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30/05/2024 21:37 Livro Digital - FUNÇÕES COGNITIVAS
https://livrodigital.uniasselvi.com.br/pos/funcoes_cognitivas/conteudo.html?capitulo=2 1/33
A AVALIAÇÃO DAS
FUNÇÕES COGNITIVAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Saber: Compreender a formação das funções cognitivas, sabendo observar e
avaliar o processo de desenvolvimento de tais habilidades.
Fazer: Observar como são formadas as funções cognitivas desde o
nascimento do bebê, conseguindo avaliar as habilidades humanas que
propiciam a autonomia intelectual, social e emocional.
A partir da perspectiva do saber-fazer, são apresentados os seguintes objetivos de
aprendizagem: 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Neste capítulo nos destinaremos a avaliar as principais funções cognitivas. Desse
modo, dividimos esse capítulo em três partes: funções cognitivas elementares,
processamento sensorial e funções cognitivas superiores. O objetivo desse
capítulo será de possibilitar que você possa identi�car os atrasos ou avanços no
desenvolvimento cognitivo humano. Ao avaliar tais condições podemos estimular
as habilidades em busca de um desenvolvimento integral humano.
Na primeira parte, denominadas funções cognitivas elementares, identi�caremos a
importância dos re�exos do bebê. Os re�exos são respostas neurológicas que
demonstram que tudo está ocorrendo bem na parte funcional do cérebro de um
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recém-nascido. Crianças que nascem com lesões neurológicas não correspondem
bem aos re�exos e nesses casos há a necessidade de estimulação precoce.
Nos desenvolvemos com a interação social, com as experiências que vivenciamos
no mundo, com os objetos e pessoas que nos cercam. Recebemos as informações
do mundo pelas vias sensoriais: tato cinestésico, olfato, paladar, visão, audição,
vestibular e proprioceptivo. Ao processarmos as informações sensoriais que nosso
cérebro se modi�ca e aprende, por isso, na segunda parte desse capítulo nos
destinamos a explicar sobre o processamento sensorial sob a perspectiva de
avaliar se o sujeito responde corretamente aos estímulos sensoriais. Um bom
desenvolvimento no processamento sensorial é um pressuposto de um bom
desenvolvimento cognitivo.
Por �m, encerraremos esse capítulo tentando identi�car e avaliar as funções
cognitivas superiores, destacando a percepção, atenção, memória, linguagem e
funções executivas. As funções cognitivas superiores são as que nos identi�cam
enquanto seres racionais, ou seja, seres capazes de re�etir, planejar e executar
uma ação. As funções cognitivas superiores são o re�exo do nosso
desenvolvimento intelectual. Saber avaliar tais condições é essencial para todos
aqueles que lidam com o desenvolvimento e aprendizagem humana.
Como podemos perceber, neste capítulo nos destinamos a avaliar as funções
cognitivas desde o nascimento do ser humano, não no intuito de rotular um
sujeito, mas na perspectiva de estimular suas habilidades e proporcionar sempre
seu desenvolvimento integral. Saber avaliar é o primeiro passo para que possamos
realizar uma intervenção adequada diante da necessidade de cada pessoa. Temos
um cérebro plástico, moldável, portanto, todo estímulo, se bem realizado, é capaz
de possibilitar um desenvolvimento amplo e integral para cada sujeito.
2 A AVALIAÇÃO DAS FUNÇÕES COGNITIVAS
Avaliar as funções cognitivas é o primeiro passo para que possamos intervir e
possibilitar novas aprendizagens. Saber como foi o desenvolvimento da pessoa
desde seu nascimento, se teve integridade no desenvolvimento neurológico ou se
teve alguma lesão nos possibilitará saber o foco da intervenção. O objetivo de uma
avaliação nunca será para delimitar o desenvolvimento de alguém, mas sim, de
possibilitar um olhar para um planejamento de intervenções que desenvolvam as
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habilidades necessárias para cada um. Neste capítulo, pontuaremos as principais
características no desenvolvimento cognitivo humano, desde o nascimento até as
habilidades mais aprimoradas que podemos ter, visando possibilitar novos olhares
perante o desenvolvimento humano. 
3 FUNÇÕES COGNITIVAS ELEMENTARES
Como visto no Capítulo 1, as funções cognitivas são desenvolvidas conforme os
estímulos sociais e culturais que temos contato. Segundo Vigotski (2009) a criança
nasce apenas com funções cognitivas elementares que se referem ao
desenvolvimento biológico. Em contato com os estímulos sociais começa a se
desenvolver as funções cognitivas superiores, que são as ações conscientes e
voluntárias. É válido pontuar que o termo utilizado por Vigotski (2009) é de funções
psicológicas e não cognitivas, no entanto, nesse contexto os termos são
equivalentes.
Primeiramente vamos falar das funções cognitivas elementares. Basicamente a
estrutura mental biológica se refere aos re�exos com que o bebê nasce, sendo os
mais conhecidos: re�exos de busca, esse re�exo ajuda o recémnascido a encontrar
o seio, a começar a amamentação. Ao tocar qualquer região em torno da boca, ele
vira o rosto para o lado estimulado. Re�exo de sucção é referente à quando o
bebê abre a boca e suga o que aparece à sua frente. Re�exo de preensão palmar,
quando há um estímulo perto dos dedos dos pés, estes se fecham e agarram o
que tocou. Re�exo de preensão plantar, assim como o palmar, a partir de um
estímulo perto dos dedos dos pés, se fecham e agarram o que tocou. Re�exo de
Moro ocorre quando o recém-nascido se desloca do centro de gravidade se
sentindo assustado ou desequilibrado. O bebê joga a cabeça para trás, estica as
pernas, abre os braços e os fecha depois. Re�exo de Babinsk, a partir de um
estímulo na sola dos pés há uma extensão do primeiro dedo dos pés e os outros
dedos fazem movimento de leque. E o re�exo de Marcha, a partir da posição em
pé, com apoio nas axilas, o bebê ergue uma perna dando a impressão de estar
andando (BEZIERS; HUNSINGER, 1994).
Re�exo signi�ca movimento automático, portanto, a estrutura mental biológica
não é consciente, são ações involuntárias que nosso cérebro encaminha para todo
o corpo. Esses re�exos são também conhecidos como re�exos primitivos (BEZIERS;
HUNSINGER, 1994).
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As funções cognitivas elementares são base para a formação das funções
cognitivas superiores. É por meio desses re�exos que o bebê começa a
interagir com o mundo e a formar novas conexões sinápticas, ou seja, novas
aprendizagens. Quando o bebê reage por meio desses re�exos ele nos
mostra que seu cérebro está com uma boa estrutura funcional. Uma criança
que sofre uma lesão neurológica, por exemplo, pode não reagir com
movimentos automáticos, sinalizando que algo errado está ocorrendo com
seu cérebro, podendo causar prejuízos em seu desenvolvimento global
(VIGOTSKI, 2009).
Logo após o nascimento do bebê e nas primeiras consultas médicas o pediatra
realiza alguns testes para ver suas reações re�exas, ou seja, para ver se a criança
não possui nenhuma alteração neurológica. Caso note-se que o bebê não reage a
esses re�exos, o pediatra encaminha a criança para acompanhamento com
neurologista, com o intuito de identi�car a lesão para estimular adequadamente a
criança (BEZIERS; HUNSINGER, 1994).
Uma criança com paralisia cerebral, por exemplo, pode não apresentar o re�exo
de marcha e de preensão plantar ou palmar. Necessitando de estímulos mais
aprimorados para o desenvolvimento da motricidade que serão proporcionados
pelos pro�ssionais de �sioterapia (POLONIO, 2015).
A paralisia cerebral refere-se a uma lesão cerebral que prejudica o
desenvolvimento motor da criança. Essa lesão pode ocorrer por problemas
pré-natais, como hipertensão e diabetesgestacional, perinatais, como falta
de oxigênio no parto ou pós-natais, como meningite ou outras infecções
adquiridas (POLONIO, 2015).
Por meio dos estímulos sociais e culturais, mesmo a criança com alguma lesão
cerebral poderá desenvolver as funções psicológicas superiores, no entanto, esta
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criança necessitará de estímulos diferenciados para almejar esse objetivo. Nesses
casos, a estimulação precoce é indispensável para o desenvolvimento integral
dessa criança. Os primeiros anos de vida da criança é um período rico com
diversas modi�cações importantes e fundamentais para toda a vida, neste
momento apresentam características de desenvolvimento das habilidades
cognitivas e motoras. É nesta etapa de aprendizagem e desenvolvimento que o
organismo se torna apto ao aparecimento dos marcos que possibilitam as crianças
o processo linear de seu crescimento global (PERIN, 2010). 
