldades sem, porém, fazê-lo sentir-se incapaz, mas auxiliando-o a superá-las; Respeite o seu ritmo, pois a criança com dificuldade de linguagem tem problemas de processamento da informação. Ela precisa de mais tempo para pensar, para dar sentido ao que ela viu e ouviu; Um professor pode elevar a auto-estima de um aluno estando interessado nele como pessoa; Nós não aprendemos pelo fracasso, mas sim pelos sucessos. Monitorando as atividades: Certifique-se de que as tarefas de casa foram compreendidas e anotadas corretamente; Certifique-se de que seu aluno pode ler e compreender o enunciado ou a questão. Caso contrário, leia as instruções para ele; Leve em conta as dificuldades específicas do aluno e as dificuldades da nossa língua quando corrigir os deveres; Estimule a expressão verbal do aluno; Dê instruções e orientações curtas e simples que evitem confusões; Dê "dicas" específicas de como o aluno pode aprender ou estudar a sua disciplina; Oriente o aluno sobre como organizar-se no tempo e no espaço; Não insista em exercícios de fixação repetitivos e numerosos, pois isso não diminui a sua dificuldade; Dê explicações de "como fazer" sempre que possível, posicionando-se ao seu lado; Utilize o computador, mas certifique-se de que o programa é adequado ao seu nível. Crianças com dificuldade de linguagem são mais sensíveis às críticas, e o computador, quando usado com programas que emitem sons estranhos cada vez que a criança erra, só reforçará as idéias negativas que elas tem de si mesmas e aumentará sua ansiedade; Permita o uso de gravador; Esquematize o conteúdo das aulas quando o assunto for muito difícil para o aluno. Assim, a professora terá a garantia de que ele está adquirindo os principais conceitos da matéria através de esquemas claros e didáticos; "Uma imagem vale mais que mil palavras": demonstrações e filmes podem ser utilizados para enfatizar as aulas, variar as estratégias e motivá-los. Auxiliam na integração da modalidade auditiva e visual , e a discussão em sala que se segue auxilia o aluno organizar a informação. Por exemplo: para explicar a mudança do estado físico da água líquida para gasosa, faça-o visualizar uma chaleira com a água fervendo; Não insista para que o aluno leia em voz alta perante a turma, pois ele tem consciência de seus erros. A maioria dos textos de seu nível é difícil para ele; Alunos disléxicos podem ser bem sucedidos em uma classe regular. O sucesso dependerá do cuidado em relação à sua leitura e das estratégias usadas. Avaliação As crianças com dificuldade de linguagem têm problemas com testes e provas: Em geral, não conseguem ler todas as palavras das questões do teste e não estão certas sobre o que está sendo solicitado. - Elas têm dificuldade de escrever as respostas; - Sua escrita é lenta, e não conseguem terminar dentro do tempo estipulado Recomendamos que, ao elaborar, aplicar e corrigir as avaliações do aluno disléxico, especialmente as realizadas em sala de aula, adote os seguintes procedimentos: - Leia as questões/problemas junto com o aluno, de maneira que ele entenda o que está sendo perguntado; - Explicite sua disponibilidade para esclarecer-lhe eventuais dúvidas sobre o que está sendo perguntado; - Dê-lhe tempo necessário para fazer a prova com calma; - Ao recolhê-la, verifique as respostas e, caso seja necessário, confirme com o aluno o que ele quis dizer com o que escreveu,anotando sua(s) resposta(s) - Ao corrigi-la, valorize ao máximo a produção do aluno, pois frases aparentemente sem sentido e palavras incompletas ou gramaticalmente erradas não representam conceitos ou informações erradas; - Você pode e deve realizar avaliações orais também. Se o disléxico não pode aprender do jeito que ensinamos, temos que ensinar do jeito que ele aprende. Fala e Linguagem Fala, Linguagem e Desenvolvimento "Seu filho de 2 anos ainda não fala, só diz algumas palavras. Em comparação com seus amiguinhos, você acha que ele está atrasado. Esperando que ele se desenvolva, você adia a procura de um profissional especializado". Esta cena é comum entre os pais de crianças que demoram para começar a falar. A menos que sejam observadas dificuldades em outras áreas do desenvolvimento, os pais às vezes hesitam para buscar ajuda. Não Espere para Avaliar Crianças com a idade de 12 a 18 meses