A carência da estimulação ou a falta dela nos primeiros anos de vida de
uma criança pode interferir no ritmo do processo evolutivo e aumentar as
chances de transtornos psicomotores, socioafetivos, cognitivos e da
linguagem (PERIN, 2010). 
De acordo com a perspectiva histórico-cultural, a concepção de homem está
relacionada à sua vida em sociedade, sua cultura e à relação com o trabalho, o
qual é responsável pela sua formação e transformação. O homem compreende a
realidade por meio das relações que estabelece com outras pessoas e por
intermédio de signos e de instrumentos, essa relação favorece as formas de agir e
transformar a natureza. Com relação a criança, a aprendizagem e o
desenvolvimento acontecerão devido às trocas realizadas entre criança/criança,
criança/objeto, criança/adulto.
Garcia (2005) a�rma que os signos e os signi�cados culturais são internalizados, a
consciência é dirigida pelas necessidades sociais, essa mediação é responsável por
recriar a atividade psíquica e o que era antes coletivo passa a ser individual. Por
meio das diversas formas de comunicação, a criança desenvolve características
especí�cas que Vigotski (2009) chama de funções psicológicas superiores (FPS).
Leontiev (1978) a�rma que o homem quando nasce é um candidato à
humanidade, torna-se homem no convívio com outros homens. Com base neste
pressuposto, o desenvolvimento das funções psicológicas superiores deve
prevalecer sobre as funções elementares. Assim, a condição orgânica da criança
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com fatores de risco não necessariamente vai interferir em seu desenvolvimento,
vai depender das possibilidades de compensação concretizadas pelo grupo social
(GÓES, 2002).
Para Vigotski (1989), o desenvolvimento ocorre da mesma forma com todas as
crianças. Mas, na condição de atrasos de aprendizagem ou até mesmo de�ciência,
existem algumas especi�cidades na organização sociopsicológica. Essas
especi�cidades requerem caminhos diversos e a utilização de recursos e
metodologias diferenciadas. Góes (2002, p. 99) destaca que,
[...] no homem, ocorrem compensações de ordem orgânica, pelas quais um órgão
substitui outro ou realiza as funções deste. Mas, para compreender o funcionamento
humano, é essencial considerar as compensações sociopsicológicas, que são
distintas (embora possam ser vistas como análogas) das orgânicas. No plano
sociopsicológico, as possibilidades compensatórias do indivíduo concretizam-se na
dependência das relações com outros e das experiências em diferentes espaços da
cultura.
A re�exão que se faz neste sentido é que como a criança com fatores de risco
pode apresentar atrasos signi�cativos, o trabalho de estimulação precisaria iniciar
precocemente. Compreende-se, então, que a compensação é primordial na
formação da criança com fatores de risco, seu desenvolvimento vai depender da
qualidade de sua interação com o outro, ou seja, das condições concretas de
estímulos. Nesta perspectiva, o não desenvolvimento da criança não está atrelado
à condição de risco, mas ao trabalho a ser desenvolvido com ela, por meio de
recursos e metodologias diferenciadas.
As crianças que apresentam um histórico de fatores de risco pré, peri e pós-natal
podem apresentar ritmos de aprendizagem diferenciados sem serem atendidas
em suas necessidades de aprendizagem e como consequência, tardiamente serem
diagnosticadas com de�ciência, principalmente intelectual (COLLARES;
MOYSÉS,1994). Segundo Leontiev (1978), a criança quando inserida em ambientes
adequados e com vivências de experiências novas e metodologias apropriadas,
podem apresentar progressos signi�cativos, superando suas di�culdades. No
entanto é importante um diagnóstico preciso, o qual vai considerar aspectos
importantes, tais como: 
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[...] as disposições biológicas; as particularidades intelectuais (principalmente as
referentes à atividade nervosa superior), a importância das particularidades
emocionais; o campo das motivações da personalidade da criança. Além disso, as
condições sociais em que a criança vive e se desenvolve, os métodos pedagógicos
utilizados, a necessidade de ajuda especial são aspectos fundamentais (GARCIA,
2005, p. 48).
Cabe, então, criar condições favoráveis para a aprendizagem com forças
compensatórias, como, conforme já foi dito anteriormente, recursos e
metodologias diferenciadas. É importante ressaltar que a criança com fatores de
risco pode não aprender no ritmo e tempo de uma criança normal, cada criança
tem ritmo e tempo de aprendizagem únicos, podem necessitar de um ensino em
tempo mais prolongado e seus limites não devem ser predeterminados e nem
subestimadas suas capacidades (FIERRO, 2004). 
Dessa forma, a qualidade da mediação e os estímulos corretos são fundamentais
para o desenvolvimento da criança com fatores de risco. O trabalho com a
Estimulação Precoce tem colaborado muito para amenizar ou superar sequelas e
ou evitar de�ciência de grau mais acentuado. Perin (2010, p. 4) a�rma que: 
Há crianças que nascem com problemas que poderão gerar limitações no
desenvolvimento em diferentes áreas e com intensidades variadas, esses se
diferenciam dos outros tipos de problemas pela natureza de seus sinais e sintomas,
pelas formas de tratamento e pelas possibilidades de intervenção no sentido de
gerar ou não de�ciências nos seus portadores.
Diante do que foi exposto surge a necessidade de um atendimento precoce e
diferenciado nos primeiros anos de vida o que pode ser realizado pela Estimulação
Precoce. Perin (2010, p.8) contribui destacando que: 
A identi�cação precoce é uma alternativa indispensável quando não houve
prevenção pré, peri e pós-natal, podendo garantir um controle de desenvolvimento
infantil através de estudos do crescimento, da nutrição, da maturação social e do
desenvolvimento linguístico e psicomotor. O estímulo deve acontecer logo nos
primeiros meses, tornando menores as probabilidades de se intensi�car problemas,
minimizando assim danos a evolução da criança, danos esses decorrentes de fatores
ambientais e orgânicos, tanto de ordem física como psicológica.
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Fonseca (1995) defende que as intervenções de estimulação salvaguardam a
integridade do potencial de aprendizagem e a não intervenção em períodos
sensíveis pode acumular efeitos mais tarde irrecuperáveis.
4 PROCESSAMENTO E INTEGRAÇÃO SENSORIAL
Conforme Vigotski (2009) o ambiente ao nosso redor é carregado de informações,
que são o tempo todo captadas por nossos sentidos. Essa é a funçãodeles, porém
só conseguimos signi�car essas informações por possuirmos um processamento
sensorial. Sem um processamento sensorial adequado haveria somente um
conjunto de informações brutas sem signi�cado.
Essa signi�cação vai desde uma onda sonora que é compreendida como o latido
de um cachorro, ou a luz que ao ser captada é entendida como cor ou forma, até
mesmo a sensação de pressão ao apertar a mão de alguém durante um
cumprimento. A essa organização das informações recebidas do ambiente damos
o nome de processamento sensorial.
Este processo é dinâmico, e para entendê-lo devemos ter em mente três palavras:
cíclico, feedback e input. Sempre que realizamos alguma atividade os nossos
sentidos recebem alguma informação, um input sensorial. Acontece que ao
continuar a atividade o próprio movimento vai gerar mais input, que após ser
compreendido será transformado em mais resposta, em um processo dinâmico
chamado feedback. A última palavra que comentamos foi cíclico, pois todo o
processamento sensorial é formado por rotinas que se repetem (AYRES, 2005).
Uma forma interessante de compreender esse funcionamento é usando a visão de
Ayres (2005), onde basicamente o cérebro é uma máquina com uma função
especí�ca: o processamento sensorial. Para que uma pessoa possa interagir com
seu ambiente e manter uma rotina é necessário que o cérebro receba e processe
as sensações, e�cazmente, e gere respostas adaptativas.
Imagine que cada estímulo, cada sensação tem por função alimentar o cérebro –
da mesma forma que a comida alimenta o corpo. Mas o alimento, puro e simples,
ao ser ingerido não nutre o corpo, a menos que seja digerido, da mesma forma
acontece com nosso cérebro: os estímulos brutos não o alimentam, e nessa parte
entra a �gura do processamento sensorial, que digere os estímulos para o cérebro
e assim o alimenta (AYRES, 2005).