devem ser vistas por profissionais quando seus pais suspeitam de atraso nas habilidades de comunicação. Os pais devem também procurar ajuda se seu filho de qualquer idade não responde a sons. Uma avaliação precoce é importante, para evitar futuros problemas de linguagem. Há uma diferença entre fala e linguagem. A fala se refere basicamente à forma de articular sons nas palavras. A linguagem significa expressar e receber informações de modo significativo. É compreender e ser compreendido através da comunicação. Uma criança com problemas de linguagem pode estar apto a pronunciar bem as palavras, mas, ser incapaz de colocar mais de duas palavras juntas. Inversamente, a fala de uma outra criança pode ser difícil de ser compreendida, mas ela usa palavras e frases para expressar suas idéias. Problemas com fala e linguagem diferem, mas freqüentemente coincidem. Fala e Linguagem da criança de zero a doze meses (0 a 12 meses) A criança de zero a seis meses de idade... Reage aos estímulos ambientais de forma reflexa Reage aos estímulos ambientais alterando o comportamento de forma significativa (sorriso e choro) Ri e murmura para pessoas conhecidas Reage às vozes altas, ou não amigáveis Volta-se e olha na direção dos novos sons Balbucia pedindo atenção Faz vocalizações generalizadas Observa sua mão Reage ao seu nome Com oito meses, a criança... Acaricia sua própria imagem refletida no espelho Produz quatro ou mais sons diferentes Usa freqüentemente as sílabas ba, da, ka Transfere objetos de uma mão para outra Vocaliza com variação de entonação frente aos diferentes estímulos Tenta imitar sons Com dez meses, a criança... Pode já dizer "mama" e "papa" Grita para chamar atenção Vocaliza enquanto manipula objetos Usa um jargão (balbucio que parece linguagem verdadeira) Brinca de "esconde-esconde" Fala uma sílaba ou uma seqüência de sons repetidamente Sorri e vocaliza ao ver sua imagem refletida no espelho. Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de zero a 12 meses Reagindo aos sons que ela faz Falando com ela enquanto você estiver cuidando dela Lendo livros coloridos todos os dias Mantendo sua linguagem simples e concreta Recitando versinhos e cantando Mostrando interesse em todos os sons diferentes que ela ouve ( o gelo num copo, a campainha tocando, a chuva caindo) Ensinando os nomes das coisas do dia a dia e das pessoas familiares Levando a criança em diferentes lugares Brincando de jogos simples como "esconde-esconde" Tocando música para ela Fala e Linguagem da criança de 12 a 18 meses A criança de 12 a 18 meses: Reconhece seu nome. Entende "não". Compreende ordens simples. Imita palavras familiares. Acena com a mão (adeus) Fala 2 ou 3 palavras além de "mamãe" e "papai" Emite "sons" de coisas e animais familiares. Dá um brinquedo quando lhe pedem. Dá muitas gargalhadas. Ouve bem e discrimina vários sons. Reconhece a palavra como símbolo de um objeto: carro – aponta a garagem; gato - miau Mostra muito afeto, fazendo barulhos e batendo palmas com o carinho de seus pais. Entende verbos que representem ações concretas e relativos a suas próprias necessidades (mais, quer, acabou, dá) Identifica 4 objetos familiares sob nomeação Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 12 a 18 meses: Lendo livros bem ilustrados e coloridos Incentivando-a brincar de jogos de imitação. Usando frases curtas Reforçando as palavras novas ditas por ela Fazendo atividades próprias para sua idade Conversando sobre o que vocês estão fazendo quando estiverem juntos Fala e Linguagem da criança dos 18 aos 24 meses A criança de 18 a 24 meses Usa 10 a 20 palavras, incluindo nomes Escuta bem e discrimina vários sons Reconhece retratos de familiares e figuras de objetos conhecidos Combina duas palavras para demonstrar seus desejos, tal como "mais" Imita palavras e sons com maior precisão Aponta ou faz gestos para mostrar alguma coisa ou para expressar seus desejos Traz objetos familiares de um cômodo para outro quando solicitado Obedece ordens simples Imita trabalhos domésticos: esfregar um pano, colocar a mesa Nomeia 4 objetos rotineiros Pode cantarolar Identifica 3 partes do corpo, em si e no outro sob nomeação Realiza até 2 ordens simples Usa o próprio nome Responde sim e não Começa a fazer frases simples Como você pode estimular a linguagem da criança de 18 a 24 meses: Contando histórias de livros Falando de modo, simples e claro Proporcionando experiências para estimular a fala e o desenvolvimento da linguagem: passeios, ida ao "shopping", ao play ou jardim de sua casa, pic nic, tarefas domésticas em conjunto Conversando sobre os lugares novos antes de ir, enquanto vocês estiverem lá, e quando chegarem em casa Olhando-a nos olhos quando estiver falando com ela Imitando e identificando sons , tais como cachorro latindo, pássaros cantando, sirenes, portas rangendo, barulho de água Descrevendo o que a criança está fazendo, sentindo e ouvindo Fazendo com que estas experiências de falar e escutar sejam agradáveis, importantes e divertidas para a criança Elogiando a comunicação da criança Fala e linguagem da criança de 2 anos A criança de 2 anos: Usa o próprio nome Relaciona o que fala com situações concretas Nomeia mais ou menos 3 partes do corpo ou de uma boneca ou pessoa Fala sozinho enquanto brinca Combina 2 palavras para exprimir posse Mostra com os dedos a idade Identifica no mínimo 3 objetos pelo uso Reconhece: "grande", "pequeno", "em cima de", "embaixo de", e "dentro", sob nomeação Aponta gravura de objeto comum Compreende o "onde" respondendo adequadamente Combina verbo ou substantivo com "este" e "aqui", falando 2 palavras Combina "é" em frases de 2 elementos Usa artigo na fala Aplica regra regular de gênero Possui vocabulário de 50 a 100 palavras Pode relacionar cores primárias e nomear uma cor Como você pode estimular a linguagem da criança de 2 anos: Deixando-a ouvir CD ou fitas infantis Elogiando sua comunicação Descrevendo as atividades que estão fazendo, acrescentando novas palavras Utilizando palavras novas em várias situações (ampliação de vocabulário) Proporcionando novas experiências: teatrinho, cinema, circo... e comentando sobre elas Lendo historinhas Fala e linguagem da criança de 3 anos A criança de 3 anos: Aponta 3 cores primárias quando nomeadas Começa a compreender frases relativas à direções, como: "coloque o cubo (debaixo, em frente, atrás) da cadeira. Porém é difícil entender: "ao lado" Executa uma série de 3 ordens relacionadas Conhece seu sobrenome e o seu sexo Pode falar sobre uma historinhaou relacionar uma idéia ou objeto Usa orações empregando 4 a 5 palavras Tem um vocabulário de quase 1000 palavras Repete sons, palavras, frases e orações Pode repetir 2 dígitos e 3 a 4 palavras Pode desenhar um círculo e uma linha vertical Pode cantar músicas É capaz de permanecer em uma atividade por 8 minutos Com freqüência faz perguntas sobre um assunto: "Quê?" Usa formas possessivas, como: "meu", "minha", "teu", "seu", "de" junto ao nome (ex.: de minha mamãe) Usa formas verbais simples e complexas, tais como: "estou jogando", "vou jogar". Usa termos de negação tais como: "nada", "nunca", "ninguém", "nem" Começa a usar orações compostas, unidas por: "e", "que", "onde", "como" Expressa verbalmente fadiga (diz que está cansado) Combina substantivo mais adjetivo Usa: "eu", "mim", ao invés do próprio nome Memoriza pequenos versos e músicas Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 3 anos: Introduzindo palavras novas no seu vocabulário, enquanto brinca com ela Ensinando-lhe relações entre palavras, objetos e idéias Ensinando à criança contar histórias, utilizando livros e desenhos Permitindo que jogue com outras crianças Lendo para ela histórias Prestando muita atenção quando ela fala, lembrando que se ela repetir palavras e sons é normal Fazendo jogos com rimas Fala e linguagem da criança de 4 anos A criança de 4 anos: Nomeia: pequeno, grande, embaixo, em cima, dentro, fora, pesado, leve, igual, diferente, cores primárias e 3 formas geométricas Descreve eventos e personagens de histórias conhecidas e relata 2 fatos em ordem de ocorrência Segue instruções ainda que não esteja em frente ao objeto Pode falar algo imaginário como "suponho que", " eu desejo" Faz perguntas usando: "Quem?", "Por que?", "Como?" e "Quando?" Utiliza orações complexas Utiliza tempo passado e plural Copia uma linha e um círculo Tem um vocabulário de quase 1500 palavras Mantém-se numa atividade por 11 ou 12 minutos. Repete 3 dígitos e sentenças de 5 a 6 palavras Executa uma série de 2 ordens simples não relacionadas Nomeia seus próprios desenhos Segue