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Começamos a interpretar e compreender as informações sensoriais na infância e,
para os recém-nascidos, que vivem em um mundo principalmente sensorial, seu
grande desa�o é se relacionar com toda essa carga sensorial que é recebida. Um
bebê suga, ajusta o corpo ao colo de quem o segura e responde a sons. Ele
também é balançado, acompanha uma pessoa em movimento, é tocado, segue
com um olhar um determinado objeto e sente a relação de seu corpo com a
gravidade, etc. todas essas atividades sensório-motoras simples, mas que sem a
integração sensorial  que acontece será impossível para ele, ao longo da vida, se
desenvolver adequadamente (AYRES, 2005).
Um ponto que demonstra ser crítico quando pensamos na relação da integração
sensorial com interação social é a habilidade adaptativa que temos para perceber
o evento de forma integral, ou seja, reunir os estímulos sensoriais que recebemos
e com eles montar a sequência de eventos que se apresenta, bem como a nossa
reação a eles. Por exemplo, uma pessoa está na cozinha lavando a louça e deixa
um prato cair no chão. Ela não percebe o atributo auditivo de forma independente
do atributo visual, e sim um objeto que se chocou com o chão emitindo um som.
Através de diferentes modalidades sensoriais nós recebemos múltiplas sensações
que correspondem a maioria das experiências sensoriais, e tem, conforme dito
antes, relação direta com a interação social. Se, ao cruzar uma rua, ouvimos a
buzina de um carro, primeiramente temos que fazer a integração desse som a
imagem de um carro, após isso, para poder desviar, evitando o atropelamento, é
necessário nos localizarmos espacialmente, sabendo tanto a nossa posição,
quanto a do automóvel (SERRANO, 2016). O alto número de interações sensoriais
que a vida cotidiana nos propicia torna a vivência diária praticamente impossível
sem uma integração sensorial adequada.
A cada instante recebemos um número de informações sensoriais que passa dos
milhares, e que atinge todos os sentidos ao mesmo tempo. Um bebê não possui a
habilidade, já presente nos adultos, de �ltrar os estímulos de maior relevância
para uma determinada �nalidade, porém nos primeiros seis meses o recém-
nascido desenvolve habilidades de processamento multissensorial, e ao longo do
seu desenvolvimento continuam a aprimorar estas. Segundo Serrano (2016), essas
são as precursoras das habilidades de comunicação e de interação social.
No decorrer da vida, conforme demonstra Ayres (2005), existem vários processos
motores e sensoriais que permanecem relativamente estáveis, isso ocorre, pois, as
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interconexões neuronais que formam tais processos decorrem de estimulações
sensoriais e motoras durante a infância. Assim, segundo a autora, habilidades
acadêmicas, comportamentais ou emocionais, originam-se de uma base sensório-
motora, e podemos relacionar a habilidade da criança de integrar informações
sensoriais à grande parte de sua capacidade de aprendizagem, uma vez que lidar
com essa gama de processos que ocorrem de forma simultânea é papel do
processamento sensorial.
Ao nos debruçarmos sobre esses processos nos depararemos com aqueles
salientados por Palermo (2015): a integração, a modulação, a discriminação, as
respostas posturais e a práxis.
Destaquemos inicialmente o papel da integração sensorial, garantindo a
percepção da experiência como uma coisa única, conforme nos lembra Ayres
(2005), a�nal para fazer sentido, os impulsos elétricos, que são nossas sensações,
devem ser integrados. Quando observamos uma laranja, a primeira ação do
cérebro é integrar as sensações dos olhos, de forma que a luz seja experienciada
como forma e cor, assim como através da integração das sensações do nariz
podemos perceber o perfume cítrico da fruta. Ao tocar a laranja podemos
perceber a rigidez externa e sua umidade interna através das pontas dos dedos ou
da palma da mão. Enxergar a laranja, escutar o som que se faz ao descascar, sentir
a textura e o gosto, saber a posição exata das mãos, qual deve ser a abertura da
boca, a força e intensidade da mordida, são habilidades necessárias para comer a
laranja e dependem da integração sensorial.
Para Ayres (2005) modulação é aquela que, de forma imediata, equilibra, ajusta, no
sistema nervoso o �uxo de informações sensoriais. A modulação é, no sistema
nervoso, seu processo de autorregulação.
Imaginemos que nosso cérebro tem uma sirene que dispara a cada informação
sensorial que recebemos, assim toda vez que recebemos um impulso novo a
sirene toca. Como já vimos antes recebemos estímulos, informações sensoriais, a
todo momento, mas a maioria deles é irrelevante. Se não tivermos um tipo de �ltro
perceptivo a sirene não parará de tocar não conseguiremos focar naquilo que é
importante. Essa “sirene”, de fato existe, pois, toda sensação de que recebemos
ativa receptores sensoriais, e a esse processo damos o nome de excitação
(PALERMO, 2015).
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Quando estamos andando descalço dentro de casa, com o chão molhado sob
nossos pés, recebemos a informação que vem do toque do nosso pé com o piso, a
água fria entre os dedos, a sensação da gravidade que mantém nosso equilíbrio,
mas também estamos ouvindo o barulho de um carro passando na rua, a
sensação da roupa tocando nossa pele, nossos olhos captam toda e qualquer
imagem ao nosso redor. Como dito antes, a maioria desses estímulos é irrelevante
para a tarefa de andar sobre um piso molhado, então, através de um processo
chamado inibição, nosso cérebro �ltra as informações inúteis e foca no que é
importante naquele momento. Se assim não fosse �caríamos atordoados e
distraídos o tempo todo, sem condições de executarnenhuma tarefa (PALERMO,
2015).
Excitação e inibição precisam estar em equilíbrio, causando uma modulação
sensorial, e uma vez isso ocorrendo é possível por exemplo a alternância entre
estados como sonolência/alerta, atenção/desatenção, uma vez que o cérebro
�ltrará os estímulos e redirecionará a atenção do indivíduo para onde seu foco é
necessário. Se assim não fosse, os impulsos que chegam ao cérebro seriam
tratados com a mesma importância, e se espalhariam, de forma desorganizada e
descontrolada, pelo sistema nervoso.
Quando recebemos os estímulos somos capazes de distingui-los no tempo e
espaço, de acordo com suas características. O responsável por isso, de acordo com
Serrano (2016), é o componente do processamento sensorial chamado
discriminação, que permite nos localizarmos espacialmente, entendendo a posição
do corpo e velocidade do movimento, diferença entre palavras, altura da voz etc.
Segundo Palermo (2015), esses processos são complexos e acontecem
simultaneamente.  Quando o cérebro recebe o estímulo sensorial ele envia
mensagens de respostas, o que levará a pessoa a executar uma ação diante do
estímulo recebido, mas para isso é necessário que o processamento sensorial seja
e�ciente para que a resposta seja adequada. 
Imagine que nosso cérebro possui um �ltro, esse �ltro é a capacidade de
processar as informações sensoriais. Quando recebemos todos os estímulos
sensoriais que estão ao nosso redor, �ltramos as sensações para a atividade
relevante naquele momento. Por exemplo, se estou em uma sala de aula e recebo
vários estímulos sensoriais olfativos, auditivos, táteis, visuais, proprioceptivos e
vestibulares, mas tenho que focar minha atenção para a atividade principal, que a
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explicação do professor. Essa ação de focar minha atenção ao que o professor está
falando chamamos de resposta sensorial adequada. Para ilustrar melhor essa
situação trouxemos essa imagem:
FIGURA 1 - FILTRO PERCEPTIVO TÍPICO
FONTE: A autora.
O cérebro só se desenvolve se recebe uma variedade de estímulos sensoriais, pois
os neurônios necessitam ser estimulados para se interconectarem e assim
estruturarem caminhos neurológicos de aprendizagem. Necessitamos de
estímulos sensoriais adequados para desenvolver um sistema sensorial, por
exemplo, desenvolveremos a visão se recebemos estímulos de luz, cores e formas,
assim como só desenvolveremos as habilidades auditivas se tenho um repertório
de variados tipos de sons, ou seja, sem os estímulos sociais não há conexão
neurológica e assim não há aprendizagem (SERRANO, 2016; PALERMO, 2015).A
percepção é formada quando o estímulo sensorial é processado adequadamente.