regras de convívio social Reconhece partes do corpo: cabeça, braços, pernas, pés, mãos, cabelo, bumbum, nariz, orelha e boca Mantém atenção quando uma historinha é lida para ela Diz seu nome completo Responde perguntas de ordem temporal, referente a fatos concretos (dia – noite) Identifica objetos pelo uso Tem fala inteligível Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 4 anos: Ajudando-a a classificar objetos e coisas, explicando qual a razão de pertencerem a uma determinada categoria Conversando com ela sobre coisas que ela possa realizar Ensinando-a usar o telefone corretamente Permitindo que ajude a planejar atividades tais como Natal, aniversário... Dando à criança mais responsabilidade na vida diária Lendo histórias cada vez maiores Permitindo que crie e conte histórias Mostrando constantemente seu interesse no desenvolvimento de sua linguagem e pensamento Fala e linguagem da criança de 5 anos A criança de 5 anos: Define os objetos pelo seu uso e pode dizer de que são feitos os objetos Conhece relações espaciais como "acima", "abaixo", "atrás", "perto" e "longe" Sabe seu endereço Constrói orações utilizando de 5 a 6 palavras Identifica dinheiro Possui um vocabulário de aproximadamente 2000 palavras Usa corretamente os sons da língua Conhece antônimos de palavras conhecidas Entende o significado das palavras igual e "diferente" Usa o condicional Conta dez objetos Acompanha a seqüência de uma estória Utiliza o tempo presente, passado e futuro dos verbos É capaz de permanecer em uma atividade durante mais de 15 minutos Pede informações Pede ajuda quando encontra dificuldade Usa todo tipo de orações, algumas das quais podem ser complexas, por exemplo: "antes de entrar em casa eu preciso tirar meus sapatos molhados" Usa corretamente os pronomes É capaz de fazer rimas Repete 4 dígitos Responde a pergunta "por quê" , dando uma explicação Nomeia cores além das primárias Reconhece uma gravura que não pertence a uma classe específica, por exemplo: o que não pertence a classe dos animais É capaz de apontar absurdos em uma figura Executa uma série de 3 ordens não relacionadas Articula corretamente todos os fonemas Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 5 anos: Incentivando-a a usar sua linguagem para expressar seus sentimentos, idéias, sonhos, desejos, e medos Permitindo que ela crie desenhos novos livremente com lápis, lápis cera, pilot e papel Proporcionando oportunidades de aprender canções, rimas ou versos de memória Lendo contos, histórias compridas Falando com a criança sobre temas variados sem utilizar termos e expressões infantis Escutando e prestando atenção quando ela fala, levando em conta que a criança entende mais do que é capaz de verbalizar Fala e linguagem da criança de 6 anos A criança de 6 anos: Usa a gramática adequadamente Compreende o significado das frases Nomeia os dias da semana em ordem e conta até 30 Conta uma história de 4 a 5 fatos e começa a ter noção de causa/efeito Sabe o dia e mês de seu aniversário, seu sobrenome, endereço e telefone Distingue direita e esquerda Conhece a maioria das palavras opostas e o significado de: "através", "até", "em direção a", "longe", "desde". Sabe o significado e usa corretamente as palavras: "hoje", "ontem" e "amanhã". Formula perguntas utilizando: "Como?", "Que?", "Por que?". Pergunta o significado de palavras novas ou pouco familiares Relata experiências diárias Como você pode estimular a fala e a linguagem da criança de 6 anos: Reservando um tempo de seu dia para conversar com ela Lendo histórias para ela e pedindo que ela reconte Ajudando-a a escrever seu próprio livro de histórias com desenhos e ilustrações Pedindo que represente diferentes personagens de histórias Propondo jogos que envolvam raciocínio Dando tarefas em que seja necessário seguir algumas instruções Deixando-a cozinhar, utilizando livros de receitas infantis, com passos e instruções simples Assistindo com ela programas de televisão e vídeos, pedindo que conte sobre o que viu e o que mais gostou Permitindo que participe de discussões familiares em que possa dar sua opinião Ajudando-a a conhecer e utilizar novas palavras e conceitos "SE VOCÊ ACHA QUE SEU FILHO NÃO ESTÁ ACOMPANHANDO ESTA ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM, PROCURE UM FONOAUDIÓLOGO"