Pessoas com de�ciência sensorial não desenvolvem a percepção sensorial
de�ciente, ou seja, o cego não desenvolve as habilidades de visão, e o surdo não
desenvolve as habilidades de audição. Eles compensam suas necessidades com
Capítulo 2 
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outros estímulos sociais que são dispostos pelas vias sensoriais que não são
comprometidas (LURIA, 1981).
Pessoas com di�culdades no processamento sensorial também apresentam
di�culdades na formação das percepções. As di�culdades no processamento
sensorial se referem a pessoas que recebem os estímulos sensoriais e o
processam de forma diferente, ou de forma muito intensa, se caracterizando como
uma hiperresposta sensorial, ou de forma muito lenta se caracterizando como
uma hiporresposta sensorial (SERRANO, 2016; PALERMO, 2015).
A hiperresposta se caracteriza pela forma do cérebro �ltrar a informação sensorial
de forma intensa, até agressiva. Por exemplo, uma pessoa com hiperresposta
auditiva não tem tolerância sensorial para determinados sons, tampando seus
ouvidos rapidamente para �ltrar essa reação. Ou pessoas com hiperresposta tátil
podem não aceitarem a �bra do tecido da roupa, sentido um grande desconforto
ao se vestir com determinados tecidos (SERRANO, 2016; PALERMO, 2015). O �ltro
perceptivo dessas pessoas é diferente, não apresentando uma resposta adequada
para a sensação ativada, como vemos ilustrado na �gura a seguir:
FIGURA 2 - FILTRO PERCEPTIVO HIPERRESPONSIVO
FONTE: A autora.
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As pessoas que apresentam hiporresposta sensorial possuem di�culdades de
�ltrar essa percepção, não conseguindo identi�car a sensação. Para imaginar essa
situação, imagine que você dormiu em cima do seu braço e acordou com ele
dormente, naturalmente você irá buscar estímulos táteis e proprioceptivos para
ativar a sensação ausente. A sensação da pessoa que tem hiporresposta sensorial
é como se fosse um estímulo que se apresenta de forma fraca, insu�ciente. Nesses
casos a pessoa busca o estímulo sensorial a todo momento. Por exemplo, pessoas
com hiporresposta tátil buscam estímulo de texturas, temperaturas e tremores
táteis a todo momento. (SERRANO, 2016; PALERMO, 2015). O �ltro perceptivo
dessas pessoas também é diferente, não apresentando uma resposta adequada
para a sensação ativada, como vemos ilustrado a seguir:
FIGURA 3 - FILTRO PERCEPTIVO HIPORRESPONSIVO
FONTE: A autora.
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Sujeitos com essas di�culdades apresentadas necessitaram de um trabalho de
integração sensorial para regularem as respostas sensoriais. Terapeutas
ocupacionais, �sioterapeutas habilitados na área de integração sensorial poderão
realizar um trabalho que facilitará a percepção sensorial adequada para essas
pessoas. 
4.1 FUNÇÕES COGNITIVAS SUPERIORES
As funções cognitivas superiores são delimitadas como as funções conscientes do
ser humano, ou seja, aquelas ações que necessitam de planejamento mental para
serem executadas. Somente o ser humano possui o desenvolvimento dessas
funções, pois esse é o único ser que age racionalmente. No entanto, quais seriam
as funções cognitivas superiores? Vigotski (2009) refere-se à percepção, atenção,
concentração, memória, raciocínio lógico, linguagem e pensamento, criatividade,
imaginação etc. 
Percepção
Perceber é mais do que sentir, mas é o fato de atribuir signi�cado aos estímulos
que recebemos sensorialmente. Perceber os estímulos auditivos, por exemplo,
exige que a pessoa compreenda que existem vários tipos de sons e ruídos e
consiga comparar as semelhanças e diferenças de cada som para identi�car a
função de cada um. Quando estou em uma sala de aula, preciso perceber que tem
sons da natureza fora da sala, passos no corredor, ruídos provocados por meus
colegas e a fala do professor. Preciso compor e classi�car cada som, para poder
�ltrar minha atenção para o som que naquele momento é relevante (MOMO,
2017).
Demos o exemplo da percepção auditiva, mas isso caberia a todos os sentidos.
Também a válido ressaltar que o desenvolvimento da percepção é integrado, não
sendo composto por sentidos sensoriais isolados. Quando vamos atravessar a rua,
preciso perceber o meu corpo, ter noção do meu corpo para posicionar a
velocidade de meus passos, ter equilíbrio, também preciso ter percepção auditiva
e visual para ouvir o barulho dos carros, das pessoas que estão a minha volta, dos
animais, todas essas percepções integradas te permitem atravessar a rua. Algo
que para você pode parecer tão rotineiro exige uma consciência de todos os seus
sentidos. A percepção é de extrema importância para o desenvolvimento das
outras funções cognitivas (SERRANO, 2016; MOMO, 2017).
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Percepção auditiva
Percepção visual
Como identi�car que a pessoa possui um bom desenvolvimento perceptivo?
Iremos pontuar agora aspectos relevantes de cada percepção. Novamente
destacamos que para �ns acadêmicos iremos separar as funções, mas que
nenhuma função perceptiva ou cognitiva se sobrepõe a outra, é na integração de
todas elas que o ser humano é formado integralmente (MOMO, 2017).
A linguagem oral e a produção da fala só são possíveis graças a função sensorial
denominada audição. De acordo com Palermo (2015) função auditiva se
desenvolve à medida que as habilidades auditivas surgem e se interligam na rotina
diária da criança.
Para que ocorra um desenvolvimento das habilidades auditivas é necessário que a
criança faça a integração das estruturas do sistema auditivo da porção periférica
central, e também que estas estruturas estejam funcionando plenamente. Para
tanto a criança passará por uma sequência de quatro etapas auditivas: detecção
auditiva (perceber presença/ausência do som), discriminação auditiva (perceber a
intensidade e frequência do som), reconhecimento auditivo (reconhecer de onde
vem o estímulo, nomear e repetir o que ouviu), compreensão auditiva (ao receber
os estímulos sonoros entender sem necessidade de repetição). Palermo (2015) nos
recorda que a audição nos bebês é re�exa (se produz sem a participação da
vontade, a partir de alguma excitação), e que as respostas comportamentais aos
sons e as experiências auditivas têm início a partir da exposição da criança a uma
variedade de estímulos auditivos.
Ao nascer o sistema auditivo do bebê já está formado, ocorrendo um
amadurecimento das vias auditivas tanto em nível de córtex auditivo quanto de
tronco encefálico. Até os dois anos de idade é o momento com maior plasticidade
neuronal, no que diz respeito a via auditiva, sendo assim todo estímulo resultará
em uma modi�cação, de acordo com qualidade e quantidade de estímulos
apresentados. Por causa disso, detectar possíveis alterações que possam existir
devem ser feitas o mais cedo possível, para que essa plasticidade seja aproveitada
(SERRANO, 2016).
O processo de desenvolvimento da visão começa ainda durante o período de
gestação, e continua após o nascimento (MOMO, 2017). O bebê passa por etapas
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de desenvolvimento da visão que seguem o contato de olho, movimentar os olhos
para buscar estímulo visual, sorrir para as pessoas, reconhecimento dos pais,
respostas para expressões faciais, reagir para objetos que se aproximam do olho,
imitação, compreensão de gestos e apontar ao que necessita. Podemos observar
na �gura a seguir as etapas do desenvolvimento da visão do bebê:
FIGURA 4 - ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DA VISÃO DO BEBÊ
FONTE: <http://bit.ly/2MF8bTX>. Acesso em: 11 jun. 2019.
Veri�car se o sujeito possui um bom desenvolvimento visual requer observar as
estruturas oculares, como: acuidade visual  (capacidade de enxergar objetos de
perto e de longe com nitidez e detalhes), campo visual (área especí�ca na qual os
objetos são vistos simultaneamente), adaptação visual (habilidade de se adaptar a
diferentes condições de iluminação), visão binocular (visão de profundidade e a
visão tridimensional) sensibilidade aos contrastes (capacidade que o sistema visual
possui em detectar a diferença de brilho entre duas superfícies adjacentes), visão
de cores, entre outras. Tais funções geralmente são avaliadas por oftalmologistas,
por meio de exames clínicos. Já a visão funcional pode ser avaliada por
pro�ssionais que atual na habilitação, reabilitação e educação. A visão funcional
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A pessoa reage a luz?
avalia a e�ciência na realização de atividades cotidianas que necessitam da visão,
como olhar nos olhos de outra pessoa, �xar e seguir um objeto em movimento,
discriminação e reconhecimentos de formas, tamanhos, cores etc. (PALERMO,
2015).
A avaliação funcional refere-se à observação do comportamento da pessoa. Tal
avaliação deve ser feita em um processo lúdico e acolhedor, levando em
consideração todas as vivencias experimentadas pelo sujeito, bem como seu
desenvolvimento socioafetivo, motor e linguístico, pois como já dissemos, o
desenvolvimento humano é integrado, não existindo de maneira isolada
(PALERMO, 2015).
Ao observar o comportamento da pessoa podemos avaliar alguns pontos, como:
Movimentando uma lanterna na direção superior, inferior, lateral e central na
distância de 30 cm podemos observar se o sujeito observa a luz os diferentes
campos visuais, ou seja, se ele movimenta seu corpo em busca da luz, se ele
localiza o foco luminoso, se reage protegendo os olhos diante de uma luz forte, se
pisca em excesso diante da luz ou se olha excessivamente para luz (PALERMO,
2015).
-    A pessoa �xa o olhar e segue um campo visual?
Com a pessoa sentada e a coluna ereta, apresentar um objeto colorido ou de alto
contraste a uma distância aproximada de 30 centímetros dos olhos da pessoa, na
linha média, e veri�car se ela �xa visualmente o objeto e mantem o olhar. Também
é importante observar se ela segue visualmente o objeto nas trajetórias
horizontais e verticais (PALERMO, 2015).
-    A pessoa possui acuidade visual, percebe detalhes de uma imagem ou objeto? 
Para veri�car essa função, escolha objetos de tamanhos e cores diferenciados e
disponha em uma distância em que eles possam ser vistos. Perceba se a pessoa
localiza e reconhece o objeto. Faça perguntas como: qual é a cor? Para que serve?
Está perto ou longe? É pequeno ou grande? Note se o sujeito pedir para se
aproximar muito do objeto, levando muito próximo ao olho, ou se busca tatear
para dar função ao objeto (PALERMO, 2015).
- A pessoa possui campo visual, ou seja, percebe o que está a sua frente?
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Disponha objetos no chão e solicite que a pessoa os guarde em uma caixa.
Observe se ele encontrará todos os objetos a sua frente. Mostre uma imagem
grande na frente da pessoa e note se ela observa as �guras centrais e periféricas
da imagem.  Alterne a localização da imagem, dispondo ela mais para esquerda ou
direita e veja como será a resposta (PALERMO, 2015).
- A pessoa percebe as cores?
Apresente objetos iguais com cores diferenciadas e veja se a pessoa reage a uma
cor especí�ca. Por exemplo, apresente bolas de cores diferenciadas e veja se ela
mantém a preferência por uma determinada cor. Mostre a ela uma bola da mesma
cor que está a sua disposição e solicite que ela encontre o igual. Você pode fazer
essa atividade com imagens e outros objetos que preferir também. Todas as
atividades de pareamento igual com igual ou igual com semelhante irão veri�car
essa função visual (PALERMO, 2015).
- A pessoa se adapta bem com mudanças visuais?
Veri�que se a pessoa possui adaptação visual ao mudar a luminosidade de um
ambiente, por exemplo, a luz apagada depois acesa. Observe se a ela se expressa
com grande incomodo ou desconforto visual (PALERMO, 2015).
- A pessoa possui sensibilidade ao contraste?
Disponha a pessoa imagens com contraste, alternando o fundo a �gura principal
em preto e branco, amarelo e preto, refere-se à habilidade de detectar diferenças
de brilho entre superfícies próximas. Depois veri�que imagens de baixo contraste,
por exemplo, fundo laranja e imagem em vermelho, ou fundo azul e imagem
verde. Utilizando objetos e �guras de alto e baixo contraste, veri�camos se a
pessoa pode perceber as diferenças e identi�car os objetos e as �guras de baixo
contraste, ou se ela necessita de alto contraste para a percepção e identi�cação
(PALERMO, 2015).
Apessoa possui visão binocular, ou seja, percebe imagens pelos dois olhos?
Atividades de acerto o alvo e circuito motor (subir escadas, engatinhar, andar em
uma linha reta) são capazes de nos indicar se a pessoa possui di�culdades com a
visão binocular (PALERMO, 2015).
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Desenvolvimento viso motor
Tátil/ Cinestésica
Segundo Palermo (2015), a avaliação funcional da visão nos permite identi�car as
di�culdades de aprendizagem que pessoa possa possuir devido a visão. É válido
ressaltar que o processamento visual não se dá somente pelo olho, mas também
pelo cérebro. Algumas pessoas não possuem di�culdades oculares, e isso pode ser
detectado por um exame clínico oftalmológico, no entanto pode possuir
di�culdades no processamento neurológico visual, ou seja, como o cérebro
percebe a imagem. Nesses casos a estimulação visual é essencial para que ela
desenvolva tais habilidades.
Se na avaliação visual funcional notar di�culdades na percepção visual é
importante encaminhar o sujeito para um médico oftalmologista em busca de uma
avaliação clínica. Caso seja veri�cado di�culdades visuais o médico indicará as
adaptações e intervenções que poderão ser feitas. Se não for identi�cado nenhum
problema ocular, é importante que seja estimulado as habilidades visuais para que
ocorra a plasticidade neural a pessoa não tenha tantas di�culdades no futuro.
O desenvolvimento visomotor refere-se à capacidade de coordenar a visão com os
olhos. A visão está relacionada tanto com a motricidade �na (movimentos precisos
com as mãos) como a grossa (movimento amplo do corpo). Atividades como
desenhar, copiar de um quadro, jogar bola, pular corda exigem a habilidade
visomotora. É válido veri�car se a pessoa possui di�culdades de perceber a
esquerda e à direita, inverter letras ou números ao escrever ou copiar, di�culdade
com as atividades que envolvam ritmo, não cruzar a linha média ao fazer tarefas
(objetos muda de mão em mão), não usar a mão dominante não para o apoio ao
escrever ou copiar e gira corpo ao escrever ou copiar (mais uma vez para não
cruzar a linha média), lê movimentando a cabeça e não movimentando somente o
olhar, entre outras habilidades. Para tais di�culdades é importante trabalhar com a
integração da visão com o movimento, reforçando nas atividades motoras a
percepção visual (MOMO, 2017).
O tato é a sensação mais aguçada que o ser humano tem ao nascer. É por meio
deste sistema que podemos interagir direta e �sicamente com o mundo. Mesmo
sendo a habilidade mais avançada de um bebê, o mesmo ainda irá aprender a
perceber as diferentes experiencias táteis (SERRANO, 2016).
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Percepção Vestibular
Ao nascer, deixar o bebê tocar e ser tocado são extremamente importantes e
determinantes para seu desenvolvimento. No início, será apenas uma habilidade
de percepção tátil que será desenvolvida, mas essa desencadeará o
desenvolvimento motor e a compreensão do mundo físico. Segundo Palermo
(2015), as experiências táteis primárias são determinantes no desenvolvimento
integral do cérebro. possuem um papel fundamental na qualidade do
desenvolvimento do cérebro. O autor explica que a variedade da estimulação tátil
é essencial não só para o desenvolvimento da sensibilidade ao toque, como
também para o desenvolvimento cognitivo em geral.
Palermo (2015), pontua que estudos com bebês sugerem que o toque, além de ser
essencial para o desenvolvimento motor, também desencadeia o desenvolvimento
social, emocional e cognitivo. Ao tocar o bebê a adulto cria vínculo emocional e
social. Começa a surgir as relações e trocas sociais. O toque do outro permite a
percepção da própria criança e do outro. É essencial que crianças de zero a três
anos vivenciem as mais diferentes experiencias táteis para obterem um
desenvolvimento integral.
Também Momo (2017) a�rma que estudos com prematuros indicam que o toque
pode acelerar o crescimento e desenvolvimento desses bebês. Em um dos
estudos, bebês ganharam o dobro do peso ao serem tocados em comparação com
outros bebês que não recebiam o toque.
O sistema tátil é dividido em duas partes: o sistema protetor que alerta sobre
perigo e o sistema discriminativo que permite discriminar o que tocamos. Para que
o tato funcione de forma apropriada o sistema discriminativo e o sistema protetor
devem trabalhar bem juntos e de forma independente (PALERMO, 2015).
Pessoas com di�culdades na percepção tátil reagem negativamente ao toque; 
evitam contato físico com outras crianças, evitam e �cam irritadas em �las,
empurram ou batem nos colegas por não suportarem a proximidade, evitam
atividades que evitam texturas e toques,  não gostam de sentar em cadeiras,
sentam-se sobre as pernas, não gostam de determinados alimentos por causa da
textura, parecem não conseguir brincar sozinhas, não exploram o brinquedo e não
criam brincadeiras (SERRANO, 2016).
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A percepção vestibular permite a discriminação e sensação do movimento e do
equilíbrio corporal. É graças a essa percepção que conseguimos andar em uma
linha reta, a rodopiar, rolar e pular sem nos machucarmos. Bailarinos possuem
essa percepção extremamente estimulada e desenvolvida (PALERMO, 2015).
Desde o nascimento os bebês adoram a sensação de movimento. Eles encontram
conforto na sensação de movimentos repetitivos, sejam eles balanços ou simples
caminhadas no colo, isso se deve ao fato dos bebês nascerem com essa percepção
altamente aguçada. Depois do tato, a sensibilidade vestibular é a habilidade
sensorial mais precoce, o que permite ao feto seus primeiros re�exos (PALERMO,
2015).
A percepção vestibular possui um papel fundamental nas habilidades de manter a
postura da cabeça e do corpo, especialmente os olhos, em movimentos. O sistema
sente a direção da gravidade e do movimento, o que permite que o corpo ajuste
sua posição para manter o equilíbrio. É, por exemplo, graças ao sistema vestibular
que uma pessoa, ao correr, não enxerga o mundo pulando a sua frente. O sistema
detecta o movimento vertical do corpo da pessoa e automaticamente direciona os
músculos dos olhos para que se movam para compensar e manter o campo visual
na frente da pessoa constante (SERRANO, 2016).
Segundo Palermo (2015), embora não se discuta muito sobre a percepção
vestibular, ele possui um importante papel no desenvolvimento cognitivo e
neurológico. Como o sistema vestibular é um dos primeiros sentidos a
amadurecer, ele possui grande participação nas primeiras experiências sensoriais
do bebê. Essas experiências por sua vez são extremamente importantes para
organizar as habilidades sensoriais e motoras, que consequentemente in�uenciam
no desenvolvimento de habilidades emocionais e cognitivas.
Pessoas com di�culdades na percepção vestibular apresentam desorganização
espacial, desconforto ao locomover-se, problemas com espaçamento de palavras,
di�culdades com a diagramação e a localização espacial das letras, caligra�a
desarmônica, demora ou impossibilidade de discriminação e determinação da
preferência lateral, di�culdade da compreensão de conceitos como “dentro-fora”,
“em cima – embaixo”, O movimento da pessoa (velocidade, intensidade e duração),
di�culdade em dosar a força muscular (ou muito fraco ou muito forte), alterações
no estado de alerta e na regulagem de sono vigília, di�culdades de controlar os
dois lados do corpo (MOMO, 2017).
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Percepção ProprioceptivaA percepção proprioceptiva se refere ao fato de percebemos o nosso próprio
corpo, mesmo sem visualizar determinadas situações. Você já viu a situação em
que a pessoa comeu algo, sujou o rosto e não percebeu a sujeira do seu rosto?
Pois bem, essa pessoa pode ter di�culdades na percepção proprioceptiva. O
sistema proprioceptivo é responsável pela informação sobre a localização das
partes do corpo, e pela sinalização do quanto de contração muscular é necessária
para que o movimento aconteça. É por meio da propriocepção que sabemos se
estamos mexendo as pernas, cruzando os braços, mesmo sem olhar. Também é
por meio desse sentido que sabemos onde temos alguma dor, mesmo sem
visualizar o órgão. Por exemplo, pessoas que não possuem a percepção
proprioceptiva bem desenvolvida não conseguem identi�car o local onde sente
dor. Algumas pessoas com autismo, por exemplo, possuem di�culdades na
percepção proprioceptiva, quando sentem dor as vezes não conseguem discernir
onde dói e expressam que dói o corpo todo (MOMO, 2017).
A propriocepção usa tanto informações da pele quanto sinais dos músculos e das
articulações para informar ao cérebro sobre onde os membros estão posicionados
a qualquer instante. É a propriocepção que permite com que a pessoa saiba se
seus braços estão cruzados ou se suas pernas estão se mexendo, mesmo com os
olhos fechados (SERRANO, 2016).
Pessoas com o processamento da sensação proprioceptiva sempre buscam a
pressão do próprio corpo. É comum que elas busquem estímulos se apertando
entre colchões, se sentem bem com abraços bem apertados, gostam de cantos de
cômodos para se sentirem pressionados (PALERMO, 2015).
Um exemplo interessante está no �lme Temple Grandim (2010), que retrata a vida
de uma autista de alto desempenho, mostrando sua necessidade proprioceptiva.
Quando Temple tinha di�culdades para �ltrar as informações sensoriais ela
buscava conforto em estímulos proprioceptivos. Devido a isso, a personagem
inventou uma máquina do abraço, onde conseguia conforto sensorial ao perceber
o próprio corpo. A seguir vemos uma foto do �lme que mostra a máquina de
abraço desenvolvida por Temple.
FIGURA 5 – FILME TEMPLE GRANDIM
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Percepção Olfativa
FONTE: <https://particionando.wordpress.com/2015/07/24/temple-grandin-diferente-mas-
nao-inferior/>. Acesso em: 11 jun. 2019.
Pessoas com di�culdades proprioceptivas apresentam movimentos
incoordenados, quedas frequentes, quebra de objetos ao segurá-los, inabilidade
em segurar objetos sem olhar para eles, di�culdades em vestir-se e despir-se,
di�culdades em manter a postura sentada, di�culdade em subir e descer degraus,
necessidade de olhar os pés ao se locomover e tropeçam com facilidade,
incoordenação espacial, que os levam a derrubar objetos ao redor quando se
movimentam (MOMO, 2017).
Segundo Palermo (2015) o olfato é um sentido considerado maduro ao nascer. O
bebê é capaz de sentir o cheiro de tudo o que está a seu redor, no entanto o
mesmo ainda não identi�car e discriminar esse cheiro. Esse processo é consciente
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Percepção Gustativa
e necessita de tempo e experiencias para serem desenvolvidas, assim como os
outros sentidos.
Quando a criança nasce o sistema olfativo e tátil permite a criança ter suas
primeiras experiencias sociais e afetivas. Ao sentir o cheiro do leite materno ou
próprio cheiro da mãe a criança já se acalma e cria vínculo emocional com seu
cuidador. Até que a visão e a audição e a audição estejam plenamente
desenvolvidas é pelo olfato e tato que a criança irá estabelecer laços essenciais
para sua sobrevivência com seus familiares e cuidadores, promovendo a base para
seu desenvolvimento emocional (PALERMO, 2015).
Sob o aspecto neurológico, Palermo (2015) explica que o olfato possui uma
conexão curta e direta com os centros de memória no cérebro. Isso faz com que a
pessoa se recorde de experiências já vivenciadas. Um mesmo odor remete as
pessoas a situações diferentes e singulares, ou seja, um determinado cheiro pode
ter reações distintas para pessoas diferentes. Por exemplo, o cheiro do álcool pode
remeter a uma lembrança de limpeza agradável ou de cheiro de hospital, que não
é tão agradável assim.
Assim como os outros sentidos, a percepção olfativa deve ser desenvolvida.  Se a
pessoa não é exposta a determinados odores durante seu desenvolvimento inicial,
ela pode perder a capacidade de reconhecê-los. Um especialista em perfume, por
exemplo, tem o olfato muito estimulado e consegue perceber conscientemente
diversos aromas em uma mesma fragrâncias, comparando-os e classi�cando-os
(MOMO, 2017).
O paladar além de ter um signi�cado de sobrevivência, devido a sua base
nutricional, está ligado também a experiencias emocionais e sensoriais que
vivenciamos. Desde a gestação o feto pode sentir o gosto dos alimentos que a mãe
experimenta. Mesmo assim, essa percepção deve ser desenvolvida durante toda
vida (PALERMO, 2015).
Segundo Serrano (2016) a alimentação tem um fator emocional importante. O leite
materno, primeiro alimento do ser humano, possui um efeito analgésico,
desenvolvendo o controle emocional da criança. Além disso, muitos alimentos nos
remetem a memórias afetivas, ou seja, a vivências que nos afetaram, nos
marcaram de alguma forma, seja positiva ou negativamente.
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Atenção
A atenção está diretamente ligada ao �ltro perceptivo. A todo momento somos
mergulhados em estímulos sensoriais, nesse mar de estímulos alguns itens
ganham mais destaque em detrimento de outros. Segundo Luria (1981) prestar
atenção signi�ca dar foco a determinados aspectos em e ao mesmo tempo ignorar
vários outros que estão ao nosso redor.
Como já mencionamos quando explicamos sobre o �ltro perceptivo, a capacidade
do cérebro de processar a informação sensorial é mais limitada do que a
capacidade de seus receptores para mensurar o ambiente. A atenção, portanto,
funciona como um �ltro, selecionando alguns objetos para processamento
adicional, de acordo com Luria (1981).
Segundo Luria (1981) existem dois tipos de atenção: a voluntária e a involuntária. A
atenção involuntária é sustentada por processos neurais automáticos e é
particularmente evidente na memória implícita.  É aquela atenção ao estímulo
chamativo, como coisas grandes, brilhantes e que se movimentam. A voluntária
está ligada a capacidade consciente de �ltrar os estímulos perceptivos e focar em
um único estímulo em detrimento a outro. Por exemplo, ao ler esse texto sua
atenção está focada no texto em detrimento aos outros estímulos que te cercam,
podendo ser o barulho da rua, o cheiro de um alimento, ou o desconforto tátil de
uma roupa.
A atenção, assim como todas as funções psicológicas pode ser desenvolvida. É
certo que algumas pessoas possuem alterações neuronais e apresentam grandes
di�culdades na captação da atenção sustentada, em permanecer em um mesmo
foco durante um determinado momento, mesmo assim, expondo a pessoa a
situações que a levem a focar em uma determinada ação a levará ao
desenvolvimento de sua atenção voluntária e consciente (FONSECA, 2008)
Para saber se uma pessoa possui atenção consciente, perceba quanto tempo ela
fala sobre um determinado assunto de forma persistente, ou seja, começando e
terminando sua exposição sem mudar o foco. Observe também se a pessoa
consegue ouvir uma música e dizer o assunto a que se refere ou repetir a melodia.
Também podemos ver se a pessoa consegue identi�car um determinado objeto
em meio a outros que estão espalhados no chão (FONSECA, 2008).
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Memória
Sem atenção o sujeito não consegue realizar atividades simples do dia a dia, de
iniciar e concluir uma tarefa. É necessário que seja desenvolvida essa habilidade
desde bebês, para que não haja prejuízos maiores durante sua vida. Um bebê de 2
meses, por exemplo, já consegue se acalmar ao ouvir a voz da mãe mantendo o
foco ao som que a mãe produz. Com 6 meses já �xa o olhar no cuidador durante
uma troca ou uma brincadeira. A capacidade de ater a uma questão é social e em
sociedade deve ser estimulada e desenvolvida. Quando falo: Ei, preste atenção
nisso aqui, já começo a desenvolver sua atenção, já começo a �ltrar os estímulos a
sua volta para o meu objetivo (LURIA, 1981).
A memória desenvolve-se na relação do cérebro com as vivencias sociais. Tal
desenvolvimento se inicia na fase pré-natal. É por meio dessa função que
conseguimos retomar as aprendizagens e recuperar o passado. É por meio da
memória que nos adaptamos a cada dia com as mudanças e novas experiencias
cotidianas, que associamos ideias e agregamos novos conceitos (LURIA, 1981).
Se eu te falar, o que é pitaya? Se você não conhece irá buscar na sua memória
conceitos semelhantes a essa palavra. Mas se eu te falar, Pitaya é uma fruta rosa
de sabor doce, você automaticamente irá associar a ideia dessa nova palavra com
conceitos que você já memorizou, que é a fruta doce. Esta função cognitiva
possibilita modi�cações associadas à extensão do vocabulário, ampliação de
conceitos e elaboração de melhores estratégias para resolver problemas.
Nesse contexto de desenvolvimento da memória, cabem algumas distinções. Para
Luria (1981) a memória é uma função cognitiva complexa composta por sistemas
distintos, mas que se relacionam entre si. Didaticamente, a memória pode ser
dividida em estágios, que se classi�cam conforme o tempo de retenção ou
armazenamento de uma informação. A memória de curto prazo é aquela que
apresenta armazenamento temporário de poucas informações por curto intervalo
de tempo advindas da memória sensorial ou da memória de longo prazo. Cabe
ressaltar que dentro do contexto de curto prazo há a memória de trabalho ou
operacional.
Segundo Fonseca (2008) a memória de trabalho subdivide-se em quatro
subsistemas:
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o   Alça fonológica (armazenamento temporário e manipulação das informações
verbais, sejam auditivas, de leitura, ou de repetição de estímulos linguísticos).
Observe se a pessoa possui tal habilidade ao contar um determinado fato e peça
para ela repetir. O discurso pode ser algo corriqueiro que faça parte do cotidiano
dessa pessoa (FONSECA, 2008).
o   Esboço visuoespacial (armazenamento e manipulação visual e espacial, como
detalhes de um objeto). Para veri�car se a pessoa possui tal habilidade, mostre para
a pessoa visualizar por um minuto uma imagem simples, um retrato ou uma
paisagem sem muitos detalhes, depois esconda a imagens e peça para elencar o que
visualizou (FONSECA, 2008).
o   Retentor episódico (subsistema estudado mais recentemente, recupera a
informação de forma consciente e trabalha as atividades cognitivas mais complexas).
Para observar tal habilidade, explique um conceito, por exemplo, como é formada a
chuva, depois peça para ela reexplicar para você (FONSECA, 2008).
o   Executivo central (sistema atencional que atua na seleção e manipulação da
informação nos outros subsistemas, para também ser enviada à memória de longo
prazo, agindo como um controlador e buscando informações já armazenadas na
memória de longo prazo). Para veri�car se a pessoa possui essa habilidade
desenvolvida, disponha algumas imagens para ela e peça para escrever outras
palavras que vem a sua mente quando olha essa imagem. Por exemplo: Mostre uma
imagem que represente a pipoca, depois peça para ela escrever o que vem a sua
mente ao lembrar essa palavra. Ela pode escrever “cinema, �lme, casa, cobertor, frio,
galinha, milho etc.” (FONSECA, 2008).
A memória de longo prazo tem a capacidade de armazenar informações por
períodos de tempo bem mais longos, na ordem de minutos, horas, dias, semanas,
meses, anos. Essa memória pode ser classi�cada como explícita ou declarativa
depende de processos conscientes e é passível de verbalização. Ela se subdivide
em episódica e semântica. Segundo Fonseca, (2008) a memória episódica tem
relação com as experiências vividas e que se pode delimitar no tempo e espaço. Já
a memória semântica tem relação com conhecimentos gerais, que nem sempre
têm ligação com os fatos vividos, como conceitos e teorias.  Já a memória implícita
caracteriza-se pelo fato de não depender de processos conscientes e de difícil
verbalização. Envolve procedimentos, habilidades motoras, e hábitos.
• Linguagem
Como discutimos no primeiro capítulo, a linguagem e a motricidade são base para
as funções cognitivas humanas, pois por meio dessas funções estruturamos,
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organizamos e expressamos o nosso pensamento. A linguagem tem como papel
principal a comunicação, interação social e a possibilidade de categorizar ideias e
racionalizar (VIGOTSKI, 2009; LURIA, 1979; LEONTIEV, 1978).
Por exemplo, se vou ao mercado e quero comprar sabonete, onde encontrarei?
Você deve ter traçado um caminho na sua mente. Entre no mercado e procuro os
materiais de higiene. Pois bem, tal habilidade só é possível por meio da linguagem.
Ninguém procura comprar graxa em um açougue, pois não compete a classi�cação
da função de um açougue (VIGOTSKI, 2009; LURIA, 1979; LEONTIEV, 1978).
A linguagem é capaz de organizar suas ações mentais. Quando acorda você pensa
em tudo que irá fazer: levantar, escovar os dentes, trocar de roupa e tomar café.
Essa sequência mental é feita por meio da habilidade cognitiva da linguagem.
Outra habilidade se dá ao relatar qualquer fato que aconteceu na sua vida com
coerência. Parece habilidades insigni�cantes, mas possuem um papel fundamental
em nosso desenvolvimento (VIGOTSKI, 2009; LURIA, 1979; LEONTIEV, 1978).
De acordo com Luria (1981), observamos o desenvolvimento da linguagem de um
sujeito em experiências cotidianas citadas a seguir:
-    Consegue imitar uma outra pessoa;
-    Brinca de faz conta;
-    Compreende piadas e metáforas;
-    Reconta uma história com suas próprias palavras com coerência;
-    A pessoa relata uma história da sua própria vida com começo, meio e �m.
-    A pessoa sabe localizar uma informação por meio de categorias. Por exemplo:
separar os objetos de uma casa por cômodos:  cozinha, sala e banheiro.
-    A pessoa explica um conceito relacionando o mesmo com outros
conhecimentos, ou seja, se pedir para ela explicar o que é um abacaxi, ela falará
que é uma fruta, que pode ser azedo ou doce, que possui uma coroa, tem casca
grossa etc.
-    Consegue associar ideias, explicando uma situação com exemplos do seu
cotidiano.
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Todas essas habilidades fazem parte do desenvolvimento da linguagem, ou seja,
da habilidade de organizar o pensamento diante das experiências sociais. A
linguagem não é só a fala. A fala inclusive é um recurso da linguagem, mas não o
único. Símbolos, imagens, gestos podem ser incluídos como processos linguísticos.
Por exemplo, a placa “Pare” é um símbolo linguístico, assim como os gestos que
compõem a língua de sinais também é uma língua. Inclusive, pessoas que
possuem limitações da fala podem utilizar de recursos de comunicação alternativa
para desenvolverem a linguagem (VIGOTSKI,2009; LURIA, 1979; LEONTIEV, 1978).
Caso a pessoa tenha di�culdades no desenvolvimento linguístico ela apresentará
di�culdades em diversas situações de sua vida, das mais básicas às mais
complexas e que afetará suas habilidades cognitivas, como memória, raciocínio
lógico, imaginação e criatividade (VIGOTSKI, 2009; LURIA, 1979; LEONTIEV, 1978).
• Funções Executivas
As funções executivas são as habilidades cognitivas que nos permitem controlar e
regular nossos pensamentos, nossas emoções e nossas ações diante dos con�itos
ou das distrações. Segundo Fonseca (2008) as funções executivas são classi�cadas
nas categorias de autocontrole, memória de trabalho e �exibilidade. 
O autocontrole está ligado a capacidade de �ltrar informações conscientemente e
permanecer em uma determinada atividade. Por exemplo, uma criança se manter
atenta a fala de um adulto ou um adulto controlar seus impulsos emocionais
diante de uma situação con�ituosa (FONSECA, 2008).
Já a memória de trabalho está vinculada com a capacidade de conservar as
informações na mente, o que permite utilizá-las para fazer o vínculo entre as
ideias, calcular mentalmente e estabelecer prioridades. A �exibilidade cognitiva é a
capacidade de pensar de forma criativa e de se adaptar a situações novas.
Seabra (2014) explica que as funções executivas devem ser ensinadas e
estimuladas. São extremamente conscientes e de controle de quem as possui. É
importante que desde a infância elas sejam desenvolvidas, no intuito de garantir o
desenvolvimento da autonomia dos sujeitos. Tais funções permitem a habilidade
necessária para a autorregulamentação de sua conduta.
Para Fonseca (2008) é por meio das funções executivas que as pessoas avaliam e
planejam suas ações, reformulam ideias e executam uma atividade com plena
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A) Pessoas com de�ciência sensorial não desenvolvem a
percepção sensorial de�ciente, ou seja, o cego não desenvolve as
autonomia. Este grupo de habilidades cognitivas estão principalmente indexadas
às estruturas pré-frontais do cérebro. O córtex pré-frontal dorsolateral, o córtex
pré-frontal ventromedial, o córtex pré-frontal orbitofrontal e o córtex anterior
cingulado são as áreas cerebrais mais vinculadas às funções executivas.
Segundo Fonseca (2008), observamos se uma pessoa possui di�culdades nas
funções executivas se a mesma:
- Tem di�culdade de tomar decisões;
- Não consegue se ater voluntariamente a uma situação;
- Tem di�culdades de organizar mentalmente as informações;
- Não consegue encontrar solução para um simples problema cotidiano;
- Não aceita novas aprendizagens;
- Não consegue perceber seus erros;
- Não aceita a opinião do outro.
Tais habilidades podem ser desenvolvidas e aprendidas por meio de recursos
lúdicos e que fazem parte do seu dia a dia.
Atividade de Estudo:
O cérebro só se desenvolve se recebe uma variedade de estímulos sensoriais,
pois os neurônios necessitam ser estimulados para se interconectarem e
assim estruturarem caminhos neurológicos de aprendizagem (SERRANO,
2016; PALERMO, 2015). Com base no exposto e sobre o �ltro perceptivo,
assinale a alternativa INCORRETA:
FONTE: PALERMO, J. R. Análise Sensorial: Fundamentos e Métodos. São Paulo: Atheneu, 2015.
SERRANO, P. A Integração Sensorial no Desenvolvimento e Aprendizagem da Criança. Lisboa: Editora Papa Letras,
2016.
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habilidades de visão, e o surdo não desenvolve as habilidades de
audição.
B) As di�culdades no processamento sensorial se referem a
pessoas que não recebem os estímulos sensoriais, se
caracterizando como uma hiperresposta sensorial, ou recebem de
forma pouco intensa, de forma muito lenta se caracterizando como
uma hiporresposta sensorial
C) Pessoas com di�culdades no processamento sensorial também
apresentam di�culdades na formação das percepções.
D) A hiperresposta se caracteriza pela forma do cérebro �ltrar a
informação sensorial de forma intensa, até agressiva. Por exemplo,
uma pessoa com hiperresposta auditiva não tem tolerância
sensorial para determinados sons, tampando seus ouvidos
rapidamente para �ltrar essa reação.
E) As pessoas que apresentam hiporresposta sensorial possuem
di�culdades de �ltrar essa percepção, não conseguindo identi�car
a sensação.
Responder
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Neste capítulo, vimos as características do desenvolvimento cognitivo desde o
nascimento do bebê. Observar tais características nos permite pensar em possíveis
estratégias para que o desenvolvimento cognitivo seja almejado integralmente.
Para melhor compreensão, o capítulo foi dividido em quatro partes, nas quais
discutimos sobre as funções cognitivas elementares, processamento sensorial e
funções cognitivas superiores. 
Na primeira parte, vimos sobre as funções cognitivas elementares, que se referem
aos re�exos do bebê ao nascer. Tais re�exos são necessários de serem
observados, pois sua integridade mostra um cérebro com um bom funcionamento
orgânico. É por meio dos re�exos que o bebê começa a interagir com seus
cuidadores e a processar as informações sensoriais que o mundo lhe oferece. É
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Capítulo 1  Capítulo 3
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por meio dessas vivências que a criança formará suas funções cognitivas
superiores. 
Todas as informações que nosso cérebro recebe, planeja e executa vem por meio
do repertório sensorial. A informação sensorial permite o desenvolvimento das
funções cognitivas. Pessoas com di�culdades nesse processamento necessitam de
intervenções diferenciadas para que a aprendizagem ocorra. Avaliar o
processamento sensorial é de extrema importância para identi�car as di�culdades
no desenvolvimento cognitivo humano. 
Por �m, vimos sobre as funções cognitivas superiores. Tais funções são as que nos
caracterizam como seres racionais. Todas as funções cognitivas superiores exigem
ações voluntárias e conscientes, devido a isso são as funções cognitivas mais bem
elaboradas. Por meio destas temos a possibilidade de pensar de forma abstrata,
memorizar voluntariamente, se ater a uma informação, planejar, tomar decisões,
ser autônomo, se expressar com clareza. En�m, são essas funções que nos
permitem pensar, agir e modi�car o contexto social que vivemos. As funções
cognitivas superiores se desenvolvem se forem estimuladas adequadamente,
dentro de um contexto social e cultural. 
A avaliação das funções cognitivas é fundamental para sabermos intervir de
acordo com a necessidade de cada pessoa. O objetivo da avaliação não é de
rotular a pessoa com uma determinada di�culdade, mas, sim, saber o estímulo
necessário para que o desenvolvimento aconteça. 
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